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ABNT/CB-002

PROJETO ABNT NBR 16936


JAN 2021

Edificações em light wood frame

APRESENTAÇÃO
1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo de Sistemas Construtivos Light Wood
Projeto em Consulta Nacional

Frame (CE-002:126.011) do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), com número


de Texto-Base 002:126.011-001, nas reuniões de:

14.06.2016 18.04.2017 28.02.2018

08.05.2018 13.06.2018 22.08.2018

18.09.2018 08.11.2018 27.03.2019

24.04.2019 25.10.2019

a) não tem valor normativo.

2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória.

3) Analista ABNT – Michelly Oliveira.

© ABNT 2021
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-002
PROJETO ABNT NBR 16936
JAN 2021

Edificações em light wood frame

Light wood frame construction


Projeto em Consulta Nacional

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 16936 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), pela
Comissão de Estudo de Sistemas Construtivos Light Wood Frame (CE-002:126.011), com a participação
do Comitê Brasileiro de Madeira (ABNT/CB-031). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme
Edital nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX.

A ABNT NBR 16936:2021 não se aplica aos projetos de construção que tenham sido protocolados
para aprovação no órgão competente pelo licenciamento anteriormente à data de sua publicação
como Norma Brasileira, nem àqueles que venham a ser protocolados no prazo de até 180 dias após
esta data.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 16936 é o seguinte:

Scope
This Standard provides guidelines for light wood frame construction systems covering design and
building conditions (fabrication, transportation, assembly and storage on site).

This Standard establishes the method of evaluating and the performance conditions of the light wood
frame construction systems and the appropriate conditions for receipt by the end customer, and
maintenance in such a way as to guarantee the performance required by the system.

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JAN 2021

This Standard applies to single or twin-storey buildings, isolated or twinned up to two floors
(ground floor + 01 floors), and does not apply to multifamily buildings with overlapping autonomous units.

NOTE This Standard does not define the degree of industrialization of the process.
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Edificações em light wood frame

1 Escopo
Projeto em Consulta Nacional

Esta Norma fornece as diretrizes para sistemas construtivos light wood frame, incluindo as condições
de projeto e execução (fabricação, transporte, montagem e armazenamento no canteiro).

Esta Norma estabelece um método de avaliação e as condições de desempenho dos sistemas construtivos
light wood frame, bem como as condições de aceitação e manutenção pelos usuários, necessárias
para garantir a performance esperada da edificação.

Esta Norma se aplica a edificações térreas ou assobradadas, isoladas ou geminadas de até dois
pavimentos (térreo + 01 pavimento), não se aplicando a edificações multifamiliares com unidades
autônomas sobrepostas.

NOTA Esta Norma não define o grau de industrialização do processo.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências
datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições
mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 5410, Instalações elétricas de baixa tensão

ABNT NBR 5626, Sistemas prediais de água fria e água quente – Projeto, execução, operação e manutenção

ABNT NBR 5628, Componentes construtivos estruturais – Determinação da resistência ao fogo

ABNT NBR 6120, Ações para o cálculo de estruturas de edificações

ABNT NBR 6122, Projeto e execução de fundações

ABNT NBR 6123, Forças devidas ao vento em edificações

ABNT NBR 6232, Penetração e retenção de preservativos em madeira tratada sob pressão

ABNT NBR 7190, Projeto de estruturas de madeira

ABNT NBR 7511, Dormentes de madeira – Requisitos e métodos de ensaio

ABNT NBR 8160, Sistemas prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução

ABNT NBR 8681, Ações e segurança nas estruturas – Procedimento

ABNT NBR 9484, Compensado – Determinação do teor de umidade

ABNT NBR 9485, Compensado – Determinação da massa específica aparente

ABNT NBR 9533, Compensado – Determinação da resistência à flexão estática

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ABNT NBR 9535, Compensado – Determinação do inchamento – Método de ensaio

ABNT NBR 9575, Impermeabilização – Seleção e projeto

ABNT NBR 10844, Instalações prediais de águas pluviais – Procedimento

ABNT NBR 13277, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
Projeto em Consulta Nacional

da retenção de água

ABNT NBR 13278, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da densidade de massa e do teor de ar incorporado

ABNT NBR 13280, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da densidade de massa aparente no estado endurecido

ABNT NBR 13729, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da resistência à tração na flexão e à compressão

ABNT NBR 14037, Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operações e manutenção das
edificações – Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos

ABNT NBR 14432, Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações –


Procedimento

ABNT NBR 14715-1, Chapas de gesso para drywall – Parte 1: Requisitos

ABNT NBR 15258, Argamassa para revestimento de paredes e tetos – Determinação da resistência
potencial de aderência à tração

ABNT NBR 15259, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da absorção de água por capilaridade e do coeficiente de capilaridade

ABNT NBR 15261, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação
da variação dimensional (retratação ou expansão linear)

ABNT NBR 15498, Placa de fibrocimento sem amianto – Requisitos e métodos de ensaio

ABNT NBR 15526, Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais
e comerciais – Projeto e execução

ABNT NBR 15575-1, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais

ABNT NBR 15575-2, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 2: Requisitos para os sistemas
estruturais

ABNT NBR 15575-3, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 3: Requisitos para os sistemas
de pisos

ABNT NBR 15575-4, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 4: Requisitos para os sistemas
de vedações verticais internas e externas – SVVIE

ABNT NBR 15575-5, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 5: Requisitos para os sistemas
de coberturas

ABNT NBR 15705, Instalações hidráulicas prediais – Registro de gaveta – Requisitos e métodos de ensaio

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ABNT NBR 15758-1:2009, Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Projetos e
procedimentos executivos para montagem – Parte 1: Requisitos para sistemas usados como paredes

ABNT NBR 15848, Sistemas de ar condicionado e ventilação – Procedimentos e requisitos relativos


às atividades de construção, reformas, operação e manutenção das instalações que afetam a qualidade
do ar interior (QAI)
Projeto em Consulta Nacional

ABNT NBR 16143, Preservação de madeiras – Sistema de categorias de uso

ABNT NBR 16401-3, Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários – Parte 3: Qualidade
do ar interior

ABNT NBR 16655-1, Instalação de sistemas residenciais de ar-condicionado – Split e compacto –


Parte 1: Projeto e instalação

ISO 2081, Metallic and other inorganic coatings – Electroplated coatings of zinc with supplementary
treatments on iron or steel

ISO 12572, Hygrothermal performance of building materials and products – Determination of water
vapour transmission properties – Cup method

ISO 29864, Self adhesive tapes. Measurement of breaking strength and elongation at break

ASTM B117, Practice for operating salt spray (fog) apparatus

ASTM C1177/C1177M, Specification for glass mat gypsum substrate for use as sheathing

ASTM D3723, Test method for pigment content of water-emulsion paints by low-temperature ashing

ASTM D5034, Test Method for breaking strength and elongation of textile fabrics (grab test)

ASTM E96, Test Methods for water vapor transmission of materials

ASTM E1677, Specification for air barrier (AB) material or assemblies for low-rise framed building walls

ASTM E2556/E2256M, Specification for vapor permeable flexible sheet water-resistive barriers intended
for mechanical attachment

EN 300, Oriented Strand Boards (OSB) – Definitions, classification and specifications

EN 310, Wood-based panels – Determination of modulus of elasticity in bending and of bending strength

EN 789, Timber structures –Test methods – Determination of mechanical properties of wood-based panels

EN 1058, Wood-based panels – Determination of characteristic 5-percentile values and characteristic


mean values

EN 1931, Flexible sheets for waterproofing – Bitumen, plastic and rubber sheets for roof waterproofing –
Determination of water vapour transmission properties

EN 1939, Self adhesive tapes – Determination of peel adhesion properties

EN 1942, Self adhesive tapes – Measurement of thickness

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EN 1995-1-1:2004, Eurocode 5: Design of timber structures – Part 1-1: General – Common rules and
rules for building

EN 13496, Thermal insulation products for building applications – Determination of the mechanical
properties of glass fibre meshes as reinforcement for external thermal insulation composite systems
with renders (ETICS)
Projeto em Consulta Nacional

EN 13859-1, Flexible sheets for waterproofing – Definitions and characteristics of underlays – Part 1:
underlays for discontinuous roofing

PS1, Structural plywood

AWPA P23-14, Standard for chromated copper arsenate type C (CCA-C)

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
absorventes acústicos
materiais capazes de absorver o som

NOTA Em geral são materiais porosos (por exemplo, lã de vidro, lã de rocha, poliuretano, fibras de madeira,
vermiculita, fibras cerâmicas, cortiça, tecidos, tapetes, entre outros).

3.2
alburno
branco
brancal
borne
lenho situado entre a casca e o cerne, geralmente de coloração mais clara que este, constituído por
elementos celulares ativos (na árvore viva)

3.3
áreas molhadas
áreas da edificação cuja condição de uso e exposição pode resultar na formação de lâmina de água

EXEMPLOS Banheiro com chuveiro, sacadas e área de serviço e áreas descobertas)

3.4
áreas molháveis
áreas da edificação que recebem respingos de água decorrente da sua condição de uso e exposição,
e que não resulte na formação de lâmina de água

EXEMPLO Banheiro sem chuveiro, cozinhas e sacadas cobertas.

3.5
argamassa de tratamento de juntas dissimuladas
argamassa cimentícia flexível utilizada para vedação das juntas das placas de fibrocimento sem amianto

3.6
barreiras impermeáveis à água e permeáveis ao vapor
mantas ou membranas impermeáveis à água e permeáveis ao vapor d’água

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3.7
basecoat
revestimento externo de base cimentícia, reforçada com aplicação de tela de fibra de vidro álcali resistente,
aplicada sobre a chapa de fibrocimento sem amianto de fechamento externo

3.8
Projeto em Consulta Nacional

cerne
parte interna do lenho, envolvida pelo alburno, constituída por elementos celulares sem atividade
fisiológica, geralmente caracterizada por possuir coloração mais escura que o alburno

3.9
chapas de dente estampado
chapas dentadas metálicas utilizadas para conectar os perfis de uma treliça ou elementos estruturais
formados por peças de madeira

3.10
chapas de gesso para drywall
chapas fabricadas industrialmente mediante um processo de laminação contínua de uma mistura de
gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão, no qual uma chapa é virada sobre as bordas
longitudinais e colada sobre a outra

3.11
componente nivelador
componente com a função de regularizar a base para apoio da travessa inferior do quadro estrutural

3.12
componentes da face superior do entrepiso com função estrutural
painéis ou chapas fixadas nos barrotes e vigas estruturais

3.13
componentes de contraventamento
peças de madeira (horizontais ou diagonais), painel de OSB ou chapa de compensado estrutural
fenólico, empregados com função de contraventar a estrutura principal

3.14
componentes de fechamento internos e externos
painéis ou chapas fixadas nos quadros estruturais, constituindo as faces das paredes

3.15
componentes de madeira maciça serrada
peças de madeira maciça serrada
componentes provenientes do processo de serra (desdobro) de toras de madeira

3.16
componentes de revestimento ou acabamento
materiais sem função estrutural, com função estética, determinantes para a durabilidade do sistema
construtivo

EXEMPLO Argamassas, pastas, pinturas, sidings, cerâmicas e outros.

3.17
contrapiso
camada de argamassa para nivelar a superfície de um piso, sobre a qual se aplica o acabamento/revestimento

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3.18
contraverga
perfil utilizado horizontalmente no limite inferior das aberturas (janelas e outras)

3.19
cupins
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insetos sociais da ordem Isoptera, que podem atacar a madeira

3.20
durabilidade natural
característica intrínseca de cada espécie botânica de madeira de resistir ao ataque de organismos xilófagos

NOTA De modo geral, o conceito de durabilidade natural está sempre associado ao cerne da espécie
de madeira, na medida em que, na prática, o alburno de todas as espécies de madeira é considerado não
durável ou perecível.

3.21
edificação assobradada
edificação residencial que apresenta dois pavimentos

3.22
elementos de fixação
elementos ou dispositivos que fazem a ligação entre duas peças de madeira ou entre madeira e chapas,
transferindo esforços de tração, compressão, cisalhamento ou momento fletor

EXEMPLO Mecanismos de encaixe, cavilhas, parafusos, pregos anelados ou tipo ardox, grampos, ganchos
de ancoragem, chumbadores, conectores, pinos, chapas com dente estampado e/ou colas. São diversos
os tipos de fixação: fixação entre componentes de madeira de cada sistema (chapas, quadros estruturais,
contraventamentos, revestimentos, barreiras, isolantes e esquadrias do fechamento); fixação entre subsistemas
(parede-piso, parede-cobertura, piso-fundação, parede-fundação, isolantes).

3.23
entrepiso
sistema de piso de unidades autônomas assobradadas (isoladas e/ou geminadas)

3.24
forro
revestimento inferior de cobertura ou de entrepisos, aderido, suspenso ou com estrutura independente

3.25
fungos
micro-organismos capazes de se desenvolverem na madeira, causando manchas e/ou a deterioração
dos tecidos lenhosos

EXEMPLO Micro-organismo do reino fungi.

3.26
isolante térmico
materiais isolantes que dificultam a propagação de calor, caracterizados por sua resistência térmica

3.27
junta
espaço ou encontro entre os componentes de fechamento

NOTA As juntas podem ser do tipo visível (aparente) ou dissimulada.

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3.28
madeira beneficiada
madeira serrada após algum processo que altera suas dimensões ou sua superfície, por exemplo
o aparelhamento, ou aplanamento

EXEMPLO Forros e batentes.


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3.29
madeira engenheirada
composto de madeira formado pela adição de adesivos a uma capa e múltiplas camadas de madeira
ou de painel de madeira reconstituída formando um material composto de melhor desempenho ou
oriundo de algum outro processo que utilize a madeira como principal matéria prima na produção de
um novo produto com propriedades adequadas á necessidades específicas

3.30
madeira estrutural composta
produto composto de madeira serrada classificada quanto aos defeitos e quanto à resistência mecânica,
ensaiada não destrutivamente

EXEMPLO Madeira laminada colada.

3.31
madeira laminada colada
produto resultado da composição de lâminas de madeira serrada coladas, de acordo com critérios
apropriados para a produção desses elementos

3.32
madeira maciça
elementos estruturais ou não, obtidos diretamente do desdobro de toras de madeira, recebendo ou
não algum beneficiamento de superfície

3.33
manta para impermeabilização
produto impermeável, pré-fabricado, obtido por processos industriais

3.34
membrana hidrófuga
manta ou membrana impermeável à água no estado líquido e permeável ao vapor da água

3.35
membrana para impermeabilização
camada de impermeabilização moldada no local, com características de flexibilidade e com espessura
compatível para suportar as movimentações do substrato, podendo ser estruturada ou não

3.36
montante
elemento vertical com função estrutural que compõe o esqueleto das paredes

3.37
organismo xilófago
organismo que se alimenta de madeira

EXEMPLO Cupins e fungos.

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3.38
painel de OSB
painel estrutural constituído por tiras de madeira, unidas com resinas resistentes à água, orientadas
em três ou cinco camadas perpendiculares entre si e prensadas sob alta pressão e temperatura

3.39
Projeto em Consulta Nacional

painel reconstituído
painel em que a madeira bruta é triturada, transformando-se em cavacos ou fibras impregnadas de
resinas sintéticas

EXEMPLO MDP, MDF, HDF e OSB.

