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Licenciado para Marciane Maria da Silva Lima, E-mail: mar_ciane@hotmail.

com, CPF: 36717489820


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Importante: O conteúdo deste livro é apenas educativo e informativo. Não se trata de


recomendação, indicação ou aconselhamento de investimento. O conteúdo pode conter erros,
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A958l Ávila, Leandro


Investidor Consciente / Leandro Ávila. –- Fortaleza, 2016.

Biblioteca Nacional - ISBN: 978-85-915672-5-6

1. Educação Financeira 2. Dinheiro 3. Finanças pessoais I. Título.

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Sumário

SUMÁRIO .............................................................................................. 3
O MELHOR INVESTIMENTO ................................................................... 7
RENTÁVEIS, LÍQUIDOS E COM BAIXA SEGURANÇA.............................................. 8
RENTÁVEIS, SEGUROS E COM BAIXA LIQUIDEZ.................................................. 9
SEGUROS, LÍQUIDOS E COM BAIXA RENTABILIDADE ........................................... 9
RELAÇÕES ENTRE RISCO, RENTABILIDADE E LIQUIDEZ ....................................... 10
APRENDER SOBRE CADA INVESTIMENTO ....................................................... 11
SEU PERFIL COMO INVESTIDOR ........................................................... 14
CLASSIFICANDO AS PESSOAS ...................................................................... 14
CONSERVADORES, MODERADOS E ARROJADOS ............................................. 15
COMO ELES AVALIAM SEU PERFIL? .............................................................. 17
CARTEIRA DE INVESTIMENTOS .................................................................... 24
CARTEIRA CONSERVADORA ........................................................................ 25
ULTRACONSERVADORES ............................................................................ 26
CARTEIRA DO MODERADA ......................................................................... 27
CARTEIRA AGRESSIVA ......................................................................... 29
CADA UM INVENTA A SUA CARTEIRA: ........................................................... 30
INFINITOS TONS DE CINZA .......................................................................... 31
CONSERVADORES CONSCIENTES OU IGNORANTES? ......................................... 32
CICLOS DA SUA VIDA FINANCEIRA ....................................................... 34
TOMANDO DECISÕES .......................................................................... 45
COMO TOMAR UMA DECISÃO..................................................................... 47
ETAPAS DE UMA BOA DECISÃO ................................................................... 49
PROBLEMA OU OPORTUNIDADE ................................................................. 50
DIAGNÓSTICO: ........................................................................................ 52
ALTERNATIVAS ........................................................................................ 53

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DECISÃO: ................................................................................................... 55
FERRAMENTAS:............................................................................................ 57
NINGUÉM PODE DECIDIR POR VOCÊ.................................................................. 62
OBJETIVOS PRECISAM DE ESTRATÉGIAS .............................................. 64
QUAL SUA JUSTIFICATIVA? ............................................................................. 66
DEFININDO OBJETIVOS FINANCEIROS ................................................. 70
ORÇAMENTO FAMILIAR PARA INVESTIR MAIS .................................... 75
EMPRESTAR DINHEIRO EM TROCA DE JUROS ...................................... 80
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO .................................................................... 84
NOTA DE RISCO DO BRASIL ............................................................................ 87
TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ................................................................ 88
O SIGNIFICADO DE CADA NOTA ....................................................................... 92
MELHOR RELAÇÃO ENTRE NOTA E RENTABILIDADE............................................... 95
GRAU DE INVESTIMENTO E GRAU DE ESPECULAÇÃO .......................................... 100
AS AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO SÃO CONFIÁVEIS?............................................ 101
COMO CONSULTAR O RATING (NOTAS DE RISCO)............................................... 102
CONSULTANDO OUTRA AGÊNCIA ................................................................... 105
CURIOSIDADE: RISCO DOS PAÍSES .................................................................. 107
COMO LER AS NOTÍCIAS SOBRE NOTAS DE RISCO ............................................... 111
FAZENDO BUSCAS DE PUBLICAÇÕES: ............................................................... 115
FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITOS .................................................. 118
INVESTIMENTOS GARANTIDOS PELO FGC ........................................................ 119
QUANDO O FGC NÃO OFERECE GARANTIAS ..................................................... 121
RISCO DE INVESTIMENTOS GARANTIDOS PELO FGC ........................................... 123
INVESTIR POR CORRETORAS ............................................................. 125
EXTRATOS E COMPROVANTES ....................................................................... 129
EMPRESTAR DINHEIRO PARA O GOVERNO........................................ 132
VANTAGENS DOS TÍTULOS PÚBLICOS............................................................... 138
RISCO DE INVESTIR EM TÍTULOS PÚBLICOS....................................................... 141
É MELHOR EMPRESTAR PARA BANCOS OU GOVERNOS? ...................................... 149

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QUANDO A ECONOMIA VAI MAL, A RENDA FIXA VAI BEM ............................... 150
O COPOM CONTROLA OS JUROS ....................................................... 152
O TRIPÉ ............................................................................................... 155
CONFIANÇA NA EQUIPE ECONÔMICA ......................................................... 158
O QUE ACONTECE NAS REUNIÕES .............................................................. 159
VIÉS DOS JUROS .................................................................................... 162
RELATÓRIO TRIMESTRAL DA INFLAÇÃO ....................................................... 163
POLÍTICA MONETÁRIA ....................................................................... 166
O QUE ACONTECE QUANDO OS JUROS SOBEM ............................................. 168
JUROS SOBEM (↑) PARA A INFLAÇÃO DIMINUIR (↓) .................................... 170
JUROS SUBINDO(↑) REDUZ (↓) DA BALANÇA COMERCIAL ........................... 171
JUROS SUBINDO (↑) AUMENTA (↑) A DÍVIDA PÚBLICA ............................... 172
JUROS SUBINDO (↑) FORÇA A QUEDA (↓) DO PIB ...................................... 172
POLÍTICA FISCAL ................................................................................ 174
INFLAÇÃO ............................................................................................ 175
DÓLAR ................................................................................................ 175
DÍVIDA PÚBLICA .................................................................................... 176
PIB .................................................................................................... 177
POLÍTICA CAMBIAL ............................................................................ 178
REAL DESVALORIZADO (DÓLAR CARO) = INFLAÇÃO SOBE (↑)......................... 180
REAL DESVALORIZADO = ALTA DA BALANÇA COMERCIAL (↑) ........................ 181
REAL DESVALORIZADO (DÓLAR CARO) = PIB SOBE (↑) ................................. 182
TIPOS DE DÓLAR .................................................................................... 183
A INFLAÇÃO É UM CONFISCO.................................................................... 186
CONFISCO PELA INFLAÇÃO ....................................................................... 187
CONFISCO PELO FGTS ............................................................................ 189
CONFISCO PELA RENTABILIDADE DA POUPANÇA ........................................... 189
CONFISCO PELA DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA ..................................... 189
A GRANDE ARMADILHA: .......................................................................... 191
PREJUÍZO BILIONÁRIO ............................................................................. 192
COMO SE PROTEGER DA INFLAÇÃO ................................................... 194
DINHEIRO PERDE VALOR.......................................................................... 194

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COMO PREVER A INFLAÇÃO FUTURA ............................................................... 196
INFLAÇÃO: CADA UM TEM A SUA ................................................................... 198
COMO REDUZIR OS EFEITOS DA INFLAÇÃO NA SUA VIDA ...................................... 202
HIPERINFLAÇÃO ......................................................................................... 208
PRESERVAR O VALOR DO DINHEIRO .................................................. 209
A CONTA ERRADA ....................................................................................... 209

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O melhor investimento

Um bom investimento precisa ser rentável, líquido e seguro. O


problema é que ainda não inventaram um investimento que
atenda estas três características ao mesmo tempo.

Destas três características, você só poderá escolher duas. Para


escolher duas, você terá que deixar uma de fora.

O critério que você utilizará para decidir qual ficará de fora


não depende do investimento, depende de você, depende do seu
plano para o dinheiro que pretende investir.

Por isso, não é nada bom perguntar para os outros qual é o


melhor investimento, pois o melhor investimento para mim pode
não ser o melhor para você.

Podemos dizer que os investimentos se dividem em três tipos:

1) Investimentos que são rentáveis, líquidos e com baixa


segurança (maior risco);

2) Investimentos que são rentáveis, seguros e com baixa


liquidez;

3) Investimentos que são seguros, líquidos e com baixa


rentabilidade.

Como você pode perceber, ainda não inventaram um


investimento que garanta o máximo de rentabilidade, o máximo

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de liquidez e o máximo de segurança contra perdas. Por este
motivo, não existe o melhor investimento do mundo. Se existisse,
já seria de conhecimento de todas as pessoas e todo mundo
faria este mesmo tipo de investimento.

Vou comentar cada uma das três possibilidades que listei


acima.

Rentáveis, líquidos e com baixa segurança


As ações de empresas que você pode comprar na Bolsa de
Valores são um bom exemplo de investimento que pode
oferecer rentabilidade elevada se você souber comprar e
vender no momento certo ou se for capaz de selecionar as
melhores empresas para investir.

A liquidez das ações de grandes empresas costuma ser alta,


ou seja, você pode vender suas ações imediatamente sempre
que desejar.

O problema é a segurança. É preciso contar com possíveis


perdas. Nada garante que você terá ganhos investindo em
ações. O risco de perdas é elevado, já que os preços das ações
mudam a cada segundo, dependendo das leis de oferta e da
procura. Quando você compra ações, os ganhos não são
garantidos.

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Rentáveis, seguros e com baixa liquidez
Os produtos de renda fixa, principalmente os pré-fixados, são
rentáveis, seguros, mas com baixa liquidez. Quando você compra
um título público pré-fixado como Tesouro Prefixado (LTN) ou
Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), fica sabendo
antecipadamente qual será a sua rentabilidade.

Normalmente, as taxas oferecidas são elevadas já que o Brasil


paga um dos maiores juros reais do planeta.

Ao investir nestes títulos públicos, você tem a segurança de


que irá receber os juros prometidos se for capaz de esperar até o
vencimento do título. Não existem surpresas. Por ser um título
garantido pelo Tesouro Nacional (Governo Federal), o risco de
inadimplência é quase zero. O problema é que você será obrigado
a esperar o vencimento do título e isto pode demorar 3 anos ou
mais no caso do Tesouro Prefixado (LTN). Para investimento em
Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), o vencimento pode ser de 4
até 35 anos.

O mesmo acontece com o CDB prefixado. Você tem uma boa


rentabilidade, com segurança de retorno, desde que esteja
disposto a perder a liquidez que é a capacidade de transformar seu
investimento em dinheiro no momento que desejar. Os CDBs
com as melhores taxas costumam ser os que possuem vencimento
mais longo ou que exigem um investimento mínimo maior.

Seguros, líquidos e com baixa rentabilidade


Aqui temos a Poupança, títulos como o Tesouro Selic (LFT),
CDB pós-fixado e LCI e LCA pós-fixadas. Não é possível ter
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rentabilidade negativa nestes investimentos pós-fixados. Por
este motivo, são investimentos que atraem os investidores
mais conservadores.

A rentabilidade não é das maiores. No caso da LCI e LCA,


quanto maior a liquidez, menor tende a ser a remuneração. Já
o título público Tesouro Selic (LFT), por ter maior liquidez e
segurança, é o título vendido pelo Tesouro Direto que rende
menos. A poupança e CDB pós-fixado são mais líquidos e
oferecem baixa rentabilidade.

Relações entre risco, rentabilidade e liquidez


Infelizmente, não existe alta rentabilidade sem riscos já que
a rentabilidade é a remuneração pelo risco que corremos.

Quando você compra um imóvel na planta, os riscos são


muito maiores e, por isso, o retorno do investimento é maior
se comparado ao imóvel pronto para morar.

Quem prefere comprar o imóvel pronto para morar sabe que


está pagando mais caro por correr menos risco com relação ao
atraso na entrega e outros problemas dos imóveis adquiridos
na planta.

O mesmo acontece com quem deseja comprar um imóvel


para alugar. A melhor forma de fazer isso é comprar um bom
terreno para correr os riscos de construir o imóvel que será
locado. O retorno do aluguel será muito maior já que os custos
da construção são menores do que o preço do imóvel pronto.

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A mesma coisa acontece com todos os investimentos. É
importante que você perceba que nem sempre o risco é bem
remunerado.

Nem sempre o investimento em ações será bem remunerado


em relação ao risco. Nem sempre abrir um negócio garantirá boa
remuneração em relação aos riscos.

Nem sempre um imóvel alugado garantirá boa remuneração se


comparado ao risco de ter um estranho dentro do seu imóvel.

O mesmo vale para os investimentos de menor porte.


Normalmente, os bancos médios oferecem taxas de juros
melhores para investimentos em títulos com CDB, LCI e LCA,
mas nem sempre isso acontece. Iremos aprender como fazer este
tipo de avaliação mais à frente.

Aprender sobre cada investimento


O principal objetivo desse livro é permitir que você tome suas
próprias decisões sobre onde investir o seu dinheiro.

Você irá descobrir quais são os seus objetivos financeiros.

Quais são as características de cada investimento que está a


sua disposição no mercado.

O que fazer para ter acesso a estes investimentos.

Como escolher os melhores investimentos com base nos seus


objetivos para o dinheiro que pretende investir, nas características

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de cada investimento e no cenário econômico que estamos
vivendo.

O objetivo é que você tenha autonomia para tomar decisões


sem depender dos outros.

Você precisa aprender a administrar seu dinheiro da mesma


forma que os grandes fundos e gestores de riqueza fazem com
o dinheiro dos outros. Não é difícil. Quem entende do assunto
faz questão de complicar para afastar as pessoas.

O primeiro e mais importante passo é adquirir a consciência


de que não existe investimento perfeito, sem riscos, com alta
rentabilidade e liquidez. Aceite que isso não existe. Dessa
forma, você nunca mais irá perguntar para ninguém onde
investir o seu dinheiro.

Ninguém pode responder onde você deveria investir a não


ser que essa pessoa conheça você profundamente e conheça
seus objetivos.

O segundo passo é conhecer cada opção de investimento


oferecida no mercado. Você será mais livre quando conhecer
as características de cada investimento com seus pontos fortes
e fracos.

Também é importante conhecer o comportamento do


investimento diante das variáveis econômicas (juros, inflação,
PIB etc).

Quase todos os dias recebo mensagens e comentários, aqui


no Clube dos Poupadores, de pessoas que fizeram maus

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negócios depois que seguiram recomendações de gerentes de
bancos, corretores de seguros, vendedores de consórcios,
planos de previdência, corretoras de imóveis etc.

A recomendação que dou é esta:

Não pergunte para o açougueiro se você deveria comer mais


carne. Não pergunte para o dono da vinícola se vinho faz bem
para sua saúde. Não pergunte para o gerente do banco qual banco
oferece os melhores investimentos. Você já sabe a resposta. Você
fez a pergunta certa para a pessoa errada.

O importante é não ter pressa para aprender. O processo de


aprendizagem precisa ser lento e constante para que possa ser
sólido.

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Seu perfil como investidor

Não existe um investimento melhor que o outro. Existem


pessoas diferentes que precisam de investimentos diferentes de
acordo com seu perfil de investidor e seus objetivos. Você sabe
qual é o seu perfil e quais investimentos se adaptam melhor ao
seu perfil?

Respondendo um simples questionário é possível saber se


você tem um perfil conservador, moderado ou agressivo de
investimento.

Antes disso, é importante entender como tudo isso funciona


de verdade. Tenho algumas críticas sobre a maneira como essa
classificação é utilizada.

Classificando as pessoas
Quando um investidor conservador faz investimentos de
risco elevado e experimenta prejuízo, a insatisfação com a
instituição financeira que vendeu o produto é quase certa. No
passado, as instituições não se importavam com o perfil do
investidor. Na ânsia por atingir metas, pouco importava se o
cliente entendia o investimento que estava fazendo e se era
capaz de aceitar os riscos de perda.

Para evitar insatisfações e até processos na justiça destes


clientes, foi necessário criar uma forma de classificar as
pessoas e os investimentos por perfis de exposição ao risco.

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Hoje, sempre antes de fazer seu primeiro investimento através de
bancos e corretoras, você será obrigado a preencher um
formulário que avalia seu perfil.

Esse formulário é chamado de Avaliação de Perfil do


Investidor (API) e deve ser aplicado por determinação da
ANBIMA, que é a Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais.

Essa entidade representa as instituições do mercado de capitais


brasileiro, possui mais de 340 associados, entre bancos
comerciais, bancos múltiplos e bancos de investimento, empresas
de gestão de ativos, corretoras, distribuidoras de valores
mobiliários e gestores de patrimônio. Eles fazem uma
autorregulamentação do mercado.

Conservadores, Moderados e Arrojados


Sempre que você tentar fazer um investimento fora do seu
perfil de investidor, o banco ou a corretora poderão tentar entrar
em contato para questionar se você sabe o que está fazendo. Eles
verificam se o investimento que você pretende fazer é compatível
com o resultado da sua Avaliação de Perfil do Investidor (API).

É claro que as instituições financeiras não podem te impedir


de fazer investimentos fora do seu perfil, mas elas são orientadas
a verificar se você sabe os riscos que está assumindo. Ela pode
solicitar que você aceite um termo atestando que está ciente dos
riscos. Normalmente, eles mostram esse termo no próprio site do
banco ou da corretora antes de concluir o investimento.

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Se você tem um perfil hoje, pode ser que ele mude no
futuro. Para isso, basta investir na sua educação financeira que
a transformação é inevitável. Se você acredita que mudou de
perfil, pode pedir para preencher o formulário novamente,
refazendo sua classificação como investidor. Atualmente, a
classificação prevê três tipos básicos de investidores:

Investidor Conservador: Busca o máximo de segurança,


mesmo que isso signifique menor retorno. Prefere
investimentos de renda fixa e de grande liquidez.

Investidor Moderado: É o meio termo. Investe em renda


fixa e em renda variável, buscando o melhor equilíbrio entre
segurança, liquidez e rentabilidade.

Investidor Agressivo: Busca a maior rentabilidade


possível. Faz gerenciamento de risco e aceita rentabilidades
negativas no curto e no médio prazo para ter um potencial de
retorno superior ao da renda fixa no longo prazo. Prefere
investimentos de renda variável.

Para saber mais sobre essas determinações da ANBIMA,


visite aqui. Para acessar outros documentos do código de
varejo e outras autorregulamentações da Ambima, visite aqui.

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Como eles avaliam seu perfil?
Os questionários de Análise de Perfil de Investidor atribuem
uma quantidade de pontos para cada resposta. Analisei alguns
questionários de bancos e corretoras e fiz as seguintes
considerações:

Idade: Quanto mais velho, mais conservador você deveria ser


segundo os questionários dos bancos. Eles entendem que quando
você é jovem, pode fazer investimentos de maior risco, sem se
preocupar com perdas no curto prazo, esperando uma maior
possibilidade de rentabilidades elevadas no longo prazo. O
problema é que os jovens não possuem muito dinheiro, não

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possuem experiência e nem muito conhecimento para fazer
investimentos de maior risco. Como vivemos no país que paga as
maiores taxas de juros reais do mundo, os jovens também
devem fazer investimentos conservadores com foco no longo
prazo.

Na teoria, um senhor de 70 anos não deveria investir em


ações com foco no longo prazo (10, 20 ou 30 anos). Isso não
significa que um investidor idoso e experiente não possa ter
ações ou fundos imobiliários que paguem bons dividendos. Os
investidores mais ricos do mundo possuem mais de 70. Nada
impede que um idoso aposentado utilize o tempo livre que
possui e uma pequena parte do seu patrimônio (sem
comprometer o principal) para investir em ações com foco no
curto prazo, desde que esteja preparado tecnicamente para
isso. Essa questão da idade é bem relativa, como tudo que
apresentarei aqui.

Grau de Escolaridade: Nos questionários, quem possui


menos escolaridade tende a ser classificado como investidor
conservador, já alguém com ensino superior ou pós-graduado,
tende a ser classificado como investidor agressivo. Eu conheço
diversas pessoas que possuem nível superior e que não
deveriam fazer investimentos destinados ao perfil mais
agressivo. Ter nível superior não significa estar preparado
tecnicamente para tomar decisões de investimento de risco
mais elevado. Também já vi casos de jovens que só
terminaram o ensino médio e que possuem conhecimentos
avançados para investir na bolsa de valores.

Um adulto que só possui o ensino fundamental não deveria


priorizar investimentos financeiros, deveria investir na própria

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educação para concluir o ensino médio. O adulto que só possui o
ensino médio, deveria investir em um curso técnico ou em um
curso superior para conseguir elevar a própria renda. É desse
investimento na sua capacidade de produzir riquezas através do
trabalho, que você irá gerar a renda necessária para poupar e
investir durante a vida.

Quanto você tem para investir: Quem possui pouco


dinheiro, tende a ser mais conservador segundo os questionários.
É fundamental ter reservas para emergências em aplicações
seguras e com boa liquidez. Os investimentos de renda variável
(ações, fundos imobiliários, imóveis para locação) devem ser
feitos por aqueles que já possuem uma boa reserva financeira em
renda fixa.

