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Como vimos na primeira parte do nosso estudo, o dízimo não é uma doutrina
cristã e por isso não deve ser cobrado da Igreja cristã. Então, que tipo de
contribuição financeira o crente precisa dar à obra do Senhor? A resposta é: oferta.
Todavia, antes de estudarmos a oferta no Novo Testamento como uma forma
legítima de contribuição do crente para a Igreja, devemos entender melhor a questão
das ofertas. Assim como o dízimo, as ofertas são encontradas, também, apenas no
Antigo Testamento e nada tem a ver com contribuição financeira para o Templo. A
exemplo dos dízimos, as ofertas não eram em dinheiro, mesmo porque não havia
dinheiro como hoje. Ofertas eram oferendas e sacrifícios oferecidos a Deus e
estavam geralmente ligadas ao pecado e a gratidão.
No Antigo Testamento são encontrados sete tipos de ofertas, especificamente
no livro de Levítico:
oferta do Holocausto, em que o animal era completamente queimado no altar
(1:1-17 e 6:8-13);
oferta de manjares, isto é, de cereais (2:1-16 e 6:14-23);
sacrifício pacífico ou de paz (3:1-17; 7:11-21);
havia três tipos de ofertas pacíficas:
oferta de gratidão a Deus (7:12),
oferta para pagar um voto ou uma promessa feita a Deus (7:16), e a
oferta voluntária (7:16);
oferta pelo pecado, isto é, para tirar pecados (Levíticos 4.1-5.13; 6.24-30);
oferta pela culpa, isto é, para tirar a culpa (Levíticos 5.14-6.7; 7.1-7);
a libação, um tipo de oferta em que se derramava vinho (23:13);
oferta alçada (essa descrita no livro de Números 18:20-28; cf. Ne 10:37-39).
A oferta dos crentes da Macedônia foi muito superior àquilo que eles podiam
ofertar, pois chegaram a pedir dinheiro emprestado para que a sua oferta
aumentasse (cf. 2 Co 8:1-4). É claro que esse ato não se assemelha ao de muitos
fiéis incautos da Teologia da Prosperidade, que chegam a contrair dívidas imensas
porque o pastor disse que quanto maior fosse a sua oferta, maior seria a sua
prosperidade. Não era esta a intenção dos macedônios. A contribuição delas
também não foi imposta com ameaça de expulsão da igreja ou qualquer outra, mas
foi voluntária e cheia de alegria (vs. 3,4). Essa é a maior demonstração da diferença
entre a oferta proveniente da Graça e o dízimo imposto. O primeiro não precisa de
lei, pois nasce de um coração transformado pelo Espírito Santo, que dá liberalmente,
sem calcular o montante e sem motivos egoístas. O segundo, dentro de uma
perspectiva da Teologia da Prosperidade, dá apenas os 10% e por motivos egoístas
e mesquinhos, esperando receber muito mais em troca. É uma barganha.