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BAHIA 2012
KÁTIA LANUZA ROCHA PINA
BAHIA 2012
“ Céu em cima
Céu embaixo
Estrelas em cima
Estrelas embaixo
Aceita-o
E rejubila-te.”
Athanasius Kircher
AGRADECIMENTOS
A Deus, essa força cósmica, que rege todo o universo, que a tudo possibilita naquele
que crê;
As pessoas de minha família, que de maneira solidaria e carinhosa torcem e vibram com
minhas conquistas, especialmente minha amada mãezinha;
A Santa Casa de Misericórdia da Bahia, a Gabriela Nery minha primeira paciente e aos
funcionários que participaram do PROAPS – Programa de Apoio Psicossocial, todos
responsáveis por me conduzirem ao exercício da Psicologia Clínica;
A Dr. Jung e aos mestres professores do Instituto Junguiano da Bahia, minha eterna
gratidão pela abertura desse portal.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao meu avô materno, Eliezer Trajano da Rocha que tinha alma de alquimista e não sabia
o quanto era importante para minha formação. Ele identificava e adquiria relíquias desprezadas
nos antigos Engenhos de Cana de Açúcar, em Areia-Pb, recuperando pratarias, peças em cobre
móveis de madeira, a ponto de abrir sua casa, generosamente, à visitação. Acreditava que
encontraria uma “botija cheia de moedas de ouro”, sua pedra filosofal, mas o máximo que
conseguiu foi se tornar um colecionador de moedas, selos antigos e antiguidades.
Cursou até a 2ª serie do antigo primário. Muito caridoso, trabalhava como agente
sanitário, ministrando também palestras sobre saúde e higiene, no SESP. Gostava de ouvir
Strauss, Sebastian Bach e a música de Geraldo Vandré - Prá não dizer que não falei das flores.
Um homem de aparência de firme, cútis rosada, olhos verdes, cabelos alvos e ondulados.
Não gostava de bagunça de criança, mas era cuidadoso e atencioso, incapaz de me deixar sem
respostas, apesar do embaraço das minhas perguntas, no auge dos meus 10 anos de idade e
curiosidade de cientista.
Obrigada meu avô Ezinho, pela semeadura, onde quer que você esteja!
“Abençoados seremos todos nós, que buscamos a Verdade, e que
evitamos as trevas da ignorância.
Abençoados seremos todos nós que nos submetemos à Lei que nos
ilumina com a Verdade em todos os nossos caminhos.
Que a Lei nos proteja com todas as bondades do Amor, nos mantendo
distantes do mal.
Essa monografia faz parte do trabalho de conclusão do XIII Curso de Pós Graduação “Latu
Senso” em Psicoterapia Analítica do Instituto Junguiano da Bahia e da Faculdade Bahiana para
do Desenvolvimento das Ciências. Pretende como primeiro objetivo, tecer relações teóricas entre
o reiki e a psicoterapia analítica e como segundo objetivo, chamar atenção para a contribuição do
reiki como terapia complementar, bem como caminho alquímico que facilita o processo de
individuação, quando associado à psicoterapia. A metodologia utilizada para a realização desta
pesquisa está baseada em pesquisa bibliográfica. Considerando a pouca literatura que trata de
terapias complementares versos psicoterapia analítica, principalmente associada a teorias da
Alquimia, entendo que essa pode ser uma pequena contribuição em favor da quebra de
paradigmas e da possibilidade de colocar luz nesses olhares, quero dizer, perceber outros pontos
de vista e amplificar a visão.
This monograph is part of the work of the 13TH completed postgraduate course "Latu Sense" in
Analytical Psychotherapy of Jungian Institute of Bahia and the Faculty for development of
Sciences Bahiana. As a first goal, aims to make theoretical relations between the reiki and
analytical psychotherapy and how second goal, draw attention to the contribution of reiki as
complementary therapy, as well as alchemical path that facilitates the process of individuation,
when associated with psychotherapy. The methodology for this research is based on literature.
