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Modelo da Atividade

TURISMO SOCIAL
Módu lo de Programação: Tu rismo Emis s ivo

ISBN 978-58-89336-20-8

9 788589 336208
Serviço Social do Comércio
Departamento Nacional | Divisão de Planejamento e Desenvolvimento | 2007
Modelo da Atividade Turismo Social
Mó d u lo d e Prog ra m a ção: Turismo Emissi vo

Serviço Social do Comércio


Departamento Nacional | Divisão de Planejamento e Desenvolvimento

2007
SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

Presidente do Conselho Nacional do SESC


Antonio Oliveira Santos
Diretor Geral do Departamento Nacional do SESC
Maron Emile Abi-Abib
Consultor Técnico da Direção Geral
Juvenal Ferreira Fortes Filho
Divisão de Planejamento e Desenvolvimento
Luís Fernando de Mello Costa
Divisão de Programas Sociais
Álvaro de Melo Salmito
Divisão Administrativa e Finaceira
João Carlos Gomes Roldão

Coordenação Editorial
Gerência de Estudos e Pesquisas / Divisão de Planejamento e Desenvolvimento
Sebastião Henriques Chaves

Texto
Gerência de Lazer / Divisão de Programas Sociais
Patrícia Carmo dos Santos
Carlos Henrique Porto Falcão
Luis Antonio Guimarães da Silva
Produção Gráfica
Assessoria de Divulgação e Promoção / Direção Geral
Júlio César Carvalho
Vinicius Marins Borges
Revisão de Texto
Rosane Carneiro

SESC. DN. DPD. GEP


Modelo da Atividade Turismo Social : módulo de turismo emissivo
/ Patrícia Carmo dos Santos, Carlos Henrique Porto Falcão, Luis Antonio
Guimarães da Silva. – Rio de Janeiro : SESC, Departamento Nacional, 2007.
32p. ; 18 x 25 cm.

Bibliografia : p. 29-30
ISBN 978-85-89336-18-5

1. Turismo social. 2. SESC. 3. Modelo. 4. Atividade.


I. Tílulo.
CDD 338.4791
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 5

INTRODUÇÃO 6
1 - PREPARAÇÃO 11
1.1 Planejamento 11
1.2 Reconhecimento e Ligações 16
1.3 Montagem 19

2 - EXECUÇÃO 22
2.1 Divulgação/Intermediação 22
2.2 Operação 23

3 - AVALIAÇÃO 24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29
Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

Apresentação

O SESC trabalha a democratização do acesso ao produto turístico, atuando


como agente de inclusão social. Esse esforço para a promoção de oportunida-
des de lazer para os trabalhadores do comércio de bens e serviços não se resume
em um serviço isolado de vendas de excursões, e sim pressupõe a integração
de todo o equipamento disponível para o aproveitamento do tempo livre, e a
sistematização dessa forma de turismo em três modalidades: turismo emissivo,
turismo receptivo e hospedagem.
Esta publicação pretende atender à questão emergente de revisão e reflexão
a respeito dos procedimentos de planejamento e operacionalização do turismo
emissivo, ao mesmo tempo em que o reafirma como a modalidade mais sig-
nificativa do Turismo Social, através do qual se dá o acesso ao turismo de um
número cada vez maior de pessoas, por todo o Brasil.
O texto apresenta conceitos e etapas para a organização de excursões de Tu-
rismo Social, com a finalidade de instrumentalizar técnicos e coordenadores da
área. O foco principal está na importância do trabalho desenvolvido dentro da
concepção de rede, na qual os produtos são ofertados pelo turismo emissivo, e
as modalidades hospedagem e turismo receptivo funcionam como os pontos de
apoio que viabilizam esse movimento.
O estímulo à pesquisa e o intercâmbio permanente de novos roteiros, com
a realização de site inspections (visitas in loco), com vistas ao desenvolvimento
de ações inovadoras com garantia de qualidade cultural e baixo custo, também
estão comentados.
A expectativa com a publicação deste Modelo de Atividade Turismo Social,
Módulo de Programação: Turismo Emissivo é, portanto, a de se dotar os Depar-
tamentos Regionais de um instrumento orientador que contribua de forma
efetiva para o alcance dos resultados almejados.

Antonio Oliveira Santos


Presidente do Conselho Nacional do SESC

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Serviço Social do Comércio

INTRODUÇÃO
Este texto tem o objetivo de reafirmar o compromisso do SESC, no que se
refere à Atividade Turismo Social, através de revisão e reflexão a respeito dos
seus aspectos de maior relevância, principalmente as fases e os procedimen-
tos de planejamento e operacionalização do turismo emissivo, sua modalidade
mais significativa. Para tal, elegemos como ponto de partida o lançamento das
quinze (15) Diretrizes para o qüinqüênio 2006-2010, que ocorreu durante a
Reunião de Diretores do Departamento Nacional e dos Departamentos Regio-
nais, em novembro de 2005. Destas Diretrizes, a de número 14, que se enuncia
“Priorizar o Social nas Ações de Turismo”, é a base para esta ponderação so-
bre a atividade turística realizada no SESC, juntamente com o fato de o ano de
2006 ter sido instituído pelo Governo Federal como o Ano do Turismo, para
divulgação do produto turístico nacional e estímulo ao turismo interno.

