Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APRESENTAÇÃO
1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo de Sistemas Construtivos Light Wood
Projeto em Consulta Nacional
24.04.2019 25.10.2019
2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória.
© ABNT 2021
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.
Prefácio
A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).
Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.
Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.
A ABNT NBR 16936 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), pela
Comissão de Estudo de Sistemas Construtivos Light Wood Frame (CE-002:126.011), com a participação
do Comitê Brasileiro de Madeira (ABNT/CB-031). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme
Edital nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX.
A ABNT NBR 16936:2021 não se aplica aos projetos de construção que tenham sido protocolados
para aprovação no órgão competente pelo licenciamento anteriormente à data de sua publicação
como Norma Brasileira, nem àqueles que venham a ser protocolados no prazo de até 180 dias após
esta data.
Scope
This Standard provides guidelines for light wood frame construction systems covering design and
building conditions (fabrication, transportation, assembly and storage on site).
This Standard establishes the method of evaluating and the performance conditions of the light wood
frame construction systems and the appropriate conditions for receipt by the end customer, and
maintenance in such a way as to guarantee the performance required by the system.
This Standard applies to single or twin-storey buildings, isolated or twinned up to two floors
(ground floor + 01 floors), and does not apply to multifamily buildings with overlapping autonomous units.
NOTE This Standard does not define the degree of industrialization of the process.
Projeto em Consulta Nacional
1 Escopo
Projeto em Consulta Nacional
Esta Norma fornece as diretrizes para sistemas construtivos light wood frame, incluindo as condições
de projeto e execução (fabricação, transporte, montagem e armazenamento no canteiro).
Esta Norma estabelece um método de avaliação e as condições de desempenho dos sistemas construtivos
light wood frame, bem como as condições de aceitação e manutenção pelos usuários, necessárias
para garantir a performance esperada da edificação.
Esta Norma se aplica a edificações térreas ou assobradadas, isoladas ou geminadas de até dois
pavimentos (térreo + 01 pavimento), não se aplicando a edificações multifamiliares com unidades
autônomas sobrepostas.
2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências
datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições
mais recentes do referido documento (incluindo emendas).
ABNT NBR 5626, Sistemas prediais de água fria e água quente – Projeto, execução, operação e manutenção
ABNT NBR 6232, Penetração e retenção de preservativos em madeira tratada sob pressão
ABNT NBR 13277, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
Projeto em Consulta Nacional
da retenção de água
ABNT NBR 13278, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da densidade de massa e do teor de ar incorporado
ABNT NBR 13280, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da densidade de massa aparente no estado endurecido
ABNT NBR 13729, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da resistência à tração na flexão e à compressão
ABNT NBR 14037, Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operações e manutenção das
edificações – Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos
ABNT NBR 15258, Argamassa para revestimento de paredes e tetos – Determinação da resistência
potencial de aderência à tração
ABNT NBR 15259, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da absorção de água por capilaridade e do coeficiente de capilaridade
ABNT NBR 15261, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da variação dimensional (retratação ou expansão linear)
ABNT NBR 15498, Placa de fibrocimento sem amianto – Requisitos e métodos de ensaio
ABNT NBR 15526, Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais
e comerciais – Projeto e execução
ABNT NBR 15575-2, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 2: Requisitos para os sistemas
estruturais
ABNT NBR 15575-3, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 3: Requisitos para os sistemas
de pisos
ABNT NBR 15575-4, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 4: Requisitos para os sistemas
de vedações verticais internas e externas – SVVIE
ABNT NBR 15575-5, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 5: Requisitos para os sistemas
de coberturas
ABNT NBR 15705, Instalações hidráulicas prediais – Registro de gaveta – Requisitos e métodos de ensaio
ABNT NBR 15758-1:2009, Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Projetos e
procedimentos executivos para montagem – Parte 1: Requisitos para sistemas usados como paredes
ABNT NBR 16401-3, Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários – Parte 3: Qualidade
do ar interior
ISO 2081, Metallic and other inorganic coatings – Electroplated coatings of zinc with supplementary
treatments on iron or steel
ISO 12572, Hygrothermal performance of building materials and products – Determination of water
vapour transmission properties – Cup method
ISO 29864, Self adhesive tapes. Measurement of breaking strength and elongation at break
ASTM C1177/C1177M, Specification for glass mat gypsum substrate for use as sheathing
ASTM D3723, Test method for pigment content of water-emulsion paints by low-temperature ashing
ASTM D5034, Test Method for breaking strength and elongation of textile fabrics (grab test)
ASTM E1677, Specification for air barrier (AB) material or assemblies for low-rise framed building walls
ASTM E2556/E2256M, Specification for vapor permeable flexible sheet water-resistive barriers intended
for mechanical attachment
EN 310, Wood-based panels – Determination of modulus of elasticity in bending and of bending strength
EN 789, Timber structures –Test methods – Determination of mechanical properties of wood-based panels
EN 1931, Flexible sheets for waterproofing – Bitumen, plastic and rubber sheets for roof waterproofing –
Determination of water vapour transmission properties
EN 1995-1-1:2004, Eurocode 5: Design of timber structures – Part 1-1: General – Common rules and
rules for building
EN 13496, Thermal insulation products for building applications – Determination of the mechanical
properties of glass fibre meshes as reinforcement for external thermal insulation composite systems
with renders (ETICS)
Projeto em Consulta Nacional
EN 13859-1, Flexible sheets for waterproofing – Definitions and characteristics of underlays – Part 1:
underlays for discontinuous roofing
3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.
3.1
absorventes acústicos
materiais capazes de absorver o som
NOTA Em geral são materiais porosos (por exemplo, lã de vidro, lã de rocha, poliuretano, fibras de madeira,
vermiculita, fibras cerâmicas, cortiça, tecidos, tapetes, entre outros).
3.2
alburno
branco
brancal
borne
lenho situado entre a casca e o cerne, geralmente de coloração mais clara que este, constituído por
elementos celulares ativos (na árvore viva)
3.3
áreas molhadas
áreas da edificação cuja condição de uso e exposição pode resultar na formação de lâmina de água
3.4
áreas molháveis
áreas da edificação que recebem respingos de água decorrente da sua condição de uso e exposição,
e que não resulte na formação de lâmina de água
3.5
argamassa de tratamento de juntas dissimuladas
argamassa cimentícia flexível utilizada para vedação das juntas das placas de fibrocimento sem amianto
3.6
barreiras impermeáveis à água e permeáveis ao vapor
mantas ou membranas impermeáveis à água e permeáveis ao vapor d’água
3.7
basecoat
revestimento externo de base cimentícia, reforçada com aplicação de tela de fibra de vidro álcali resistente,
aplicada sobre a chapa de fibrocimento sem amianto de fechamento externo
3.8
Projeto em Consulta Nacional
cerne
parte interna do lenho, envolvida pelo alburno, constituída por elementos celulares sem atividade
fisiológica, geralmente caracterizada por possuir coloração mais escura que o alburno
3.9
chapas de dente estampado
chapas dentadas metálicas utilizadas para conectar os perfis de uma treliça ou elementos estruturais
formados por peças de madeira
3.10
chapas de gesso para drywall
chapas fabricadas industrialmente mediante um processo de laminação contínua de uma mistura de
gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão, no qual uma chapa é virada sobre as bordas
longitudinais e colada sobre a outra
3.11
componente nivelador
componente com a função de regularizar a base para apoio da travessa inferior do quadro estrutural
3.12
componentes da face superior do entrepiso com função estrutural
painéis ou chapas fixadas nos barrotes e vigas estruturais
3.13
componentes de contraventamento
peças de madeira (horizontais ou diagonais), painel de OSB ou chapa de compensado estrutural
fenólico, empregados com função de contraventar a estrutura principal
3.14
componentes de fechamento internos e externos
painéis ou chapas fixadas nos quadros estruturais, constituindo as faces das paredes
3.15
componentes de madeira maciça serrada
peças de madeira maciça serrada
componentes provenientes do processo de serra (desdobro) de toras de madeira
3.16
componentes de revestimento ou acabamento
materiais sem função estrutural, com função estética, determinantes para a durabilidade do sistema
construtivo
3.17
contrapiso
camada de argamassa para nivelar a superfície de um piso, sobre a qual se aplica o acabamento/revestimento
3.18
contraverga
perfil utilizado horizontalmente no limite inferior das aberturas (janelas e outras)
3.19
cupins
Projeto em Consulta Nacional
3.20
durabilidade natural
característica intrínseca de cada espécie botânica de madeira de resistir ao ataque de organismos xilófagos
NOTA De modo geral, o conceito de durabilidade natural está sempre associado ao cerne da espécie
de madeira, na medida em que, na prática, o alburno de todas as espécies de madeira é considerado não
durável ou perecível.
3.21
edificação assobradada
edificação residencial que apresenta dois pavimentos
3.22
elementos de fixação
elementos ou dispositivos que fazem a ligação entre duas peças de madeira ou entre madeira e chapas,
transferindo esforços de tração, compressão, cisalhamento ou momento fletor
EXEMPLO Mecanismos de encaixe, cavilhas, parafusos, pregos anelados ou tipo ardox, grampos, ganchos
de ancoragem, chumbadores, conectores, pinos, chapas com dente estampado e/ou colas. São diversos
os tipos de fixação: fixação entre componentes de madeira de cada sistema (chapas, quadros estruturais,
contraventamentos, revestimentos, barreiras, isolantes e esquadrias do fechamento); fixação entre subsistemas
(parede-piso, parede-cobertura, piso-fundação, parede-fundação, isolantes).