3.40
peças estruturais de madeira maciça serrada
componentes de madeira maciça serrada que cumprem função estrutural

EXEMPLO Montantes, travessas, barrotes, bloqueadores, vigas, caibros e sarrafos, tratados quimicamente
sob pressão

3.41
placa de fibrocimento sem amianto
placas planas formadas pela mistura de pasta de cimento e fibras, ou pasta de cimento e agregados,
com reforços em fibras

3.42
preservação da madeira
conjunto de medidas preventivas e curativas adotadas para eliminação e controle de agentes biológicos
(por exemplo, fungos, insetos xilófagos e perfuradores marinhos), físicos e químicos (biocidas) que
alteram as propriedades da madeira no desenvolvimento e na manutenção dos seus componentes no
ambiente construído

3.43
produto impermeável
produto impenetrável por fluidos (água), podendo ser manta ou membrana para impermeabilização,
conforme ABNT NBR 9575

3.44
produto preservativo
substância ou formulação química de composição e características definidas, que tem como finalidade
preservar a madeira contra a degradação de organismos xilófagos, como cupins e fungos apodrecedores

NOTA Os produtos preservativos permitidos são regulamentados pela ANVISA e registrados no IBAMA.

3.45
quadro estrutural de parede
formado por peças estruturais de madeira maciça serrada, denominadas montantes, travessas ou
bloqueadores, tratadas quimicamente sob pressão

3.46
revestimento
acabamento revestimentos
acabamento de piso
superfície de sacrifício cuja função é proteger o substrato, pinturas e texturas compatíveis com os
componentes de fechamento (substratos) sobre os quais são aplicados

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3.47
seção nominal
tn
dimensões das peças de madeira segundo a nomenclatura comercial, representada pelas medidas
de largura (b) e altura (h) da seção transversal da peça (ver Figura 1)
Projeto em Consulta Nacional

Figura 1 – Seção nominal da peça de madeira

3.48
sistema light wood frame
sistemas construtivos cuja principal característica é serem estruturados por peças leves de madeira
maciça serrada, ou produto derivado de madeira, com fechamentos em chapas unidas às peças
de madeira, formando painéis com resistência e rigidez aplicadas tanto no plano do painel quanto
perpendicular a ele (ver Figura 2)

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Figura 2 – Esquema 3D de uma edificação de dois pavimentos em light wood frame

3.49
umbral
peça com seção transversal igual à do montante, usada para apoiar as peças que formam as vergas

3.50
vedação vertical
partes da edificação habitacional que limitam verticalmente a edificação e seus ambientes, como as
fachadas e as paredes ou divisórias internas

NOTA Para o sistema wood frame, as vedações verticais são compostas pelas peças estruturais de
madeira, pelos componentes de fechamento e revestimento, membranas impermeáveis à água e pelas fixações.

3.51
verga
perfil utilizado horizontalmente no limite superior das aberturas (portas, janelas e outras)

3.52
viga
perfil utilizado horizontalmente na altura do pé-direito

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3.53
peças leves de madeira serrada da estrutura do telhado
peças de madeira que compõem a estrutura do telhado e dão suporte às telhas

EXEMPLO Viga de cumeeira, terça, caibro, ripa e sarrafo, com alta resistência natural ao ataque de
organismos xilófagos ou tratados quimicamente sob pressão.
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4 Requisitos gerais
A madeira empregada deve ser de origem legal, sendo, portanto, proveniente de florestas plantadas
ou florestas nativas, conforme legislação vigente.

Nas edificações em light wood frame, o seguinte conjunto de detalhes de projeto deve ser adotado,
visando evitar o contato e a permanência dos componentes de madeira com a umidade:

 a) prever a proteção da fachada conforme a ABNT NBR 15575;

 b) prever a proteção da base da parede e do revestimento externo;

 c) adoção de desnível entre o apoio da parede de wood frame e a calçada externa de 150 mm ou
caso não haja calçada externa, adoção de desnível mínimo de 200 mm entre o apoio da parede de
wood frame e a cota do terreno, desde que seja assegurada a drenagem no perímetro da fundação;

 d) adoção de piso acabado do box em cota inferior ou igual a 15 mm em relação à cota do piso
acabado do banheiro; opcionalmente, pode ser adotado componente de separação entre o piso
acabado do box e o piso acabado do banheiro com altura mínima de 15 mm;

 e) emprego de mantas de impermeabilização, de modo a proteger a base do quadro estrutural e sua
lateral em relação ao elemento de fundação, no pavimento térreo, até a altura mínima de 200 mm
(ver 6.11);

 f) emprego de mantas ou membranas de impermeabilização na interface entre o piso e a parede


de áreas molháveis, até a altura de 200 mm (banheiro sem chuveiro ou lavabo, cozinha e sacada
coberta), antes da aplicação da camada de acabamento(ver figuras 12 e 13), e emprego de rodapés
de material resistente à água de 70 mm de altura sobre as chapas de fechamento;

 g) emprego de mantas ou membranas de impermeabilização em toda a superfície do contrapiso de


áreas molhadas (banheiro com chuveiro, incluindo piso do box, área de serviço e áreas descobertas):
e nas paredes, com altura mínima de 200 mm do piso acabado (ver Figuras 12 e 13);

 h) emprego de membranas hidrófugas posicionadas sobre os painéis de fechamento do quadro


estrutural e sob os componentes de acabamento, da face externa das paredes de fachada (ver
Figura 14);

 i) emprego de mantas ou membranas de impermeabilização na interface entre o piso e o ralo.


Adicionalmente, o piso que contempla o ralo deve possuir inclinação de no mínimo 1 % em sentido
ao ralo (ver Figuras 12 e 13);

 j) emprego de mantas ou membranas de impermeabilização em paredes que contenham cubas,


lavatórios, pontos para torneira ou chuveiro. As dimensões do elemento de impermeabilização
devem ultrapassar o equipamento em no mínimo 200 mm (acima, a partir do piso, e laterais a partir do
final do equipamento) para ambientes de áreas molháveis e molhadas (banheiro sem chuveiro/lavabo,
cozinha e sacada coberta) (ver Figuras 12 e 13);

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 k) no caso de uso de chapas de gesso para drywall em áreas molhadas e molháveis, deve-se
empregar aquelas resistentes à umidade, conforme ABNT NBR 14715-1, com adoção dos tratamentos
impermeabilizantes previstos na ABNT NBR 15758-1;

 l) quando da utilização de contrapiso de base cimentícia moldado no local sobre entrepiso de
wood frame, deve ser utilizado um filme de polietileno entre a chapa de entrepiso e a base cimentícia.
Projeto em Consulta Nacional

5 Materiais
5.1 Madeira

5.1.1 Madeira serrada

As peças de madeira serrada utilizadas em paredes, pisos no sistema construtivo light wood frame
devem atender aos requisitos estruturais da ABNT NBR 7190. Em termos de durabilidade, devem
atender à ABNT NBR 16143, para as categorias de uso 2, 3 ou 4 (ver Tabelas 1 e 2).

Tabela 1 – Requisitos para caracterização dos materiais e componentes


Sistemas estruturais de parede externa e interna
Item Requisito Indicador de conformidade
A Peças estruturais de madeira serrada dos quadros estruturais
Densidade aparente a 12 % Conforme projeto
A.1
de teor de umidade.
Valor mínimo de resistência Classe mínima C20 conforme ABNT NBR 7190
característica à compressão
A.2
paralela às fibras da madeira
a 12 % de umidade.
Seção transversal nominal mínima Seção transversal nominal mínima de 38 mm × 89 mm
A.3 das peças de madeira estruturais – (tolerância de 1,5 mm)
Montantes e travessas
Resistência a organismos Peças estruturais de madeira submetidas a
A.4 xilófagos/retenção e penetração tratamento químico sob pressão, conforme
mínima de produto preservativo. categorias de uso 3 e 4 da ABNT NBR 16143.
Resistência a organismos Limites dos ingredientes ativos do CCA-C e do CCB
xilófagos/comprovação são dados pela ABNT NBR 7511 com ensaios
da qualidade dos produtos de retenção conforme a ABNT NBR 6232.
A.5 preservativos utilizados em Os critérios mínimos definidos para o CA-B devem
tratamento sob pressão, em ser considerados os definidos na AWPA P23-14 e
autoclave (limites mínimos e são reproduzidos na Tabela 2.
máximos dos ingredientes ativos).

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Tabela 2 – Limites dos ingredientes ativos do CA-B


Critérios mínimos definidos conforme AWPA P23-14
Mínimo Máximo
Ingrediente ativo
% %
Cobre 95,4 96,8
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Azole, como Tebuconazole 3,2 4,6

5.1.2 Madeira laminada colada

Entende-se por madeira laminada colada (MLC) para fins estruturais, peças de madeira, reconstituída
em processo industrializado de fabricação, composta de tábuas de dimensões relativamente reduzidas
se comparadas às dimensões da peça final, coladas umas às outras e dispostas com as fibras paralelas
ao eixo longitudinal da peça final.

As peças de madeira laminada colada são utilizadas em paredes, pisos e cobertura no sistema
construtivo light wood frame e devem atender à ABNT NBR 7190 e, em termos de durabilidade,
à ABNT NBR 16143, para as categorias de uso 2, 3 ou 4.

A caracterização das propriedades da madeira laminada colada para projeto de estruturas deve
ser feita a partir de corpos de prova extraídos de peças estruturais fabricadas de acordo com o
procedimento-padrão da indústria fornecedora. Para as peças de grande porte, são permitidos os
resultados fornecidos pelo controle de qualidade do produtor, desde que atendam à legislação vigente.

Para emprego da madeira laminada colada, as propriedades físicas e mecânicas características podem
ser fornecidas pelo produtor, obtidas por controle de amostragem e ensaios realizados por instituição
idônea, sob sua responsabilidade e conforme a legislação vigente. Como alternativa, podem ser admitidas
as mesmas propriedades da madeira das lamelas, devendo ser realizados os seguintes ensaios conforme
os Anexos A, B e C:

 a) delaminação;

 b) resistência ao cisalhamento na lâmina de cola;

 c) resistência das emendas denteadas.

Deve ser caracterizado o desempenho da peça, desde que aplicável, em termos de resistência à flexão,
resistência ao cisalhamento da linha de colagem, resistência à compressão, teor de umidade, durabilidade
dos componentes, concentração de ingredientes ativos de preservação, densidade de massa e
caracterização dimensional.

A qualidade do produto final depende de várias etapas do processo de fabricação, devendo as características
de resistência e rigidez dos elementos de MLC serem asseguradas pelos fabricantes por meio do controle
de qualidade de cada componente do processo. As vigas de MLC com dupla inclinação e vigas com
a parte superior reta de dupla inclinação com a fibra na direção paralela ao lado inferior da viga devem
ser analisadas separadamente.

O lote de madeira a partir do qual são produzidas as tábuas bem como as vigas prontas devem passar
pelo enquadramento nas classes de resistência definidas na ABNT NBR 7190.

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5.1.3 Madeira engenheirada e outros produtos

As peças de madeira engenheirada utilizadas em paredes, pisos e cobertura no sistema construtivo


light wood frame devem atender à ABNT NBR 7190 e, em termos de durabilidade, à ABNT NBR 16143,
para as categorias de uso 2, 3 ou 4.
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Deve ser caracterizado o desempenho desta peça, desde que aplicável, em termos de resistência à
flexão, resistência ao cisalhamento da linha de colagem, resistência à compressão, teor de umidade,
durabilidade dos componentes, concentração de ingredientes ativos de preservação, densidade de massa
e caracterização dimensional.

A madeira engenheirada deve ser submetida à avaliação de desempenho inserido no painel do sistema
construtivo light wood frame quanto à resistência ao fogo, compressão excêntrica e resistência de
arrancamento dos dispositivos de fixação.

Todos os produtos considerados como madeira engenheirada para uso estrutural devem apresentar
um desempenho mínimo conforme a ABNT NBR 7190.

5.1.4 Painel OSB estrutural e compensado estrutural

Os painéis estruturais de contraventamento utilizados em paredes e pisos no sistema construtivo light


wood frame são dos tipos painel de compensado estrutural ou painel reconstituído tipo OSB (oriented
strand board).

Os painéis de compensado estrutural ou reconstituído tipo OSB devem atender às especificações de


durabilidade da ABNT NBR 16143, para as categorias de uso 2, 3 ou 4 de acordo com o seu uso.

O painel reconstituído tipo OSB deve ser do Tipo 2 para aplicação em áreas secas e Tipo 3 para utilização
em área externa e/ou áreas molháveis e molhadas, conforme EN 300.

O painel de compensado estrutural deve ser do tipo Exterior, conforme PS1.

Para determinar a espessura do OSB que pode ser usado, deve-se atender a 6.2 (ver Tabelas 3 e 4).

Tabela 3 – Requisitos mínimos para painel de OSB


Requisitos mínimos Critério/Método
Especificação
6 mm a 10 mm > 10 mm a < 18 mm 18 mm a 25 mm de ensaio

Índices de umidade 2 % a 12 %


Resistência à flexão no
> 22 N/mm2 > 20 N/mm2 > 18 N/mm2
sentido longitudinal
Resistência a flexão no EN 300
> 11 N/mm2 > 10 N/mm2 > 9 N/mm2
sentido transversal
Inchamento da chapa
I ≤ 20% para OSB tipo 2; e I ≤ 15 % para OSB tipo 3
(espessura)
Resistência ao ataque
Painel de OSB com tratamento de inseticida ABNT NBR 16143
de cupins

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Tabela 4 – Requisitos mínimos para painel de compensado estrutural


Valor característico do compensando Critério/Método
Especificação a
9 mm a 12 mm 18 mm a 25 mm de ensaio

Índices de umidade < 18 % PS1


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Resistência à flexão no sentido longitudinal > 18 N/mm2 > 15 N/mm2 EN 310


EN 1058
Resistência à flexão no sentido transversal > 10 N/mm2 > 10 N/mm2 EN 789
Inchamento da chapa (espessura) Menor do que 10 % NA
Painel de compensado estrutural com
Resistência ao ataque de cupins ABNT NBR 16143
tratamento preservativo adequado
a O tratamento para o painel compensado estrutural deve ser no sistema de autoclave.

Os ensaios para verificar se o compensado atende aos requisitos da Tabela 4 devem estar de acordo
com as ABNT NBR 9484, ABNT NBR 9485, ABT NBR 9533 e ABNT NBR 9535.

5.2 Sistema drywall e placas de fibrocimento sem amianto

As chapas de drywall compõem as vedações verticais internas do sistema construtivo e devem atender
às ABNT NBR 14715-1 e ABNT NBR 14715-2.

As placas de fibrocimento, quando utilizadas nas vedações verticais internas e externas do sistema
construtivo, devem atender à ABNT NBR 15498 e Tabela 5.

As placas de fibrocimento indicadas para aplicações externas sujeitas à ação direta de sol, chuva, calor
e umidade são classificadas como classe A, e as placas de fibrocimento indicadas para aplicações
internas e aplicações externas não sujeitas a ação direta de sol, chuva, calor e umidade são classificadas
como classe B, conforme Tabela 5.

Tabela 5 – Requisitos mínimos para placas de fibrocimento (continua)


Critério/método
Especificação Requisito a
de ensaio
Categoria CLASSE A CLASSE B
1 – 4
Resistência mecânica mínima 2 4 7
ABNT NBR 15498
Resistência à tração na flexão MPa 3 7 10
4 13 16
5 18 22
No ensaio, podem aparecer traços de umidade na
face inferior das placas, mas em nenhum caso deve
Permeabilidade à água ABNT NBR 15498
haver formação de gotas de água nessa face. Isto não
se aplica para placas com acabamento ou revestidas.