O surgimento do Turismo Social


O aparecimento do turismo, na forma que o conhecemos hoje, não foi um
fato isolado. O turismo sempre esteve ligado ao modo de produção e ao desen-
volvimento tecnológico. O modo de produção determina quem viaja, e o desen-
volvimento tecnológico como fazê-lo. Diante dessa realidade, o mercado sempre
se apresentou segmentado em duas classes: alta – consome turismo individual;
e média – turismo de massa. Tal quadro, a partir da capacidade de organização
e pressão dos trabalhadores junto ao Estado, propiciou o surgimento do Tu-
rismo Social, uma atividade democrática fundamental para o lazer e o uso do
tempo livre do cidadão, que o Bureau International du Tourisme Social (Bits)
conceituou inicialmente como: “conjunto de relações e fenômenos resultantes
da participação no turismo das camadas sociais menos favorecidas, participação
que se torna possível ou facilitada por medidas de caráter social bem definidas,
mas que implicam um predomínio da idéia de serviço e não de lucro”.
O termo social expressa o bem-estar social, ou seja, consiste na emancipação
para o turismo de grupos cuja condição socioeconômica e cultural não lhes
permitiria o acesso ao produto turístico.
No Brasil, o Serviço Social do Comércio foi pioneiro no desenvolvimento
dessa forma de turismo, estimulando as atividades turísticas ao longo de
toda a sua história. A questão do direito ao lazer pelo segmento comerciário,

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

relacionado, principalmente, com uso do tempo livre e ao incremento/dina-


mização das taxas de ocupação dos seus meios de hospedagem, constituíram-
se e constituem-se em importante campo de discussão e de implementação
de linhas de ação da instituição.
O Turismo Social no SESC deve atender os trabalhadores das empresas de
comércio de bens, serviços e turismo e seus dependentes, prioritariamente os
de menor renda, de todas as faixas etárias, visando à democratização do acesso
ao movimento turístico. Seus bens e serviços turísticos podem ser também
disponibilizados ao público não-comerciário, com adoção de preços diferencia-
dos, desde que a oferta não venha a prejudicar sua demanda interna.
Com tantas perspectivas positivas com as quais o turismo acena, não se deve,
contudo, imaginar que ele possa ser implantado com sucesso em qualquer lu-
gar. A prioridade com que a Atividade Turismo Social poderá ser assumida nos
Departamentos Regionais depende da avaliação do real valor do seu espaço
quanto à sua oferta turística diferencial, das condições de oferta turística técni-
ca disponíveis e, principalmente, do potencial de sua demanda turística.
Não há turismo sem integração efetiva. O turismo só se completa com o
trabalho conjunto de todas as instâncias técnicas e administrativas envolvidas,
que operam dentro de pressupostos básicos em comum.
A busca de modernização do todo é essencial, na medida em que o produto
turístico é, necessariamente, conseqüência de ações integradas a outras Ativida-
des e seus respectivos equipamentos/instalações e serviços.

A dinâmica do Turismo Social no SESC


Todas as questões de democratização do acesso ao público, foco na clientela de
menores rendimentos, preços acessíveis, formas de financiamento disponíveis e
atividades realizadas coletivamente emergem neste momento de revisão e reflexão
sobre a Atividade. Cumpre lembrar que é através da programação que se verifica o
cuidado e a atenção com a clientela da rede de Turismo Social do SESC. De forma
que a programação torna-se o elemento diferencial, na medida em que todo pro-
cesso de sua criação visa proporcionar novas oportunidades de lazer, priorizando o
enriquecimento cultural, a educação, a melhoria das relações interpessoais, o de-
senvolvimento integral da saúde, bem como a indução de novas formas de conduta
dos indivíduos nos grupos sociais, em relação à coletividade e à natureza, tendo
como principal objetivo a multiplicação da consciência ecológica, e em relação ao

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Serviço Social do Comércio

patrimônio histórico-cultural brasileiro. Nessa dinâmica, o SESC operacionaliza


a Atividade através de três modalidades: turismo emissivo (excursões e passeios),
turismo receptivo (passeios locais e traslados) e hospedagem.
Este trabalho focaliza o turismo emissivo, seus aspectos centrais e a impor-
tância de cada uma das etapas do seu planejamento e de sua operacionalização.
O turismo emissivo é a principal modalidade do Turismo Social do SESC,
pois o acesso à clientela, dentro dos princípios da filosofia, se dá pelos passeios
e excursões que são programados e oferecidos aos grupos de viajantes. O tra-
balho deve ser desenvolvido dentro da concepção de rede, na qual passeios e
excursões são ofertados pelo turismo emissivo, e as modalidades hospedagem
e turismo receptivo funcionam como pontos de apoio que viabilizam esse mo-
vimento turístico. O SESC, que desenvolve o Turismo Social dentro de um
contexto social e econômico, deve estar sempre atento às modificações, no sen-
tido de oferecer à sua clientela propostas turísticas emergentes, com a inclusão
de roteiros e ações inovadoras de forte apelo à participação, alcançando fatias
cada vez maiores de participantes dessa forma de turismo.
Quanto à forma de atuação do turismo emissivo, há alguns aspectos que
devem ser observados, para que se incorporem à prática diária, recomendados,
inclusive, no Modelo de Atividade Turismo Social, Módulo de Programação: Tu-
rismo Emissivo:
•  Procurar identificar destinações turísticas e inovar roteiros, com vistas a
diversificar os fluxos e estimular o aproveitamento turístico dos recursos na-
turais, culturais e planejados em mercados emergentes, conjugando-se com
a operacionalidade do processo.
•  A pesquisa deverá se constituir em procedimento metodológico regu-
lar. Para tanto, a realização de sondagem junto à clientela, antes do lança-
mento da programação do Turismo Social, é fundamental para conhecer e
analisar o potencial da demanda, o que proporcionará uma adequação da
oferta de serviços às necessidades e aos interesses da clientela.
•  O estímulo à pesquisa, à estruturação de roteiros e ao intercâmbio
permanente de novos roteiros configura-se elemento-chave para o desen-
volvimento das ações de Turismo Social. A estruturação e o intercâmbio
são temáticas extremamente dinâmicas que contemplam um quadro de
permanente renovação, o que exige a realização de visitas in loco das
destinações turísticas e testes criteriosos de roteiros e programações.

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

•  Criar oportunidades e perspectivas de ampliação de atendimento, con-


templando diferentes segmentos do mercado turístico.
•  Deve-se atentar para a criação de uma rede nacional de ações turís-
ticas no SESC.

