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8 -SISTEMA DE

PROJEÇÃO UNIVERSAL
TRANSVERSA DE
MERCATOR - UTM
Introdução: histórico; definições
O Sistema de Projeção UTM é resultado de modificação da
projeção Transversa de Mercator (TM) que também é
conhecida como projeção de Gauss-Kruger. Inicialmente
este sistema foi concebido por Gauss, e foi reestudado pelo
geodesista Kruger que estabeleceu o sistema de fusos.
Objetivando a aplicação mundial, desenvolveu-se o sistema
UTM procurando atender a critérios básicos especificados
pelos militares para um sistema de coordenadas planas. Os
critérios exigidos são:
1. Conformidade, afim de minimizar erros direcionais.
2. Continuidade nas áreas cobertas, com um número mínimo de
zonas.
Introdução: histórico; definições

3. Erros de escala causados pela projeção não exceder uma


tolerância especificada.
4. Referência única num sistema de coordenadas planorretangular
para todas as zonas.
5. Fórmula de transformação de uma zona para outra ser
uniforme por todo o sistema, assumindo um elipsóide de
referência.
6. Convergência meridiana não exceder a cinco graus (5º).
Introdução: histórico; definições

A Associação Geodésia e Geofísica Internacional (AGGI) em


1935 sugeriu a adoção de um sistema único para o
continente africano, porém, só em 1951, recomendou em
caráter mais amplo o sistema UTM para o mundo inteiro.
No Brasil este sistema vem sendo adotado pela Diretoria do
Serviço Geográfico (DSG) e pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), desde 1955 para o
mapeamento sistemático do país.
Imagem geométrica

No sistema UTM, os pontos supostos sobre o elipsóide, são


projetados para um cilindro posicionado transversalmente
em relação ao eixo de rotação da terra.
O meridiano central e o equador são representados
ortogonalmente segundo linhas retas.
Imagem geométrica

FIGURA 10.1 - Cilindro transverso e secante ao elipsoide.


Imagem geométrica

As linhas de contato do cilindro com o elipsoide são


paralelas a um meridiano central, e ao longo das quais a
projeção é equidistante, sendo que no meridiano central e
outros meridianos esta propriedade não é válida.
Observa-se que nas regiões compreendidas entre os
meridianos extremos e as linhas de secâncias ocorre
ampliação, e entre as duas linhas de secâncias redução.
Sistema de fusos (zones)
O elipsoide é dividido em 60 fusos de 6º, estabelecendo
em cada fuso um sistema parcial.
Cada fuso terá um meridiano central que na interseção com
o equador será a origem do sistema.
Os fusos são limitados por duas longitudes múltiplas de seis
e os limites das latitudes vão de 84º N a 80º S.
Com esses limites de latitude, nota-se que o sistema não é
utilizado para representar regiões polares.
Sistema de fusos (zones)
Os fusos do sistema são numerados de 1 a 60 contados a
partir do antimeridiano de Greenwich no sentido anti-
horário.
Sistema de fusos (zones)
Sistema de fusos (zones)
Sistema de fusos (zones)
O número do fuso pode ser obtido pelas equações:
N = 30 + int [λ/6]; λ=longitude (-) para W (hemisfério ocidental);
N = 31 + int [λ/6]; λ=longitude (+) para E (hemisfério oriental);

Se se conhece a longitude do Meridiano Central o


número do fuso pode ser obtido pela seguinte equação:
N = (183 + λ )/6; onde: λ =longitude do Meridiano Central;
MC MC

Se se conhece o número do fuso, a longitude do Meridiano


Central pode ser obtida pela seguinte equação:
λ
MC
= - 183 + 6 x N; onde: λMC=longitude do Mer. Central;
Sistema de coordenadas planas

Tendo como origem do sistema o cruzamento do meridiano


central do fuso com o equador, o sistema terá abcissas e
ordenadas representadas convencionalmente por E e N
respectivamente.
Para não haver o caso de coordenadas negativas é
atribuído na origem 500.000,000 m para a abcissa E e
10.000.000,000 m para a ordenada N (no caso do
hemisfério Sul)
Quando representando o hemisfério Norte o N é zero na
origem.
Sistema de coordenadas planas

FIGURA 10.4 - Eixos coordenados do sistema UTM.