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Tabela 5 (conclusão)
Critério/método
Especificação Requisito a
de ensaio
Ensaios de resistência mecânica Nas placas ensaiadas, o limite Li do resultado
após envelhecimento acelerado médio indicado deve ser superior a 0,70. ABNT NBR 15498
Projeto em Consulta Nacional

por imersão e secagem


Ensaio de resistência mecânica Nas placas, o limite Li do resultado médio indicado
após envelhecimento acelerado deve ser superior a 0,70. ABNT NBR 15498
por água quente
Variação dimensional por imersão Os valores de variação dimensional devem ser no

e secagem a máximo de 2 mm/m.
a Valor de variação dimensional considerada para todas as situações.

5.3 Basecoat – Argamassa de revestimento para junta dissimulada

A camada de revestimento de argamassa reforçada com tela ou fibras aplicadas sobre chapa de
fechamento externo utilizada no sistema basecoat deve apresentar resistência mínima à tração após
imersão de 24 h em solução alcalina de 20 N/mm2 após envelhecimento, conforme NF EN 13496,
considerando que R após envelhecimento ≥ 0,50 R inicial. Na Tabela 6, são apresentados os requisitos
mínimos para o basecoat.

Tabela 6 – Requisitos para caracterização do basecoat


Requisitos Unidade Método de ensaio Critério 
Densidade de massa no estado fresco kg/m3 ABNT NBR 13278 a

Retração % ABNT NBR 15261 até 10


Resistência à tração na flexão MPa ABNT NBR 13279 ≥ 2,0
Resistência à compressão MPa ABNT NBR 13279 ≥ 5,5
Resistência potencial de aderência à tração MPa ABNT NBR 15258 ≥ 0,3
Absorção de água por capilaridade (C24h) g/(dm2.min^0,5) ABNT NBR 15259 ( a)
Retenção de água % ABNT NBR 13277 > 95 %
Densidade de massa no estado endurecido kg/m3 ABNT NBR 13280 a

a Conforme especificação do fabricante.

5.4 Elementos de fixação

Para especificação da necessidade ou não de tratamentos nos elementos de ligação metálicos, deve
ser utilizada a EN 1995-1-1 em função de sua classe de uso. As especificações ali apresentadas não
impedem de serem usados materiais com tratamentos ou desempenho superiores aos propostos.
A EN 1995-1-1 apresenta as necessidades proteção dos elementos de ligação metálicos em função
das suas classes de uso:

 a) Classe 1: elementos protegidos a intempéries, todas as ferragens que se encontram dentro da
residência ao abrigo de chuva;

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 b) Classe 2: elementos que periodicamente podem ter ação de intempérie, caso de varandas com
cobertura parcial;

 c) Classe 3: elementos que estão em contato constante com intempéries. Vale ressaltar que para
ambientes agressivos como em áreas costeiras é necessária maior resistência à oxidação destes
materiais.
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Os elementos estruturais devem, sempre que necessário, ser inerentemente resistentes à corrosão
(inoxidável) ou protegidos contra a corrosão. A Tabela 7 apresenta um resumo das necessidades mínimas
de tratamento conforme a EN 1995-1-1 já convertido para a resistência ao Salt Spray conforme a ISO 2081.

Tabela 7 – Exemplos da especificação mínima do material contra a Oxidação vermelha


dos fixadores (EN 1995-1-1 e ISO 2081)
Classe de uso
Elemento de fixação
1 2 3
Pregos e Parafusos Não há necessidade O tratamento O tratamento superficial
com D ≤ 4 mm de realizar o ensaio superficial deve resistir deve resistir ao ensaio
de Salt Spray ao ensaio de Salt de Salt Spray de 360 h
Spray de 192 h
Chumbadores, barras Não há necessidade Não há necessidade O tratamento superficial
roscadas, cavilhas, de realizar o ensaio de realizar o ensaio de deve resistir ao ensaio
pregos e parafusos de Salt Spray Salt Spray de Salt Spray de 360 h
D > 4 mm
Grampos O tratamento O tratamento O conector deve ser de
superficial deve superficial deve resistir aço Inoxidável A2 (304)
resistir ao Salt ao ensaio de Salt ou A4 (316) ou superior
Spray de 192 h Spray de 192 horas
Chapas perfuradas O tratamento O tratamento O conector deve ser de
metálicas de até superficial deve superficial deve resistir aço Inoxidável A2 (304)
3 mm de espessura resistir ao Salt ao ensaio de Salt ou A4 (316) ou superior
Spray de 192 h Spray de 192 h
Placas metálicas de Não há necessidade O tratamento O tratamento superficial
aço de 3 mm até de realizar o ensaio superficial deve resistir deve resistir ao ensaio
5 mm de espessura de Salt Spray ao ensaio de Salt de Salt Spray de 360 h
Spray de 192 h
Placas metálicas Não há necessidade Não há necessidade O tratamento superficial
acima de 5 mm de realizar o ensaio de realizar o ensaio deve resistir ao ensaio
de espessura de Salt Spray de Salt Spray de Salt Spray de 360 h

Os processos de proteção das ferragens devem atender a Tabela 7, e os requisitos verificados por
meio de ensaios laboratoriais devem estar em conformidade com a ASTM B117. As amostras devem
resistir à oxidação vermelha quando expostas ao ensaio de névoa salina levando em consideração
o tempo de exposição compatível ao elemento de fixação e à classe de uso, ambos indicados na
Tabela 7. Para madeiras tratadas com preservativos químicos considerados como corrosivos, as fixações
devem ser consideradas de classe de uso 3.

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5.5 Membranas hidrófugas

Trata-se de um conjunto de produtos específicos para serem utilizados em paredes portantes ou


divisórias de madeira compostas por elementos transpirantes para melhor gerir a regulação do vapor.
As membranas de vapor devem ser utilizadas para impedir a entrada de água na forma líquida para
o interior dos painéis verticais e assegurar a saída do vapor produzido internamente nas edificações
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para o ambiente.

As membranas de vapor podem ser aplicadas em mantas sólidas ou na forma líquida conforme a
ASTM E1677.

As membranas transpirantes que compõem o sistema devem atender à Tabela 8.

Tabela 8 – Requisitos mínimos para membranas hidrófugas


Propriedade Requisito Método de ensaio
Gramatura Mínimo 60 g/m2 NA
Espessura Mínimo 0,1 mm NA
Longitudinal Mínimo 178 N ASTM E2556
Resistência à tração
Transversal Mínimo 156 N ASTM D5034

Mínimo 10 perms ou ASTM E2556 ou


Permeabilidade ao vapor d’água a
2,9 × 10 –10 Kg/Pasm2 ASTM E96
EN 1931 ou
Transmissão do vapor da água (Sd) a ≤ 0,35
ISO 12572

Impermeabilidade à água Mínimo W1 EN 13859-1

a Não há necessidade das duas informações (permeabilidade e transmissão de vapor de água), uma das
duas grandezas é suficiente para analisar a qualidade do material, ou seja, se o fabricante disponibilizar
a informação de permeabilidade não há necessidade de apresentar a informação de transmissão de vapor
da água, e o inverso também é válido.

5.6 Tratamento de juntas da placa de fibrocimento

As juntas das placas de fibrocimento podem ser visíveis ou invisíveis e devem assegurar a qualidade das
vedações verticais atendendo aos requisitos de desempenho estabelecidos pela ABNT NBR 15575-4, para
o ensaio de estanqueidade de fachada. As juntas invisíveis das placas de fibrocimento são compostas
por argamassas ou massas acrílicas em conjunto com malhas de fibra de vidro.

5.7 Argamassas para tratamento de juntas e superfícies

As argamassas utilizadas no tratamento de juntas e superfícies das chapas cimentícias devem atender
aos requisitos da Tabela 9.

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Tabela 9 – Requisitos mínimos de argamassa de tratamento de juntas e superfícies


Especificação Requisitos Método de ensaio
Resistência à tração na flexão – 28 dias Classe R6 ABNT NBR 13279
Resistência à compressão – 28 dias Classe P6-P5 ABNT NBR 13279
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Resistência potencial de aderência à tração ≥ 1,0 MPa ASTM C1177


Coeficiente de capilaridade Classe C3 ABNT NBR 15259
Densidade de massa no estado fresco Classe D3 ABNT NBR 13278
Densidade de massa no estado endurecido
Classe M4 ABNT NBR 13280
kg/m3
Retenção de água
Classe U6 ABNT NBR 13277
%

5.8 Massa acrílica para tratamento de juntas e superfícies


As massas acrílicas utilizadas no tratamento de juntas e superfícies das chapas cimentícias devem
atender aos requisitos da Tabela 10.

Tabela 10 – Requisitos mínimos de argamassa de tratamento de juntas e superfícies


Especificação Requisitos Método de ensaio
Teor de resina Especificação de projeto ASTM D3723

5.9 Malha de fibra de vidro para tratamento de juntas e superfícies


As malhas de fibra de vidro utilizadas no tratamento de juntas e superfícies das chapas cimentícias
devem atender aos requisitos da Tabela 11.

Tabela 11 – Requisitos mínimos de malha de fibra de vidro


Critério/Método
Especificação Requisitos
de ensaio
Resistência à tração após imersão de 24 h em solução
alcalina. Após ensaio de resistência à tração antes e após
envelhecimento acelerado em meio alcalino, a resistência
Álcali resistente EN 13496
à tração após envelhecimento deve ser ≥ 0,50 a resistência
à tração antes do envelhecimento, sendo no mínimo
20 N/mm, após envelhecimento.

5.10 Impermeabilização
O sistema de impermeabilização deve ser realizado por mantas asfálticas, mantas líquidas, massas
poliméricas (áreas molhadas e molháveis), ou sistema de impermeabilização com desempenho igual
ou superior a esses.

Para escolha do sistema de impermeabilização, devem ser consultadas as ABNT NBR 9575 e
ABNT NBR 15575-3.

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5.11 Fitas de vedação


As fitas de vedação devem ser impermeáveis para assegurar a estanqueidade dos pontos que possuem
junções. Os pontos que devem ser considerados para utilizar esse tipo de fitas são:

 a) transpasse vertical e horizontal das membranas hidrófugas, para o caso de membranas sólidas;
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 b) solidarização das membranas hidrófugas sólidas junto aos elementos de interface das aberturas
de vãos (por exemplo, portas e esquadrias);

 c) interfaces do frame.

As fitas de vedação utilizadas nas junções devem atender aos requisitos da Tabela 12.

Tabela 12 – Requisitos mínimos da fita de vedação


Propriedade Requisito Métodos de ensaio
Espessura Mínimo 0,25 mm EN 1942
Resistência ao rasgo > 25 N/25 mm ISO 29864
Adesividade > 25 N/25 mm EN 1939
Resistência térmica – 30 °C / + 80 °C –

5.12 Proteção contra umidade

O isolamento entre a fundação e a madeira deve ser feito para se evitar a percolação de água que
deteriore o material utilizado como revestimento. Para o atendimento desse requisito, deve-se utilizar
mantas ou membranas de modo a proteger a base do quadro estrutural e sua lateral externa na altura
mínima de 200 mm, nas paredes externas (ver Figura 14).

6 Projetos e execução de edificações em light wood frame


O projeto de uma edificação em light wood frame deve ser elaborado por profissional competente,
apto para assumir a responsabilidade técnica.

Os projetos de light wood frame devem apresentar o seguinte:

 a) memória de cálculo: na qual devem ser apresentadas as considerações de cargas atuantes,
esquemas estáticos dos carregamentos, combinações das ações, propriedades mecânicas dos
materiais, verificação da resistência dos elementos estruturais e ligações, análise local e global
das deformações da estrutura;

 b) especificação de materiais: devem ser apresentadas de forma clara: as classes de resistência;
a classificação visual; o tratamento preservativo; as dimensões das peças de madeira; a espessura
e os tipos de painéis de contraventamento; os tipos, diâmetros, comprimentos e acabamentos
de elementos metálicos de ligação; as mantas de impermeabilização; os isolamentos térmicos e
acústicos; as barreiras de vapor; os materiais de fechamento e de acabamento final;

 c) plantas com locação das peças: devem ser apresentadas de forma clara para a leitura do elemento
e das cotas que indiquem a locação. Deve-se utilizar cotas e demais medidas em milímetros para
as plantas de locação;

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 d) detalhamento de ligações: todos os tipos de ligações devem ser apresentados detalhadamente
no projeto, indicando nas plantas de locação qual o tipo de ligação aplicado em cada situação;

 e) instalações elétricas: deve ser elaborado o projeto de instalações elétricas conforme a ABNT NBR 5410;

 f) instalações hidráulicas: projeto de instalações de água e esgoto deve ser elaborado conforme
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as ABNT NBR 15705 e ABNT NBR 8160;

 g) impermeabilização: um projeto de impermeabilização deve ser apresentado conforme a


ABNT NBR 9575, especificando os materiais, a sequência de aplicação, as dimensões das faixas
impermeabilizadas e os detalhes de interfaces entre paredes, entre parede e piso e nas afluências
das tubulações hidráulica e elétrica;

 h) planta de cargas nas fundações: devem ser apresentadas as cargas aplicadas nas fundações ou
elementos de apoio da estrutura de light wood frame, em todos os tipos, sentidos e direções
resultantes das possíveis combinações de cargas aplicadas na estrutura;

 i) detalhamento das peças e componentes: as peças e os componentes devem ser apresentados
detalhadamente. O Projeto deve apresentar os detalhes das camadas das paredes, incluindo as
especificações técnicas de cada elemento constituinte da parede;

 j) memorial descritivo e manual de uso e operação devem ser elaborados para cada edificação,
considerando a ABNT NBR 14037 e, para a durabilidade e vida útil de projeto de cada sistema,
a ABNT NBR 15575-1.

A apresentação de projetos de light wood frame deve ser definida em função do nível de pré-fabricação
dos painéis, devendo ser elaboradas folhas de produção de painéis e folhas de montagem em obra.

Todo projeto do sistema em pauta prevê a execução da obra após a conclusão da fundação com
os apoios prontos para o recebimento da estrutura. Esta estrutura é composta tipicamente por painéis
horizontais e verticais, que são montados sobre a fundação. Estes painéis podem ser fabricados
in loco ou em ambiente fabril externo e podem ser estruturais ou não. Em ambos os casos, os painéis
podem ser compostos apenas dos montantes e guias estruturais de madeira com seu respectivo
contraventamento quando solicitado, ou serem mais completos, com acabamentos internos, isolação
termoacústica, instalações elétricas e hidráulicas embutidas, esquadrias e revestimentos externos totais
ou parciais.

Uma vez fabricados, os painéis são montados sucessivamente conforme locação especificada em
projeto. Excepcionalmente, caso o projeto assim demande, é possível fabricar painéis verticalmente ou
horizontalmente no local. Assim como excepcionalmente é possível que um projeto contemple algum
componente de carga concentrada, como pilar e viga, de forma combinada ou não com os painéis.
Neste caso, esses componentes devem estar detalhados em projeto. No conceito de fabricação externa,
é possível a pré-fabricação de elementos em módulos tridimensionalmente acabados e transportados
até o canteiro.

6.1 Projeto executivo

Deve ser elaborado considerando os limites da madeira serrada, podendo fazer uso de outros materiais
que possam superar as limitações da madeira serrada, como as madeiras laminadas e vigas de aço. Para
definição da espessura das paredes e das alturas dos entrepisos, é importante ter um pré-dimensionamento
e a definição dos materiais a serem aplicados nas camadas e suas espessuras.

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As paredes devem ser definidas em “paredes longas” e “paredes curtas” através do padrão de canto
de parede escolhido. Os cortes devem ter as indicações, cotas de todas as alturas relevantes como
paredes, entrepisos, portas, janelas, coberturas e entrepisos da caixa d’água ou área técnica. Todos
os pontos críticos devem ser detalhados em escala adequada para interpretação sem deixar dúvidas
e de acordo com esta Norma.
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Os materiais utilizados devem ser especificados de forma clara, suas classes de resistência, de classificação
visual, tratamento preservativo, dimensões das peças de madeira, espessura e tipo de painéis de
contraventamento, tipos, diâmetros, comprimentos e acabamentos de elementos metálicos de ligação,
mantas de impermeabilização, isolamento térmicos e acústicos, barreiras de vapor, materiais de
fechamento e de acabamento final.