Quanto mais dinheiro você tem para investir, mais pode


assumir uma posição de investidor agressivo. Quanto menos
dinheiro você tem, mais conservador deveria ser. Isso também
não impede que você faça pequenos investimentos mensais,
regulares, por longos anos, adquirindo ações de boas empresas.
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Seu conhecimento e sua experiência: Se você não tem
conhecimento e não tem experiência, deve se manter no perfil
conservador. Isso é o que os formulários dizem. Para se tornar
mais arrojado ou agressivo, é necessário investir em livros,
cursos e novos conhecimentos. O seu risco é proporcional ao
seu nível de ignorância. Para um piloto com conhecimento
técnico e experiência, pilotar um avião não oferece qualquer
risco. Para alguém que só sabe pilotar bicicletas, aviões são
extremamente arriscados.

Prazo: Quanto mais longo for o prazo que você pode deixar
o dinheiro investido, mais agressivo poderá ser o investimento.
Quanto menor o prazo, mais conservador ele deveria ser.

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Como já falei, não existe nada de errado em fazer investimentos
de longo prazo utilizando investimentos conservadores de renda
fixa, afinal de contas, moramos no Brasil, onde a rentabilidade da
renda fixa é elevadíssima. Mesmo na renda fixa, existem riscos
maiores em investimentos prefixados e indexados à inflação de
longo prazo. Veja no gráfico abaixo o exemplo de um título
prefixado do Tesouro Direto.

Ao comprar esse título Tesouro Prefixado, você tem a certeza


que receberá R$ 1.000,00 na data de vencimento do título. O
problema é que, se você resolver vender o título antes do
vencimento, o preço de mercado do mesmo pode sofrer muitas
variações (acima ou abaixo do esperado).

Veja como isso funciona.

Investir em renda fixa também pode ser arriscado se você não


entender o que está fazendo.

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Na bolsa de valores, a questão é semelhante. O gráfico
abaixo mostra o índice que mede o desempenho da bolsa
brasileira desde 1963 até 2015. É fácil observar que existe uma
tendência de alta no longuíssimo prazo (várias décadas) e
ciclos de altas e de baixas que podem durar vários anos. Por
isso, dizem que o risco de perdas na bolsa no longo prazo é
menor do que o risco de perdas no curto prazo.

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O que pretende fazer com o dinheiro: Se você pretende
comprar um imóvel nos próximos 5 anos, não deveria fazer
investimentos agressivos de renda variável. Já se o seu objetivo é
uma aposentadoria tranquila nos próximos 10, 20 ou 30 anos, não
existe nada de errado em destinar uma parte do valor investido
em renda variável como ações e fundos imobiliários, mesmo
sendo um investidor conservador. Você só não pode investir sem
entender o que está fazendo.

Aceitar perdas: Existem pessoas que perdem o sono quando


os preços das ações estão em queda. Isso, provavelmente, é um
sinal de que você investiu um valor superior ao aceitável para o
seu perfil. O investidor conservador tende a comprar ações
quando os preços estão altos e vender quando os preços estão
baixos. O investidor mais agressivo tende a avaliar se a empresa
em que investiu continua tendo bons fundamentos. Se ele avaliar
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e considerar que no médio ou longo prazo os preços irão se
recuperar, ele tende a comprar ainda mais ações, aproveitando a
queda dos preços. Sua reação diante da perda depende do seu
nível de conhecimento e experiência.

Nível de informação: Se você não acompanha a economia


e o mercado, deveria preferir os investimentos mais
conservadores, principalmente os de renda fixa pós-fixada.
Eles acompanham a taxa básica de juros da economia. Para
investir em renda variável, é importante que você faça um
acompanhamento mínimo da situação econômica e da empresa
que investiu ou pretende investir. Nunca compre ações
seguindo recomendações de analista sem ser capaz de avaliar
essas recomendações. Quanto mais bem informado,
melhores serão suas decisões, menores serão seus riscos.

Carteira de Investimentos
Cada instituição financeira (bancos, corretoras etc) tende a
recomendar uma carteira de investimentos diferente para seus
clientes. Alguns adotam mais classificações de perfil do que
as três tradicionais: conservador, moderado e agressivo. A
corretora XP também adota o perfil "moderado-agressivo",
que seria o meio termo entre um investidor moderado e
agressivo.

Vou comentar as sugestões de carteira que a XP divulga


nessa página aqui para servir como exemplo. Depois vou
mostrar a sugestão de bancos para que você verifique as
diferenças. Vale lembrar que eu não estou recomendando esse
tipo de carteira, apenas preciso de um exemplo para comentar.

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Depois, você verá que não existe uma regra rígida para compor
sua própria carteira.

Carteira conservadora

O gráfico acima mostra como a corretora XP recomenda que


seus investidores com perfil conservador distribuam seu dinheiro
entre diversos tipos de investimento. A leitura do gráfico acima
fica assim: Vamos imaginar que você tem R$ 100 mil na
caderneta de poupança. Eles recomendam que você invista 45%
(ou R$ 45 mil) em renda fixa. Podemos chamar de renda fixa o
CDB e LC pós-fixado e LCI e LCA, Títulos Públicos e
Debêntures.

Eles recomendam 30% (R$ 30 mil) em Fundos de Renda Fixa.


Isso seria a reserva de emergência, já que fundos de renda fixa e

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fundos DI oferecem liquidez diária (você pode sacar seu
dinheiro todos os dias). Quando as taxas de juros estão
elevadas, os fundos de renda fixa superam a Caderneta de
Poupança.

Eles recomendam 10% (R$ 10 mil) para investimento em


fundos multimercado, que são justamente aqueles que
investem parte do dinheiro dos investidores em renda
variável. É um investimento com risco de perdas no curto
prazo (rentabilidade negativa) e possibilidade de ganhos no
longo prazo (não é garantido, é apenas uma possibilidade). O
mesmo vale para a recomendação de investir outros 10% (R$
10 mil) em ações.

Por último, eles sugerem 5% (R$ 5 mil) investido em


Previdência Privada. Escolher um bom plano de previdência
privada não é tarefa fácil, praticamente todos os planos de
previdência oferecidos pelos grandes bancos são muito ruins,
pois as taxas são muito elevadas e a rentabilidade muito baixa.

Ultraconservadores
Grande parte dos investidores brasileiros deveriam ser
classificados como ultraconservadores. São aqueles que
deixam grandes quantias paradas na conta corrente ou em
cadernetas de poupança. A falta de conhecimento e o medo de
investir costumam ser tão grandes que estas pessoas preferem
perder da inflação do que aprender a investir em outras
modalidades da renda fixa. Acredito que o mínimo que todos
deveriam fazer é aprender a investir nas diversas modalidades
de renda fixa que superam a caderneta de poupança e que são
garantidas pelo Fundo Garantidor de Crédito.

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Também é muito importante aprender a investir em títulos
públicos. Nem todo mundo tem recursos suficientes para investir
em fundos de investimento com taxas baixas e rentabilidade
maior. Nem todo mundo tem dinheiro para investir em LCI, LCA
e CDBs, que oferecem taxas maiores (e exigem investimento
mínimo maior).

Carteira do Moderada

Acima, temos a carteira sugerida pela XP para o investidor


classificado como moderado. Observe que o mesmo percentual
destinado para a renda fixa é destinado para o investimento em
ações. Aqui você pode ver a sugestão de investimento em fundos
imobiliários. Você vai perceber que as corretoras tendem a
recomendar mais ações e os bancos tendem a recomendar mais
fundos de ações e fundos multimercado. As instituições tendem a
recomendar os investimentos que geram maiores lucros para elas.

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Na carteira para o investidor Moderado-Agressivo, eles
recomendam alocar 65% do seu patrimônio em renda variável
(ações, fundos imobiliários e fundos multimercado).

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Carteira agressiva

Por fim, o investidor agressivo, segundo a XP, deveria investir


somente 10% do patrimônio que possui em renda fixa.

É fundamental perceber que ser um investidor agressivo é para


quem pode e não para quem quer. A pessoa precisa estar
preparada, precisa ter experiência, precisa ter passado pela fase
do conservadorismo, precisa ter adquirido conhecimento técnico,
precisa gostar de investimentos e precisa ter tempo livre para
continuar estudando e acompanhando o mercado.

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Se o questionário indicar que você tem perfil agressivo, isso
não significa que você já está preparado para ser um investidor
agressivo.

Cada um inventa a sua carteira:


Encontrei no site do Banco Santander a seguinte carteira:

É fácil observar que existem diferenças entre o que eles


recomendam e o que uma corretora como a XP recomenda. Se
você visitar a página sobre investimentos de diversos bancos,
verá que existem muitas diferenças. Cada instituição inventa
sua própria carteira. Logo abaixo, você verá como é a carteira
sugerida pelo Banco Citibank. Observe que eles utilizam uma
forma diferente de apresentar os perfis.

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Infinitos tons de cinza
Outra coisa interessante de observar nessa representação do
Citibank é que existe um degradê entre conservadores e
agressivos. Eles colocaram apenas 5 tons de cinza. Na vida real,
existem infinitos tons de cinza entre o conservador mais extremo
e o agressivo mais extremo. O seu perfil se encontra em algum
ponto entre os dois extremos.

Classificar todos os investidores em apenas 3 categorias é


muito limitado, muito simplista e só funciona na teoria. Na
prática, cada pessoa tem um perfil único e difícil de avaliar.

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Para complicar, o seu perfil não é constante. Você pode
acordar mais conservador ou mais agressivo. Eventos na sua
vida (como o casamento e a chegada de um filho) podem
mudar o seu perfil.

Conservadores conscientes ou ignorantes?


Existe aquele investidor conservador por consciência e
existe o conservador por ignorância. O conservador consciente
sabe o que está fazendo, conhece os produtos financeiros, sabe
que está abrindo mão de uma rentabilidade possivelmente
maior (mas que não é uma certeza) por uma rentabilidade
menor e mais previsível.

O problema está no conservador por ignorância. Se não


fosse esse perfil, os gerentes dos grandes bancos teriam
dificuldades para bater as metas impostas pelas instituições
onde trabalham. Não seria fácil vender tantos títulos de
capitalização, fundos de investimento com taxas
administrativas elevadas e planos de previdência privada de
baixa rentabilidade.

Se não fosse esse conservador por ignorância, não


existiriam centenas de bilhões investidos na Caderneta de
Poupança, perdendo para a inflação.

Não existe nada de errado em ser um investidor


conservador, principalmente com as taxas de juros praticadas
no Brasil. O importante é que você combata sua ignorância
financeira para que se torne um investidor conservador

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consciente ou um investidor moderado ou agressivo consciente.
A ignorância financeira é o maior risco de todos.

Tudo é possível com conhecimento, experiência e controle de


risco. Assista este vídeo:

Faça um teste para descobrir qual é o seu perfil de investidor.


Visite:
http://www.clubedospoupadores.com/perfil-investidor

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Ciclos da sua vida financeira
Você sabe em qual parte do seu ciclo de vida financeira
você se encontra? Sabe quanto precisa poupar durante a fase
produtiva da sua vida para conseguir uma boa aposentadoria
quando não for mais possível trabalhar?

Você não deve desrespeitar as três regras abaixo em


nenhuma das fases que iremos estudar a seguir.

Você não pode gastar tudo que ganha;


Você não pode gastar mais do que ganha;
Você não pode gastar antes de ganhar.

Se você não seguir esses princípios durante sua vida, será


obrigado(a) a sabotar o seu próprio futuro. Não conseguirá as
reservas necessárias para melhorar sua qualidade de vida
futura. Não conseguirá evitar transtornos financeiros diante
dos imprevistos. Não conseguirá se manter, sem depender dos
outros, após sua aposentadoria. Terá que comprometer seu
futuro financeiro fazendo dívidas.

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O economista italiano Franco Modigliani (prêmio Nobel de
economia de 1985) realizou vários trabalhos sobre o ciclo de vida
e criou um gráfico simplificado como este:

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O gráfico do autor supõe que as pessoas possuem 40 anos
de vida produtiva. No gráfico, a pessoa teria uma renda
constante durante os 40 anos. Seu consumo (suas despesas)
deveria ser 20% menor que a renda durante toda a vida. Isso
permitiria acumular um patrimônio suficiente para manter o
mesmo padrão de consumo por mais 15 anos depois da
aposentadoria.

Fiz um gráfico que retrata o que seria uma situação ideal de


quem poupa uma parte do que ganha com o objetivo de atingir
a independência financeira antes dos 65 anos. A linha azul
representa o aumento da renda gerada pelo trabalho com o
passar do tempo. Teoricamente, todos deveriam buscar
aumento de renda no decorrer da carreira profissional. Alguns
profissionais possuem a carreira engessada. Passam décadas
fazendo o mesmo trabalho, recebendo o mesmo salário, sem
crescimento profissional e financeiro.

Vamos supor que este profissional fez investimentos


mensais de uma parte da sua renda. Investiu em renda fixa,
renda variável, imóveis e outras fontes. Teoricamente, quanto
maior o patrimônio acumulado, maior tende a ser a renda
passiva gerada por juros, dividendos, lucros e aluguéis dos
investimentos. Em algum momento, essa renda dos
investimentos ultrapassará a renda do trabalho. Neste ponto, a
pessoa atingiria a independência financeira.

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No gráfico, é possível observar que o ideal seria atingir sua
independência financeira antes da sua aposentadoria, ou seja,
antes do fim do ciclo onde sua principal renda é gerada através
do trabalho.

Pesquisas mostram que 57% dos brasileiros não fazem


nenhuma economia pensando na aposentadoria (leia aqui). A
renda do trabalho destas pessoas irá zerar depois da aposentadoria
(caso a pessoa pare de trabalhar) e será substituída pela renda do
benefício do INSS (caso a pessoa tenha contribuído) que ficará
entre o salário mínimo e o benefício máximo que hoje é pouco
mais de R$ 5 mil.

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Podemos dividir a vida das pessoas em duas grandes fases
(veja o gráfico acima). Na primeira, acumulamos patrimônio
(enriquecemos). Na segunda, consumimos a renda gerada pelo
patrimônio que acumulamos ou consumimos o próprio
patrimônio acumulado.

Na primeira fase, somos jovens, temos tempo, força de


trabalho e nossa renda cresce na mesma medida que ganhamos
novos conhecimentos, mais experiência e juízo. Após a
aposentadoria, provavelmente ainda teremos que trabalhar,
mas iremos desacelerar. A renda do trabalho poderá diminuir
ou até zerar se a renda dos nossos investimentos for suficiente
para garantir essa liberdade financeira.

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No gráfico abaixo, podemos ver a fase do trabalho intenso e
acumulação de capital para a construção de patrimônio. Esse
crescimento pode ser acelerado pelo efeito dos juros compostos
nos investimentos. Depois, temos a aposentadoria e o desfrute do
nosso patrimônio.

Entre o primeiro e o décimo ano na fase de acumulação de


patrimônio você deve buscar conhecimentos sobre como ganhar
mais (valorizar sua hora trabalhada) e como poupar mais.
Nenhum investimento nessa fase inicial será mais importante do
que aquele capaz de ampliar sua capacidade de gerar mais renda
através do trabalho. Se você ganha pouco, procure meios de
ganhar mais. Invista na sua profissão. É importante que você
adquira consciência financeira nessa fase para não desperdiçar
dinheiro e poupar o máximo possível.

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No início, quando você tem pouco dinheiro para investir, as
oportunidades de investimento oferecidas pelo mercado
financeiro são limitadas. Aprender mais sobre como investir em
títulos públicos seria um bom começo. Acompanhe no gráfico:

Na segunda década, ainda na fase de acumulação, você terá


mais recursos e deverá buscar mais conhecimento sobre como
obter taxas de juros melhores. É nessa fase que você poderá
expor uma parte do seu patrimônio em investimentos de maior
risco, de longo prazo e que ofereçam rentabilidades maiores
(ações de boas empresas, fundos imobiliários, imóveis etc).

Quanto mais cedo você conseguir se tornar financeiramente


independente, maior será o tempo que você terá para desfrutar
da liberdade de escolha que isso proporciona.

Com mais independência, você pode optar por um trabalho


menos estressante, pode desacelerar, pode dedicar mais tempo
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para coisas que considera mais importante que o trabalho, pode
iniciar um negócio, pode até mudar de profissão na busca de uma
experiência mais gratificante com o trabalho.

Assista um exemplo de alguém que teve a oportunidade de


desacelerar e pensar na qualidade de vida depois de 30 anos
trabalhando dentro de um escritório.

A grande riqueza da independência financeira não é ter mais


dinheiro, é ter mais liberdade de escolha.

No gráfico abaixo, podemos observar que antes da


aposentadoria, no final da fase de acumulação de patrimônio,
você deve começar a se preocupar com a manutenção das
riquezas que conseguiu construir durante a juventude. Isso
significa reduzir seus investimentos de maior risco e concentrar
em investimentos mais conservadores. É nessa fase que o seu
custo de vida está mais elevado devido a formação de família
(casamento, filhos etc). Você terá mais responsabilidades, custos
mais elevados e não poderá poupar como poupava antes.

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Seu custo de vida tende a cair quando seus filhos
terminarem os estudos e começarem a trabalhar. Tome
cuidado para não cair na armadilha de sustentar filhos adultos
por muito tempo.

Além de prejudicar seu ciclo de vida financeira, você


também estará prejudicando o ciclo dele.

Depois da aposentadoria, a sua renda tenderá a cair. Quando


a pessoa para de trabalhar, a renda originada do trabalho acaba.
Quando ela continua trabalhando na terceira idade, ela tende a
buscar trabalhos mais gratificantes, mesmo que represente
uma remuneração menor.

Algumas pessoas gostam da ideia de deixar heranças para


os filhos. Outras, programam a vida de tal forma que possam

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aproveitar o máximo do que acumularam. Como não sabemos o
dia da nossa morte, é desejável terminar a vida com algum
patrimônio. Pessoalmente, sou contra a ideia do idoso passar por
privações com o objetivo de deixar o máximo de herança para os
filhos.

É responsabilidade de cada filho construir seu próprio ciclo de


vida financeira, a não ser que estes filhos tenham alguma
deficiência.

É importante aproveitar o máximo do patrimônio que você


acumulou enquanto existir lucidez. Quando a lucidez começa a
falhar, é comum os filhos tentarem obter controle sobre o
patrimônio dos pais por meio de ações de interdição judicial.
Com isso, a pessoa deixa de ter poder de decisão sobre o próprio
patrimônio e outras questões da vida.

Não tenho meios de saber qual é o seu ciclo de vida, mas sei
que tenho leitores que estão passando pelas mais diversas etapas.
Cada pessoa tem o seu próprio ciclo, sua própria vida, valores etc.

Os gráficos que mostrei são apenas exemplos. Cada um segue


uma vida diferente do outro. Por isso, o objetivo deste artigo é
motivar você a refletir sobre o seu ciclo. Isso também mostra que
somente você pode tomar decisões sobre seus investimentos, já
que cada pessoa tem uma história e um projeto de vida único.

Nunca pergunte o que você deve fazer com o seu dinheiro para
outra pessoa. Ela não sabe em qual fase da vida você está, não
conhece seu passado, seu presente, seus planos para o futuro e
seus valores.

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É interessante que você tente desenhar o seu ciclo, tente se
localizar dentro de uma jornada que tem início, meio e fim.
Ninguém gosta de pensar no fim, mas, se você parar para
pensar, o fim é a nossa única certeza. Tudo começa traçando
objetivos para sua vida. Todos nós temos alguma ideia de
missão a ser cumprida. Se você não tem, deveria ter.

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Tomando decisões

Muitas pessoas me escrevem diariamente querendo ajuda para


tomar decisões sobre o que deveriam fazer com o dinheiro que
possuem.

Estas pessoas estão fazendo a pergunta errada. Eu não posso


tomar decisões por elas, apenas posso orientar sobre o que
deveriam aprender ou o que deveriam estudar para que possam
tomar decisões sem depender dos outros. Este é o papel de um
educador.

Existem métodos para tomar decisões da forma correta. Você


deveria ter aprendido alguma coisa sobre processo decisório na
escola ou na universidade. Afinal de contas, na nossa vida pessoal
e profissional, estamos sempre tomando decisões. Infelizmente, a
escola nos obriga a decorar muita coisa e esquece de nos preparar
para a vida lá fora. Com isso, a maioria das pessoas tomam
decisões movidas pelas emoções ou sem nenhum critério.

Isso induz a levar uma vida inteira tomando decisões erradas.


Neste contexto, fica fácil colocar a culpa no destino, na falta de
sorte ou em fatores externos. Muitas vezes existe alguém tirando
vantagem das decisões erradas que você toma. Costuma ser a
mesma pessoa que te influenciou, de forma direta ou indireta, a
tomar uma decisão errada.

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Situações assim acontecem por todas as partes. Quando
você vai comprar um imóvel, quando você vai escolher um
presidente da república ou quando vai decidir o que vai
almoçar ou jantar.

No mundo do dinheiro, perguntar para os outros o que você


deveria fazer com o seu dinheiro é um erro gravíssimo.
Quando você transfere para outra pessoa a responsabilidade
por uma decisão, está correndo sérios riscos.

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Como tomar uma decisão

Tomar uma decisão significa fazer uma escolha entre duas ou


mais alternativas e depois se responsabilizar pelas consequências.

Quando você precisa tomar uma decisão, significa que está


diante de um problema ou de uma oportunidade. Problemas
precisam ser resolvidos e oportunidades precisam ser
aproveitadas.

