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Para que servem os dicionários? Qual sua utilidade?

(Transcrito do site: http://www.klickeducacao.com.br )


Fonte de informação de uso freqüente e generalizado, o dicionário é extremamente útil
É a primeira obra de consulta a que recorremos para saber o significado de uma pa
lavra, para checar sua ortografia e para conferir sua pronúncia exata ou sua categ
oria gramatical
Consulta ao dicionário enciclopédico
No dicionário enciclopédico é possível encontrar informações sobre os principais assu
tos científicos, humanísticos e artísticos e também sobre a vida dos mais ilustres perso
nagens das ciências e das artes, tudo organizado por ordem alfabética. Nomes de pess
oas devem ser procurados pelo último sobrenome conhecido. Exemplo: Fernando Pessoa
deve estar no verbete Pessoa, Fernando. No caso de pseudônimos, como Molière (Jean-
Baptiste Poquelin), deve-se procurar pelo pseudônimo. Na lombada de cada volume ex
iste geralmente a primeira e a última palavra tratada em cada tomo.
Alguns elementos permitem localizar a informação que procuramos num livro:
Sumário ou índice geral, em que estão indicados os capítulos e subtítulos do livro, pela o
rdem em que aparecem
Prólogo ou introdução, com dados e comentários sobre o autor e a obra. Às vezes convém ler
prólogo após a leitura do livro, para evitar que a opinião do comentarista influencie
demasiadamente a nossa
Índices (temático, de autores, de topônimos, de ilustrações). Geralmente eles se encontram
no final do livro e permitem localizar alfabeticamente aquilo que procuramos, d
ando indicação da página
Bibliografia, também ordenada alfabeticamente, indica outros textos em que o assun
to foi tratado
1. Definição
O dicionário é uma obra que reúne por ordem alfabética e explica, de maneira orden
ada, o conjunto de vocábulos de uma língua ou os termos próprios de uma ciência ou arte.
Há também dicionários que explicitam o significado das palavras e a sua correspondência
em outros idiomas. Esses livros especiais classificam-se de acordo com seus obj
etivos didáticos e finalidades a que se propõem.
2. Origens dos dicionários
Os dicionários existem desde os tempos antigos. Os gregos e romanos já recorri
am a eles para solucionar dúvidas e esclarecer termos e conceitos. Esses primeiros
dicionários não eram organizados alfabeticamente. Apenas reuniam definições de conteúdos
lingüísticos ou literários. Só no final da Idade Média foi que começaram a aparecer dicioná
s e glossários organizados alfabeticamente. Quando as glosas desses manuscritos la
tinos ficaram muito numerosas, os monges passaram a ordená-las alfabeticamente par
a facilitar sua localização. Nasceu aí uma primeira tentativa de dicionário bilíngüe latim-
ernáculo. A invenção da imprensa, no século XV, deu novo impulso à difusão e ao uso dos dic
onários.
3. Variedade
Há diferentes tipos de dicionário. Entre os mais comuns destacam-se:
Dicionários gerais da língua: em versão extensa ou adaptada a usos escolares. Contêm um
grande número de palavras, definidas em suas várias acepções ou significados.
Dicionários etimológicos: trazem a origem de cada palavra, sua formação e evolução.
Dicionários de sinônimos e antônimos: definem o significado das palavras, apresentando
as que são equivalentes ou afins palavras sinônimas e as de significados opostos pal
avras antônimas.
Dicionários analógicos: reúnem as palavras por campos semânticos, ou por analogia a uma
idéia. Não costumam ser organizados por ordem alfabética.
Dicionários temáticos: reúnem o vocabulário específico de determinada ciência, arte ou ativ
dade técnica: Dicionário de Comunicação, de Astronomia e Astronáutica.
Dicionários de abreviaturas: muito úteis, facilitam a comunicação, principalmente nesta ép
oca repleta de abreviaturas e siglas.
Dicionários bilíngües ou plurilíngües: explicam o significado dos vocábulos estrangeiros e
ua correspondência com os vocábulos nativos.
Há outros tipos de dicionário, que atendem às mais diversas finalidades: de dúvidas e di
ficuldades de uma língua, de frases feitas, de provérbios.
Os dicionários no Brasil
O Vocabulário Português, de Raphael Bluteau, lançado entre 1712 e 1728, é considerado a
primeira tentativa bem-sucedida de edição de um dicionário da língua portuguesa. Entre o
s pioneiros destaca-se, porém, o Dicionário da Língua Portuguesa, de Antônio Moraes Silv
a. Publicado em Lisboa, em 1789, é reconhecido como o melhor e o mais completo dic
ionário da língua. A segunda edição desse Dicionário, enriquecida e publicada em 1813, é co
siderada a produção definitiva de Moraes Silva.
Entre os dicionaristas de produção mais recente sobressaem: Francisco Caldas A
ulete (1823-1878), autor do Dicionário Caldas Aulete; Carolina Michaëlis de Vasconce
los (1851-1925), que escreveu Lições de Filologia Portuguesa; José Rodrigues Leite e O
iticica (1882-1957), autor de Estudos de Fonologia. Na segunda metade do século XX
, destaca-se o trabalho de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1910-1989), que la
nçou a primeira edição do Novo Dicionário da Língua Portuguesa em 1975. A segunda edição re
ada e ampliada é de 1986. A grande difusão dessa obra popularizou tanto o autor que
seu nome tornou-se sinônimo de dicionário: Você me empresta um aurélio?
5. Organização dos dicionários
Remissões: em algumas palavras aparece ao final um V, abreviatura de Ver Também, que
remete o leitor a outra palavra do dicionário.
Etimologia: origem da palavra, vem normalmente entre parênteses.
Significados especiais: são aqueles relativos às linguagens específicas.
Verbete: conjunto de informações, acepções e exemplos que dizem respeito a um vocábulo.
Acepções: cada palavra tem vários ou diferentes significados, as chamadas acepções. Elas e
specificam-se conforme a ordem escolhida em cada dicionário: a partir das acepções mai
s antigas ou por sua importância e uso mais freqüente. Pequenos números separam os div
ersos significados.
Categoria gramatical ou morfologia: aparece sempre abreviada.
Alguns exemplos de línguas especiais
Linguagem jurídica e administrativa
O campo do direito é muito amplo. Existe o direito civil, o penal, o adminis
trativo, o mercantil, o canônico, o processual, entre outros. Essa diversificação resu
lta em um vocabulário muito variado e específico:
Características da linguagem jurídica
-Objetividade: é extremamente importante, pois a subjetividade dificultaria sua fu
nção social
-Amplitude: é necessário legislar para todos os cidadãos
-Clareza e concisão: ela precisa ser compreendida por todos os interlocutores
Terminologia jurídica e administrativa

