Você está na página 1de 39

DESENHO ARQUITETÔNICO

MÓDULO III
Instituição Educacional: Centro Educacional Brasil Central

Modalidade: Educação Profissional Técnica de Nível Médio - Educação a Distância

Curso: Transações Imobiliárias

Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios

Regime: Modular

Módulo: III

Disciplina: Desenho Arquitetônico

Carga Horária: 70 horas


Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................... 4
2. O DESENHO ARQUITETÔNICO ................................................................................................................................................. 5
3. ELEMENTOS DO DESENHO ...................................................................................................................................................... 6
PROJETO ARQUITETÔNICO ........................................................................................................................................................ 18
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................................................ 20
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE EDIFICAÇÕES............................................................................................................................. 22
TERMOS MAIS USADOS EM ARQUITETURA............................................................................................................................... 23
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................................................ 29
COMPARTIMENTOS EM UMA EDIFICAÇÃO ............................................................................................................................... 32
LEGISLAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO ............................................................................................................................. 32
MATERIAIS EMPREGADOS EM UMA CONSTRUÇÃO .................................................................................................................. 35
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................................................ 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................................................. 39
1. INTRODUÇÃO

Desde suas origens o homem comunica-se através de grafismos e desenhos. Ao longo da história, essa
comunicação foi evoluindo, e o desenho técnico passou a ter como finalidade a representação mais
próxima possível do real.
Veremos no nosso estudo que o desenho arquitetônico é uma especialização do desenho técnico
normatizado, voltado à execução e a representação de projetos de Arquitetura; é o conjunto de registros
gráficos produzidos por arquitetos, engenheiros civis ou outros profissionais durante o processo de
elaboração do projeto de construção civil. Na arquitetura, o desenho é a principal forma de expressão,
pois, é ele que exterioriza as soluções e as criações nos projetos.
Por este motivo, este é um conteúdo muito importante que merece toda a sua atenção. O material tem
como finalidade auxiliar você na construção do conhecimento de maneira a facilitar sua compreensão
em relação ao desenho arquitetônico. Pretendemos que você consiga compreender todo o processo de
desenvolvimento de um projeto arquitetônico, familiarizando com seus símbolos e termos básicos.
O Centro Educacional Brasil Central está com você!
Uma ótima aprendizagem!
Equipe Ead

4
2. O DESENHO ARQUITETÔNICO
2.1. Conceito
Podemos definir desenho arquitetônico como uma especialização do desenho técnico normatizado
voltado à execução e a representação de projetos de Arquitetura, devendo ser compreendido como o
conjunto de registros gráficos produzidos por arquitetos, engenheiros civis ou outros profissionais durante
o processo de elaboração do projeto de construção civil.

2.2. História
Detalhe de um projeto produzido no século XIX

Você vai saber neste tópico que o desenho começou a ser usado como meio preferencial de
representação do projeto arquitetônico a partir do Renascimento. Antes disso, ainda não havia
conhecimentos sistematizados de geometria descritiva, o que tornava o processo mais livre e sem
nenhuma normatização.

Com a Revolução Industrial, os projetos das máquinas passaram a demandar maior rigor e precisão e
consequentemente os diversos projetistas necessitavam na ocasião de um meio comum para se
comunicar com tal eficiência que evitasse erros banais de execução de seus produtos.
Desta forma, instituíram-se a partir do século XIX as primeiras normas técnicas de representação gráfica
de projetos, as quais incorporavam os estudos feitos durante o período de desenvolvimento da geometria
descritiva, no século anterior.
Por este motivo, o desenho técnico (e, portanto, o desenho de arquitetura) era naquele momento
considerado um recurso tecnológico imprescindível ao desenvolvimento econômico e industrial.
A normatização atualmente está mais avançada e completa, embora o desenho arquitetônico tenha
passado a ser executado predominantemente em ambiente CAD (ou seja, de forma eletrônica). Por outro
lado, para grande parte dos profissionais, o desenho à mão ainda é a gênese e o principal meio para a
elaboração de um projeto.

2.2.1. Normatização
A representação gráfica do desenho em si corresponde a uma norma internacional (sob a supervisão
da ISO). Porém, geralmente, cada país costuma possuir suas próprias versões das normas, adaptadas
por diversos motivos.

No Brasil, as normas são editadas pela ABNT, sendo uma das principais: NBR-6492 - que estabelecer
5
a representação de projetos de arquitetura

3. ELEMENTOS DO DESENHO

Vamos aprender que para que a (futura) realidade do projeto seja bem representada, faz-se uso dos
diversos instrumentos disponíveis no desenho tradicional, a geometria euclidiana e a geometria
descritiva. Basicamente, o desenho arquitetônico manifesta-se principalmente através de linhas e
superfícies preenchidas (hachuras).

Geometria euclidiana é o próprio desenho (o objeto representado, um edifício, por exemplo);

Geometria descritiva é o conjunto de símbolos, signos, cotas e textos que o complementam.

3.1. Linhas
As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste
umas com as outras.
Peso das linhas

Normalmente ocorre uma hierarquização das linhas, obtida através do diâmetro da pena (ou do grafite)
utilizada para executá-la. Tradicionalmente usam-se quatro pesos de pena:
6
Tipos de linhas

Linhas complementares – Pena 0,1. Usada basicamente para registrar elementos complementares do
desenho, como linhas de cota, setas, linhas indicativas, linhas de projeção etc.
Linha fina – Pena 0,2 (ou 0,3). Usada para representar os elementos em vista.
Linha média - Pena 0.4 (ou 0,5). Usada para representar os elementos que se encontram imediatamente
a frente da linha de corte.
Linha grossa - Pena 0.6 (ou 0,7). Usada para representar elementos especiais, como as linhas
indicativas de corte (eventualmente é usada para representar também elementos em corte, como a pena
anterior).