Temos uma enorme tendência a tomar decisões sem pensar,


como se nossa mente preferisse funcionar no piloto automático.
Não é culpa nossa. Nossa cabeça vem de fábrica programada para
trabalhar desta forma. Com base nas nossas experiências
passadas, com base nas histórias que ouvimos, nas opiniões de
amigos, parentes e até de estranhos, tendemos a tomar decisões
sem pensar. Estamos sempre procurando um atalho.

Também queremos evitar a dor do arrependimento. Por este


motivo, tentamos compartilhar a responsabilidade pela decisão
com outras pessoas; assim, podemos culpar estas pessoas quando
as coisas derem errado.

Outro problema de toda decisão é que para cada "sim"


precisamos de vários "nãos". Se existem 10 alternativas para
solucionar um problema, ao escolher uma destas alternativas,
você obrigatoriamente estará negando as outras 9 possibilidades.

Quando você escolhe uma mulher ou um homem para casar,


significa que está dizendo "sim" para uma pessoa e "não" para o

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resto do mundo. Provavelmente, você nunca saberá o que teria
acontecido se a sua escolha tivesse sido outra. Isso representa um
enorme peso na consciência de quem decide. Também vale
para as decisões relacionadas aos investimentos e ao seu
dinheiro.

O importante é aceitar que a vida nada mais é do que uma


sequência de escolhas. A vida que você leva hoje é a
consequência de escolhas passadas e a vida que você levará
amanhã será a consequência das decisões que você irá tomar
hoje.

As piores decisões da vida são aquelas que não são tomadas


quando deveriam. Também é muito ruim quando você toma
uma decisão que não concorda, por ser obrigado a fazer isto.

Dizem que o pior sofrimento vem do arrependimento,


principalmente quando percebemos que deixamos de tomar
decisões que poderiam ter mudado a nossa vida para melhor.

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Etapas de uma boa decisão

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Problema ou Oportunidade
As pessoas só costumam sair da zona de conforto quando
estão diante de um sofrimento, frustração, irritação ou
incômodo. Mesmo assim, não são todas. Muitas conseguem se
adaptar. O ser humano é especialista em se adaptar diante de
situações ruins.

Também existem aquelas pessoas que saem da zona de


conforto quando estão diante de uma oportunidade.
Infelizmente, é a minoria. São pessoas com perfil proativo, que
fazem as coisas acontecerem arquitetando o próprio futuro. Os
problemas são fáceis de perceber, sentimos eles na pele. Já as
oportunidades são difíceis de perceber, exigem olhos treinados
e experientes. Olhos que não estão preparados não conseguem
enxergar oportunidades, mesmo que estejam a um palmo de
distância.

Se já faz muito tempo que você não precisa tomar decisões


importantes na sua vida, pode significar acomodamento.
Também pode significar que você está cego diante de novas
oportunidades. Você pode estar parado no tempo sem
perceber.

A busca continuada faz parte da nossa natureza, a felicidade


humana depende de conquistas contínuas, precisamos evoluir
moralmente, intelectualmente, financeiramente,

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cientificamente, espiritualmente etc. A vida é a busca. Quando a
busca para, a vida para.

Não tome decisões permanentes sobre


emoções passageiras.

Exemplo de problemas:

 Minhas despesas são maiores do que a minha renda.


Vivo endividado;
 No meu atual emprego, ganho muito pouco;
 Não consigo economizar. Não sobra nada no final do
mês;
 Não consigo rentabilizar meus investimentos. Estou
perdendo dinheiro;
 Só sei investir na poupança. Estou perdendo da
inflação;
 Não sei investir. Tenho medo de arriscar em outras
modalidades de investimento;
 Só sei investir em renda fixa. Perco dinheiro por não
saber nada sobre renda variável;
 Não tenho tempo para cuidar do meu dinheiro. Perco
dinheiro seguindo a opinião dos outros;
 Gostaria de empreender, mas não sei por onde
começar.

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Diagnóstico:
Depois de perceber a existência de problemas
ou oportunidades, é necessário entender o que está
acontecendo. Na fase de diagnóstico, você vai buscar
informações para ter uma visão clara da realidade. Precisamos
saber onde estamos para que possamos traçar onde queremos
chegar. Precisamos identificar as causas da situação que
vivemos e quais são suas consequências no presente e no
futuro. Também é necessário determinar prioridades, somente
assim podemos encontrar as alternativas.

Exemplos de diagnósticos:

Problema: Por que minhas despesas são maiores que


minhas receitas?

Diagnósticos possíveis:

1. Não tenho um planejamento ou um orçamento familiar


para seguir;
2. Não anoto minhas despesas e, por isso, não sei para
onde vai meu dinheiro;
3. Não controlo os pagamentos, por isso sempre atraso e
pago juros e multas;
4. Não controlo meus impulsos, compro sem pensar
quando estou feliz ou quando estou triste;
5. Tento levar uma vida mais cara do que o meu salário é
capaz de pagar;
6. Tenho muitas dívidas e a maior parte do que ganho é
para pagar juros e prestações;

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7. Não faço absolutamente nada para ser promovido ou
para conquistar um emprego com salário maior;
8. Não invisto na minha carreira profissional;
9. Não sei nada sobre matemática financeira, não sei fazer
contas de juros e, assim, tomo decisões erradas;
10. Não sei nada sobre educação financeira e
investimentos;
11. Dou mais importância para o presente e pouco me
importo com o futuro.

Alternativas
Nesta fase, você precisa buscar alternativas para solucionar o
problema ou para conseguir aproveitar a oportunidade. Você deve
relacionar todos os pontos fortes e fracos, vantagens e
desvantagens de cada alternativa. Todos os problemas
relacionados com a falta de educação financeira se resolvem
investindo tempo na sua própria educação
financeira. Normalmente, as pessoas que enfrentam problemas na
área financeira se dividem em quatro grandes grupos:

1. Endividadas: Gastam mais do que ganham.


Colecionam dívidas;
2. Paradas: Gastam tudo que ganham. Não poupam
nada;
3. Poupando: Gastam menos do que ganham. Deixam
dinheiro na conta corrente, no bolso ou rendendo
pouco na poupança;
4. Investindo errado: Perdem dinheiro por não saberem
investir ou por tomarem decisões erradas de
investimento.

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Identifique em qual nível você se encontra e busque meios
de aprender mais. A solução dos problemas e a abertura de um
universo de oportunidades dependem da sua educação.
Leia artigos sobre educação financeira, leia livros sobre
educação financeira, procure aprender como mudar seus
hábitos e aprenda mais sobre investimentos financeiros.
Existem cursos presenciais e cursos online para aqueles que
não tem disciplina para aprender por meio da leitura.

Depois que você estiver bem informado, é necessário agir


e ter suas próprias experiências. Muitos param na teoria e não
percebem que precisam experimentar, colocar em prática, aos
poucos, para que possam ganhar experiência. Intuição é a
experiência em ação. Sem experiências, suas grandes decisões
serão tomadas com insegurança e medo. Tudo depende do que
você precisa saber ou o que você precisa fazer para ter sucesso.

Podemos escolher o que plantar mas


somos obrigados a colher o que semeamos

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Decisão:
Nesta etapa, você vai comparar todos os pontos fortes e fracos
de cada alternativa. Lembre-se que toda decisão possui
consequências positivas e negativas. As pessoas fazem escolhas
diferentes, pois cada pessoa atribui pesos diferentes para cada
característica daquilo que avalia. Cuidado com aqueles que
trabalham para influenciar suas decisões. Nem sempre eles estão
pensando nos seus resultados.

Existem três ambientes onde precisamos tomar decisões:


Ambiente de Certeza: Situação onde temos acesso a todas as
informações e conhecimentos necessários para tomar a melhor
decisão entre as alternativas que estamos avaliando. Exemplo:
Existe uma certeza de que o investimento em educação, seja na
área financeira ou em qualquer área, melhora a qualidade de vida
das pessoas. Todo tempo ou dinheiro que você investir no seu
desenvolvimento pessoal sempre trará bons frutos e projetará um
futuro melhor.

Ambiente de Risco: Situação onde não é possível prever as


consequências associadas a cada alternativa, mas existem
informações para que possamos considerar as probabilidades, ou
seja, a maior ou menor chance de as coisas acontecerem conforme
previsto. Exemplo: Quando a economia passa por um ciclo de alta
nas taxas de juros, existe uma probabilidade maior de ganhos na
renda fixa e de perdas na renda variável.

Ambiente de Incertezas: Situação na qual a informação sobre


as alternativas e suas consequências é incompleta ou imprecisa.

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As decisões neste ambiente são praticamente chutes, apostas
ou especulações. Exemplo: Comprar um imóvel financiado
para pagar em 35 anos movido pela fé de que nas próximas
três décadas a situação econômica e política do país sejam
favoráveis e que você terá uma situação financeira estável até
a quitação total da dívida.

Tomar decisões é difícil, pois existem muitas limitações:

1. Não podemos prever o futuro. O futuro é composto por


infinitas possibilidades;
2. Na maioria das vezes, não temos experiência ou
conhecimento para avaliar riscos e prever as
consequências das nossas decisões;
3. Em muitos casos, é difícil ou até impossível reverter
uma decisão errada;
4. Emoções e decisões não combinam. Corremos riscos
de tomar decisões erradas quando estamos sob a
influência da tristeza, raiva, euforia, felicidade,
ganância, inveja, medo, soberba etc.
5. Não temos todo o tempo do mundo para tomar
decisões;
6. Não temos todas as informações do mundo para tomar
uma boa decisão;
7. Não gostamos de assumir responsabilidades, pois
temos medo da decepção e do arrependimento;
8. Não sabemos avaliar os custos ou os lucros de uma
decisão.

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Ferramentas:
Existem muitas ferramentas que podemos importar do mundo
corporativo para a nossa vida pessoal. Elas não garantem que
você tomará a decisão correta, mas permite que você saiba o
porquê da decisão que tomou. Se fosse aprofundar sobre cada
ferramenta, seria necessário escrever um novo livro sobre o tema
e não um simples capítulo. Por isso, vou apenas listar algumas
ferramentas para que você possa pesquisar.

Matemática Financeira: Existem decisões que são


puramente matemáticas e, se existe uma área da matemática que
você deveria rever nos seus livros do ensino médio, é a
matemática financeira. Faça uma revisão sobre os seguintes
temas: Ponto de Equilíbrio, Valor Presente, Valor Futuro, Fluxo
de Caixa, Cálculos com Porcentagens, Juros Compostos, Juros
Simples, Conversão de Taxas, Taxa Nominal e Efetiva. Tudo isso
pode parecer chato, só que mais chato ainda é passar a vida toda
sendo enganado por aqueles que sabem fazer estas contas melhor
do que você.

Análise de prós e contras: No papel, você vai listar todas as


vantagens e desvantagens de cada alternativa com base no seu
conhecimento, na opinião de terceiros e pesquisas que possam ser
feitas na internet. Quanto maior a variedade de fontes, melhor.
Também é possível fazer isto utilizando a Análise de Swot. Basta
criar um quadro com quatro caixas: Forças são os pontos fortes
da alternativa. Franquezas são os pontos fracos ou pontos
negativos da alternativa. As oportunidades se referem a influência
do ambiente que pode estar gerando uma boa oportunidade. As

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ameaças se referem aos riscos externos com relação a uma
alternativa.

Ponderação de critérios e pesos: Essa ferramenta aqui é


importante quando a decisão não depende dos números, mas
de valores pessoais. Podemos atribuir pesos para questões
subjetivas. Cada pessoa valoriza determinadas características
ou critérios de uma forma diferente da outra. É por isso que
não existe um investimento perfeito.

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Vamos imaginar que você precise comprar um imóvel. Vamos
imaginar que você considere três critérios importantes: Preço,
Área útil e Localização.

Os dois primeiros podem ser medidos numericamente:

Você terá dificuldade para avaliar a localização, pois uma boa


localização depende de segurança, vizinhança, comércio,
paisagem e transporte. Para escolher o melhor imóvel, será
necessário usar o método de ponderação por pesos.

Cada pessoa dá peso diferente para cada critério. Uns acham a


segurança mais importante do que a existência de comércios
próximos e outras podem dar um peso maior para a facilidade de
transporte em relação a paisagem do local.

No quadro abaixo, temos um exemplo de tabela que você pode


criar com uma escala de pontos para cada critério.

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Exemplo: Se você considerar que a segurança do primeiro
imóvel é ótima, a nota para o critério segurança deste imóvel será
5. É claro que aqui temos somente alguns critérios. Cada pessoa
pode considerar critérios diferentes. Exemplo: proximidade do
imóvel em relação ao seu emprego, existência de vaga na
garagem, andar onde o imóvel se localiza e assim por diante.
Veja uma tabela de pontos onde você vai transformar
julgamentos subjetivos como ótimo, muito bom, bom, regular
e aceitável em números ou notas.

Agora, você precisa atribuir um peso para cada critério, pois


para cada pessoa um critério pode ser mais importante que
outro. Veja o exemplo: Para esta pessoa, a segurança tem peso
5 e a paisagem tem peso 3. Se a paisagem for ótima, a nota
será 5 e esta nota será multiplicada pelo peso que no quadro
abaixo podemos ver que é 3. Assim, a nota total para a
paisagem seria 15 (5 x 3). Já se a segurança for ótima, a nota
será 5, que multiplicada pelo peso 5 resultará em uma nota 25
(5x5).

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Agora, você vai multiplicar a nota que deu para cada critério
de cada imóvel pelo peso de cada critério.

Vai encontrar a pontuação final para cada imóvel

Depois disso, você já sabe qual é o imóvel com melhor e pior


localização com base em critérios e no peso (importância) que
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você determinou. Observe que cada pessoa poda chegar a
conclusões diferentes.

Ninguém pode decidir por você

Espero que você tenha percebido que tomar decisões não é


simples. Não existe fórmula mágica. Existem muitas formas e
ferramentas que podem ajudar no processo de decisão, mas
nenhuma é perfeita e os resultados não servem para todos.

Todas elas, de alguma forma, levam em consideração


fatores pessoais. Por isso, uma decisão boa para uma
determinada pessoa pode ser uma péssima decisão se for
tomada por outra pessoa. Também vale quando estamos diante
de decisões sobre investimentos ou decisões pessoais,
profissionais etc.

Eu não conheço sua história de vida, não sei qual bagagem


de experiências e conhecimentos você carrega, desconheço
suas habilidades, qualidades e defeitos. Não sei em qual

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realidade de vida, em qual cenário de oportunidades e ameaças
você está inserido(a).

Somente você conhece você mesmo, somente você conhece a


sua realidade. Se você acredita que ainda não se conhece, então
este autoconhecimento deve ser o princípio de tudo.

Infelizmente, não existem atalhos, não existem gurus. Quanto


mais estudo, mais percebo que ainda sei pouco. Quanto mais
aprendo, mais tenho a certeza que a única coisa que posso fazer é
te estimular a aprender também, para que você possa desenvolver
sua autocrítica, para que você tenha mais autonomia, mais
liberdade sobre as decisões da sua vida, mais certezas e menos
dúvidas.

Para terminar, um vídeo do Prof. Clóvis sobre os gurus e a


felicidade. Assista clicando aqui.

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Objetivos precisam de estratégias

Se você já traçou objetivos a serem atingidos na sua vida,


falta agora definir as estratégias. De nada adianta ter um
objetivo para este ano ou para as próximas décadas se você não
dedica tempo e energia para traçar a estratégia que utilizará
para atingir seus objetivos.

É por isso que os anos passam e você não consegue atingir


todos os objetivos que traçou.

A palavra "estratégia" vem do grego e está relacionada com


a guerra. Viver não deixa de ser uma longa batalha, onde seu
principal inimigo é você mesmo (embora você tente encontrar
inimigos nos outros). Veremos, mais à frente, que grande parte
dos inimigos que te impedem de atingir seus objetivos estão
dentro de você. A luta é entre você e você mesmo.

Uma definição de estratégia que gosto muito:

Estratégia é a arte de aplicar com


eficácia os recursos de que se dispõe ou de
explorar as condições favoráveis de que
porventura se desfrute, visando o alcance
de determinados objetivos.

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Você possui uma estratégia (um plano) para aproveitar as
oportunidades e os recursos que você possui (seu dinheiro, seu
conhecimento, sua força de trabalho, seu tempo etc) para atingir
os objetivos que você escolheu para sua vida?

Se você ainda não definiu objetivos para sua vida, comece


agora. Defina seus objetivos. Se você já tem objetivos, comece a
pensar nas estratégias. Se você já tem estratégias, avalie os
resultados e, se for o caso, mude suas táticas.

Normalmente, as pessoas se preocupam mais em aprender


táticas sem terem uma estratégia definida. A pessoa que pretende
aprender como obter uma rentabilidade maior nos investimentos
está preocupada com táticas e nem sempre possui uma estratégia
para sua vida. Muitos leitores do Clube dos Poupadores se
preocupam muito com táticas e esquecem-se do plano, ou seja,
esquecem-se de elaborar uma estratégia.

Tática é a habilidade de fazer enquanto a estratégia é planejar o


que deve ser feito para atingir seus objetivos.

A felicidade é um objetivo na vida de todos nós. O que você


acredita que fará você feliz é o que te difere de mim e de todos os
outros.

O que fazemos para buscar o que nos trará felicidade também


nos difere e, por isso, temos uma enorme diversidade de caminhos
para escolher e seguir.

Assista este vídeo rápido do Prof. Heni Ozi Cukier (ESPM e


FGV).

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Qual sua justificativa?
Se você não conseguiu atingir seus objetivos no ano
passado, é provável que você tenha algumas histórias para
justificar o seu insucesso.

Como disse anteriormente, o nosso maior inimigo é interno


e não externo. Nossas estratégias (nosso plano de guerra)
precisam combater nossos pontos fracos, vícios e maus hábitos
para que possamos atingir nossos objetivos de agora em
diante.

“Se você conhece o inimigo e conhece a


si mesmo, não precisa temer o resultado de
cem batalhas. Se você se conhece, mas não
conhece o inimigo, para cada vitória
ganha, sofrerá também uma derrota. Se
você não conhece nem o inimigo nem a si
mesmo, perderá todas as batalhas.” Sun
Tzu

Essa afirmação vale para todas as áreas da nossa vida e não


apenas para sua vida financeira. Tudo está conectado. Na
verdade, os nossos vícios e hábitos que interferem na nossa
estagnação profissional e financeira são os mesmos que nos
impedem de manter uma vida mais saudável e de manter boas
relações com as pessoas que nos cercam.

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Usamos histórias que justificam, de forma inconsciente, para
perpetuar resultados que não gostaríamos de manter na nossa
vida. Esta forma de agir é que nos afasta das nossas estratégias
para atingir nossos objetivos.

Isso significa que, se não combater seus pontos fracos, não


conseguirá colocar a estratégia em prática.

Felizmente, ter consciência das suas fraquezas e refletir sobre


elas já será grande parte da solução do seu problema. A sua reação
é automática quando está consciente. Sem a conscientização, toda
tentativa de mudança é inútil e insustentável.

Preparei uma lista de sugestões para que você comece a traçar


seus planos para o ano.

1) Defina objetivos de curto, médio e longo prazo. Curto (1


ano), Médio (5 anos), Longo (10 anos). Estes prazos são
apenas uma sugestão. Nosso cérebro só funciona com
objetivos claros.
2) Se você não tem um objetivo, você não sabe para onde ir,
não sabe que caminhos seguir, não consegue enxergar as
oportunidades que aparecem a todo o momento.
3) Reflita sobre o que você precisa fazer agora para atingir
estes objetivos no futuro. Você precisa elaborar um plano
de ação e isso vai exigir tempo. Não se prepara um plano
em alguns minutos e nem do dia para a noite. Um plano é
uma coisa que você precisa elaborar com paciência e muita
reflexão. Materialize este plano tirando ele da sua cabeça
e colocando no papel ou no seu computador. Seu cérebro
precisa de números, datas, prazos e dados concretos.

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Descreva claramente onde você se encontra, para onde
pretende ir e o que falta (novos conhecimentos, decisões,
atitudes, recursos etc) para atingir seus objetivos.
4) Aprenda mais. Esteja aberto para aprender mais. Invista
mais tempo estudando (estudar não é chato, mude primeiro
este conceito limitador). Se duas pessoas estiverem diante
de uma oportunidade, só aquela que teve mais acesso à
educação terá capacidade de enxergar e aproveitar esta
oportunidade, mesmo que esteja diante dos olhos. Aprenda
mais sobre aquilo que você sabe pouco. Não preciso dizer
o que você precisa aprender. Você já sabe quais são suas
dificuldades e limitações. Você sabe o que deveria
aprender para melhorar diversos aspectos da sua vida
profissional, financeira e até emocional. As livrarias estão
repletas de livros que custam valores insignificantes.
Muitos autores gastam uma vida inteira estudando um
assunto para disponibilizar tudo que aprenderam de forma
didática a troco de algumas dezenas de reais.
Normalmente, as pessoas gastam mais dinheiro com
bebidas alcoólicas durante a vida do que com livros e
cursos. Geralmente, as pessoas reclamam mais dos preços
dos livros do que do preço das bebidas alcoólicas. Não
existe nada que justifique viver na ignorância nos dias de
hoje.
5) Duvide das suas certezas. Você tem uma opinião formada
sobre tudo? Você pode ter um problema. Duvide um pouco
de você mesmo e esteja mais aberto para aprender mais e
mudar de opiniões. Muitas vezes, acumulamos crenças
limitadoras sobre diversos assuntos, principalmente na
área financeira e profissional.
6) Acompanhe mais o noticiário econômico e político.
Acompanhar notícias sobre esporte, novela, filmes,

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celebridades, é um entretenimento como qualquer um, só
que muitas vezes consome todo tempo que você poderia
utilizar para saber mais sobre a realidade econômica e
política que estão interferindo na sua vida.
7) Para ter resultados diferentes no futuro você precisa
fazer alguma coisa diferente agora. Fazer o mesmo, como
sempre foi feito, te levará para os mesmos resultados. Se
você deve, quite suas dívidas. Se você não poupa, comece
a poupar. Se você poupa, comece a investir. Se você
investe, comece a diversificar e quem sabe empreender no
seu próprio negócio. Não importa em que degrau você se
encontra, sempre existem mais degraus para subir até
atingir sua autorrealização.