Pressupostos
A modalidade turismo emissivo tem a tarefa de planejar, organizar, operacio-
nalizar e coordenar viagens por meio da contratação de diferentes fornecedores
de produtos e serviços turísticos. Essas viagens constituem um novo produto,
integrado e singular – o passeio ou a excursão turística.
Entende-se por passeio visita a um determinado lugar, sem pernoite,
destinada à clientela local do Departamento Regional, com organização
que possibilita a utilização parcial dos serviços turísticos. Excursão é a
viagem com duração e organização, incluindo pernoite, que possibili-
ta a utilização dos serviços turísticos e a apreciação dos atrativos da(s)
destinação(ões) turística(s). A elaboração de ambos os produtos é uma
tarefa criativa, pressupondo iniciativa, imaginação e inovação associadas a
uma organização eficiente.
Embora todos os produtos/serviços do passeio/excursão sejam realizados por
terceiros, cabe ao Setor de Turismo do SESC a iniciativa de reuni-los, planejar a
viagem, responsabilizar-se pelo conjunto dos serviços oferecidos, disponibilizar
o produto à clientela e coordenar sua operacionalização.
O roteiro e o programa formam a base da formatação do passeio e da ex-
cursão turística. Portanto, para a compreensão de todo o processo, torna-se
fundamental a definição dos seguintes elementos:
Roteiro: itinerário, é por onde o passeio/excursão vai passar.
Roteiro Turístico: itinerário de uma viagem com término no ponto de
sua partida e composto por um circuito de atrações, entretenimentos e
serviços turísticos.
Programa: conjunto de atividades desenvolvidas a partir do roteiro.

IMPORTANTE: Devido à natureza do Turismo Social, as ações devem


priorizar a realização de passeios/excursões rodoviárias.

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Serviço Social do Comércio

Sistematização dos Procedimentos Operacionais


A sistematização dos procedimentos operacionais do turismo emissivo com-
preende três etapas: preparação, execução e avaliação. Em todas essas etapas,
as estratégias de marketing, a qualidade dos serviços e a economicidade dos
produtos devem estar sempre presentes.

TURISMO EMISSIVO
Procedimentos

Preparação Execução Avaliação

dos técnicos

Planejamento Reconhecimento Montagem do cliente


e ligações
análise da de- atendimento Divulgação/ Operação do guia de
manda reconhecimento Intermediação turismo
dos locais custos, preços
elaboração de e pagamento estratégias de
roteiro turístico contratação dos divulgação
serviços determinação
elaboração de de custos fixos integração do
programa transportadoras e variáveis grupo

contratação de meios de hospe- integração de código de


guia de turismo dagem roteiros defesa do con-
sumidor
animação tu- restaurantes procedimentos
rística administra- mídia
turismo recep- tivos
tivo

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

1 | PREPARAÇÃO
Sendo a primeira etapa do processo, a Preparação é composta por três fases:
Planejamento, Reconhecimento/Ligações e Montagem.

1.1 PLANEJAMENTO
O sucesso da viagem começa muito antes do primeiro quilômetro rodado.
Cumpre, então, ao planejamento das excursões/passeios definir seus aspec-
tos operacionais, tais como tipo de transporte e meio de hospedagem, pla-
no de alimentação e restaurantes, guias de turismo, duração da viagem em
número de dias, serviços inclusos e opcionais, tudo em função do roteiro e
do programa, como também da demanda real e potencial. Dessa forma, o
planejamento requer um conjunto de ações coordenadas e bem definidas,
compreendendo:

Análise da Demanda
A identificação da clientela deverá ser realizada a partir de pesquisa, através
de instrumentos diversos e/ou coleta de sugestões, junto ao público-alvo do
SESC: freqüentadores das atividades nas Unidades Operacionais, grêmios, gru-
pos, associações, sindicatos, empresas comerciais, instituições afins, ou mesmo
contatos com pessoas, por telefone, e-mail ou através de correspondência, para
identificação das preferências e/ou expectativas da clientela.
A segmentação da clientela deverá orientar a montagem dos roteiros de
Turismo Social, definindo suas características quanto a:
•  duração: curta (1 a 4 dias), média (5 a 10 dias) e longa (acima de 10 dias);
•  faixa etária: criança, adolescente, adulto e idoso;
•  grupos de interesse;
•  objetivos: pedagógico, ecológico, cultural, recreativo e educativo;
•  identificação do perfil motivacional da clientela;
•  destinações turísticas: cidades, estados, regiões e países;
•  oferta de roteiros inovadores;
•  sazonalidade: alta, média e baixa estação;
•  utilização dos meios de hospedagem do SESC;
•  outros meios de hospedagem: hotéis, hotéis de lazer, pousadas, colônias de
férias, albergues de turismo, dentre outros estabelecimentos.

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Serviço Social do Comércio

Roteiro
Para a elaboração de um roteiro turístico, deve-se atentar não somente para
os valores naturais, culturais, sociais e ambientais que funcionam como atrati-
vos, mas também para os aspectos referentes ao perfil da clientela, motivações
e afluências turísticas.
Deve-se elaborar roteiros que visem ao atendimento à clientela comerciária
em atividades como miniférias, fins de semana, feriados prolongados, férias
escolares, e que estejam formalizadas em perfeita consonância com todas as
características dos serviços e equipamentos, evitando-se incorrer em distorções
na sua execução, bem como nas expectativas do cliente.
É necessário que o responsável pela preparação do roteiro tenha conhecimento
prévio dos equipamentos e serviços ofertados, utilizando-se dos seguintes recursos:
•  intercâmbio de informações entre os Departamentos Regionais;
•  consultas a: secretarias ou órgãos de turismo, publicações especializadas etc.;
•  inventário do potencial turístico local;
•  regionalização.

A pesquisa é uma ferramenta essencial para o profissional dar início a todo


o processo de montagem da excursão/passeio. Para tanto, deve-se considerar to-
dos os elementos envolvidos diretamente no desenvolvimento da ação, fundamen-
tada na análise da demanda, resultando assim nos seguintes tipos de pesquisa:
•  dos pontos/atrativos turísticos próximos ou distantes, acessíveis às ações
de Turismo Social;
•  do período mais adequado à realização (considerando férias escola-
res; fins de semana; feriados/períodos prolongados; eventos comemo-
rativos e outros);
•  fatores climáticos;
•  disponibilidade e qualidade dos fornecedores e prestadores de serviços;
•  segmentação da clientela;
•  outras possibilidades/interesses de grupos específicos;
•  sazonalidade regional.
•  do roteiro prévio:
• consulta a sites e publicações especializadas em turismo, como revistas e
suplementos de jornal;
•  coleta de folhetos informativos, cartazes, fotografias, CD-ROMs, fitas

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

de vídeo/DVDs referentes às destinações turísticas para estímulo à parti-


cipação em ações de Turismo Social;
•  levantamento do itinerário/roteiro nos aspectos de: vias de acesso, qua-
lidade da malha rodoviária, serviços de apoio/suporte (postos de abaste-
cimento, hospitais, lanchonetes, restaurantes, hotéis), paradas técnicas,
qualidade da hospedagem, recursos turísticos do percurso e destino final.