Quanto ao desenho das linhas, aprenderemos que é possível classificá-las em:


Contínua ou cheia: são as linhas comuns.
Tracejada: uma linha tracejada representa um elemento de desenho "invisível" (ou seja, que esteja além
do planto de corte).
Traço-ponto: usada para indicar eixos de simetria ou linhas indicativas de planos de corte.
Os elementos que em um desenho projetivo estão sendo cortados aparecem com um peso maior no
desenho. Além da linha mais grossa, esses elementos costumam estar preenchidos por uma
determinada hachura. Cada material é representado por uma hachura diversa.

3.1. Folhas
Normalmente, as folhas mais usadas para o desenho técnico são do tipo sulfite. Anteriormente à
popularização do CAD, normalmente desenvolvia-se os desenhos em papel manteiga (desenhados à
grafite) e eles eram arte-finalizados em papel vegetal (desenhados à nanquim).

3.1.1. Tamanho das folhas

7
As folhas devem seguir os mesmos padrões do desenho técnico. No Brasil, a ABNT adota o padrão ISO:
usa-se um módulo de 1m² (um metro quadrado) cujas dimensões seguem uma proporção equivalente a
raiz quadrada de 2 (841 x 1189 mm). Esta é a chamada folha A0 (a-zero). A partir desta, obtém-se
múltiplos e submúltiplos (a folha A1 corresponde à metade da A0, assim como a 2A0 corresponde ao
dobro daquela).

A maioria dos escritórios utiliza predominantemente os formatos A1 e A0, devido à escala dos desenhos
e à quantidade de informação. Os formatos menores em geral são destinados a desenhos ilustrativos,
catálogos etc. Apesar da normatização incentivar o uso das folhas padronizadas, é muito comum que os
desenhistas considerem que o módulo básico seja a folha A4 ao invés da A0. Isto costuma se dever ao
fato de que qualquer folha obtida a partir desde módulo pode ser dobrada e encaixada em uma pasta
neste tamanho, normalmente exigida pelos órgãos públicos de aprovação de projetos.

3.2 Materiais de desenho


Com a ampla difusão do desenho auxiliado pelo computador, a lista de materiais que tradicionalmente
se usava para executar desenhos de arquitetura tem se tornado cada dia mais obsoleta. Alguns desses
materiais, no entanto, ainda são eventualmente usados para checar algum problema com os desenhos
impressos, ou no processo de treinamento de futuros desenhistas técnicos. Após a impressão de
pranchas produzidas em CAD, ainda está em uso o escalímetro, que é uma multi-régua com 6 escalas,
que serve para conferir medidas, se o desenho foi impresso na escala 1/50 utiliza-se a mesma escala
em uma de suas bordas visíveis.

8
3.2.1 CAD
A execução de desenhos de arquitetura no computador em geral exige a operação programas gráficos
do tipo CAD que normalmente demandam equipamentos potentes em termos de capacidade de
processamento, memória e hardware em geral. Atualmente, o principal programa para lidar com estes
tipos de desenho é o AutoCad, um software produzido pela empresa americana Autodesk.
Seu formato de arquivos, o .dwg, é considerado o padrão "de facto" no mercado da construção civil para
troca de informações de projeto. Existem diversos softwares de CAD para arquitetura. Entretanto, a
maioria destes softwares é capaz de ler e escrever arquivos no formato .dwg e .dxf. Além de programas
CAD destinados ao desenho técnico de uma forma geral, como o AutoCAD e o Microstation, também
existem softwares designados especificamente para o trabalho de projeto arquitetônico, como o
ArchiCAD, o Autodesk Architectural Desktop, entre outros.

3.2.2 Desenho à mão


Vamos te apresentar uma lista que apresenta os materiais mais tradicionais de o desenho instrumentado
à mão. Ressalta-se, porém, que muitos destes materiais estão se tornando raros nos escritórios de
arquitetura, dada a sua informatização.

Régua T ou Régua paralela: instrumentos para traçado de retas paralelas e perpendiculares, a serem
usadas juntamente de um par de esquadros.

Par de esquadros: elementos para auxiliar o traçado de retas em ângulos pré- desenhados, como 30º,

9
45º, 60º e 90º.

Escalímetro: um tipo especial de régua, normalmente com seção triangular, com a qual podem ser
medidas diversas escalas diferentes.

Borracha: podendo ser a comum ou a elétrica.

Conjunto de normógrafo e réguas caligráficas: auxiliam a escrita de blocos de texto padronizados e


com caligrafia técnica.

Lâmina e borracha de areia: permitem a correção de desenhos errados efetuados à nanquim.

Gabaritos: pequenas placas plásticas que possuem elementos pré-desenhados vazados e auxiliam
seu traçado, como instalações sanitárias, circunferências etc.

10
Curva francesa: um tipo especial de gabarito composto apenas por curvas.
3.3 Margens
As margens, um assunto simples e resumido como segue:

3.4 Legendas
As legendas são usadas, geralmente, para auxiliar na clareza do desenho, conforme veremos adiante,
nos exemplos aos leitores.

Para enumerar as aberturas (janelas, portas, vãos em geral) de um projeto de arquitetura, usamos
normalmente uma legenda para auxiliar.

Para especificar quanto aos materiais a serem usados, também utilizamos uma legenda com códigos
usados na linguagem técnica.

