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BIOGRAFIA
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Em seguida a este artigo, Mário de Andrade publicou um artigo no
jornal "A Manhã" no qual decretou a morte de Monteiro Lobato, porém, na
década de 30, Lobato, Mário e Oswald fizeram as pazes e ele chegou a
defender Mário em carta enviada a Flávio Campos na qual afirmava que
"Mário, pelo seu talento no analismo criticista, tem direito a tudo, até de
meter o pau em você e em mim''.
Nos anos seguintes, Lobato publicou seus primeiros livros: "Urupês",
"Cidades Mortas" e "Negrinha". Segundo Marisa Lajolo, Lobato nestes
livros traz o melhor de sua literatura, principalmente em "Urupês'' e
"Negrinha'', nos quais, segundo ela, "comparecem os diferentes brasis que
até hoje, sob diferentes formas, assombram as esquinas da nossa história.
Os contos contam do trabalho do menor, do parasitismo da burocracia, da
violência contra negros, imigrantes e mulheres, da empáfia dos que
mandam, do crescimento desordenado das cidades, da degradação
progressiva da vida interiorana; enfim, os contos contam do preço alto do
surto de modernidade autofágica que desemboca na crise de 30."
Os dois livros mostram a "aguda sintonia de Lobato com um tempo que
reclamava novas linguagens" e marcam a vigorosa entrada no mundo
literário brasileiro de um grande escritor que, segundo ele mesmo disse,
"talento não pede passagem, impõe-se ao mundo".
Logo depois ao glorioso início da carreira literária, Lobato viajou para
os Estados Unidos, voltando somente em 1931. Lá enfrentou sérios
problemas. Seu livro "O Presidente Negro e o Choque de Raças" —uma
história que narra a vitória de um candidato negro à Presidência dos
EUA— não foi muito aceito e acabou por custar-lhe grandes desgostos,
mas aqui, sempre foi um ardoroso defensor daquele país, chegando a
afirmar, em carta enviada a Érico Veríssimo, que considerava os "Estados
Unidos como uma dessas famosas composições musicais que são impostas
a todos os grandes executantes a fim de tirar a prova dos noves fora do seu
valor real, a rapsódia húngara de Lizt (sic), certas fugas de Bach".
Nessa mesma carta, ao comentar o novo livro de Érico, Lobato
afirmou: "Escrever bem é mijar. É deixar que o pensamento flua com o à
vontade da mijada feliz."
Quando regressou ao Brasil, em 31, Lobato chegou com mais uma
crença: acreditava piamente nas riquezas naturais do país e na sua
capacidade de produzir petróleo.
Sofreu por isso. Foi um dos maiores defensores de uma política que
entregasse à iniciativa privada a extração do petróleo em solo brasileiro.
Chegou a remeter uma carta ao presidente Getúlio Vargas na qual
denunciava o interesse estrangeiro em negar a existência do "ouro negro"
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no Brasil e acabou detido no presídio Tiradentes de onde ele enviaria a seus
amigos em todo o país cópias da carta que Getúlio considerara "ofensiva".
Monteiro Lobato seria preso novamente pelo mesmo motivo em 1941.
Esta luta pelo petróleo acabaria por deixá-lo pobre, doente e desgostoso.
Foi também um dos mais fervorosos adeptos do "georgismo" (jornalista
e economista norte-americano Henry George que propôs o imposto único
sobre o valor da terra, conforme teoria exposta em seu livro "Progress and
Poverty", publicado em 1879). No ano de 1948 publicou pela editora
Brasiliense um folheto intitulado "O Imposto Único", no qual Lobato
sintetizava a "maravilhosa solução" proposta pelo
teórico norte-americano.
Grande parte da literatura de Monteiro Lobato
sempre foi direcionada aos leitores pequeninos.
Produziu durante toda sua carreira literária 26 títulos
destinados ao público infantil. É um dos mais
importantes escritores da literatura infanto-juvenil da
América Latina e também do mundo.
Sua obra completa foi , em 1946, publicada pela
Editora Brasiliense. Esta edição foi preparada e
reformulada pelo próprio Monteiro Lobato, o qual,
inclusive, reviu diversos de seus livros infantis.