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Definindo objetivos financeiros

Muitos definem seus objetivos mentalmente, outros


colocam em uma folha de papel. O ideal seria colocar esses
objetivos em uma planilha.

Se você não tem um software de planilha como o Excel no


seu computador, utilize o software de planilha gratuita do
Google (neste endereço aqui). Também existe o Excel Online
que é gratuito e pode ser acessado aqui. Você só precisa ter um
cadastro no Google (que é gratuito) ou um cadastro na
Microsoft (que também é gratuito) para usar esses serviços
online.

Criei uma planilha Excel com um exemplo de tabela que


você pode utilizar para definir seus objetivos financeiros. Você
vai informar:

1) Seu objetivo que será um valor em R$ (O que?);


2) Em quanto tempo pretende atingir esse objetivo
(Quando?);
3) Qual a taxa de juros do investimento compatível com seu
objetivo (Como?).

A planilha informará quanto você precisa poupar todos os


meses para atingir esse objetivo. Ao preencher a planilha com
todos os objetivos, você provavelmente irá perceber que seus
objetivos financeiros são maiores do que sua capacidade de
poupar.

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Vamos utilizar um exemplo:

Iremos imaginar que você tem apenas quatro objetivos neste


momento.

1. Comprar um apartamento de R$ 400 mil nos próximos 120


meses.
2. Atingir usa aposentadoria com R$ 1 milhão de reais em
investimentos nos próximos 360 meses.
3. Comprar um carro no valor de R$ 70 mil nos próximos 60
meses.
4. Fazer uma viagem no valor de R$ 5 mil nos próximos 12
meses.

Agora, vamos adicionar esses dados na planilha chamada


“Planilha_Livro_CP_Quanto_Investir.xlsx” que acompanha esse
livro.

A planilha preenchida ficará assim:

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Vamos imaginar que você conseguiu taxas de juros de 14%
ao ano para investimentos entre 120 e 360 meses (longo
prazo). Para o investimento de 60 meses, você conseguiu 12%
(médio prazo) e, para 12 meses, você conseguiu 9% (curto
prazo).

Mais à frente, iremos falar sobre cada investimento e você


verá que existem taxas diferentes dependendo do prazo e do
montante que você pretende investir.
No nosso exemplo, seria necessário poupar e investir R$
3.113,64 por mês para atingir seus objetivos dentro dos prazos
e taxas informadas.

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Agora, vamos imaginar que você não tem condições de poupar
toda essa quantia mensalmente. O que fazer?

1. Iniciar ações para aumentar sua renda. Ganhando mais,


você poderá poupar mais.
2. Iniciar ações para poupar mais. É possível que você esteja
desperdiçando dinheiro por falta de controle. Veremos
mais à frente como é possível elaborar um orçamento
familiar. O objetivo do orçamento será aumentar a
quantidade de dinheiro disponível para investir
mensalmente.
3. Avaliar se o valor que você precisa para atingir seus
objetivos deve ser revisado. Talvez você não tenha renda
suficiente para possuir um carro de R$ 70 mil. Você pode
avaliar a possibilidade de comprar um carro de menor
valor.
4. Avaliar a possibilidade de cortar objetivos não prioritários.
Talvez a viagem não seja tão importante em relação aos
outros objetivos. Determine suas prioridades.
5. Avaliar se os prazos não poderiam ser maiores. Quando
você aumenta o prazo para atingir seus objetivos, o valor
investido mensalmente cai drasticamente.
6. Avaliar se existem investimentos que oferecem taxas de
juros maiores para o prazo e a quantia investida. Você não
vai conseguir bons resultados se investir seu dinheiro na
Caderneta de Poupança ou em qualquer aplicação incapaz
de manter o valor do dinheiro no tempo, ou seja, que
ofereça uma rentabilidade acima da inflação.
O mais importante na definição dos objetivos é fazer você
perceber na prática que precisa aumentar sua renda, precisa
economizar mais e precisa escolher quais são suas prioridades.

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De nada adianta ganhar, de nada adianta saber investir se
você não for capaz de economizar e poupar uma parte da sua
renda para investir. Isso pode ser feito elaborando um
orçamento familiar.

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Orçamento Familiar para Investir mais

Você enfrenta dificuldades para gastar só aquilo que você


ganha? Você já consegue poupar um pouco todos os meses, mas
acredita que poderia economizar mais se tivesse um controle
maior sobre suas despesas?

A planilha de orçamento que acompanha esse livro vai te


ajudar a panejar quanto você pretende gastar todos os meses com
lazer, educação, transporte, habitação etc. Você vai determinar
um orçamento para cada área da sua vida e depois vai verificar se
atingiu sua meta.

A planilha vai comparar o que você orçou (planejou) e o que


você realmente gastou. Vai exibir a diferença entre suas projeções
e a realidade através de números e gráficos.

Com isso, você poderá prever todas as receitas que você terá
durante o ano e planejar a maneira como você gasta seu dinheiro.
Além de te ajudar a atingir o maior objetivo que é só gastar
aquilo que você ganha, a planilha também ajuda a fazer escolhas
inteligentes. Ela ajuda a aumentar seu nível de consciência sobre
seus gastos e, por consequência, aumentar aquela parcela que
você irá poupar para construir o seu patrimônio.

Se necessário, os exageros do mês anterior podem ser


compensados economizando no mês seguinte. Tudo fica mais
fácil quando você pode visualizar o que está acontecendo através
da planilha.

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Passo 1: Edite as categorias e subcategorias livremente.
Todas as categorias de renda, poupança e despesas, podem ter
seus nomes modificados. As que existem na planilha são
apenas sugestões.

Passo 2: Opcionalmente, você pode preencher o campo


"Fundo de Emergência" que seria aquele dinheiro que você
possui na sua conta ou na poupança que serve para te socorrer
caso suas despesas sejam maiores do que suas receitas em um
determinado mês. Se você não possui um fundo de emergência
e já está no vermelho (saldo negativo usando cheque especial),
pode colocar um valor negativo neste campo.

Passo 3: Crie seu orçamento. Preencha todos os campos de


orçamento (das colunas: Orçado) com a previsão de quanto
você pretende gastar naquele mês e nos meses seguintes com
relação a cada categoria. É muito importante que você
estabeleça valores compatíveis com a sua realidade. Se você
sabe que todos os meses gasta R$ 300,00 de energia, não
adianta estabelecer com orçamento R$ 100,00. Fracassar será
desestimulante. Se você gasta R$ 300,00 de energia, pode
começar o mês orçando R$ 280,00. Se conseguir economizar
mais do que isso, parabéns! Metas possíveis de serem
cumpridas são mais estimulantes. Reduza o orçamento do mês
seguinte para R$ 270,00. Caso tenha conseguido atingir o que
foi orçado no mês anterior com facilidade, modifique o
orçamento do próximo mês. Isso vale para todas as despesas
que você pode reduzir cortando desperdícios ou fazendo uso
mais inteligente.

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Uma boa forma de estabelecer um valor no campo "orçado"
seria descobrir qual foi sua média de gastos naquele item nos
últimos 3 meses. Exemplo: Descubra quanto você gastou com
alimentação comprada no supermercado nos últimos 3 meses,
some e divida o valor por 3. Você encontrará um valor médio que
pode ser usado como base para estabelecer um objetivo igual ao
da média ou até menor caso você acredite que é possível
economizar alguma coisa nas compras do supermercado.

É importante que você termine o mês gastando só aquilo que


você planejou (orçou). Se você gastar mais do que o orçado,
terminará um mês com um déficit e não terá cumprido com o que
foi planejado. Se sobrou algum dinheiro, use essa sobra na
categoria "Poupança" de tal forma que o seu resultado final entre
as entradas e saídas de dinheiro fiquem iguais a zero.

Desta forma, o campo "Entradas - Saídas=" deve ter uma


variação zero. Se sobrou dinheiro use nos campos de poupança
ou reduza suas dívidas. Para cobrir resultados negativos, você terá
que cortar despesas ou aumentar sua renda.
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Você é livre para editar todos os campos e fórmulas desta
planilha. Não existe nenhum tipo de bloqueio. Ela é apenas um
exemplo, um modelo que você pode utilizar como base para
criar a sua própria planilha. Se você não tem conhecimentos
sobre como usar planilhas, como editar e utilizar o Excel, eu
recomendo que você pense na possibilidade de fazer um curso
sobre Excel. Existem vários sites que oferecem cursos e
costumam ser muito baratos (como esse exemplo
aqui). Planilhas de Excel serão importantes por toda sua vida,
principalmente se você aprender a criar as suas próprias.

Cada pessoa possui necessidades diferentes e seria


impossível modificar a planilha para atender a necessidades
específicas de cada leitor

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A planilha acompanha esse livro e se chama
“CP_Planilha_Orcamento_Familiar_Anual.xls”

“A melhor maneira de prever o futuro é


construí-lo” (Peter Druker)

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Emprestar dinheiro em troca de juros
Governo, empresas e bancos, nunca possuem dinheiro
sobrando. Por isso, eles precisam do dinheiro da sociedade
para poderem investir, crescer e manter suas atividades. Você
pode se tornar credor destes agentes emprestando seu dinheiro
em troca de juros.

Você pode emprestar dinheiro para o governo comprando


títulos públicos. Pode emprestar dinheiro para as empresas
comprando debêntures ou, se preferir, pode se tornar sócio
delas comprando suas ações na bolsa de valores.

Você também pode emprestar dinheiro para os bancos


através dos diversos títulos privados que existem como CDB,
LCA, LCI ou mesmo depositando dinheiro na conta corrente
(sem nenhuma remuneração) ou na caderneta de poupança.

O Governo usa o dinheiro que você empresta para fazer


aquilo que deveria ser feito com o dinheiro que eles nos tomam
todos os meses através dos impostos. O Estado costuma ser tão
ineficiente que os impostos não são suficientes para cobrir
todas as suas despesas.

As empresas utilizam seu dinheiro para aumentar a


produção, abrir novas fábricas e lojas, investir e com tudo isso
aumentar os lucros. Sempre que uma empresa emite ações ou
títulos como debêntures, está captando recursos para investir e
gerar lucros.

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No caso dos bancos, a razão da sua existência é captar e
emprestar dinheiro. As pessoas que possuem dinheiro sobrando
são chamadas de agentes superavitários. Para eles, os bancos
oferecem diversas modalidades de investimento. Os bancos
emprestam este dinheiro para os chamados agentes deficitários
que são as pessoas que precisam de dinheiro emprestado através
do crédito pessoal, cheque especial, crédito consignado,
financiamento de automóveis, imóveis etc. Bancos também
emprestam dinheiro para empresas, agricultores e até para o
governo.

A maior parte da população brasileira é deficitária. A


poupança doméstica do país, que corresponde a todo o dinheiro
que não foi gasto em consumo, vem caindo. Já foi de 19% e agora
não passa de 14% do PIB.

Países asiáticos apresentam taxas de poupança na casa dos


35% do PIB. A China chega aos excessivos 55% do PIB. Países
da América Latina poupam acima dos 22% do PIB.

Mesmo tendo as maiores taxas de juros do mundo, a população


não tem o costume de poupar pensando no amanhã, como ocorre
com os asiáticos.

Isso gera um problema sério para o sistema, que precisa pagar


taxas de juros muito elevadas para atrair os poucos que possuem
dinheiro disponível para emprestar (investir) a quem precisa
desse dinheiro emprestado. A expansão da economia é limitada
pela falta de poupança interna.

O dinheiro que não foi consumido pela sociedade pode se


tornar fonte de recursos para investimentos em estradas, portos,

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fábricas, novas tecnologias, novas empresas e, assim,
aumentar a capacidade de produzir de forma mais eficiente,
sem gerar inflação.

Por isso, é necessário que o sistema mantenha parte da


sociedade estimulada a poupar e a outra parte estimulada a
consumir. O equilíbrio é que proporciona ciclo de crescimento
da economia de forma sustentável, com menos crises e
problemas como a inflação.

Nos países onde o sistema incentiva a poupança, boa parte


da riqueza gerada pela sociedade é direcionada para
investimentos. O consumo também cresce, mas seu
crescimento é em velocidade menor, mantendo a inflação sob
controle. Isso dá base para uma expansão sustentável.

No Brasil, quando ocorre um surto de crescimento, como


ocorreu recentemente, as pessoas partem para o consumo
desenfreado, incluindo empresas e o próprio governo. Gastam
tudo que possuem e se endividam para gastar o que não têm.

Não se preocupam com a poupança, não aproveitam o


momento para fazer reservas que serão necessárias quando as
coisas não forem tão bem. Logo a inflação decola e medidas
recessivas são tomadas para frear a economia.

No Brasil, o próprio governo não dá o bom exemplo. Não


poupa, gasta mais do que arrecada e por isso se endivida.

A boa notícia é que você pode se comportar de maneira


diferente daquele comportamento seguido por todos.

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Enquanto todos estiverem gastando, se endividando e pagando
mais caro por tudo, você estará poupando e acumulando dinheiro.
Quando o ciclo de crescimento acabar, a crise chegar, as taxas de
juros subirem, gerando desemprego, estourando bolhas, fazendo
os imóveis caírem, o preço das ações das empresas caírem, você
estará repleto de reservas para aproveitar o momento e comprar
bons ativos pagando muito pouco.

Esta é a vantagem injusta daqueles que entendem como o


sistema funciona. Vendem na euforia e compram na desistência,
como mostra a figura:

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Classificação de Risco

Você emprestaria dinheiro para alguém que você não


confia? Alguns vão responder não e outros podem responder
que depende. Emprestar ou não depende dos juros. Quando
você tem muitas garantias de que irá receber o dinheiro de
volta e os juros, aceita emprestar cobrando juros baixos.
Quando existe algum risco, os juros cobrados são
proporcionais ao risco de enfrentar alguma dificuldade na hora
de receber o valor devido.

É isso que os bancos fazem quando emprestam dinheiro


para você e isso é o que você deve fazer antes de emprestar
dinheiro aos bancos.

Quando você investe em CDB, LCI, LCA, Poupança e


Debêntures, você está fazendo um empréstimo. Quando
compra ações de uma empresa, você está se tornando sócio.

Antes de emprestar ou antes de investir é fundamental


verificar o risco que você está correndo para avaliar se
compensa ou não correr este risco com base nas características
do investimento: rentabilidade (juros) e liquidez.

Todos os anos vários bancos, instituições financeiras e


empresas, enfrentam dificuldades financeiras e algumas vão a
falência. Nestes eventos, sempre existem investidores
prejudicados.

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Diante disso, como saber quais são os bancos mais seguros e
quais oferecem mais risco para o investidor? Bastaria fazer uma
avaliação constante dos balanços contábeis da instituição, das
decisões tomadas pela direção e de todos os fatos relevantes que
geram algum impacto presente ou futuro na instituição.

Fazer esse monitoramento de cada instituição seria uma


missão impossível para um investidor comum.

Por este motivo, esse trabalho é realizado pelas agências de


classificação de risco, chamadas de credit rating agency. Também
podem ser chamadas de agência de notação financeira ou agência
de notação de risco.

O trabalho que elas fazem é avaliar fatos e números de


empresas, bancos, governos e outras instituições para atribuir a
elas uma nota. Esta nota é chamada de classificação de risco,
classificação de crédito, nota de risco, rating, avaliação de risco,
notação de risco ou notação financeira de risco.

Para atribuir uma nota de risco, as agências realizam análises


técnicas quantitativas, como análise de balanço, fluxo de caixa,
projeções estatísticas, análises de ambiente externo, questões
jurídicas e percepções sobre o emissor e seus processos.

Quanto melhor for a nota, mais seguro será investir nos papéis
oferecidos por determinado banco ou empresa. Quanto menor for
a nota, maior será o risco de enfrentar problemas para receber seu
dinheiro, existindo até a possibilidade extrema de calote.

Vamos imaginar que você está avaliando a possibilidade de


fazer um determinado investimento que paga 12% de juros por

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ano. Vamos supor que existem dois bancos que oferecem o
mesmo investimento com a mesma rentabilidade e prazo. Qual
dos dois escolher? Você pode escolher o banco que corre
menos risco de calote. Para descobrir qual é este banco basta
comparar as notas de risco.

Agora, vamos imaginar que o Banco A oferece um


investimento que rende 12% ao ano. Já o Banco B oferece o
mesmo investimento rendendo 15% ao ano. Obviamente, o
Banco B oferece o investimento com melhor rentabilidade. Só
que antes de investir você verifica que a nota de crédito do
Banco B é pior que a do Banco A. Isto significa que para
receber 15% de juros ao ano, você terá que investir correndo
um pouco mais de risco.

Na prática, os bancos com maior nota de crédito, ou seja,


que apresentam menor risco ao investidor, sempre
tentarão oferecer a menor taxa de juros possível até o ponto
em que existam investidores interessados.

Os bancos menores e que oferecem maior risco serão


obrigados a aumentar a remuneração oferecida para os
investidores até o ponto que estes investidores considerem que
vale apena correr o risco para receber aquela taxa maior.

Podemos dizer que os bancos mais arriscados premiam os


investidores que aceitam correr o risco através de juros mais
elevados. Sempre que você vai correr um risco maior, precisa
exigir prêmios maiores, ou seja, juros maiores.

Por isso, é tão importante que você entenda o


funcionamento das tabelas de classificação de risco.

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Nota de Risco do Brasil

Os governos também são avaliados pelas agências de


classificação. Os investidores internacionais, antes de comprar
títulos da dívida pública, os mesmos que você pode comprar no
Tesouro Direto, avaliam os riscos de levar um calote do Governo
brasileiro.

Muitos investidores só investem seus recursos em países,


bancos e empresas, que possuem "grau de investimento", ou seja,
que possuam nota igual ou maior que BBB- (em breve vou
mostrar o significado desses códigos).

Um dos motivos pelos quais tivemos grande crescimento na


economia entre 2008 e 2011 foi esta mudança de BB+ para BBB-
que fez o país sair do grau de especulação para o grau de
investimento. Este simples detalhe atraiu muito dinheiro (dólares)
vindo de fora.

Quanto maior é o risco de investimento no Brasil, maior tende


a ser a taxa de juros (Taxa Selic) que Governo precisa oferecer
para atrair investidores estrangeiros.

Já que existem países mais seguros que o Brasil, eles só estão


dispostos a encarar o risco se o país estiver disposto a pagar um
"prêmio", que são taxas de juros maiores para os investimentos
feitos aqui. Funciona exatamente como o exemplo dos bancos que
acabei de apresentar anteriormente.

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O próximo gráfico mostra os anos e as notas que o Brasil
recebeu desde 1994 atribuídos pela S&P.

Tabela de Classificação de Risco

Aqui temos a tabela de classificação de risco adotada pelas


3 maiores agências de classificação.

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Cada agência adota um sistema de notas diferente. Quanto
maior for a probabilidade de moratória (calote) da entidade
avaliada, pior será a sua nota ou a sua classificação. As notas que
estão no topo da tabela são as melhores, as notas na parte inferior
da tabela são as piores.

Na escala de notas da Standard & Poor's (S&P) e da Fitch, a


melhor classificação é AAA; a pior é D. Na escala da Moody's, a
melhor classificação é Aaa; a pior é C.

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Se você não entendeu a tabela, não tem problema. Na
próxima figura temos a tabela que fiz para tornar a coisa mais
didática. A primeira coluna mostra as notas de classificação
utilizando o padrão adotado pela Fitch e pela S&P. Na segunda
coluna temos o padrão da Moody´s.

Às vezes, tenho a nítida impressão de que o "Sistema" gosta


de complicar as coisas para que se tornem inacessíveis ao
cidadão comum. É a arte de complicar o que poderia ser mais
simples.

Veja que na figura abaixo existem classificações coloridas


que vai do "excelente" até "péssimo". É uma invenção minha
para facilitar o seu entendimento. Não tem nenhuma relação
com a classificação oficial deles. Sinta-se livre para usar os
adjetivos que preferir.

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Veja como é fácil entender. Observe que existem três grandes
grupos de nota. São os grupos da nota A, B e C. Existem outras
notas entre estas notas principais.

Quanto mais letras, melhor a nota dentro daquela categoria.

Dessa forma BBB é melhor que BB. Já BB é melhor do que


B. Entre essas notas, também existem notas intermediárias. Se
você encontrar uma nota BB+, saberá automaticamente que ela
está um nível a mais (+) da nota BB. Se você encontrar a BB-,
isso significa que ela é um nível abaixo da nota BB.

