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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A questão dos Recursos Didácticos

Nome do Estudante: Tuca Maria Fernando


Código: 708203792

Nome do Docente: Miguel Munalile

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia


Disciplina: Didáctica Geral
Ano de Frequência: 1º Ano

Milange, Junho, 2020


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Pontuação Nota Subtotal
Máxima do
Tutor
Estrutura Aspectos  Capa 0.5
organizacionais  Índice 0.5
 Introdução 0.5
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Conteúdo Introdução  Contextualização 1.0
(indicação clara do
problema)
 Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia adequada 2.0
ao objecto de trabalho

Análise e  Articulação e domínio 2.0


discussão do discurso académico
(expressão escrita
cuidada,
coerência/coesão
textual)
 Revisão bibliográfica 2.0
nacional e internacional
relevantes na área de
estudo
 Exploração de dados 2.0
Conclusão  Contributos teórico 2.0
práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
parágrafo, espaçamento
entre linhas
Referências Normas APA 6ª  Rigor e coerência das 4.0
bibliográficas edição em citações/referências
citações e bibliográficas
bibliografia
Recomendações para melhoria:

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Índice
Introdução...................................................................................................................................2

Objectivo geral:...........................................................................................................................2

Objectivos específicos:...............................................................................................................2

Metodologia................................................................................................................................2

1. Identificação de recursos disponíveis localmente que podem ser usados na sala de aulas. 3

2. Recursos didácticos: do convencional ao de imitação.........................................................3

3. Material Didáctico convencional e alternativo....................................................................5

Conclusão....................................................................................................................................8

Bibliografia.................................................................................................................................9
Introdução
Falar em recursos didácticos equivale a falar em material didáctico e em muitos casos
equivale a falar em meios de ensino. O material didáctico figura como um item sem o qual a
aprendizagem fica muito abstracta, por isso a sua produção vem sendo estimulada e exigida
pelos gestores e responsáveis dos diversos segmentos do sistema educativo formal. Apesar da
importância dos materiais didactico na aprendizagem, e da quantidade de teorias escritas
sobre eles, os materiais em si podem ser muito simples, fáceis de construir e substituíveis,
quer dizer que quando não se consegue obter um tipo de material didáctico, pode-se substituí-
lo por outro, sem muita dificuldade (FILIPE &FERNANDO, 2015).

Segundo PILETTI (1999) os meios de ensino ou recursos de ensino “são componentes do


ambiente de aprendizagem que dão origem `a estimulação para o aluno. Esses componentes
podem ser o professor, os livros, os mapas, as fotografias, as gravuras, os filmes, os recursos
da comunidade, os recursos naturais e outros”.

Neste trabalho se aborda os recursos didácticos locais usados no processo educativo de modo
a responder os objectivos a seguir previstos.

Objectivo geral:
Analisar os recursos da minha zona que podem ser usados na sala de aulas, justificando
pedagogicamente.

Objectivos específicos:
 Conceituar recursos didácticos ou materiais didácticos;
 Identificar os recursos disponíveis localmente que podem ser usados em sala de aula;
 Diferenciar material didáctico convencional do alternativo;

Metodologia
Para o alcance destes objectivos foi adoptada uma metodologia assente numa pesquisa
bibliográfica que inclui livros da autoria de moçambicanose diversos autores internacionais
que aparecem devidamente citados ao longo do texto e mencionados na bibliografia final
deste trabalho.