11
Exemplo:

3.8. Carimbo
Também chamado por marca ou quadro é um resumo e indicação de nome do proprietário, local ou
obra, áreas em geral da construção e terreno, número de pranchas que compõe o projeto, autor do
projeto e principalmente de que projeto se trata.
3.9. Caligrafia técnica
Letra e algarismos podem ser do tipo FANTASIA usadas em publicidade, embalagens, logotipos etc., ou
do tipo TÉCNICO ou BASTÃO, recomendado pelas normas técnicas brasileiras de desenho técnico: NB-
BR.

A caligrafia técnica pode ser feita a mão livre ou por normógrafo, porém em ambos os casos a caligrafia
deverá ser clara, devendo, no entanto, evitar letras muito grandes capazes de "aparecer" mais do que o
próprio desenho.

3.10. Escalas

3.10.1.Definições

3.10.1.1.Escala
Escala é a relação de dimensão entre o desenho e o objeto desenhado. Em arquitetura, para que seja
viável o desenho de uma edificação, utilizamos uma relação de proporção.
Nessa relação de proporção, diminuímos o tamanho do objeto desenhado, mantendo suas dimensões,
utilizando assim uma escala de redução.

Sabendo, isso, fica mais fácil entender o conceito de escala.


12
Numa régua comum temos a escala 1:1 (lê-se: um por um), ou seja, um centímetro na régua equivale a
um centímetro na realidade. A essa relação chamamos de VERDADEIRA GRANDEZA (VG).
Podemos conseguir outras relações de escala onde diminuímos o tamanho do objeto, mantendo suas
dimensões. Para representarmos um centímetro na escala 1:5 (lê-se: um por cinco), devemos dividir um
metro por cinco, e o resultado será a medida equivalente a ser traçada no papel.

3.10.1.2.Escala Numérica
As escalas numéricas são usadas para representar, em um desenho, as medidas reais.
Exemplo: um objeto tem dez metros de comprimento. Se for seu comprimento representado num
desenho por 1 metro, qual foi a escala usada?

Temos:

Escala 1:20 onde 1 cm no desenho = 20cm na realidade.

Escala 1:50 onde 1 cm no desenho = 50cm na realidade.


Escala 1:100 onde1l cm no desenho =100cm ou 1 metro na realidade.

Escala 1:200 onde l cm no desenho = 200cm ou 2 metros na realidade.

Método Prático: Multiplicam-se as medidas tomadas no desenho pelo valor da escala.


Réguas de Escalas: São réguas que permitem a leitura direta, no desenho, das medidas reais.

Não é necessário o raciocínio feito anteriormente. Em arquitetura usa-se geralmente, para desenho de
plantas, as escalas 1:50 e 1:l00; para detalhes, 1:25, 1:20, 1:10 e para plantas de situação e localização,
1:1000, 1:2000.

13
3.10.1.3. Escala gráfica
01cm 2 cm 3 cm → medidas do desenho

01km 2 km 3 km → medidas reais


Lê-se: 1 cm no desenho, vale 1 Km na realidade.

3.10.1.4. Interpretação de Escalas

Segundo essa observação podemos dizer que um desenho na escala 1:50 é maior em tamanho do que
o mesmo desenho na escala 1:l00, pois na primeira ele foi reduzido 50 vezes e na segunda l00 vezes.
Exemplo 1: Um terreno foi desenhado na escala 1:50. Se medirmos um lado do terreno, no desenho, e
obtermos l0cm, quanto será a medida real deste lado?

Exemplo 2: Sabemos que a escala usada numa planta baixa é 1:50. Medindo, no
desenho, a largura de uma sala, encontramos 3,4 cm. Qual é a dimensão real da sala?

14
3.11. Cotas
Cotar, então é referenciar, no desenho, dimensões e alturas estabelecendo suas proporções.

Podemos cotar a parte interna de uma edificação especificando cada cota, ou colocarmos cotas totais.

cota de nível: esclarece a altura do piso em relação ao chão (cota 0.00).


cota: no sentido de dimensão, de esclarecer a metragem da edificação.
No desenho, as cotas aparecem sempre em cm, quando menores de 1m e em metros sempre maiores
de 1m.

3.11.1. Leitura e Interpretação de Cotas


Observar o sentido de leitura das cotas assim como os seus extremos bem marcados.

Uma planta baixa deve conter no mínimo cotas totais, cotas internas transversais e longitudinais. Nos
cortes cotamos o pé-direito (altura do piso ao teto) e altura de pisos. As fachadas em geral não são
cotadas.

15
3.11.2. Áreas
A área é medida de uma superfície.
Para calcularmos a área de uma sala, quarto, cozinha, ou qualquer peça de uma casa baseamo-nos em
formas planas.

Um quarto pode ser considerado um quadrado ou retângulo, conforme suas medidas, ou ainda a
combinação de duas ou mais formas. Conhecendo o cálculo, da área dessas formas geométricas,
teremos como calcular a área de todas as peças de uma casa.

Para esse cálculo, utilizamos as formas específicas para cada figura, substituímos os valores conhecidos
e efetuamos a operação indicada.

3.11.3. Interpretação e Cálculos de Áreas

16
3.12. O desenho em cada uma das etapas de um projeto
Normalmente a complexidade e quantidade de informações de um desenho variam de acordo com a
etapa do projeto. Apesar de existirem etapas intermediárias de projeto, as apresentadas a seguir
normalmente são as mais comuns, pelas quais passam praticamente todos os grandes projetos.

3.12.1. Estudo preliminar


O estudo preliminar, que envolve a análise das várias condicionantes do projeto, normalmente
materializa-se em uma série de croquis e esboços que não precisam necessariamente seguir as regras
tradicionais do desenho arquitetônico. É um desenho mais livre, constituído por um traço sem a rigidez
dos desenhos típicos das etapas posteriores.