Se você encontrar a nota A+, você saberá que ela está um nível
acima da nota A, enquanto a A- está um nível abaixo da nota A.

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O significado de cada nota
Com base neste documento aqui, a Fitch explica o que
significa cada nota.

AAA: Mais alta qualidade de crédito


O rating ‘AAA’ reflete a menor expectativa de risco de
inadimplência. É atribuído apenas em casos de capacidade
excepcionalmente elevada de pagamento dos compromissos
financeiros. Essa capacidade é altamente improvável de ser
adversamente afetada por eventos previsíveis.

AA: Qualidade de crédito muito alta


O rating ‘AA’ denota uma expectativa muito baixa de risco
de inadimplência. Indica uma capacidade muito elevada de
pagamento de compromissos financeiros. Essa capacidade não
é significativamente vulnerável a eventos previsíveis.

A: Qualidade de crédito alta


O rating ‘A’ denota uma baixa expectativa de risco de
inadimplência. A capacidade de pagamento de compromissos
financeiros é considerada forte. Essa capacidade, todavia,
pode ser mais vulnerável a alterações nos negócios ou nas
condições econômicas, do que no caso de categorias de ratings
melhores.

BBB: Boa qualidade de crédito


O rating ‘BBB’ indica que, no momento, existe uma baixa
expectativa de risco de inadimplência. A capacidade de
pagamento de compromissos financeiros é considerada
adequada. Todavia, mudanças adversas nos negócios e nas

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condições econômicas têm mais possibilidade de limitar essa
capacidade.

BB: Especulativo
O rating ‘BB’ indica um risco de inadimplência mais elevado,
particularmente como resultado de mudanças adversas nos
negócios e nas condições econômicas ao longo do tempo.
Entretanto, existem alternativas financeiras ou de negócios que
fazem com que os compromissos financeiros sejam honrados.

B: Altamente especulativo
O rating ‘B’ indica que um significativo risco de
inadimplência está presente, porém uma limitada margem de
segurança ainda existe. Os compromissos financeiros estão sendo
honrados. Entretanto, a capacidade de continuar efetuando
pagamentos está vulnerável à deterioração nos ambientes de
negócios e econômico.

CCC: Risco de crédito substancial


A inadimplência é uma possibilidade real.

CC: Risco de crédito muito alto


Algum tipo de inadimplência é provável.

C: Risco de crédito excepcionalmente alto


A inadimplência é iminente ou inevitável, ou o emissor está
sem alternativas.

RD: Inadimplência Restrita


Ratings ‘RD’ indicam, na opinião da Fitch, que um emissor
está inadimplente no pagamento não resolvido de um bônus,
empréstimo ou outra importante obrigação financeira, mas que

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não entrou legalmente em processo de recuperação judicial,
intervenção administrativa, liquidação ou de encerramento
formal ou que não encerrou suas atividades.

D: Inadimplência
Ratings ‘D’ indicam, na opinião da Fitch, que um emissor
entrou com pedido de recuperação judicial,
intervenção administrativa, liquidação ou processo de
encerramento formal ou que encerrou suas atividades.

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Melhor relação entre nota e rentabilidade
É importante que você verifique a relação que existe entre a
classificação de risco da instituição onde você pretende investir e
a rentabilidade do investimento.

Ao evitar os investimentos em instituições com grau muito


baixo, você estará reduzindo drasticamente os seus riscos de
perdas ou de uso do FGC – Fundo Garantidor de Créditos. O FGC
funciona como um seguro e irei falar mais sobre ele em breve.

Como já falamos, juros remuneram o risco. Quando você


encontra uma instituição oferecendo investimentos com taxas
muito acima da média, fique atento.

Devemos avaliar a classificação de risco dos bancos que


oferecem altas taxas de rentabilidade em títulos como LCI, LCA
e CDB. Também devemos avaliar as empresas que emitem
debêntures e ações na bolsa de valores.

Você pode consultar as classificações de risco de cada banco


e empresa através o site das agências. Em todas elas, você precisa
fazer um cadastro gratuito para ter acesso.

 Moody´s, (https://www.moodys.com/);
 Standard&Poors (http://www.standardandpoors.com);
 Fitch (https://www.fitchratings.com.br)

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Muitas corretoras exibem a nota de risco ao lado de cada
investimento oferecido aos seus clientes. No exemplo abaixo,
temos uma tabela que exibe a lista de CDBs disponíveis para
investimento pela corretora XP quando este texto foi escrito.
Esta tabela só pode ser vista pelos clientes da corretora em
uma área restrita do site.

Vou ensinar como fazer a leitura destas notas e entender o


que elas estão dizendo.

Observe que o Banco Morgan Stanley (na figura anterior)


possui a nota máxima que é AAA. Isso significa que o risco de
investir no CDB deste banco é o menor possível segundo a
agência S&P.

O Morgan Stanley se tornou o maior banco de


investimentos do mundo depois que fez uma joint-venture com

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o Citigroup. Ele está presente em 42 países onde existem mais de
1.7 trilhões de dólares.

Observe que o Morgan oferece 97% do CDI ao ano como


remuneração para quem investir neste CDB. Observe na tabela
que o banco que oferece a melhor taxa é o Banco BMG. Ele
oferece 116% do CDI.

Para saber a diferença entre 97% do CDI e 116% do CDI, basta


visitar o site www.cetip.com.br e verificar qual é a taxa DI no dia
de hoje.

Vamos imaginar que a taxa DI (que remunera o CDI) seja


14,13%. Para descobrir quando representa 97% de 14,13%, basta
fazer 14,13 x 0,97. O resultado será 13,70%. Dessa forma, o
Banco Morgan está oferecendo 13,70% de juros.

Já o Banco BMG ao indicar que oferece 116% do CDI está na


verdade oferecendo 16,39% ao ano. Você encontra esse número
dividindo 116% por 100 para encontrar 1,16. Agora, basta fazer
14,13% x 1,16 = 16,39%

Podemos concluir que o Banco Morgan está oferecendo 2,69%


de juros ao ano a mais que o Banco BMG.

Você deve entender que o Banco BMG está pagando um


prêmio de 2,69% a mais que o Banco Morgan para que você
aceite fazer seu investimento em um banco com classificação A
no lugar de fazer em um banco com classificação AAA.

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Observe que existe uma distância de 5 notas entre AAA e
A e essa remuneração de 2,69% existe para compensar esse
maior risco.

Cabe a você fazer comparações e tomar a decisão se a taxa


adicional compensa o risco adicional.

Na mesma tabela, você encontrará o Banco Intermedium


com taxa igual equivalente ao CDI, ou seja, 100% do CDI ou
igual a 14,13%. Observe que a classificação do Intermedium é

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BBB-. Isso representa 9 níveis abaixo da classificação máxima
que é AAA ou 4 níveis abaixo da nota A.

Se você comparar o CDB do Banco BMG que oferece 116% e


tem nota A e o CDB do Banco Intermedium que tem nota BBB-
e oferece 100% do CDI, rapidamente vai concluir que o
Intermedium oferece uma remuneração menor para um risco
maior.

Esta seria a vantagem de entender e observar as classificações


de risco das agências.

Você deve saber que LCI, LCA e CDB, são investimentos


segurados pelo Fundo Garantidor de Créditos. Se o banco falir e
você possuir menos de R$ 250 mil investidos, o dinheiro será
devolvido será devolvido graças a esta proteção.

Por esse motivo, você nunca deve investir mais de R$ 250 mil
no mesmo banco. É claro que a possibilidade de calote de grandes
bancos como Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco, é tão
pequena que o risco de investir mais de R$ 250 mil nestes bancos
é pequeno.

Mesmo assim, para diluir os riscos, é interessante investir em


vários bancos diferentes. Em breve, vou falar sobre o FGC.

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Grau de Investimento e Grau de Especulação
Todas as notas do grupo A (AAA, AA+, AA, AA-, A+, A,
A-) são boas notas e significam grau elevado de segurança
para investir.

Os bancos que possuem estas notas são bons bancos para


investir já que oferecem menores riscos de você ter algum
problema ou dor de cabeça.

Você também pode investir nos bancos com nota BBB+,


BBB, BBB-. Estas são as três menores notas na categoria
“grau de investimento”.

O seu risco começa a aumentar quando você resolve


investir em bancos que possuem notas que estão dentro da
categoria "grau de especulação". A maioria das corretoras que
conheço não trabalham com títulos CDB, LCA e LCI de
bancos com notas nesta categoria de especulação.

É importante ter cuidado quando a nota de risco é BB+, BB,


BB-, B+, B e B-. Existem investidores que gostam de risco,
que gostam de especular e que por isso investem em papéis de
bancos e empresas nesta situação.

Eles fazem isso sabendo do risco que estão correndo. Eles


aceitam este risco maior se forem bem remunerados, ou seja,
se os juros oferecidos forem realmente compensadores.

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As agências de classificação são confiáveis?
O mercado acredita que elas são confiáveis, o problema é a
forma como as avaliações são feitas e como as agências são
remuneradas.

Vamos imaginar que você é dono de um banco. Os


investidores naturalmente querem saber qual é sua classificação
de risco antes de investir. Você vai até a agência de classificação
de risco X e paga para que ela avalie sua instituição.
Confidencialmente, ela entrega para você o resultado da
avaliação que é o seu grau de risco.

Você como cliente da agência de classificação tem o direito de


pedir sigilo, ou seja, a agência não poderá divulgar a
classificação. É claro que se a classificação for baixa você vai
preferir não divulgar; se for alta, você irá divulgar.

Como existem outras agências, você vai tentar contratar os


serviços das outras para verificar se elas avaliam seu banco de
forma mais positiva. É claro que a empresa vai escolher divulgar
a nota dada pela agência que fez a avaliação mais positiva.

Para que uma classificação se torne pública, a empresa


contratante deve autorizar formalmente a publicação. Já quando
a avaliação está publicada, ela pode passar por revisões de tempos
em tempos. Nestas revisões, a nota pode ser modificada para cima
(upgrade) ou para baixo (downgrade). Os bancos e empresas que
contratam as 3 principais agências e autorizam a divulgação das
3 notas se tornam empresas com maior credibilidade.

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Quando você tenta encontrar as avaliações de um banco e
percebe que ele não foi avaliado pelas três ou pelo menos por
uma das grandes agências, isso pode não ser um bom sinal.

Como consultar o rating (notas de risco)


Agora, vou ensinar como você pode consultar a
classificação de risco dos bancos e empresas onde você
pretenda investir antes de tomar uma decisão.

Vamos fazer consultas no site da Standard&Poor´s. O


primeiro acesso deve ser feito no endereço
http://www.standardandpoors.com/, onde você encontrará a
versão em inglês.

Procure na parte superior um menu horizontal onde está


escrito "Americas (English)". Clique nesta opção e selecione
"Latin America (Portuguese)". Se preferir, você pode acessar
o link abaixo diretamente:

http://www.standardandpoors.com/pt_LA/web/guest

Depois disso, você precisa se cadastrar para que possa ver


as classificações de risco. O cadastro é gratuito. Lá no menu
superior, próximo do canto direito, existe a opção "Contato".
Clique e você verá aparecer a opção “Cadastre-se” que deve
ser clicada para que você possa ver e preencher o formulário.
Não esqueça de digitar o número que aparece na imagem e
confirmar que leu e concordou com os termos de uso antes de
apertar no botão "Enviar".

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Eles vão enviar um e-mail para que você confirme seu cadastro
clicando em um link que acompanha a mensagem. Ela também
terá a sua senha provisória.

Agora, volte para a primeira página do site. No campo de


busca, você deve digitar o nome do banco que pretende pesquisar.
Como exemplo, busquei pelo nome Itaú e selecionei a opção
Banco Itaú Unibanco S.A.

A partir desse momento, você deve digitar seu e-mail e sua


senha no quadro chamado “Conecte-se”.

Apareceu o resultado da busca e, ao clicar nele, pude ver os


dados abaixo:

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Para nós brasileiros que investimos no Brasil e em moeda
nacional, o que nos interessa é a nota que aparece no campo
"Escala Nacional Brasil de Longo Prazo".

Veja que a nota é brAA+, onde você pode desconsiderar


este "br" (que significa Brasil) e considerar a nota AA+. Outro
campo importante é o de perspectiva (CreditWatch). Quando
está negativa. Este campo pode conter as seguintes
informações:

 Positivo: significa que o rating pode ser elevado;


 Negativo: significa que o rating pode ser rebaixado;
 Em desenvolvimento: significa que o rating pode ser
elevado, rebaixado ou reafirmado;
 Estável: significa que nada deve mudar.

É importante deixar claro que o CreditWatch nem sempre é


modificado antes de ocorrer uma elevação ou um
rebaixamento de nota. Desta forma, a nota pode ser rebaixada
sem que antes tenha havido tempo para indicar uma
perspectiva “negativa”.

No site da S&P, existe uma página em português que


mostra as definições de rating. (visite aqui). Você também
pode acessar o PDF que explica o significado de cada nota.

Para concluir, é importante que você perceba que não


adianta avaliar só as melhores taxas de juros sem verificar os
riscos. Lembre-se que os bancos não oferecem mais juros que
os outros por serem mais bonzinhos. O desejo de todo banco é
pagar os menores juros possíveis. Um banco pequeno ou com

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problemas financeiros só paga juros maiores porque somente
assim conseguem atrair investidores.

O investidor só deve aceitar correr riscos se for premiado por


isto. É assim que você deve pensar quando estiver diante de várias
opções de investimento de diversos bancos menores.

Isso vale especialmente para aqueles que estão comprando


LCI, LCA, CDB, Debêntures, dentro das corretoras que oferecem
investimentos de vários bancos. Também se aplica a todos que
pretendem abrir conta em bancos pequenos, investir em poupança
ou em fundos de investimento.

Para quem investe em ações, a classificação de risco é muito


importante. Antes de investir, crie o hábito de investigar os riscos
que você corre.

Consultando outra agência


É importante ter uma segunda opinião. Por isso, vou ensinar
você como consultar as notas de risco através da agência Fitch
Ratings de forma gratuita.

Você vai aprender como criar um cadastro gratuito, como


consultar as notas que eles atribuem para cada banco, como
entender estas notas, como consultar as publicações gratuitas,
além de outras informações importantes com exemplos reais.

A Fitch é uma das três grandes agências de classificação de


risco do mundo. Eles avaliam periodicamente a situação
financeira de milhares de empresas, bancos e até países. Estas
análises resultam em notas de A até C que classificam as

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instituições pelo grau de risco de crédito (veremos mais na
frente). Investidores do mundo todo utilizam as notas atribuídas
por estas agências para tomar decisões de investimento. Você,
pequeno investidor, pode fazer a mesma coisa.

Vamos imaginar que você pretende fazer um investimento


e observou uma oportunidade de investir em algum papel
emitido pelo banco BTG Pactual. Poderia ser um CDB, LCI
ou LCA. Vamos imaginar que você não sabe nada sobre o
BTG Pactual e precisa de uma opinião dessas agências.

O primeiro passo será abrir uma conta gratuita no Fitch


Ratings. Quase todo conteúdo que eles oferecem só é acessível
se você fizer o cadastro. A Fitch não é brasileira, mas possui
escritórios no Brasil e um site todo em português
em https://www.fitchratings.com.br

Visite a página deles e observe o canto superior direito da


tela. Existe um campo onde você deve digitar o seu login e a
sua senha. Passe o mouse sobre "Como fazer login".

Ao clicar em "Cadastre-se", você deve preencher um


formulário informando um login (um apelido), seu nome,
nome da empresa (se for o caso), email e outros dados.

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Depois, você precisa esperar algum tempo para receber a
senha de acesso. Pode demorar um pouco e pode ser que a
mensagem seja confundida com spam (propaganda) pelo serviço
de e-mail que você utiliza.

Sempre que alguma publicação for feita na Fitch, eles vão


enviar um e-mail para você. Isso pode ser um pouco chato, já que
não existem meios de desligar esses avisos. Eles fazem muitas
publicações por dia. A dica seria não utilizar seu e-mail principal
ou desligar a opção de receber esses e-mails na página que possui
os dados do seu cadastro.

Curiosidade: Risco dos países


Assim que você conseguir entrar no site utilizando seu login e
sua senha, visite a página que exibe a nota de risco dos países. No
menu superior, clique na opção "Finanças Públicas" e depois em
"Soberanos". Por curiosidade, você poderá ver a nota atribuída
pela Fitch para os títulos da dívida externa de diversos
países. Investidores internacionais consideram estas notas antes
de tomarem decisões de investimento.

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Se você fosse um grande investidor internacional, com
milhões ou até bilhões de dólares para investir, observaria na
tabela de exemplo acima, que é mais arriscado investir no
Brasil, que tem a nota BBB-, do que investir no Chile, que tem
nota A+, segundo a opinião da Fitch. Você observaria essa
bolinha vermelha com o sinal de negativo do lado da nota de
risco do Brasil. Ela indica que existe uma perspectiva de
rebaixamento, ou seja, existe uma probabilidade maior da
Fitch rebaixar a nota do Brasil quando fizer uma nova
avaliação. O mesmo não acontece com a nota do Azerbaijão,
que é a mesma nota do Brasil, mas sem perspectiva de
rebaixamento (indicado pela bolinha preta do lado da nota).

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Antes de continuar, é importante destacar que essa
classificação só vale para o investidor estrangeiro (que investe
utilizando moeda estrangeira).

Utilizando moeda nacional, dentro do país avaliado, os títulos


públicos destes paises sempre possuem nota máxima (AAA). Na
teoria, nenhuma instituição do país é capaz de oferecer garantias
maiores do que o Banco Central do próprio país, já que este
possui o poder de emitir moeda (imprimir dinheiro) para pagar
suas dívidas, caso não consiga retirar o dinheiro que necessitam
do bolso da população (através dos impostos). Dessa forma, as
notas da tabela acima refletem o risco de calote da dívida externa
(em dólares) e não de calote da dívida interna (em reais).

A tabela abaixo mostra como as notas são ordenadas das


maiores para as menores conforme tabela divulgada pela Fitch
neste documento aqui.

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O significado de cada nota segundo a Fitch pode ser
consultado neste documento aqui.
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Como ler as notícias sobre notas de risco

Vamos imaginar que você acordou pela manhã e


encontrou uma notícia sobre a classificação de risco daquele
banco que você pretendia investir (leia aqui)

Poucas pessoas entendem o que significa o rebaixamento


de BBB- para o BB-. Olhando na tabela abaixo, fica mais claro
o movimento de queda. Vale destacar que não é comum uma
agência de classificação de risco rebaixar a nota em vários níveis
de uma só fez. Isso só acontece quando ocorre algum evento
inesperado que degradou ou pode degradar os resultados da
empresa de forma brusca. Normalmente, a situação financeira das
empresas se degradam lentamente e as notas são rebaixadas no
decorrer de vários meses ou até anos. Olhando a figura abaixo,
fica fácil entender a forte mudança de classificação.

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Vamos pesquisar os bancos:

Agora que você entendeu como funciona essas notas, você


resolveu olhar as publicações da Fitch sobre o banco BTG Pactual
antes de tomar qualquer decisão. No site da Fitch, depois de
digitar seu login e senha, procure no menu horizontal superior a
opção "Instituições Financeiras". Passe o mouse sobre ela e clique
em "Bancos". Você verá uma tabela parecida com a figura do
exemplo abaixo onde é possível consultar as atuais notas de todos
os bancos avaliados pela Fitch no Brasil.

Vale lembrar que nem todos os bancos são avaliados pela


Fitch. No dia em que este artigo estava sendo escrito, os
principais bancos avaliados eram: Banco ABC Brasil, Alfa de
Investimento, BMG, Bonsucesso, Bradesco, BTG Pactual,
Cacique, Caixa Geral, CNH, Bancoob, Sicredi, Crédit Agricole,
Basa, Daycoval, Credit Suisse (Brasil), Banco do Brasil, Banco
do Estado de Sergipe, Banco do Estado do Rio Grande do Sul,
Banco do Nordeste, Fator, Fidis, GMAC, Banco Industrial do
Brasil, Bicbanco, Indusval, Intermedium, Itaú. Mercedes-Benz,
BNDES, Banco Original, Banco PAN, Banco Pecúnia, Banco
Pine, Banco Rabobank, Banco Rendimento, Banco Rodobens,
Safra, Santander, SGBr, Banco Sofisa, Tribanco, Banco
Votorantim, Banestes, BRBofAML, BR Partners, BRB - Banco
de Brasília, BTG Pactual Holding, Caixa Econômica Federal,
Deutsche Bank e Paraná Banco.

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A primeira coluna com o título "Rating Nacional de Longo
Prazo" é a classificação que normalmente os bancos e as
corretoras divulgam.

Ela só permite fazer comparações entre instituições


brasileiras e, por isso, a nota é seguida de um (bra). A coluna
que possui a classificação que permite comparações com a
nota de risco dos títulos brasileiros ou com a nota de qualquer
banco, de qualquer país do mundo, seria a que aparece na
penúltima coluna que se chama "IDR de Longo Prazo em
Moeda Local". Esse IDR significa "Issuer Default Rating", ou
seja, Classificação de Probabilidade de Inadimplência do
Emissor.