Whereas there is little literature that deals with complementary therapies, analytic psychotherapy
verses primarily associated with theories of Alchemy, I understand that this may be a small
contribution in favor of breaking paradigms and the possibility of putting light in those lookings,
I say, realize anothers points of view and amplify the way of looking.
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 10
2. O REIKI...................................................................................................................... 12
6. REIKI E INDIVIDUAÇÃO...................................................................................... 34
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 38
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 39
10
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Alquimia, entendo que essa pode ser uma pequena contribuição em favor da quebradocume de
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paradigmas e da possibilidade de colocar luz nesses olhares. a guia
A similaridade é decorrente do pensamento junguiano e do reiki serem Ferrame
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fenomenológicos, pois buscam os resultados a partir da observação de experiências, Desenh
objetivando a integração do individuo através do equilíbrio e tomada de consciência doo seu para
alterar a
corpo, sua mente, dos processos da psique e sua alma. formata
3 ção da
A técnica e os princípios do reiki despertaram meu interesse no ano de 2006, quando
caixa de
iniciei minha formação. Fiz parte de um projeto psicossocial de um grande hospital texto de
citação.
]
1
Reiki é uma palavra Japonesa que se refere a energia vital universal (De’Carli, 2004).
2
Psicoterapia Analítica – Método criado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung.
3 Primcipios do Reiki ~ é a diretriz de conduta orientada por seu mentor Mikao Usui. (BARBOSA Ademir, 1976)
11
Fig 01
2. O REIKI
4
Ademir Barbosa Junior, Transforme sua vida com o reiki, p. 08
13
morte a força vital desaparece. Quando essa força é baixa ou seu fluxo está restringido, as
pessoas, os animais ou as plantas, estão mais vulneráveis a doenças. Quando a força vital é
forte e flui livremente, é menos provável que se adoeça. É também a energia primária das
nossas emoções. Foi denominada de chi pelos chineses que dão muita importância e é a base
de sua medicina, de prana pelos hindus, ka pelos egípcios, mana para os havaianos. Nos
últimos três séculos: organe, força ódica ou bioplasma. O Ki pode ser acumulado e guiado por
nossa mente. A força vital é suprida continuamente por meio da: alimentação, respiração e
pela energia vital que o corpo recebe de fora.
Desde que existe o universo, existem infinitas energias vitais, que moldam e curam e
que somente se distinguem pela frequência de suas vibrações. Essas energias ocupam todo o
universo e se permeiam.
Não deve ser confundido com outros métodos de cura por imposição das mãos, pois opera
numa faixa vibratória e frequências próprias. Pode ser associado a qualquer outro tipo de
tratamento alopático, psicoterápico, não havendo restrições ou contra-indicações.
5
MAY, Dorothy, Reiki Arquetípico – Cura Espiritual, Emocional e Física, Ed. Pensamento, 2000)
16
Todas essas escolas utilizam o sistema Usui de cura, diferindo nos métodos de
aplicação e ensino, número de iniciações e graus conferidos, mas nada que interfira na
eficácia do reiki.
O reiki é uma força vital especial que somente pode ser canalizada por alguém que a
recebeu através de um processo de iniciação, conduzida por um Mestre Orientador em Reiki,
devidamente habilitado, que tem a capacidade de transferir ao aluno o acesso a essa força,
além de ser capaz de realizar a sintonização e harmonização necessárias ao recebimento da
energia cósmica canalizada para o corpo energético do iniciado. Primeiro ocorre a abertura de
consciência para depois a cura do corpo físico, através da abertura da glândula pinel que
ocorre durante a cerimônia de iniciação. Esse canal permanece aberto enquanto a pessoa
viver. A força nunca diminui e nunca se perderá. É raro, mas podem-se encontrar pessoas que
já nasceram com a força do reiki. Entretanto, terapeutas que praticam outras técnicas através
17
das mãos comentam terem aumentado sua capacidade de cura em aproximadamente 50% após
terei sido iniciadas no reiki.