3.23
entrepiso
sistema de piso de unidades autônomas assobradadas (isoladas e/ou geminadas)
3.24
forro
revestimento inferior de cobertura ou de entrepisos, aderido, suspenso ou com estrutura independente
3.25
fungos
micro-organismos capazes de se desenvolverem na madeira, causando manchas e/ou a deterioração
dos tecidos lenhosos
3.26
isolante térmico
materiais isolantes que dificultam a propagação de calor, caracterizados por sua resistência térmica
3.27
junta
espaço ou encontro entre os componentes de fechamento
3.28
madeira beneficiada
madeira serrada após algum processo que altera suas dimensões ou sua superfície, por exemplo
o aparelhamento, ou aplanamento
3.29
madeira engenheirada
composto de madeira formado pela adição de adesivos a uma capa e múltiplas camadas de madeira
ou de painel de madeira reconstituída formando um material composto de melhor desempenho ou
oriundo de algum outro processo que utilize a madeira como principal matéria prima na produção de
um novo produto com propriedades adequadas á necessidades específicas
3.30
madeira estrutural composta
produto composto de madeira serrada classificada quanto aos defeitos e quanto à resistência mecânica,
ensaiada não destrutivamente
3.31
madeira laminada colada
produto resultado da composição de lâminas de madeira serrada coladas, de acordo com critérios
apropriados para a produção desses elementos
3.32
madeira maciça
elementos estruturais ou não, obtidos diretamente do desdobro de toras de madeira, recebendo ou
não algum beneficiamento de superfície
3.33
manta para impermeabilização
produto impermeável, pré-fabricado, obtido por processos industriais
3.34
membrana hidrófuga
manta ou membrana impermeável à água no estado líquido e permeável ao vapor da água
3.35
membrana para impermeabilização
camada de impermeabilização moldada no local, com características de flexibilidade e com espessura
compatível para suportar as movimentações do substrato, podendo ser estruturada ou não
3.36
montante
elemento vertical com função estrutural que compõe o esqueleto das paredes
3.37
organismo xilófago
organismo que se alimenta de madeira
3.38
painel de OSB
painel estrutural constituído por tiras de madeira, unidas com resinas resistentes à água, orientadas
em três ou cinco camadas perpendiculares entre si e prensadas sob alta pressão e temperatura
3.39
Projeto em Consulta Nacional
painel reconstituído
painel em que a madeira bruta é triturada, transformando-se em cavacos ou fibras impregnadas de
resinas sintéticas
3.40
peças estruturais de madeira maciça serrada
componentes de madeira maciça serrada que cumprem função estrutural
EXEMPLO Montantes, travessas, barrotes, bloqueadores, vigas, caibros e sarrafos, tratados quimicamente
sob pressão
3.41
placa de fibrocimento sem amianto
placas planas formadas pela mistura de pasta de cimento e fibras, ou pasta de cimento e agregados,
com reforços em fibras
3.42
preservação da madeira
conjunto de medidas preventivas e curativas adotadas para eliminação e controle de agentes biológicos
(por exemplo, fungos, insetos xilófagos e perfuradores marinhos), físicos e químicos (biocidas) que
alteram as propriedades da madeira no desenvolvimento e na manutenção dos seus componentes no
ambiente construído
3.43
produto impermeável
produto impenetrável por fluidos (água), podendo ser manta ou membrana para impermeabilização,
conforme ABNT NBR 9575
3.44
produto preservativo
substância ou formulação química de composição e características definidas, que tem como finalidade
preservar a madeira contra a degradação de organismos xilófagos, como cupins e fungos apodrecedores
NOTA Os produtos preservativos permitidos são regulamentados pela ANVISA e registrados no IBAMA.
3.45
quadro estrutural de parede
formado por peças estruturais de madeira maciça serrada, denominadas montantes, travessas ou
bloqueadores, tratadas quimicamente sob pressão
3.46
revestimento
acabamento revestimentos
acabamento de piso
superfície de sacrifício cuja função é proteger o substrato, pinturas e texturas compatíveis com os
componentes de fechamento (substratos) sobre os quais são aplicados
3.47
seção nominal
tn
dimensões das peças de madeira segundo a nomenclatura comercial, representada pelas medidas
de largura (b) e altura (h) da seção transversal da peça (ver Figura 1)
Projeto em Consulta Nacional
3.48
sistema light wood frame
sistemas construtivos cuja principal característica é serem estruturados por peças leves de madeira
maciça serrada, ou produto derivado de madeira, com fechamentos em chapas unidas às peças
de madeira, formando painéis com resistência e rigidez aplicadas tanto no plano do painel quanto
perpendicular a ele (ver Figura 2)
3.49
umbral
peça com seção transversal igual à do montante, usada para apoiar as peças que formam as vergas
3.50
vedação vertical
partes da edificação habitacional que limitam verticalmente a edificação e seus ambientes, como as
fachadas e as paredes ou divisórias internas
NOTA Para o sistema wood frame, as vedações verticais são compostas pelas peças estruturais de
madeira, pelos componentes de fechamento e revestimento, membranas impermeáveis à água e pelas fixações.
3.51
verga
perfil utilizado horizontalmente no limite superior das aberturas (portas, janelas e outras)
3.52
viga
perfil utilizado horizontalmente na altura do pé-direito
3.53
peças leves de madeira serrada da estrutura do telhado
peças de madeira que compõem a estrutura do telhado e dão suporte às telhas
EXEMPLO Viga de cumeeira, terça, caibro, ripa e sarrafo, com alta resistência natural ao ataque de
organismos xilófagos ou tratados quimicamente sob pressão.
Projeto em Consulta Nacional
4 Requisitos gerais
A madeira empregada deve ser de origem legal, sendo, portanto, proveniente de florestas plantadas
ou florestas nativas, conforme legislação vigente.
Nas edificações em light wood frame, o seguinte conjunto de detalhes de projeto deve ser adotado,
visando evitar o contato e a permanência dos componentes de madeira com a umidade:
c) adoção de desnível entre o apoio da parede de wood frame e a calçada externa de 150 mm ou
caso não haja calçada externa, adoção de desnível mínimo de 200 mm entre o apoio da parede de
wood frame e a cota do terreno, desde que seja assegurada a drenagem no perímetro da fundação;
d) adoção de piso acabado do box em cota inferior ou igual a 15 mm em relação à cota do piso
acabado do banheiro; opcionalmente, pode ser adotado componente de separação entre o piso
acabado do box e o piso acabado do banheiro com altura mínima de 15 mm;
e) emprego de mantas de impermeabilização, de modo a proteger a base do quadro estrutural e sua
lateral em relação ao elemento de fundação, no pavimento térreo, até a altura mínima de 200 mm
(ver 6.11);
k) no caso de uso de chapas de gesso para drywall em áreas molhadas e molháveis, deve-se
empregar aquelas resistentes à umidade, conforme ABNT NBR 14715-1, com adoção dos tratamentos
impermeabilizantes previstos na ABNT NBR 15758-1;
l) quando da utilização de contrapiso de base cimentícia moldado no local sobre entrepiso de
wood frame, deve ser utilizado um filme de polietileno entre a chapa de entrepiso e a base cimentícia.
Projeto em Consulta Nacional
5 Materiais
5.1 Madeira
As peças de madeira serrada utilizadas em paredes, pisos no sistema construtivo light wood frame
devem atender aos requisitos estruturais da ABNT NBR 7190. Em termos de durabilidade, devem
atender à ABNT NBR 16143, para as categorias de uso 2, 3 ou 4 (ver Tabelas 1 e 2).
Entende-se por madeira laminada colada (MLC) para fins estruturais, peças de madeira, reconstituída
em processo industrializado de fabricação, composta de tábuas de dimensões relativamente reduzidas
se comparadas às dimensões da peça final, coladas umas às outras e dispostas com as fibras paralelas
ao eixo longitudinal da peça final.
As peças de madeira laminada colada são utilizadas em paredes, pisos e cobertura no sistema
construtivo light wood frame e devem atender à ABNT NBR 7190 e, em termos de durabilidade,
à ABNT NBR 16143, para as categorias de uso 2, 3 ou 4.
A caracterização das propriedades da madeira laminada colada para projeto de estruturas deve
ser feita a partir de corpos de prova extraídos de peças estruturais fabricadas de acordo com o
procedimento-padrão da indústria fornecedora. Para as peças de grande porte, são permitidos os
resultados fornecidos pelo controle de qualidade do produtor, desde que atendam à legislação vigente.
Para emprego da madeira laminada colada, as propriedades físicas e mecânicas características podem
ser fornecidas pelo produtor, obtidas por controle de amostragem e ensaios realizados por instituição
idônea, sob sua responsabilidade e conforme a legislação vigente. Como alternativa, podem ser admitidas
as mesmas propriedades da madeira das lamelas, devendo ser realizados os seguintes ensaios conforme
os Anexos A, B e C:
a) delaminação;
Deve ser caracterizado o desempenho da peça, desde que aplicável, em termos de resistência à flexão,
resistência ao cisalhamento da linha de colagem, resistência à compressão, teor de umidade, durabilidade
dos componentes, concentração de ingredientes ativos de preservação, densidade de massa e
caracterização dimensional.
A qualidade do produto final depende de várias etapas do processo de fabricação, devendo as características
de resistência e rigidez dos elementos de MLC serem asseguradas pelos fabricantes por meio do controle
de qualidade de cada componente do processo. As vigas de MLC com dupla inclinação e vigas com
a parte superior reta de dupla inclinação com a fibra na direção paralela ao lado inferior da viga devem
ser analisadas separadamente.
O lote de madeira a partir do qual são produzidas as tábuas bem como as vigas prontas devem passar
pelo enquadramento nas classes de resistência definidas na ABNT NBR 7190.
Deve ser caracterizado o desempenho desta peça, desde que aplicável, em termos de resistência à
flexão, resistência ao cisalhamento da linha de colagem, resistência à compressão, teor de umidade,
durabilidade dos componentes, concentração de ingredientes ativos de preservação, densidade de massa
e caracterização dimensional.
A madeira engenheirada deve ser submetida à avaliação de desempenho inserido no painel do sistema
construtivo light wood frame quanto à resistência ao fogo, compressão excêntrica e resistência de
arrancamento dos dispositivos de fixação.
Todos os produtos considerados como madeira engenheirada para uso estrutural devem apresentar
um desempenho mínimo conforme a ABNT NBR 7190.
O painel reconstituído tipo OSB deve ser do Tipo 2 para aplicação em áreas secas e Tipo 3 para utilização
em área externa e/ou áreas molháveis e molhadas, conforme EN 300.
Para determinar a espessura do OSB que pode ser usado, deve-se atender a 6.2 (ver Tabelas 3 e 4).
Os ensaios para verificar se o compensado atende aos requisitos da Tabela 4 devem estar de acordo
com as ABNT NBR 9484, ABNT NBR 9485, ABT NBR 9533 e ABNT NBR 9535.
As chapas de drywall compõem as vedações verticais internas do sistema construtivo e devem atender
às ABNT NBR 14715-1 e ABNT NBR 14715-2.
As placas de fibrocimento, quando utilizadas nas vedações verticais internas e externas do sistema
construtivo, devem atender à ABNT NBR 15498 e Tabela 5.
As placas de fibrocimento indicadas para aplicações externas sujeitas à ação direta de sol, chuva, calor
e umidade são classificadas como classe A, e as placas de fibrocimento indicadas para aplicações
internas e aplicações externas não sujeitas a ação direta de sol, chuva, calor e umidade são classificadas
como classe B, conforme Tabela 5.
