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MISSÃO da FATEC

" Promover a educação profissional


tecnológica, de graduação e pós-graduação,
pesquisa aplicada a inovação contribuindo
para elevar a competitividade da Indústria
Brasileira."
AULA 05
Planejamento
Estratégico
da Produção
Aula 08 - Cálculos aplicados a máquinas elétricas

Prof. Reginaldo Campos


05/2021
ACIONAMENTOS DE
MÁQUINAS ELÉTRICAS
PARTE - III
Trabalho mecânico:
• Trabalho se refere a uma força aplicada por uma
determinada distância:
W =F . d
• Trabalho (W) é igual à força (F) aplicada em uma
determinada distância (d).
• Aunidade de Torque é o N.m. (Newton/metro).
Exemplo
Qual é a energia gasta (ou o trabalho) para levantar um
balde de 20 N por 25 metros?

Resolução:
W= F.d
W = 20 . 25
W = 500 N.m

Qual é a energia gasta (ou trabalho) para içar um balde de


50 N por 20 metros?
Torque
• Também chamado de Momento, Torque ou Binário. É a
medida do esforço necessário para fazer girar um
determinado eixo.

T= F .d
• Torque (ou Momento) é igual à força (F) aplicada em
uma determinada distância (d). A unidade de Torque é
o N.m. (Newton.metro).
Exemplo
Qual é o torque em um parafuso onde está sendo aplicada a
força de 20 newtons com uma chave de 40 cm?

Resolução:

T= F.d

T = 20 N . 0,4m

T = 8 N.m
Conjugado
• Para tratarmos do conjugado do motor,
utilizaremos aequação de torque desta maneira:

C = F . d (N.m)
Atenção!
A unidade de medida de energia mecânica, Nm, é a mesma
que usamos para o trabalho (W) e o conjugado, contudo,
tratam-se de grandezas de naturezas diferentes, que não
devem ser confundidas.
W= F .d

C = F. d

ambas utilizam a mesma unidade – o N.m.


Energia e Potência mecânica
• A potência mede a “velocidade” com que a energia é aplicada ou
consumida.
• Apotência exprime a rapidez com que esta energia é aplicada e se calcula
dividindo a energia ou trabalho total pelo tempo gasto em realizá-lo. Logo
a potência conta com outra variável que é o tempo, assim:

• P = potência em watts (W)


• F = Força em Newtons (N)
• d = distância em metros (m)
• t = tempo em segundos (s)
Exemplo:
Se usarmos um motor elétrico capaz de erguer o balde de 20
N por 25 metros do exemplo anterior em 2,0 segundos, a
potência necessária será:

P= F.d / t
P = 20 . 25 / 2,0
P = 250 watts

Como 1 HP é igual a 746 watts, um motor de ½ HP servirá


bem.
Exercício - 01
Calcule a potência e a corrente de um motor trifásico na
rede de 380V (𝜂 = 88 % e cos𝜑 = 0,85) para erguer uma
carga de 920N por 20 metros em 5 segundos.

Resolução:
C = F . d = > 920 . 20 = > 18.400 N.m
P = C / t = > 18.400/ 5
P = 3680 W
CV= 3680/736
CV= 5 CV
Exercício - 02
Calcule a potência (em CV) e a corrente de um motor trifásico
na rede de 220V (𝜂 = 85 % e cos𝜑 = 0,84) para erguer uma
carga de 800N por 25 metros em 8 segundos.

Resolução:
T = F . d = > 800 . 25 = > 20.000N.m
P = C / t = > 20.000/8
P = 2500W
CV= 2500/736
CV= 3,4CV
I = 9,2A
Fator de potência
Definição:
O fator de potência é a razão entre a potência ativa e a potência aparente. Ele indica a eficiência do uso da
energia. Um alto fator de potência indica uma eficiência alta e inversamente, um fator de potência baixo indica
baixa eficiência energética.
Um triângulo retângulo é frequentemente utilizado para representar as relações
entre kW, kvar e kVA, conforme:
Consequências e Causas de um Baixo Fator de Potência

# Principais causas:

* - Motores e transformadores operando “em vazio” ou com


pequenas cargas
Os motores elétricos consomem praticamente a mesma quantidade de
energia reativa, necessária à manutenção do campo magnético, quando
operando a vazio ou a plena carga.
Entretanto o mesmo não acontece com a energia ativa, que é diretamente
proporcional a carga mecânica aplicada no eixo do motor.
Assim quanto menor a carga mecânica aplicada, menor a energia ativa
consumida, consequentemente, menor o Fator de Potência.
* - Motores e transformadores superdimensionados.