3.12.2. Anteprojeto
Nesta etapa, com as várias características do projeto já definidas (implantação, estrutura, elementos
construtivos, organização funcional, partido etc.), o desenho já abrange um nível maior de rigor e
detalhamento. No entanto, não costuma ser necessário informar uma quantidade muito grande, nem
muito trabalhada, de detalhes da construção. Em um projeto residencial, por exemplo, costuma-se
trabalhar nas escalas 1:100 ou 1:200. Nesta etapa ainda são anexadas perspectivas feitas à mão ou
produzidas em ambiente gráfico-computacional para permitir melhor compreensão do projeto.

3.12.3. Projeto legal


Corresponde ao conjunto de desenhos que é encaminhado aos órgãos públicos de fiscalização de
edifícios. Por este motivo, possui algumas regras próprias de apresentação, variando de cidade em
cidade. Costuma-se trabalhar nas mesmas escalas do anteprojeto.

3.12.4. Projeto executivo


Esta etapa corresponde à confecção dos desenhos que são encaminhados à obra, sendo, portanto, a
17
mais trabalhada. Devem ser desenhados todos os detalhes do edifício, com um nível de complexidade
adequado à realização da construção. O projeto básico costuma ser trabalhado em escalas como 1:50
ou 1:100, assim como seu detalhamento é elaborado em escalas como 1:20, 1:10, 1:5 e eventualmente,
1:1.

PROJETO ARQUITETÔNICO
4.1. Planta baixa
É a representação gráfica de um pavimento da obra, vista por um observador colocado em um plano
superior à mesma. É como se a "obra" fosse cortada por um plano horizontal, ao nível das esquadrias.
A escala usada para fins de aprovação em órgãos públicos é a de 1:50.

4.2. Fachada

18
É a vista de uma residência ou prédio, pelo lado de fora. Pode ser lateral frontal, principal ou fundos.

A escala usada para fins de aprovação em órgãos públicos é 1:50.

4.3. Projeto estrutural

Compõe-se de:

Planta de fundações: onde aparecem as cintas de fundação, sapatas etc.

Plantas de forma: indica as dimensões das vigas, lajes e posições


Plantas de ferragem: indica os ferros das fundações, vigas, pilares e lajes.
Memória de cálculo quando necessário: as escalas utilizadas de 1:50 e 1:20.

4.4. Projeto de instalações elétricas

Plantas de todos os pavimentos com os respectivos quadros de carga e esquema vertical (este último
para edifícios).
Especificações dos materiais a serem empregados.
Memória de cálculo quando necessário.

Vamos revisar o que foi estudado para melhor assimilação do conteúdo!

19
EXERCÍCIOS

1) Marque a alternativa correta:

I - Geometria euclidiana é o próprio desenho (o objeto representado, um edifício, por exemplo);

II - Geometria descritiva é o conjunto de símbolos, signos, cotas e textos que o complementam.

a) ( ) apenas a alternativa I está correta.

b) ( ) apenas a alternativa II está correta.

c) ( ) todas as alternativas estão corretas.

2) Marque a alternativa correta:

I - o escalímetro é uma multi-régua com 6 escalas, que serve para conferir medidas.

II o escalímetro é uma multi-régua com 10 escalas, que serve para conferir medidas.

a) ( ) a alternativa I está correta.

b) ( ) a alternativa II está correta.

3) Marque a alternativa correta:

I - Régua T ou Régua paralela: são instrumentos para traçado de retas paralelas e perpendiculares, a
serem usadas juntamente de um par de esquadros.

II - Par de esquadros: são elementos para auxiliar o traçado de retas em ângulos pré-desenhados,
como 30º, 45º, 60º e 90º.

20
III - Gabaritos: são pequenas placas plásticas que possuem elementos pré-desenhados vazados e
auxiliam seu traçado, como instalações sanitárias, circunferências etc.

a) ( ) apenas a alternativa I está correta.

b) ( ) apenas a alternativa II está correta.

c) ( ) todas as alternativas estão corretas.

4) Marque a alternativa correta:


II - Escala é a relação de dimensão entre o desenho e a obra finalizada.
II - Escala é a relação de dimensão entre o desenho e o objeto desenhado. Em arquitetura, para que
seja viável o desenho de uma edificação, utiliza-se uma relação de proporção.
a) ( ) a alternativa I está correta.
b) ( ) a alternativa II está correta.

5) Marque a alternativa correta:

O Projeto estrutural compõe-se de:

I - Planta de fundações: onde aparecem as cintas de fundação, sapatas etc.

II - Plantas de forma: indica as dimensões das vigas, lajes e posições


III - Plantas de ferragem: indica os ferros das fundações, vigas, pilares e lajes.
Memória de cálculo quando necessário: as escalas utilizadas de 1:50 e 1:20.
a) ( ) apenas a alternativa I está correta.
b) ( ) estão corretas apenas as alternativas II e III.
c) ( ) todas as alternativas estão corretas.

Gabarito: 1)C 2)A 3)C 4)B 5)C

21
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE EDIFICAÇÕES
As edificações possuem usos diversos. Podemos classificá-las em:

Residenciais
Não residenciais
Mistas

1.1. Edificações residenciais

Edificações residenciais

Permanentes

Transitórias
4. Unifamiliares: quando há apenas uma unidade.
5. Multifamiliares: quando existirem duas ou mais unidades (apartamentos).