Tabela 5 (conclusão)
Critério/método
Especificação Requisito a
de ensaio
Ensaios de resistência mecânica Nas placas ensaiadas, o limite Li do resultado
após envelhecimento acelerado médio indicado deve ser superior a 0,70. ABNT NBR 15498
Projeto em Consulta Nacional
A camada de revestimento de argamassa reforçada com tela ou fibras aplicadas sobre chapa de
fechamento externo utilizada no sistema basecoat deve apresentar resistência mínima à tração após
imersão de 24 h em solução alcalina de 20 N/mm2 após envelhecimento, conforme NF EN 13496,
considerando que R após envelhecimento ≥ 0,50 R inicial. Na Tabela 6, são apresentados os requisitos
mínimos para o basecoat.
Para especificação da necessidade ou não de tratamentos nos elementos de ligação metálicos, deve
ser utilizada a EN 1995-1-1 em função de sua classe de uso. As especificações ali apresentadas não
impedem de serem usados materiais com tratamentos ou desempenho superiores aos propostos.
A EN 1995-1-1 apresenta as necessidades proteção dos elementos de ligação metálicos em função
das suas classes de uso:
a) Classe 1: elementos protegidos a intempéries, todas as ferragens que se encontram dentro da
residência ao abrigo de chuva;
b) Classe 2: elementos que periodicamente podem ter ação de intempérie, caso de varandas com
cobertura parcial;
c) Classe 3: elementos que estão em contato constante com intempéries. Vale ressaltar que para
ambientes agressivos como em áreas costeiras é necessária maior resistência à oxidação destes
materiais.
Projeto em Consulta Nacional
Os elementos estruturais devem, sempre que necessário, ser inerentemente resistentes à corrosão
(inoxidável) ou protegidos contra a corrosão. A Tabela 7 apresenta um resumo das necessidades mínimas
de tratamento conforme a EN 1995-1-1 já convertido para a resistência ao Salt Spray conforme a ISO 2081.
Os processos de proteção das ferragens devem atender a Tabela 7, e os requisitos verificados por
meio de ensaios laboratoriais devem estar em conformidade com a ASTM B117. As amostras devem
resistir à oxidação vermelha quando expostas ao ensaio de névoa salina levando em consideração
o tempo de exposição compatível ao elemento de fixação e à classe de uso, ambos indicados na
Tabela 7. Para madeiras tratadas com preservativos químicos considerados como corrosivos, as fixações
devem ser consideradas de classe de uso 3.
para o ambiente.
As membranas de vapor podem ser aplicadas em mantas sólidas ou na forma líquida conforme a
ASTM E1677.
a Não há necessidade das duas informações (permeabilidade e transmissão de vapor de água), uma das
duas grandezas é suficiente para analisar a qualidade do material, ou seja, se o fabricante disponibilizar
a informação de permeabilidade não há necessidade de apresentar a informação de transmissão de vapor
da água, e o inverso também é válido.
As juntas das placas de fibrocimento podem ser visíveis ou invisíveis e devem assegurar a qualidade das
vedações verticais atendendo aos requisitos de desempenho estabelecidos pela ABNT NBR 15575-4, para
o ensaio de estanqueidade de fachada. As juntas invisíveis das placas de fibrocimento são compostas
por argamassas ou massas acrílicas em conjunto com malhas de fibra de vidro.
As argamassas utilizadas no tratamento de juntas e superfícies das chapas cimentícias devem atender
aos requisitos da Tabela 9.
5.10 Impermeabilização
O sistema de impermeabilização deve ser realizado por mantas asfálticas, mantas líquidas, massas
poliméricas (áreas molhadas e molháveis), ou sistema de impermeabilização com desempenho igual
ou superior a esses.
Para escolha do sistema de impermeabilização, devem ser consultadas as ABNT NBR 9575 e
ABNT NBR 15575-3.
a) transpasse vertical e horizontal das membranas hidrófugas, para o caso de membranas sólidas;
Projeto em Consulta Nacional
b) solidarização das membranas hidrófugas sólidas junto aos elementos de interface das aberturas
de vãos (por exemplo, portas e esquadrias);
As fitas de vedação utilizadas nas junções devem atender aos requisitos da Tabela 12.
O isolamento entre a fundação e a madeira deve ser feito para se evitar a percolação de água que
deteriore o material utilizado como revestimento. Para o atendimento desse requisito, deve-se utilizar
mantas ou membranas de modo a proteger a base do quadro estrutural e sua lateral externa na altura
mínima de 200 mm, nas paredes externas (ver Figura 14).
a) memória de cálculo: na qual devem ser apresentadas as considerações de cargas atuantes,
esquemas estáticos dos carregamentos, combinações das ações, propriedades mecânicas dos
materiais, verificação da resistência dos elementos estruturais e ligações, análise local e global
das deformações da estrutura;
b) especificação de materiais: devem ser apresentadas de forma clara: as classes de resistência;
a classificação visual; o tratamento preservativo; as dimensões das peças de madeira; a espessura
e os tipos de painéis de contraventamento; os tipos, diâmetros, comprimentos e acabamentos
de elementos metálicos de ligação; as mantas de impermeabilização; os isolamentos térmicos e
acústicos; as barreiras de vapor; os materiais de fechamento e de acabamento final;
c) plantas com locação das peças: devem ser apresentadas de forma clara para a leitura do elemento
e das cotas que indiquem a locação. Deve-se utilizar cotas e demais medidas em milímetros para
as plantas de locação;
d) detalhamento de ligações: todos os tipos de ligações devem ser apresentados detalhadamente
no projeto, indicando nas plantas de locação qual o tipo de ligação aplicado em cada situação;
e) instalações elétricas: deve ser elaborado o projeto de instalações elétricas conforme a ABNT NBR 5410;
f) instalações hidráulicas: projeto de instalações de água e esgoto deve ser elaborado conforme
Projeto em Consulta Nacional
h) planta de cargas nas fundações: devem ser apresentadas as cargas aplicadas nas fundações ou
elementos de apoio da estrutura de light wood frame, em todos os tipos, sentidos e direções
resultantes das possíveis combinações de cargas aplicadas na estrutura;
i) detalhamento das peças e componentes: as peças e os componentes devem ser apresentados
detalhadamente. O Projeto deve apresentar os detalhes das camadas das paredes, incluindo as
especificações técnicas de cada elemento constituinte da parede;
j) memorial descritivo e manual de uso e operação devem ser elaborados para cada edificação,
considerando a ABNT NBR 14037 e, para a durabilidade e vida útil de projeto de cada sistema,
a ABNT NBR 15575-1.
A apresentação de projetos de light wood frame deve ser definida em função do nível de pré-fabricação
dos painéis, devendo ser elaboradas folhas de produção de painéis e folhas de montagem em obra.
Todo projeto do sistema em pauta prevê a execução da obra após a conclusão da fundação com
os apoios prontos para o recebimento da estrutura. Esta estrutura é composta tipicamente por painéis
horizontais e verticais, que são montados sobre a fundação. Estes painéis podem ser fabricados
in loco ou em ambiente fabril externo e podem ser estruturais ou não. Em ambos os casos, os painéis
podem ser compostos apenas dos montantes e guias estruturais de madeira com seu respectivo
contraventamento quando solicitado, ou serem mais completos, com acabamentos internos, isolação
termoacústica, instalações elétricas e hidráulicas embutidas, esquadrias e revestimentos externos totais
ou parciais.
Uma vez fabricados, os painéis são montados sucessivamente conforme locação especificada em
projeto. Excepcionalmente, caso o projeto assim demande, é possível fabricar painéis verticalmente ou
horizontalmente no local. Assim como excepcionalmente é possível que um projeto contemple algum
componente de carga concentrada, como pilar e viga, de forma combinada ou não com os painéis.
Neste caso, esses componentes devem estar detalhados em projeto. No conceito de fabricação externa,
é possível a pré-fabricação de elementos em módulos tridimensionalmente acabados e transportados
até o canteiro.
Deve ser elaborado considerando os limites da madeira serrada, podendo fazer uso de outros materiais
que possam superar as limitações da madeira serrada, como as madeiras laminadas e vigas de aço. Para
definição da espessura das paredes e das alturas dos entrepisos, é importante ter um pré-dimensionamento
e a definição dos materiais a serem aplicados nas camadas e suas espessuras.
As paredes devem ser definidas em “paredes longas” e “paredes curtas” através do padrão de canto
de parede escolhido. Os cortes devem ter as indicações, cotas de todas as alturas relevantes como
paredes, entrepisos, portas, janelas, coberturas e entrepisos da caixa d’água ou área técnica. Todos
os pontos críticos devem ser detalhados em escala adequada para interpretação sem deixar dúvidas
e de acordo com esta Norma.
Projeto em Consulta Nacional
Os materiais utilizados devem ser especificados de forma clara, suas classes de resistência, de classificação
visual, tratamento preservativo, dimensões das peças de madeira, espessura e tipo de painéis de
contraventamento, tipos, diâmetros, comprimentos e acabamentos de elementos metálicos de ligação,
mantas de impermeabilização, isolamento térmicos e acústicos, barreiras de vapor, materiais de
fechamento e de acabamento final.
Para o cálculo dos esforços em cada elemento estrutural, recomenda-se atender aos critérios de avaliação
simplificada apresentados a seguir, ou utilizar meios computacionais desde que assegurem a segurança
e a confiabilidade da verificação estrutural.
A partir dos esforços encontrados, a verificação dos elementos estruturais deve ser realizada de
acordo com a ABNT NBR 7190. Para essa verificação, deve-se considerar para as resistências de
cálculo e módulos de elasticidade o coeficiente de modificação referente à qualidade da madeira, Kmod3,
conforme a classe visual de coníferas conforme o Anexo E.
O valor de cálculo Xd de uma propriedade da madeira é obtido a partir do valor característico xk, pela
expressão:
Xk
X d = kmod
γw
onde
kmod é o coeficiente de modificação, que atende às influências não consideradas por γw (conforme
a ABNT NBR 7190).
onde
A seguir são apresentados os critérios para análise estrutural simplificada de sistemas de vedação
vertical, onde são consideradas paredes diafragma as paredes que recebem tanto os carregamentos
verticais provenientes de esforços de gravidade quanto esforços horizontais provenientes de ações
de vento ou sismos.
