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Walther Kannemann Sabá / Lasombra Abraçado em 2012 / idade aparente 28 anos / idade real 35

anos

Filho de pai alemão e mãe americana, nascido em Detroit (Estados Unidos). Mãe trabalhava na
faculdade local, como uma professora, funcionária rígida como o pior comandante militar; o pai,
mecânico, trabalhava junto à General Motors, vivia viajando – horas extras, dizia, passava mais
tempo fora de casa do que com a família. Em ambos os casos, embora não faltasse nada dentro de
casa, não recebia carinho algum, tampouco atenção – maus tratos e má alimentação eram parte do
cotidiano. Sem falar nas constantes discussões e brigas.

Esse “desleixo familiar” o fez voltar-se ao submundo, atuando como informante ou mesmo de
pequenos roubos; possuía habilidade inata de entrar e sair sem ser notado, e de lembrar/memorizar
detalhes com clareza. Embora habilidoso com as mãos, era tratado com desdém pelos “colegas de
trabalho”, uma vez que vinha de família com estabilidade financeira – muitas vezes sendo
ridicularizado como um “playboyzinho fazendo o que não deve”. Aos poucos, com o passar dos
anos, já adulto, começara a construir certa reputação, atuando como caçador para a máfia local, ou,
dependendo do valor, assassino, executando membros de gangues rivais pontualmente. É tido como
frio, sem muitas emoções. Foi nessa época em que ganhou uma cicatriz, do lado direito do maxilar
até abaixo do olho esquerdo em diagonal, advindo de uma garrafa quebrada quando se envolveu em
mais uma das acaloradas “discussões familiares”.

O vazio familiar, em conjunto com seu “trabalho incomum”, despertou a atenção de alguém... ou
algo. Uma noite de sábado, fora procurado por um homem – bem vestido, trajando um terno riscado
que se assemelha àqueles usados pela máfia italiana, dirigindo um Bel Air preto. Estava
acompanhado por uma mulher, de bela aparência, em vestido preto fumando cigarro por uma
piteira. Ambos bem incomuns para a cidade. Ambos bem pálidos, diga-se de passagem.

O estranho dizia que acompanhava a evolução de seu trabalho, e que era de seu interesse usufruir de
suas habilidades – não apenas isso, ele lhe forneceria ferramentas para mais, ser ainda melhor, e
todos o respeitariam e o conheceriam. Seu sangue fervia, um desejo bizarro de se provar e provar
aos outros quem ele era; mais que isso, provar aos seus pais que ele era alguém, e que daria o troco
pelos anos de maus tratos recebidos. Aceitou a oferta.

E depois apagou, pancada na cabeça Deus sabe de onde.

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Algum tempo depois, acordara. Não em sua cama, ou no meio da rua, mas debaixo da terra. Não é
difícil entender o quanto isso deve ser desagradável, abrir caminho com as próprias mãos através da
terra e lodo, devido à forte chuva, com uma dor de cabeça chata e uma fome absurda. Sem muitos
rodeios, o “anfitrião” apresentou-se como um vampiro, assim que sua companheira ao lado – que
agora não era tão assim bonita, mas uma aparência cadavérica que remetia às antigas múmias
egípcias, além de um grandalhão com roupas de motoqueiro (e uma pá na mão) e outra garota em
uma camisa de força. Sim, camisa de força. E que, assim como eles, Walther era parte da família,
um vampiro, e que seria tratado como um igual.

Mesmo com as rápidas apresentações e explicações sem muita riqueza de detalhes sobre a “nova
situação”, partiram para um serviço, uma missão a ser realizada – para sua surpresa, e por que não
“alegria”, com a ajuda dos novos colegas, trancou todo o exterior da casa dos pais, lançou
combustível e abriu a saída de gás; com os familiares perplexos, a observar da janela, simplesmente
acendeu um isqueiro, deixando o fogo fazer o restante do serviço, diante de gritos de exultação e
gargalhadas de sua nova família. Mas ele não riu; pelo contrário, ficou a observar tudo, até os gritos
de dor e pedidos de socorro cessarem. Sentia um misto de dor, mas de satisfação e, pasmem,
liberdade.

********

Com sua nova família, teve a oportunidade de aprender mais sobre seu “novo mundo”, de melhorar
suas habilidades, descobrir novas capacidades ao longo dos anos, fora o fato de que não possui
olfato nem paladar – os piores aromas das ruas não o afetam. Como os mitos contatos em filmes, ele
não possui reflexo, da mesma forma que seu líder Lasombra (não que ele dê bola pra isso).
Inclusive ajudou o grupo, uma vez, a salvar a pele do líder do bando, capturado pela facção rival
(Camarilla, foi o que disseram) e pela qual iria ser executado; ele gostou da situação, do agito, ainda
mais quando o líder, em retribuição, lhe ensinou uma de suas habilidades (Tenebrosidade, “ser um
com as sombras e moldá-las à sua vontade”, segundo ele).

Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades – ou problemas, dependendo do ponto de


vista. Algum tempo após se juntar à “nova família”, Walther começou a ser perseguido – a melhor
expressão seria caçado – por um notório membro da Igreja; após muitos encontros, com momentos
ruins para ambos os lados, ficara sabendo que o cidadão em questão faz parte de uma antiga ordem
inquisitória, e que o mesmo jurou varre-lo da face da Terra. Até onde conseguiu descobrir, era um
antigo vizinho de família... como se já não fosse problema ser morto vivo...

********

Costuma usar roupas pretas, sem brilho, semelhantes às dos assassinos do filme Assassin's Creed,
com uma máscara (V de Vingança), portando uma pistola 9mm silenciada e um facão de trilha, um
celular Samsung J4 pré pago num dos bolsos. Quando julga necessário mais força, sua escopeta
(SPAS12). Seu refúgio, uma sala no subterrâneo em uma linha de trem há muito abandonada (não,
ele não se incomoda com a presença de colegas Nosferatu), possui um laptop, uma cama, uma
escrivaninha já detonada por cupins e um banheiro antigo, daqueles com banheira de ferro. Um
binóculo e uma luminária articulada em cima de livros de RPG e de ficção completam a cena, com
pequena reserva de munições embaixo da pia (a máquina de lavar volta e meia quebra). Tem um
pequeno frigobar, onde guarda sangue de rato (para “emergências”). Devido à infância difícil que
teve, possui um certo “carinho” por crianças, sendo alvo de piadas dos companheiros (ele vê a si
próprio em crianças, fora a sensação de inocência que elas irradiam).

Ouvira falar, pelos colegas de bando, de uma lista na qual a facção rival coloca aqueles vampiros
mais procurados em evidência, os quais já cometeram atos indescritíveis e hediondos. Com um
sorriso na cara, ele sonha um dia em figurar na lista, seja para sua alegria ou gargalhadas de seus
colegas de bando.

Se as gargalhadas serão de descontração ou de pavor... bom, só o tempo dirá.

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