6.2 Projeto estrutural

Para o cálculo dos esforços em cada elemento estrutural, recomenda-se atender aos critérios de avaliação
simplificada apresentados a seguir, ou utilizar meios computacionais desde que assegurem a segurança
e a confiabilidade da verificação estrutural.

A partir dos esforços encontrados, a verificação dos elementos estruturais deve ser realizada de
acordo com a ABNT NBR 7190. Para essa verificação, deve-se considerar para as resistências de
cálculo e módulos de elasticidade o coeficiente de modificação referente à qualidade da madeira, Kmod3,
conforme a classe visual de coníferas conforme o Anexo E.

O valor de cálculo Xd de uma propriedade da madeira é obtido a partir do valor característico xk, pela
expressão:
Xk
X d = kmod
γw

onde

γw é o coeficiente de minoração das propriedades da madeira;

kmod é o coeficiente de modificação, que atende às influências não consideradas por γw (conforme
a ABNT NBR 7190).

Os coeficientes de modificação kmod alteram os valores característicos das propriedades de resistência


da madeira em função da classe de carregamento da estrutura e da classe de umidade admitida e
a qualidade da madeira. O coeficiente de modificação kmod é formado conforme a seguinte equação:

kmod = kmod1 ⋅ kmod2 ⋅ kmod3

onde

kmod1 é a duração do carregamento (conforme a ABNT NBR 7190);

kmod2 é o teor de umidade de equilíbrio da madeira (conforme a ABNT NBR 7190);

kmod3 é a qualidade da madeira, apresentada no Anexo D, que correlaciona os defeitos naturais


da madeira com seu desempenho estrutural.

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6.2.1 Dimensionamento dos sistemas de vedação vertical

A seguir são apresentados os critérios para análise estrutural simplificada de sistemas de vedação
vertical, onde são consideradas paredes diafragma as paredes que recebem tanto os carregamentos
verticais provenientes de esforços de gravidade quanto esforços horizontais provenientes de ações
de vento ou sismos.
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 a) paredes diafragma devem ser dimensionadas para resistirem tanto aos esforços horizontais quanto
aos esforços verticais impostas a elas;

 b) a parede deve ser adequadamente ancorada para evitar o tombamento e o deslizamento;

 c) paredes diafragma determinadas a proporcionar resistência para cargas horizontais devem ser
reforçadas em seu plano por chapas, travamentos diagonais ou ligações de momento;

 d) a resistência às cargas horizontais de uma parede deve ser determinada com ensaios conforme
a EN 594 ou por cálculos, empregando métodos analíticos apropriados ou modelos de cálculo;

 e) um método simplificado de cálculo é dado em 6.2.2;

 f) o dimensionamento de paredes diafragma deve considerar tanto os materiais quanto a composição
geométrica da parede em questão;

 g) a reação das paredes diafragma às ações solicitantes deve ser tal que garanta que a construção
se mantenha ainda em níveis aceitáveis do estado-limite de serviço.

6.2.2 Análise simplificada de paredes diafragma

A capacidade de carga Rk (resistência a esforços horizontais) sob a ação de uma força Fk no topo de
uma parede engastada, impedida de tombar (por cargas verticais ou por ancoragem da base), deve
ser determinada utilizando a seguinte análise simplificada para paredes constituídas de um ou mais
painéis, em que cada painel consiste em chapas fixadas em pelo menos um lado do quadro estrutural
de madeira, desde que:

 a) o espaçamento das fixações (pregos, grampos, entre outros) é constante ao longo do perímetro
de todas as chapas;

 b) a largura de cada painel é pelo menos h/4.

Para paredes compostas por diversos painéis, a resistência de cálculo total da parede para as cargas
horizontais (Rv,d) deve ser calculada conforme a seguinte equação:

n
Rv,d = ∑ i =1R iv,d

onde

Riv,d é a resistência de cálculo de um painel que compõe a parede, de acordo com a Figura 3.

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Figura 3 – Forças atuantes na parede de diafragma, quadro estrutural e painel


de contraventamento

A menos que seja comprovado de outra forma, o trecho de parede que contém aberturas, como portas
ou janelas, não pode ser considerado como contribuinte para a resistência aos esforços horizontais totais.

Para painéis de parede com chapas em ambos os lados, as seguintes regras se aplicam:

 a) se as chapas e os conectores forem de mesmo tipo e dimensões, a resistência total aos esforços
horizontais da parede deve ser tomada como a soma da resistência de cada um dos lados;

 b) se chapas diferentes forem usadas em cada lado, 75 % da resistência ao esforço horizontal do
lado menos resistente devem ser considerados, a menos que outro valor válido seja apresentado,
considerando que o módulo de deslizamento dos conectores em ambos os lados é igual. Em
outros casos, no máximo 50 % da contribuição do lado menos resistente deve ser considerado.

As forças externas Fic,d e Fit,d de acordo com a Figura 4 devem ser determinadas por:
F iv,dh
F ic,d = F it,d =
bi

onde

Fic,d é a reação de compressão na extremidade comprimida da base do painel de diafragma


vertical i;

Fit,d é a reação de tração na extremidade tracionada da base do painel de diafragma vertical i;

Fiv,d é a resultante horizontal no topo dessa painel de diafragma vertical i, oriunda das forças
de vento;

h é a altura do painel de diafragma vertical i;

bi é a largura do painel de diafragma vertical i.

Essas forças podem tanto ser transmitidas às chapas do painel da parede adjacente ou transmitidas
à construção situada sobre ou sob essa parede. Quando tensões de tração forem transmitidas à construção
situada abaixo, o painel deve ser ancorado por conectores rígidos. A instabilidade de montantes das
paredes deve ser verificada de acordo com a ABNT NBR 7190.

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As forças externas que atuam em painéis contendo aberturas de portas ou janelas ou em painéis de
parede de pequenas larguras, ver Figura 4, podem igualmente ser transmitidas à construção situada
acima ou abaixo.
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Figura 4 – Arranjo de painel contendo abertura e módulo de menor dimensão


b
A instabilidade local das chapas deve ser desconsiderada, desde que seja assegurado que net ≤ 100
t
onde

bnet é o vão livre entre os montantes;

t é a espessura da chapa.

Painéis de diafragma verticais podem conter aberturas, como portas, janelas, entre outros. As peças
que estruturam essas aberturas, como vergas e umbrais, devem ser dimensionadas caso a caso conforme
a ABNT NBR 7190, considerando a combinação dos esforços de tração, compressão, cisalhamento
e flexão, causados pelas cargas de gravidade e cargas acidentais de vento. O projeto estrutural deve
indicar a composição de cada umbral e verga da estrutura.

6.2.3 Dimensionamento dos painéis horizontais

O dimensionamento dos painéis horizontais se refere a diafragmas simplesmente apoiados, como


pisos e telhados, compostos por chapas de OSB ou compensado estrutural, fixados mecanicamente
a barrotes de madeira.

A capacidade de carga dos conectores metálicos (pregos, grampos, parafusos) de fixação das chapas
deve ser acrescida pelo fator 1,2 sobre os valores calculados conforme a EN 1995-1-1:2004, Seção 8.

6.2.4 Análise simplificada de painéis de diafragmas de piso e telhado

A análise simplificada, para painéis de diafragma com carga uniformemente distribuída (ver Figura 5)
deve ser feita conforme indicado a seguir assegurando que:

 a) o vão l se encontra no intervalo entre 2 b e 6 b, em que b é a largura;

 b) o modo de ruptura crítico no cálculo é nas ligações (e não nos painéis) e;

 c) os painéis são fixados de acordo com as regras de detalhamento do dimensionamento especificado
para cálculo de ligações em estruturas de madeira da ABNT NBR 7190.

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A menos que uma análise mais detalhada seja feita, as vigas de borda devem ser dimensionadas para
resistirem aos esforços de tração e compressão resultantes do momento máximo no diafragma.

As forças de cisalhamento no diafragma devem ser assumidas como uniformemente distribuídas ao


longo da largura do diafragma.
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Quando as chapas estiverem com emendas alternadas (ver Figura 5), o espaçamento entre conectores
ao longo das bordas do painel descontínuo deve ser multiplicado pelo fator 1,5 (até um máximo de 150 mm)
sem redução da capacidade de carga.

Figura 5 – Carregamento de painel diafragma e disposição dos painéis de contraventamento

6.2.5 Cargas atuantes

Para o dimensionamento das estruturas de light wood frame, devem ser consideradas as ações
atuantes conforme as ABNT NBR 6120, ABNT NBR 6123, ABNT NBR 15575-3 e ABNT NBR 15575-5.
As combinações das ações devem seguir os critérios estabelecidos na ABNT NBR 8681.

6.2.6 Comportamento estrutural e distribuição dos esforços

Edificações em light wood frame devem ser avaliadas considerando as paredes estruturais e os painéis
de piso de forma a receberem cargas tanto nos seus planos quanto perpendicular a esses, dependendo
da natureza das cargas. O comportamento dessas estruturas deve ser considerado como de painéis,
com cargas distribuídas ao longo de sua área, no caso dos pisos, e de seu comprimento, no caso das
paredes. Cargas concentradas são permitidas, e devem ser avaliadas pontualmente, verificando-se
a necessidade de reforços além dos componentes já dimensionados para as cargas distribuídas.

As cargas atuantes e suas combinações devem atender a 6.2.5, sendo que cada elemento estrutural
deve ser verificado a partir da soma combinada dos efeitos das diversas cargas aplicadas a ele.

Para o dimensionamento, devem ser considerados os pesos dos elementos constantes da estrutura
e do acabamento. Os materiais utilizados como acabamento, como chapas cimentícias, contrapiso,
chapas de drywall, entre outros, não podem ter contribuição estrutural considerada no dimensionamento
da estrutura de light wood frame, a não ser que haja comprovação teórica ou experimental indicando
essa contribuição.

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A ocorrência de furos nos montantes, barrotes ou travessas para a passagem de instalações hidráulicas,
elétricas, de sistemas de ventilação ou içamento é permitida, desde que seja verificada a segurança
do elemento estrutural considerando esse furo. Caso seja necessário devem ser previstos reforços nos
elementos furados, seja com duplicação de seção ou por outro meio, desde que assegure a segurança
estrutural.
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Permite-se desprezar a consideração desses furos quando esses estiverem limitados ao indicado
em 6.2.6.1 a 6.2.6.2.

6.2.6.1 Montantes e travessas de painéis verticais

A seguir são apresentados limites para furos ou cortes em montantes e travessas de painéis de paredes
(ver Figura 6):

 a) toda furação passando pela linha neutra somente é permitida em corte circular, com diâmetro de
no máximo h/3, em que h é a maior dimensão da seção do montante;

 b) cortes retangulares nas faces são permitidos desde que sua profundidade não ultrapasse h/4;

 c) se ocorrer mais de um furo no mesmo montante, esses furos devem estar distantes no mínimo
3 vezes o diâmetro do furo;

 d) nunca executar furo e entalhe na mesma seção de um montante;

 e) os furos não ocorram na mesma altura em montantes subsequentes;

 f) os furos permitidos devem ser considerados como redução de seção para fins de projeto estrutural.

Figura 6 – Perfuração em montantes

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6.2.6.2 Barrotes em painéis horizontais

Para os barrotes horizontais de entrepiso, são permitidos furos menores ou iguais a h/6, na região
da linha neutra, em qualquer posição, em que h é a maior dimensão da seção retangular do barrote.
Se forem furos consecutivos, são permitidos desde que espaçados no mínimo 3 vezes o diâmetro do
maior furo. Para furos maiores que h/6, aplica-se o seguinte (ver Figura 7):
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 a) toda furação deve ocorrer nos terços próximos aos apoios, não sendo permitida furação no terço
central do barrote. Deve-se preservar também a distância do apoio igual a duas vezes a espessura
da travessa superior de qualquer painel vertical de apoio ao longo do barrote;

 b) os furos de seção circular só devem ocorrer com centro passando pela linha neutra. Esses podem
ter diâmetro máximo de h/4 em barrotes de seção retangular;

 c) são permitidos cortes retangulares nas faces superior ou inferior das vigas, desde que esses não
tenham profundidade maior que h/6;

 d) pode haver furos subsequentes, desde que estejam distantes no mínimo 3 vezes o diâmetro do
maior desses furos;

 e) os furos permitidos devem ser considerados como redução de seção para fins de projeto estrutural.

As vigas principais, que recebem barrotes de piso, que apresentem necessidade de furações, devem
ter sua segurança estrutural verificada considerando as dimensões desses furos, independentemente
da posição ou geometria do furo.

O cálculo dos esforços em cada componente pode ser realizado utilizando softwares específicos para
cálculo de esforços em estruturas, em que devem ser considerados todos os elementos que compõem
a estrutura, ou modelos consagrados por normas internacionais elaborados para light wood frame.

Figura 7 – Perfuração em barrotes

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6.2.7 Ligações

6.2.7.1 Ligações montantes-soleira

As ligações montantes-soleira não são consideradas no cálculo estrutural, sendo importantes apenas
durante a fase de montagem dos painéis, pois a montagem do quadro utiliza fixações para manter
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a posição dos montantes até que sejam fixados às chapas de contraventamento.

Esta ligação pode ser feita com pregos ou conectores com quantidade, comprimento e diâmetro
suficientes para que os montantes não saiam da posição durante transporte e fixação das chapas de
contraventamento.

6.2.7.2 Ligações chapa-montante

A fixação das chapas de contraventamento nos montantes pode ser realizada por pregos, parafusos
ou grampos. Essa fixação é a responsável pela resistência da parede às forças horizontais causadas
pelo vento, e deve ser calculada em função das forças de cisalhamento que atuam na parede (ver
Figura 8). A resistência de cada elemento de fixação é dada pela resistência de uma seção de corte
(Rv1,d) do pino que faz a fixação. O roteiro de cálculo de esforços a ser atendido é apresentado em
6.2.1 a 6.2.4.

A resistência de cada elemento de fixação deve ser calculada conforme a ABNT NBR 7190 ou a
EN 1995-1-1.

Figura 8 – Fixação das chapas de contraventamento em montantes

6.2.7.3 Ligação entre painéis de parede

A ligação entre os painéis de parede deve ser dimensionada para que os esforços verticais de um
painel sejam compartilhados com o outro painel, unindo as duas arestas com elementos que transfiram
os esforços de um painel para outro. Essa união permite que os dois painéis compartilhem o conjunto
de montantes na verificação das cargas axiais e momentos fletores, bem com transfiram a soma de
suas reações de tração no mesmo elemento de ancoragem. O esforço de corte vertical a que está submetida
essa ligação deve ser calculado em função do comportamento de painéis shear wall conforme 6.2.2.

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6.2.7.4 Ligações entre painéis verticais e horizontais (pisos e coberturas)

Os painéis horizontais de piso têm a função de transferir os esforços horizontais causados pelo vento
para as paredes de resistência ao cisalhamento (shear walls). Para que essa transferência de esforços
seja eficiente, é necessário o dimensionamento da fixação entre a chapa de piso (compensado estrutural
fenólico ou OSB) e os barrotes de piso, bem como a fixação dos barrotes de piso na travessa superior
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da parede, como ilustrado na Figura 9.