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1. Identificação de recursos disponíveis localmente que podem ser usados na sala de
aulas
Na minha zona existem muitos recursos que podem ser usados em sala de aula como material
didáctico alternativo ou para a confecção do material de fabrico local em diversas situações
em que não existir o material convencional, como por exemplo:

 Pedras e pedrinhas que podem ser usadas como objectos de contagem na aula de
matemática;
 Bambus que podem ser usados nas aulas de educação física durante as diversas
actividades inseridas no programa da disciplina;
 Plantas diversas para explicações na aula de ciências naturais;
 Troncos de árvores que podem ser usados para as aulas de ofícios e confecção de
materiais utilitários como assentos para os alunos, barrotes para erguer salas de aulas e
calces para os quadros;
 Barro ou lodo que se pode usar nas aulas de ofícios para diversas finalidades inseridas
no programa da disciplina;
 Pedaços de tecidos e trapos que podem ser usados para fazer bolas e outros objectos
uteis na sala de aula.

Estes recursos locais podem ser adaptados e utilizados nas salas de aulas em diferentes
situações. A sua aplicação pode ser fundamentada a partir do que se retracta nos subtítulos
que apresentamos a seguir.

2. Recursos didácticos: do convencional ao de imitação


O material didáctico tem sido objecto de consideração por parte de muitos profissionais da
pedagogia e da didáctica pelo papel que ocupa no processo de ensino e aprendizagem. O
mesmo recebe várias designações por parte dos autores que abordam o processo de ensino e
aprendizagem, entre essas designações encontramos: equipamentos didácticos, meios de
ensino, recursos didácticos, tecnologias educacionais entre outras (ZAYAS, 1999).
No entanto, independentemente de como se chame, o material didáctico pode ser entendido
como todo objecto que facilita a transmissão ou assimilação sistematizada do conhecimento.
FREITAS (2009) define o material didáctico como “todo e qualquer recurso utilizado em um
procedimento de ensino, visando à estimulação do aluno e a sua aproximação do conteúdo”.

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Dada a sua importância, o material didáctico, é considerado na Didáctica como um dos
componentes ou categorias do processo de ensino aprendizagem assim como são os
objectivos, os conteúdos e os métodos (ZAYAS, 1999). Sendo o material didáctico um
componente do processo de ensino e aprendizagem, a falta do mesmo pode afectar
grandemente o alcance dos objectivos e consequentemente comprometer todo o processo de
ensino e aprendizagem (TROJAN & RODRÍGUEZ, 2008).
Muitos materiais são desenhados especificamente para facilitar a aprendizagem de
determinados conteúdos de uma dada disciplina, no entanto por falta de recursos financeiros,
muitos países em desenvolvimento não conseguem alocar material didáctico específico para
cada disciplina em todas escolas.
Na falta ou deficiência do material convencional ou específico para o ensino de determinados
conteúdos curriculares de algumas disciplinas, os professores são incentivados a procurar
alternativas para que o processo de ensino aprendizagem não seja comprometido, produzindo
material de imitação localmente, ou adaptando outro material para o seu uso num outro
contexto.
MIRIONE (2015) percebe o material didáctico alternativo como aquele que não se encontra
sujeito aos círculos tradicionais de fabricação para o campo da actividade lectiva, desportiva e
recreativa ou no caso de estar, recebem um uso distinto ao que tinha quando se desenhou, e
citam como por exemplo, o material encontrado no entorno natural como pedras, folhas etc.,
material encontrado no entorno urbano como bancos, escadas, etc., material convencional mas
aplicado de forma alternativa, como bola, barreira, etc.
A escassez de material didáctico convencional deu espaço a predominância do material
didáctico alternativo, passando este a ser entendido como sinónimo de material didáctico não
convencional, ou seja material didáctico alternativo passou a incluir: material didáctico de
imitação, material didáctico produzido localmente, material didáctico tradicional, etc.
Sendo o material didáctico um componente do processo de ensino e aprendizagem, a falta do
mesmo pode afectar grandemente o alcance dos objectivos e consequentemente comprometer
todo o processo de ensino e aprendizagem (TROJAN & RODRÍGUEZ, 2008).
Muitos materiais são desenhados especificamente para facilitar a aprendizagem de
determinados conteúdos de uma dada disciplina, no entanto por falta de recursos financeiros,
muitos países em desenvolvimento não conseguem alocar material didáctico específico para
cada disciplina em todas escolas.