Os níveis de reiki são estágios de sintonização e preparação para atuar. Cada
nível oferece ao terapeuta, ou canal reiki como também é chamado, oferece ferramentas para
tornar o processo de cura ainda mais intenso e profundo. Não existe um nível melhor do que o
outro, mas existe um canal reiki ou um terapeuta reikiano mais intuitivo e de energia amorosa
incondicional, mas trabalhada do que o outro. Entretanto, na hora da aplicação a energia reiki
que sairá através de suas mãos é a mesma, pois vem da mesma origem, da mesma fonte. O
que vai diferir é a postura e a intenção do terapeuta reikiano.
Pode ser usado em benefício próprio, auto cura, em benefício de outras pessoas com
aplicações presenciais ou a distância, independente da sua localização geográfica no planeta,
considerando que usamos a força da mente, da intenção para fazermos a energia reiki chegar
ao seu destino.
Nível I – Shoden – o despertar - focado na chamada cura presencial. São sintonizados os
cháckas coronário, cardíaco e os das palmas das mãos. O reikiano deve apenas se colocar
numa posição neutra, deixando que a energia inteligente do reiki flua. Orienta-se para que
dedique a práticas do reiki principalmente para si mesmo, realizando a auto-cura. Pode
realizar aplicações em pessoas próximas, mas não está preparado para atender como terapeuta
profissionalmente, a menos que já utilize algum conhecimento de outra(s) terapias
complementares. Tempo de aplicação: 80 a 100 minutos
Nível II – Okuden - a transformação – centrado na cura à distância e nas diversas dimensões
de tempo e espaço. A sintonia é mais ampla, recebe a informação de três símbolos sagrados:
aumento da potencia de energia, reprogramação de padrões mentais negativos e tratamento de
reiki à distancia. Atua de forma mais concentrada principalmente nos corpos emocionais e
mentais, além de reduzir o tempo de aplicação. Tempo de aplicação: 40 minutos
Nível III –Shinpiden - (Mestre ou III – A ) – a realização – consciência avançada, focado
na cura da coletividade e tendo o compromisso de divulgar o reiki. Visa crescimento pessoal e
maior aprofundamento da espiritualidade, facilitando a compreensão de posturas morais e de
integridade, humildade e responsabilidade. Pode curar multidões, pois o símbolo recebido é
capaz de acessar o centro dos sentimentos, sendo possível trabalhar novas programações
mentais conscientes e inconscientes nas pessoas. Amplia seu amor próprio, auto aceitação, sua
intuição pela conexão com o chácka cardíaco e o frontal. Pode realizar reciclagens para
reikianos dos níveis I e II. Auxilia o Mestre Orientador em cerimônias de iniciações.
18
6
Nadis, palavra que significa “conduto”, “corrente de energia”, que interpenetra todo o corpo sutil. (Acharya
Kalyama, Yoga – Repensando a Tradição, p. 191)
7
Meridianos são canais invisíveis, que conduzem a energia, localizados sob a pele que atingem todas as partes
do corpo, de maneira a permitir a manutenção das funções orgânicas que garantem a vida. (Eleanor Mickenzie,
A Cura pelo Reiki, p. 24)
8
Chácka em sânscrito significa roda. São centros de entrada e saída de energia que estão ligados ao corpo
etérico. (Ademir Barbosa, Transforme sua Vida com o Reiki, p. 24)
19
Fig. 03
A energia vital universal, o reiki, entra pelo chácka coronário ou chácka da coroa
do terapeuta, desce pelo seu chácka cardíaco e sai pelos cháckas das mãos em direção ao
corpo do receptor. Não há perda de energia vital do terapeuta porque ele estará envolvido por
uma carga maior de energia. Os dedos das mãos devem estar juntos e as mãos em formato de
concha, durante as aplicações para concentrar a saída do fluxo de energia. Os pontos e locais
de aplicação são: órgãos, cháckas e partes do corpo que estejam debilitadas. Basta apenas que
o aplicador, canal reiki invoque mentalmente a energia reiki e com sua intenção de ajudar,
impor as mãos na pessoa a ser tratada que a energia inteligente do reiki começará a fluir
naturalmente sendo conduzida mais eficazmente para onde há necessidade de tratamento. Ao
final há um agradecimento, aos mestres do reiki, à força divina universal e a pessoa que
oportunizou ao reikiano possibilidade de atuar nessa perspectiva de auxilio humanitário.