Palavras obtidas da linguagem cotidiana: extrajudicial, decreto-lei


Palavras e expressões latinas: ab initio (desde o princípio); ipso facto (por isso m
esmo); usufruto
Termos arcaicos: débito (em vez de dívida)
Fórmulas: em virtude do acordado...
Abundância de apartes e citações
Linguagem bancária
O sistema bancário, dedicado a negociar dinheiro e realizar outras operações com
erciais e financeiras, tem um léxico próprio:
Léxico bancário
-Investimento: aplicação de capitais em títulos
Crédito: empréstimo de dinheiro
Juros: valor pago pelo empréstimo recebido
CDB: Certificado de Depósito Bancário
Linguagem da informática
A informática é um campo de atividade que se ocupa do tratamento da informação em
um meio físico automatizado, o computador. Sua linguagem, bastante específica, vem-s
e incorporando com rapidez à língua cotidiana:
Léxico da informática
Computador: aparelho eletrônico de processamento de dados
Hardware: conjunto de componentes físicos do computador
Software: conjunto de programas do computador
Programa: conjunto de instruções de uma linguagem de computador que permite solucion
ar um tipo determinado de problema
Caracteres: símbolos utilizados para escrever dados e programas
Bit: é o menor elemento de armazenamento de informação
Byte: é a unidade mínima que representa um caractere ou número composto por 8 bits
Programa-fonte: programa escrito pelo programador em linguagem simbólica: Assemble
r, Cobol, Fortran, Basic
Entradas: dados e programas que podem ser colocados no computador
Saídas: informação que o computador pode nos dar depois de processar os dados
Memória: dois tipos de memória: ROM (Read Only Memory) armazena a informação que control
a o funcionamento do computador e RAM (Random Access Memory) pode-se ler e atual
izar a informação por meio dos programas instalados no computador
Linguagem do cinema e da teledramaturgia
Os métodos e técnicas empregados no cinema e na teledramaturgia possuem uma li
nguagem variada e bastante característica:
Léxico do cinema e da teledramaturgia