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Na falta ou deficiência do material convencional ou específico para o ensino de determinados
conteúdos curriculares de algumas disciplinas como a Educação Física, os professores são
incentivados a procurar alternativas para que o processo de ensino aprendizagem não seja
comprometido, produzindo material de imitação localmente, ou adaptando outro material para
o seu uso num outro contexto.
Isso fez surgir novos conceitos ligados a material didáctico, como material didáctico
alternativo e material didáctico de imitação.
ANDRES & DIEGO (2010), entendem material didáctico alternativo no âmbito da Educação
Física, como aquele que não se encontra sujeito aos círculos tradicionais de fabricação para o
campo da actividade física, desportiva e recreativa ou no caso de estar, recebem um uso
distinto ao que tinha quando se desenhou, e citam como por exemplo, o material encontrado
no entorno natural como pedras, folhas etc., material encontrado no entorno urbano como
bancos, escadas, tec, material convencional mas aplicado de forma alternativa, como bola,
barreira, etc.
A predominância do material didáctico alternativo no processo de ensino e aprendizagem no
nosso país na disciplina de educação física trouxe nova identidade do material didáctico.

3. Material Didáctico convencional e alternativo


Será que todo material não convencional deve ser considerado alternativo? MIRIONE (2015)
define convencional como sendo aquilo que resulta de uma convenção, que foi consolidado
pelo uso ou pela prática, que obedece a padrões aceites, que procede conforme os ditames
sociais, etc. Esse conceito daquilo que é convencional, mostra que o convencional não se
limita apenas aquilo que sai de uma convenção mas também inclui aquilo que foi consolidado
pelo uso ou pela prática, o que significa que o uso de um material que é transmitido de
geração em geração pode ser considerado convencional.
Neste entendimento entrariam muitos dos materiais didácticos usados nas aulas de educação
física mas que são considerados alternativos por parte de muitos profissionais da área. O
mesmo dicionário Houaiss define alternativo como sendo uma saída ou aquilo que se propõe
em substituição ao sistema cultural, técnico, ou científico estabelecido. Outro entendimento é
que alternativo é aquilo que representa uma opção fora das instituições, costumes, valores e
ideias convencionais. A luz do entendimento destas duas terminologias, muitos dos materiais
didácticos considerados convencionais podem ser em algum momento alternativos e muitos

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dos materiais didácticos considerados alternativos pelos profissionais podem ser considerados
convencionais.
Um dos materiais didácticos alternativos citados pelos profissionais da amostra é a bola de
meia ou de trapo. A bola de meia é um material didáctico usado em muitos jogos recreativos e
tradicionais como mata-mata, garrafa cheia, jogos diversos, vitória entre outros. Esses jogos
tradicionalmente sempre usaram a bola de meia, ou seja a bola de meia foi feita exactamente
para este tipo de jogos porque envolve bater o adversário com a bola e pelas características da
bola, que é macia e fofa, o impacto da mesma com a parte do corpo não cria lesões.
A bola de meia usada em jogos recreativos tradicionais como a mata-mata, garrafa cheia e
outros não pode ser considerada material didáctico alternativo, porque ela foi feita
exactamente para estes jogos e não é alternativa a qualquer outro material.
Por outro lado, se usamos a bola de ténis, por exemplo no jogo de mata-mata, esta se torna
material didáctico alternativo, porque é alternativo a bola de meia, ou seja usamos a bola de
ténis porque não temos a bola de meia.
A bola de ténis é material didáctico convencional no jogo de ténis mas é material didáctico
alternativo no jogo de mata-mata e a bola de meia se fosse usada no jogo de ténis seria
alternativa, como ilustra o gráfico a seguir.