20
Fig. 04
Existem vários métodos, mas na essência não há divergência. Dr. Usui dedicou o
método a Humanidade, declarando textualmente nas apostilas dos cursos que não havia um
dono, pois era de domínio público. O próprio Dr. Hayashi e a Sra. Hawayo Takata fizeram
várias adaptações: na forma de aplicação, na organização dos níveis. No caso da Sra. Hawayo
o objetivo foi adaptar o reiki para ser mais aceito no Ocidente. Outras tendências surgiram ao
longo dos anos, com adição ou exclusão de símbolos, segundo pesquisa de Amélia Raquel
Juarez Zayankovsky, Mestra Argentina,em Reiki: Foram eles: Reiki Usui Tibetano, Reiki
Usui Tibetano Kwan Yin, Reiki Magnificado ou Omrom, Osho Reiki, Reiki Xamânico,
Karuna Reiki, Karuna Ki, Reiki Lightarian.
Como disse BARBOSA (2006, p.15), “Quando se trabalha amorosamente, a diversidade
contribui para a Unidade”.
Desde que existe o universo, existem infinitas energias vitais que se permeiam e que
ajudam na regeneração e cura, distinguindo-se apenas por suas freqüências vibratórias.
Algumas pessoas tiveram a capacidade de romper, expandindo a limitação dos cinco sentidos
e puderam ter acesso a níveis mais elevados de vibração, através da oração, meditação, visões
21
ou inspiração divina. Esses níveis dão acesso a vibração de energia curativa. Chamamos esses
processo de channelling que significa canalização, a abertura para recepção e transmissão de
vibrações mais elevadas. No Antigo Egito, a cura pelas mãos era praticada pelos sacerdotes
nos templos de Osíris e Horús. Na França e Inglaterra Medievais também foi utilizada. No
Tibete em antigas narrativas relatam um método de cura búdica, dando origem a medicina
búdica. Acredita-se que esse conhecimento teve origem no continente perdido de Atlântida e
que os povos do Egito e os Essênios10 herdaram esse conhecimento. Relatos dizem que Maria,
José, João Batista, o estalajadeiro em Belém, e o próprio Jesus eram todos essênio 11. Nas
culturas religiosas e alguns grandes mestres da humanidade usaram o poder das mãos para
curar e abençoar: Confucius, Buda, Hippócrates, Moisés, Jesus Cristo, Mesmer, Lafontaine,
Reichenbach e Durville. Todos realizaram curas utilizando curas de diferentes freqüências,
entretanto todas tem o mesmo objetivo: normalizar a vibração básica do corpo humano.
O reiki esta ligado ao cérebro através do pensamento, intenção e sentimento de amor
incondicional. Pode ser associado a qualquer terapia: Alopatia, homeopatia, medicina chinesa,
musicoterapia, acupuntura, meditação, yoga, etc. Não há contra-indicações, nem o risco de
superdosagens. O receptor apenas retém o que necessita.
Fig. 05
10
Essênios – considerados os mais disciplinados dos segmentos dos Judeus. Viveram na antiga Palestina e
fugindo dos romanos se refugiaram no deserto. Manuscritos encontrados no Mar Morto revelaram que viveu de
150 a.C a 70 d.C. Usavam a cura através das mãos além de apresentarem conhecimentos muito evoluídos para a
época. (wikipedia.org)
13 Joshua David Stone, Mistérios Ocultos, Ed. Pensamento, 1995, p.263
22
Todo psicoterapeuta não só tem seu método: ele é o próprio é esse método.