Projeto em Consulta Nacional
a) paredes diafragma devem ser dimensionadas para resistirem tanto aos esforços horizontais quanto
aos esforços verticais impostas a elas;
b) a parede deve ser adequadamente ancorada para evitar o tombamento e o deslizamento;
c) paredes diafragma determinadas a proporcionar resistência para cargas horizontais devem ser
reforçadas em seu plano por chapas, travamentos diagonais ou ligações de momento;
d) a resistência às cargas horizontais de uma parede deve ser determinada com ensaios conforme
a EN 594 ou por cálculos, empregando métodos analíticos apropriados ou modelos de cálculo;
f) o dimensionamento de paredes diafragma deve considerar tanto os materiais quanto a composição
geométrica da parede em questão;
g) a reação das paredes diafragma às ações solicitantes deve ser tal que garanta que a construção
se mantenha ainda em níveis aceitáveis do estado-limite de serviço.
A capacidade de carga Rk (resistência a esforços horizontais) sob a ação de uma força Fk no topo de
uma parede engastada, impedida de tombar (por cargas verticais ou por ancoragem da base), deve
ser determinada utilizando a seguinte análise simplificada para paredes constituídas de um ou mais
painéis, em que cada painel consiste em chapas fixadas em pelo menos um lado do quadro estrutural
de madeira, desde que:
a) o espaçamento das fixações (pregos, grampos, entre outros) é constante ao longo do perímetro
de todas as chapas;
Para paredes compostas por diversos painéis, a resistência de cálculo total da parede para as cargas
horizontais (Rv,d) deve ser calculada conforme a seguinte equação:
n
Rv,d = ∑ i =1R iv,d
onde
Riv,d é a resistência de cálculo de um painel que compõe a parede, de acordo com a Figura 3.
A menos que seja comprovado de outra forma, o trecho de parede que contém aberturas, como portas
ou janelas, não pode ser considerado como contribuinte para a resistência aos esforços horizontais totais.
Para painéis de parede com chapas em ambos os lados, as seguintes regras se aplicam:
a) se as chapas e os conectores forem de mesmo tipo e dimensões, a resistência total aos esforços
horizontais da parede deve ser tomada como a soma da resistência de cada um dos lados;
b) se chapas diferentes forem usadas em cada lado, 75 % da resistência ao esforço horizontal do
lado menos resistente devem ser considerados, a menos que outro valor válido seja apresentado,
considerando que o módulo de deslizamento dos conectores em ambos os lados é igual. Em
outros casos, no máximo 50 % da contribuição do lado menos resistente deve ser considerado.
As forças externas Fic,d e Fit,d de acordo com a Figura 4 devem ser determinadas por:
F iv,dh
F ic,d = F it,d =
bi
onde
Fiv,d é a resultante horizontal no topo dessa painel de diafragma vertical i, oriunda das forças
de vento;
Essas forças podem tanto ser transmitidas às chapas do painel da parede adjacente ou transmitidas
à construção situada sobre ou sob essa parede. Quando tensões de tração forem transmitidas à construção
situada abaixo, o painel deve ser ancorado por conectores rígidos. A instabilidade de montantes das
paredes deve ser verificada de acordo com a ABNT NBR 7190.
As forças externas que atuam em painéis contendo aberturas de portas ou janelas ou em painéis de
parede de pequenas larguras, ver Figura 4, podem igualmente ser transmitidas à construção situada
acima ou abaixo.
Projeto em Consulta Nacional
t é a espessura da chapa.
Painéis de diafragma verticais podem conter aberturas, como portas, janelas, entre outros. As peças
que estruturam essas aberturas, como vergas e umbrais, devem ser dimensionadas caso a caso conforme
a ABNT NBR 7190, considerando a combinação dos esforços de tração, compressão, cisalhamento
e flexão, causados pelas cargas de gravidade e cargas acidentais de vento. O projeto estrutural deve
indicar a composição de cada umbral e verga da estrutura.
A capacidade de carga dos conectores metálicos (pregos, grampos, parafusos) de fixação das chapas
deve ser acrescida pelo fator 1,2 sobre os valores calculados conforme a EN 1995-1-1:2004, Seção 8.
A análise simplificada, para painéis de diafragma com carga uniformemente distribuída (ver Figura 5)
deve ser feita conforme indicado a seguir assegurando que:
b) o modo de ruptura crítico no cálculo é nas ligações (e não nos painéis) e;
c) os painéis são fixados de acordo com as regras de detalhamento do dimensionamento especificado
para cálculo de ligações em estruturas de madeira da ABNT NBR 7190.
A menos que uma análise mais detalhada seja feita, as vigas de borda devem ser dimensionadas para
resistirem aos esforços de tração e compressão resultantes do momento máximo no diafragma.
Quando as chapas estiverem com emendas alternadas (ver Figura 5), o espaçamento entre conectores
ao longo das bordas do painel descontínuo deve ser multiplicado pelo fator 1,5 (até um máximo de 150 mm)
sem redução da capacidade de carga.
Para o dimensionamento das estruturas de light wood frame, devem ser consideradas as ações
atuantes conforme as ABNT NBR 6120, ABNT NBR 6123, ABNT NBR 15575-3 e ABNT NBR 15575-5.
As combinações das ações devem seguir os critérios estabelecidos na ABNT NBR 8681.
Edificações em light wood frame devem ser avaliadas considerando as paredes estruturais e os painéis
de piso de forma a receberem cargas tanto nos seus planos quanto perpendicular a esses, dependendo
da natureza das cargas. O comportamento dessas estruturas deve ser considerado como de painéis,
com cargas distribuídas ao longo de sua área, no caso dos pisos, e de seu comprimento, no caso das
paredes. Cargas concentradas são permitidas, e devem ser avaliadas pontualmente, verificando-se
a necessidade de reforços além dos componentes já dimensionados para as cargas distribuídas.
As cargas atuantes e suas combinações devem atender a 6.2.5, sendo que cada elemento estrutural
deve ser verificado a partir da soma combinada dos efeitos das diversas cargas aplicadas a ele.
Para o dimensionamento, devem ser considerados os pesos dos elementos constantes da estrutura
e do acabamento. Os materiais utilizados como acabamento, como chapas cimentícias, contrapiso,
chapas de drywall, entre outros, não podem ter contribuição estrutural considerada no dimensionamento
da estrutura de light wood frame, a não ser que haja comprovação teórica ou experimental indicando
essa contribuição.
A ocorrência de furos nos montantes, barrotes ou travessas para a passagem de instalações hidráulicas,
elétricas, de sistemas de ventilação ou içamento é permitida, desde que seja verificada a segurança
do elemento estrutural considerando esse furo. Caso seja necessário devem ser previstos reforços nos
elementos furados, seja com duplicação de seção ou por outro meio, desde que assegure a segurança
estrutural.
Projeto em Consulta Nacional
Permite-se desprezar a consideração desses furos quando esses estiverem limitados ao indicado
em 6.2.6.1 a 6.2.6.2.
A seguir são apresentados limites para furos ou cortes em montantes e travessas de painéis de paredes
(ver Figura 6):
a) toda furação passando pela linha neutra somente é permitida em corte circular, com diâmetro de
no máximo h/3, em que h é a maior dimensão da seção do montante;
b) cortes retangulares nas faces são permitidos desde que sua profundidade não ultrapasse h/4;
c) se ocorrer mais de um furo no mesmo montante, esses furos devem estar distantes no mínimo
3 vezes o diâmetro do furo;
f) os furos permitidos devem ser considerados como redução de seção para fins de projeto estrutural.
Para os barrotes horizontais de entrepiso, são permitidos furos menores ou iguais a h/6, na região
da linha neutra, em qualquer posição, em que h é a maior dimensão da seção retangular do barrote.
Se forem furos consecutivos, são permitidos desde que espaçados no mínimo 3 vezes o diâmetro do
maior furo. Para furos maiores que h/6, aplica-se o seguinte (ver Figura 7):
Projeto em Consulta Nacional
a) toda furação deve ocorrer nos terços próximos aos apoios, não sendo permitida furação no terço
central do barrote. Deve-se preservar também a distância do apoio igual a duas vezes a espessura
da travessa superior de qualquer painel vertical de apoio ao longo do barrote;
b) os furos de seção circular só devem ocorrer com centro passando pela linha neutra. Esses podem
ter diâmetro máximo de h/4 em barrotes de seção retangular;
c) são permitidos cortes retangulares nas faces superior ou inferior das vigas, desde que esses não
tenham profundidade maior que h/6;
d) pode haver furos subsequentes, desde que estejam distantes no mínimo 3 vezes o diâmetro do
maior desses furos;
e) os furos permitidos devem ser considerados como redução de seção para fins de projeto estrutural.
As vigas principais, que recebem barrotes de piso, que apresentem necessidade de furações, devem
ter sua segurança estrutural verificada considerando as dimensões desses furos, independentemente
da posição ou geometria do furo.
O cálculo dos esforços em cada componente pode ser realizado utilizando softwares específicos para
cálculo de esforços em estruturas, em que devem ser considerados todos os elementos que compõem
a estrutura, ou modelos consagrados por normas internacionais elaborados para light wood frame.
6.2.7 Ligações
As ligações montantes-soleira não são consideradas no cálculo estrutural, sendo importantes apenas
durante a fase de montagem dos painéis, pois a montagem do quadro utiliza fixações para manter
Projeto em Consulta Nacional
Esta ligação pode ser feita com pregos ou conectores com quantidade, comprimento e diâmetro
suficientes para que os montantes não saiam da posição durante transporte e fixação das chapas de
contraventamento.
A fixação das chapas de contraventamento nos montantes pode ser realizada por pregos, parafusos
ou grampos. Essa fixação é a responsável pela resistência da parede às forças horizontais causadas
pelo vento, e deve ser calculada em função das forças de cisalhamento que atuam na parede (ver
Figura 8). A resistência de cada elemento de fixação é dada pela resistência de uma seção de corte
(Rv1,d) do pino que faz a fixação. O roteiro de cálculo de esforços a ser atendido é apresentado em
6.2.1 a 6.2.4.
A resistência de cada elemento de fixação deve ser calculada conforme a ABNT NBR 7190 ou a
EN 1995-1-1.
A ligação entre os painéis de parede deve ser dimensionada para que os esforços verticais de um
painel sejam compartilhados com o outro painel, unindo as duas arestas com elementos que transfiram
os esforços de um painel para outro. Essa união permite que os dois painéis compartilhem o conjunto
de montantes na verificação das cargas axiais e momentos fletores, bem com transfiram a soma de
suas reações de tração no mesmo elemento de ancoragem. O esforço de corte vertical a que está submetida
essa ligação deve ser calculado em função do comportamento de painéis shear wall conforme 6.2.2.