O estímulo à pesquisa e o intercâmbio permanente de novos roteiros,


com a realização de site inspections (visitas in loco), possibilitam o desen-
volvimento de ações inovadoras com garantia de qualidade cultural e bai-
xo custo, mesmo no que se refere aos roteiros “em moda”.

Programa
A elaboração do programa consiste em determinar as atividades baseadas
no roteiro, com definição dos pontos a visitar, a mostrar e de interesse. É
recomendável estabelecer etapas diárias que não excedam 400/500 quilôme-
tros de percurso, principalmente quando se tratar de excursões rodoviárias de
grande duração. Neste caso, é conveniente deixar dias livres para que o via-
jante organize programas de sua escolha, como passeios opcionais, compras
ou mesmo descanso.
Na estruturação do programa para divulgação junto à clientela, deverão ser
considerados e constar:
•  local da excursão (roteiro);
•  data/período/duração do programa;
•  local e horário da partida;
•  hospedagem (nome, categoria turística)
•  número de pernoites;
•  horários de chegada e partida de locais especificados no programa;
•  regime de pensão;
•  descrição, em poucas palavras, dos pontos turísticos (paisagístico, geográ-
fico, histórico, folclórico etc.);
•  programação (passeios e refeições) com horário;
•  guia de turismo (acompanhante);
•  seguro de viagem;
•  transporte;

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Serviço Social do Comércio

•  preço por pessoa;


•  condições de pagamento;
•  serviços incluídos ou não no preço do programa;
•  reservas e prazos de pagamento;
•  documentação necessária.

Guia de Turismo
Conforme o Decreto n.º 946, de 1º de outubro de 1993, há a obrigatorie-
dade do guia de turismo cadastrado no órgão oficial de turismo para acompa-
nhar os passeios e excursões. Dependendo da abrangência do roteiro, deve-se
observar a classe de guias de turismo que atenderá os viajantes:
•  guia regional - quando suas atividades compreenderem recepção, tras-
lado, acompanhamento, prestação de informações e assistência a turistas,
em itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais de uma determinada
unidade da federação, para visita aos atrativos turísticos;
•  guia de excursão nacional - quando suas atividades compreenderem
acompanhamento e assistência a grupos de turistas, durante todo o percurso
da excursão de âmbito nacional ou realizada na América do Sul, adotando,
em nome do Turismo Social do SESC, todas as atribuições de natureza téc-
nica e administrativa necessárias à fiel execução do programa;

Portanto, a contratação de guia de turismo para acompanhamento de gru-


pos de Turismo Social deve seguir os seguintes critérios:
•  passeios/excursões intermunicipais - guia regional
•  passeios/excursões interestaduais - guia de excursão nacional

O guia de turismo deve implementar um sistema eficiente de comunicação


com o grupo, dando informações indispensáveis ao cumprimento da progra-
mação da ação de Turismo Social (horários, datas, taxas, regulamentos, ade-
sões, inscrições e normas), bem como manter os passageiros informados de
todas as alterações durante a realização do roteiro.

O Departamento Regional deverá manter esquema de apoio as suas excur-


sões, como telefones para contatos: SESC destino(s), seguradora, transporta-
dora e meio(s) de hospedagem); ficha de apoio de cada excursionista, conten-

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

do dados referentes a sua saúde (medicamentos, doença/alergia, convênio de


saúde, tipo sangüíneo e contato de parente/amigo).
Recomenda-se, ainda, para preservar as condições de segurança e controle
do grupo, que o guia de turismo disponha das seguintes informações: identifi-
cação completa dos participantes (existência de médicos, enfermeiras e de ou-
tros profissionais no grupo); cadastro de informações de utilidade pública nas
localidades a serem visitadas, como instituições oficiais de apoio emergencial:
Agência Nacional de Transporte (ANTT), delegacia do turista, hospital, corpo
de bombeiros, polícia rodoviária estadual/federal, dentre outros).
Tanto o guia regional quanto o guia de excursão nacional devem rea-
lizar atividades educativas com o objetivo de sensibilizar o grupo para o
respeito à proteção e à preservação ambiental, considerando-se que, fre-
qüentemente, as atividades turísticas apresentam características predató-
rias. Como também têm a função de animadores turísticos/culturais, por
conseguinte devem dominar as técnicas de trabalho com grupos, elemen-
tos de liderança e sensibilidade, elementos de musicalização, jogos teatrais
e de integração, elementos de cultura popular, informações geográficas,
históricas, políticas e econômicas.

Animação Turística
A animação deve ser parte integrante do produto turístico, na medida em
que a mesma é o diferencial qualificador do trabalho do SESC em relação ao
turismo convencional e à rede hoteleira. Na programação da animação turística
devem estar presentes fatores que possam contribuir para o crescimento pessoal
e do grupo de excursionistas, como:
•  estimular a iniciativa dos participantes;
•  desenvolver atividades/brincadeiras que garantam a intensa comunicação
e a integração do grupo;
•  criar bem-estar individual e coletivo;
•  disseminar costumes e tradições das regiões;
•  divulgar e vivenciar as artes, o folclore, o patrimônio histórico e artístico
das localidades;
•  propiciar condições que possibilitem o processo de educação para e pelo
turismo, diferenciando-se do turismo comercial.