“Ars totum requirit hominem”(A arte exige o homem inteiro). Diz um velho
mestre.
Todo O grande fator denão
psicoterapeuta cura,
só na
tempsicoterapia
seu método:é a ele é o própriodommédico –
personalidade
esta não é dada a priori; conquista-se com muito esforço, mas não é um
esquema doutrinário. As teorias são inevitáveis , mas não passam de meios
auxiliares. Assim qie ser transformam em dogmas, isso significa que uma
grande dúvida interna está sendo abafada. É necessário um grande número de
pontos de vista teóricos para produzir, ainda mais que aproximadamente, uma
imagem da multiplicidade da alma. (...) A psique não pode ser apreendida
numa teoria; tampouco o mundo. As teorias não são artigos de fé, são
instrumentos a serviço do conhecimento e da terapia; ou então não servem
para muita coisa. (JUNG, 1999, 84-85)
A Psicoterapia tem como objetivo levar o indivíduo a um mergulho cada vez mais
profundo de maneira a elucidar os aspectos de sua psique, identificando os motivos e as raízes
de seus sentimentos, emoções, reações, conflitos internos e como esses se refletem nas
relações interpessoais. O autoconhecimento desnuda e revela fatos vivenciados que são
conhecidos ou ainda estão encobertos, armazenados no sub-consciente ou no inconsciente.
Esses fatos ou eventos tornam-se significativos quando geram comportamento ou emoções
que podem ser: satisfatórias, desconfortáveis ou ainda que resultam sofrimento emocional,
psíquico ou físico. O posicionamento do individuo frente a todo isso, como ele lida com as
sensações e emoções consigo mesmo e com outras pessoas dependerá do seu nível de
amadurecimento psicológico.
Quando nascemos o si-mesmo e o ego não estão individualizados. O estado psíquico original,
anterior a tomada de consciência do ego foi nomeada por Neumann de uroboros. Essa
imagem simbiótica foi representa por uma serpente mordendo sua própria cauda. O si-mesmo
primordial, o estado de mandala12 original de totalidade do qual emerge o ego individual. 13
12
Palavra sânscrita que significa círculo. A representação simbólica da psique para Jung (1875-1961)
25
1313
Neumann, Erick, The originus anda History of consciousness, serie Bollingen XI. II - 1954
26
14
Palavra de origem francesa que significa: gradiente de cor e uma sequência de tons contínuos, podendo ser
limitado ou ilimitado. (Wikipedia.org)
27
A Alquimia, ao longo dos séculos, foi uma prática incompreendida que combinava
informações e fundamentos da: astrologia, química, filosofia, matemática, misticismo e
religião. Sua origem ocorreu próximo ao nascimento de Cristo, podendo-se dizer que seu
desenvolvimento transcorreu entre o primeiro século a.C. e o décimo século d.C. Foi praticada
no Grécia, Arábia, Egito Antigo, na América Latina, China, Espanha, seguindo sua trajetória
para os países ocidentais. Ela é o resultado da integração entre a filosofia racional grega e a
tecnologia egípcia. (FRANZ Von – 1979). A primeira filosofia estava preocupada com a
natureza, á matéria, o espaço e o tempo, embora baseada apenas na observação, com pouca ou
quase nunca acompanhada de experimentação. Tales de Mileto e Heráclito eram filósofos
dessa época. A segunda influência foi a tecnologia egípcia; com receitas químicas e mágicas,
acrescidas de representações religiosas, embora sem reflexão teórica por parte dos praticantes.