Os painéis horizontais de piso têm a função de transferir os esforços horizontais causados pelo vento
para as paredes de resistência ao cisalhamento (shear walls). Para que essa transferência de esforços
seja eficiente, é necessário o dimensionamento da fixação entre a chapa de piso (compensado estrutural
fenólico ou OSB) e os barrotes de piso, bem como a fixação dos barrotes de piso na travessa superior
Projeto em Consulta Nacional
Os painéis horizontais ou inclinados de cobertura, além da função já descrita para painéis de piso,
também devem ter suas ligações às paredes dimensionadas para resistirem aos possíveis esforços
de arrancamento devido às forças de sucção causadas pela ação do vento.
As cargas de tração resultantes das ações de vento em estruturas de light wood frame devem ser
transferidas por dispositivos de ancoragem dimensionados apropriadamente para cada esforço e tipo
de ligação, conforme ilustrado na Figura 10, cujos valores podem ser obtidos seguindo o método
apresentado em 6.2 ou utilizando modelos numéricos para isso.
a) a ligação deve assegurar a continuidade dos esforços de tração de um andar ao outro ou à fundação,
sempre priorizando a ligação no montante tracionado, ou com elementos de tração paralelo aos
montantes tracionados que percorram toda a altura do painel vertical;
b) quando utilizados pregos ou parafusos para fixar chapas de ancoragem, deve-se dimensionar e
especificar o tipo, o diâmetro, o comprimento, a quantidade e a geometria dessas fixações;
c) a transferência das cargas das chapas de ancoragem para a fundação ou a parede de andar
inferior deve ser feita da forma mais direta possível, dimensionado todas as transferências das
cargas pertinentes para garantir a segurança dessa ancoragem;
d) sempre que se utilizar pregos para a fixação de dispositivos de ancoragem na madeira, deve-se
utilizar aqueles com alguma característica que previna o arrancamento, tipo anelados ou ardox,
com a devida proteção contra a corrosão.
Projeto em Consulta Nacional
Legenda
Além dos esforços de tração, as ancoragens devem ser dimensionadas para transferir esforços de
cisalhamento, principalmente decorrentes do arrasto do vento. Para o dimensionamento dessas ancoragens,
não se pode considerar os efeitos positivos do atrito entre as paredes e a fundação.
6.3 Fundação
O projeto de fundação deve atender às solicitações de cargas positivas e negativas estabelecidas pelo
projeto estrutural do edifício e atender à ABNT NBR 6122.
As fundações para a edificação devem ser executadas considerando que a precisão milimétrica das
dimensões é uma demanda do sistema, de forma que os painéis sejam montados de acordo com
o projetado.
Para fixação dos pontos de ancoragem das estruturas de madeira com a fundação, é necessário seguir
o projeto estrutural já que são consideradas as cargas negativas decorrentes da ação do vento e baixo
peso próprio da estrutura, demandando para isso especial atenção.
Os painéis estruturais devem ser ancorados conforme especificado em projeto e as cargas de tração
devem ser transferidas diretamente para os montantes verticais e não simplesmente para as guias
horizontais inferiores. Nesse sentido, a execução deve prestar especial atenção às demarcações de
projeto, uma vez que nem sempre o montante está visível no momento da fixação da ancoragem
6.4 Cobertura
As coberturas de edificações em light wood frame podem ser em painéis de diafragma horizontais
ou em estrutura treliçada. No primeiro caso, a análise deve ser feita conforme 6.2.4. No segundo
caso, o dimensionamento da estrutura pode ser feito conforme a ABNT NBR 7190 para estruturas
treliçadas de madeira, porém, deve-se assegurar a rigidez do conjunto da estrutura de cobertura
Projeto em Consulta Nacional
suficiente para transferir os esforços horizontais de vento das paredes barlavento e sotavento para
as paredes resistentes ao cisalhamento. Essa rigidez pode ser conseguida por meio de chapas de
compensado estrutural fenólico ou OSB, ou por meio de contraventamento apropriado. Também deve-se
atentar, nesses casos, para o travamento da guia superior da parede que fornece suporte ao telhado,
evitando-se grandes distâncias entre pontos de fixação que permitam o deslocamento horizontal dessa
guia quando receber pressão de vento.
O painel de cobertura atende aos critérios aplicados ao painel horizontal de entre pisos, diferindo no
projeto em relação a uma inclinação estabelecida para escoamento das águas em telhados planos.
Sobre o painel de OSB ou compensado estrutural fenólico é aplicada manta de cobertura, que atenda
às ABNT NBR 9574 e ABNT NBR 9575 que são tipicamente mantas asfálticas aplicadas com maçarico
ou mantas flutuantes de material sintético. Painéis de cobertura também podem ser cobertos com telhas de
acordo com o projeto estrutural. Nesses casos, deve-se aplicar manta de subcobertura convencional
sobre o deck.
Deve-se atender ao projeto de produção e estrutural em relação aos detalhes de interface entre a camada
de impermeabilização superior e os elementos arquitetônicos de cobertura, bem como as recomendações
do fabricante dos elementos utilizados na cobertura.
Após essas aplicações, o painel pode ser fechado na segunda face pelos componentes de acabamento
interno conforme paginação especificada em projeto executivo e de produção. Os acabamentos como
tratamentos de juntas e emassamento de cabeças de parafusos podem também ser aplicados nesta fase.
Para a instalação do painel na sua posição definitiva, o projetista, conhecendo antecipadamente o grau
de industrialização do painel e, portanto, conhecendo sua massa, deve indicar os pontos de içamento
do painel (considerando o centro de gravidade), bem como a correta ancoragem dos elementos de
içamento, assim como sua especificação de carga. Para projeto estrutural, ver 6.2.1.
São partes estruturais do painel chapas de OSB ou compensado estrutural, com a espessura especificada
no projeto estrutural e de produção, que são fixados sobre as vigas com a utilização de pregos,
grampos, parafusos ou cola, ou ainda uma combinação de um ou mais desses elementos, de acordo
com o especificado em projeto (ver Figura 11). Para projeto estrutural, ver 6.2.1.
Legenda
e) comprimento do caminhão a ser utilizado para o transporte das paredes e outras limitações
pertinentes ao transporte.
O painel horizontal de arranque é aquele que forma o piso térreo elevado de uma obra, ou onde a fundação
não é composta de radier, onde não exista contrapiso de concreto, ou sobreporão. Para apoio destes
painéis de arranque, a fundação deve estar projetada de tal forma que existam apoios horizontais sob
toda a extensão dos apoios dos painéis.
Diferentemente dos painéis de entrepiso, este painel tem que ter um tratamento especial na sua face
inferior. Em geral, o índice de retenção do tratamento da madeira deve ser maior do que o das peças
internas (verificar projeto e atendimento às categorias de uso conforme ABNT NBR 16143) e não pode
ser utilizado o OSB como recobrimento superior se sua face inferior ficar exposta ao ambiente externo
(sob a edificação), sendo considerada categoria de uso 4 na aplicação da ABNT NBR 16143. Nestes
casos, recomenda-se a utilização de compensado estrutural, ou aplicação inicial de chapa cimentícia,
com tratamento de juntas e impermeabilização superior, antes da aplicação de OSB.
6.9.1 Generalidades
O projeto das instalações elétricas, hidrossanitárias, de gás, aspiração e ar-condicionado deve atender
à ABNT NBR 15575-6 e à legislação vigente.
As instalações elétricas devem passar por eletrodutos metálicos ou plásticos (rígidos ou flexíveis).
As caixas de passagem podem ser específicas para drywall, fixadas diretamente nas chapas de gesso,
ou do tipo convencional. Neste último caso, devem ser fixadas diretamente nos montantes ou fixadas
em travessas horizontais que por sua vez são fixadas nos montantes.
As caixas de passagem de dois ambientes adjacentes, separados por um único painel de parede,
não podem ser colocadas em posições opostas coincidentes, ou seja, as faces posteriores das caixas
não podem entrar em contato, devendo as caixas serem posicionadas com pelo menos 10 cm de
afastamento entre si.
As instalações hidráulicas para água fria ou quente podem ser executadas com tubulação rígida de
PVC, cobre ou aço, ou ainda com tubulação flexível tipo pex.
Os pontos de saída destas instalações passíveis de manuseio e operação (por exemplo, torneiras,
registros, misturadores ou pontos de saída de chuveiro) devem ser fixados na estrutura da parede,
diretamente nos montantes ou por meio de travessas.
Podem ser usados conjuntos hidráulicos para as instalações de chuveiro desde que atendam à
ABNT NBR 15758-1:2009, Anexo B.
Os pontos não passíveis de manuseio e operação podem ser fixados diretamente nas chapas de
gesso desde que empregadas flanges específicas para drywall. Em outros acabamentos, verificar as
especificações dos fabricantes.
As extremidades das conexões nos pontos terminais devem avançar além do revestimento o suficiente
para que seja executada a fixação dos dispositivos terminais.
Se houver necessidade de adotar tubulações com diâmetros maiores do que a largura das paredes,
o projeto deve prever paredes com dupla estrutura (shaft) e atender aos requisitos do projeto de produção
e projeto estrutural.
Os pontos de saída destas instalações podem ser fixados na estrutura da parede, diretamente nos
montantes ou por meio de travessas horizontais ou ainda diretamente nas chapas de gesso, utilizando-se
componentes especificamente desenvolvidos para os sistemas drywall.
Quando forem necessários furos em elementos estruturais para a passagem dessas tubulações,
esses devem estar de acordo com os limites estabelecidos em 6.1 e 6.2.6.2 ou devem ser definidas
outras soluções de projeto que evitem esses furos, como shafts horizontais ou verticais.
Instalações de gás não podem ser colocadas no interior das paredes, salvo se forem embainhadas,
com respiros em ambas as extremidades, de acordo com a ABNT NBR 15526.
Para a passagem de dutos de ar-condicionado, é importante verificar que não podem ser feitas
aberturas (furos) em vigas ou barrotes com diâmetro superior a ¼ da sua altura e sempre em posição
central (linha neutra) e distante do apoio 2 vezes a altura da viga. Caso a tubulação seja de gás
refrigerado ou água fria, estas tubulações devem ser isoladas termicamente de forma a não propiciar
condensação dentro dos vazios de piso, parede e sótão.