Tema e argumento: mensagem do filme, apresentada em seqüências e cenas


Roteiro cinematográfico: apresenta os diálogos, situações dos personagens, movimentos da
s câmeras, planos, iluminação e sons
Planos:
Grande plano geral (GPG) enquadramento geral da paisagem
Plano geral (PG) apresentação dos personagens no local da ação
Primeiro plano (PP) a câmera destaca apenas uma parte do assunto; no caso de perso
nagens, enquadra somente ou rosto ou as mãos
Primeiríssimo plano (PPP) tomada bem próxima, isolando um detalhe. Também chamado plan
o de detalhe
Plano americano enquadramento dos personagens a meio-corpo; utilizado nos diálogos
Pausas dramáticas: fundido em preto (a câmera se fecha numa mancha preta para passar
de uma seqüência a outra), encadeamento (junção de cenas) e corte (separação de duas cenas
Ângulo da câmera: posição da câmera em relação ao tema
Linguagem publicitária
Tem por objetivo informar o público consumidor sobre as características e util
idades de um determinado produto, com o objetivo de induzi-lo ao consumo. Além dos
cartazes e folhetos, que são seus meios próprios, a imprensa, o rádio e a televisão são o
s canais de divulgação privilegiados dessa linguagem:
Características da linguagem publicitária
A mensagem publicitária deve ser:

Visível: para tanto lança mão das fotografias, do jogo de cores, da variedade de letra
s e símbolos
Fácil de lembrar: por meio de jogos de palavras e slogans fáceis de memorizar
Legível
Impactante
Polissemia
A polissemia (de poli = muitos; semia = significado) é o fenômeno pelo qual um
a palavra vai adquirindo vários significados. Estes, em geral, têm algo em comum. A
cada um deles dá-se o nome de acepção:
A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.
Ele é o cabeça da rebelião.
Sabrina tem boa cabeça.
Origem da polissemia
São muitos os fatores que possibilitam a polissemia.
A metáfora, pela qual a palavra ganha outro significado devido a uma relação de semelh
ança:
o pé da mesa, o pé da montanha
(por sua semelhança com o pé humano)
A metonímia, pela qual a palavra adquire outro significado devido a uma relação de imp
licância:
o lanterninha do cinema
(o funcionário usa uma lanterninha)
A passagem de um termo da linguagem específica para a linguagem comum:
parênteses
(sinal de pontuação)
colocar parênteses nesta explicação
(interrupção)
A passagem de um termo da linguagem comum para a linguagem específica:
Veja esta pilha de papel.
(reunião de objetos superpostos)
O carrinho é movido a pilha.
(gerador de corrente elétrica)
A polissemia possibilita que se tenha, com um pequeno número de palavras, um grand
e número de significados. Mas favorece riscos também, como o de ambigüidade e o de imp
recisão. Se o contexto não for suficiente para determinar o significado da palavra, é
bem melhor trocá-la por outra de significado mais definido:
Marcos é uma pessoa difícil.
A frase é muito vaga porque a palavra difícil sugere várias interpretações, como irr
itadiço, tímido ou ocupado. Nesse caso, o melhor é usar outra palavra. No entanto, se
for preciso manter a original, é aconselhável contextualizá-la:
Marcos é uma pessoa difícil: não come enlatados, detesta congelados e não admite c
omida requentada.
Morfologia
A Morfologia estuda:
A estrutura e formação das palavras (morfemas, processos de formação).
As flexões (gênero, número, pessoa, tempo e modo) das palavras.
A classificação (análise morfológica) das palavras.
6. Uso dos dicionários
Todo dicionário tem sua organização e suas finalidades explicadas em um prólogo. É i
mportante lê-las para saber como aproveitar todas as possibilidades da obra. Embor
a as informações sobre a língua em seu conjunto sejam objeto dos dicionários gerais de p
alavras e enciclopédicos , vários dicionários especializados podem trazer um enfoque li
ngüístico (dicionários de sinônimos, analógicos, etimológicos) ou enciclopédico (dicionário
psicologia, de informática, de cinema, de literatura). Os dicionários, além disso, ger
almente trazem como apêndice, no começo ou no final, uma lista das abreviaturas util
izadas e dos sinais de pontuação específicos. Conhecê-los também facilita o manuseio.
7. Funções dos dicionários gerais
Suas principais funções são:
Definir o significado das palavras e sua representação ortográfica.
Informar a etimologia das palavras, explicando se elas se originam do latim, do
grego, do árabe, de alguma outra língua antiga ou se é o caso de empréstimo de alguma líng
ua estrangeira moderna.
Informar a categoria gramatical da palavra (substantivo, verbo, pronome etc.) e
outros aspectos gramaticais (gênero, número).
Auxiliar, como instrumento de estudo de uma língua estrangeira.
Ajudar a uniformizar e manter a unidade da língua.
Classes de palavras (análise morfológica)
A morfologia da língua portuguesa identifica tradicionalmente 10 classes de
palavras:
Substantivo
Verbo
Adjetivo
Pronome
Numeral
Artigo
Advérbio
Preposição
Conjunção
Interjeição

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