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Moises convocou todos os anciãos de Israel e lhes disse: “Escolham por família um animal e
imolem a Páscoa. Peguem alguns ramos de hissopo, molhem no sangue que estiver na bacia, e
com o sangue que estiver na bacia marquem a travessa da porta e seus batentes. Ninguém de
vocês saia de casa antes de amanhecer o dia seguinte, porque Javé passará adiante dessa
porta e não deixará que o exterminador entre em suas casas para ferir vocês.”
A força vital (o Sangue) não pertencia ao individuo, dessa maneira o sangue nas ombreiras das
portas significava que a vida que havia lá dentro pertencia exclusivamente a Deus e que Deus a
protegia de qualquer exterminador que pretendesse destruí-la.
Uma espiritualidade no Sangue é aquela que procura os que vivem à margem da sociedade e
opta por viver com eles. Procede assim porque ali a luta entre vida e morte se encontra no
ponto mais critico e porque ali é mais urgente a presença divina. O sangue é um símbolo muito
poderoso dessa presença porque é o símbolo do mistério da vida e da morte.
A luta entre a vida e a morte continuará conosco. E pelo Sangue de Cristo os cristãos sabem
que algum dia há de terminar.
É injusto o mal quando as vitimas são inocentes. O sofrimento de um inocente pode ser
redentor e pode ser uma grande graça contra o mal.
O sangue dos que morrem prematuramente, de esgotamento, de fome e desespero,
oferece-nos as profundas contradições do nosso mundo. E é a espiritualidade no Sangue
Precioso de Cristo que nos impede de ficar paralisados pela nossa própria raiva. O Sangue
derramado mantém- nos perto da verdadeira realidade.
O Sangue de Cristo torna-se grande sinal de compromisso de Deus conosco. Aqueles que
praticam a espiritualidade do sangue são convidados a unirem-se nessa solidariedade
contra o exterminador, a serem testemunhas do poder salvador de Deus, revelado
especialmente naqueles que não tem poder ou recursos.
Moises pegou a metade do sangue e colocou em bacias; a outra metade do sangue, ele a
derramou sobre o altar. Pegou o livre da aliança e o leu para o povo. Eles disseram:
”faremos tudo o que Javé mandou e obedeceremos”. Moises pegou o sangue e o espalhou
sobre o povo dizendo: “Este é o sangue da aliança que Javé faz com vocês através de todas
essas cláusulas”.
A aliança de Deus com o povo foi selada com sangue, como um SACRIFICIO de sangue.
Sacrifício diz aquilo que as palavras são incapazes de dizer. (exemplo da caridade).
A aliança é uma das mais importantes imagens para a espiritualidade no Sangue de Cristo.
A seguir, Jesus tomou um pão, agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles, dizendo: “isto é o
meu corpo, que será entregue por vós. Façam isso em memória de mim.” Depois da ceia, Jesus
fez o mesmo com o cálice, dizendo: “ Este cálice é a nova aliança do meu sangue, que será
derramado por vós.”
1. Sangue da nova aliança. Jesus anuncia a era messiânica. Uma nova aliança, no qual a
aspersão será com o sangue de Cristo.
Com Moises o sangue dos novilhos foi aspergido sobre o povo e altar. Na nova aliança, o
sangue se bebe no cálice da benção.
O oferecimento que Jesus faz de seu sangue é um convite para partilharmos da força vital de
Deus, como um auxilio para enfrentar a existência diária.
4. Cálice da benção. É uma celebração e uma ação de graças pela aliança. O cálice
anuncia que o reino de Deus está presente entre nós.
Assim como o cálice do sofrimento reúne os sofrimentos da comunidade, o cálice da benção
reúne a alegria profunda e a felicidade que sentimos por sermos discípulos do Senhor. É uma
verdadeira participação e uma comunhão no Sangue de Cristo, uma participação na mesma
vida de Deus, que agora transcorre na nossa espiritualidade.
A espiritualidade no Sangue de Cristo: o cálice eucarístico é uma das mais exigentes provas
para essa espiritualidade. Poe a prova a nossa coragem para enfrentar e aceitar o sofrimento.
APOCALIPSE 7, 13-15
Um dos anciãos tomou a palavra e me perguntou: “Você sabe quem são e de onde vieram
esses que estão vestidos com roupas brancas”? Eu respondi: “Não sei não senhor, o senhor é
quem sabe”! Ele então me explicou: ”são os que vêm chegando da grande tribulação. Eles
lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do cordeiro. É por isso que ficam diante do trono
de Deus, servindo a ele dia e noite em seu templo.
Solidariedade e esperança no sangue de Cristo, caminhar com os que sofrem e nunca esquecer
a nova aliança que nos é oferecida como uma grande esperança. → constitui o coração da
espiritualidade no sangue de Cristo.
O termo “espiritualidade” tem hoje vários significados. Em alguns casos é usado no lugar da
palavra “devoção”; em outros casos seria “um estilo de vida”.
Espiritualidade é aquilo que motiva as nossas ações, o que dirige nossa vida.
A espiritualidade no sangue de Cristo proclama a vida onde parecia que a morte tinha tomado
o controle. Esta espiritualidade brota do próprio centro dos pobres e marginalizados.