Para passagem de dutos de ar com grandes dimensões, o projeto deve prever shafts verticais e/ou
horizontais para este fim. Cada um dos subsistemas de instalações nesta subseção deve atender,
conforme o subsistema, as às ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5626, ABNT NBR 8160, ABNT NBR 10844,
ABNT NBR 15526, ABNT NBR 16401 (ou ABNT NBR 15848) e ABNT NBR 16655.
6.10 Impermeabilização
Legenda
Na base das paredes externas, na face externa, devem ser adotadas pingadeiras que terminem
ao menos 20 mm abaixo do topo do plano de apoio da fundação. Finalmente, a barreira impermeável,
que pode ser manta de não tecido ou membrana líquida, deve ser instalada entre o revestimento
externo da fachada e o elemento de fechamento externo do quadro estrutural, com detalhamento na
base que impeça a entrada de água na forma líquida entre o plano de apoio da fundação e a base da
parede de wood frame.
A barreira hidrófuga deve impedir a passagem da água da face externa para a interna dos painéis,
mas permitir a passagem de vapor.
Essa barreira hidrófuga deve se estender sob a espessura inferior do painel, bem como sob a espessura
das aberturas para esquadrias, sempre garantindo sua continuidade através de cantos, saliências e
reentrâncias que existam na fachada. Devem ser adotados reforços de canto e de juntas, quando
Projeto em Consulta Nacional
Nas áreas molhadas, notadamente região de box de chuveiro, além da impermeabilização de piso
conforme 6.10.3, deve-se atender aos requisitos da ABNT NBR 15758.
Impermeabilização na área do box em toda a superfície do piso e nas paredes até a altura mínima de
200 mm acima do ponto mais alto de hidráulica quando sobre base de concreto (ver Figura 13) e em
todo o piso do ambiente quando sobre piso em wood frame (ver Figura 14).
Desnível mínimo de 15 mm entre o piso acabado do banheiro e o piso acabado do box, ou utilização
de elemento de separação entre o piso acabado do banheiro e o piso acabado do box com altura
de 15 mm.
No caso de uso de chapas de gesso para drywall em áreas molhadas e molháveis, deve-se empregar
aquelas resistentes à umidade, conforme ABNT NBR 14715-1, sendo utilizados tratamentos
impermeabilizantes, conforme ABNT NBR 15758-1.
Legenda
Legenda
A proteção da base do quadro estrutural deve utilizar mantas ou membranas de modo a proteger
a base do quadro estrutural e sua lateral externa na altura mínima de 200 mm, como indicado na Figura 12.
Quando da utilização de contrapiso de base cimentícias moldado “in loco”, este deve possuir espessura
mínima de 40 mm. Para sua concepção, deve ser previsto filme de polietileno (lona plástica), mantas
ou membranas para impermeabilização.
a) externas, como ascensão de umidade do solo pelas fundações e infiltração de água de chuva
ou lavagem pelas fachadas, lajes expostas e coberturas;
Projeto em Consulta Nacional
b) internas, como água, decorrente dos processos de uso e lavagem dos ambientes, vapor de água
gerado nas atividades normais de uso, condensação de vapor de água e vazamentos de instalações.
Portanto a análise de estanqueidade à água do sistema deve avaliar, em relação às fontes de umidade
externa: estanqueidade à água de vedações de fachada e da cobertura; estanqueidade à água das
juntas entre elementos de fachada e estanqueidade de pisos em contato com o solo. Em relação
às fontes de umidade interna: estanqueidade de bases de paredes à água de uso e lavagem.
O sistema de vedação vertical externa deve atender à ABNT NBR 15575-4, considerando-se a ação
dos ventos, além de atender aos requisitos de projeto conforme a Seção 6.
O projeto deve especificar detalhes que favoreçam a estanqueidade à água das fachadas, como
pingadeiras, ressaltos, detalhes no encontro com a calçada externa, beirais de telhado, avanços de
estruturas para varandas e barras impermeáveis na base das paredes. É necessária a apresentação
de projetos que mostrem as soluções dadas às interfaces entre base de parede e piso externo (calçada
ou varanda), e que especifiquem a existência, ou não, de barreiras impermeáveis sobre ou sob as chapas
delgadas de madeira.
6.13.3 Estanqueidade de vedações verticais internas e externas com incidência direta de água
em áreas molhadas
O projeto deve especificar detalhes construtivos que minimizem o contato da base da parede (peças
de madeira e chapas de vedação) com a água ocasionalmente acumulada no piso.
6.13.4 Estanqueidade de vedações verticais internas e externas em contato com áreas molháveis
Não pode ocorrer a presença de umidade perceptível nos ambientes contíguos, desde que de acordo
com as condições de ocupação e manutenção previstas em projeto e descritas no manual de uso, operação
e manutenção.
6.13.5 Estanqueidade de juntas (encontros) entre sistemas de vedação vertical interna e externa
e entre esses sistemas e o piso
O projeto de impermeabilização não pode permitir infiltração de água pelas juntas entre sistemas de
vedações verticais internas e externas e entre sistemas de vedações verticais internas e externas e
entrepisos.
Os pisos em contato com o solo devem ser estanques à água, considerando-se a máxima altura do
lençol freático no local da obra. Não são admissíveis manchas de umidade e empoçamentos.
As premissas de projeto incluem tomar medidas para evitar ascensão por capilaridade de umidade da
fundação para as paredes, como a adoção de sistema de impermeabilização. O projeto deve prever
as medidas de proteção passiva relacionadas à interface entre base de parede e elemento de fundação.
Os sistemas de pisos de áreas molhadas não podem permitir o surgimento de umidade nas superfícies
inferiores e os encontros com as paredes e os pisos adjacentes que os delimitam, quando submetidas
à condição de uma lâmina d’água de no mínimo 10 mm em seu ponto mais alto, durante 72 h.
A superfície na qual é aplicada a impermeabilização deve estar livre de sujeira de forma a não criar
saliências que possam comprometer a efetividade da membrana. Devem ser observadas as condições
de aplicação determinadas pelo fabricante do material especificado para essa função.
Nas construções em light wood frame, em geral, a madeira estrutural (montantes e barrotes de piso)
não está exposta diretamente à chama, pois está protegida por revestimentos que retardam a ação
do fogo na madeira.
Para assegurar que os elementos construtivos atendam aos tempos requeridos de resistência ao fogo
estabelecidos na ABNT NBR 14432, deve-se considerar o conjunto completo de camadas que compõem
a parede ou entrepiso, considerando-se, portanto, o desempenho das camadas que configuram proteção
passiva, como camadas de drywall, chapas cimentícias etc.
Anexo A
(normativo)
A.1 Princípio
As peças estruturais de madeira laminada colada devem ser produzidas de forma que assegurem seu
desempenho estrutural por toda a vida útil da estrutura e nas condições de carregamento e exposição
a que estiver submetida. Este Anexo apresenta os critérios de avaliação das linhas-cola por meio
de ciclos de delaminação, que representam parâmetro importante para a avaliação do desempenho
desses elementos a longo prazo.
Este método consiste na determinação da delaminação das linhas de cola de um lote de madeira
lamelada colada. As linhas de cola devem ser avaliadas observando-se o desprendimento das lamelas
em ambas as faces da seção transversal do corpo de prova da Figura A.1.
A.2 Aparelhagem
É necessária a seguinte aparelhagem:
a) autoclave, apta para aplicar uma pressão entre 500 kPa e 600 kPa, e um vácuo entre 70 kPa
e 85 kPa;
— uma temperatura entre 65 °C e 75 °C, a uma umidade relativa compreendida entre 8 % e 10 %;
A velocidade de circulação do ar em seu interior deve estar compreendida entre 2,0 m/s e 3,0 m/s.
A.3 Amostra
As amostras devem ser representativas da produção e devem ser extraídas de elementos estruturais já
fabricados ou de produtos especialmente fabricados durante o processo produtivo. Devem-se identificar
os elementos de madeira laminada colada da qual foram extraídas. A umidade dos elementos estruturais
deve estar na faixa de 12 % ± 2 %.
Projeto em Consulta Nacional
Cada corpo de prova deve ser extraído da seção transversal completa do elemento estrutural colado
e deve-se cortar na forma perpendicular à direção das fibras, assegurando-se um comprimento de
75 mm ± 5 mm como indicado na Figura A.2-a).
Se a largura do elemento estrutural for maior que 300 mm ± 5 mm, pode-se tomar dois ou mais corpos
de prova com uma largura mínima de 150 mm ± 5 mm cada. Se a altura for maior que 600 mm ± 5 mm,
pode-se tomar dois ou mais corpos de prova com uma altura mínima de 300 mm ± 5 mm. Nestes casos,
quando se preparam dois ou mais corpos de prova de uma seção transversal como consequência da
largura e/ou altura do elemento estrutural de madeira laminada colada, se considera um único corpo
de prova para fins de amostragem.
A.4 Procedimento
A.4.1 Generalidades
Para a determinação da delaminação das linhas de cola, as medidas dos comprimentos de cada linha
das faces da seção transversal de cada corpo de prova devem ser feitas com exatidão de 0,1 mm.
Em A.4.2 e A.4.3, são indicados dois tipos de procedimentos: o procedimento para adesivos de uso
exterior e o procedimento para adesivos de uso interior.
Deve-se colocar os corpos de prova na autoclave e introduzir água a uma temperatura compreendida
entre 10 °C e 20 °C até que os corpos de prova estejam totalmente submersos. Os corpos de prova
devem ser separados de modo que todas as seções transversais estejam livremente expostas à água.
Um vácuo entre 70 kPa e 85 kPa deve ser aplicado e mantido durante 30 min.
Uma pressão entre 500 kPa e 600 kPa deve ser aplicada e mantida durante 2 h.
A massa de cada corpo de prova deve ser determinada com precisão de 1 g. A secagem na câmara
climatizadora deve continuar até que a massa do corpo de prova alcance um valor compreendido
entre 100 % e 110 % da massa inicial do corpo de prova.
A massa final de cada corpo de prova deve ser registrada com precisão de 1 g, e determina-se
o comprimento aberto da somatória das linhas de cola das duas faces analisadas (La).
Deve-se colocar os corpos de prova na autoclave e introduzir água a uma temperatura entre 10 °C
e 20 °C, até que os corpos de prova estejam totalmente submersos. Os corpos de prova devem ser
separados de modo que todas as seções transversais estejam livremente expostas à água.
Projeto em Consulta Nacional
Um vácuo entre 70 kPa e 85 kPa deve ser aplicado e mantido durante 30 min e uma pressão entre
500 kPa e 600 kPa deve ser aplicada e mantida durante 2 h.