6. Hotéis
7. Hotéis-Residência
8. Motéis e congêneres
9. Internatos
10. Pensionatos
11. Asilos

22
1.2. Edificações não residenciais
São aquelas destinadas a:

Uso industrial;
Locais de reunião (auditórios, ginásios esportivos, "halls" de convenções e salões de exposições,
cinemas, circos, estádios, parques de diversões, teatros);
Comércio, negócios e atividades profissionais (lojas, lojas comerciais); Estabelecimentos
hospitalares e laboratórios;
Usos especiais diversos (depósitos de explosivos, munições e inflamáveis, depósitos de
armazenagem, locais para estacionamento ou guarda de veículos, postos de serviços de abastecimento
de veículos).

1.3. Edificações mistas

Abrigam atividades de diferentes usos no mesmo prédio (residencial e não residencial).


No caso de um destes usos serem o residencial, todas as circulações deverão ser independentes entre
si.

TERMOS MAIS USADOS EM ARQUITETURA


Aclive – diz-se que um terreno está em aclive quando sua referência de nível ao fundo é maior do que
na testada principal, ou seja, aquela que dá para o logradouro.

Acréscimo - aumento de uma construção quer no sentido horizontal, quer no vertical.

Afastamento - menor distância entre duas edificações ou entre uma edificação e as linhas divisórias do
lote onde ela se situa, o afastamento pode ser frontal, lateral ou de fundos quando estas divisórias forem,
respectivamente, a frente, (também chamada de testada), os lados e os fundos do lote.

Alinhamento - é a linha projetada e tocada para marcar o limite entre o lote e o logradouro público.

Alvará - licença administrativa para realização de qualquer obra particular ou exercício de uma atividade.
Caracteriza-se pela guia quitada referente ao recolhimento das taxas relativas ao tipo de obra ou
atividades licenciadas.

23
Andar - o mesmo que pavimento.

Apartamento - unidade autônoma de uma edificação destinada a uso residencial permanente, com
acesso independente, através de área de utilização comum e que compreende, no mínimo dois
compartimentos habitáveis, um banheiro e uma cozinha.

Área Bruta - área resultante da soma das áreas úteis com as áreas das seções horizontais das paredes.

Área Bruta do Pavimento (ABP) - soma da área útil do pavimento com as áreas das seções horizontais
das paredes que separam os compartimentos.

Área Bruta da Unidade (ABU) - soma da área útil da unidade com as áreas das seções horizontais das
paredes que separam os compartimentos.

Área de Condomínio - toda área comum de propriedade dos condôminos de um imóvel.

Área Livre - espaço descoberto, livre de edificações ou construções, dentro dos limites de um lote.

Área "Non Aedificandi" (Área não Edificante) - área na qual a legislação em vigor nada permite
construir ou edificar.

Área Total da Edificação – soma das áreas brutas dos pavimentos.

Área Útil - área do piso de um compartimento.

Área Útil do Pavimento (AUP) - soma das áreas úteis das unidades com as áreas úteis das partes
comuns, em um pavimento.

Área Útil da Unidade - soma das áreas úteis de todos os compartimentos da unidade.

Caixa de Rua - parte dos logradouros destinada ao rolamento de veículos.

Calçada - o mesmo que passeio.

Casa de Cômodos - edificação residencial multifamiliar que possui vários domicílios que não constituem

24
utilidades autônomas e sem instalações sanitárias privativas para cada um destes domicílios.

Área de passagem - designação genérica dos espaços necessários à movimentação das pessoas ou
veículos; em uma edificação são os espaços que permitem a movimentação de pessoas de um
compartimento para outro ou de um pavimento para outro.

Cobertura - é o último teto de uma edificação. Pode significar o telhado ou, uma ou mais unidades que
se situem no último piso, ocupando normalmente, 5% da área do pavimento anterior.

Compartimento - diz-se de cada uma das divisões dos pavimentos da edificação.

Declive - fala-se em terreno de declive em relação à frente principal (logradouro) quando sua referência
de nível na testada é maior do que no fundo.

Edícula - edificação complementar à edificação principal, sem comunicação interna com a mesma.

Edificação - é a construção destinada a abrigar qualquer atividade humana.

Edificações Contíguas - São aquelas que apresentam uma ou mais paredes contíguas às de uma outra
edificação, estejam dentro do mesmo lote ou de lotes vizinhos.

Edificação Isolada (Edificação Afastada das Divisas) - Aquela não contígua às divisas do lote.

Edificação de Uso Exclusivo - É aquela destinada a abrigar só uma atividade comercial ou industrial
de uma empresa, apresentando uma única numeração.

Edificação Residencial Multifamiliar - Aquela destinada ao uso residencial multifamiliar; o conjunto de


duas ou mais unidades residenciais em uma só edificação, compreendendo cada unidade, pelo menos,
dois compartimentos, um dos quais sendo para instalação sanitária. E chamado também de Casa de
Apartamentos ou Edifício de Apartamentos.

Edificação Residencial Unifamiliar - Aquela que abriga apenas uma unidade residencial.

Edificação Comercial - É aquela destinada a lojas ou a salas comerciais, ou a ambas, e no qual


unicamente as dependências sanitárias do porteiro ou zelador são utilizadas para o uso residencial.
25
Edifício Garagem - Aquele destinado à guarda de veículos.

Edifício Misto - É uma edificação que abriga usos diferentes, e quando um destes for o residencial o
acesso às unidades residenciais se faz sempre através de circulações independentes dos demais usos.

Edifício Público - Aquele no qual se exercem atividades de governo, administração, prestação de


serviços públicos etc.

Edifício Residencial - É aquele destinado a uso residencial.

Estacionamento de Veículos - Local coberto ou descoberto em um lote destinado a estacionar veículos.


Quando é coberto é mais usada a denominação de garagem.

Gabarito - Significa o conjunto das dimensões regulamentadas permitidas ou fixadas para uma
construção ou edificação. Normalmente é empregado para indicar o número de pavimentos permitidos
ou fixados.