A química muito se beneficiou com seus experimentos para se desenvolver, apesar da
filosofia e das ciências divinas ou espirituais também terem usufruído das suas reflexões e
experimentos. Entretanto, de maneira velada para evitar perseguições. Os interessados no
tema restringiam-se a pessoas dos círculos maçônicos e da Ordem Rosa Cruz. Jung com seus
escritos foi muito responsável por atrair a atenção das pessoas de sua época para o estudo e
interpretação desses conteúdos.
momento é outro e o entendimento foi amplificado através das experiências vividas. Isso
ocorre tanto na Alquimia quanto no processo de individuação, desenvolvido por Jung.
Quando atingimos a Rubedo, iniciamos um novo processo de descoberta, com rubor, paixão,
motivação e novamente o que está obscuro e se encontra na Nigredo precisa de luz para
clarear, como no Albedo, para se revelar e se tornar consciente. Como o branco é a presença
de todas as cores até chegar ao Albedo que denominei de “branco puro”, essa fase
intermediária foi chamada pelos alquimistas de “calda pavonis”. Alguns alquimistas não se
referem a essa última etapa. Ao sair da Nigredo o paciente fica algum tempo esvaziado, como
se estivesse em pausa, silencia. Então passa a transferir para o analista ou psicoterapeuta os
complexos relacionados às figuras parentais, as figuras de poder, além de outros, entregando
a responsabilidade de sua caminhada a esse profissional que o acolheu e o aceitou naquele
momento importante da sua vida. A esse processo Jung denominou de Transferência. A
trajetória não é linear, entretanto por mais longo que pareça o caminho, ele é sempre
ascendente. Não retornamos ao mesmo ponto e nem da mesma maneira. Esse é o movimento
da vida, da evolução do SER, do autoconhecimento, da busca do Si-mesmo, que uma vez
iniciado, dificilmente será rejeitado, pois o sentimento de liberdade por haver se desapegado
de antigas amarras, o trás de volta ao processo terapêutico sempre que sentir necessário,
embora cada vez menos necessite de intervenção de uma terceira pessoa para trilhar rumo a
sua individuação.
É por todo esse desenrolar que se diz que a Alquimia é a base da psicologia
junguiana e a Opus Dei , que significa o trabalho de Deus é a coluna vertebral, o cerne da a
imagem central da Alquimia.
Os alquimistas viam-se como pessoas comprometidas com um trabalho sagrado,
pacientemente e laboriosamente, experimentando o dissolver e o coagular, orientados para o
Si-mesmo (Self) e não para o Ego. A Opus era realizada de maneira solitária, um trabalho
individual que não podia ser realizado em grupo. Analogamente aos segredos alquímicos que
tinham sua divulgação proibida, a análise ou processo terapêutico também são sigilosos e
laboriosos, exigindo por parte do analista e do paciente, coragem e paciência. Coragem para
tocar em “feridas antigas e doídas”. Paciência para esperar que o material do inconsciente
emerja sem interferências, defesas ou contaminação por precipitação de interpretação por
parte do psicoterapeuta.
32
15
Edward F. Edinger, Anatomia da Psique, p. 77
34
6. REIKI E INDIVIDUAÇÃO
progressões psicológicos dos indivíduos, nos diferentes estágios da sua vida. No trabalho com
seus pacientes, observava que a confiança no ritual era uma condição que agregava a abertura
de consciência. Acreditava que no ritual as pessoas expressavam suas condições psicológicas
fundamentais e mais importantes, salvaguardando a estabilidade de sua personalidade em
fases de transição. Tem a função de reequilibrar a psique em fases de mudança, transformação
ou iniciação de um novo ciclo. O ritual não é responsável pela mudança, mas a contém.
Segundo Wilges e Colombo (1983), Jung acreditava que o homem não seria capaz de
se livrar do “tema Deus”, por ser na sua essência, no fundo da sua psique: religioso, crístico,
teísta. Sendo assim, seria sempre impelido, através de sua dinâmica interna, a buscar Deus. O
terapeuta teria como papel auxiliar o paciente a encontrar ou restaurar a sua religião
verdadeira, ou seja “ uma atitude reverente e atenta em relação ao fator “numinoso” íntimo
que é o Si-mesmo” (TARDAN-MSDQUELIER, 1994, p.138).