Características técnicas

1. Projeção conforme - Transversa de Mercator (Gauss-


Kruger).
2. Fusos de 6º de amplitude, limitados por meridianos nas
longitudes múltiplas deste valor, desta forma coincidindo
com fusos de carta internacional ao milionésimo (CIM).
Características técnicas

FIGURA 10.5 - O Brasil dividido em fusos de 6º e faixas de 4º


(CIM).
Características técnicas

3. Cada zona (ou fuso) é dividida em bandas a cada 8º de


Latitude;
4. As bandas são nomeadas de “C” até “X”, começando na
Latitude 80º S;
5. A banda “X” tem 12º;
Características técnicas
Características técnicas
Características técnicas
Características técnicas

FIGURA 10.5 - O Brasil dividido em fusos de 6º e bandas de 8º


(Grade UTM).
Características técnicas

6. Limitações do sistema até a latitude de 80º para sul e


84º para norte.
7. Coeficiente de deformação linear no meridiano central Ko
= 0,9996 = 1 - 1/2500. Utilizar o coeficiente de deformação
linear no meridiano central Ko = 0,9996, significa limitar o
erro de escala à 1/2500.
8. O sistema UTM apresenta reduções e ampliações, sendo
as reduções máximas no meridiano central (0,9996) e as
ampliações máximas nas bordas do fuso (1,001).
Características técnicas

Utilizar o coeficiente de deformação linear nos meridianos


extremos K = 1,001, significa limitar o erro de escala à
1/1000.
Características técnicas

FIGURA 10.6 - Ampliação e redução no sistema UTM.


Características técnicas

9. Em consequência da deformação linear causada pelo


posicionamento do cilindro secante ao elipsoide, a carta
UTM não possui escala única. A variação de escala é lenta e
uniforme em torno de um mesmo ponto.
Características técnicas

FIGURA 10.7 - Ampliação e redução no sistema UTM.


Características técnicas

10. O meridiano central e o equador são representados por


linhas retas. Os demais paralelos e meridianos são linhas
curvas.
Características técnicas
Características técnicas

FIGURA 10.9 - Equador e meridianos principais.


Norte de quadrícula e
convergência meridiana
Enquanto as direções Norte e Sul geodésicas convergem
para os polos, na carta UTM, as direções são representadas
paralelamente ao meridiano central e representam as
direções norte-sul na quadrícula.
A diferença angular entre a direção norte-sul geodésica
(Ng) resultante da transformada de um meridiano e a
direção norte-sul da quadrícula (NQ), caracteriza a
convergência meridiana.
No meridiano central e no equador as duas direções
coincidem e o Ng = NQ.
Norte de quadrícula e
convergência meridiana

FIGURA 10.10 - Norte de Quadrícula e norte geodésico.


Utilização da convergência
meridiana
A convergência meridiana é utilizada para transformar
azimute verdadeiro, determinado via astronomia, em
azimute plano que é referido ao norte de quadrícula e vice-
versa.
O azimute plano é utilizado em geodésia para cálculo das
coordenadas planas (N, E) do sistema UTM.
O azimute verdadeiro é utilizado em topografia para cálculo
de coordenadas em sistemas locais (X, Y).
Utilização da convergência
meridiana
O azimute elipsóidico (geodésico) é referido à superfície
elipsoidal, enquanto o azimute verdadeiro (astronômico) é
referido a superfície real da terra.
A pequena diferença existente entre ambos pode ser
negligenciada sem prejuízo na precisão de levantamentos
topográficos.
Mapeamento de regiões polares