Grupamento de Edificações - É o conjunto de duas ou mais edificações em um lote.

Habite-se - Denominação comum de autorização especial, dada pela autoridade competente, para a
utilização de uma edificação.

Hotel - É uma edificação residencial transitória, com unidades habitacionais constituídas, no mínimo, de
um compartimento habitável (quarto), e um banheiro privativo, cujo acesso é controlado por serviço de
portaria, e dispondo de partes comuns adequadas.

Hotel-Residência - É a edificação residencial transitória, com unidades habitacionais constituídas, no


mínimo, de dois compartimentos habitáveis (sala e quarto), um banheiro e uma cozinha, com numeração
própria, cujo acesso é controlado por serviço de portaria, e dispondo de partes comuns adequadas.

Indústria Leve - É a indústria que pode funcionar sem incômodos ou ameaças à saúde ou perigo de
vida para a vizinhança.

Indústria Incômoda - É a indústria que, pela produção de ruído, emissão de poeira, fumaça, fuligem,

26
exalação de mau cheiro etc., pode constituir incômodo para a vizinhança.

Indústria Nociva - É a indústria que, por qualquer motivo, pode, pela sua vizinhança, tornar-se prejudicial
à saúde.

Indústria Perigosa - É a indústria que pode constituir perigo de vida à vizinhança.

Indústria Pesada - É aquela que pode, pelo seu funcionamento, constituir incômodo ou ameaça à saúde
ou perigo de vida para vizinhança.

Investidura - É a incorporação a uma propriedade particular de uma área de terreno do patrimônio


estadual adjacente à mesma propriedade, que não possa ter utilização autônoma com a finalidade de
permitir a execução de um projeto de alinhamento ou de modificação de alinhamento aprovado pelo
Governo Estadual.

Jirau - É o piso elevado no interior de um compartimento, com altura reduzida sem fechamento ou
divisões, cobrindo apenas parcialmente a área do mesmo e satisfazendo às alturas mínimas exigidas
pela legislação.

Levantamento do Terreno - Determinação das dimensões e todas as outras características de um


terreno em estudo, tais como: sua posição, orientação, relação com os terrenos vizinhos e logradouros
etc.

Licença - É a autorização dada pela autoridade competente para execução de obra, instalação,
localização de uso e exercício de atividades permitidas.

Logradouro Público - É toda parte da superfície do Estado destinada ao trânsito público, oficialmente
reconhecida e designada por uma denominação.

Lote - Parcela autônoma de um loteamento ou desmembramento, cuja testada (frente) é adjacente a


logradouro público reconhecido.

Loteamento - É um aspecto particular do parcelamento da terra que se caracteriza pela divisão de uma
área de terreno em duas ou mais porções autônomas envolvendo, obrigatoriamente, a abertura de
logradouros públicos sobre os quais terão testas (frentes) as referidas porções, que passam a ser

27
denominados lotes.

Meio-fio - Arremate entre o plano do passeio e a pista de rolamento de um logradouro.

Parcelamento da Terra - Divisão de uma área de terreno em porções autônomas, sob a forma de
desmembramento ou loteamento.

Passeio - Faixa em geral sobrelevada, pavimentada ou não, ladeando logradouros ou circundando


edificações, destinada exclusivamente; ao trânsito de pedestres.

Pé-direito - É a distância entre o piso e o teto.

Pérgula - Elemento decorativo executado em jardins ou espaços livres, consistindo em um plano


horizontal, definido por elementos construtivos vazados, sem constituir, porém, cobertura.

Piso - É a designação genérica dos planos horizontais de uma edificação, onde se desenvolvem as
diferentes atividades humanas.

Prisma de Iluminação e Ventilação - É o espaço "Non Aedificandi", mantido livre, dentro do lote, em
toda a altura de uma edificação, destinada a garantir obrigatoriamente, a iluminação e a ventilação dos
compartimentos com que se comuniquem.

Prisma de Ventilação - É o espaço "Non Aedificandi", mantido livre, dentro do lote, em toda a altura de
uma edificação, destinado a garantir a ventilação dos compartimentos não habitáveis que com ele se
comunique.

Profundidade do Lote - É a distância entre a testada ou frente e a divisa oposta, medida seguindo uma
linha perpendicular à frente.

Recuo - É a incorporação ao logradouro público de uma área de terreno pertencente a propriedade


particular e adjacente; ao mesmo logradouro a fim de possibilitar a realização de um projeto de
alinhamento ou de modificação de alinhamento aprovado pelo Governo do Estado.

Reforma - É o conjunto de obras caracterizadas na definição de consertos feitos, mas além dos limites
ali estabelecidos.

28
Remembramento - É o reagrupamento de lotes contíguos para a constituição de unidades maiores.

Sobreloja - É o pavimento de pé-direito reduzido, não inferior, porém, a 2,50 m e situado imediatamente
acima do pavimento térreo.

Sótão - É a parte do edifício abrangendo pelo menos uma porção do espaço compreendido pela
cobertura, de pé-direito não inferior a 2 m, quando superpostas ao mais alto pavimento e de pé-direito
não inferior a 2,50 m quando não estiver superposta ao referido pavimento.

Testada do Lote - É a linha que separa o logradouro público do lote e coincide com o alinhamento
existente ou projetado pelo Governo de um Estado.

Teto - é a superfície interior ou superior dos compartimentos de uma edificação.

Unidade Autônoma - É uma parte da edificação vinculada a uma fração ideal de terreno, sujeita às
limitações da lei, constituída de dependências e instalações de uso privativo, destinada a fins residenciais
ou não, assinalada por designação especial numérica ou alfabética, para efeitos de identificação e
discriminação.