Os painéis horizontais ou inclinados de cobertura, além da função já descrita para painéis de piso,
também devem ter suas ligações às paredes dimensionadas para resistirem aos possíveis esforços
de arrancamento devido às forças de sucção causadas pela ação do vento.

Figura 9 – Ligação do painel vertical e horizontal

6.2.7.5 Ancoragem de fundação ou entre pavimentos

As cargas de tração resultantes das ações de vento em estruturas de light wood frame devem ser
transferidas por dispositivos de ancoragem dimensionados apropriadamente para cada esforço e tipo
de ligação, conforme ilustrado na Figura 10, cujos valores podem ser obtidos seguindo o método
apresentado em 6.2 ou utilizando modelos numéricos para isso.

Para o dimensionamento dos dispositivos de ancoragem, deve-se atentar ao seguinte:

 a) a ligação deve assegurar a continuidade dos esforços de tração de um andar ao outro ou à fundação,
sempre priorizando a ligação no montante tracionado, ou com elementos de tração paralelo aos
montantes tracionados que percorram toda a altura do painel vertical;

 b) quando utilizados pregos ou parafusos para fixar chapas de ancoragem, deve-se dimensionar e
especificar o tipo, o diâmetro, o comprimento, a quantidade e a geometria dessas fixações;

 c) a transferência das cargas das chapas de ancoragem para a fundação ou a parede de andar
inferior deve ser feita da forma mais direta possível, dimensionado todas as transferências das
cargas pertinentes para garantir a segurança dessa ancoragem;

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 d) sempre que se utilizar pregos para a fixação de dispositivos de ancoragem na madeira, deve-se
utilizar aqueles com alguma característica que previna o arrancamento, tipo anelados ou ardox,
com a devida proteção contra a corrosão.
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Legenda

V fluxo de cisalhamento causado pelos esforços de vento


M momento de rotação da parede causado pelo fluxo de cisalhamento no topo e sua reação na base
R forças de reação de compressão e tração para resistirem ao momento M

Figura 10 – Esforços atuantes no painel

Além dos esforços de tração, as ancoragens devem ser dimensionadas para transferir esforços de
cisalhamento, principalmente decorrentes do arrasto do vento. Para o dimensionamento dessas ancoragens,
não se pode considerar os efeitos positivos do atrito entre as paredes e a fundação.

6.3 Fundação

O projeto de fundação deve atender às solicitações de cargas positivas e negativas estabelecidas pelo
projeto estrutural do edifício e atender à ABNT NBR 6122.

As fundações para a edificação devem ser executadas considerando que a precisão milimétrica das
dimensões é uma demanda do sistema, de forma que os painéis sejam montados de acordo com
o projetado.

Em relação às instalações em geral, que demandem posicionamento de tubulações na concretagem


da fundação, recomenda-se a utilização de gabarito, especialmente onde estas tubulações tenham
conexão sob alinhamento de paredes (painéis verticais).

Para fixação dos pontos de ancoragem das estruturas de madeira com a fundação, é necessário seguir
o projeto estrutural já que são consideradas as cargas negativas decorrentes da ação do vento e baixo
peso próprio da estrutura, demandando para isso especial atenção.

Os painéis estruturais devem ser ancorados conforme especificado em projeto e as cargas de tração
devem ser transferidas diretamente para os montantes verticais e não simplesmente para as guias
horizontais inferiores. Nesse sentido, a execução deve prestar especial atenção às demarcações de
projeto, uma vez que nem sempre o montante está visível no momento da fixação da ancoragem

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6.4 Cobertura
As coberturas de edificações em light wood frame podem ser em painéis de diafragma horizontais
ou em estrutura treliçada. No primeiro caso, a análise deve ser feita conforme 6.2.4. No segundo
caso, o dimensionamento da estrutura pode ser feito conforme a ABNT NBR 7190 para estruturas
treliçadas de madeira, porém, deve-se assegurar a rigidez do conjunto da estrutura de cobertura
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suficiente para transferir os esforços horizontais de vento das paredes barlavento e sotavento para
as paredes resistentes ao cisalhamento. Essa rigidez pode ser conseguida por meio de chapas de
compensado estrutural fenólico ou OSB, ou por meio de contraventamento apropriado. Também deve-se
atentar, nesses casos, para o travamento da guia superior da parede que fornece suporte ao telhado,
evitando-se grandes distâncias entre pontos de fixação que permitam o deslocamento horizontal dessa
guia quando receber pressão de vento.

6.4.1 Painel de cobertura

O painel de cobertura atende aos critérios aplicados ao painel horizontal de entre pisos, diferindo no
projeto em relação a uma inclinação estabelecida para escoamento das águas em telhados planos.

Sobre o painel de OSB ou compensado estrutural fenólico é aplicada manta de cobertura, que atenda
às ABNT NBR 9574 e ABNT NBR 9575 que são tipicamente mantas asfálticas aplicadas com maçarico
ou mantas flutuantes de material sintético. Painéis de cobertura também podem ser cobertos com telhas de
acordo com o projeto estrutural. Nesses casos, deve-se aplicar manta de subcobertura convencional
sobre o deck.

Deve-se atender ao projeto de produção e estrutural em relação aos detalhes de interface entre a camada
de impermeabilização superior e os elementos arquitetônicos de cobertura, bem como as recomendações
do fabricante dos elementos utilizados na cobertura.

6.5 Contraventamentos, instalações e fechamentos nos painéis


Após a verificação da geometria e precisão dimensional, ainda na posição horizontal é aplicado o
contraventamento do painel, conforme projetado, tipicamente painel de OSB ou compensado estrutural
fenólico, de acordo com as informações dos elementos de fixação presentes no projeto estrutural e de
produção, bem como o complemento das informações no projeto executivo.

Após essas aplicações, o painel pode ser fechado na segunda face pelos componentes de acabamento
interno conforme paginação especificada em projeto executivo e de produção. Os acabamentos como
tratamentos de juntas e emassamento de cabeças de parafusos podem também ser aplicados nesta fase.

Para a instalação do painel na sua posição definitiva, o projetista, conhecendo antecipadamente o grau
de industrialização do painel e, portanto, conhecendo sua massa, deve indicar os pontos de içamento
do painel (considerando o centro de gravidade), bem como a correta ancoragem dos elementos de
içamento, assim como sua especificação de carga. Para projeto estrutural, ver 6.2.1.

6.6 Painéis horizontais entrepisos


Os painéis horizontais de entrepiso são geralmente compostos por vigas da mesma seção, podendo
incluir elementos transversais às vigas, com função de evitar a perda de estabilidade lateral, ou para
servirem de ancoragem com elementos de parede (blocking de ancoragem).

São partes estruturais do painel chapas de OSB ou compensado estrutural, com a espessura especificada
no projeto estrutural e de produção, que são fixados sobre as vigas com a utilização de pregos,
grampos, parafusos ou cola, ou ainda uma combinação de um ou mais desses elementos, de acordo
com o especificado em projeto (ver Figura 11). Para projeto estrutural, ver 6.2.1.

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Legenda

1 Painel OSB ou compensado estrutural fenólico


2 Prego anelado
3 Soleira
4 Cantoneira de ancoragem
5 Parafuso de ancoragem
6 Painel OSB ou compensado estrutural fenólico
7 Barrote
8 Parafuso do entrepiso
9 Travessa superior
10 Blocking de ancoragem
11 Barrote

Figura 11 – Detalhe de entrepiso

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6.7 Projeto de produção

Para execução do projeto de produção, é recomendada a utilização de um software BIM específico


para estrutura de madeiras que se comunique por meio do formato IFC, um formato de dados que tem
a finalidade de permitir o intercâmbio de informações com os projetos complementares. Ele deve servir
para uma produção in loco ou fabril. O projeto de produção deve iniciar no momento em que todos
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os projetos complementares estiverem compatibilizados, revisados e com as seguintes definições:

 a) forma de transporte das paredes em pé ou deitadas;

 b) nível de acabamento das paredes;

 c) avaliação do acesso no trajeto das paredes até o local da obra;

 d) capacidade da produção (comprimento da mesa de produção no caso de uma produção em


ambiente fabril);

 e) comprimento do caminhão a ser utilizado para o transporte das paredes e outras limitações
pertinentes ao transporte.

6.8 Painel horizontal de arranque

O painel horizontal de arranque é aquele que forma o piso térreo elevado de uma obra, ou onde a fundação
não é composta de radier, onde não exista contrapiso de concreto, ou sobreporão. Para apoio destes
painéis de arranque, a fundação deve estar projetada de tal forma que existam apoios horizontais sob
toda a extensão dos apoios dos painéis.

Diferentemente dos painéis de entrepiso, este painel tem que ter um tratamento especial na sua face
inferior. Em geral, o índice de retenção do tratamento da madeira deve ser maior do que o das peças
internas (verificar projeto e atendimento às categorias de uso conforme ABNT NBR 16143) e não pode
ser utilizado o OSB como recobrimento superior se sua face inferior ficar exposta ao ambiente externo
(sob a edificação), sendo considerada categoria de uso 4 na aplicação da ABNT NBR 16143. Nestes
casos, recomenda-se a utilização de compensado estrutural, ou aplicação inicial de chapa cimentícia,
com tratamento de juntas e impermeabilização superior, antes da aplicação de OSB.

Os painéis de compensado estrutural ou reconstituído tipo OSB devem atender às especificações de


durabilidade da ABNT NBR 16143, para as categorias de uso 2, 3 ou 4 de acordo com o seu uso.

6.9 Instalações hidráulicas, elétricas e sanitárias

6.9.1 Generalidades

O projeto das instalações elétricas, hidrossanitárias, de gás, aspiração e ar-condicionado deve atender
à ABNT NBR 15575-6 e à legislação vigente.

6.9.2 Instalações elétricas

As instalações elétricas devem passar por eletrodutos metálicos ou plásticos (rígidos ou flexíveis).

As caixas de passagem podem ser específicas para drywall, fixadas diretamente nas chapas de gesso,
ou do tipo convencional. Neste último caso, devem ser fixadas diretamente nos montantes ou fixadas
em travessas horizontais que por sua vez são fixadas nos montantes.

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As caixas de passagem de dois ambientes adjacentes, separados por um único painel de parede,
não podem ser colocadas em posições opostas coincidentes, ou seja, as faces posteriores das caixas
não podem entrar em contato, devendo as caixas serem posicionadas com pelo menos 10 cm de
afastamento entre si.

6.9.3 Instalações hidráulicas


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6.9.3.1 Instalações de água fria e quente

As instalações hidráulicas para água fria ou quente podem ser executadas com tubulação rígida de
PVC, cobre ou aço, ou ainda com tubulação flexível tipo pex.

Os pontos de saída destas instalações passíveis de manuseio e operação (por exemplo, torneiras,
registros, misturadores ou pontos de saída de chuveiro) devem ser fixados na estrutura da parede,
diretamente nos montantes ou por meio de travessas.

Podem ser usados conjuntos hidráulicos para as instalações de chuveiro desde que atendam à
ABNT NBR 15758-1:2009, Anexo B.

Os pontos não passíveis de manuseio e operação podem ser fixados diretamente nas chapas de
gesso desde que empregadas flanges específicas para drywall. Em outros acabamentos, verificar as
especificações dos fabricantes.

As extremidades das conexões nos pontos terminais devem avançar além do revestimento o suficiente
para que seja executada a fixação dos dispositivos terminais.

6.9.4 Instalações sanitárias

Se houver necessidade de adotar tubulações com diâmetros maiores do que a largura das paredes,
o projeto deve prever paredes com dupla estrutura (shaft) e atender aos requisitos do projeto de produção
e projeto estrutural.

Os pontos de saída destas instalações podem ser fixados na estrutura da parede, diretamente nos
montantes ou por meio de travessas horizontais ou ainda diretamente nas chapas de gesso, utilizando-se
componentes especificamente desenvolvidos para os sistemas drywall.

Quando forem necessários furos em elementos estruturais para a passagem dessas tubulações,
esses devem estar de acordo com os limites estabelecidos em 6.1 e 6.2.6.2 ou devem ser definidas
outras soluções de projeto que evitem esses furos, como shafts horizontais ou verticais.

6.9.5 Instalação de gás

Instalações de gás não podem ser colocadas no interior das paredes, salvo se forem embainhadas,
com respiros em ambas as extremidades, de acordo com a ABNT NBR 15526.

Para a passagem de dutos de ar-condicionado, é importante verificar que não podem ser feitas
aberturas (furos) em vigas ou barrotes com diâmetro superior a ¼ da sua altura e sempre em posição
central (linha neutra) e distante do apoio 2 vezes a altura da viga. Caso a tubulação seja de gás
refrigerado ou água fria, estas tubulações devem ser isoladas termicamente de forma a não propiciar
condensação dentro dos vazios de piso, parede e sótão.

Para passagem de dutos de ar com grandes dimensões, o projeto deve prever shafts verticais e/ou
horizontais para este fim. Cada um dos subsistemas de instalações nesta subseção deve atender,

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conforme o subsistema, as às ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5626, ABNT NBR 8160, ABNT NBR 10844,
ABNT NBR 15526, ABNT NBR 16401 (ou ABNT NBR 15848) e ABNT NBR 16655.

6.10 Impermeabilização

6.10.1 Impermeabilização de fachada


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Devem ser apresentadas no projeto as soluções e especificações técnicas de materiais aplicados na


fachada para atender à ABNT NBR 15575-4.

A impermeabilização das fachadas se dá pelo conjunto formado pela manta de impermeabilização de


base da parede, pingadeira e barreira hidrófuga. A manta de impermeabilização de base de parede
deve ser de material impermeável e deve contornar a base da parede no contato com a fundação e
subir 200 mm sobre a chapa de fechamento externo (ver Figura 12), devendo ser fixada por adesivo
ou fixação mecânica na face lateral, a alturas superiores a 100 mm.

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Legenda

1 Acabamento de vedação externa


2 Vedação externa
3 Membrana hidrófuga
4 Envelopamento em L – barreira de isolamento e proteção
5 Painel OSB ou compensado estrutural fenólico
6 Soleira
7 Vedação interna
8 Prego anelado
9 Soleira
10 Concreto

Figura 12 – Barreira de isolamento e proteção do quadro estrutural

Na base das paredes externas, na face externa, devem ser adotadas pingadeiras que terminem
ao menos 20 mm abaixo do topo do plano de apoio da fundação. Finalmente, a barreira impermeável,
que pode ser manta de não tecido ou membrana líquida, deve ser instalada entre o revestimento
externo da fachada e o elemento de fechamento externo do quadro estrutural, com detalhamento na
base que impeça a entrada de água na forma líquida entre o plano de apoio da fundação e a base da
parede de wood frame.

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A barreira hidrófuga deve impedir a passagem da água da face externa para a interna dos painéis,
mas permitir a passagem de vapor.

Essa barreira hidrófuga deve se estender sob a espessura inferior do painel, bem como sob a espessura
das aberturas para esquadrias, sempre garantindo sua continuidade através de cantos, saliências e
reentrâncias que existam na fachada. Devem ser adotados reforços de canto e de juntas, quando
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recomendados pelos fabricantes.

As membranas de impermeabilização e barreiras hidrófugas devem receber revestimento apropriado


para proteger a membrana dos agentes que aceleram sua degradação, como raios UV, abrasão etc.
Esse revestimento pode ser com elementos de madeira tipo sidding, chapas cimentícias, EFIs ou outro que
exerça essa função e apresente características próprias para sua utilização como revestimento exterior.

6.10.2 Impermeabilização de áreas molhadas

Nas áreas molhadas, notadamente região de box de chuveiro, além da impermeabilização de piso
conforme 6.10.3, deve-se atender aos requisitos da ABNT NBR 15758.