O IDR dos bancos sempre será igual ou menor ao IDR do


Brasil. Em outubro/2015, a Fitch rebaixou o Brasil de BBB
para BBB-. Com isso, todos os bancos brasileiros estão com o
IDR em processo de rebaixamento. Na figura acima, você
pode observar que o IDR do Bradesco é BBB com perspectiva
de rebaixamento.

Isso também ocorre com todos os grandes bancos que


apareciam na lista quando este artigo foi escrito. Isso não
significa que o Bradesco deixará de ser um banco AAA(bra)

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no Rating Nacional de Longo Prazo, que é a classificação adotada
para comparar as instituições nacionais. Para esse critério, os
títulos públicos sempre serão AAA(bra).

Por isso, é interessante utilizar como parâmetro de comparação


o risco de investir em títulos públicos. O investimento de menor
risco, dentro de qualquer país, é sempre o título da dívida pública
emitido por este país.

No Brasil, estes títulos são emitidos pelo Tesouro Nacional,


que podem ser comprados através do Tesouro Direto.

Antes de investir em títulos privados (CDB, LCI, LCA etc)


emitidos pelos bancos e outras instituições, é
fundamental observar se estão oferecendo juros maiores que os
oferecidos pelo governo através dos títulos públicos. Quanto mais
arriscado for o banco (através das notas de classificação de risco),
maiores os juros que o investidor deve exigir para investir. Essa
maior consciência do pequeno investidor gera uma maior
concorrência e uma preocupação maior dos bancos em manterem
bons resultados para que possam ser bem avaliados.

Fazendo buscas de publicações:


Observe que existe um campo de busca no canto direito
superior da tela no site da Fitch. Faça uma busca por BTG
Pactual. O resultado será parecido com o exemplo abaixo.

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Somente os relatórios do tipo "press release" são gratuitos.
Os outros, que são pagos, só são do interesse de analistas,
consultores, gestores de fundo, bancos e grandes instituições.

Para o pequeno investidor, o material gratuito já será


suficiente. O press release é o mesmo material que a Fitch
libera para os jornalistas.

Observe que, um dia depois da prisão temporária do


presidente do BTG Pactual, a Fitch emitiu nota comunicando
ter colocado o banco em "observação negativa". No dia da
prisão, o mercado teve uma forte reação negativa (fonte).

As ações do BTG despencaram. As pessoas começaram a


sacar o dinheiro que investiram através da instituição (fonte).
O banco se viu obrigado a pedir assistência ao Fundo
Garantidor de Crédito (fonte).

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Depois de oito dias de notícias e fatos negativos sobre o BTG
Pactual, a Fitch e outras agências resolveram rebaixar a nota do
banco (fonte).

O que podemos aprender com este caso da BTG Pactual?

 As agências não podem prever o futuro. Toda nota é


resultado de uma opinião emitida pela avaliação de
dados passados.

 Uma boa nota hoje, não significa nenhuma garantia de


uma boa nota até o vencimento do investimento que
você pretende fazer.

 Vencimentos maiores representam riscos maiores.

 Uma crise de credibilidade pode afetar qualquer


instituição e o impacto disso na situação financeira da
mesma é imediato.

 A credibilidade de um banco é o seu maior bem.


Ninguém coloca dinheiro nas mãos de quem não
confia.

 Não é a primeira vez, e parece que não será a última,


que bancos se envolvem com escândalos de corrupção.
 No escândalo do Mensalão, dois bancos se
envolveram. O Banco Rural foi fechado (fonte) e o
Banco Opportunity deixou de ser banco múltiplo.

 Nada impede que outros bancos apareçam nos


próximos capítulos das investigações da Lava Jato.

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Fundo Garantidor de Créditos

Diversas opções de investimento no Brasil possuem uma


espécie de seguro que é oferecido pelo FGC ou Fundo
Garantidor (http://www.fgc.org.br/).

O FGC é uma entidade privada sem fins lucrativos mantido


pelas instituições financeiras associadas (veja a lista). O Banco
Central obriga bancos e determinados tipos de instituições a se
associarem ao fundo.

A principal função do FGC é proteger o dinheiro dos


correntistas e investidores que colocam recursos nos produtos
oferecidos por bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de
investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades de
crédito, financiamento e investimento, as sociedades de
crédito imobiliário, companhias hipotecárias e as associações
de poupança e empréstimo em funcionamento no Brasil.

Caso estas instituições tenham decretada uma intervenção,


liquidação extrajudicial ou estado de insolvência (falência),
você terá uma parte ou a totalidade do seu dinheiro de volta
através do Fundo Garantidor de Créditos.

Para que isso seja possível, os bancos contribuem com


0,0125% ao mês referente a todo dinheiro que você possui
investido nas aplicações e contas cobertas pelo fundo.

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Não é você que contribui, mas sim os bancos; por isso, este
valor não é descontado da sua conta. Quando você pede
dinheiro emprestado para comprar um carro ou um imóvel,
precisa pagar um seguro. Da mesma forma, quando você
empresta dinheiro para o banco, ele paga o Fundo Garantidor de
Créditos que funciona como se fosse um seguro.

Investimentos garantidos pelo FGC


1. Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio
(Dinheiro que você deixa parado na conta corrente);
2. Depósitos de poupança (Caderneta de Poupança);
3. Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado -
RDB (Recibo de Depósito Bancário) e CDB
(Certificado de Depósito Bancário);
4. Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por
cheques destinadas ao registro e controle do fluxo de
recursos referentes à prestação de serviços de
pagamento de salários, vencimentos, aposentadorias,
pensões e similares;
5. Letras de câmbio (LC);
6. Letras imobiliárias (LI);
7. Letras hipotecárias (LH);
8. Letras de crédito imobiliário (LCI);
9. Letras de crédito do agronegócio (LCA);
10. Operações compromissadas que têm como objetivo
títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresa
ligada (Compromissadas).

Os títulos públicos que você pode adquirir através do Tesouro


Direto não possuem garantia do FGC. Neste caso, a garantia é
oferecida pelo Governo Federal. Como você sabe, quem paga as

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contas e as dívidas do governo é toda a população brasileira
através dos impostos. O Governo também é capaz de produzir
dinheiro para pagar suas dívidas através da emissão de moeda,
lembre-se que ele é dono da máquina de imprimir dinheiro. O
Banco Central, Tesouro Nacional e o Governo Federal são
instituições muito maiores que o FGC ou qualquer outra
instituição privada.

O FGC garante a devolução de no máximo R$ 250.000,00


investido por CPF/CNPJ por instituição financeira ou
conglomerado financeiro. Isso significa dizer que cada pessoa
ou empresa terá no máximo R$ 250 mil protegidos em cada
instituição financeira diferente que investir.

Veja um exemplo: Se você possui R$ 500.000,00 investido


em CDB, Poupança, LCI de um mesmo banco e ele falir, você
só receberá R$ 250.000,00 do FGC. O restante você terá que
brigar na justiça para reaver junto com todos os outros
credores do banco.

Se você possui mais de R$ 250.000,00 investido no mesmo


banco, seria mais seguro dividir seu patrimônio em vários
bancos. Vamos supor que você tenha R$ 600.000,00. O ideal
seria dividir esta quantia por três e investir R$ 200.000,00 em
três bancos diferentes. Bancos pequenos e de médio porte
tendem a ser mais arriscados que os bancos de maior porte. No
momento de diversificar seus investimentos, você deve levar
em consideração este limite de garantia oferecido pelo FGC
em cada instituição diferente que você possuir investimentos.
Se você tem conta conjunta, é mais seguro manter contas
separadas. Evite o uso de conta conjunta. Se o banco quebrar
e sua conta conjunta possuir R$ 500 mil, vocês só receberão

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R$ 250 mil, mesmo sendo uma conta conjunta. A proteção do
FGC é de R$ 250 mil por conta, mesmo que seja conta
conjunta.

É importante destacar que o valor devolvido pelo FGC no caso


de falência inclui o valor investido e os juros que você recebeu
até o momento em que o banco sofreu intervenção do Banco
Central.

Quando o FGC não oferece garantias


Preparei uma lista de alguns investimentos que, no momento,
não possuem qualquer proteção do FGC. É possível que existam
outras modalidades que eu não tenha listado. O fato de não
oferecerem proteção do FGC não significa que são investimentos
que devem ser evitados, mas sim que o cuidado no momento da
escolha da instituição deverá ser maior.

Fundos de Investimento Imobiliário (FII) - É importante


não confundir Letras de Crédito Imobiliário com Fundos de
Investimento Imobiliário. As Letras são protegidas, mas os
Fundos de Investimento Imobiliário (FII) não contam com
garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Fundos de Investimento - Fundos oferecidos pelos bancos


para seus clientes não são garantidos pelo FGC. É importante que
você perceba que o patrimônio dos bancos não se mistura com o
patrimônio dos fundos de investimento que eles
administram. Quando um banco enfrenta problemas, os cotistas
do fundo podem fazer assembleias e mudar a administração do
fundo para outro banco. É como um condomínio que muda de
síndico. Se o fundo fizer investimentos comprando títulos

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privados de outros bancos ou empresas e estas quebrarem, o
FGC só irá garantir R$ 250 mil de garantia, não importando se
o fundo possui inúmeros cotistas. Se o fundo quebrar e isto
prejudicar os cotistas, não existirá proteção.

Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) - São


títulos lastreado em ativos imobiliários de diversos tipos, como
CCI (Cédulas de Crédito Imobiliário), carteira de recebíveis
etc. Só pode ser emitido por companhias securitizadoras,
responsáveis por estruturar os créditos imobiliários e
transformá-los em CRIs. Estes títulos não são protegidos pelo
FGC.

Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRA) - São


títulos de crédito emitidos por companhias securitizadoras de
direitos creditórios do agronegócio, com base em recebíveis
adquiridos. O dinheiro investido em CRA não é garantido pelo
FGC.

Debêntures - São títulos de crédito emitidos por empresas


de vários ramos, com o objetivo de financiar investimentos,
rolar dívidas, fornecer capital de giro, entre outros. As
debêntures também não possuem a garantia do FGC. É uma
forma de emprestar dinheiro para as empresas. Você deve
avaliar a solidez da empresa antes de emprestar o dinheiro.

Letras Financeiras (LF) - Título emitido por bancos


múltiplos, comerciais e de investimento; sociedades de
crédito, financiamento e investimento; caixas econômicas;
companhias hipotecárias; e sociedades de crédito imobiliário.
Se parece com o CDB, mas não possui garantia do FGC.

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Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios - É um
tipo de aplicação em que a maior parte dos recursos é destinada à
aquisição de direitos creditórios que uma empresa tem a receber,
como duplicatas, cheques, contratos de aluguel e outros. O direito
de recebimento desses créditos é negociável, quer dizer, a
empresa o cede a terceiros e isso é feito por meio de um FIDC.
Não existe proteção do FGC.

Risco de investimentos garantidos pelo FGC


Mesmo quando o investimento escolhido é garantido pelo
FGC você deve considerar que existe o "risco de precisar da
garantia". Apesar de R$ 250.000,00 estarem garantidos, isto não
significa que você verá o seu dinheiro de volta imediatamente.

Após uma intervenção do Banco Central ou a falência da


instituição financeira, o processo de restituição dos clientes se
inicia e costuma demorar vários meses. Você pode consultar
quanto tempo demorou entre a decretação e o pagamento neste
relatório aqui.

Por este motivo, você deve avaliar com cuidado os bancos


pequenos que oferecem CDB, LCI, LCA, oferecendo taxas de
juros muito atraentes. Quanto maior é a rentabilidade de seus
produtos, maior tende a ser o risco que o investidor estará
correndo. Os bancos só oferecem a rentabilidade mínima
necessária para que as pessoas tenham interesse em investir.
Quanto maior, mais estável e seguro é o banco e menos juros ele
precisa pagar para atrair o interesse dos investidores.

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Um exemplo foi a intervenção do Banco BVA em outubro
de 2012. O pagamento dos investidores clientes do banco só
começou em março de 2013.

Uma maior demora pode ocorrer quando você investe em


pequenos bancos através de corretoras que não registram as
operações no Cetip (Central de Custódia e Liquidação de
Títulos), que você pode visitar em http://www.cetip.com.br.
Isso dificulta a identificação do investidor.

Ao investir através de corretoras, escolha uma que registre


suas operações na Cetip. Eles funcionam como se fossem um
cartório. O título privado que você adquirir ficará vinculado ao
seu CPF ou ao seu CNPJ de forma que o FGC possa lhe
identificar com facilidade. Procure o selo da Cetip no site da
corretora.

Aquelas que participam do programa Cetip Cetifica


oferecem um relatório mensal com a lista de todos os
investimentos que estão registrados no seu nome. Veja a lista
de corretoras que trabalham com o Cetip Certifica visitando
aqui.

“Não basta estar no lugar certo na hora


certa. Você tem que ser a pessoa certa, no
lugar certo, na hora certa.” (T. Harv Eker)

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Investir por corretoras
Para que você possa ter acesso a inúmeras possibilidades de
investimento, é necessário que você aprenda a investir por uma
corretora.

Quando você tem conta no Banco Itaú, o gerente do seu banco


só irá oferecer produtos do Itaú. Quando você tem conta no Banco
do Brasil, você só tem acesso a CDB, LCI, LCA e outros produtos
do Banco do Brasil. Quando você tem conta em uma corretora
independente, você pode comprar e vender produtos de inúmeros
bancos e instituições financeiras sem a necessidade de ter contas
abertas em cada uma delas.

Existem sites como o http://www.jurus.com.br/ onde você


encontrará listas atualizadas diariamente com todos os
investimentos que existem dentro das principais corretoras. Você
encontrará CDB, LCI, LCA, LC, CRA, CRI e Debêntures de
diversas instituições.

É bem provável que você nunca tenha ouvido falar na


existência e tantos tipos diferentes de investimento. Isto ocorre
por você estar limitado aos investimentos oferecidos pelo seu
banco.

Existe um grande universo de possibilidades de investimento


dentro das corretoras. Infelizmente, uma pequena parcela da
população conhece estas possibilidades. Grandes investidores
movimentam bilhões todos os dias através de investimentos feitos

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em corretoras. Só a população é que fica de fora por falta de
educação financeira e conhecimento sobre investimentos.

A primeira reação de quem nunca ouviu falar em


investimentos feitos por corretora é ter medo. Existe a ideia de
que investir fora dos grandes bancos é arriscado.

Além das corretoras dos grandes bancos, existem as


corretoras independentes, que não fazem parte do grupo de um
banco, e que por isso, têm a vantagem de oferecerem opções
de investimento de diversos bancos ao mesmo tempo.

Corretoras são apenas intermediadoras, vendedoras,


prestadoras de suporte, validadoras de documentos,
distribuidoras dos produtos e serviços dos outros.

Ninguém investe dinheiro na corretora, você investe


dinheiro através de uma corretora em produtos emitidos por
bancos, empresas, bolsa de valores, fundos etc.

O seu dinheiro passa pela corretora, não fica nela, a não ser
que você deixe dinheiro parado na sua conta na corretora.

Na verdade, sempre que você contrata qualquer tipo de


corretora, não importa se é corretoras de seguros, corretoras de
imóveis e corretoras de viagens, está contratando uma empresa
que irá intermediar a operação de compra e venda entre você
e uma outra empresa (seguradora, banco, incorporadora,
operadora de viagens etc). Assista este vídeo.

Quando você compra títulos públicos, eles não ficam


guardados na corretora. Se forem títulos emitidos pelo Tesouro

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Direto, eles ficam custodiados na Companhia Brasileira de
Liquidação e Custódia (CBLC), que é um braço da
BM&FBOVESPA. Desta forma, seus títulos ficam em uma conta
vinculada ao seu nome e CPF.

Se a corretora falir ou por algum motivo for liquidada, os seus


títulos públicos ou privados não desaparecem, não são perdidos.
Você só teria o trabalho de abrir uma conta em outra corretora e
solicitar a mudança de agente de custódia.

Desta forma, é importante que você procure uma boa


corretora, que ofereça um bom atendimento, um site completo,
com ferramentas e informações que permitam você gerir seus
investimentos online.

Sempre que você transferir dinheiro para sua conta na


corretora, é importante fazer logo o investimento para não deixar
o dinheiro parado. Sempre que ocorrer o vencimento de um título
e o dinheiro cair na conta, reinvista ou transfira o dinheiro para o
seu banco preferido.

Na conta da corretora, você só deve deixar dinheiro suficiente


para pagar as taxas exigidas em alguns investimentos, como é o
caso dos títulos públicos ou taxas de custódia.

É importante lembrar que todas as instituições financeiras e as


corretoras de valores são supervisionadas pelo Banco Central do
Brasil. Já as corretoras também são supervisionadas pela
Comissão de Valores Imobiliários (CVM).

O medo de investir fora dos grandes bancos, através de


corretoras, é muito comum. Eu mesmo senti esse medo quando

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resolvi experimentar investir através de uma corretora e não
mais através de um grande banco.

O principal obstáculo no processo de aprendizagem do


iniciante está na coragem necessária para enfrentar o que é
novo. A situação nova, neste caso, se resume em transferir
dinheiro que estava em um grande banco (Banco do Brasil,
Caixa Econômica, Itaú, Bradesco, HSBC etc) para uma
corretora que não tem qualquer relação com grandes bancos.

É natural que as pessoas fiquem com medo de tudo que é


novo ou de qualquer situação onde não temos qualquer
experiência. Por isso, é interessante investir valores pequenos
no começo. Somente com a experiência é que você vai
ganhando confiança.

No site do Tesouro Direto, existe uma página que lista as


corretoras que oferecem as menores taxas, veja a lista aqui.

Rapidamente, as corretoras pequenas perceberam que


poderiam receber destaque neste ranking de taxas
ultrapassando as grandes corretoras na listagem. Bastaria zerar
a taxa ou cobrar taxas menores. Foi o que fizeram.

Muitas corretoras pequenas cresceram e até foram


compradas por corretoras maiores. Com mais investidores, a
corretora poderia divulgar outros produtos de renda fixa e
variável para esta carteira de clientes.

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Extratos e comprovantes
Sempre que você faz qualquer operação de compra ou venda
de títulos públicos, títulos privados, fundos, através de uma
corretora, ela emite um documento chamado “Nota de
Negociação”. É um comprovante do serviço prestado pela
corretora.

Caso tenha comprado ações, fundos imobiliários, títulos


públicos e outros papéis negociados na BM&FBOVESPA, é
possível confirmar se estão todos no seu nome através do site
https://cei.bmfbovespa.com.br/ (Canal Eletrônico do Investidor).

No caso dos títulos públicos comprados do Tesouro Direto


pela corretora com custódia na CBLC, você também pode
consultar pelo site:
https://tesourodireto.bmfbovespa.com.br/PortalInvestidor/

Caso tenha comprado títulos privados como LCI, LCA, CDB,


debêntures e outros, o registro da operação deve ser feito através
da CETIP.

Prefira corretoras que utilizam o CETIP Certifica, pois desta


forma, você terá um extrato mensal sobre os títulos que estão
registrados no seu nome. Para ver a lista de corretoras que
trabalham com este serviço, visite:
http://www.cetip.com.br/cetipcertifica

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Segue um exemplo de extrato CETIP disponibilizado no
site da corretora.

Ter conta em mais de uma corretora para não concentrar


todos os seus investimentos em apenas uma empresa é uma
ideia interessante.

As corretoras costumam cobrar uma taxa mensal de


custódia que se refere aos custos que possuem para manterem
estes títulos privados registrados e custodiados. No caso da
corretora que uso (Corretora XP), esta taxa é de R$ 9,90 por
mês não importando a quantidade de títulos privados que eu
tenha na minha carteira. Para quem tem investimentos acima
de uma determinada quantia dentro da corretora, existe a
isenção de taxas.

Não irei entrar em detalhes sobre os custos de cada


corretora pelo fato de cada uma ter a sua política de taxas. Não
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existe um padrão aplicado a todas elas. Como exemplo, você pode
visitar a página de custos operacionais da corretora que utilizo
(visite aqui). Aqui o exemplo de outra corretora que tenho conta
(visite aqui). É importante que você faça uma boa pesquisa para
escolher sua corretora. No Clube dos Poupadores, existe um
artigo onde ensinei um método que você pode utilizar nesta
pesquisa. Visite aqui.

“Se você quer ser uma pessoa boa, mas


considera os ricos naturalmente maus, nunca
será um deles. É impossível. Como você pode
ser algo que despreza? ” (T. Harv Eker)

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Emprestar dinheiro para o governo

O Governo Federal vende títulos porque precisa de dinheiro


para investir em infraestrutura, saúde, educação além de cobrir
o rombo da sua ineficiência. Os impostos que pagamos não são
suficientes e, por isso, o governo precisa se endividar cada vez
mais.

Pelo Tesouro Direto, qualquer um pode emprestar seu


dinheiro para o Governo Federal comprando títulos. Na data
de vencimento, o título será recomprado pelo governo e você
receberá mais do que pagou, ou seja, receberá o que investiu
mais os juros prometidos quando comprou o título. Você pode
antecipar a venda do seu título, algumas vezes esta antecipação
é vantajosa, outras não.

Pela internet, qualquer pessoa pode ganhar dinheiro


comprando e vendendo títulos públicos federais. Com menos
de R$ 100,00 já é possível comprar frações de títulos públicos.

Estes papéis são exatamente os mesmos que os bancos


compram, com o seu dinheiro, quando você aplica em fundos
de renda fixa, fundos DI. São os mesmos papéis que os planos
de previdência privada e fundos e pensão compram para fazer
o dinheiro render até a sua aposentadoria.