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O mesmo se pode dizer com respeito ao outro material didáctico usado no jogo da garrafa
cheia. Nesse jogo originalmente usa-se para além da bola de meia, a garrafa. Embora a garrafa
seja um material de fabrico industrial e não tenha sido fabricada para esse jogo, ela é usada
tradicionalmente nesse jogo o que torna o uso da garrafa nesse jogo uma convenção, daí que a
garrafa no jogo da garrafa cheia não é material didáctico alternativo mas sim convencional.
Mas quando usamos a garrafa para fazer balizas num jogo de futebol, a garrafa torna-se um
material didáctico alternativo, isto é, no jogo de futebol.
No entanto, é diferente do que se pode dar com a bola de futebol. Pela carência de material
didáctico convencional, nas aulas de Educação Física pode-se usar a bola de futebol para
ensinar passe e recepção no jogo de basquetebol. Nesse caso a bola de futebol torna-se
material didáctico alternativo especificamente nesse jogo.
Quando uma coisa é considerada alternativa é porque está a substituir aquilo que é
considerado ideal ou aquilo que poderia funcionar melhor. Considerar todo material de
produção local como material didáctico alternativo tira valor a este material localmente
produzido que em muitos casos é original e é que funciona melhor nos conteúdos específicos
relacionados ao currículo local.
Considerar todo material didáctico produzido localmente como alternativo, pode
subdimensionar a falta de material didáctico nas escolas e desencorajar o trabalho dos
profissionais porque eles podem pensar que não se pode fazer nada porque a instituição não
alocou o material convencional perdendo de vista que muitos dos conteúdos da disciplina não
precisam do tal material que o professor pensa ser convencional.
Por isso, urge a necessidade de uma mudança terminológica para todo o material didáctico
que não se encaixa na terminologia “material didáctico alternativo” para aproximar ao que
realmente é. Duas propostas podem ser avançadas para o efeito que são: material didáctico
convencional local e material didáctico localmente produzido.

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Conclusão
É considerado didáctico o material que reúna meios e recursos que facilitem e auxiliem o
ensino e a aprendizagem. Costuma ser utilizado no âmbito educativo para facilitar a aquisição
de conceitos, habilidades, atitudes e destrezas. O valor do material didáctico não está em si
mesmo, mas na utilização que dele se faz. De nada vale um material didáctico rico e
sofisticado se este não for empregado de forma adequada ou não corresponder à situação de
aprendizagem e ao seu objectivo.

Todo material, quando bem utilizado, pode constituir recurso didáctico de grande valia:
gravuras, cartazes, plantas, mapas, revistas para recortes, papeis para dobraduras, calendários,
jornais, murais, vasos, mudas, sementes, alimentos, fotografias, entre outros.

Com esse material, o professor e os alunos organizam os chamados “cantinhos” que podem
servir como pequenos laboratórios de experiencia prática e de reprodução de situações
encontradas na vida real.

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Bibliografia
BANDEIRA, Denise. Material didático.conceito, classificação geral e aspectos da elaboração.
s/d.
DICCIONÁRIO ELECTRÓNICO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA 3.0. Editora
Objetiva. 2009
FREITAS, Olga. Equipamentos e Materiais Didáticos. Universidade de Brasília. 2009
GUTIÉRREZ, Silvia Menéndez. Algunasconsideraciones sobre los métodos que propician la
participaciónproductiva de los alumnosen la clase de educación física y de
iniciacióndeportiva. (s/d)
SCAGLIA, Alcides, FREIRE, Jõao Batista, SAMPAIO, Juarez, e outros. Manifestações dos
Esportes. 1ª edição. CEAD. Brasília. 2005
TROJAN, Rose Meri, RODRÍGUEZ, Jesús Rodríguez. Os PCN.s e os Materiais
Didáticospara o Ensino da Arte: o que propõem? LINHAS, Florianópolis, v. 9, n. 1, p.
49 . 71, jan. / jun. 2008
ZAYAS, Carlos Alvarez. “La escuelaen la vida”. Editorial Pueblo y Educación. La Habana.
1999.

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