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Serviço Social do Comércio

As metas básicas da animação objetivam atender cada segmento da deman-


da turística, de acordo com as diversas modalidades de prática no Turismo
Social e os múltiplos perfis motivacionais da clientela. A metodologia utilizada
deverá ser aquela já desenvolvida em Unidades Operacionais do SESC em
termos de recreação e trabalho com grupos.
A animação turística deverá constituir-se em processo a ter início desde o
momento da inscrição do participante na programação de Turismo Social,
através da realização de reuniões prévias às excursões, cabendo ao guia de tu-
rismo (animador) manter, criteriosamente, um bom nível de motivação do
grupo. As técnicas de apresentação mútua durante o processo são elementos-
chave na manutenção e no estímulo à participação do grupo em atividades
socioculturais-recreativas.
A consolidação da proposta de animação turística não deverá esgotar com
o término da excursão, devendo estender-se através da realização de reuni-
ões, da oferta de espaço para confraternizações e da participação em outras
atividades do SESC.

1.2 RECONHECIMENTO E LIGAÇÕES


Fase que tem como objetivo o reconhecimento dos locais a serem operados
e a contratação dos serviços necessários. Devem ser realizados contatos com
transportadoras, meio(s) de hospedagem, restaurante(s), setor de turismo re-
ceptivo dos demais Departamentos Regionais do SESC, como também veri-
ficações de autorizações, aquisições de ingressos, horários de funcionamento
dos atrativos, dentre outros.
Nessa fase do processo já existem definições de destino, tipo de produto e
de segmentos de público para os quais se voltam a viagem. Assim, cabe à área
de operação contratar fornecedores adequados ao perfil do público e às carac-
terísticas do roteiro. Para a efetivação dessas contratações, o Setor parte de um
processo de pesquisa, selecionando fornecedores que se encaixem no perfil do
produto turístico, mas que possuam o mais alto padrão de qualidade. Reco-
menda-se a constituição de um quadro de fornecedores-parceiros como um
meio de garantir a qualidade dos serviços prestados à clientela. O Setor deve
manter uma base de dados e cultivar um relacionamento estreito e harmôni-
co com seus fornecedores. Em contrapartida, deve-se buscar no fornecedor a
adoção do comprometimento com a qualidade.

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

O gerenciamento da Atividade deve apropriar-se de procedimentos admi-


nistrativos, regulamentados pela entidade, na escolha dos serviços que serão
utilizados, como:
•  cadastro de fornecedores;
•  conhecimento da infra-estrutura (segurança, conforto e qualidade);
•  observância da documentação que habilita o funcionamento do fornece-
dor (registro no órgão oficial de turismo e licença da ANTT);
•  intercâmbio constante de informações sobre novos serviços e equipamen-
tos entre os Departamentos Regionais;
•  visita de avaliação, quando necessário à definição da contratação.

Transporte
•  Pesquisa de mercado para conhecimento da infra-estrutura da rede de trans-
portes local e/ou regional (transporte rodoviário, ferroviário, hidroviário, aéreo);
•  Definição do perfil técnico dos prestadores de serviços;
•  Conhecimento do equipamento para averiguação de: competência (pon-
tualidade, asseio, qualidade dos serviços); segurança; conforto, estado de
manutenção, conservação; serviços oferecidos; antecedentes contratuais.
•  Licitação (carta convite, concorrência ou pesquisa de preços), conforme
resolução do Conselho Regional de cada Administração:
a)  deve constar roteiro básico, itinerário, serviços de bordo a serem pres-
tados, valor do quilômetro rodado, capacidade do número de poltronas,
horário, ano e meio de transporte;
b)  prever na licitação a garantia da prestação dos serviços solicitados;
c)  observar os trâmites legais para autorização pelos órgãos públicos de
viagem. Em caso de quebra, avaria, deve constar na licitação que a empre-
sa coloque um equipamento do mesmo nível do contratado;
d)  forma e prazo de pagamento;
e)  categoria/padrão do veículo;
f )  flexibilizar o processo de contratação de ônibus.
•  Exigência de documentação pertinente à empresa de transporte, para efe-
tivação do contrato:
a)  certificado de registro e licenciamento de veículo expedido pelo Detran;
b)  certificado de cadastro do ônibus na Agência Nacional de Transporte Ter-
restre (ANTT), conforme resolução ANTT n.º 17, de 23 de maio de 2002;

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Serviço Social do Comércio

c)  certificado de segurança veicular, atestando a adequada manutenção,


conservação e preservação de suas características técnicas, conforme Títu-
lo I da Resolução ANTT n.º 17, de 23 de maio de 2002. Esse documento
deverá ser expedido pelos poderes concedentes de transporte rodoviário
federal, estadual ou municipal;
d)  certificado do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur);
e)  autorização de viagem de fretamento contínuo, expedido pela ANTT,
Decreto n.º 2521/98;
f )  certificado de registro para fretamento (CRF), Resolução ANTT
18/02, título I, Art. 5º;
g)  apólice de seguro de responsabilidade civil, conforme título III da Re-
solução ANTT n.º 19, de 23 de maio de 2002.

Meios de Hospedagem Alternativos/Rede Hoteleira


Visando ao aperfeiçoamento do processo de seleção dos meios de hospe-
dagem alternativos (albergues de turismo, colônias de férias e hospedarias) e
rede hoteleira, bem como para evitar distorções quanto às características locais,
propõe-se que o cadastramento e a negociação de meios de hospedagem alter-
nativos sejam realizados pelos Departamentos Regionais.
Cada Departamento Regional, através de seus setores/serviços de turismo
emissivo/receptivo, poderá viabilizar levantamentos, encaminhando-os aos de-
mais. Poderá também efetuar os bloqueios em nome dos interessados, otimi-
zando, assim, a possibilidade de melhores atendimento e preço.

Rede Extra-Hoteleira do SESC


A sistematização dos procedimentos de reservas entre os Departamentos
Regionais é de fundamental importância para tornar o processo ágil, eficiente
e eficaz. Para tanto, propõem-se as seguintes medidas:
a)  A solicitação de vagas para grupos de excursões de Turismo Social nos
meios de hospedagem do SESC pode ser feita, no máximo, com 12 meses
de antecedência da realização da programação.
b)  O prazo para resposta dos meios de hospedagem às solicitações de vagas
deve ser, no máximo, de 15 dias após a data das solicitações.
c)  A política de prazos de reservas também pode prever o momento de
garantia da reserva pelo solicitante, quando normalmente é fechada a nego-

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

ciação do número de UHs a ser utilizado pelos grupos.


d)  O prazo para cancelamento de vagas após a confirmação deve ser de 30
dias de antecedência à realização da programação, ou negociado de acordo
com a disponibilidade do meio de hospedagem.
e)  O prazo para encaminhamento do rooming list (relação nominal dos hós-
pedes) pode ser de acordo com a necessidade de cada meio de hospedagem.