Este ciclo de vácuo e pressão deve ser repetido, de maneira que no total o processo dos dois ciclos
de vácuo e pressão alcancem aproximadamente 5 h.
A massa final de cada corpo de prova deve ser registrada com precisão de 1 g e determina-se o comprimento
aberto da somatória das linhas de cola das duas faces analisadas (La) em A.7
Depois de no máximo 1h de finalizado o procedimento de secagem, ao longo das linhas de cola, devem
ser medidas e registradas as juntas delaminadas ou uniões abertas que existem nas duas faces da
seção transversal do corpo de prova com uma aproximação de 1 mm.
A porcentagem de delaminação total (Dt) para cada corpo de prova é calculada conforme a seguinte
equação:
L
Dt = a ⋅ 100
Lt
onde
La é a somatória das larguras das juntas abertas ou delaminadas sobre as faces da seção
transversal, expressa em milímetros (mm);
Lt é a somatória das larguras de todas as linhas de cola em ambas as faces da seção transversal,
expressa em milímetros (mm).
A maior porcentagem de delaminação para uma linha de cola é calculada conforme a seguinte equação:
Lamáx
Dt máx =
Lj
onde
Dt máx é a maior delaminação para uma linha de cola, expressa em porcentagem (%);
Lamáx é a maior largura da junta aberta ou delaminada sobre as faces da seção transversal, em
expressa em milímetros (mm);
Registram-se as áreas com uniões debilitadas ocasionadas pela presença de nós e outras características
que possam afetar os resultados. Estas zonas não podem ser incluídas na determinação da delaminação.
Não se podem considerar as rupturas produzidas na madeira. Devem ser ignoradas delaminações
isoladas menores que 2,5 mm de largura e situadas a mais de 5 mm da delaminação mais próxima.
Para avaliar a qualidade da colagem no interior do corpo de prova, as uniões podem ser separadas
empregando-se um formão. Uma colagem deficiente ocasionada por falta de pressão ou abertura
prematura se caracteriza por uma aparência lustrosa da superfície colada. Esta informação deve ser
registrada no relatório.
A delaminação máxima permitida após a realização do procedimento está mostrada na Tabela A.1.
Se a delaminação total observada após o primeiro ciclo exceder aos valores da Tabela A.1, de acordo
com o uso e a espécies utilizadas, o ciclo inteiro deve ser repetido com novos corpos de prova. A delaminação
observada e registrada no final do segundo ciclo não pode exceder 10 % para ambas as amostras.
A.6 Relatório
Os resultados dos ensaios devem ser apresentados em relatório técnico que deve conter:
c) a espécie de madeira e a classe resistente de acordo com a ABNT NBR 7190;
g) qualquer observação que o responsável do ensaio considere necessária e qualquer desvio ao
procedimento de ensaio;
Anexo B
(normativo)
B.1 Princípio
Este método de ensaio consiste na avaliação da resistência ao cisalhamento das linhas cola, que
avaliam a resistência e a eficiência da colagem entre lâminas, que é diretamente responsável pelo
desempenho estrutural das peças de madeira laminada colada.
B.2 Aparelhagem
A aparelhagem necessária ao ensaio é a seguinte:
a) máquina de ensaio de compressão, apta para medir as forças de ruptura e aplicar a força a uma
velocidade constante, de maneira que a ruptura se alcance em um tempo mínimo de 20 s;
b) dispositivo para aplicar a força de corte de modo que transmita a força ao corpo de prova e deve
estar articulada de tal forma que a força atue sobre a superfície transversal do corpo de prova
com uma distribuição uniforme de pressão em toda a largura do corpo de prova (Figura B.1).
Na Figura B.2, apresenta-se o corpo de prova na forma de ensaio. A espessura (t) do corpo de prova
deve ser igual 100 mm, a largura (b) e o comprimento (l) dos corpos de prova devem ser o maior
possível, considerando-se que o ensaio deve abranger toda a seção transversal dos elementos
colados. Na Tabela B.1, indica-se a quantidade de corpos de prova a extrair em função da largura do
elemento colado. Nestes casos, quando se preparam dois ou mais corpos de prova de uma seção
transversal, como consequência da largura do elemento estrutural de madeira laminada colada, se
Projeto em Consulta Nacional
Tabela B.1 – Quantidade de corpos de prova a extrair em função da largura do elemento laminado
Largura do elemento laminado Número de corpos de prova
mm
≤ 100 1
> 100 e ≤ 160 2
> 160 3
As superfícies nas quais se aplicam as forças devem estar paralelas entre si e perpendiculares à
direção das fibras.
O número de linhas de cola a ensaiar em um corpo de prova deve ser como mínimo de 3 da parte
superior, 3 da parte central e 3 da parte inferior. Se o número de linhas de cola do corpo de prova for
menor que 10, deve-se ensaiar todas as linhas de cola.
B.4 Procedimento
O plano de cola do corpo de prova deve ser submetido a uma força de cisalhamento, aplicando-se
uma força na direção paralela às fibras da madeira, que se incrementa gradualmente, até chegar
ao ponto de falha do corpo de prova. A resistência ao cisalhamento na linha de cola e a porcentagem
de falha na madeira na área cisalhada deve ser registrada.
A altura (t) e a largura (b) da superfície colada que se submete ao cisalhamento deve ser medida com
exatidão de 0,1 mm. No mínimo duas medições devem ser realizadas em cada extremo da superfície
para a determinação do valor médio.
Os corpos de prova devem ser colocados em uma máquina de ensaio e uma força a uma velocidade
constante deve ser aplicada, de maneira que a falha ocorra no mínimo em 20 s.
A força máxima (Fv0,máx) a qual produziu a falha deve ser registrada, em newtons (N).
O corpo de prova deve ser retirado da máquina de ensaio e as duas lamelas rompidas devem ser
separadas de modo a determinar a porcentagem de ruptura na madeira.
Uma lamela rompida da seção transversal que foi submetida ao cisalhamento completo deve ser
reservada para determinar o teor de umidade de acordo com a ABNT NBR 7190.
Fv0, máx
fv0 =
b⋅t
onde
Para estimar a área de ruptura em relação ao total da área submetida ao cisalhamento, as uniões
podem ser separadas empregando um formão. A porcentagem de ruptura deve ser determinada em
relação à área total da madeira e de acordo com o modo de ruptura.
B.6 Relatório
Os resultados dos ensaios devem ser apresentados em relatório técnico que deve conter:
c) a espécie de madeira e a classe resistente de acordo com a ABNT NBR 7190;
e) a resistência ao cisalhamento e a porcentagem de ruptura na madeira em cada uma das linhas
de colagem ensaiadas, e a média de cada corpo de prova;
g) qualquer observação que o responsável do ensaio considere necessária e qualquer desvio ao
procedimento de ensaio;
Anexo C
(normativo)
C.1 Princípio
Este método de ensaio consiste na avaliação da resistência de emendas por união dentada (finger
joint), que indica a eficiência da transmissão das tensões de tração nas lamelas, que são diretamente
responsáveis pelo desempenho estrutural à tração ou flexão desses elementos.
O ensaio é feito por determinação da resistência das emendas por união dentada à tração paralela
às fibras de madeira lamelada colada.
A união longitudinal de lamelas de madeiras maciças (finger joint) são aquelas cujos extremos têm
forma de dente, de igual passo e igual perfil, aderidos um ao outro através de colagem e pressão (ver
Figura C.1).
Legenda
Ld comprimento do dente
td passo do dente
bd largura do dente
αd ângulo de inclinação
C.2.1 Madeira
Para realização do ensaio, deve-se utilizar apenas espécies nativas ou de floresta plantada.
C.2.2 Adesivos
Devem ser utilizados adesivos conforme legislação vigente, desenvolvidos para colagem de produtos
para uso estrutural.
A temperatura da madeira na zona da união dentada, no momento da montagem, deve ser igual ou
maior que 15 °C ou como indicado pelo fabricante do adesivo utilizado.
Projeto em Consulta Nacional
O teor de umidade das lamelas deve estar de acordo com o indicado pelo fabricante do adesivo
utilizado. A diferença do teor de umidade entre as lamelas que são unidas deve ser menor ou igual
a 5 %.
A distância entre a união dentada e um nó deve ser igual ou maior que três vezes o tamanho do nó
(ver Figura C.2).
Não se aceitam fissuras na zona de união nem desvios acentuados de fibras e defeitos que possam
afetar a resistência e a correta adesão do material.
C.4.3 Na orientação da união dentada, contemplam-se dois tipos de uniões dentadas: na vertical
e na horizontal. No primeiro caso, os dentes são visíveis na face larga das lamelas e no segundo são
visíveis na face estreita (ver Figura C.3).
C.5.1 A usinagem dos dentes deve ser feita com ferramentas e máquinas apropriadas, que possam
garantir um perfeito ajuste sem prejuízo à união dentada.
Projeto em Consulta Nacional
C.5.3 Para evitar falsos ajustes devido a um aumento ou diminuição na umidade da madeira, as uniões
devem ser feitas o mais rápido possível e dentro de 24 h após a usinagem.
C.7.2 A pressão apropriada para alcançar uma resistência ótima depende principalmente do perfil do
dente, tipo de madeira, teor de umidade e seção transversal. Recomenda-se estabelecer as características
da prensagem com base nesses fatores.
C.7.3 A determinação da pressão aplicada deve ser feita por meio da curva da Figura C.4, para
evitar rachaduras e fissuras na zona de compressão dos dentes.
C.7.4 Após a prensagem das uniões dentadas, estas devem ser acondicionadas para que ocorra
a cura do adesivo de acordo com o tempo recomendado pelo fabricante, até que a madeira possa ser
processada, sem perigo para a estabilidade da emenda dentada.
C.7.5 As lamelas utilizadas em elementos estruturais retos podem ser montadas sem armazenamento
intermediário, quando por meio de processos se garanta que as uniões não sejam solicitadas no período.
Caso contrário, deve-se esperar a cura do adesivo.
C.8 Amostra
A amostra deve ser representativa das emendas dentadas de madeira laminada colada.
Para se determinar a resistência à tração paralela às fibras das emendas dentadas da madeira lamelada
colada, utilizam-se elementos em dimensões estruturais, ou seja, dimensões equivalentes àquelas
utilizadas na produção de elementos de Madeira Lamelada Colada comumente produzidos pela empresa
C.9 Procedimentos
Para a determinação da resistência à tração paralela das emendas dentadas, as medidas da seção
transversal do trecho central dos corpos de prova devem ser feitas com precisão de 0,1 mm.