Unidade Residencial - É aquela constituída de, no mínimo, dois compartimentos habitáveis, um


banheiro e uma cozinha.

Vamos revisar o que foi estudado para melhor assimilação do conteúdo!

EXERCÍCIOS

1) Marque a alternativa correta:


I - Grupamento de Edificações - É o conjunto de duas ou mais edificações em um lote.
29
II - Habite-se - Denominação comum de autorização especial, dada pela autoridade competente, para a
utilização de uma edificação.
a) ( ) apenas a alternativa I está correta.
b) ( ) apenas a alternativa II está correta.
c) ( ) as duas alternativas estão corretas.

2) Marque a alternativa correta:

I - Pérgula - Elemento decorativo executado em jardins ou espaços livres, consistindo em um plano


horizontal, definido por elementos construtivos vazados, sem constituir, porém, cobertura.
II - Remembramento - É o reagrupamento de lotes contíguos para a constituição de unidades maiores.
a) ( ) apenas a alternativa I está correta.
b) ( ) as duas alternativas estão corretas.

3) Marque a alternativa correta:


I - Recuo - É a incorporação ao logradouro público de uma área de terreno pertencente a propriedade
particular e adjacente; ao mesmo logradouro a fim de possibilitar a realização de um projeto de
alinhamento ou de modificação de alinhamento aprovado pelo Governo do Estado.
II - Loteamento - É um aspecto particular do parcelamento da terra que se caracteriza pela divisão de
uma área de terreno em duas ou mais porções autônomas envolvendo, obrigatoriamente, a abertura de
logradouros públicos sobre os quais terão testas (frentes) as referidas porções, que passam a ser
denominados lotes.
a) ( ) apenas a alternativa I está correta.
b) ( ) apenas a alternativa II está correta.
c) ( ) as duas alternativas estão corretas.

4) Marque a alternativa correta:


I - Caixa de Rua - parte dos logradouros destinada ao rolamento de veículos.
II - Pé-direito - É a distância entre o piso e o teto.
a) ( ) apenas a alternativa II está correta.
b) ( ) as duas alternativas estão corretas

30
Gabarito: 1)C 2)B 3)B 4)B

31
COMPARTIMENTOS EM UMA EDIFICAÇÃO
Uma edificação é normalmente dividida em compartimentos, que, segundo sua utilização, pode-se
classificar como:

1.1. Habitáveis
Dormitórios
Salas;
Locais de reunião;
Lojas e sobrelojas;
Salas destinadas a comércio, negócios e atividades profissionais.

1.2. Não habitáveis


Salas de espera, em geral;
Banheiros, lavatórios e instalações sanitárias;
Circulações, em geral;
Depósito para armazenagem;
Garagens;
Frigoríficos;
Vestiários de utilização coletiva;
Câmaras escuras;
Casas de Máquinas;
Locais para despejo de lixo;
Áreas de serviço cobertas;
Cozinhas e copas.

LEGISLAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO

No exercício da função de Corretor de Imóveis, existem alguns aspectos da legislação que devem ser
considerados em um Projeto Arquitetônico, para que, ao negociar um imóvel, possa argumentar, com
embasamento legal, sobre todos os itens do Projeto, justificando o valor do imóvel pela sua qualidade
(acabamento, revestimentos, local do terreno, materiais empregados).

32
DIMENSÕES MÍNIMAS. PERMITIDAS/GABARITO

2.1. Noções de baixo, médio e alto padrão de construção

Todo projeto arquitetônico parte de um programa onde estão relacionadas todas as atividades que irão
desenvolver-se na edificação a ser projetada, objetivando com isso, racionalizar e delimitar espaços que
atendem a todas elas.

As dimensões para cada item levantado são calculadas a partir de vários parâmetros. Dentre eles
podemos citar:

número de pessoas que vão abrigar;

equipamentos que vai conter;


tipo de utilização a ser dado (comercial ou residencial)

2.2. Noções de orçamento - custo global

O orçamento para construção de uma edificação é um trabalho muito específico, requerendo sempre um
profissional habilitado para sua consecução correta.

No entanto, algumas noções podem ser obtidas através de índices fornecidos mensalmente por revistas
de preços de construção civil. Estes, para efeito de cálculo de custo global, devem ser retirados em
função de m2 (metro quadrado) de construção, onde já estão incluídos os serviços dos profissionais
(Arquitetos, engenheiros), mão- de-obra e materiais.
No entanto, há limites mínimos e máximos fixados pela legislação municipal, que vão desde a área de
compartimentos, estacionamento, total de ocupação no terreno, até as disposições quanto ao tipo de
edificação e número de pavimentos permitidos, além das exigências quanto à espécie de revestimento
a ser aplicado.

Se o cliente pretende construir uma casa de 100m 2, podemos dizer que o custo estimativo desta obra
deverá ser de R$ 300.000,00. Se fosse um prédio residencial de 4 pavimentos, deveríamos recorrer à
tabela e achar o índice respectivo, e proceder da mesma forma.

33
2.2.1. Para Compartimentos Habitáveis

2.2.2. Para Compartimentos não habitáveis

A área mínima de uma unidade residencial varia de 30,00m 2, 50,00 m2 ou 60,00m2, de acordo com a
área em que está situada.

O número de pavimentos que uma edificação pode alcançar, ou melhor, o gabarito de um prédio, fica
condicionado ao regulamento de zoneamento municipal. Assim, para sabermos com precisão o potencial
de construção de um terreno, devemos consultar ou a divisão de edificações ou ainda o Código de Obras
do Município, que é o documento expedido pela prefeitura, onde estão contidas estas informações.