A adoção de uma política de cobrança para grupos nos meios de hospeda-


gem do SESC deve compreender algumas práticas que traduzam o mínimo ris-
co que as negociações entre Departamentos Regionais do SESC representam:
cobrança de preço único para grupos; flexibilização dos prazos de pagamento,
possibilitando o acerto financeiro após a saída do grupo na baixa/média esta-
ção e um sinal mais complementação após check out na alta estação; isenção
da cobrança de taxas para motoristas e guias de turismo; preço diferenciado
conforme ocupação da unidade habitacional.
O atendimento às excursões de Turismo Social nos meios de hospedagem do
SESC deve acontecer em todos os períodos do ano (baixa, média e alta estação).

1.3 MONTAGEM
Fase na qual associa-se o planejamento aos serviços contratados, realizando
a cotização do programa e tendo como resultado o produto turístico – excur-
são ou passeio.
Na montagem, o foco principal é a missão do Turismo Social do SESC, que
tem como objetivo abrir portas e caminhos para que as pessoas de menor renda
conheçam o Brasil, usufruindo de produtos turísticos de qualidade com preços
acessíveis. Para tanto, determinados aspectos devem ser observados, como:

Atendimento
•  priorizar a participação da clientela comerciária de todas as localidades do
estado, independentemente do local de partida das excursões/passeios;
•  adoção de preços diferenciados para não-comerciários;
•  diversificar ao máximo a clientela atendida;
•  estender a programação para as diversas faixas etárias.

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Serviço Social do Comércio

Custos, Preço e Pagamento


Estabelecimento de uma política de custeio para a atividade em nível de De-
partamentos Regionais, considerando-se os níveis de subsídio aplicáveis, a fim
de viabilizar as operações do setor. Para se chegar aos preços de venda, deve-se
observar a determinação dos custos fixos e variáveis.
A técnica para compor a estrutura de custo dos programas prevê a inclusão
de todas as despesas diretamente relacionadas à atividade, tais como: transpor-
te, hospedagem, alimentação, serviços, seguros, acrescidas das despesas pro-
venientes do acompanhamento técnico (guia de turismo regional/nacional,
guias de turismo local, diárias, ajudas de custo e refeições).

Determinação dos Custos Fixos e Variáveis


•  Custos Fixos
São consideradas as despesas que independem do número de participan-
tes/excursionistas, a saber: transporte e guias de turismo.
•  Custos Variáveis
São consideradas as despesas relativas a cada participante/excursionista, a
saber: preço de hospedagem, alimentação, seguro de viagem, serviço de
bordo, brindes e taxas turísticas.

Cálculo do Preço de Venda


O levantamento dos custos fixos e variáveis deverá definir o preço de venda
unitário, obedecidos os critérios de cada Administração Regional. Recomenda-se,
tecnicamente, a utilização de sistemas que definam o ponto de equilíbrio financei-
ro da excursão, objetivando assegurar e agilizar a operacionalização da atividade.
A partir do preço de venda, deve-se estudar o nível de subsídio aplicável a
cada operação. E, nesse momento, cabe lembrar do Fundo de Sustentação de
Programas Prioritários (Funpri), que, mesmo sendo um fundo cujos recursos
são repassados para auxiliar a realização das despesas correntes na modalidade
hospedagem, poderá refletir-se também na modalidade emissivo, uma vez que
poderá influenciar, através dos preços de hospedagem, nos preços finais das
excursões e passeios.
Em cumprimento ao que determinam as Diretrizes do Qüinqüênio, os be-
neficiários do SESC de menor renda deverão ter sua participação no Turismo
Social garantida, através de subsídios que viabilizem sua participação. Essa é a

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

clientela preferencial do SESC, conforme está estabelecido nas Diretrizes Gerais


de Ação do SESC.

Pagamento
Quanto ao pagamento, recomenda-se facilitar o acesso do comerciário e seus
dependentes, com opções de uso de cartão de crédito, sem juros, e de parcela-
mento antecipado ou a posteriori. A critério de cada Administração Regional,
o preço de venda ao cliente não-comerciário poderá ser parcelado ou não.
As Administrações Regionais do SESC subvencionadas devem incentivar a
aplicação do Fundo de Atendimento ao Comerciário (Funac) na Atividade
Turismo Social, o que possibilita aos comerciários o pagamento parcelado dos
produtos turísticos, como passeios, excursões e estadas na rede extra-hoteleira
do SESC, em até 12 meses sem juros.

Integração de Roteiros e/ou Participantes entre Departamentos Regionais


A rede de Turismo Social do SESC possibilita a realização de passeios ou
excursões conjuntos entre dois ou mais Departamentos Regionais, com uti-
lização de dois ou mais meios de hospedagem da própria rede e, também, a
participação de viajantes de um estado em excursões de outro.

Procedimentos Administrativos
Recomenda-se sistematizar procedimentos que registrem e documentem to-
das as fases da atividade, compreendendo:
•  identificação da demanda;
•  oficialização junto à administração superior;
•  elaboração do roteiro;
•  planilha de custos;
•  tomada de preços/licitações (procedimentos regulamentados pela entidade);
•  divulgação e vendas;
•  controle de vendas: recibo de pagamento de excursão; fichas de inscri-
ção; distribuição de aposentos; distribuição de poltronas; condições gerais
de cada roteiro;
•  fechamento das vendas;
•  prestadores de serviços: meios de hospedagem, transportadora e segurado-
ra (envio de lista de passageiros, adiantamentos e pagamentos);

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Serviço Social do Comércio

•  prestação de contas (reunir documentação das despesas decorrentes da


atividade, para análise do desempenho financeiro).

2 | EXECUÇÃO
A etapa de Execução é composta por duas fases: Divulgação/Interme-
diação e Operação.