Para o ajuste do corpo de prova na máquina de ensaio, devem ser utilizados os acessórios específicos
para este tipo de ensaio.
O carregamento deve ser monotônico crescente correspondente a uma taxa de 10 MPa/min (ver
Figura C.4).
Projeto em Consulta Nacional
onde
Ft0,máx é a máxima força de tração paralela às fibras aplicada ao elemento estrutural durante
o ensaio, expressa em newtons (N);
Agt,0 é a área inicial da seção transversal tracionada do trecho central do corpo de prova da
emenda, expressa em metros quadrados (m2);
O valor característico da resistência à tração paralela às fibras (fgt,0,k) de emendas dentadas deve ser
determinado conforme a ABNT NBR 7190.
C.11 Relatório
Projeto em Consulta Nacional
Os resultados dos ensaios devem ser apresentados em relatório técnico que deve conter:
f) a força de ruptura, a resistência à tração, a descrição do modo de ruptura de acordo com a
Tabela C.1 com a porcentagem de falha na madeira e se foi realizada a determinação da resistência
característica das últimas 15 uniões (ft,15,k).
Anexo D
(normativo)
D.1 Princípio
Este método de ensaio consiste na determinação da quantidade de adesivo espalhado em uma lamela
para verificar a conformidade com as recomendações do fabricante.
D.2 Aparelhagem
A aparelhagem necessária ao ensaio é a seguinte:
b) papel ou fita de superfície conhecida ou outro material que possa ser colado a velocidades usadas
no processo de produção e que tenha uma massa comparável com a da quantidade de adesivo
que fica sobre ele.
D.3 Procedimento
Deve-se medir a superfície do papel ou fita com exatidão de 1 mm e determinar sua massa com precisão
de 1 g. Em seguida, colocar o papel ou fita sobre a lamela de madeira.
O adesivo deve ser aplicado em uma lamela de madeira na qual se encontra o papel ou fita.
Após a aplicação, deve-se extrair o papel ou a fita e se determina a massa deste com o adesivo, com
precisão de 1 g.
m2 − m1
Ad =
A
onde
A quantidade de mistura do adesivo aplicado deve ser comparada com a quantidade recomendada
pelo fabricante do adesivo usado.
D.5 Relatório
Projeto em Consulta Nacional
Os resultados dos ensaios devem ser apresentados em relatório técnico que deve conter:
e) o quociente entre a massa do adesivo espalhado do papel ou fita, em gramas por metro quadrado
(g/m2);
Anexo E
(normativo)
E.1 Generalidades
E.1.1 A atribuição de uma classe de resistência de um lote de madeira a ser empregado é realizada
a partir da caracterização mecânica de acordo com a ABNT NBR 7190, de onde se obtém a resistência
característica de uma amostra de madeira, em corpos de prova isentos de defeitos.
E.1.2 Para se obter a resistência de cálculo, deve-se aplicar os coeficientes de modificação que
estejam relacionados à duração do carregamento (kmod1), ao teor de umidade de equilíbrio (kmod2) e
à qualidade da madeira (kmod3), conforme 6.2. Este Anexo apresenta a correlação entre os defeitos
naturais encontrados em peças de madeira e o coeficiente de modificação Kmod3 utilizado para o cálculo
da resistência de cálculo.
E.1.3 A classificação visual é conduzida com a inspeção visual das duas faces e das duas bordas de
cada peça. É realizada por profissional habilitado ou por equipamentos, que qualificam e quantificam
os defeitos presentes em todo o comprimento da peça. Com base nos defeitos presentes e sua severidade,
é atribuída uma classe visual para cada peça.
Se a classificação visual for realizada antes do aplainamento das peças de madeira, para propósitos de
classificação visual, devem ser consideradas as dimensões da peça após o aplainamento. As reduções
máximas na dimensão da face de peças aplainadas são as apresentadas na Tabela E.1.
E.2.2 Se a madeira já classificada for posteriormente cortada em partes menores, estas partes
devem ser objeto de nova classificação visual.
E.2.3 Os defeitos, para efeitos desta Norma, são considerados na classificação visual de peças de
madeira serrada são: presença de medula, nós, inclinação excessiva das fibras, fissuras passantes
e não passantes, distorções dimensionais (encurvamento, arqueamento, encanoamento, torcimento,
esmoado), ataques biológicos, presença de madeira de reação, danos mecânicos ou bolsas de resina.
Em função dos defeitos presentes e de suas severidades, atribui-se uma classe visual à peça serrada
Projeto em Consulta Nacional
E.2.4 A Tabela E.2 apresenta os requisitos para cada uma das classes visuais, bem como os valores
de kmod3 associados a cada uma das classificações.
E.4.2 Os nós são diferenciados segundo sua posição, nós no centro da face e nós no canto da face
ou no lado.
E.4.3 Os nós devem ser avaliados em termos de proporção de área que ocupam na seção transversal
da peça, conforme a Figura E.1 e Tabela E.2.
E.4.5 Um conjunto de nós é medido como um nó individual. Adota-se como o diâmetro de um conjunto
de nós aquele definido por limites mais extremos do conjunto (ver Figura E.2).
E.4.7 Quando a ocorrência de nós próximos se der em uma mesma seção transversal, o diâmetro
é obtido pela soma dos diâmetros individuais (D = D1 + D2), ver Figura E.3.
Figura E.3 – Nós individuais próximos, com ocorrência de dois deles na mesma seção transversal
Legenda
i inclinação da fibra
b base de medida na direção do eixo da peça e
a medida perpendicular ao eixo da peça percorrida pela direção da fibra no comprimento b
Figura E.4 – Medição da inclinação das fibras da madeira na face de uma peça
E.6 Fissuras
As fissuras compreendem aquelas passantes (splits) e não passantes (checks), os fendilhados (seasoning
cheks) e as rachas (shakes).
Os comprimentos das fissuras (L) são mensurados paralelamente ao comprimento da peça (ver
Figura E.5) e as larguras são mensuradas ao longo da seção transversal da peça.
a) Racha
E.7 Encurvamento
O encurvamento é um empenamento da peça em relação ao seu eixo de menor inércia (ver Figura E.6).
Deve ser medido no ponto de maior deslocamento em relação à linha reta que une as duas extremidades
da peça.
E.8 Encanoamento
O encanoamento é um empenamento da peça de madeira, configurando uma face côncava e outra
convexa (ver Figura E.7). Deve ser medido no ponto de maior deslocamento em relação à linha reta
que une as duas bordas da peça.
E.9 Arqueamento
O arqueamento é um empenamento em relação ao eixo de maior inércia de uma peça de madeira
(ver Figura E.8). Deve ser medido no ponto de maior deslocamento em relação à linha reta que une
as duas extremidades da peça.
E.10 Torcimento
O torcimento é uma combinação de empenamentos em relação aos eixos de maior e de menor inércia,
fazendo com que a peça de madeira fique com forma espiralada (ver Figura E.9).
E.11 Esmoado
O esmoado é a ausência de madeira, causada por qualquer motivo, na quina de uma peça de madeira
serrada. Seu comprimento (L) é mensurado paralelamente ao comprimento da peça (ver Figura E.10).
Suas dimensões transversais são mensuradas ao longo da largura e espessura da seção transversal.
Projeto em Consulta Nacional
Bibliografia
[1] Bravery, A.F., Barry, S. and Coleman, L.J. (1978), Collaborative experiments on testing The mould
resistence of paint films. Int. Biod. Bull. 14(1). 1-10
Projeto em Consulta Nacional
[2] Publicação IPT 1157:1980, Métodos de ensaio e análises em Preservação de Madeiras – Método D2
Ensaio Acelerado de Laboratório da Resistência Natural ou de Madeira preservada ao ataque
de térmitas do gênero Cryptotermes (fam. Kalotermitidae). São Paulo: Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.
[3] Publicação IPT 3010:2009, Madeira: uso sustentável na construção civil. 2º edição. São Paulo:
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.
[6] Diretriz Sinat 005, Sistemas construtivos estruturados em peças de madeira maciça serrada, com
fechamento em chapas delgadas (Sistema leves tipos “Light Wood Framing”).
[7] BRAVERY, A.F., BARRY, S. and COLEMAN, L.J. (1978). Collaborative experiments on testing.
The mould resistence of paint films. Int. Biod. Bull. 14(1). 1-10
[8] PUBLICAÇÃO IPT 1157: 1980. Métodos de Ensaio e Análises em Preservação de Madeiras –
Método D2 Ensaio Acelerado de Laboratório da Resistência Natural ou de Madeira preservada
ao ataque de térmitas do gênero Cryptotermes (fam. Kalotermitidae). São Paulo: Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.
[9] PUBLICAÇÃO IPT 3010: 2009. Madeira: uso sustentável na construção civil. 2º edição. São Paulo:
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.
[10] PUBLICAÇÃO IPT 4371: 2013. Catálogo de madeiras brasileiras para a construção civil. São Paulo:
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.
[12] NI, C.; POPOVSKI, M; WANG, J. Chapter 3: Structural design. In: NI, C.; POPOVSKI, M. Mid-rise
Wood-Frame Construction Handbook. First edition. FPINNOVATIONS, 2015. Special Publication
SP-57-E.
[13] ICC EVALUATION SERVICE. ICC AC38 – Acceptance Criteria for Water- Resistive Barriers.
[14] AMERICAN ASSOCIATION OF TEXTILE CHEMISTS AND COLORISTS. AATCC 127: Water
Resistance: Hidrostatic Pressure Test.
[16] AWPA – AMERICAN WOOD PRESERVERS’ ASSOCIATION – Standard P23-14 – Standard for
Chromated Copper Arsenate Type C (CCA-C)
Projeto em Consulta Nacional
[18] ABNT NBR ISO 12466-2, Madeira compensada – Qualidade de colagem – Parte 2: requisitos
[19] ABNT NBR 14715-2, Chapas de gesso para drywall – Parte 2: Métodos de ensaio
[21] ISO 4892-3, Plastics – Methods of exposure to laboratory light sources – Part 3: Fluorescent UV Lamp
[22] ISO 12354-1, Building acoustics – Estimation of acoustic performance of buildings from the
performance of elements – Part 1: Airborne sound insulation between rooms
[23] ASTM B172, Standard Specification for Rope-Lay-Stranded Copper Conductors Having Bunch-Stranded
Members, for Electrical Conductors
[24] ASTM E2098/E2098M, Standard test method for determining tensile breaking strength of glass
fiber reinforcing mesh for use in class PB exterior insulation and finish systems (EIFS), after exposure
to a sodium hydroxide solution