34
MATERIAIS EMPREGADOS EM UMA CONSTRUÇÃO
O avanço tecnológico no campo dos materiais de construção tem gerado um número expressivo de
possibilidades quanto ao tipo de matéria-prima empregada, processos de execução, cor, qualidade e
preço.

3.1. Materiais utilizados no arcabouço da edificação

3.1.1. Outros materiais


Toras de Madeira - são pouco usadas devido ao seu alto custo.

Lajes pré-fabricadas - possuem custo pequeno.

Piso - Formiplac, Vulcapiso, Paviflex, Vicatrix (chapas aplicadas com cola e, as vezes com pregos).

Frisos ou Assoalhos - são tábuas de dez a vinte centímetros pregadas em uma armação de madeira
feita embaixo.

Ladrilhos, Lajotas Cerâmicas - peças em barro cozido ou não.

Mármores e Pedras em Geral - as pedras mais usadas para pisos externos (descobertos) granito,
pedra São Tomé.
35
Formipiso - usado nas partes internas, como salas e quartos.

Pisos Plásticos - geralmente, apresentam-se em forma de placas e na maioria das vezes são aplicados
com colas especiais.

Pisos de Borracha - plurigomo, anac. São pisos geralmente usados para hospitais, hotéis e estações e
possuem características anti-derrapantes.

Pisos de Alta Resistência e Industriais - são pisos altamente resistentes ao atrito, choque e abrasão.
São eles: marmorite, superepóxi, pisadur, corodun.

Forros - normalmente são usadas tábuas de 8 a 19 cm de largura. São chamadas simplesmente de


forro, embora também haja a denominação de lambris.
Observação: O gesso é um revestimento usado em paredes internas e comumente aplicado em rebaixos
de teto, Não resiste à umidade e, portanto, não é recomendado para utilização em paredes externas.

3.2. Materiais de acabamento/revestimento


3.2.1. Paredes
Pintura poderá ser plástica e epóxi:
4. plástica: para interiores e exteriores;
5. epóxi: resistente à água e a temperaturas altas. Pode ser usada em cozinhas e banheiros,
substituindo o azulejo;

Azulejos: muito usados para cozinha, banheiros e área de serviço;

Mármores e Pedras em geral;

Madeira;

Lambris: tábuas de madeira;

Divisórias de Eucaplac.

As paredes externas de uma edificação serão sempre impermeáveis. As paredes divisórias entre
unidades independentes, mas contíguas, assim como as adjacentes à divisa do lote, garantirão perfeito
isolamento.

36
3.2.2. Pisos
Os pisos devem ser resistentes ao choque tanto interna como externamente.

3.2.3. Coberturas
São constituídas de materiais que permitem: a perfeita impermeabilização e isolamento térmico.

Vamos revisar o que foi estudado para melhor assimilação do conteúdo!

EXERCÍCIOS
1)
Alternativa I

Alternativa II

a) ( ) somente a alternativa I está correta.


b) ( ) somente a alternativa II está correta.
c) ( ) as duas alternativas estão corretas.

37
2) Marque a alternativa correta;

I - Piso - Formiplac, Vulcapiso, Paviflex, Vicatrix (chapas aplicadas com cola e, as vezes com pregos).
II - Frisos ou Assoalhos - são tábuas de dez a vinte centímetros pregadas em uma armação de
madeira feita embaixo.
a) ( ) somente a alternativa I está correta.
b) ( ) somente a alternativa II está correta.
c) ( ) as duas alternativas estão corretas.

3) marque a alternativa correta:


I – a pintura plástica é utilizada para interiores e exteriores.
II – a pintura epóxi é resistente à água e a temperaturas altas. Pode ser usada em cozinhas e banheiros,
substituindo o azulejo.
a) ( ) somente a alternativa I está correta.
b) ( ) as duas alternativas estão corretas.

Gabarito: 1)C 2)C 3)B

38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Código Civil Brasileiro.


ARAÚJO, João da Silva. Curso Técnico em Transações Imobiliárias. Brasília/DF, Papelaria e Gráfica
Ouro Preto.
BARBELOS FRIZZO, Alexandre. Financiamentos Imobiliários no Sistema Financeiro de Habitação.
BARROS MONTEIRO, Washington. Curso de Direito Civil.
BORGES, Alberto de Campos. Prática das Pequenas Construções. Editora Edgard Blucher.
CARVALHO, Irene Mello. Introdução à Psicologia das Relações Humanas. Ed. Fundação Getúlio
Vargas.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos. Editora Atlas COFECI. Guia Prático
do Corretor de Imóveis.
ENGELS, Friedrich. Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Civilização Brasileira.
IOB. Direito Imobiliário. Cursos de Legislação Empresarial. IPPUC. Código de Edificações.
KELLER, Edelwais. Noções de Relações Humanas e Ética. SCIEP. Legislação Básica do BACEN –
Resolução 1.511/89.
Legislação Básica do BNH – Lei 4.380/64 e Lei 5.762/71. LIMA, Ary Abussafi de. Transações
Imobiliárias.
LUIZ, Sinclayr e SILVA, César Ribeiro Leite da. Economia e Mercados – Introdução à Economia. Editora
Saraiva.
LUIZ, Sinclayr. Organização e Técnica Comercial – Introdução à Administração. Editora Saraiva.
MEC. Leitura de Desenho Técnico.
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. MONTENEGRO, Gildo. Desenho
Arquitetônico. Editora Edgard Blucher.
NEUFERT, Ernest. Arte de Projetar em Arquitetura. Editora Gustavo Gili do Brasil. SENAC. Apostila
de Transações Imobiliárias.
SILVA, Adelphino Teixeira da. Administração e Controle. Editora Atlas.

39

Você também pode gostar