Sua genialidade foi sempre à frente de seu tempo,
pois se Laura Esquivel é atualmente famosa pelo seu
"Como Água para Chocolate", onde faz da culinária um arte revolucionária
dentro da sua literatura, Lobato, por sua vez, e muito antes de Esquivel, tem
uma passagem genial na qual inventa livros comestíveis para serem
devorados pelos leitores e uma outra onde Narizinho e Pedrinho perdem-se
na floresta e, para não morrerem de fome, cortam uma palmeira e comem
palmito com mel. Prato moderníssimo.
Também foi um defensor do cinema, de Walt Disney e da frenética
velocidade da vida e da cultura norte-americana. Segundo ele "a velocidade
no transporte do pensamento" dessa cultura e seus "maravilhosos
espetáculos da arte muda" são "uma lição de moral que, se fora aceita,
tiraria ao Rio o seu aspecto de açougue do crime passional. O cinema
americano ensina o perdão..."
Progressista inveterado, Lobato escreveu certa vez a respeito daqueles
que são contrários às coisas novas a seguinte frase: "O grande erro dessa
casta de homens é confundir corrupção com evolução. Condenam as
formas novas de vida, que se vão determinando em conseqüência do
natural progresso humano, em nome das formas revelhas. Logicamente,
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para eles, o homem é a corrupção do macaco; o automóvel é a corrupção do
carro de boi; o telefone é a corrupção do moço de recados".
Monteiro Lobato morreu, vitimado por um derrame, às 4 horas da
madrugada do dia 4 de julho de 1948, deixando um legado de personagens
que ficarão para sempre impregnados nas retinas de todos aqueles que
tiveram e que terão contato com as histórias do Jeca Tatu, do Saci, da Cuca,
da boneca Emília, do Visconde de Sabugosa, da Narizinho, do Pedrinho, da
Tia Nastácia, da Dona Benta, entre outros tantos que habitam as obras deste
que foi conhecido como "O Furacão da Botocúndia".
CRONOLOGIA
1893» Altera seu nome para José Bento. Freqüenta o Colégio São João
Evangelista.
1895» Em dezembro, vai a São Paulo, onde em janeiro prestará exames
para o ingresso no curso preparatório.
1897» Transfere-se para São Paulo, onde é interno (por três anos) no
Instituto Ciências e Letras.
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1904» Formado, Monteiro Lobato regressa a Taubaté. Vencedor de um
concurso de contos, o texto “Gens ennuyeux” é publicado no Jornal Onze
de Agosto.
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mais a importância econômica do ferro, as vantagens do processo Smith e
historia seu esforço para que fosse implementado no Brasil.
OBRAS DO AUTOR
LITERATURA GERAL
O saci-pererê (1918)
Urupês (1918)
Problema vital (1918)
Cidades mortas (1919)
Idéias de Jeca Tatu (1919)
Negrinha (1920)
A onda verde (1921)
Mundo da Lua (1923)
O presidente negro (1926)
How Henry Ford is regarded in Brazil (1926)
Mr. Slang e o Brasil (1927)
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Ferro (1931)
América (1932)
Na antevéspera (1933)
O escândalo do petróleo (1936)
A barca de Gleyre, 2 vols. (1944)
Prefácios e entrevistas (1946)
Zé Brasil (1947)
La nueva Argentina (1947)
Literatura do Minarete
Conferências, artigos e crônicas
Cartas escolhidas, 2 vols.
Crítica e outras notas
LITERATURA INFANTIL
O Saci (1921)
Aventuras de Hans Staden (1927)
Peter Pan (1930)
Reinações de Narizinho (1931)
Viagem ao céu (1932)
Caçadas de Pedrinho (1933)
História do mundo para crianças (1933)
Emília no país da gramática (1934)
Aritmética da Emília (1935)
Geografia de Dona Benta (1935)
História das invenções (1935)
Memórias da Emília (1936)
D. Quixote das crianças (1936)
Serões de Dona Benta (1937)
O poço do Visconde (1937)
Histórias de Tia Nastácia (1937)
O pica-pau-amarelo (1939)
O Minotauro (1939)
Reforma da natureza (1941)
A chave do tamanho (1942)
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Fonte: http://www.monteirolobato.com.br/monteiro.asp
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