• Este é um caso equivalente ao anterior, cujas consequências são idênticas.


• Geralmente os motores são super dimensionados para as respectivas máquinas
sendo, em média, de 70% a 75% da potência nominal do motor, a potência
efetivamente exigida pela máquina (motores de pequena e média potência).
• É muito comum o costume da substituição de um motor por outro de maior
potência, principalmente nos casos de manutenção para reparos e que, por
acomodação, a substituição transitória passa a ser permanente, não se levando
em conta que um superdimensionamento provocará baixo Fator de Potência.
• Como os motores, os transformadores, quando superdimensionados para a
carga a qual estão ligados, consomem uma certa quantidade de energia reativa
relativamente grande, quando comparada com a energia ativa, provocando um
baixo Fator de Potência.
* - Grande quantidade de motores de pequena potência.
• A grande quantidade de motores de pequena potência provoca baixo Fator de
Potência, uma vez que o correto dimensionamento desses motores às máquinas
a eles acopladas é dificultoso.

* - Máquinas de solda.
• Normalmente são indutivas e ainda necessitam de grandes arcos voltaicos para
atingir as altíssimas temperaturas de fusão.
* - Lâmpadas de descarga
• As Lâmpadas de descarga (vapor de mercúrio, sódio, fluorescente etc.), para
funcionarem necessitam do auxilio de um reator.
• Os reatores, como os motores e os transformadores, possuem bobinas ou
enrolamentos que consomem energia reativa, contribuindo para redução do
Fator de Potência nas instalações.
• A instalação de reatores de alto Fator de Potência pode contornar, em parte,
este problema.

* - Excesso de energia reativa capacitiva


• A carga capacitiva também diminui o FP.
* - Principais consequências
• Baixos valores de fator de potência (cosϕ) resultam em aumento na
corrente total que circula nas redes de distribuição de energia elétrica da
Concessionária, sobrecarregam as Subestações, Linhas de Transmissão e
Distribuição.

* - Fatores que prejudicam a estabilidade e as condições de


aproveitamento dos sistemas elétricos, trazendo inconvenientes
diversos, como:
•Perdas na rede;
•Quedas de tensão;
•Subutilização da capacidade instalada.
* - Perdas na Instalação

• As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais

ao quadrado da corrente total (I².R).

• Como essa corrente cresce com o excesso de energia reativa, como visto no

exercício anterior, estabelece-se uma relação entre o incremento das perdas e

o baixo fator de potência, provocando o aumento do aquecimento de

condutores e equipamentos ⇒ ↑ PERDAS


* - Quedas de Tensão

O aumento da corrente devido ao excesso de energia reativa leva a quedas de

tensão acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia

elétrica e a sobrecarga em certos elementos da rede.

Esse risco é sobretudo acentuado durante os períodos nos quais a rede é

fortemente solicitada. As quedas de tensão podem provocar ainda, a diminuição

da intensidade luminosa das lâmpadas e aumento da corrente nos motores.


* - Quedas de Tensão

O aumento da corrente devida ao excesso de reativo leva a quedas de tensão

acentuada, podendo:

•Ocasionar interrupção do fornecimento de energia elétrica;

•Sobrecarregar certos elementos da rede;

•Diminuição da intensidade intensidade luminosa luminosa nas lâmpadas;

•Aumento da corrente dos motores.


* - Subutilização da Capacidade Instalada:
• A energia reativa, ao sobrecarregar uma instalação elétrica, inviabiliza sua plena
utilização, condicionando a instalação de novas cargas a investimentos que
seriam evitados, se o fator de potência apresentasse valores mais altos.

• O “espaço” ocupado pela energia reativa poderia ser então utilizado para o
atendimento de novas cargas.

• Os investimentos em ampliação das instalações estão relacionados


principalmente aos transformadores e condutores necessários.

• O transformador a ser instalado deve atender à potência total dos equipamentos


utilizados, mas devido a presença de potência reativa, a sua capacidade deve ser
calculada com base na potência aparente das instalações.
A Tabela 1 mostra a potência total que deve ter o transformador, para atender uma
carga útil de 800 kW para fatores de potência crescentes.