2.1 DIVULGAÇÃO/INTERMEDIAÇÃO
A divulgação será voltada de forma preferencial à clientela do SESC, valen-
do-se de instrumentos usualmente utilizados nos demais programas – cartazes,
prospectos, informativos internos e banners –, sempre atentando para que o in-
vestimento em material de divulgação não onere as excursões, ou seja, que seus
custos não entrem na formação dos preços de venda dos passeios e excursões.

Estratégias de Divulgação
•  inclusão dos passeios e excursões no folheto mensal/trimestral da programa-
ção das atividades do Departamento Regional e de cada unidade operacional;
•  contato com gerentes, assistentes sociais de empresas e presidentes
de associações;
•  visita aos estabelecimentos de ensino;
•  elaboração de um cadastro de pessoas físicas e jurídicas;
•  divulgação das excursões/passeios em todas as unidades operacionais
do SESC;
•  divulgação através de circuito interno de TV nas unidades operacio-
nais do SESC;
•  fixação de roteiros/cartazes em painéis em todas as unidades operacionais
do SESC, empresas comerciais e/ou outros locais de acesso do público-alvo;
•  distribuição de roteiros à clientela comerciária (participante de outras ati-
vidades do SESC, nas empresas, grupos);
•  inscrição e venda em todas as unidades operacionais do SESC, via Internet;

Com vistas à redução de custos, não se recomenda o uso dos meios de co-
municação de massa (rádio, televisão, jornal) para a divulgação dos produtos
e serviços turísticos do SESC.

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

Integração dos Grupos de Excursionistas


•  Reunir os grupos, antes da viagem, com a finalidade de promover a inte-
gração interpessoal;
•  Explicar, detalhadamente, o roteiro turístico e o programa da excursão/
passeio, possibilitando que todos os participantes conheçam melhor o pro-
duto e os serviços a serem prestados, e como usufruí-los;
•  Especificar os serviços oferecidos nos meios de hospedagem e demais
equipamentos turísticos do SESC, atentando para o Código de Defesa
do Consumidor.

2.2 OPERAÇÃO
Trata-se, essencialmente, da atividade-fim, ou seja, a realização da viagem.
Tem as atribuições de mobilização, articulação e coordenação dos diversos ser-
viços que integram a excursão/passeio durante todo o ciclo do roteiro turís-
tico. A seqüência operacional é uma composição de diferentes serviços, tais
como guias de turismo, transportes, hospedagem, alimentação, lazer e serviços
complementares. A sucessão e o encadeamento entre os serviços devem, tan-
to quanto possível, ser imperceptíveis para o viajante, além da qualidade que
cada um deles deve possuir. O profissional ou o setor responsável pela opera-
ção deve planejar seu desenvolvimento com base na metodologia mencionada,
cuidando e acompanhando a entrega de serviços com qualidade em todos os
pontos de contato com os clientes. Torna-se fundamental a verificação, com os
clientes, do nível de satisfação alcançado pela prestação dos serviços, visto que
a opinião deles é fator decisivo para o replanejamento ou redirecionamento das
ações planejadas para o roteiro turístico.

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Serviço Social do Comércio

3 | AVALIAÇÃO
Trata-se de um instrumento de efetiva importância para o acompanha-
mento da atividade, norteando novas programações, validando as já existen-
tes, ou corrigindo eventuais distorções. Para tanto, indica-se a adoção de três
formas de avaliação:
•  Dos técnicos que atuam na atividade:
•  reuniões
•  elaboração de relatório operacional e de consolidação dos opinários
•  Do cliente:
•  opinários
•  depoimentos e reuniões (com dramatizações, troca de endereços, e-
mails e fotos)
•  Do guia de turismo:
•  relatório da excursão
•  reuniões periódicas
•  discussão em equipe
•  avaliação periódica dos serviços do roteiro e prestadores de serviços
feedback da clientela

Recomendações importantes sobre turismo emissivo


1)  Criação de um banco de informações gerais pertinentes ao turismo;
2)  Levantamento, estudo e análise de destinações turísticas que possibili-
tem a elaboração de produtos diferenciados;
3)  Desenvolver novos roteiros e programas, enfatizando o turismo educa-
cional, cultural e ecológico;
4)  Análise da infra-estrutura básica e turística das destinações turísticas;
5)  A realização de site inspections (visitas in loco) nas destinações tu-
rísticas, pelos coordenadores e técnicos da área, é de extrema impor-
tância no desenvolvimento do Turismo Social, pois possibilita o apare-
cimento de ações inovadoras com garantia de qualidade cultural e bai-
xo custo. Por vezes, deixam de ser realizadas por representarem custos
que não serão diretamente pagos pela clientela, mas é importante que
sejam encaradas como investimento na qualidade e na segurança dos
produtos oferecidos;

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

6)  Estudo dos atrativos turísticos naturais e culturais regionais;


7)  Elaborar estudos e pesquisas visando adequar a oferta de serviços à clientela;
8)  Priorizar o aspecto sociocultural das excursões/passeios, com ênfase na
ação de educação para e pelo Turismo;
9)  Elaborar programação sistemática, procurando disponibilizar à sua clien-
tela passeios de um dia e excursões de curta duração;
10)  Determinar que os preços de venda das excursões apresentem variações
substanciais entre as categorias, visando, dessa forma, estimular, prestigiar e
priorizar a participação dos comerciários e seus dependentes nas programa-
ções turísticas, prioritariamente aqueles de menor renda;
11)  Estratégias para promoção e divulgação do Turismo Social:
•  criação de um cadastro atualizado de clientes que possibilite, de imedia-
to, o conhecimento do quantitativo e do perfil da clientela, bem como o
envio de mala direta mais eficiente/eficaz;
•  levantamento atualizado dos principais clientes (empresas) que reco-
lhem para o Sistema, objetivando desenvolver ações específicas para os
colaboradores daquelas empresas e seus dependentes;
•  visitas e contatos diretos sistemáticos com: empresas, centros sociais,
grupos da terceira idade e associações de funcionários aposentados;
•  estabelecer um plano de trabalho que conste de visitas sistemáticas às
instituições de ensino – público e privado;
•  instituir parcerias para o desenvolvimento de ações na área de turismo
educacional e cultural;
•  buscar envolvimento com órgãos e associações de classe do Trade
Turístico local;
•  incentivar a aplicação do Fundo de Atendimento ao Comerciário (Fu-
nac) na Atividade Turismo Social, o que possibilita ao comerciário o pa-
gamento parcelado dos produtos turísticos, como passeios, excursões e
estadas na rede extra-hoteleira do SESC, em até 12 meses sem juros;
•  divulgação da programação e dos serviços prestados pela Atividade para os
coordenadores e demais servidores do SESC envolvidos com outras ativida-
des (professores de esportes, professores do ensino de jovens e adultos etc.);
•  contato com gerentes, assistentes sociais de empresas e presidentes de
associações, e através deles ter acesso ao número de funcionários que
estarão de férias nos meses seguintes, a fim de promover uma divulgação
mais direcionada;
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Serviço Social do Comércio

