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Introdução

O mundo em que viveu Lima Barreto foi de profundas transformações políticas,


econômicas, culturais e sociais. Nascido em 1881, esteve com o pai, aos sete anos de
idade, no Paço Imperial e no Campo de São Cristovão, para festejar a Abolição da
Escravatura. Em sua vida adulta, ele presenciou as presidências do café com leite (troca
de poder entre as burguesias paulista e mineira), a I Guerra Mundial, a imigração
europeia, a marginalização dos negros, os movimentos operários, a militância anarquista
e a Revolução Russa. Todos esses abalos sociais marcaram sua visão de vida, seus
textos e a forma urgente de escrever. Como acentua Amauri Mário Tonucci Sanchez no
livro Panorama da Literatura no Brasil: “É o caso da obra de Lima Barreto, que
expressa inconformismo em face da sociedade injusta, egoísta e brutal. Despojando-se
do convencionalismo dominante, criou textos em que a escolha da linguagem já
constitui, por si mesma, uma opção crítica ao mundo que põe sob foco – mesmo que,
com isso, tivesse desde cedo de enfrentar a ira dos puristas, que viram nele um autor
relaxado, quando não incapaz, ou que simplesmente lhe negaram atenção.”
Lima Barreto Socialista reúne a produção de escritor sobre anarquismo, maximalismo, a
Revolução Russa e seus atores principais. O estudo pretende ser o guia para desvendar o
cronista, considerado um pré-modernista, assim como Monteiro Lobato e Euclides da
Cunha, e toda a rota de sua escrita inquieta e inconformada.

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