• Também o custo dos sistemas de comando, proteção e controle dos


equipamentos cresce com o aumento da energia reativa.
• Da mesma forma, para transportar a mesma potência ativa sem o aumento
de perdas, a seção dos condutores deve aumentar à medida em que o fator
de potência diminui.
A Tabela 2 ilustra a variação da seção de um condutor em função do fator de
potência. Nota-se que a seção necessária, supondo-se um fator de potência 0,70 é
o dobro da seção para o fator de potência 1,00.

• A correção do fator de potência por si


só já libera capacidade para instalação
de novos equipamentos, sem a
necessidade de investimentos em
transformador ou substituição de
condutores para esse fim específico
Correção do FP
• A correção, isto é, as providências a serem adotadas como forma de se
aumentar o FP vai depender do tipo de carga que se tem na instalação.
• A correção do Fator de Potência deverá ser cuidadosamente analisada e não
resolvida de forma simples, podendo isso levar a uma solução técnica e
econômica insatisfatória. É preciso critério e experiência para efetuar uma
adequada correção, lembrando que cada caso deve ser estudado
especificamente e que soluções imediatas podem ser as mais inconvenientes.
• Independentemente do método a ser adotado o Fator de Potência ideal, tanto
para os consumidores como para a concessionária, seria o valor unitário (1,0 ou
100%) que significa a inexistência de Kvar no circuito. Entretanto, esta condição
nem sempre é conveniente e, geralmente não se justifica economicamente. A
correção efetuada até o valor de 0,95 ou 95% é considerada suficiente.
Correção do FP
• Orientações da WEG: Manual de Correção FP
• De modo geral, dado que as plantas industriais concentram um número elevado de
motores, estas providências compreendem compensar Q indutivo, através de
banco de capacitores.
* - Análise das causas que levam à utilização excessiva de energia reativa:
•Desligar motores trabalhando “em vazio”;
•Redimensionar equipamentos superdimensionados;
•Redistribuir cargas pelos diversos circuitos;
•Trocar equipamentos antigos e ineficientes que funcionem com baixo fator de
potência.
•Utilização de capacitores:
* - Correção pelo Aumento do Consumo de Energia
Ativa

• O aumento da energia ativa pode ser alcançada quer pela adição de novas

cargas com alto Fator de Potência, quer pelo aumento do período de operação

das cargas com Fatores de Potência próximos ou iguais a unidade.

• Este método é recomendado quando o consumidor tem uma jornada de

trabalho fora do período de ponta de carga do sistema elétrico

(aproximadamente das 18 às 20 horas).

• Além de atender as necessidades da produção industrial, a carga ativa que

aumentará o consumo de KW/h deverá ser cuidadosamente escolhida a fim de

não aumentar a demanda de potência da indústria.


* - Correção através de Motores Síncronos
Superexcitados
• As correções através de motores síncronos superexcitados, além de corrigir o

Fator de Potência, fornecem potência mecânica útil.

• Entretanto, devido ao fato de ser um equipamento bastante caro, nem sempre é

compensador sobre o ponto de vista econômico, só sendo competitivo em

potência superior a 200 cv, e funcionando por grandes períodos (superiores a 8/h

pôr dia).

• A potência reativa que um motor síncrono fornece a instalação é função da

corrente de excitação e da carga mecânica aplicada no seu eixo. Os tipos de

motores síncronos comumente utilizados pelas indústrias são os de Fator de

Potência nominal igual a 0,80 a 1,00.


* - Compensação com capacitores

- A correção do Fator de Potência através de capacitores estáticos constitui a

solução mais prática para as indústrias em geral.

- Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados, para que os capacitores não

sejam usados indiscriminadamente.

- Podem os capacitores, em principio, serem instalados em quatro pontos

distintos do sistema elétrico:

•Compensação individual;

•Compensação por grupos de cargas;

•Compensação geral;

•Compensação na entrada energia em alta tensão (AT).


Figura: compensação de energia reativa com capacitores: (a) individuais; (b) grupos
de cargas; (c) para instalações em geral e (d) na entrada da energia em alta tensão.
Exemplo:
Para o circuito abaixo, calcular o valor das potências ativa, reativa e aparente e
calcular a potência do banco de capacitor necessário para um F.P.=0.92.
Observa-se que a potência reativa Q é de 200VAr, e esta junto com a potência

ativa P, formam um ângulo de 45°, e cos φ = 0.707. Porém o novo F.P deve ser de

0.92, logo cosφ2 = 0.92, φ2 = 23°.