Nas regiões de latitudes superiores a 80º Sul ou 80º Norte,


outro sistema de projeção deverá ser utilizado, sendo que a
projeção plana polar conforme (estereográfica)
(denominada em equipamentos GNSS de UPS) é a de maior
uso.
Deverá haver uma sobreposição de 30' entre projeções,
isto é, à partir de 79º 30' de latitude (sul ou norte)
emprega-se a projeção estereográfica polar.
Deformação linear numa região
qualquer
Para encontrar a deformação linear em uma posição
qualquer, pode-se fazer uso da seguinte equação,
simplificada, recomendada por Richardus:

[ ( )]
K p =k 0 × 1+
( E´ )2
2× R 2
Sendo: Ko = 0,9996 = coeficiente de deformação no meridiano
central.
E' = distância sobre a projeção (no cilindro) do ponto P ao
meridiano central.
R = √MN = raio médio da terra.
Deformação linear numa região
qualquer
M = raio de curvatura de seção meridiana no ponto P de latitude
geodésica e que pode ser calculado por:

a (1  e 2 )
M
(1  e 2 sen 2  ) 3 / 2

N = raio de curvatura da seção 1.º vertical no ponto P, que pode


ser calculado por:
a
N
(1  e 2 sen 2  )1/ 2
Deformação linear numa região
qualquer
onde : a = semieixo maior do elipsoide
e = primeira excentricidade do elipsoide

e2 = (a2 - b2)/a2
Operações envolvendo
coordenadas UTM
Algumas operações principais envolvendo coordenadas
planas no sistema UTM devem ser perfeitamente
dominadas pelos agrimensores, cartógrafos e profissionais
de área afins. Estas operações principais são:
1. Transformação de coordenadas geodésicas em coordenadas
planas no sistema UTM.
2. Transformação de coordenadas planas no sistema UTM em
coordenadas geodésicas.
3. Transformações de distâncias geodésicas em distâncias planas
no sistema UTM e vice-versa.
4. Transformação de azimutes planos UTM em azimutes
geodésicos.
Operações envolvendo
coordenadas UTM
5. Transformação de coordenadas planas no sistema UTM em
coordenadas locais XY.
6. Transformação de coordenadas locais XY em coordenadas
planas no sistema UTM.
7. Transporte de coordenadas planas no sistema UTM.
Outros Sistemas TM

A seguir seguem algumas projeções que também são


baseadas na Projeção TM:
Gauss-Krugüer
• Fusos de 3° de amplitude em longitude;
• Coeficiente de deformação de escala no meridiano
central, ko = 1;
• Origem das coordenadas planorretangulares na
interseção do equador com o meridiano central do fuso,
acrescidas das constantes 5.000.000 m (para hemisfério
sul) e 200.000 m para as coordenadas Norte (N) e Este (E)
respectivamente.
Outros Sistemas TM

Gauss-Tardi
• Fusos de 6° de amplitude em longitude;
• Coeficiente de deformação de escala no meridiano
central, ko = 0,999333;
• Origem das coordenadas planorretangulares na
interseção do equador com o meridiano central do fuso,
acrescidas das constantes 5.000.000 m (para o hemisfério
sul) e 500.000 m para as coordenadas Norte (N) e Este (E)
respectivamente.
Outros Sistemas TM

RTM - Regional Transverso de Mercator, também


conhecido como SPC - State Plane Coordinate System
• Fusos de 2° de amplitude em longitude;
• Meridianos centrais nas longitudes de grau ímpar;
• Coeficiente de deformação de escala no meridiano
central, ko = 0,999995;
• Origem das coordenadas planorretangulares na
interseção do equador com o meridiano central do fuso,
acrescidas das constantes 5.000.000 m (para o hemisfério
sul) e 400.000 m para as coordenadas Norte (N) e Este (E)
respectivamente.
Outros Sistemas TM

LTM - Local Transverso de Mercator


• Fusos de 1° de amplitude em longitude;
• Meridianos centrais a cada 30';
• Coeficiente de deformação de escala no meridiano
central, ko = 0,999995;
• Origem das coordenadas planorretangulares na
interseção do equador com o meridiano central do fuso,
acrescidas das constantes 5.000.000 m (para o hemisfério
sul) e 200.000 m para as coordenadas Norte (N) e Este (E)
respectivamente.

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