•  é recomendável que haja um planejamento antecipado da programa-


ção a ser realizada, a fim de obter tempo suficiente para a divulgação e
a comercialização das ações. Algumas experiências de sucesso eviden-
ciam a eficácia do planejamento anual, com possibilidades de mudan-
ças, caso necessário.

Os Meios de Hospedagem
Uma questão sempre presente nas discussões sobre o Turismo Social do
SESC refere-se ao papel dos meios de hospedagem, dentro da proposta de de-
mocratização do acesso aos produtos e serviços turísticos. Priorizar a utilização
intensiva dos meios de hospedagem do SESC, através das ações de Turismo
Social, a fim de reduzir ou mesmo eliminar sua ociosidade, é uma diretriz clara
para quem opera na Atividade.
É importante lembrar que é a presença de um meio de hospedagem (quer
seja ele do SESC ou conveniado) nos destinos selecionados pelo turismo emis-
sivo que vai possibilitar a oferta de pacotes turísticos com preços acessíveis à
clientela-alvo. O que leva à conclusão que a principal função dos meios de
hospedagem, dentro do Turismo Social do SESC, é a de “suporte” ao movi-
mento gerado pela modalidade turismo emissivo.
A adoção de práticas hoteleiras nos meios de hospedagem do SESC também
está relacionada à democratização do acesso aos comerciários, já que a profis-
sionalização das atividades e a uniformização dos procedimentos adotados re-
sultam em otimização do tempo das equipes e redução nos custos de insumos,
que, conseqüentemente, refletem no preço final das tarifas aplicadas.
Cumpre lembrar que o princípio do Turismo Social de tornar as viagens
viáveis para o maior número de pessoas possível, a preços acessíveis, principal-
mente às pessoas de menor renda, não exime seus operadores de comerciali-
zarem produtos e serviços dentro de bons padrões de qualidade, notadamente
no que diz respeito aos meios de hospedagem.
Os pontos dessa relação turismo emissivo-hospedagem, apresentados a se-
guir, facilitam a visualização do papel de cada um dos atores, dentro da sua
modalidade, ilustrando o conceito de rede do Turismo Social, e mostrando
que não existe uma modalidade mais importante que a outra:
•  A importância da articulação dos membros da rede de Turismo Social
– é fundamental que haja uma busca pelo entrosamento dos Departamen-

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

tos Regionais que se visitam. O comportamento profissional dentro dessas


relações contribui, significativamente, para o estabelecimento e o cumpri-
mento de prazos, abertura dos canais de comunicação (reservas de pacotes
e de hospedagem), mecanismos de operação mais ágeis, boas práticas co-
merciais (políticas tarifárias claras e coerentes) que facilitem a ocupação das
excursões, e, por conseqüência, dos meios de hospedagem.
•  A associação do meio de hospedagem com a comunidade local – é princí-
pio do Turismo Social fomentar o respeito pela região turística, e contribuir
para o desenvolvimento das localidades (e suas comunidades) onde estão
inseridos seus meios de hospedagem.
•  A importância da programação de lazer nos meios de hospedagem – a
animação é o grande diferencial qualificador do trabalho do SESC, em Tu-
rismo Social. Utilizando uma linguagem de marketing, para comerciários
e seus dependentes, a “marca SESC” está associada também ao lazer. Um
hotel, colônia de férias ou pousada bem equipado, de padrão elevado de
qualidade, exerce considerável atração sobre o seu público potencial. En-
tretanto, a expectativa do hóspede do SESC por momentos de diversão su-
pera tudo isso. Assim, um apartamento limpo, arrumado e bem equipado,
comida saborosa e elaborada dentro dos padrões de segurança alimentar
e equipes treinadas para prestar impecáveis serviços de hospitalidade têm
suma importância, mas uma programação de lazer diversificada (mesmo
que o cliente não a utilize completamente, e não importando o seu pe-
ríodo de permanência) é fundamental para o resultado final do trabalho
do Turismo Social, que, segundo as Diretrizes Gerais de Ação do SESC,
em vigor, enquanto atividade de lazer, tem como objetivo proporcionar
experiências gratificantes de reflexão, fantasia, entretenimento e recreação
aos indivíduos, que se acrescentam à vida, sem com isso abandonar a pre-
ocupação com a recuperação do indivíduo do desgaste físico e mental,
resultante das suas obrigações.
•  Meio ambiente – o grau de contribuição social de um empreendimento
hoteleiro, enquanto fomentador da atividade turística e agente educador
e transformador da sociedade, está também relacionado ao respeito e ao
cuidado com a proteção e a preservação do meio ambiente. E esse com-
portamento é refletido tanto nas práticas e técnicas adotadas, que perpas-
sam todos os setores dos meios de hospedagem (governança – limpeza e

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Serviço Social do Comércio

manutenção; compras – seleção de fornecedores conscientes e engajados


em causas ambientais; A&B – aproveitamento integral dos alimentos; es-
critórios – utilização consciente de papel e materiais em geral), quanto
nas ações de educação ambiental que são desenvolvidas, contempladas em
atividades lúdicas e culturais, que induzem novas formas de observação e
conduta dos indivíduos em relação à natureza e possibilitam a multiplica-
ção da consciência ecológica.

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Modelo da Atividade Turismo Social | Módulo de Programação: Turismo Emissivo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Serviço Social do Comércio

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BRASIL. Lei nº 8.623, de 28 de janeiro de 1993. Dispõe sobre a profissão de


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