De posse do novo ângulo, calcula-se a nova potência reativa, Qn:

Qn = tgφ2 . P → Qn = tg23° . 200 → Qn ≈ 85kVAr

Agora é calculado a potência do banco de capacitor a ser acoplado em paralelo

com o circuito:

Qc = Q – Qn = 200kVAr – 85kVAr = 115kVAr


Agora, com o banco de capacitor acoplado ao circuito, F.P. está corrigido, conforme
figura abaixo:
* - Junto às grandes cargas indutivas

• A instalação junto às grandes cargas tem a vantagem de permitir uma previsão

mais precisa da potência reativa necessária, de tal modo que o capacitor

compense exatamente a carga.

• Sendo ambos os elementos comandados pela mesma chave, não se apresenta

o risco de haver, em certas horas, excesso ou falta de potência reativa, além do

que, obtém-se uma redução no custo da instalação, pelo fato de não ser

necessário um dispositivo de comando e proteção separado para o capacitor.


* - Junto às grandes cargas indutivas

• Uma das vantagens desta opção, é que este tipo de instalação alivia todo o

sistema elétrico, pois a corrente reativa vai do capacitor às cargas, sem circular

pelo transformador, barramentos, circuitos alimentadores, etc...

• Por essas razões a localização dos capacitores junto à motores, reatores, etc; é

uma das soluções preferidas para a Correção do Fator de Potência.


* - No Barramento geral de Baixa Tensão (BT)

• Neste tipo de ligação de Capacitores, haverá necessidade de ser instalada

uma chave que permita desligá-los quando a indústria finda sua atividades

diárias.

• Não o fazendo, poderão ocorrer sobretensões indesejáveis que,

provavelmente, causarão danos as instalações elétricas.


* - Na extremidade dos circuitos alimentadores:

• É utilizada geralmente quando o alimentador supre uma grande quantidade de

cargas pequenas, onde não é conveniente a compensação individual.

• Este método usufrui em parte da diversidade entre as cargas supridas, embora

a economia seja inferior à obtida pelo aproveitamento da diversidade entre

alimentadores. Por outro lado, fica aliviado também o circuito alimentador.

• A vantagem dessa ligação é que se pode obter apreciável economia, usufruindo

da diversidade de demanda entre os circuitos alimentadores, uma vez que a

potência reativa solicitada pelo conjunto da instalação é menor que a soma das

potências reativas de todos os equipamentos.


* - Na entrada de energia em Alta Tensão (AT):

• Não é muito freqüente encontrarmos exemplos da instalação do lado da Alta

Tensão.

• Tal localização não alivia nem mesmo os transformadores, e exige dispositivos

de comando e proteção dos capacitores com isolação para a tensão primária.

• Embora o preço por Kvar dos capacitores seja menor para maiores tensões,

este tipo de instalação em geral só é encontrada nas industrias que recebem

grandes quantidades de energia elétrica e dispõem de varias subestações

transformadoras.

• Neste caso a diversividade de demanda pode redundar em economia na

quantidade de capacitores a instalar.


* - Bancos Automáticos de Capacitores:

• A automatização de Bancos de Capacitores, ou seja, o ligamento e

desligamento automático de capacitores em estabelecimentos industriais,

deve apresentar condições especiais de operação que justifiquem os

investimentos a serem efetuados.

• Considerando que determinadas indústrias possuem equipamentos que

provoquem oscilações freqüentes, levando o Fato de Potência a índices não

desejáveis, e que essas oscilações são provenientes da carga variada e do

tipo de trabalho efetuado, é justificável, como solução técnica e econômica, o

controle da potência reativa (Kvar) através de Bancos Automáticos de

Capacitores.
* - Dimensionamento do Banco de Capacitores:
• No que se refere ao dimensionamento de bancos de capacitores, isto é na
determinação da potência reativa em Kvar a ser instalada, de modo a corrigir o
Fator de Potência, vimos que tal problema não é suscetível a uma solução
imediata e simplista.
• Por um lado, a potência reativa a instalar, está intimamente relacionada ao local
de instalação escolhido. Por outro lado, depende do período de tempo em que
permanecem ligados os capacitores e as cargas que utilizam energia reativa,
ainda que deste período, devam ser deduzidas as horas em que a potência
reativa fornecida pelos capacitores excede à necessária para as instalações, uma
vez que as concessionárias não "aceitam" de volta os Kvars fornecidos pelo
consumidor.
• Por essas razões, cada problema de Correção de Fator de Potência deve ser
considerado como um caso individual, não existindo soluções pré-fabricadas.
* - Preocupação e Segurança na Utilização de Capacitores:

• O uso cada vez mais difundido dos capacitores, torna necessária uma análise

um pouco mais detalhada do seu desempenho.

• Embora, na maioria dos casos, os capacitores não ofereçam problemas, podem

teoricamente ser causa de vários transtornos no sistema, alguns dos quais de

certa gravidade.

• Erros na seleção e localização de capacitores, dimensionamento insuficiente

dos dispositivos de comandos e proteção, rotinas de operação inadequadas,

tensão de suprimento excessiva ou com alto conteúdo "Harmônico", estão entre

as causas principais dos problemas originados pêlos capacitores.


* - Quanto a segurança e eficiência na operação dos bancos de capacitores,
sugerimos as seguintes precauções:
• Instale os capacitores em local que haja boa ventilação e com espaçamento
adequado entre as unidades.
• Após desligar um capacitor, espere cerca de cinco minutos, no mínimo, para fazer
o religamento ou aterramento. Isto porque o capacitor retém a sua carga durante
alguns minutos e é necessário esperar que a resistência amortecedora, nele
instalada, dissipe a carga armazenada.
• Antes de tocar na estrutura ou terminais de um capacitor, mesmo que
devidamente aterrado, deve-se observar o que foi explicado no item anterior.
• Para Capacitores ligados em Alta Tensão é sempre conveniente que as operações
de ligar e desligar sejam feitas utilizando-se o disjuntor (Chave a óleo) principal da
indústria, antes de se abrir ou fechar a chave principal do banco de capacitores.
• Evite energizar, simultaneamente, dois ou mais bancos de capacitores, a fim de
evitar possíveis sobretensões.
* - Dispositivos de Proteção para Capacitores:

• A NBR 5410 da ABNT – (Associação Brasileira de Normas Técnicas)


recomenda que os capacitores devam ser equipados com dispositivos que
permitam o desligamento do circuito durante períodos de cargas leves e de
manutenção de equipamentos.
• Além disso, tais dispositivos permitirão também que os capacitores sejam
desligados durante os feriados e fins de semana, devendo permanecer
ligados somente algumas unidades, para que possam suprir o reativo dos
transformadores e outras cargas que permaneçam ligadas.
* - Vantagens da Correção do Fator de Potência / Melhoria da Tensão
• As desvantagens de tensões abaixo da nominal em qualquer sistema elétrico
são bastante conhecidas.
• Embora os capacitores elevem os níveis de tensão, é raramente econômico
instalá-los em estabelecimentos industriais apenas para esse fim.
• A melhoria da tensão deve ser considerada como um benefício adicional dos
capacitores.
• A tensão em qualquer ponto de um circuito elétrico é igual a da fonte geradora
menos a queda de tensão até aquele ponto.
• Assim, se a tensão da fonte geradora e as diversas quedas de tensão forem
conhecidas, a tensão em qualquer ponto pode ser facilmente determinada.
Como a tensão na fonte é conhecida, o problema consiste apenas na
determinação das quedas de tensão.
A fim de simplificar o cálculo das quedas de tensão, a seguinte fórmula é
geralmente usada :
• Por esta expressão, torna-se evidente que a corrente relativa à potência
reativa opera somente na reatância.
• Como esta corrente é reduzida pelos capacitores, a queda de tensão total é
então reduzida de um valor igual a corrente do capacitor multiplicada pela
reatância.
• Portanto, é apenas necessário conhecer a potência nominal do capacitor e
a reatância do sistema para se conhecer a elevação de tensão ocasionada
pelos capacitores.
• Nos estabelecimentos industriais com sistemas de distribuição modernos e
a uma só transformação, a elevação de tensão proveniente da instalação de
capacitores é da ordem de 4 a 5%.
* - Redução das Perdas:

Na maioria dos sistemas de distribuição de energia elétrica de estabelecimentos

industriais, as perdas RI²t variam de 2,5 a 7,5% dos kWh da carga, dependendo

das horas de trabalho a plena carga, bitola dos condutores e comprimento dos

alimentadores e circuitos de distribuição. As perdas são proporcionais ao quadrado

da corrente e como a corrente é reduzida na razão direta da melhoria do fator de

potência, as perdas são inversamente proporcionais ao quadrado do fator de

potência.
Redução percentual das perdas :
• A Figura ao lado está baseada na

consideração de que a potência original

da carga permanece constante.