6.10.3 Áreas molhadas e molháveis

Impermeabilização na interface entre o piso e a base da parede empregando mantas ou membranas


para impermeabilização com altura mínima sobre a parede de 200 mm, acima do piso acabado, para
ambientes de áreas molhadas (banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas).

Impermeabilização na área do box em toda a superfície do piso e nas paredes até a altura mínima de
200 mm acima do ponto mais alto de hidráulica quando sobre base de concreto (ver Figura 13) e em
todo o piso do ambiente quando sobre piso em wood frame (ver Figura 14).

Desnível mínimo de 15 mm entre o piso acabado do banheiro e o piso acabado do box, ou utilização
de elemento de separação entre o piso acabado do banheiro e o piso acabado do box com altura
de 15 mm.

Impermeabilização na interface entre o piso e o ralo empregando mantas ou membranas para


impermeabilização. Adicionalmente, o piso que contempla o ralo deve possuir inclinação de no mínimo 1 %
em direção ao ralo.

Impermeabilização na parede que contempla cubas ou lavatórios empregando mantas ou membranas


para impermeabilização com dimensões que ultrapassem o equipamento (cuba, lavatório ou torneira
de parede) em no mínimo 200 mm (acima e laterais) a partir do piso para ambientes de áreas molhadas
(banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas) e ambientes de áreas molháveis (banheiro
sem chuveiro/lavabo, cozinha e sacada coberta).

No caso de uso de chapas de gesso para drywall em áreas molhadas e molháveis, deve-se empregar
aquelas resistentes à umidade, conforme ABNT NBR 14715-1, sendo utilizados tratamentos
impermeabilizantes, conforme ABNT NBR 15758-1.

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Legenda

i inclinação do piso em direção ao ralo

Figura 13 – Detalhe de impermeabilização de áreas molhadas (base de piso em concreto)

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Legenda

i inclinação do piso em direção ao ralo

Figura 14 – Detalhe de impermeabilização de áreas molhadas e molháveis


(base de entrepiso em madeira)

6.11 Proteção da base do quadro estrutural

A proteção da base do quadro estrutural deve utilizar mantas ou membranas de modo a proteger
a base do quadro estrutural e sua lateral externa na altura mínima de 200 mm, como indicado na Figura 12.

6.12 Proteção do painel do entrepiso

Quando da utilização de contrapiso de base cimentícias moldado “in loco”, este deve possuir espessura
mínima de 40 mm. Para sua concepção, deve ser previsto filme de polietileno (lona plástica), mantas
ou membranas para impermeabilização.

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6.13 Estanqueidade à água

No caso da estanqueidade à água de edificação, são consideradas duas fontes de umidade:

 a) externas, como ascensão de umidade do solo pelas fundações e infiltração de água de chuva
ou lavagem pelas fachadas, lajes expostas e coberturas;
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 b) internas, como água, decorrente dos processos de uso e lavagem dos ambientes, vapor de água
gerado nas atividades normais de uso, condensação de vapor de água e vazamentos de instalações.

Portanto a análise de estanqueidade à água do sistema deve avaliar, em relação às fontes de umidade
externa: estanqueidade à água de vedações de fachada e da cobertura; estanqueidade à água das
juntas entre elementos de fachada e estanqueidade de pisos em contato com o solo. Em relação
às fontes de umidade interna: estanqueidade de bases de paredes à água de uso e lavagem.

6.13.1 Estanqueidade à água de chuva, em sistemas de vedações verticais externas (fachadas)

O sistema de vedação vertical externa deve atender à ABNT NBR 15575-4, considerando-se a ação
dos ventos, além de atender aos requisitos de projeto conforme a Seção 6.

6.13.2 Especificações de projeto

O projeto deve especificar detalhes que favoreçam a estanqueidade à água das fachadas, como
pingadeiras, ressaltos, detalhes no encontro com a calçada externa, beirais de telhado, avanços de
estruturas para varandas e barras impermeáveis na base das paredes. É necessária a apresentação
de projetos que mostrem as soluções dadas às interfaces entre base de parede e piso externo (calçada
ou varanda), e que especifiquem a existência, ou não, de barreiras impermeáveis sobre ou sob as chapas
delgadas de madeira.

6.13.3 Estanqueidade de vedações verticais internas e externas com incidência direta de água
em áreas molhadas

O projeto deve especificar detalhes construtivos que minimizem o contato da base da parede (peças
de madeira e chapas de vedação) com a água ocasionalmente acumulada no piso.

6.13.4 Estanqueidade de vedações verticais internas e externas em contato com áreas molháveis

Não pode ocorrer a presença de umidade perceptível nos ambientes contíguos, desde que de acordo
com as condições de ocupação e manutenção previstas em projeto e descritas no manual de uso, operação
e manutenção.

6.13.5 Estanqueidade de juntas (encontros) entre sistemas de vedação vertical interna e externa
e entre esses sistemas e o piso

O projeto de impermeabilização não pode permitir infiltração de água pelas juntas entre sistemas de
vedações verticais internas e externas e entre sistemas de vedações verticais internas e externas e
entrepisos.

6.13.6 Estanqueidade à água – Sistema de piso

Os pisos em contato com o solo devem ser estanques à água, considerando-se a máxima altura do
lençol freático no local da obra. Não são admissíveis manchas de umidade e empoçamentos.

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As premissas de projeto incluem tomar medidas para evitar ascensão por capilaridade de umidade da
fundação para as paredes, como a adoção de sistema de impermeabilização. O projeto deve prever
as medidas de proteção passiva relacionadas à interface entre base de parede e elemento de fundação.

6.13.7 Estanqueidade de sistema de pisos de áreas molhadas e molháveis


Projeto em Consulta Nacional

Os sistemas de pisos de áreas molhadas não podem permitir o surgimento de umidade nas superfícies
inferiores e os encontros com as paredes e os pisos adjacentes que os delimitam, quando submetidas
à condição de uma lâmina d’água de no mínimo 10 mm em seu ponto mais alto, durante 72 h.

Os sistemas de pisos de áreas molhadas e molháveis, seguindo corretamente as orientações de


instalação e recomendações dos fabricantes, expostos a uma lâmina d’água de 10 mm na cota mais
alta, por período de 72 h, não pode apresentar, após 24 h da retirada da água, danos como bolhas,
fissuras, empolamentos, destacamentos, delaminações e florescências e desagregação superficial.
A alteração de tonalidade, visível a olho nu, frente à umidade, é permitida, desde que informada previamente
pelo fabricante e, neste caso, deve constar no manual de uso, operação e manutenção do usuário.

A superfície na qual é aplicada a impermeabilização deve estar livre de sujeira de forma a não criar
saliências que possam comprometer a efetividade da membrana. Devem ser observadas as condições
de aplicação determinadas pelo fabricante do material especificado para essa função.

7 Prevenção e combate ao incêndio


De acordo com a legislação vigente, para desenvolvimento do projeto de prevenção e combate a incêndio,
o profissional deve consultar as disposições contidas no código de segurança contra incêndio do local
onde a obra é edificada.

Nas construções em light wood frame, em geral, a madeira estrutural (montantes e barrotes de piso)
não está exposta diretamente à chama, pois está protegida por revestimentos que retardam a ação
do fogo na madeira.

O dimensionamento em situação de incêndio deve verificar a estabilidade estrutural, o isolamento


térmico e a estanqueidade dos elementos construtivos atendendo às especificações das
ABNT NBR 15575-1, ABNT NBR 15575-2, ABNT NBR 15575-3, ABNT NBR 15575-4 e ABNT NBR 15575-5,
bem como as ABNT NBR 5628 e ABNT NBR 14432.

Para assegurar que os elementos construtivos atendam aos tempos requeridos de resistência ao fogo
estabelecidos na ABNT NBR 14432, deve-se considerar o conjunto completo de camadas que compõem
a parede ou entrepiso, considerando-se, portanto, o desempenho das camadas que configuram proteção
passiva, como camadas de drywall, chapas cimentícias etc.

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Anexo A
(normativo)

Ensaios para determinação de propriedades de madeira laminada colada –


Ciclo de delaminação
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A.1 Princípio
As peças estruturais de madeira laminada colada devem ser produzidas de forma que assegurem seu
desempenho estrutural por toda a vida útil da estrutura e nas condições de carregamento e exposição
a que estiver submetida. Este Anexo apresenta os critérios de avaliação das linhas-cola por meio
de ciclos de delaminação, que representam parâmetro importante para a avaliação do desempenho
desses elementos a longo prazo.

Este método consiste na determinação da delaminação das linhas de cola de um lote de madeira
lamelada colada. As linhas de cola devem ser avaliadas observando-se o desprendimento das lamelas
em ambas as faces da seção transversal do corpo de prova da Figura A.1.

Figura A.1 – Representação da face da seção transversal dos corpos de prova

A.2 Aparelhagem
É necessária a seguinte aparelhagem:

 a) autoclave, apta para aplicar uma pressão entre 500 kPa e 600 kPa, e um vácuo entre 70 kPa
e 85 kPa;

 b) câmara climatizadora, apta para manter:

— uma temperatura entre 65 °C e 75 °C, a uma umidade relativa compreendida entre 8 % e 10 %;

— uma temperatura entre 25 °C e 30 °C a uma umidade relativa entre 25 % e 35 %.

A velocidade de circulação do ar em seu interior deve estar compreendida entre 2,0 m/s e 3,0 m/s.

 c) balança, com precisão de 1 g.

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A.3 Amostra
As amostras devem ser representativas da produção e devem ser extraídas de elementos estruturais já
fabricados ou de produtos especialmente fabricados durante o processo produtivo. Devem-se identificar
os elementos de madeira laminada colada da qual foram extraídas. A umidade dos elementos estruturais
deve estar na faixa de 12 % ± 2 %.
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Cada corpo de prova deve ser extraído da seção transversal completa do elemento estrutural colado
e deve-se cortar na forma perpendicular à direção das fibras, assegurando-se um comprimento de
75 mm ± 5 mm como indicado na Figura A.2-a).

Se a largura do elemento estrutural for maior que 300 mm ± 5 mm, pode-se tomar dois ou mais corpos
de prova com uma largura mínima de 150 mm ± 5 mm cada. Se a altura for maior que 600 mm ± 5 mm,
pode-se tomar dois ou mais corpos de prova com uma altura mínima de 300 mm ± 5 mm. Nestes casos,
quando se preparam dois ou mais corpos de prova de uma seção transversal como consequência da
largura e/ou altura do elemento estrutural de madeira laminada colada, se considera um único corpo
de prova para fins de amostragem.

A.4 Procedimento

A.4.1 Generalidades
Para a determinação da delaminação das linhas de cola, as medidas dos comprimentos de cada linha
das faces da seção transversal de cada corpo de prova devem ser feitas com exatidão de 0,1 mm.

Em A.4.2 e A.4.3, são indicados dois tipos de procedimentos: o procedimento para adesivos de uso
exterior e o procedimento para adesivos de uso interior.

A.4.2 Adesivos de uso exterior

A massa de cada corpo de prova deve ser determinada com precisão de 1 g.

Deve-se colocar os corpos de prova na autoclave e introduzir água a uma temperatura compreendida
entre 10 °C e 20 °C até que os corpos de prova estejam totalmente submersos. Os corpos de prova
devem ser separados de modo que todas as seções transversais estejam livremente expostas à água.

Um vácuo entre 70 kPa e 85 kPa deve ser aplicado e mantido durante 30 min.

Uma pressão entre 500 kPa e 600 kPa deve ser aplicada e mantida durante 2 h.

Secam-se os corpos de prova entre 10 h e 15 h na câmara climatizadora regulada a uma temperatura


entre 65 °C e 75 °C, a uma umidade relativa entre 8 % e 10 % e a uma velocidade do ar circulante entre
2 m/s e 3 m/s. Durante a secagem os corpos de prova, devem estar distanciados entre si de 50 mm,
como mínimo, e as seções transversais cortadas devem estar posicionadas em forma paralela ao fluxo
de ar (ver Figura A.2-b)).

A massa de cada corpo de prova deve ser determinada com precisão de 1 g. A secagem na câmara
climatizadora deve continuar até que a massa do corpo de prova alcance um valor compreendido
entre 100 % e 110 % da massa inicial do corpo de prova.

A massa final de cada corpo de prova deve ser registrada com precisão de 1 g, e determina-se
o comprimento aberto da somatória das linhas de cola das duas faces analisadas (La).

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A.4.3 Adesivos de uso interior


A massa de cada corpo de prova deve ser determinada com precisão de 1 g.

Deve-se colocar os corpos de prova na autoclave e introduzir água a uma temperatura entre 10 °C
e 20 °C, até que os corpos de prova estejam totalmente submersos. Os corpos de prova devem ser
separados de modo que todas as seções transversais estejam livremente expostas à água.
Projeto em Consulta Nacional

Um vácuo entre 70 kPa e 85 kPa deve ser aplicado e mantido durante 30 min e uma pressão entre
500 kPa e 600 kPa deve ser aplicada e mantida durante 2 h.

Este ciclo de vácuo e pressão deve ser repetido, de maneira que no total o processo dos dois ciclos
de vácuo e pressão alcancem aproximadamente 5 h.

Secam-se os corpos de prova durante 90 h na câmara climatizadora regulada a uma temperatura


entre 25 °C e 35 °C, a uma umidade relativa entre 25 % e 35 % e a uma velocidade do ar circulante
entre 2 m/s e 3 m/s. Durante a secagem, os corpos de prova devem estar distanciados entre si a 50 mm,
como mínimo, e as seções transversais cortadas devem estar posicionadas em forma paralela ao fluxo
do ar (ver Figura A.2-b)).

A massa final de cada corpo de prova deve ser registrada com precisão de 1 g e determina-se o comprimento
aberto da somatória das linhas de cola das duas faces analisadas (La) em A.7

a) Corpo de prova para o ensaio de delaminação

b) Forma de disposição na câmara climatizadora

Figura A.2 – Indicação de posicionamento de corpo de prova

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Depois de no máximo 1h de finalizado o procedimento de secagem, ao longo das linhas de cola, devem
ser medidas e registradas as juntas delaminadas ou uniões abertas que existem nas duas faces da
seção transversal do corpo de prova com uma aproximação de 1 mm.

A.5 Expressão dos resultados


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A porcentagem de delaminação total (Dt) para cada corpo de prova é calculada conforme a seguinte
equação:

L
Dt = a ⋅ 100
Lt

onde

Dt é a delaminação total, expressa em porcentagem (%);

La é a somatória das larguras das juntas abertas ou delaminadas sobre as faces da seção
transversal, expressa em milímetros (mm);

Lt é a somatória das larguras de todas as linhas de cola em ambas as faces da seção transversal,
expressa em milímetros (mm).

A maior porcentagem de delaminação para uma linha de cola é calculada conforme a seguinte equação:
Lamáx
Dt máx =
Lj

onde

Dt máx é a maior delaminação para uma linha de cola, expressa em porcentagem (%);

Lamáx é a maior largura da junta aberta ou delaminada sobre as faces da seção transversal, em
expressa em milímetros (mm);

L j é a largura da junta que apresenta maior delaminação, expressa em milímetros (mm).

Registram-se as áreas com uniões debilitadas ocasionadas pela presença de nós e outras características
que possam afetar os resultados. Estas zonas não podem ser incluídas na determinação da delaminação.
Não se podem considerar as rupturas produzidas na madeira. Devem ser ignoradas delaminações
isoladas menores que 2,5 mm de largura e situadas a mais de 5 mm da delaminação mais próxima.

Para avaliar a qualidade da colagem no interior do corpo de prova, as uniões podem ser separadas
empregando-se um formão. Uma colagem deficiente ocasionada por falta de pressão ou abertura
prematura se caracteriza por uma aparência lustrosa da superfície colada. Esta informação deve ser
registrada no relatório.