No próximo gráfico você verá que existem quase R$ 4,4


trilhões investidos em renda fixa no Brasil, sendo que quase a
metade estão em títulos públicos. A outra metade está em

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títulos privados como CDB, debêntures, títulos de crédito (LCI e
LCA), entre outros.

Você pode ter achado isso estranho, afinal de contas, os títulos


públicos não parecem ser tão conhecidos ou populares. Você
certamente não conhece muitas pessoas que investem em títulos
públicos. Se não são as pessoas que investem tanto, quem seriam
os detentores destes títulos?

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Dos quase R$ 2.3 trilhões em títulos públicos, apenas 1%
pertencem a pessoas físicas. Todos os outros 99% foram
comprados por bancos, fundos de investimento, fundos de
pensão, previdência privada, seguradoras e investidores não
residentes no Brasil.

Agora, você entende por qual motivo os grandes bancos não


fazem nenhum esforço para divulgar a existência dos títulos
públicos?

Os bancos criam fundos de investimento e planos de


previdência privada. Estes fundos investem o dinheiro dos
clientes em títulos públicos e privados. Para isso, cobram taxas

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administrativas elevadíssimas. Os gerentes e demais funcionários
dos bancos são treinados para vender as vantagens dos fundos de
investimento (fundos de renda fixa, fundos DI, fundos
multimercado) por serem produtos muito lucrativos para o banco.

Os títulos públicos são esquecidos. Com certeza, você nunca


recebeu um telefonema do gerente do seu banco para falar sobre
as vantagens de investir em títulos públicos.

Ele provavelmente já ligou para oferecer planos de


previdência privada PGBL e VGBL e cotas em fundos de
investimento. Para os que possuem poucos recursos, eles
costumam oferecer os terríveis títulos de capitalização onde você
pode ganhar prêmios, mas que na verdade só perde dinheiro.

Isso explica porque 99% dos títulos públicos estão nas mãos
dos bancos e outras instituições financeiras brasileiras e
estrangeiras. Os bancos lucram bilhões oferecendo estes títulos
de forma indireta através dos fundos. Por este motivo, quanto
menos as pessoas souberem sobre os títulos, melhor para eles.

Se você pode aprender como investir diretamente em títulos


públicos e outros títulos privados, não faz o menor sentido pagar
taxas abusivas para que os bancos façam isto por você.

Quando este livro estava sendo escrito, o Tesouro Direto


possuía 484.275 investidores (pessoa física) cadastrados. Este
número está aumentando.

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É interessante observar o interesse dos investidores mais
jovens pelos títulos públicos.

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Se você aplicar R$ 100.000,00 em um fundo de
investimentos oferecido pelo seu banco e ele cobrar 2% de
taxa administrativa anual, isto significa um custo anual de R$
2.000,00. Se for um fundo DI, o banco utilizará seu dinheiro
para comprar títulos Tesouro Selic (LFT). Se for um fundo de
renda fixa, eles irão investir seu dinheiro comprando Tesouro
Prefixado (LTN). Fundos de inflação investem em Tesouro
IPCA+.

Você mesmo poderia fazer estes investimentos com um


custo 5 a 6 vezes menor. Seu custo com as taxas para investir
diretamente nos títulos seria de R$ 500,00 a R$ 600,00 por
ano, que equivale a 0,30% ou 0,40% de taxa anual para um
investimento de R$ 100 mil.

Fica fácil observar o quanto é vantajoso para os bancos.


Quando comparamos títulos públicos e planos de previdência
privada, os lucros dos bancos são ainda maiores, já que, além
de cobrarem taxa de administração elevada, os bancos também
cobram outras taxas como a de carregamento e a de saída.

Comprar títulos públicos é fácil e pode ser feito por você


mesmo pela internet através de uma das diversas corretoras
que existem.

Vantagens dos títulos públicos

Baixo risco: Por ser uma aplicação que é garantida pelo


Governo Federal, é considerada de baixo risco quando
comparada com outras opções no mercado. Lembre-se que o

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Governo Federal é dono da impressora de dinheiro. As contas do
Estado são garantidas pelo bolso de todos os brasileiros através
dos impostos. Para um calote na dívida interna, é necessário que
todo país quebre primeiro.

Baixo custo: O investimento em títulos públicos tem baixo


custo quando comparamos com fundos de investimento e planos
de previdência.

Previsibilidade: Por ser uma aplicação versátil (compatível


com pequenas e grandes somas, diversos vencimentos e
modalidades de pagamento variadas), permite que o investidor
programe os resgates em função das suas necessidades futuras.

Liquidez: Se for preciso, você pode resgatar o dinheiro


investido antes do vencimento. O Tesouro garante a recompra dos
títulos todos os dias úteis. Você verá mais na frente que nem
sempre antecipar o resgate é vantajoso.

Diversificação: Como existem vários tipos de títulos, o


Tesouro Direto permite que o investidor diversifique suas
aplicações com base em cenários de alta ou baixa de juros e
variação da inflação. Sempre existe um título vantajoso para cada
situação econômica que o país atravessa.

Acessível: Com menos de R$ 100,00 já é possível iniciar uma


aplicação. Já os fundos com melhor rentabilidade, oferecidos
pelos bancos, são exclusivos para pessoas que possuem grandes
quantias para investir.

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Comodidade: O investidor aplica, acompanha e resgata os
recursos pela Internet e ainda pode programar as compras e o
reinvestimento.

Vantagem tributária: O Imposto de Renda (IR) só é


cobrado no momento de saída do investimento, ou no
recebimento das parcelas semestrais, depende do tipo do título.
Nos fundos de investimentos, o imposto é recolhido
semestralmente, pelo mecanismo conhecido como “come-
cotas”. Como a parcela do IR permanece na carteira do
investidor do Tesouro Direto até o resgate, continua a render
juros que serão seus.

Investir no Tesouro Direto parece ser um pouco complicado


no começo, já que você precisa aprender como investir para
que possa fazer escolhas.

As pessoas não gostam muito de aprender coisas novas,


muito menos de serem obrigadas a fazer escolhas. A escolha
certa só depende do seu conhecimento. O risco de errar é
proporcional a sua desinformação sobre o investimento.

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Risco de Investir em Títulos Públicos
Não existe ativo mais seguro para investir em um país do que
os títulos da dívida pública que o mesmo emite internamente.

Isto acontece porque o pagamento destes títulos é garantido


pelo caixa do Estado que é o Tesouro Nacional. De forma bem
simples, podemos dizer que o Tesouro é uma conta bancária para
onde vai todo dinheiro que o governo tira da população e das
empresas através dos impostos. Os recursos de caixa do Tesouro
Nacional são mantidos em uma conta aberta no Banco do Brasil
como você pode ver no art. 4 do decreto 93.872.

Todo e qualquer dinheiro arrecadado pelo Governo Federal é


obrigatoriamente recolhido para a conta do Tesouro Nacional. Da
mesma forma, todas as despesas do Governo Federal são feitas
através de saques na mesma conta.

Quem "cuida" deste dinheiro público (de todos nós) é


a Secretaria do Tesouro Nacional que pertence ao Ministério da
Fazenda.

Mesmo arrecadando trilhões em impostos todos os anos, todos


estes recursos são poucos para a gastança de dinheiro público.
Para conseguir o dinheiro que falta para fechar as contas, o
Tesouro Nacional precisa pedir dinheiro emprestado para a
população, bancos, empresas e investidores internacionais.

Vamos imaginar que você está disposto a emprestar R$ 700,00


para o governo. Ele recebe seu dinheiro e te entrega um cheque

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pré-datado no valor de R$ 1.000,00 que poderá ser descontado
depois de 2 anos.

É assim que funcionam (de forma muito simplificada) um


dos títulos públicos chamado Tesouro Prefixado. Quando você
compra um título público, se torna um credor do governo e eles
se tornam seu devedor. Eles devem dinheiro para você e
prometem pagar a dívida somada a juros em uma data futura.

Estas captações de dinheiro se dão pela emissão primária


de títulos públicos, que são adquiridos por instituições
financeiras (bancos) por meio de leilões. Já as pessoas físicas
podem comprar títulos públicos através do programa chamado
Tesouro Direto que é fruto de uma parceria entre o Tesouro
Nacional e a BM&FBOVESPA. São estes leilões e as
negociações de juros futuros que determinam os juros dos
títulos públicos que as pessoas compram no Tesouro Direto.

A dívida interna (em reais) fechou 2015 em 2,79 trilhões.

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Grande parte dos credores do governo são bancos, fundos
de investimento, fundos de previdência, investidores
estrangeiros e seguradoras, como você pode ver no gráfico
abaixo (fonte).

Para que você possa imaginar o tamanho da dívida, veja as


comparações da próxima foto. Veja o espaço ocupado por 1
milhão, 100 milhões, 1 bilhão e 1 trilhão.

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Você pode estar pensando o que pode acontecer se faltar
dinheiro para pagar toda essa dívida.

Quando o governo gasta menos do que arrecada, dizemos que


ocorreu um superávit primário, ou seja, sobrou dinheiro para
pagar os juros da dívida.

Para o mercado, este indicador é importante. Quanto maior o


superávit primário, mais o país demonstra capacidade de pagar o
que deve, isto significa menos risco de crédito e, portanto, menos
juros o país precisa pagar para atrair investidores. Lembre-se que
juros é proporcional ao risco.

Quando o governo gasta mais do que arrecada, temos o


chamado déficit primário. Para que as contas possam fechar, o
governo precisa adotar algumas medidas como:

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Governo vende títulos públicos: Para pagar os juros dos
títulos públicos que estão vencendo e que foram comprados
por investidores em anos anteriores, o governo pode emitir e
vender novos títulos públicos. É como se estivesse
empurrando a dívida com a barriga. O Governo literalmente
assume uma nova dívida para pagar uma dívida velha.

Governo aumenta impostos: O governo pode aumentar a


arrecadação de impostos para pagar os juros da dívida. Isto
pode ser feito de diversas maneiras, muitas delas o cidadão
comum é incapaz de perceber. Como corrigir a tabela do
Imposto de Renda Pessoa física abaixo da inflação. Com isto,
mais pessoas entram na faixa de cobrança de imposto. O
governo também costuma aumentar os impostos pagos pelas
empresas, que são repassados para os preços, e com isto a
população não percebe o aumento diretamente, mas acabará
pagando por ele já que tudo acaba sendo repassado para os
preços.

Governo corta gastos e investimentos: Para economizar


o dinheiro que será usado para pagar juros da dívida, o
Governo pode cortar investimentos e verbas que seriam
utilizadas para a educação, saúde, segurança, investimentos
etc. Isto prejudica a população, sem contar que muito do que é
arrecadado acaba sendo desviado em esquemas de corrupção.

Governo privatiza empresas e vende concessões: O


Governo pode aumentar suas reservas vendendo empresas
públicas ou vendendo concessões para que empresas privadas
explorem atividades que eram exercidas por
estatais. Normalmente, isto é feito através de leilões e o
dinheiro arrecadado engorda os cofres públicos.

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Governo imprime dinheiro: O governo é dono das
impressoras da Casa da Moeda. Se necessário, ele pode produzir
dinheiro novo para pagar suas dívidas. Isto tem efeitos negativos
como a desvalorização da moeda e a inflação. Nosso governo só
pode produzir reais, por isto as dívidas em moeda nacional são
fáceis de pagar. A dívida externa, que é feita em dólares, só pode
ser paga em dólares e por isto é mais fácil encontrar países dando
calote em investidores internacionais.

Você percebeu que a garantia de pagamento dos títulos


públicos é o bolso de todos os 200 milhões de brasileiros? Ricos
e pobres pagam impostos sempre que compram alguma coisa,
pedem empréstimos, fazem investimentos, recebem alguma
renda etc. No Brasil, até para morrer é necessário pagar impostos;
do contrário, a família do morto não tem direito a receber a
herança.

O que acontece se o país quebrar?

O não pagamento da dívida pública produz o chamado risco


sistêmico. Não existe risco pior do que o risco sistêmico que é o
colapso de todo sistema financeiro, com forte impacto sobre as
taxas de juros, câmbio e todos os preços da economia. O calote
da dívida interna quebraria todos os credores do governo: bancos
públicos e privados, fundos, previdência pública, seguradoras,
planos de saúde, empresas de todos os tipos, além de provocar
uma grave desordem social que se espalharia por toda parte. O
dinheiro nacional perderia o seu valor. As pessoas tentariam
comprar moedas estrangeiras e voltariam a fazer escambo. Por
isto, o calote da dívida interna não é uma opção ou uma solução.
É por essa razão que ela não é praticada por nenhum governo.

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Observe que não estou falando de dívidas que o país faz no
exterior. Uma dívida externa feita em dólares só pode ser paga
com dólares. O Brasil não pode imprimir dólares, a população
brasileira não paga impostos em dólares. A falta de reservas
em moeda estrangeira pode levar a um calote da dívida
externa. Para evitar esta situação, existem entidades
financeiras internacionais que socorrem países em crise, como
é o caso do Fundo Monetário Internacional.

O Brasil já deu calote, ou default, como os técnicos gostam


de falar. Isto aconteceu em 1987 durante o governo do José
Sarney. O governo da época resolveu decretar moratória da
dívida externa brasileira e interrompeu o pagamento em
dólares.

Isto permitiu uma renegociação da dívida. O problema é


que os reflexos negativos de um calote podem demorar anos,
talvez até décadas para serem superados. É por isto que todos
os governos fazem o máximo esforço para evitar atrasos ou
não pagamento de dívidas.

Em 2001, a Argentina também decretou moratória. A


dívida era praticamente impagável. O não pagamento também
permitiu uma negociação com os credores. Até hoje, a
Argentina sofre as consequências negativas do primeiro
calote.

Quanto maior é o risco do investimento no Brasil, maior


tende a ser a taxa de juros (Taxa Selic) que o governo precisa
oferecer para atrair investidores.

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O Brasil concorre com outros países pelo dinheiro dos
investidores. Estes só estão dispostos a encarar o risco se o país
estiver disposto a pagar um "prêmio" que são taxas de juros
maiores.

O Brasil é atualmente o país que oferece uma das maiores


taxas de juros reais do planeta, ou seja, descontando a nossa
inflação, estamos pagando juros elevados para quem investe em
títulos públicos.

É melhor emprestar para bancos ou governos?


Os bancos precisam pagar taxas de juros maiores que as taxas
oferecidas pelo governo em títulos públicos, já que o
investimento em bancos é menos seguro que o investimento em
títulos públicos.

O problema é que isto nem sempre acontece e o pequeno


investidor não costuma avaliar a relação rico x retorno. Quem
garante o pagamento de uma dívida do banco é o próprio banco e
não o Tesouro Nacional.

Como já vimos, a proteção do Fundo Garantidor de Créditos é


limitada. Por isto, é importante investir em títulos privados
emitidos por bancos, prestando atenção nestas limitações.

É claro que os reflexos negativos de um grande banco


quebrando são tão terríveis que o Governo inevitavelmente
ajudaria a salvar este banco. O Estado já ajudou a salvar bancos
no passado. Na prática, significa que o dinheiro público que está
no Tesouro pode ser usado para evitar a quebra de um importante

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banco e, com isto, evitar que o problema contagie toda a
economia.

No Brasil, os grandes bancos podem oferecer juros menores


que os oferecidos em títulos públicos e mesmo assim atraírem
investidores. Isto acontece porque a população não sabe
investir em títulos públicos, a maioria nem sabe que os títulos
existem.

A população sem informação, e por acomodação, aceita


receber menos juros investindo em títulos do banco quando
poderia ganhar mais investindo em títulos do governo.

Quando a economia vai mal, a renda fixa vai bem


Quando a economia vai bem, as empresas investem, os
investidores entram no país para investir no setor
produtivo (fábricas, lojas, empresas que geram emprego), o
PIB começa a crescer e ocorre grande oferta de produtos,
serviços e concorrência faz a inflação cair.

Isto permite que o governo reduza os juros. Com juros


menores, as empresas fazem empréstimos para investir mais e
com isto aumentar as vendas, contratar e produzir mais.

Já os consumidores compram mais, já que os juros estão


baixos. Todo este cenário positivo torna o investimento em
renda fixa menos atrativo.

Fazer investimentos produtivos se torna mais lucrativo


(como abrir um pequeno negócio). A bolsa de valores se
beneficia quando a economia e as empresas estão bem.

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Quando a economia está bem, a nossa moeda se valoriza. Quando
a economia está mal, a nossa moeda perde o valor.

Desta forma, podemos dizer que a rentabilidade dos títulos


públicos e de todos os investimentos de renda fixa sofrem
redução quando a economia do país vai bem. Já quando as coisas
vão mal, é justamente o contrário. As taxas de juros se elevam,
investir dinheiro em títulos e outros papéis se torna mais rentável.

As empresas deixam de investir no setor produtivo e passam a


fazer investimentos financeiros. As pessoas fazem a mesma
coisa. Param de consumir e fazer dívidas e passam a poupar.

“O emprego é realmente uma solução de


curto prazo para um problema de longo
prazo”. (Robert Kiyosaki)

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O COPOM controla os juros
Você sabia que a cada 45 dias o COPOM (Comitê de
Política Monetária) toma decisões que influenciam no valor do
seu dinheiro, nos juros que você paga ao se endividar e nos
juros que recebe ao investir?

Os membros desta reunião decidem se o Brasil vai entrar


em recessão, se a inflação vai subir ou cair, se as pessoas vão
comprar mais ou comprar menos, se os investimentos vão
render mais ou menos.
A maioria da população ignora a importância das reuniões
do COPOM. O povão se preocupa mais com o resultado do
campeonato de futebol. O sistema foi construído para que as
pessoas não tenham interesse por decisões que mexem
profundamente em suas vidas.

O COPOM é um órgão que faz parte do Banco Central do


Brasil. Ele é responsável por modificar ou manter os juros
básicos da economia (Taxa Selic) a cada 45 dias.

Esta taxa interfere em todos os juros do mercado, no valor


do dinheiro e das coisas. Ela interfere nos juros que você
recebe quando faz qualquer investimento ou nos juros que
você paga quando pede dinheiro emprestado.

Investidores e empresários observam as tendências da Selic


antes de fazerem qualquer investimento financeiro ou
produtivo. De forma direta ou indireta, grande parte dos
números da economia sofrem interferência das decisões do

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COPOM. A sua vida é impactada diretamente pela taxa Selic,
sem que você tenha total consciência disso.

O principal objetivo do COPOM, ao modificar a taxa de juros,


é controlar a inflação. Fazer o controle da inflação também pode
ser entendido como fazer o controle do valor do dinheiro que cada
brasileiro possui.

Você já deve ter percebido que o seu dinheiro perde valor com
o passar do tempo, já que os produtos tendem a ficar cada vez
mais caros. As decisões do COPOM podem acelerar ou retardar
este processo de empobrecimento do país.

Juros elevados fazem as pessoas comprarem menos, já que as


parcelas ficam maiores. Pegar dinheiro emprestado fica mais
caro. Juros elevados fazem as pessoas pouparem mais e com isto
deixam de comprar hoje para comprar no futuro.

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A economia para de crescer. Com pouca gente podendo ou
querendo comprar, as empresas começam a vender menos e
com isto não conseguem aumentar os preços como antes.
Muitas vezes são obrigadas a baixar os preços para vender. As
empresas menos eficientes vão à falência.

É por isto que o governo sobe os juros para controlar a


inflação. Quando a inflação está controlada, o governo baixa
os juros para estimular o crescimento da economia. Você verá
no próximo gráfico que sempre existem ciclos de queda e alta
da inflação que são acompanhadas por ciclo de queda e alta
dos juros.

Observação: Olhando o gráfico, você perceberá que


somente entre 2012 e 2013 os juros não acompanharam a
inflação por questões políticas. O resultado da interferência
ideológica de políticos nas decisões técnicas do Banco Central
e COPOM ajudaram a agravar a crise vivida pelos brasileiros
de 2015 em diante.

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O COPOM modifica os juros tentando atingir uma meta de
inflação. Atualmente, esta meta é de 4,5% de inflação ao ano. Até
2016, o limite mínimo de inflação será 2,5% ao ano. Em 2017,
será de 2%. O limite máximo (chamado de teto da meta) até 2016
será de 6,5% ao ano. Em 2018, o teto será 6%.

O objetivo do COPOM é manter a inflação próxima de 4,5% e


por isto toma medidas para aumentar ou baixar os juros sempre
que a inflação se afasta do centro da meta. Pelo menos é assim
que deveria ser.

Para consultar a meta atual, basta visitar este endereço aqui e


baixar o PDF da última resolução.

No passado, a meta inflacionária já foi de 3,25% (2001). Estas


metas podem ser modificadas no futuro pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) que é a entidade máxima do sistema financeiro.
O CMN é comandado pelo Ministro da Fazenda, Ministro do
Planejamento e Presidente do Banco Central. Todos eles são
escolhidos pelo presidente da república.

O tripé
Veja o histórico das metas que o país já teve no passado. Veja
que tudo começou em 1999 quando o governo adotou o chamado
tripé macroeconômico que é composto pelo regime de metas de
inflação, metais fiscais e pelo câmbio flutuante.