• Se o fator de potência for melhorado

para liberar capacidade do sistema e,

em vista disso, for ligada a carga

máxima permissível, a corrente total é a

mesma, de modo que as perdas serão

também as mesmas. Entretanto, a

carga total em kW será maior e,

portanto, a perda percentual no sistema

será menor.
Algumas vezes torna-se útil conhecer o percentual das perdas em função da
potência aparente (S) e potência reativa (Q) da carga e da potência reativa do
capacitor (Qc). Assim :
* - Vantagens da Empresa.

•Redução significativa do custo de energia elétrica;

•Aumento da eficiência energética da empresa;

•Melhoria da tensão;

•Aumento da capacidade dos equipamentos de manobra;

•Aumento da vida útil das instalações e equipamentos;

•Redução do efeito Joule;

•Redução da corrente reativa na rede elétrica.


* - Vantagens da Concessionária:

•O bloco de potência reativa deixa de circular no sistema de transmissão e

distribuição;

•Evita as perdas pelo efeito Joule;

•Aumenta a capacidade do sistema de transmissão e distribuição para conduzir

o bloco de potência ativa;

•Aumenta a capacidade de geração com intuito de atender mais consumidores;

•Diminui os custos de geração.


Exercícios Propostos
1. Um motor CA indutivo, consome uma potência de 895 W (medida com
wattímetro), quando ligado a plena carga em uma rede de 220V de
tensão, 60Hz. A corrente medida no motor é de 5,1 A. A partir destas
informações e sabendo que o motor é uma carga indutiva, calcule:
• o fator de potência atual da instalação; R: 0,798
• o capacitor necessário para corrigir o fator de potência para o mais
próximo do unitário possível, assumindo que os valores comerciais
dos capacitores são sempre múltiplos de 10; R: 37,084 uF –
Escolha: 30 uF
• o novo fator de potência corrigido; R: 0,9897
• a nova corrente drenada da fonte; R: 4,1104 A
• a nova potência reativa drenada da fonte. R: 129,262 VAr
Exercícios Propostos
2. Uma indústria quer resolver seu problema com fator de potência, pois corre o risco
de ser multada pela concessionária que lhe fornece energia elétrica. Você foi
chamado para fazer uma avaliação do status da instalação e, após analisar os dados
disponíveis, sabe que: a alimentação é feita em BT, 380V e 60Hz; a potência
aparente total é 8950 VA; e o fator de potência da instalação é 0,7 indutivo. A partir
destes dados, forneça:
• a corrente atual usada pela instalação; R: 23,553 A
• a potência do banco de capacitores necessário para elevar o fator de
potência para, no mínimo, 0,92; R: 3722,7 VAr
• a corrente máxima esperada após a correção; R: 17,92 A
• a potência aparente total após a correção; R: 6809,8 VA
• o valor economizado por mês, considerando a redução da potência reativa
consumida pela indústria, e considerando que o valor do kVARh é de R$ 0,10
e que a indústria consome durante 400 horas por mês. R: 148,91 reais/mês
Exercícios Propostos
3. A carga ligada a uma fonte de 120V a 60Hz é 5 kW resistiva, 8 kVAr indutiva e
2 kVAr capacitiva. Encontre:
• a potência total (aparente) em kVA; R: 7,81025 kVA
• o fator de potência total da instalação (cargas combinadas); R: 0,64
• a corrente drenada da fonte; R: 65,08 A
• a capacitância necessária para estabelecer um fator de potência unitário
para a instalação. R: 1105,24 uF
• a corrente drenada pela fonte após a correção do fator de potência. R:
41,67 A

DICAS:
dica I: use o triângulo de potências para facilitar a análise e resolução das questões.
dica II: use 5 casas decimais nos cálculos para que as respostas confiram com o gabarito.

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