Jung utilizava as expressões "Deus" ou "divindades" no contexto simbólico,
conforme explica: "Ambos se encontram como tais muito além do alcance humano. Revelam-
se a nós como imagens psíquicas, isto é, como símbolos." (JUNG, 2000, p. 296). E as pessoas
realizam os ritos porque: "No rito estão próximas de Deus; são até mesmo divinas." (JUNG,
1998, p.273)
Todos os sistemas do reiki manipulam a energia de uma maneira própria, com seus
símbolos característicos, mas a energia cósmica é única. A fonte é a mesma. Todos os
sistemas reikianos trabalham para o crescimento pessoal do terapeuta reikiano e dos pacientes.
Fora do consultório pode auxiliar o processo terapêutico por ser uma das terapias
complementares a possibilitar a amplificação da consciência. Outras atividades ou terapias
podem ser vivenciadas e propiciarem os mesmos resultados aos indivíduos 16, rumo a
individuação.
A medicina oriental considera que somos formados de vários corpos sutis que são
fundidos como se fossem um único, denominando-se de Aura. O corpo visível é o corpo
físico, constituído de matéria mais densa e os 8 corpos restantes de matéria sutil, etérica e
fluida, visível apenas para as pessoas sensitivas, que tem uma faculdade chamada vidência.
Em 1939, acidentalmente o eletricista Semyon Kirlian conseguiu fotografar halos de luz em
torno de objetos independente de serem orgânicos ou inorgânicos, confirmando para os
espiritualistas o que era visto pelos videntes. Estudos mais aprofundados sobre as
características dos halos luminosos identificados nas fotografias, como falhas ou intensidade
16
Psicoterapia Analítica:um trabalho de expressão do processo de individuação – Artigo Cientifico
36
de luz, correspondiam aos estados físicos ou psicológicos atuais dos pacientes. Contudo,
alguns físicos e pesquisadores levantaram a hipótese de que os halos são gerados pela
umidade que ocorre naturalmente em todos os seres vivos e que os mesmos não aparecem
quando as fotografias são realizadas no vácuo.
A psicoterapia propicia autoconhecimento como mecanismo de integração do consciente e
inconsciente, do ego com o self, da descoberta das personas e das sombras, viabilizando
abertura de consciência sobre si mesmo e aproximação da individuação. A individuação é um
processo que leva o individuo a ser ele mesmo, cônscio sua própria individualidade, a partir
da tomada de consciência dos seus processos o que o leva ao amadurecimento psicológico do
Si-mesmo e do ego.
A psicoterapia analítica e o reiki são métodos complementares e que possuem semelhanças. A
ação do reiki no campo energético, dissolvendo, diluindo, bloqueios no campo e corpo
energéticos é similar a conscientização desses conteúdos na analise junguiana, pois os dois
métodos reduzem a força da energia das emoções e complexos, permitindo que o indivíduo
entre em contato com seus conteúdos com menos reservas e resistências, as mesmas que o
impedem de expandir e desenvolver sua personalidade. “Para transformação ocorrer, esses
aspectos fixos devem primeiro ser dissolvidos ou reduzidos a prima matéria.” 17 No mar
fluído do corpo etérico a energia concentrada se diluí e com ela as sensações de bem estar se
estabelecem. “Os corpos não podem ser mudados senão pela redução à sua matéria prima.” 18
Segundo HAHNEMANN “ O Homem doente é anterior ao corpo doente”. O Homem é um
ser psíquico, espiritual e biológico. Sente, pensa, vive, tem vontade, entendimento que produz
a vida, a ação e que constrói o corpo. “A vontade e o entendimento em harmonia, produzem a
saúde no organismo.” E na mente, na psique, na alma.
17
Edward F. Edinger, Anatomia da Psique, p. 68
18
Kelly, The Alchemical Writings of Edward Kelly, p. 34
37
7.CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS