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Módulo V - Produtos de Investimento

Certificação Profissional ANBID


Série CPA-10

Módulo V
Produtos de Investimento

Certificação Profissional ANBID • série CPA10 • versão 2008 1


Módulo V - Produtos de Investimento

15% a 25%
ÍNDICE da prova

1. Títulos Públicos

1.1. Conceito e Finalidade 6

1.2. Características 6

1.3 Riscos Inerentes ao Produto 10

1.4 Tributação de Títulos Públicos 12

1.5 Tesouro Direto 15

2. CDB – Certificado de Depósito Bancário

2.1 Definição 17

2.2 Características: 17

2.3 Riscos Inerentes ao Produto 19

2.4 Tributação do CDB 21

3. Letras Hipotecárias
3.1 Definição 23

3.2 Características 23

3.3 Modalidades 24

3.4 Riscos Inerentes ao Produto 24

3.5 Tributação da Letra Hipotecária 24

4. Debêntures

4.1 Definição 26

4.2 Prazo Mínimo de Emissão 26

4.3 Tipos de Debêntures 26

4.4 Taxas e Formas de Remuneração 27

4.5 Riscos Inerentes ao Produto 27

4.6 Tributação 27

5. Notas Promissórias

5.1 Definição 29

5.2 Características 29

5.3 Riscos Inerentes ao Produto 30

5.4 Tributação 30

(continua)

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15% a 25%
ÍNDICE da prova

6. Ações

6.1 Definição 32

6.2 Tipos de Ações 32

6.3 Canais de Distribuição 33

6.4 Oferta Pública Inicial de Ações (IPO) 34

6.5 Definições Gerais 35

6.6 Riscos Inerentes ao Produto 38

6.7 Despesas Incorridas na Negociação 39

6.8 Tributação do Ganho de Capital em Ações 40

6.9 Clube de Investimentos 42

7. Avalie deu Conhecimento 45

8. Resumo 46

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Módulo V - Produtos de Investimento

Hora de Investir!

Agora que você já entendeu os fatores de Princípios de Investimento que norteiam a decisão de investimentos e tendo
seu cliente definido todos os parâmetros necessários, ele está preparado para investir e ele pode fazer isso de duas
maneiras: acessando o mercado diretamente adquirindo títulos de renda fixa ou ações ou, investindo coletivamente
por meio de fundos de investimento.

Neste módulo você vai conhecer quais são os tipos de ativos financeiros disponíveis no mercado que seu cliente pode
acessar diretamente. Neste caso ele analisa as alternativas, os riscos, negocia taxas e preços e toma a decisão por
conta própria.

Seu papel, neste caso, é ajudá-lo a entender as características, os riscos, os impostos, de cada modalidade e
colaborar para que a escolha final do cliente seja adequada aos objetivos traçados por ele.

Nota Títulos
promissória Públicos

Ações

CDB

Debêntures

Swap

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Nesta parte do programa de treinamento você vai conhecer produtos que completam as principais
alternativas de investimento disponíveis no mercado para atender as necessidades de seu cliente.
Alguns deles fazem parte do seu dia a dia, como o CDB, por exemplo. Outros são menos
conhecidos, mas também importantes para complementar sua base de conhecimento, permitindo
que você seja um profissional certificado.
Antes de passarmos ao estudo específico de cada produto vamos revisar alguns conceitos sobre
Renda Fixa. Observe o diagrama:

Instrumentos de Renda Fixa


Investidor Títulos de crédito ou dívida Obrigação do
é CREDOR
Emissor
do emissor
do título Investidor EMPRESTA dinheiro DÍVIDA

Setor Público Setor Privado

Governo Federal Instituições Instituições


Financeiras Não - Financeiras
LFT LTN CDB Debênture
NTN: séries B, C, D e F Letra Hipotecária Nota Promissória
-

Investidor recebe JUROS

Pré CDI SELIC TR IGP-M Variação Cambial, etc.

FGC garante
somente operações Principais RISCOS
deste segmento

Crédito Mercado Liquidez


Inadimplência do Oscilação da taxa Dificuldade de resgate a
emissor de juros qualquer tempo

Os Títulos de Renda Fixa são emitidos pelo Governo, por instituições financeiras e não-
financeiras com o objetivo de captar recursos.
Fique
ligado Representam uma obrigação (passivo/dívida) do emissor. Na verdade são “empréstimos” que
o investidor faz ao emissor, por isso são também conhecidos como títulos de crédito.
O investidor recebe juros que remuneram o empréstimo que ele fez.

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Títulos Letra Notas


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1. Títulos Públicos

1.1 Conceito e Finalidade

O Governo Federal precisa de dinheiro para financiar seus projetos e realizar os investimentos necessários em
educação, segurança, estradas, e saúde, por exemplo, além de pagar os funcionários públicos e aposentados...

São duas, basicamente, as formas de captação de recursos do governo:


ƒ Arrecadação de impostos
ƒ Tomar empréstimo junto ao público investidor.

Os títulos públicos transacionados no mercado e tão frequentemente encontrados nas carteiras dos fundos de
investimento são, portanto, títulos que representam dívida do Tesouro Nacional. São títulos de grande aceitação e
liquidez, considerados como os de melhor risco de crédito do mercado.

Fazem parte do seu programa ANBID apenas os principais títulos públicos federais. São 2 letras e 4 notas – vamos
conhecer os detalhes.

1.2 Características

As LETRAS:
ƒ LFT – Letra Financeira do Tesouro
ƒ LTN – Letra do Tesouro Nacional

As NOTAS:
ƒ NTN-B Nota do Tesouro Nacional série B
ƒ NTN-C Nota do Tesouro Nacional série C
ƒ NTN-D Nota do Tesouro Nacional série D
ƒ NTN-F Nota do Tesouro Nacional série F

Vamos saber quais são as SEMELHANÇAS dos títulos públicos – o que eles têm em comum:

ƒ Prazo: não há prazo mínimo ou máximo de emissão.


ƒ Valor nominal: múltiplos de R$1.000,00.
ƒ Modalidade: escritural, nominativa e negociável.

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Títulos Letra Notas


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Públicos Hipotecária Promissórias

E agora vamos entender quais são as DIFERENÇAS entre eles. São basicamente duas:
1 – PAGAMENTO DE JUROS: as notas pagam juros semestralmente e as letras somente no vencimento.
2 – REMUNERAÇÃO: observe o quadro indicando a rentabilidade de cada um dos títulos públicos.

Título Rentabilidade

LFT Taxa Selic over

LTN Taxa prefixada

NTN-B IPCA + juros

NTN-C IGPM + juros

NTN-D Variação cambial + juros

NTN-F Taxa prefixada + juros

Trate de decorar as informações que você acabou de ler. Elas serão exigidas na prova, com
certeza! Como fazer para gravar e não esquecer?? Dica do professor:
LTN: a letra “T”, de “taxa”, vem antes – portanto já sei quanto vou ganhar – a taxa é prefixada.
LFT: a letra “T”, de “taxa”, vem depois – portanto só conheço meu ganho no vencimento – a
taxa é a Selic (pós-fixada).
Fique
ligado NTN–B: é corrigida pelo IPCA. A letra “B” de NTN-B vem depois do “A” de IPCA.
NTN-C: a letra “C” de “consumo”, lembra “inflação” – o outro índice de inflação que aprendemos
é o IGP-M.
NTN-D: a letra “D” de “dólar” – portanto, sei que vou ganhar a variação da taxa de câmbio do
dólar norte-americano.
NTN-F: a letra “F” de “fixa” – portanto, já sei quanto vou ganhar – a taxa é prefixada.

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Títulos Letra Notas


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Exercício 1

A tabela abaixo indica um número e o tipo de rentabilidade que o investidor deseja obter.
Coloque o nome do título público na linha que oferece a taxa desejada.

Títulos Públicos

LFT NTN-B NTN-D

LTN NTN-C NTN-F

Número Taxa Título Público

1 Prefixada

2 IPCA

3 Dólar

4 Selic over

5 Prefixada (com juros)

6 IGPM

Gabarito: (1) LTN; (2) NTN-B; (3) NTN-D; (4) LFT; (5) NTN-F; (6) NTN-C

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Títulos Letra Notas


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Públicos Hipotecária Promissórias

Exercício 2

Assinale se a afirmativa sobre Títulos Públicos é Falsa ou Verdadeira.

AFIRMATIVA F V

1. Os títulos públicos são instrumentos de captação de recursos para o Tesouro Nacional e


representam dívida da União.

2. O investidor que adquire títulos públicos se transforma em credor do Tesouro Nacional


considerando sua natureza de título de crédito.

3. As NTNs - Notas do Tesouro Nacional pagam juros semestralmente. O capital corrigido


pelo índice de correção, é pago somente no vencimento.

4. Os títulos públicos podem ser adquiridos em Bolsa de Valores apenas.

5. As operações com títulos públicos são registradas e custodiadas no SELIC.

6. Os títulos públicos contam com a garantia do FGC – Fundo Garantidor de Créditos.

7. A LTN Letra do Tesouro Nacional é um título cujo valor de resgate é conhecido (múltiplos
de $1.000). É negociada no mercado pelo desconto da taxa de juros desejada pelo mercado.

8. A LFT é recomendada para investidores que desejam aplicação de taxa prefixada.

9. A LTN é recomendada em cenários de queda da taxa de juros, cenário que permitirá uma
valorização ao título.

10. A NTN-B e NTN-C são corrigidas por índices de inflação. São recomendadas para
investidores que desejam preservar o poder de compra e assegurar a proteção de seu capital
contra o risco de elevação da inflação.

Gabarito: (1)Verdadeiro; (2)Verdadeiro; (3)Verdadeiro; (4)Falso; (5)Verdadeiro; (6)Falso; (7)Verdadeiro; (8)Falso;


(9)Verdadeiro; (10)Verdadeiro.

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Títulos Letra Notas


CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

1.3 Riscos Inerentes ao Produto

1.3.1 Risco de crédito


O Risco de Crédito, como já vimos, decorre da possibilidade do emissor do título deixar de pagar rendimentos
periódicos, ou mesmo, deixar de resgatar o título no vencimento.

Como o emissor do título, neste caso, é o Tesouro Nacional, a probabilidade da ocorrência desse risco é muito
reduzida. São considerados como os títulos de “melhor risco de crédito” do país.

1.3.2 Risco de mercado


Como já vimos, o risco de mercado se caracteriza pela oscilação no preço ou valor de mercado de títulos ou valores
mobiliários, que pode gerar perdas ou ganhos ao investidor.

Se um título tiver taxa prefixada, o risco de mercado refere-se ao risco de oscilações na taxa de juros que pode
provocar queda no preço dos títulos. A LTN e a NTN-F são os dois títulos mais expostos a esse tipo de risco.

Recordando...
A relação entre taxa de juros e preço é inversamente proporcional. Quando a taxa de juros sobe, o preço do título cai.
O inverso é verdadeiro. Quando a taxa de juros cai, o preço do título sobe. E lembre-se, também, de que quanto
maior o prazo do título, maior o risco de mercado.

Taxa Preço Taxa Preço


sobe cai cai sobe

A LFT – Letra Financeira do Tesouro é corrigida pela variação da taxa Selic over. Portanto, acompanha a flutuação
da taxa de juros de mercado.

1.3.3 Risco de liquidez


Decorre da possibilidade do investidor não encontrar comprador para o título caso decida vendê-lo, ou ainda, que
tenha o preço de venda desse título prejudicado (abaixo do preço justo) em decorrência de baixa liquidez no
mercado.

Os títulos de prazo mais curtos estão menos expostos ao risco de liquidez do que os títulos de longo prazo.

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Títulos Letra Notas


CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

Como você sabe, sempre que um investidor recebe renda ou rendimentos


provenientes de uma aplicação financeira, a Receita Federal exige o recolhimento
de um imposto – chamado de Imposto de Renda e, em alguns casos, exige
também o recolhimento de outro imposto denominado de IOF.
Em relação aos impostos – IR e IOF - a prova vai exigir que você conheça as
seguintes regras:

ƒ Fato Gerador: fato que gera a incidência do imposto. Exemplo: o fato gerador do Imposto de Renda no CDB é o
recebimento do rendimento.

ƒ Alíquotas: indica o percentual da base de cálculo devida. Exemplo: 15% sobre o ganho de capital de investimento
em ações.

ƒ Bases de Cálculo: indica qual a base sobre a qual será calculada a alíquota do imposto devido. Exemplo:
rendimento total.

ƒ Responsabilidade de Recolhimento: indica quem é responsável pelo recolhimento do imposto. As hipóteses são
duas:

a) A fonte: a pessoa jurídica que gera o pagamento da renda ou rendimento. Exemplo: a instituição financeira no caso
do resgate do CDB.

b) O contribuinte: o próprio investidor calcula e recolhe para a Receita Federal o imposto devido. Exemplo: ganho de
capital de investimento em ações.

Você verá que as regras para todos os investimentos de “renda fixa” são as mesmas. Significa que não importa se o
investimento foi em títulos públicos, CDB, debênture ou nota promissória – o procedimento será sempre o mesmo.

Posteriormente você vai aprender que:

a) o investimento em Ações tem regras completamente diferentes dos investimentos em “renda fixa”, e

b) o investimento em Fundos de Investimentos adota as mesmas alíquotas que os investimentos em títulos mas
possui um procedimento diferenciado. Aguarde para saber mais a respeito.

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Títulos Letra Notas


CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

1.4 Tributação de Títulos Públicos

1.4.1 Imposto de Renda

Fato Gerador: rendimentos, resgate, cessão ou repactuação do título.

Base de Cálculo: rendimento total líquido de IOF, quando aplicável.

Responsabilidade de Recolhimento: a fonte.

Alíquota: decrescente, de acordo com o prazo da operação. Vide tabela

Tempo de Permanência Alíquota


Alíquota
decrescente Até 180 dias 22,5%

De 181 dias até 360 dias 20,0%

De 361 dias até 720 dias 17,5%

Acima de 720 dias 15,0%

EXEMPLO 1

Um investidor comprou uma NTN-B com vencimento de 5 anos. Recebeu juros 180 dias após a aquisição.
Houve recolhimento de imposto de renda nesse momento? Se positivo, qual foi a alíquota aplicada?
a) O imposto de renda será retido somente no resgate do título.
b) Será retido imposto de renda, alíquota de 15% considerando tratar-se de um título de 5 anos.
c) Será retido imposto de renda, alíquota de 22,5%.

GABARITO 1

a) Falsa. Pagamento de rendimento é fato gerador e exige o recolhimento do imposto de renda.


b) Falsa. A alíquota deve levar em conta o prazo entre a data da aquisição e prazo decorrido entre a aquisição e o fato
gerador.
c) Correta. O prazo entre a aquisição e o pagamento do rendimento – fato gerador do recolhimento do IR – foi de 180
dias, portanto, alíquota de 22,5%.

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Títulos Letra Notas


CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

1.4.2 IOF – Imposto sobre Operação Financeira

Fato Gerador: prazo entre a aplicação e o resgate inferior a 30 dias.

Base de Cálculo: rendimento total.

Responsabilidade de Recolhimento: a fonte.

Alíquota: 1% ao dia sobre o valor do resgate, cessão ou repactuação, limitado a certo percentual do rendimento
da operação, em função do prazo, conforme tabela regressiva.

Prazo % limite do Prazo % limite do Prazo % limite do


em dias rendimento em dias rendimento em dias rendimento

01 96% 11 63% 21 30%


02 93% 12 60% 22 26%
03 90% 13 56% 23 23%
04 86% 14 53% 24 20%
05 83% 15 50% 25 16%
06 80% 16 46% 26 13%
07 76% 17 43% 27 10%
08 73% 18 40% 28 6%
09 70% 19 36% 29 3%
10 66% 20 33% 30 0%

Você sabe que a alíquota do IOF é definida pela tabela regressiva. Fique atento em relação a:
Fique a) Operação de 30 dias a alíquota é zero!
ligado
b) A alíquota do IOF é de 1% ao dia sobre o valor de resgate! Porém, limitado a certo
percentual do rendimento conforme indicado na tabela.

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Títulos Letra Notas


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Públicos Hipotecária Promissórias

EXEMPLO 2

Um investidor comprou uma LTN por R$100.000,00 com vencimento para 12 meses. Vendeu o título no
mercado secundário 15 dias depois por R$101.000,00. Qual a tributação aplicável à essa operação?
a) Será recolhido imposto de renda de 22,5%.
b) Será recolhido somente IOF considerando ser o prazo da operação inferior a 30 dias.
c) Será recolhido Imposto de Renda e IOF sendo ambos calculados sobre o rendimento total de R$1.000,00,
d) Será recolhido IOF sobre o rendimento total e IR sobre o rendimento total menos o IOF já recolhido.

GABARITO 2

a) Falsa. Sendo o prazo da operação inferior a 30 dias, são dois os impostos devidos: IR e IOF.
b) Falsa. Sendo o prazo da operação inferior a 30 dias, são dois os impostos devidos: IR e IOF.
c) Falsa. Existem dois erros nessa alternativa: primeiro será cobrado o IOF e depois o IR. E a base de cálculo não é a
mesma nos dois impostos.
d) Correta. Primeiro será cobrado o IOF de 50% sobre o rendimento total ($1.000) que resultará em um IOF de $500.
Em seguida, será calculado o valor do IR, alíquota de 22,5%, sobre $500 ($1.000 - $500) que resultará em um IR de
R$112,50.

Todos os conceitos que você aprendeu aqui são aplicáveis às outras operações de
“Renda Fixa” como CDB, debêntures, e nota promissória, por exemplo.

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Títulos Letra Notas


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1.5 Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas, desenvolvido pelo Tesouro Nacional,
em parceria com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC. Direcionado a pessoas físicas que
queiram investir com segurança e tranqüilidade, o Tesouro Direto oferece a compra de títulos da dívida pública
diretamente pela Internet, a partir de aproximadamente R$ 200,00.

A liquidez das aplicações é garantida pelas recompras semanais, por meio do qual o investidor pode resgatar os
títulos e seus recursos antes do vencimento, ao preço do mercado secundário, ou seja, o preço negociado no
mercado onde operam também os grandes bancos.

O rendimento da aplicação é bastante competitivo, quando comparado com as demais aplicações financeiras
equivalentes existentes no mercado. Outro fator que diferencia este produto dos demais – além das taxas de
administração e de custódia serem baixas – é que o Imposto de Renda só é cobrado no momento da venda ou
vencimento do título. Ou seja, o poupador ganha todo o rendimento da capitalização dos juros até o momento do
resgate. Em um investimento de prazo mais longo, essa vantagem torna-se significativa.

Formas de negociação
As compras e vendas de títulos são efetuadas na área exclusiva do Tesouro Direto e, podem ser realizadas
diretamente pelo Investidor ou através de um Agente de Custódia, mediante sua autorização. Em ambos os casos, o
Investidor deve ser cadastrado no Tesouro Direto, por um Agente de Custódia da CBLC.
Os investidores podem efetuar suas compras no Tesouro Direto por três formas distintas:

ƒ Diretamente no site do Tesouro Direto: o próprio investidor, com sua senha individual, acessa o ambiente restrito do
site Tesouro Direto (www.tesourodireto.gov.br) e realiza, diretamente, as negociações com títulos públicos;

ƒ Via um Agente de Custódia: o investidor autoriza o Agente de Custódia a negociar títulos públicos em seu nome, no
site do Tesouro Direto (www.tesourodireto.gov.br), da mesma forma como ocorre no mercado de ações. Essa opção é
ideal para o investidor que não tem acesso à Internet ou que, por algum motivo, não deseja comprar pessoalmente;

ƒ Diretamente no site do Agente de Custódia: alguns bancos e corretoras habilitados integraram seus sites ao do
Tesouro Direto, possibilitando aos investidores a realização das negociações no próprio site da instituição financeira.
Desta forma, as compras são realizadas somente no site da instituição financeira, cujos títulos, preços e taxas
refletem os mesmos do site do Tesouro Direto em tempo real (disponível somente em algumas corretoras e bancos).

Fonte: www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto

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Exercício 3

Assinale se a afirmativa sobre Tributação é Falsa ou Verdadeira

AFIRMATIVA F V

1. O fato gerador do imposto de renda nas operações de renda fixa é sempre e somente o
resgate da operação.

2. O fato gerador do imposto de renda nas operações de renda fixa ocorre no pagamento
de rendimentos, resgate, cessão ou repactuação do título.

3. A base de cálculo sobre a qual será calculada a alíquota do IR devido é o rendimento


total da operação.

4. A base de cálculo sobre a qual será calculada a alíquota do IR devido é o rendimento


total, líquido de IOF, se houver.

5. Nas operações com títulos públicos e outros títulos de renda fixa, o IOF será devido
sempre que o prazo da operação for inferior a 30 dias.

6. Em uma operação de renda fixa cujo prazo seja inferior a 30 dias será recolhido o
imposto de renda e o IOF, nesta ordem.

7. Nas operações de títulos públicos e outros instrumentos de renda fixa, o responsável


pelo recolhimento do imposto de renda e IOF será sempre a fonte pagadora.

8. A alíquota do IR – Imposto de Renda devida nas operações de renda fixa é de 15%


sobre os rendimentos.

9. A alíquota do IR – Imposto de Renda devida nas operações de renda fixa será definida
em função do prazo da operação.

10. Quando devido, o IOF será de 1% ao dia sobre o valor do resgate limitado a certo
percentual do rendimento da operação, em função do prazo, conforme tabela regressiva.

Gabarito: (1)Falso; (2)Verdadeiro; (3)Falso; (4)Verdadeiro; (5)Verdadeiro;(6)Falso; (7)Verdadeiro; (8)Falso;


(9)Verdadeiro; (10)Verdadeiro.

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2. CDB – Certificado de Depósito Bancário

2.1 Definição

ƒ Título de renda fixa, representativo de depósito a prazo, emitido por bancos múltiplos, de investimentos e
comerciais.
ƒ É admitida sua negociação antes do vencimento, de acordo com as condições estabelecidas pela instituição
emissora e terá seu valor de mercado apurado em função da taxa de juros corrente.
ƒ São nominativos, negociáveis e transferíveis através de endosso “em preto” que significa a necessidade de
identificar o novo proprietário do título.
ƒ A renovação do CDB não é automática. O cliente deve negociar as condições de reinvestimento com a instituição
financeira emissora.

2.2 Características
2.2.1 Prazos de emissão

Remuneração Prazo Mínimo Prazo Máximo


Pré, DI e Selic não há conforme a política de captação de
cada instituição financeira.
TR 1 mês

2.2.2 Taxas e formas de remuneração

Taxa prefixada

Ao comprar um CDB de taxa prefixada o investidor já sabe quanto vai receber, no vencimento do depósito, pois em
função da taxa negociada no ato da contratação, é definido o valor de resgate da operação.

É uma boa opção em cenários econômicos de queda de taxa de juros, uma vez que a taxa de remuneração é
prefixada e não será alterada pelo comportamento do mercado.

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Títulos Letra Notas


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Taxa pós-fixada

Ns operações de taxa pós-fixada o investidor negocia o índice de correção que será aplicado sobre o capital. Ele
conhecerá o valor de resgate da operação somente no dia do vencimento da operação.

Quando corrigido pela variação da taxa DI ou da taxa Selic, oferece um percentual (%) dessa taxa. Por exemplo,
90% da taxa DI.

Quando corrigidos pela TR (taxa referencial), são remunerados por uma taxa de juros aplicada sobre o valor do
investimento corrigido pela índice de correção desse depósito. Por exemplo, TR + 10% ao ano. Trata-se de uma
operação semelhante à poupança com a diferença da negociação da taxa de juros que incidirá sobre o capital
corrigido pela variação da TR.

2.2.3 Formas de resgate

ƒ O CDB é resgatado no dia do vencimento da operação. Não há renovação automática deste produto.

ƒ CDB DI com liquidez diária: a recompra/revenda pode ocorrer a qualquer tempo valorizado pelo percentual do CDI
contratado na operação.

ƒ CDB sem liquidez diária: o resgate deve ocorrer no vencimento da operação. Se houver necessidade de resgatar a
operação antes do vencimento, o cliente deverá negociar com a instituição financeira a possibilidade desse resgate
antecipado, sujeitando-se às condições de mercado.

2.2.4 CDB com Swap

O Swap é um contrato que permite “trocar” a taxa de uma operação em CDB.


Suponha que o investidor tenha comprado um título de taxa prefixada e queira, por alguma razão, trocar a taxa pré
por uma taxa pós-fixada, a taxa DI, por exemplo.
Se o Swap não existisse o investidor teria de resgatar o CDB de taxa pré e negociar uma nova operação de taxa
pós-fixada, não é verdade?
O Swap permite manter o CDB inicialmente contratado e “trocar” a taxa da operação.

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2.3. Riscos Inerentes ao Produto


2.3.1 Risco de crédito

Decorre da possibilidade de insolvência da instituição financeira que, nessa hipótese, deixará de honrar sua obrigação
de resgatar os depósitos mantidos por clientes.
Para atenuar esse risco, o investidor conta com a garantia do FGC - Fundo Garantidor de Créditos, limitado a
R$60.000,00 por CPF ou CNPJ, que tem por objetivo prestar garantia de créditos nas hipóteses de:
ƒ decretação da intervenção, liquidação extrajudicial ou falência da instituição financeira associada;
ƒ reconhecimento pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência da instituição financeira associada.

FGC - Fundo Garantidor de Créditos

Limite de O total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição associada, ou contra
cobertura todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro, será garantido até
o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

Devem ser somados os créditos de cada credor identificado pelo respectivo Cadastro
de Pessoas Físicas (CPF) / Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

Depósitos ƒ Depósitos a vista ou sacáveis mediante aviso prévio


cobertos ƒ Depósitos de poupança
ƒ Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado
ƒ Letras de câmbio
ƒ Letras hipotecárias
ƒ Letras imobiliárias
ƒ Depósitos em conta investimento
ƒ Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por
cheques referentes à prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos,
aposentadorias, pensões e similares.
ƒ Letras de crédito imobiliário.

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Módulo V - Produtos de Investimento

Títulos Letra Notas


CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

2.3.2 Risco de mercado

O risco de mercado refere-se à possibilidade de depreciação no valor do CDB provocado por fatores desfavoráveis
como, por exemplo, a elevação da taxa de juros em CDB com taxa prefixada.
Um CDB de taxa prefixada, por exemplo, é uma boa alternativa de investimento num cenário de queda na taxa de
juros. Se a taxa de juros cair, ele assegura a taxa atual, mais elevada, pelo prazo do investimento.
Entretanto, corre o risco de uma elevação na taxa de juros. Nesse caso, há duas considerações a fazer:
ƒ Se o investidor puder aguardar o dia do vencimento do título, receberá exatamente o valor predeterminado pela taxa
contratada e deixa de ganhar a taxa de mercado.
ƒ Se precisar negociar o título antes do vencimento, se submete ao procedimento de marcação a mercado, que
utilizará a nova taxa de mercado para o cálculo do valor desse título.
Veja o exemplo numérico abaixo demonstrando a mudança no preço atual de um título prefixado frente a oscilação na
taxa de juros de mercado:

Taxa de Mercado Valor Atual do Valor do Título em Valor de Resgate


Título (D+0) D+0 ao final do dia do Título (1 ano)
20% a.a. R$ 1.000,00 R$ 1.200
Sobe para 25% a.a. R$ 960,00 R$ 1.200
Cai para 15% a.a. R$ 1.043,47 R$ 1.200

(1) Se a taxa de juros subir para 25%, o valor do título cai para $960,00 e o investidor terá um
prejuízo de $40,00 em relação ao valor investido.

(2) Se a taxa de juros cair para 15%, o valor do título sobe para $1.043,47 e o investidor terá
um lucro de $43,47.

(3) Para evitar o risco da oscilação da taxa de juros de mercado, o investidor pode optar pelo
CDB de taxa pós-fixada, corrigido pela variação da taxa DI.

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Títulos Letra Notas


CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

2.3.3 Risco de liquidez

Decorre da possibilidade de o investidor não conseguir vender seu título no mercado.


Pode ocorrer, também, que em função de poucos compradores no mercado, o preço oferecido seja inferior ao preço
considerado “justo” em condições normais de mercado.
Sempre que liquidez for um atributo importante para o investidor, ele deverá optar por modalidades de operação que
assegurem a liquidez diária, como é o caso do CDB DI, por exemplo.

2.4 Tributação do CDB

A incidência de impostos – Imposto de Renda e IOF – nas operações de CDB, segue exatamente os mesmos
critérios dos títulos públicos. Volte às páginas 12 e 13 desta apostila para recordar, se necessário.

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Títulos Letra Notas


CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

Exercício 4

Assinale se a afirmativa sobre CDB é Falsa ou Verdadeira

AFIRMATIVA F V

1. CDB representa um depósito a prazo feito por um investidor junto a uma instituição
financeira. Ele é nominativo e negociável.

2. O CDB é um título de renda fixa emitido por bancos comerciais, de investimento e bancos
múltiplos.

3. A remuneração do CDB será sempre uma taxa prefixada definida entre a instituição
financeira e o cliente no momento da contratação da operação.

4. O CDB será registrado e custodiado na CETIP.

5. O cliente que contrata um CDB corre o risco de crédito da instituição na qual fez o
depósito.

6. O FGC Fundo Garantidor de Crédito garante até R$60.000 o valor investido em CDB no
caso da insolvência do emissor.

7. O CDB DI negociado com liquidez diária permite que o investidor solicite resgate a
qualquer momento.

8. Um investidor que compra um CDB de taxa prefixada está exposto ao risco de mercado e
poderá ter perda caso ocorra elevação na taxa de juros de mercado.

9. O imposto de renda sobre os rendimentos de um CDB será cobrado no resgate


aplicando-se alíquota única de 15%.

10. O imposto de renda de uma operação em CDB incide sobre o rendimento total, líquido
de IOF se houver, sendo a alíquota definida em função do prazo da operação.

Gabarito (1) Verdadeiro; (2)Verdadeiro; (3)Falso; (4)Verdadeiro;(5)Verdadeiro; (6)Verdadeiro; (7)Verdadeiro;


(8)Verdadeiro; (9)Falso; (10)Verdadeiro.

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Títulos Letra Notas


CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

3. Letra Hipotecária

3.1 Definição

Título de crédito emitido por instituições que atuam na concessão de financiamentos com recursos do SFH – Sistema
Financeiro da Habitação, cuja emissão está limitada ao valor total da carteira de créditos hipotecários.

ƒ A emissão será baseada no montante dos empréstimos da carteira hipotecária de que sejam titulares as instituições
que atuam na concessão de financiamentos com recursos do SFH, garantidos por primeira hipoteca.

ƒ A soma do principal de letras emitidas não excederá, em hipótese alguma, o valor total dos créditos hipotecários em
poder da instituição emitente e não estenderá, ao investidor, nenhum tipo de garantia colateral dos contratos desta
carteira.

3.2 Características

3.2.1 Prazo de emissão


Mínimo de 180 dias, e máximo, o prazo de vencimento dos créditos hipotecários que lhe servem de garantia (lastro).

3.2.2. Lastro
A Letra Hipotecária será emitida com base em créditos hipotecários concedidos pela instituição emissora. Ou seja, o
crédito hipotecário funciona como “lastro” condicionante para que a LH possa ser emitida.

3.2.3 Forma de Emissão


Nominativa, endossável, podendo ser mantida sob a forma escritural na instituição emissora. É transmissível
somente com endosso em preto, com a identificação no novo favorecido.

3.2.4 Rentabilidade
A rentabilidade da LH está vinculada ao valor nominal do financiamento imobiliário e pode ser prefixada, flutuante e
pós-fixada.

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CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

3.3 Modalidades

3.3.1 Com Swap


A LH pode ser vendida combinada com um contrato de Swap para “trocar” a taxa da LH por um certo percentual da
taxa DI, por exemplo, ou por uma taxa prefixada, se for esse o interesse do investidor.

3.3.2 Sem Swap


Neste caso, o investidor receberá a remuneração original prevista na emissão da Letra Hipotecária, por exemplo, TR
+ juros de 8% ao ano.

3.4. Riscos Inerentes ao Produto

3.4.1 Risco de crédito


Decorre da possibilidade da instituição emissora da letra hipotecária deixar de resgatá-la no seu vencimento. Em
caso de insolvência da instituição financeira emissora o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante até R$ 60.000,00
por CPF/CNPJ.

3.4.2 Risco de mercado


O risco de mercado refere-se à possibilidade de depreciação no valor da Letra Hipotecária provocado por fatores
desfavoráveis como, por exemplo, a elevação da taxa de juros.

3.4.3 Risco de liquidez


Decorre da possibilidade de o investidor não conseguir vender seu título no mercado antes do vencimento.
Pode ocorrer, também, que em função de poucos compradores no mercado, o preço oferecido seja inferior ao preço
considerado “justo” em condições normais de mercado.

3.5 Tributação da Letra Hipotecária

A incidência de impostos – Imposto de Renda e IOF – nas operações de Letra Hipotecária, segue exatamente os
mesmos critérios dos títulos públicos e do CDB. Volte às páginas 12 e 13 desta apostila para recordar, se necessário.

Porém, existe uma exceção importante!


Quando o investidor é Pessoa Física, a remuneração produzida pela Letra Hipotecária é ISENTA da incidência do
imposto de renda.

Mas cuidado!
Se houver um contrato de Swap atrelado à operação, o eventual ajuste positivo proporcionado pelo swap será
tributado de acordo com as regras vigentes.

Fique A isenção do imposto de renda aplica-se


ligado somente ao investidor Pessoa Física.

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CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

Exercício 5

Assinale se a afirmativa sobre Letra Hipotecária é Falsa ou Verdadeira

AFIRMATIVA F V

1. A Letra Hipotecária é um título de crédito emitido por instituições que atuam na


concessão de financiamentos com recursos do SFH – Sistema Financeiro da Habitação.

2. A emissão de Letra Hipotecária está limitada ao valor total da carteira de créditos


hipotecários da instituição.

3. A remuneração da Letra Hipotecária será sempre uma taxa prefixada definida entre a
instituição financeira e o cliente no momento da contratação da operação.

4. A remuneração da LH poderá ser prefixada ou pós-fixada, quando será adotado um


índice de correção como a taxa DI, IGPM ou TR, por exemplo.

5. O cliente que contrata uma LH corre o risco de crédito da instituição na qual fez o
depósito.

6. O FGC Fundo Garantidor de Crédito garante até R$60.000 o valor investido em LH no


caso da insolvência do emissor.

7. O prazo mínimo de uma Letra Hipotecária é de 180 dias. E o prazo máximo não pode
exceder o prazo do crédito hipotecário lastro da LH.

8. Qualquer investidor está isento da incidência do imposto de renda sobre os rendimentos


da Letra Hipotecária.

9. A LH será registrada e custodiada na CETIP.

10. O investidor pessoa jurídica pagará imposto de renda sobre os rendimentos de uma
operação em Letra Hipotecária, sendo a alíquota definida de acordo com o prazo da
operação.

Gabarito: (1)Verdadeiro; (2)Verdadeiro; (3)Falso; (4)Verdadeiro; (5)Verdadeiro; (6)Verdadeiro;


(7)Verdadeiro; (8)Falso; (9)Verdadeiro; (10)Verdadeiro.

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CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

Você já sabe que o CDB é um instrumento de captação de recursos utilizado pelas instituições
financeiras.
E as empresas não financeiras, como fazem para captar recursos? Elas emitem DEBÊNTURE que
é, na verdade, um instrumento semelhante ao CDB na sua essência. As características são
diferentes e vamos conhecê-las a seguir. Mas o mais importante é que você entenda que ambos
representam uma dívida do seu emissor. Sendo assim:
(a) Quando um investidor compra um CDB, ele está “emprestando” dinheiro para uma instituição
financeira.
(b) Quando um investidor compra uma debênture, ele está “emprestando” dinheiro para uma
instituição não financeira.

4. Debênture

4.1 Definição

Debêntures são valores mobiliários, emitidos por sociedades anônimas não-financeiras, representativos de crédito de
médio e longo prazos que asseguram aos investidores direito de crédito contra a companhia emissora.
ƒ Podem ser emitidas por empresas de capital aberto e/ou fechado. Entretanto, somente sociedades anônimas de
capital aberto (ou seja, registradas na CVM como tais) podem fazer colocação pública de debêntures.
ƒ Bancos não podem emitir debêntures (são instituições financeiras). Companhias de Leasing são as únicas
entidades do sistema financeiro autorizadas a emitir debêntures.

4.2 Prazos Mínimos de Emissão

ƒ Debêntures simples – 1 ano


ƒ Debênture conversível – 3 anos
ƒ Podem ser negociadas no mercado secundário antes do vencimento.

4.3 Tipos de Debêntures

4.3.1 Debênture conversível em ações

Algumas debêntures têm uma cláusula de conversibilidade que concede ao investidor, no ato de sua compra e de
acordo com condições estabelecidas em sua escritura pública, o direito de resgatar seu investimento em ações da
companhia emissora.

Fique Na debênture conversível a opção de receber o capital de volta em


ligado ações é um direito (não uma obrigação) do investidor.

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CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

4.3.2 Debênture simples


As debêntures simples asseguram ao investidor uma remuneração sobre o valor do investimento, sendo o capital
resgatado em dinheiro no vencimento. Semelhante a um investimento em CDB ou título público.

4.4 Taxas e Formas de Remuneração

A empresa determina o fluxo de amortizações e as formas de remuneração, informações que deverão constar da
escritura de emissão da debênture.

São possíveis emissões com remuneração prefixada ou pós-fixada: TR, TBF, TJLP, Índice de Preços, e DI CETIP,
por exemplo.

4.5 Riscos Inerentes ao Produto

4.5.1 Risco de crédito


Decorre da possibilidade da empresa emissora da debênture deixar de pagar os rendimentos periodicamente e/ou
resgatá-la no seu vencimento.

A debênture não conta com a garantia do FGC – Fundo Garantidor de Créditos.


Entretanto, ela poderá ter outros tipos de garantias, conforme previsão em sua escritura de emissão.

4.5.2 Risco de mercado


O risco de mercado refere-se à possibilidade de depreciação no valor da Debênture provocado por fatores
desfavoráveis como, por exemplo, a elevação da taxa de juros.

4.5.3 Risco de liquidez


Decorre da possibilidade de o investidor não conseguir vender seu título no mercado antes do vencimento.
Pode ocorrer, também, que em função de poucos compradores no mercado, o preço oferecido seja inferior ao preço
considerado “justo” em condições normais de mercado.

4.6 Tributação

A tributação das debêntures é idêntica à dos outros títulos de renda fixa. Informações disponíveis nas páginas 12 e 13
desta apostila.

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CDB Debêntures Ações
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Exercício 6

Assinale se a afirmativa sobre Debênture é Falsa ou Verdadeira

AFIRMATIVA F V

1. A debênture é um título de crédito emitido por empresas não financeiras e representam


dívida dessa empresa perante o investidor.

2. A debênture pode ser simples ou conversível. A conversível permite ao investidor


converter seu montante em ações da empresa, em uma data predeterminada, se desejar.

3. As debêntures podem ser emitidas somente por empresas de capital aberto.

4. O prazo mínimo de emissão de debêntures será de 1 ano no caso de debêntures


simples e 3 anos, no caso de conversíveis.

5. As debêntures de empresas de capital fechado só podem ser colocadas no mercado


mediante oferta fechada (não pública).

6. O FGC Fundo Garantidor de Crédito garante até R$60.000 o valor investido em


debênture no caso da insolvência do emissor.

7. Uma debênture de taxa prefixada perderá valor caso ocorra elevação na taxa de juros.

8. Os rendimentos obtidos no investimento em debênture pagam imposto de renda de


acordo com o prazo da operação. A alíquota será de 15% para operações de prazo acima
de 720 dias.

9. A operação de compra de debênture é registrada e custodiada na CETIP.

10. Para vender uma debênture antes do vencimento o investidor deverá oferecer o título
no mercado secundário estando exposto ao risco de liquidez.

Gabarito : (1)Verdadeiro; (2)Verdadeiro;(3)Falso; (4)Verdadeiro; (5)Verdadeiro; (6)Falso; (7)Verdadeiro;


(8)Verdadeiro; (9)Verdadeiro; (10)Verdadeiro.

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Títulos Letra Notas


CDB Debêntures Ações
Públicos Hipotecária Promissórias

Você aprendeu que uma empresa não financeira pode emitir debêntures para captar
recursos de médio e longo prazos.
O instrumento que vamos conhecer agora tem basicamente a mesma finalidade, a
diferença, é que a Nota Promissória é utilizada para captar recursos de curto prazo. Vamos
avançar.

5. Nota Promissória

5.1 Definição

Título representativo de crédito emitido pelas empresas do setor privado, para colocação pública ou privada, que
confere ao investidor direito de crédito contra a emitente.
A nota promissória emitida por sociedade por ações, destinada à oferta pública, é considerada como valor mobiliário.

5.2 Características

Prazo
ƒ Mínimo 30 dias.
ƒ Máximo 180 dias para empresa de capital fechado.
ƒ Máximo 360 dias para empresa de capital aberto.

Remuneração
ƒ prefixada, vendida com desconto.
ƒ Pós-fixada, corrigida pela taxa DI – Cetip ou taxa Selic.

Forma de Emissão
Nominativa, sendo sua circulação por endosso em preto, de mera transferência de titularidade, constando
obrigatoriamente do endosso a cláusula "sem garantia".

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5.3 Riscos Inerentes ao Produto

5.3.1 Risco de crédito


Decorre da possibilidade da empresa emissora da nota promissória deixar de pagar os rendimentos periodicamente
e/ou resgatá-la no seu vencimento.

A nota promissória não conta com a garantia do FGC – Fundo Garantidor de Crédito e não pode conceder garantias,
como no caso da debênture.

5.3.2 Risco de mercado


O risco de mercado refere-se à possibilidade de depreciação no valor da Nota Promissória provocado por fatores
desfavoráveis como, por exemplo, a elevação da taxa de juros.

5.3.3 Risco de liquidez


Decorre da possibilidade de o investidor não conseguir vender seu título no mercado antes do vencimento.
Pode ocorrer, também, que em função de poucos compradores no mercado, o preço oferecido seja inferior ao preço
considerado “justo” em condições normais de mercado.

5.4 Tributação

A tributação da Nota Promissória é idêntica à dos outros títulos de renda fixa. Informações disponíveis nas páginas 12
e 13 desta apostila.

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Exercício 7

Assinale se a afirmativa sobre Nota Promissória é Falsa ou Verdadeira

F V

1. A nota promissória é um título de crédito emitido por empresas não financeiras e


representam dívida dessa empresa perante o investidor.

2. A nota promissória pode ser simples ou conversível.

3. A nota promissória pode ser emitida somente por empresas de capital aberto.

4. O prazo máximo de emissão de nota promissória será de 360 dias se emitida por
empresas de capital aberto.

5. O prazo máximo de emissão de nota promissória será de 180 dias se emitida por
empresas de capital fechado.

6. O FGC Fundo Garantidor de Crédito garante até R$60.000 o valor investido em Nota
Promissória no caso da insolvência do emissor.

7. A nota promissória não oferece garantias.

8. Os rendimentos obtidos no investimento em nota promissória pagam imposto de renda


de acordo com o prazo da operação. A alíquota será de 22,5% para operações de até 180
dias.

9. A operação de compra de nota promissória é registrada e custodiada na CETIP.

10. Para vender uma nota promissória antes do vencimento o investidor deverá oferecer o
título no mercado secundário estando exposto ao risco de liquidez.

Gabarito: (1)Verdadeiro; (2)Falso; (3)Falso; (4)Verdadeiro;(5)Verdadeiro; (6)Falso; (7)Verdadeiro; (8)Verdadeiro;


(9)Verdadeiro; (10)Verdadeiro.

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6. Ações

6.1 Definição

Ação é um dos instrumentos de renda variável mais conhecidos. Ela representa um pedacinho de uma empresa com
um ou mais pedacinhos da empresa, você se torna sócio dela. Sendo mais formal, podemos definir ações com títulos
nominativos negociáveis que representam, para quem as possui, uma fração do capital social de uma empresa.

6.2 Tipos de Ações

6.2.1 Ação Ordinária


Garante o direito de voto nas assembléias deliberativas da empresa, permitindo votar para eleger diretores, aprovar
demonstrações financeiras, modificar estatutos sociais, etc.

6.2.2 Ação Preferencial


Oferecem preferência no recebimento de dividendos ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia.
Entretanto, as ações preferenciais não concedem o direito de voto.

O acionista preferencial terá, no mínimo, uma das seguintes preferências:

(1) direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% do lucro líquido do
exercício;
(2) direito ao pagamento de dividendo por ação preferencial pelo menos 10% maior do que o atribuído a cada ação
ordinária, ou
(3) por ocasião da transferência de controle da companhia, direito de vender a sua participação acionária
recebendo preço correspondente a, no mínimo, 80% do valor pago por cada ação integrante do bloco de
controle (tag along), garantindo-se neste caso dividendo no mínimo igual ao das ações ordinárias.

As ações preferenciais devem contar com pelo menos UMA das preferências
Fique citadas acima.
ligado Se não houver distribuição de dividendos por 3 anos consecutivos as ações
preferenciais adquirem direito de voto.

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Vamos conhecer quais são os canais de distribuição através dos


quais podemos investir em ações.

6.3 Canais de Distribuição

6.3.1 CTVM – Corretora de Títulos e Valores Mobiliários


É a instituição que compra e vende ações para o investidor. Como já vimos, as Corretoras são instituições financeiras
membros das Bolsas de Valores, credenciadas pelo Banco Central, pela CVM e pelas próprias Bolsas, e estão
habilitadas, entre outras atividades, a negociar valores mobiliários com exclusividade no sistema eletrônico da
BOVESPA.

As Corretoras dispõem de profissionais voltados à análise de mercado, de setores e de companhias, e com eles você
poderá se informar sobre o momento certo de comprar e vender determinadas ações para obter melhores resultados

6.3.2 DTVM – Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários


São instituições que fazem a intermediação de ações e outros títulos no mercado primário, colocando-os à venda
para o público.
Como instituição auxiliar do Sistema Financeiro Nacional, tem como objetivo intermediar operações com Títulos e
valores mobiliários, por exemplo: papéis de Renda Fixa, Ações e Debêntures.
As operações de compra e venda de ações, quando negociadas em Bolsa, serão sempre conduzidas por uma
Corretora de Valores.

6.3.3 Agências Bancárias


As agências bancárias, normalmente, apenas orientam o cliente interessado em investir do mercado de ações a
contatar a equipe da Corretora de Valores, ou ainda, a utilizar a internet (home broker) para transmitir suas ordens de
compra e venda de ações.

6.3.4 Internet (home broker)


De forma semelhante aos serviços de Home Banking, oferecidos pela rede bancária, os Home Brokers das corretoras
estão interligados aos sistemas da BOVESPA e permitem que o investidor envie, automaticamente, através da
Internet, ordens de compra e venda de ações. Deve antes fazer o cadastramento junto à Corretora de Valores e
conhecer suas condições de preço e eventuais restrições de execução de ordens.

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6.4 Oferta Pública Inicial de Ações (IPO)

O que é um IPO
IPO é a sigla para a expressão em inglês Initial Public Offering que significa a abertura do capital de uma empresa no
mercado acionário. Grosso modo, a empresa avalia quanto vale, divide esse valor em ações e as oferece na bolsa de
valores.

Como participar de um IPO


Para participar de um IPO (sigla em inglês para oferta pública de ações), o investidor pessoa física precisa,
primeiramente, cadastrar-se junto a uma corretora autorizada pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). É ela
que vai intermediar o negócio na Bolsa.

Período de Reserva
Durante o período de reserva, que consta no prospecto da oferta pública, o investidor poderá entrar em contato com a
corretora – por telefone, pessoalmente ou via internet - e solicitar a compra das ações. O preço dos papéis, no
entanto, será fixado somente às vésperas do IPO, após o encerramento do período de reserva. Por isso, os pedidos
devem ser feitos em reais, e não pela quantidade de papéis. Assim, o investidor poderá solicitar à corretora que
compre 10.000 reais em ações, por exemplo.
Encerrado o período de reserva, o investidor não poderá mais desistir do negócio. Por isso, é importante ter certeza
de que se deseja participar da oferta pública antes de solicitar a compra dos papéis. Posteriormente é definido o preço
inicial das ações a partir de uma consulta aos investidores institucionais.

Possibilidade de Rateio
Também é verificada a demanda pelas ações e, caso seja superior à oferta, poderão ser feitas limitações aos pedidos
de compra. Ou seja, o investidor de varejo que tenha solicitado a compra de 10.000 reais em ações, por exemplo,
poderá levar apenas 8.000 reais.
O custo da operação para o investidor restringe-se ao valor das ações, uma vez que a comissão de corretagem é
paga pela empresa.

Ordem Limitada e Ordem a Mercado


Ao efetuar o cadastro de aquisição das ações, o investidor deverá definir se a ordem será limitada ou a mercado.
• Ordem limitada: o investidor fixa limites de preços, caso o preço de mercado fique acima do preço definido pelo
investidor, ela não será executada

• Ordem a mercado: o investidor aceita pagar o preço definido pelo mercado, qualquer que seja.

Na Oferta Primária a companhia emite novas ações captando recursos junto ao público.
Na Oferta Secundária são distribuídas ações pertencentes a algum acionista, chamado de
acionista vendedor. Não existe geração de caixa para a empresa, uma vez que as ações
simplesmente serão transferidas de um acionista para outro.

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6.5 Definições Gerais

O investidor que detém ações de uma empresa tem dois tipos distintos de remuneração:

1) Ganho (ou perda) de capital decorrente da venda da ação no mercado;

2) Renda decorrente da distribuição do lucro gerado pela empresa e outros proventos:


ƒ Dividendos
ƒ Juros sobre Capital Próprio
ƒ Bonificação
ƒ Subscrição

Vamos conhecer quais são os eventos promovidos por uma ação que geram rendimentos potenciais ao acionista que
as detém.

Dividendos
Quando uma empresa vai bem, ela divide os lucros com quem tem suas ações. Isso são os dividendos. Ou seja, os
dividendos correspondem à parcela de lucro distribuída aos acionistas, na proporção da quantidade de ações detida,
apurado ao fim de cada exercício social. A companhia deve distribuir, no mínimo, 25% de seu lucro líquido ajustado.

Fique Dividendos são ISENTOS do imposto de renda! Tanto


ligado pessoas físicas quanto jurídicas.

Juros sobre Capital Próprio


Parte do lucro que será distribuído aos acionistas pode ser pago sob o título de juro sobre capital próprio.
Nesse caso, a empresa poderá deduzir o valor pago aos acionistas como despesa na base de cálculo para apuração
do imposto de renda a pagar. Sendo assim, o acionista pagará imposto de renda de 15% na fonte.
O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução dos
juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros.

Fique Juro sobre capital próprio – incidência de 15% de imposto de renda, na fonte.
ligado

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Bonificação
O lucro que não é distribuído aos acionistas fica depositado em uma conta de reserva. A empresa pode, se assim
decidir, distribuir gratuitamente ações aos já acionistas, na proporção de ações que o acionista detenha.
Exemplo: um investidor possui 10.000 ações de uma empresa que fará uma bonificação de 10%. Esse investidor
ganhará 1.000 ações (10% da posição que detém).

Subscrição
ƒ Ocorre quando a empresa necessita de recursos para financiar investimentos e decide lançar novas ações no
mercado.
ƒ O acionista tem o direito de subscrever (comprar) ações em quantidade proporcional à já possuída, para manter sua
participação relativa no capital social.
ƒ Para incentivar o investimento adicional nas novas ações a empresa procura estabelecer um preço de emissão
inferior à cotação em bolsa de valores. A título de exemplo apenas, se o valor de mercado da ação for R$ 10, o valor
de subscrição será R$ 8.
ƒ O direito de subscrição pode ser negociado em bolsa no período que antecede o término da operação de aumento
do capital.
Exemplo: um investidor tem 10.000 ações de uma empresa, representando 10% do capital social. A empresa delibera
fazer um aumento de capital de 20%, emitindo 20.000 novas ações. Esse investidor terá o direito (não é obrigado) de
comprar 2.000 ações (10% da nova emissão). Se o investidor não subscrever as 2.000 novas ações, sua participação
acionária fica diluída (cai).

Fique No processo de subscrição a empresa emite novas ações e capta recursos.


ligado O investidor que não exerce seu direito de subscrição terá sua participação acionária diluída.

Ganho de Capital
O ganho de capital é a diferença positiva entre o preço de venda e o preço de compra da ação.

O investidor que adquiriu ações por R$10,00 cada uma e vendeu por R$12,00, realizou um ganho de capital de
R$2,00 por ação, ou seja, 20%. Se esse mesmo investidor vendeu por R$9,00, realizou uma perda de capital de
R$1,00 por ação, ou seja, -10%.

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Split = desdobramento de ações


Ocorre quando a empresa aumenta a quantidade de ações em circulação, sem alterar o Capital Social da Empresa,
reduzindo o valor unitário para aumentar a liquidez da ação no mercado.

Posição atual Posição após Split

Quantidade ações 1.000 10.000

Valor unitário $100 $10


Traduzindo em miúdos...
Posição Patrimonial $100.000 $100.000 Equivale a trocar
uma nota de $100
por 10 notas de $10

Inplit = grupamento de ações


É a redução da quantidade de ações em circulação, sem alterar o Capital Social da Empresa, elevando o valor
unitário da ação.

Posição atual Posição após Inplit

Quantidade ações 10.000 1.000

Valor unitário $10 $100


Traduzindo em miúdos...
Posição Patrimonial $100.000 $100.000 Equivale a trocar
10 notas de $10
por 1 nota de $100

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6.6 Riscos Inerentes ao Produto

Risco de Mercado

O risco de mercado, simplificadamente definido como risco de oscilação de preços, está presente em todos os
investimentos. Entretanto, ele é mais famoso no investimento em ações. A oscilação de preços das ações é
provocado em função de dois riscos: o risco da empresa e o risco de mercado.

6.6.1 Risco da Empresa


Decorrente de notícias relacionadas a uma empresa em particular ou ao setor da economia na qual essa empresa
está inserida, tais como: desempenho do setor ou da companhia, novos produtos, preços internacionais, qualidade de
seu gerenciamento, transparência na relação com investidores, etc.

Esse risco pode ser reduzido mediante a formação de uma carteira composta de diversas ações, de diversos setores
da economia, com baixa correlação entre elas. A estratégia da diversificação é compensar a perda em uma ação com
o ganho de outra.

6.6.2 Risco de Mercado


Decorrente de fatores externos a empresa e está relacionado a mudanças de ordem político-econômicas nacionais ou
internacionais. Caracteriza-se por atingir o conjunto de ações negociadas no mercado em maior ou menor escala.

Esses fatores podem ser positivos contribuindo para a valorização do conjunto das ações cotadas no mercado, o
chamado índice de mercado. Por exemplo: redução na taxa de juros, crescimento econômico, aumento do fluxo de
capital estrangeiro.

Podem ser negativos contribuindo para a desvalorização do conjunto das ações de mercado. Por exemplo: aumento
na taxa de juros, crise econômica no país ou em outros países do mundo, queda no nível de crescimento econômico,
etc.

A diversificação não consegue reduzir o risco de mercado pois afeta o conjunto das ações de mercado. A reversão de
eventuais perdas do investidor só virá quando o mercado voltar à normalidade. Essa recuperação pode demorar a
ocorrer e, por isso, a recomendação é sempre que o horizonte de tempo do investimento em ações seja de longo
prazo.

6.6.3 Risco de Liquidez


Decorre da possibilidade de o investidor não conseguir vender suas ações no mercado. O investidor que quiser evitar
esse risco deve comprar as ações mais negociadas, com maior índice de liquidez.
Outros investidores, mais dispostos a correr o risco de liquidez, compram ações de menor volume de negociação que,
normalmente, oferecem maior retorno exatamente para compensar o risco do investidor.

Fique Risco de crédito não se aplica a ações. Quando adquirimos ações, por menor
ligado que seja nossa participação na empresa, somos acionistas e não credores.

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6.7 Despesas Incorridas na Negociação

6.7.1 Corretagem

ƒ A corretagem é cobrada pela Corretora de Valores que executa a ordem de compra ou venda de ações no
mercado.
ƒ É calculada por faixas, sobre o movimento financeiro total (compras mais vendas) do dia.
ƒ O total da corretagem a ser cobrada será o Valor Fixo mais uma porcentagem sobre o volume negociado.

6.7.2 Custódia

A custódia pode ser entendida como sendo a guarda de títulos e valores mobiliários e do exercício de direitos, que
podem ser bonificações, dividendos ou direitos de subscrição que são distribuídos pela sociedade anônima aos
acionistas.

Esse tipo de serviço prestado aos investidores é efetuado pelas denominadas instituições custodiantes, que poderão
ser os bancos comerciais, múltiplos e de investimento, sociedades corretoras e distribuidoras de valores.

No caso da BOVESPA, este serviço de custódia é


prestado pela CBLC, está lembrado?

6.7.3 Emolumento

É a taxa cobrada pela Bolsa de Valores na negociação de ações, sendo de 0,035% do valor financeiro da operação.

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6.8 Tributação do Ganho de Capital em Ações

6.8.1 Imposto de Renda

Fato Gerador: venda de ações

Alíquota, Base de Cálculo e Responsável pelo Recolhimento


(1) Alíquota de 0,005% sobre o valor da venda, recolhido na fonte (Corretora).
(2) Alíquota de 15% sobre o ganho de capital líquido, recolhido pelo contribuinte (investidor).

A alíquota de 0,005% retida na fonte registra a venda das ações e o eventual ganho de
Fique
capital. Assim, o investidor não deve “se esquecer” de recolher os 15% via DARF. O
ligado
recolhimento deve ser feito até o ultimo dia do mês seguinte ao fato gerador.

Para apurar o ganho de capital líquido, o investidor poderá deduzir:


(a) as despesas de corretagens, emolumentos e custódia.
(b) o imposto de renda de 0,005% retido a título de antecipação.
(c) eventuais perdas ocorridas em período anterior.

Agora uma excelente notícia para o investidor Pessoa Física!


Sempre que o valor da venda for igual ou inferior a R$20.000 para o conjunto de ações
negociadas em cada mês, o ganho de capital ficará isento da incidência do imposto de
renda.
E nesse caso, a alíquota de 0,005% também não será cobrada pois o valor do imposto
seria igual ou inferior a R$1,00.

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Vamos fazer um exemplo numérico para ajudar a fixar o que você acabou de aprender.

Um investidor comprou ações por R$50.000 e vendeu por R$60.000. As despesas com taxas e corretagens somaram
R$500,00. No mês passado ele realizou um prejuízo de R$2.000 na venda de ações.
Vamos ajudar o investidor a apurar o ganho de capital líquido e calcular o valor do imposto de renda que ele próprio
deverá recolher.

Ganho de capital bruto = ($60.000 - $50.000) $10.000,00

Despesas diversas $ 500,00

Compensação de perda de período anterior $ 2.000,00

Ganho de capital líquido $ 7.500,00

Imposto de renda devido (15% x 7.500,00) $ 1.125,00

Imposto de renda retido na fonte (0,005% s/ $60.000) $ 3,00

Imposto de renda a recolher (1.125,00 – 3,00) $ 1.122,00

6.8.2 IOF

Não incide IOF nos investimentos em ações.

Atenção!
Fique
ligado Acabamos de estudar a incidência de imposto de renda sobre GANHO DE CAPITAL.
Lembre-se de que os DIVIDENDOS são isentos do imposto de renda e os JUROS
SOBRE CAPITAL PRÓPRIO tributados na fonte em 15%.

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6.9 Clube de Investimento

Clube de investimento é um condomínio constituído por pessoas físicas que têm como objetivo aplicar recursos
comuns em títulos e valores mobiliários.

Características gerais:

ƒ Para criar um Clube de Investimento é preciso contar com um Administrador que pode ser uma Corretora Membro
da Bovespa, uma Distribuidora de Valores ou um Banco.
ƒ O registro do clube é feito junto à Bovespa que fiscaliza essa indústria em conjunto com a CVM, órgão do governo
que regulamenta todo o mercado de ações no país.
ƒ O Administrador será responsável pelo regulamento do Clube – conjunto de normas e leis que regem o
funcionamento do Clube. O regulamento determinará se a escolha das ações será feito pelo administrador ou pelos
membros do clube.
ƒ O número de participantes deve ser de, no mínimo 3 e, no máximo, 150 pessoas, podendo este número ser
ultrapassado se destinado aos funcionários de uma entidade ou empresa.
ƒ Nenhum cotista pode deter quantidade de cotas superior a 40% das cotas emitidas.
ƒ Deve investir, no mínimo, 51% do patrimônio em ações, bônus de subscrição e/ou debêntures conversíveis de
emissão de companhia aberta, adquiridas em Bolsa de valores ou em mercado de balcão organizado.
ƒ A incidência do imposto de renda sobre os rendimentos proporcionados ao investidor será retido somente no
resgate e aplicar-se-á alíquota de 15% sobre o rendimento total, desde que o Clube de Investimento mantenha, no
mínimo, 67% da carteira em ações.
ƒ À semelhança dos fundos de ações, não incide IOF sobre as aplicações em Clubes de Investimento.

ƒ Mínimo de 3 e máximo de 150 participantes


ƒ Nenhum participante pode deter mais de 40% do patrimônio da carteira
Fique ƒ Mínimo de 51% investido em ações. Os 49% restantes poderão ser investidos, por
ligado exemplo, em títulos de renda fixa.
ƒ Alíquota de imposto de renda de 15% desde que a carteira tenha, no mínimo, 67% em
ações. Quando o percentual mínimo não for observado, segue a regra de tributação dos
demais fundos de investimento.

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6.9.1 Fundo de Ações versus Clube de Investimento: vantagens e desvantagens.

As principais vantagens de um Clube de Investimentos em relação a um Fundo de Investimento em ações são:

ƒ a maior influência dos membros na gestão da carteira;


ƒ maior flexibilidade em ajustar a carteira ao perfil do grupo de investidores (membros);
ƒ taxa de administração mais baixa: estrutura de gestão mais enxuta que de um fundo;
ƒ custos menores: em um clube não há encargos com auditorias, fiscalização da CVM, as correspondências aos
cotistas são em menor número e detalhamento.

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Exercício 8

Assinale se a afirmativa sobre Ações é Falsa ou Verdadeira

AFIRMATIVA F V

1. Ação representa uma fração do capital social de uma empresa. O investidor que adquire
ações é sócio da empresa.

2. A ação preferencial tem direito a voto e a ação ordinária tem preferência na distribuição de
lucros.

3. Dividendos é a distribuição de lucros aos acionistas. Isento de imposto de renda.

4. Juros sobre capital próprio é também uma forma de distribuição de lucros. Isento do IR
como os dividendos.

5. A subscrição é um aumento de capital aprovado por uma Empresa, com o lançamento de


novas ações, para obtenção de recursos.

6. Home broker é um processo que permite a negociação de ações via Internet. Sempre por
intermédio de uma Corretora de Valores.

7. Risco da empresa pode ser reduzido pela diversificação. Risco de mercado não é
diversificável.

8. O imposto de renda é cobrado, na fonte, com alíquota de 0,005% sobre o valor da venda.

9. O contribuinte recolhe 15% de imposto de renda sobre o ganho de capital líquido, via DARF
.

10. As operações com ações pagam IOF caso o prazo da operação seja inferior a 30 dias.

11. As operações com ações são registradas na CBLC.

12. O investidor em ações não está exposto ao risco de crédito

13. O Clube de investimento em ações poderá ser constituído com qualquer número de
participantes.

14. Ao realizar uma oferta pública inicial de ações a empresa poderá ofertar ações no mercado
primário ou secundário.

Gabarito: (1)Verdadeiro; (2)Falso; (3)Verdadeiro; (4)Falso; (5)Verdadeiro; (6)Verdadeiro; (7)Verdadeiro;


(8)Verdadeiro; (9)Verdadeiro; (10)Falso; (11)Verdadeiro; (12)Verdadeiro; (13) Falso; (14) Verdadeiro.

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7. Avalie seu Conhecimento

1. Dois títulos com as mesmas características, emissores diferentes, o título com tendência de
maior retorno será o de
a) maior risco de crédito.
b) maior risco de mercado.
c) menor risco de crédito .
d) menor risco de mercado.

2. Um investidor adquiriu ações por R$ 10 mil e as vendeu por R$ 16 mil. Considerando que os
custos com corretagem e taxas foi igual a zero, a tributação sobre o ganho de capital será de 15 %
a) sobre R$ 6 mil, se pessoa física ou jurídica, recolhido via DARF.
b) sobre R$ 6 mil, se pessoa jurídica, recolhido via DARF.
c) sobre R$ 16 mil, se pessoa jurídica, retido na fonte.
d) sobre R$ 16 mil, se pessoa física ou jurídica, retido na fonte.

3. CDB é um título
a) de renda fixa se a taxa for prefixada e renda variável se a taxa for pós fixada.
b) de renda variável.
c) de renda variável se a taxa for prefixada e renda fixa se a taxa for pós fixada.
d) de renda fixa , visto ter taxa predeterminada.

4. Sobre Clube de Investimento


a) sempre será composto apenas por ações.
b) sempre será tributado sob alíquota de 15 % de IR sobre o rendimento , no resgate.
c) não sofre a incidência de IOF.
d) pode ser constituído com qualquer número de participantes.

5. O prazo máximo de uma Nota Promissória


a) 90 dias.
b) 720 dias.
c) 360 dias.
d) 60 dias.

Gabarito: (1)A; (2)B; (3)D; (4)C; (5)C.

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8. Resumo

Neste módulo você aprendeu que:

ƒ Os títulos de renda fixa se dividem em títulos públicos e privados.

ƒ Os títulos públicos são emitidos pelo Tesouro Nacional e pagam rendimentos de acordo com o tipo: a LTN paga
uma taxa de juros prefixada e a LFT paga a variação da taxa Selic over. As Notas do Tesouro pagam juros
semestralmente e no vencimento, corrigem o capital investido pelo índice de acordo com sua série: NTN-B paga a
variação do IPCA, NTN-C para a variação do IGPM, NTN-D paga a variação da taxa de câmbio e a NTN-F é
prefixada.

ƒ Os títulos privados são emitidos por instituições financeiras: CDB e Letra Hipotecária, e por instituições não
financeiras: debênture e nota promissória.

ƒ Os títulos de renda fixa representam uma dívida do emissor e expõem o investidor ao risco de crédito. No caso dos
títulos emitidos por instituições financeiras o investidor conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos até o
limite estabelecido.

ƒ Os títulos de renda fixa estão expostos também ao risco de mercado que decorre de possível queda no valor do
título frente a um cenário desfavorável. Um título de taxa prefixada, por exemplo, perde valor quando a taxa de juros
sobe. E essa perda será tanto maior quanto maior for o prazo médio do título ou carteira de títulos. O cenário de
elevação na taxa de juros favorece os títulos de taxa pós-fixada.

ƒ Uma ação representa uma fração do capital de uma empresa e ao adquirir ações o investidor se transforma em
acionista da empresa.

ƒ O investidor em ações está exposto a dois riscos principais: o risco da empresa propriamente dito e o risco de
mercado. Somente o primeiro pode ser diversificado.

ƒ O ganho do investidor em ações decorre de diversos eventos: dividendos, juros sobre capital próprio, bonificação e
direito de subscrição de novas ações. Quando vende suas ações no mercado por um preço superior ao de compra, o
investidor realiza o ganho de capital.

ƒ As operações de Renda Fixa estão sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo a alíquota decrescente – de
22,5% a 15%, definida em função do prazo da operação. Operações em Letra Hipotecária são isentas da incidência
do IR para Pessoas Físicas.

ƒ Oferta Pública é a distribuição de títulos e valores mobiliários (ações ou obrigações da empresa – Debêntures,etc.)
ao público investidor. As Ofertas Públicas devem ser registradas na CVM (empresa e emissões), Bovespa e ANBID.
Esta oferta pode ocorrer através da emissão de novas ações (mercado primário) ou através da venda da participação
de alguns acionistas (mercado secundário).

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ƒ O imposto de renda das operações com ações segue os seguintes critérios:


9 Dividendos – isentos de tributação
9 Juros sobre capital próprio – 15% na fonte
9 Ganho de capital: - 0,005% na fonte sobre o valor de venda das ações e 15% recolhido via DARF pelo
próprio investidor
9 Isenção de IR, somente para pessoas físicas, quando o valor da venda, a cada mês, for igual ou inferior a
R$20.000,00.

ƒ As operações de renda fixa estão sujeitas à incidência do IOF quando o prazo entre a aplicação e o resgate for
inferior a 30 dias. Operações com ações são isentas da incidência de IOF.

ƒ Clube de investimento é um condomínio constituído por pessoas físicas que têm como objetivo aplicar recursos
comuns em títulos e valores mobiliários. O número de participantes deve ser de, no mínimo 3 e, no máximo, 150
pessoas, podendo este número ser ultrapassado se destinado aos funcionários de uma entidade ou empresa.

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ANALISE ESTE QUADRO.


Ele contém as informações mais relevantes sobre os produtos de
Renda Fixa que fazem para do programa do seu exame.

TÍTULOS DE RENDA FIXA

Públicos Federais Privados

Nome Emissor Características Nome Emissor Características

Nominativo, transferível por


Rentabilidade diária Bancos
endosso em preto. Registro
Tesouro vinculada à taxa de juros Comerciais,
LFT CDB obrigatório na CETIP.
Nacional básica da economia, a Múltiplos e de
Remuneração pré ou pós-
taxa Selic over. Investimento.
fixada.

Rentabilidade definida Remuneração: : taxa


Instituições
(taxa fixa) no momento prefixada ou pós fixada.
Tesouro Financeiras
LTN da compra. LH Prazo mínimo: 180 dias.
Nacional operadoras do
Negociada por deságio. Lastro em crédito
SFH.
hipotecário.

Rentabilidade vinculada
Remuneração: pré ou pós-
à variação de certo
fixada atrelada à TR, TBF,
índice de correção,
Sociedades TJLP, Índice de Preços,
NTN acrescida de juros
Tesouro anônimas de variação cambial ou CDI (a
Série B, definidos no momento da Debênture
Nacional capital aberto mais usual)
CeD compra.
ou fechado Prazo mínimo 1 ano
Série B – IPCA
(simples) e 3 anos
Série C – IGP-M
(conversível).
Série D - Dólar

Remuneração pré ou pós


Rentabilidade prefixada, Sociedades fixada, atrelada ao CDI.
NTN Tesouro acrescida de juros Nota anônimas de Prazo máximo 180 dias
Série F Nacional definidos no momento da Promissória capital aberto para S.A. de capital fechado
compra. ou fechado. e 360 dias para S.A. de
capital aberto.

Riscos do investidor

De todos os títulos citados, os Títulos Públicos Federais são considerados o melhor risco de crédito do
país. CDB e LH, pelo fato de serem emitidos por Instituição Financeira, contam com a garantia do
De crédito
Fundo Garantidor de Créditos até o limite estabelecido.
As debêntures e as Notas Promissórias não contam com a garantia do FGC.

A probabilidade de ocorrência desse risco é menor quando de trata de títulos públicos federais.
De liquidez Os títulos de prazos mais curtos correm menor risco de liquidez do que aqueles com prazos mais
longos.

Os títulos prefixados estão mais sujeitos a este risco, que decorre de oscilações indesejadas na taxa
De de juros.
mercado Os títulos de remuneração pós-fixada, como as NTN, séries B, C, D correm, também, risco da variação
do índice de correção.

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