A delaminação máxima permitida após a realização do procedimento está mostrada na Tabela A.1.

Se a delaminação total observada após o primeiro ciclo exceder aos valores da Tabela A.1, de acordo
com o uso e a espécies utilizadas, o ciclo inteiro deve ser repetido com novos corpos de prova. A delaminação
observada e registrada no final do segundo ciclo não pode exceder 10 % para ambas as amostras.

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Tabela A.1 – Limites permitidos de delaminação para cada ambiente de exposição


Ambiente de Tipo de Coníferas Folhosas
exposição procedimento
Externo Externo 4 % 6 %
Externo protegido Externo 6 % 8 %
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Interno Interno 8 % 10 %

A.6 Relatório
Os resultados dos ensaios devem ser apresentados em relatório técnico que deve conter:

 a) a identificação completa do corpo de prova e do elemento de onde se obteve;

 b) a determinação do ensaio realizado conforme esta Norma;

 c) a espécie de madeira e a classe resistente de acordo com a ABNT NBR 7190;

 d) o tipo de adesivo da união;

 e) o procedimento de ensaio aplicado (A.4.3 ou A.4.2);

 f) o valor da porcentagem de delaminação total e da maior porcentagem de delaminação;

 g) qualquer observação que o responsável do ensaio considere necessária e qualquer desvio ao
procedimento de ensaio;

 h) a assinatura do responsável do ensaio;

 i) a data de ensaio.

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Anexo B
(normativo)

Ensaios para determinação de propriedades de madeira laminada colada –


Resistência ao cisalhamento nas linhas de cola
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B.1 Princípio
Este método de ensaio consiste na avaliação da resistência ao cisalhamento das linhas cola, que
avaliam a resistência e a eficiência da colagem entre lâminas, que é diretamente responsável pelo
desempenho estrutural das peças de madeira laminada colada.

B.2 Aparelhagem
A aparelhagem necessária ao ensaio é a seguinte:

 a) máquina de ensaio de compressão, apta para medir as forças de ruptura e aplicar a força a uma
velocidade constante, de maneira que a ruptura se alcance em um tempo mínimo de 20 s;

 b) dispositivo para aplicar a força de corte de modo que transmita a força ao corpo de prova e deve
estar articulada de tal forma que a força atue sobre a superfície transversal do corpo de prova
com uma distribuição uniforme de pressão em toda a largura do corpo de prova (Figura B.1).

a) Vista lateral b) Vista frontal

Figura B.1 – Dispositivo para o ensaio de cisalhamento na linha de cola

B.3 Corpos de prova


Cada corpo de prova deve ser marcado de modo que se possa identificar a viga da qual foi retirada
a amostra. O corpo de prova retirado deve ser parte da seção transversal do elemento estrutural.

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Na Figura B.2, apresenta-se o corpo de prova na forma de ensaio. A espessura (t) do corpo de prova
deve ser igual 100 mm, a largura (b) e o comprimento (l) dos corpos de prova devem ser o maior
possível, considerando-se que o ensaio deve abranger toda a seção transversal dos elementos
colados. Na Tabela B.1, indica-se a quantidade de corpos de prova a extrair em função da largura do
elemento colado. Nestes casos, quando se preparam dois ou mais corpos de prova de uma seção
transversal, como consequência da largura do elemento estrutural de madeira laminada colada, se
Projeto em Consulta Nacional

considera um único corpo de prova para fins de amostragem.

Figura B.2 – Corpo de prova e área da aplicação da força no ensaio de cisalhamento

Tabela B.1 – Quantidade de corpos de prova a extrair em função da largura do elemento laminado
Largura do elemento laminado Número de corpos de prova
mm
≤ 100 1
> 100 e ≤ 160 2
> 160 3

As superfícies nas quais se aplicam as forças devem estar paralelas entre si e perpendiculares à
direção das fibras.

O número de linhas de cola a ensaiar em um corpo de prova deve ser como mínimo de 3 da parte
superior, 3 da parte central e 3 da parte inferior. Se o número de linhas de cola do corpo de prova for
menor que 10, deve-se ensaiar todas as linhas de cola.

B.4 Procedimento
O plano de cola do corpo de prova deve ser submetido a uma força de cisalhamento, aplicando-se
uma força na direção paralela às fibras da madeira, que se incrementa gradualmente, até chegar
ao ponto de falha do corpo de prova. A resistência ao cisalhamento na linha de cola e a porcentagem
de falha na madeira na área cisalhada deve ser registrada.

A altura (t) e a largura (b) da superfície colada que se submete ao cisalhamento deve ser medida com
exatidão de 0,1 mm. No mínimo duas medições devem ser realizadas em cada extremo da superfície
para a determinação do valor médio.

Os corpos de prova devem ser colocados em uma máquina de ensaio e uma força a uma velocidade
constante deve ser aplicada, de maneira que a falha ocorra no mínimo em 20 s.

A força máxima (Fv0,máx) a qual produziu a falha deve ser registrada, em newtons (N).

O corpo de prova deve ser retirado da máquina de ensaio e as duas lamelas rompidas devem ser
separadas de modo a determinar a porcentagem de ruptura na madeira.

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Uma lamela rompida da seção transversal que foi submetida ao cisalhamento completo deve ser
reservada para determinar o teor de umidade de acordo com a ABNT NBR 7190.

B.5 Expressão dos resultados


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A resistência ao cisalhamento para a linha de cola é calculada conforme a seguinte equação:

Fv0, máx
fv0 =
b⋅t

onde

fv0 é a resistência ao cisalhamento da linha de cola, expressa em megapascals (MPa);

Fv0,máx é a força de máxima cisalhante aplicada na lamela, expressa em newtons (N);

b é a largura do corpo de prova, em milímetros (mm);

t é a altura do corpo de prova, expressa em milímetros (mm).

Para estimar a área de ruptura em relação ao total da área submetida ao cisalhamento, as uniões
podem ser separadas empregando um formão. A porcentagem de ruptura deve ser determinada em
relação à área total da madeira e de acordo com o modo de ruptura.

B.6 Relatório
Os resultados dos ensaios devem ser apresentados em relatório técnico que deve conter:

 a) a identificação completa do corpo de prova e do elemento de onde se obteve;

 b) a determinação realizada e a menção a esta Norma;

 c) a espécie de madeira e a classe resistente de acordo com a ABNT NBR 7190;

 d) o tipo de adesivo;

 e) a resistência ao cisalhamento e a porcentagem de ruptura na madeira em cada uma das linhas
de colagem ensaiadas, e a média de cada corpo de prova;

 f) o conteúdo de umidade de cada um dos corpos de prova;

 g) qualquer observação que o responsável do ensaio considere necessária e qualquer desvio ao
procedimento de ensaio;

 h) a assinatura do responsável do ensaio;

 i) a data do ensaio.

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Anexo C
(normativo)

Ensaios para determinação de propriedades de madeira laminada colada –


Resistência de emendas por união dentada (finger joint)
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C.1 Princípio
Este método de ensaio consiste na avaliação da resistência de emendas por união dentada (finger
joint), que indica a eficiência da transmissão das tensões de tração nas lamelas, que são diretamente
responsáveis pelo desempenho estrutural à tração ou flexão desses elementos.

O ensaio é feito por determinação da resistência das emendas por união dentada à tração paralela
às fibras de madeira lamelada colada.

A união longitudinal de lamelas de madeiras maciças (finger joint) são aquelas cujos extremos têm
forma de dente, de igual passo e igual perfil, aderidos um ao outro através de colagem e pressão (ver
Figura C.1).

Legenda

Ld comprimento do dente
td passo do dente
bd largura do dente
αd ângulo de inclinação

Figura C.1 – Parâmetros geométricos das emendas dentadas

C.2 Requisitos de materiais

C.2.1 Madeira
Para realização do ensaio, deve-se utilizar apenas espécies nativas ou de floresta plantada.

C.2.2 Adesivos
Devem ser utilizados adesivos conforme legislação vigente, desenvolvidos para colagem de produtos
para uso estrutural.

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C.3 Requisitos de fabricação


Os locais de fabricação devem possuir os requisitos de temperatura e umidade adequados. Os equipamentos
devem ser adequados para atenderem aos requisitos deste Anexo.

A temperatura da madeira na zona da união dentada, no momento da montagem, deve ser igual ou
maior que 15 °C ou como indicado pelo fabricante do adesivo utilizado.
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O teor de umidade das lamelas deve estar de acordo com o indicado pelo fabricante do adesivo
utilizado. A diferença do teor de umidade entre as lamelas que são unidas deve ser menor ou igual
a 5 %.

C.4 Presença de defeitos na região de união


C.4.1 Os nós de tamanho menor que 6 mm podem ser desprezados. O tamanho dos nós deve ser
calculado pela distância entre as tangentes deste (d), que sejam paralelas ao eixo longitudinal da peça
(ver Figura C.2).

A distância entre a união dentada e um nó deve ser igual ou maior que três vezes o tamanho do nó
(ver Figura C.2).

Figura C.2 – Tamanho do nó e distância entre o nó e a região de união dentada


C.4.2 Na zona de união e até 75 mm a partir dela, a falta de borda (esmoado) só é aceitável se
ela não se apresentar em mais de duas arestas. Por sua vez, a perda da seção transversal por este
motivo não pode ser inferior ou igual a 1 % da área da seção transversal.

Não se aceitam fissuras na zona de união nem desvios acentuados de fibras e defeitos que possam
afetar a resistência e a correta adesão do material.

C.4.3 Na orientação da união dentada, contemplam-se dois tipos de uniões dentadas: na vertical
e na horizontal. No primeiro caso, os dentes são visíveis na face larga das lamelas e no segundo são
visíveis na face estreita (ver Figura C.3).

Figura C.3 – Orientação da união dentada

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C.5 Perfil do dente


Para informações sobre a forma e as medidas do perfil, recomenda-se utilizar a ABNT NBR 7190.

C.5.1 A usinagem dos dentes deve ser feita com ferramentas e máquinas apropriadas, que possam
garantir um perfeito ajuste sem prejuízo à união dentada.
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C.5.2 Em todos os casos, deve-se manter limpas as superfícies a serem coladas.

C.5.3 Para evitar falsos ajustes devido a um aumento ou diminuição na umidade da madeira, as uniões
devem ser feitas o mais rápido possível e dentro de 24 h após a usinagem.

C.6 Aplicação do adesivo


O adesivo deve ser aplicado em ao menos uma das extremidades a serem unidas e em todas as superfícies
dos dentes. Um indicador de ter atendido a este requisito é visualizar o adesivo em todos os quatro
lados da união quando a pressão final for aplicada.

C.7 Prensagem e cura


C.7.1 Para o processo de colagem da madeira por uniões dentadas, é suficiente um período
relativamente curto de prensagem. A pressão total deve ser mantida pelo menos 2 s.

C.7.2 A pressão apropriada para alcançar uma resistência ótima depende principalmente do perfil do
dente, tipo de madeira, teor de umidade e seção transversal. Recomenda-se estabelecer as características
da prensagem com base nesses fatores.

C.7.3 A determinação da pressão aplicada deve ser feita por meio da curva da Figura C.4, para
evitar rachaduras e fissuras na zona de compressão dos dentes.

C.7.4 Após a prensagem das uniões dentadas, estas devem ser acondicionadas para que ocorra
a cura do adesivo de acordo com o tempo recomendado pelo fabricante, até que a madeira possa ser
processada, sem perigo para a estabilidade da emenda dentada.

C.7.5 As lamelas utilizadas em elementos estruturais retos podem ser montadas sem armazenamento
intermediário, quando por meio de processos se garanta que as uniões não sejam solicitadas no período.
Caso contrário, deve-se esperar a cura do adesivo.

C.8 Amostra
A amostra deve ser representativa das emendas dentadas de madeira laminada colada.

Para se determinar a resistência à tração paralela às fibras das emendas dentadas da madeira lamelada
colada, utilizam-se elementos em dimensões estruturais, ou seja, dimensões equivalentes àquelas
utilizadas na produção de elementos de Madeira Lamelada Colada comumente produzidos pela empresa

C.9 Procedimentos
Para a determinação da resistência à tração paralela das emendas dentadas, as medidas da seção
transversal do trecho central dos corpos de prova devem ser feitas com precisão de 0,1 mm.

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Para o ajuste do corpo de prova na máquina de ensaio, devem ser utilizados os acessórios específicos
para este tipo de ensaio.

O carregamento deve ser monotônico crescente correspondente a uma taxa de 10 MPa/min (ver
Figura C.4).
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Figura C.4 – Relação recomendada entre o comprimento do dente e a pressão aplicada

C.10 Resistência à tração paralela às fibras


A resistência à tração paralela às fibras das emendas dentadas de lamelas de MLC (fgt,0) é dada
convencionalmente pela razão entre a máxima força de tração aplicada a um corpo de prova alongado
e a área Agt,0 do trecho da emenda.
Ft0,máx
fgt,0 =
Agt,0

onde

Ft0,máx é a máxima força de tração paralela às fibras aplicada ao elemento estrutural durante
o ensaio, expressa em newtons (N);

Agt,0 é a área inicial da seção transversal tracionada do trecho central do corpo de prova da
emenda, expressa em metros quadrados (m2);

fgt.0 é a resistência à tração da emenda dentada, expressa em megaPascals (MPa).

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O valor característico da resistência à tração paralela às fibras (fgt,0,k) de emendas dentadas deve ser
determinado conforme a ABNT NBR 7190.

C.11 Relatório
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Os resultados dos ensaios devem ser apresentados em relatório técnico que deve conter:

 a) a identificação da amostra: a espécie e a classe de resistência da madeira, o tipo de adesivo e


outros componentes utilizados;

 b) a determinação realizada e a citação desta Norma:

 c) as medidas transversais das lamelas;

 d) o tratamento aplicado à madeira;

 e) a data de fabricação da união dentada;

 f) a força de ruptura, a resistência à tração, a descrição do modo de ruptura de acordo com a
Tabela C.1 com a porcentagem de falha na madeira e se foi realizada a determinação da resistência
característica das últimas 15 uniões (ft,15,k).

Tabela C.1 – Possíveis modos de ruptura das emendas dentadas (continua)


Modo de Descrição da Ruptura Exemplo
Ruptura
1 Maior parte da ruptura ocorre ao longo da linha de
colagem do perfil da união com pouca ruptura na
madeira (ruptura na madeira < 70 %)

2 Maior parte da ruptura ocorre ao longo da linha de


colagem do perfil da união com boa ruptura
de cisalhamento na madeira (ruptura na madeira
> 70 %)

3 Maior parte da ruptura ocorre ao longo do perfil


da união mas com alguma ruptura na madeira
nas raízes dos dentes. Boa ruptura na madeira
ao longo das superfícies do perfil da união

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Tabela C.1 (conclusão)


Modo de Descrição da Ruptura Exemplo
Ruptura
4 Maior parte da ruptura à tração nas raízes dos
dentes com alta ruptura na madeira. Pouca
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ruptura de qualquer tipo ao longo do perfil da união

5 A ruptura começa na união e se afasta


progressivamente para fora da união.
Essencialmente 100 % de ruptura na madeira

6 A ruptura é fora da união (não influenciada pela


união) e 100 % de ruptura na madeira

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Anexo D
(normativo)

Medição do adesivo espalhado


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D.1 Princípio
Este método de ensaio consiste na determinação da quantidade de adesivo espalhado em uma lamela
para verificar a conformidade com as recomendações do fabricante.

D.2 Aparelhagem
A aparelhagem necessária ao ensaio é a seguinte:

 a) balança com precisão de 1 g;

 b) papel ou fita de superfície conhecida ou outro material que possa ser colado a velocidades usadas
no processo de produção e que tenha uma massa comparável com a da quantidade de adesivo
que fica sobre ele.

D.3 Procedimento
Deve-se medir a superfície do papel ou fita com exatidão de 1 mm e determinar sua massa com precisão
de 1 g. Em seguida, colocar o papel ou fita sobre a lamela de madeira.

O adesivo deve ser aplicado em uma lamela de madeira na qual se encontra o papel ou fita.

Após a aplicação, deve-se extrair o papel ou a fita e se determina a massa deste com o adesivo, com
precisão de 1 g.

D.4 Expressão dos resultados


A quantidade de mistura do adesivo aplicado deve ser calculada conforme a seguinte equação:

m2 − m1
Ad =
A

onde

Ad é a quantidade de adesivo esparramado, expressa em gramas por metro quadrado (g/m2);

m2 é a massa do papel ou fita com o adesivo, expressa em gramas (g);

m1 é a massa do papel ou fita sem o adesivo, expressa em gramas (g);

A é a área do papel ou fita, expressa em metros quadrados (m2).

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A quantidade de mistura do adesivo aplicado deve ser comparada com a quantidade recomendada
pelo fabricante do adesivo usado.

D.5 Relatório
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Os resultados dos ensaios devem ser apresentados em relatório técnico que deve conter:

 a) a determinação realizada e a menção a esta Norma;

 b) a massa e a área do papel ou fita antes da colagem;

 c) a massa depois da colagem;

 d) o adesivo usado e todas as características próprias do processo de espalhamento da mistura:


temperatura, dosificação do adesivo, tipo de espalhador etc.;

 e) o quociente entre a massa do adesivo espalhado do papel ou fita, em gramas por metro quadrado
(g/m2);

 f) qualquer observação ou qualquer desvio do procedimento definido;

 g) a data do ensaio.

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Anexo E
(normativo)

Classificação visual e respectivos kmod3


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E.1 Generalidades
E.1.1 A atribuição de uma classe de resistência de um lote de madeira a ser empregado é realizada
a partir da caracterização mecânica de acordo com a ABNT NBR 7190, de onde se obtém a resistência
característica de uma amostra de madeira, em corpos de prova isentos de defeitos.

E.1.2 Para se obter a resistência de cálculo, deve-se aplicar os coeficientes de modificação que
estejam relacionados à duração do carregamento (kmod1), ao teor de umidade de equilíbrio (kmod2) e
à qualidade da madeira (kmod3), conforme 6.2. Este Anexo apresenta a correlação entre os defeitos
naturais encontrados em peças de madeira e o coeficiente de modificação Kmod3 utilizado para o cálculo
da resistência de cálculo.

E.1.3 A classificação visual é conduzida com a inspeção visual das duas faces e das duas bordas de
cada peça. É realizada por profissional habilitado ou por equipamentos, que qualificam e quantificam
os defeitos presentes em todo o comprimento da peça. Com base nos defeitos presentes e sua severidade,
é atribuída uma classe visual para cada peça.

E.1.4 A classificação mecânica é conduzida com a caracterização mecânica de lotes de madeira


de acordo com a ABNT NBR 7190, e, com base no valor característico de resistência à compressão
paralela às fibras (fc0k), seleciona-se a classe de resistência mais adequada. Cada classe de resistência
apresenta valores de referência para densidade aparente média (ρaparente), valor médio do módulo
de elasticidade na compressão paralela às fibras (Ec0m) e valor característico de resistência ao
cisalhamento (fv0k).

E.2 Classificação visual


E.2.1 A classificação visual é realizada a partir da inspeção visual das duas faces e das duas bordas
de cada peça em relação à presença de defeitos, desconsiderando-se aqueles com ocorrência exclusiva
nos topos e bordas.

Se a classificação visual for realizada antes do aplainamento das peças de madeira, para propósitos de
classificação visual, devem ser consideradas as dimensões da peça após o aplainamento. As reduções
máximas na dimensão da face de peças aplainadas são as apresentadas na Tabela E.1.

Tabela E.1 – Redução máxima da dimensão da face com o aplainamento


Dimensão da face Até 49 mm De 50 mm até 150 mm Acima de 150 mm
Redução máxima 4 mm 5 mm 6 mm

E.2.2 Se a madeira já classificada for posteriormente cortada em partes menores, estas partes
devem ser objeto de nova classificação visual.

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E.2.3 Os defeitos, para efeitos desta Norma, são considerados na classificação visual de peças de
madeira serrada são: presença de medula, nós, inclinação excessiva das fibras, fissuras passantes
e não passantes, distorções dimensionais (encurvamento, arqueamento, encanoamento, torcimento,
esmoado), ataques biológicos, presença de madeira de reação, danos mecânicos ou bolsas de resina.

Em função dos defeitos presentes e de suas severidades, atribui-se uma classe visual à peça serrada
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de madeira de florestas plantadas: SS, S1, S2 ou S3.

E.2.4 A Tabela E.2 apresenta os requisitos para cada uma das classes visuais, bem como os valores
de kmod3 associados a cada uma das classificações.

Tabela E.2 – Requisitos para a classificação visual


Defeito Classificação visual
SS S1 S2 S3
kmod3 0,7 0,6 0,5 Não estrutural
Medula – Montantes Não se admite
Medula – Barrotes Não se admite Até 15 % da Até 15 % da Não aplicável
de entrepiso área da seção área da seção
e localizada no e localizada no
centro da peça centro da peça
Nós em face estreita 20 % 25 % 33 % 50 %
Nós em face larga 25 % 33 % 50 % 75 %
Encurvamento Menor que 8 mm para cada 3 m de comprimento
mm
Arqueamento Menor que 3 mm para cada 2 m de comprimento
mm
Torcimento Menor que 5 mm para cada 1m de comprimento
mm/m
Encanoamento Sem restrições
mm
Esmoado Transversalmente menor que ¼ da espessura ou largura da peça
mm/mm Sem restrições para o comprimento
Ataques biológicos Não se admitem zonas atacadas por fungos causadores de podridão
Admitem-se zonas atacadas por fungos cromógenos
Admitem-se orifícios causados por insetos com diâmetro inferior a 2 mm.
Outros Danos mecânicos, presença de bolsa de resina e outros defeitos se
limitam por analogia a alguma característica similar

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E.3 Classificação mecânica


A classificação mecânica dos lotes de madeira deve ser realizada de acordo com a ABNT NBR 7190.
As classes de resistência são de acordo com as Tabelas E.3 e E.4, para coníferas e dicotiledôneas,
respectivamente. Os valores de cálculo das propriedades de resistência e rigidez devem ser determinados
de acordo com a ABNT NBR 7190.
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Tabela E.3 – Classes de resistência para coníferas


fc0k fv0k Ec0m ρaparente
Classes
MPa MPa MPa kg/m3
C20 20 4 3 500 500
C25 25 5 8 500 550
C30 30 6 14 500 600
NOTA Valores referentes ao teor de umidade igual a 12 %.

Tabela E.4 – Classes de resistência para dicotiledôneas


fc0k fv0k Ec0m ρaparente
Classes
MPa MPa MPa kg/m3
D20 20 4 9 500 650
D30 30 5 14 500 800
D40 40 6 19 500 950
D50 50 7 22 000 970
D60 60 8 24 500 1 000
NOTA Valores referentes ao teor de umidade igual a 12 %.

E.4 Classificação visual – Defeitos e medição de nós


E.4.1 Para efeitos desta Norma, são avaliados apenas os nós firmes. A ocorrência de nós cariados,
soltos ou vazados em uma peça é motivo de seu descarte para uso estrutural.

E.4.2 Os nós são diferenciados segundo sua posição, nós no centro da face e nós no canto da face
ou no lado.

E.4.3 Os nós devem ser avaliados em termos de proporção de área que ocupam na seção transversal
da peça, conforme a Figura E.1 e Tabela E.2.

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Figura E.1 – Medição de um nó


E.4.4 Os nós são avaliados exclusivamente nas duas faces e nas duas bordas da peça, excluindo-se
o topo. É mensurado somente o nó mais crítico, aquele cujo diâmetro (D), avaliado na direção perpendicular
ao eixo principal da peça ocupa a maior porcentagem da largura (L) da face da peça.

E.4.5 Um conjunto de nós é medido como um nó individual. Adota-se como o diâmetro de um conjunto
de nós aquele definido por limites mais extremos do conjunto (ver Figura E.2).

Figura E.2 – Conjunto de nós


E.4.6 Dois ou mais nós próximos, mas com fibras inclinadas em torno de cada nó, devem ser
considerados isoladamente (ver Figura E.3).

E.4.7 Quando a ocorrência de nós próximos se der em uma mesma seção transversal, o diâmetro
é obtido pela soma dos diâmetros individuais (D = D1 + D2), ver Figura E.3.

Figura E.3 – Nós individuais próximos, com ocorrência de dois deles na mesma seção transversal

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E.5 Inclinação das fibras


A inclinação das fibras (i) é avaliada ao longo das faces da peça, na zona que apresentar a maior
inclinação, desconsiderando-se os desvios em torno dos nós. É expressa em termos de proporção
(1:3; 1:6, ... 1:12) com base na relação apresentada na Figura E.4.
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Legenda

i inclinação da fibra
b base de medida na direção do eixo da peça e
a medida perpendicular ao eixo da peça percorrida pela direção da fibra no comprimento b

Figura E.4 – Medição da inclinação das fibras da madeira na face de uma peça

E.6 Fissuras
As fissuras compreendem aquelas passantes (splits) e não passantes (checks), os fendilhados (seasoning
cheks) e as rachas (shakes).

Os comprimentos das fissuras (L) são mensurados paralelamente ao comprimento da peça (ver
Figura E.5) e as larguras são mensuradas ao longo da seção transversal da peça.

a) Racha

Figura E.5 – Medição do comprimento de fissura (continua)

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b) Fissura não passante

c) Fissura passante (fendilhado de topo)

Figura E.5 (conclusão)

E.7 Encurvamento
O encurvamento é um empenamento da peça em relação ao seu eixo de menor inércia (ver Figura E.6).
Deve ser medido no ponto de maior deslocamento em relação à linha reta que une as duas extremidades
da peça.

Figura E.6 – Medição do encurvamento

E.8 Encanoamento
O encanoamento é um empenamento da peça de madeira, configurando uma face côncava e outra
convexa (ver Figura E.7). Deve ser medido no ponto de maior deslocamento em relação à linha reta
que une as duas bordas da peça.

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Figura E.7 – Medição do encanoamento

E.9 Arqueamento
O arqueamento é um empenamento em relação ao eixo de maior inércia de uma peça de madeira
(ver Figura E.8). Deve ser medido no ponto de maior deslocamento em relação à linha reta que une
as duas extremidades da peça.

Figura E.8 – Medição do arqueamento

E.10 Torcimento
O torcimento é uma combinação de empenamentos em relação aos eixos de maior e de menor inércia,
fazendo com que a peça de madeira fique com forma espiralada (ver Figura E.9).

Figura E.9 – Medição do torcimento

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E.11 Esmoado
O esmoado é a ausência de madeira, causada por qualquer motivo, na quina de uma peça de madeira
serrada. Seu comprimento (L) é mensurado paralelamente ao comprimento da peça (ver Figura E.10).
Suas dimensões transversais são mensuradas ao longo da largura e espessura da seção transversal.
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Figura E.10 – Medição do comprimento do esmoado

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Bibliografia

[1]  Bravery, A.F., Barry, S. and Coleman, L.J. (1978), Collaborative experiments on testing The mould
resistence of paint films. Int. Biod. Bull. 14(1). 1-10
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[2]  Publicação IPT 1157:1980, Métodos de ensaio e análises em Preservação de Madeiras – Método D2
Ensaio Acelerado de Laboratório da Resistência Natural ou de Madeira preservada ao ataque
de térmitas do gênero Cryptotermes (fam. Kalotermitidae). São Paulo: Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.

[3]  Publicação IPT 3010:2009, Madeira: uso sustentável na construção civil. 2º edição. São Paulo:
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.

[4]  Método D2 Ensaio Acelerado de Laboratório da Resistência Natural ou de Madeira preservada


ao ataque de térmitas do gênero Cryptotermes (fam. Kalotermitidae). Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.

[5]  CORPO DE BOMBEIROS: 2001 – Instrução Técnica – IT nº 10/11, Controle de materiais de


acabamento e revestimento.

[6]  Diretriz Sinat 005, Sistemas construtivos estruturados em peças de madeira maciça serrada, com
fechamento em chapas delgadas (Sistema leves tipos “Light Wood Framing”).

[7]  BRAVERY, A.F., BARRY, S. and COLEMAN, L.J. (1978). Collaborative experiments on testing.
The mould resistence of paint films. Int. Biod. Bull. 14(1). 1-10

[8]  PUBLICAÇÃO IPT 1157: 1980. Métodos de Ensaio e Análises em Preservação de Madeiras –
Método D2 Ensaio Acelerado de Laboratório da Resistência Natural ou de Madeira preservada
ao ataque de térmitas do gênero Cryptotermes (fam. Kalotermitidae). São Paulo: Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.

[9]  PUBLICAÇÃO IPT 3010: 2009. Madeira: uso sustentável na construção civil. 2º edição. São Paulo:
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.

[10]  PUBLICAÇÃO IPT 4371: 2013. Catálogo de madeiras brasileiras para a construção civil. São Paulo:
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT.

[11]  CORPO DE BOMBEIROS: 2011 – Instrução Técnica – IT nº 10/2015. Controle de materiais de


acabamento e revestimento.

[12]  NI, C.; POPOVSKI, M; WANG, J. Chapter 3: Structural design. In: NI, C.; POPOVSKI, M. Mid-rise
Wood-Frame Construction Handbook. First edition. FPINNOVATIONS, 2015. Special Publication
SP-57-E.

[13]  ICC EVALUATION SERVICE. ICC AC38 – Acceptance Criteria for Water- Resistive Barriers.

[14]  AMERICAN ASSOCIATION OF TEXTILE CHEMISTS AND COLORISTS. AATCC 127: Water
Resistance: Hidrostatic Pressure Test.

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[15]  AWPA – AMERICAN WOOD PRESERVERS’ ASSOCIATION – Standard A11-93 – Standard


Methods for Analysis of Treated Wood and Treating Solutions by Atomic Absorption Spectroscopy

[16]  AWPA – AMERICAN WOOD PRESERVERS’ ASSOCIATION – Standard P23-14 – Standard for
Chromated Copper Arsenate Type C (CCA-C)
Projeto em Consulta Nacional

[17]  Código de Segurança contra incêndio.

[18]  ABNT NBR ISO 12466-2, Madeira compensada – Qualidade de colagem – Parte 2: requisitos

[19]  ABNT NBR 14715-2, Chapas de gesso para drywall – Parte 2: Métodos de ensaio

[20]  ISO 354, Acoustics – Measurement of sound absorption in a reverberation room

[21]  ISO 4892-3, Plastics – Methods of exposure to laboratory light sources – Part 3: Fluorescent UV Lamp

[22]  ISO 12354-1, Building acoustics – Estimation of acoustic performance of buildings from the
performance of elements – Part 1: Airborne sound insulation between rooms

[23]  ASTM B172, Standard Specification for Rope-Lay-Stranded Copper Conductors Having Bunch-Stranded
Members, for Electrical Conductors

[24]  ASTM E2098/E2098M, Standard test method for determining tensile breaking strength of glass
fiber reinforcing mesh for use in class PB exterior insulation and finish systems (EIFS), after exposure
to a sodium hydroxide solution

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