Traduzindo: A inflação precisa ser controlada, o governo não


pode gastar mais do que arrecada e o câmbio deve seguir a lei da
oferta e da procura sem grandes interferências do governo. É este

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tripé que fez a inflação se estabilizar e permitir todo
crescimento que tivemos desde o início do Plano Real.

Como você pode ver, foi em 2003 que a meta de inflação


foi modificada pela última vez. Foi logo depois da eleição do
ex-presidente Lula. Naquele tempo, o Armínio Fraga deixou a
presidência do Banco Central e o novo presidente escolhido
pelo governo Lula foi Henrique Meirelles. O Ministro da
Fazenda era Pedro Malan e foi substituído por Antônio
Palocci. Até então o tripé macroeconômico foi respeitado.
Com o governo Dilma e Guido Mantega no Ministério da
Fazenda, as coisas começaram a mudar.

Podemos ver o comportamento da inflação depois de 2006


quando Guido Mantega assumiu o Ministério da Fazenda,
ainda no Governo Lula.

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As decisões tomadas pelo Ministro da Fazenda e pelo
Presidente do Banco Central interferem profundamente na
economia e por isto o mercado se preocupa mais com quem serão
os escolhidos para estes cargos do que quem será o presidente do
Brasil.

Quem lembra da campanha eleitoral em que o Lula venceu, se


recorda que a economia mergulhou em uma crise quando o
mercado percebeu que Lula poderia vencer as eleições. O
problema não era a eleição do Lula, mas quem ele iria indicar para
substituir o atual Ministro da Fazenda Pedro Malan e o presidente
do Banco Central que era Armínio Fraga.

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O mercado só se acalmou quando ficou claro que o
presidente do Banco Central seria Henrique Meirelles (filiado
a um partido de oposição), ex-presidente do antigo Bank
Boston, e que provavelmente daria continuidade ao Plano Real
e o tripé macroeconômico. O mercado acreditou que a política
econômica seria uma continuidade do que estava sendo feito e
com isto a inflação se manteria controlada durante boa parte
do novo governo.

Confiança na equipe econômica

Como você pode ver, a equipe econômica é muito


importante. A relação de confiança entre empresários e
investidores com a equipe econômica é fundamental para o
crescimento do país, pois querendo ou não, quem produz e faz
o país crescer são as empresas que investem, empregam e
pagam impostos.

Para entender como esta confiança é importante, vamos


imaginar que você é um grande empresário. Imagine que você
tem uma fortuna bilionária para investir no país.

Se você confia no governo, confia na equipe econômica,


acabará se sentindo estimulado a pegar este dinheiro e investir
na abertura de uma nova fábrica onde seu lucro será maior que
na aplicação financeira.

A consequência boa disto é que a nova fábrica vai gerar


novos empregos e o dinheiro que antes estava nos bancos,
agora irá circular na economia. O empresário contratará

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pessoal, outras empresas, recolherá impostos e produzirá
riquezas.
Quando o empresário não confia no governo e nem na equipe
econômica, ele simplesmente reduz os investimentos, fecha
fábricas, lojas, demite funcionários e deixa sua fortuna rendando
juros nos bancos ou em títulos públicos. Em casos extremos, os
empresários deixam o país e fazem investimentos no exterior.

É fundamental que o COPOM cumpra seu papel que é


controlar a inflação, mantendo o mercado otimista. Se o COPOM
e o Banco Central, em determinado ano, não conseguirem manter
a inflação dentro da meta estabelecida pelo CMN (não pode
passar de 6,5%), o Presidente do BC precisa escrever uma carta
aberta para o Ministro da Fazenda explicando as razões do não
cumprimento da meta, bem como as medidas necessárias para
trazer a inflação de volta à trajetória predefinida e o tempo
esperado para que essas medidas surtam efeito. Isso aconteceu em
2002, 2003, 2004 e em 2016. Você pode acessar e baixar as cartas
aqui.

O que acontece nas reuniões


O COPOM é composto pelos membros da Diretoria Colegiada
do Banco Central: o Presidente e os Diretores de Política
Monetária, Política Econômica, Assuntos Internacionais e Gestão
de Riscos Corporativos, Organização do Sistema Financeiro e
Controle de Operações de Crédito Rural, Fiscalização, Regulação
do Sistema Financeiro e Administração. O Presidente tem direito
ao voto decisório em caso de empate na decisão da política
monetária. As pessoas que ocupam estes cargos e que possuem o

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poder de votar estão listadas aqui. Clicando nos nomes, você
pode ver o currículo deles e a foto.

Até 2005, as reuniões eram mensais. Em 2006, elas


passaram a acontecer a cada 45 dias ou 8 vezes por ano.
Sempre acontece às terças e quartas-feiras. Existe um
calendário com a data das reuniões nesta página aqui.

O calendário do ano sempre é definido no mês de outubro


do ano anterior. Se acontecer algum evento inesperado que
possa gerar impactos fortes na economia, o presidente do
Banco Central pode convocar uma reunião extraordinária do
COPOM. Isto já aconteceu três vezes. A última foi em outubro
de 2002 quando a situação estava complicada diante as
incertezas geradas pela possibilidade de eleições do Lula.

Veja o que acontece dentro da reunião do COPOM:

No primeiro dia, participam da reunião seus membros e os


chefes de sete departamentos do Banco Central:

1. Departamento de Assuntos Internacionais (Derin),


2. Departamento Econômico (Depec),
3. Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep),
4. Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de
Pagamentos (Deban),
5. Departamento das Reservas Internacionais (Depin),
6. Departamento de Operações do Mercado Aberto
(Demab), e
7. Departamento de Relacionamento com Investidores e
Estudos Especiais (Gerin).

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Participam também do primeiro dia de reunião o Secretário
Executivo e o Assessor de Imprensa do Banco Central. A
participação no segundo dia de reunião é limitada aos membros
do COPOM e ao Chefe do Depep.

Cada chefe de departamento faz uma apresentação sobre a


conjuntura econômica e financeira.

O Deban faz apresentação sobre a evolução da liquidez,


reservas bancárias e depósitos compulsórios; O Depin apresenta
análise sobre a economia global, o comportamento do mercado
financeiro internacional e o mercado de câmbio doméstico; O
Derin apresenta informações sobre a conjuntura econômica
internacional; O Depec comenta dados recentes sobre atividade
econômica, inflação, agregados monetários e crédito, política
fiscal e balanço de pagamentos; O Demab resume os assuntos
referentes aos mercados financeiros domésticos, condições de
liquidez do mercado monetário, resultados dos leilões de dívida
pública e composição e estrutura de vencimentos da dívida. Em
seguida, o Gerin sumaria a evolução recente das expectativas do
mercado para a inflação e para outras variáveis econômicas
relevantes.

Como você pode ver, os votos precisam ser justificados


tecnicamente. Por isso, é importante que o Banco Central seja um
órgão técnico e não político. É muito perigoso tomar decisões
econômicas sem olhar questões técnicas e prever o impacto disso
no futuro. As pessoas podem ter boas intenções, mas precisam ter
conhecimento técnico.

No segundo dia de reunião, só participam os membros do


Comitê e o Chefe do Depep. A reunião se inicia com uma análise

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das projeções atualizadas para a inflação, baseadas em
diferentes hipóteses para as principais variáveis
macroeconômicas. Após essa avaliação, os Diretores de
Política Econômica e de Política Monetária apresentam
alternativas para a taxa de juros de curto prazo e fazem
recomendações acerca da política monetária.

Os outros membros do Copom, em seguida, tecem seus


comentários e propostas. Para concluir, os 4 membros votam
numa proposta final. A decisão final – a meta para a Taxa Selic
e o viés (de elevação ou de redução), se houver – é
imediatamente anunciada à imprensa e divulgada na página do
BC na internet nesta página aqui. Também é divulgada a
relação dos votantes e, em caso de não ter sido uma decisão
consensual, a opção de cada um.

Viés dos juros


O COPOM pode estabelecer um viés (tendência) para a
taxa de juros no futuro. Pode ser um viés de elevação ou de
redução dos juros. Quando isto é feito, o Banco Central
pode alterar a Taxa Selic na direção do viés a qualquer
momento até a próxima reunião do COPOM. Na maioria das
vezes, não se determina um viés. O viés normalmente só é
usado quando alguma mudança significativa na conjuntura
econômica for esperada. Faz muito tempo que eles não o usam.
A última vez em que foi usado ocorreu na 82ª reunião do
Comitê, em 19 e 20/03/2003. Para acompanhar o histórico da
taxa de juros no país, visite este endereço aqui.

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Uma ata da reunião é divulgada às 08:30h da quinta-feira da
semana posterior a cada reunião. Qualquer pessoa pode ir lá no
site baixar a ata.

Nesta ata, você vai encontrar um resumo da reunião e a


decisão. Normalmente, a ata possui dicas sobre o que pensa o
COPOM e sobre o que pode acontecer nas próximas reuniões.
Investidores estudam cada vírgula da ata para identificar estas
dicas.

Relatório trimestral da inflação


Nos meses de março, junho, setembro e dezembro, ou seja, no
final de cada trimestre, o COPOM publica um relatório chamado
"Relatório de Inflação" que analisa a situação econômica e
financeira no Brasil. Eles também apresentam projeções para a
taxa de inflação.

As projeções inflacionárias são exibidas por meio de um


"gráfico com o leque de inflação", que mostra as projeções como
uma distribuição probabilística, enfatizando o grau de incerteza
presente no momento em que as decisões de política monetária
são tomadas. Você também pode baixar e ler este relatório
visitando aqui.

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Este é o chamado "Leque de Inflação" que retirei do último
relatório. Este gráfico mostra como a inflação poderá se
comportar. A linha central, mais escura, seria a trajetória mais
provável da inflação até 2017 com base neste estudo. As linhas
mais claras possuem probabilidade menor de acontecer à
medida que se afastam da linha mais escura. Olhando o
gráfico, é possível ver que o Banco Central acredita que a
chegará perto do centro da meta (4,5%) no final de 2017.

O problema é que muitas variáveis como o câmbio não


dependem só do Banco Central. Crises econômicas ocorridas
em grandes países do mundo, guerras, catástrofes naturais,
atentados, epidemias, resultado de eleições, decisões de
bancos centrais de outros países, movimentos especulativos e
todo tipo de acontecimento político, econômico ou natural de

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grandes proporções podem impactar o câmbio e tornar toda essa
projeção inútil.

Tudo que falei aqui, você deveria ter aprendido na escola. Não
aprendeu porque é interessante, para alguns, que você ache tudo
isso muito chato. Quanto menos você entender de economia,
melhor para quem entende. Quanto menos você souber cuidar do
seu dinheiro, maiores serão os lucros de quem sabe cuidar do
dinheiro dos outros.

Se você pretende aprender mais sobre como investir e cuidar


do seu dinheiro, é fundamental que comece a se interessar pelos
acontecimentos da economia. Um destes acontecimentos
importantes é a reunião do COPOM. Acredito que é o evento mais
aguardado por investidores, empresários, economistas, bancos e
até pelo próprio governo. Os governos dos outros países também
acompanham estas reuniões com atenção já que os juros também
interferem nas relações comerciais entre os países.

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Política Monetária

Uma das principais atividades do governo é controlar e


interferir na nossa vida financeira. Esta interferência é
chamada de Política Econômica, que é subdividida
em: Política Fiscal, Política Monetária, Política de Renda e
Política Externa, que se divide em Política Cambial e Política
Comercial.

O objetivo básico destas políticas é manter a economia do


país em crescimento de forma equilibrada, estável e
sustentável. O problema é que sempre existem situações que
fogem do controle do governo e que tendem a desestabilizar a
economia. O governo está sempre avaliando os números da
economia e fazendo ajustes em um trabalho interminável.

Podemos imaginar a economia brasileira como um enorme


e pesado navio navegando em um mar repleto de outros navios
(outros países). As decisões que os comandantes dos outros
navios tomam e as mudanças imprevisíveis no ambiente estão
sempre obrigando o governo a fazer ajustes na rota e na
velocidade do navio através das políticas econômicas. Quanto
mais competente é o governo, mais a economia avança de
forma estável e sustentável, sem desequilíbrios, sem sustos e
sem riscos.

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O Banco Central é responsável pela execução da Política
Monetária, que tem suas normas e diretrizes definidas pelo CMN
Conselho Monetário Nacional, que é o órgão máximo do sistema
financeiro.

Para saber onde você está dentro do sistema financeiro, veja


este organograma:

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O que acontece quando os juros sobem
Quando o Banco Central inicia um ciclo de alta de juros,
podemos dizer que ele está adotando uma Política Monetária
Contracionista. O objetivo desta política é controlar o aumento
da inflação e controlar o crescimento da economia.

Existe uma meta de inflação e uma meta de crescimento. A


inflação e o crescimento econômico (PIB) não podem
caminhar nem abaixo e nem acima de suas metas, pois isto
produz diversas consequências negativas para a economia. O
objetivo é manter inflação e crescimento equilibrados.

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Quando o Banco Central inicia um ciclo de alta de juros (Taxa
Selic), acaba produzindo um efeito dominó que, de forma
simplificada, segue a sequência de acontecimentos que mostrei
logo abaixo. Estes eventos são relativamente previsíveis. Por este
motivo, é muito importante, para empresários e investidores,
saber se a economia está em um ciclo de alta (Política Monetária
Contracionista) ou de baixa dos juros (Política Monetária
Expansionista).

É fácil perceber que não existe interesse do governo e nem de


alguns agentes do mercado financeiro que o cidadão comum
entenda o funcionamento destes ciclos e suas consequências no
dia a dia. Se isto acontecesse, é provável que as pessoas
tentassem votar de forma mais racional e consciente e isso seria
um perigo para quem precisa se manter no poder mentindo sobre
a nossa situação econômica.

A ordem dos acontecimentos:

Alta dos Juros ► Menos Liquidez ► Menos Consumo


►Menos PIB ► Menos Inflação ► Queda dos Juros

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Juros sobem (↑) para a inflação diminuir (↓)
O juro elevado retira muito dinheiro que estava circulando
na economia. Quem tem dinheiro poupa mais e quem não tem
pede menos dinheiro emprestado. O dinheiro que estava
circulando na economia fica parado dentro do sistema
financeiro. Juros elevados produzem prestações elevadas e
desestimulam financiamentos, empréstimos e com isso menos
pessoas querem ou podem comprar.

Com menos dinheiro disponível na economia, a demanda


por produtos e serviços começam a cair. Quando a demanda
está elevada, as empresas aumentam seus lucros produzindo
mais ou aumentando preços. A forma mais fácil e rápida de
aproveitar o aumento da demanda é aumentando os preços.

Só quando os empresários confiam na economia e no


governo é que optam por aumentar a produção, já que isto
exige investimentos de longo prazo através de empréstimos ou
de investimento de recursos próprios. Estas duas coisas são
desestimuladas quando os juros estão elevados.

Juros elevados também oferecem um prêmio maior para


quem opta por poupar e investir o dinheiro em ativos
financeiros. O consumidor começa a achar mais vantajoso
guardar dinheiro (ganhando juros) e deixar para comprar no
futuro. O empresário começa a achar mais vantajoso lucrar no
mercado financeiro do que no setor produtivo.

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Com menos gente querendo e podendo comprar, produtos e
serviços começam a encalhar e as empresas não conseguem mais
manter o ritmo de alta dos preços.

Juros subindo(↑) reduz (↓) da Balança Comercial


Juros elevados atraem investidores internacionais que estão
sempre buscando rentabilidades maiores. Ao entrar com seus
dólares no Brasil, estes investidores precisam comprar reais para
poderem investir. A oferta de dólares no mercado começa a
crescer, fazendo o dólar perder valor frente ao real. O dólar barato
beneficia os importadores, já que os produtos importados ficam
mais baratos e são mais demandados.

Para os exportadores, o efeito é o contrário. Com o dólar


desvalorizado, eles precisam cobrar mais dólares pelos produtos
que exportam e isso acaba afastando quem compra produtos
brasileiros lá fora.

Tudo isso faz o saldo da nossa balança comercial diminuir.


Com a concorrência dos importados (dólar mais barato) e com
exportadores preferindo vender o que produzem dentro do Brasil
(devido ao real mais valorizado), a oferta de produtos tende a
aumentar e isto dificulta o aumento de preços.

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Juros subindo (↑) aumenta (↑) a Dívida Pública
Os impostos, que eles tiram do nosso bolso, são
insuficientes para pagar as despesas e as dívidas do Governo.
Para fechar esta conta, eles precisam vender títulos públicos.
Quanto maior os juros oferecidos a quem compra títulos
públicos, maior será o tamanho da dívida que o governo estará
assumindo no futuro. Isto significa que aumentar juros
prejudica as contas públicas. Para enfrentar estas dificuldades,
o Governo pode decidir cortar despesas, reduzir investimentos
e até aumentar os impostos.

Juros subindo (↑) força a queda (↓) do PIB


O PIB mede a riqueza que as empresas produzem todo ano.
A quantidade de riquezas que produzimos tende a cair quando
os juros estão subindo por três motivos: 1) Juros altos reduzem
o consumo; 2) Os investimentos produtivos diminuem, já que
o crédito e o custo de oportunidade ficam mais elevados; 3) Os
efeitos no câmbio e na balança comercial também afetam o
PIB. A economia desaquecida aumenta o desemprego que, por
consequência, afeta os índices de criminalidade, insatisfação
da população etc.

Política Econômica Contracionista é um tratamento que


utiliza altas doses de juros para combater a inflação elevada
que prejudica a nossa economia. Este tratamento gera efeitos
colaterais como queda na balança comercial, aumento da
dívida pública, queda no PIB, entre outros. O período de juros
elevados precisa ser curto e a dose precisa ser certeira e
suficiente para baixar a inflação rapidamente para que os
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efeitos negativos dos juros elevados não provoquem danos
difíceis de reverter.

Além do controle dos juros, existem outros instrumentos


utilizados pelo Banco Central em sua Política Monetária, como é
o caso do Redesconto e o depósito Compulsório. Para fixar este
tema, assista esta aula.

‘Nenhum pensamento mora de graça na


cabeça de ninguém - todos eles são investimentos
ou custos. Ou levam a pessoa na direção da
felicidade e do sucesso ou a afastam dessas duas
coisas - ou a fortalecem ou a enfraquecem”
(Robert G. Allen)

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Política Fiscal
Como gastar só aquilo que se arrecada e tornar o Estado
mais eficiente são medidas demoradas e que desagrada muita
gente (principalmente os políticos), a saída mais fácil é
aumentar a arrecadação através do aumento dos impostos.

O objetivo da política fiscal nada mais é do que equilibrar


as contas (receitas x despesas) do governo da mesma forma
que você tenta fazer na sua casa. O governo não deveria gastar
mais do que arrecada para evitar mais endividamento (emissão
de títulos públicos).

Um governo que gasta mais do que arrecada também perde


credibilidade ficando obrigado a oferecer juros maiores para
captar recursos dos investidores.

Quando o governo gasta muito ou arrecada pouco, as contas


ficam desequilibradas. Quando isto acontece, alguém precisa
pagar a conta.

Normalmente, o aumento dos impostos é a solução mais


fácil e impopular. Veja o que acontece quando o governo
aumenta os impostos adotando uma política fiscal
contracionista.

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Inflação
No primeiro momento, o aumento dos impostos sobre
produtos, serviços e créditos, fazem os preços aumentarem. Isto
eleva a inflação. Teoricamente, este aumento da inflação dura
pouco tempo. Aumentar impostos significa retirar mais dinheiro
do bolso das pessoas para transferir para os cofres do governo.

Com menos dinheiro, as pessoas consomem menos, poupam


menos e investem menos. As empresas não conseguem mais
aumentar preços já que as pessoas estão com menos dinheiro para
gastar.

A inflação tende a frear quando o governo inicia um ciclo de


aumento de impostos. Isto também gera um problema. Se as
pessoas compram menos e as empresas vendem menos, o governo
também tende a arrecadar menos.

Para isso, existe uma solução. Se as pessoas não têm dinheiro,


elas podem comprar pedindo dinheiro emprestado. Vamos ver
como isto ocorre mais na frente.

Dólar
As pessoas com menos dinheiro no bolso consomem menos e
a inflação para de subir. Isso deixa espaço para que o governo
possa reduzir os juros (Taxa Selic). Com juros menores, as
pessoas passam a consumir mais através do
endividamento. Juros menores afastam os investidores
estrangeiros, que levam seus dólares para fora do Brasil.

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Com menos dólares, seu preço começa a subir. As pessoas
param de consumir importados e passam a comprar produtos
nacionais. Com o real mais barato, os produtos brasileiros
ficam mais baratos lá fora e isso estimula as exportações. Todo
este movimento pode reaquecer a economia.

Dívida Pública
Aumentando a arrecadação, o governo fica com mais
dinheiro disponível para pagar os juros da dívida, ou seja,
pagar os juros que você e as instituições recebem quando
investem em títulos públicos ou fazem investimentos que
investem em títulos públicos, como planos de previdência
privada, fundos de investimento etc.

O aumento da arrecadação também pode ser usado para


reduzir o tamanho da dívida, já que o governo passa a tirar
dinheiro das pessoas no lugar de pedir dinheiro emprestado
para as pessoas (vendendo títulos públicos). Precisando de
menos dinheiro emprestado, o governo encontra espaço para
reduzir juros.

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PIB
Quando os impostos aumentam, a atividade econômica tende
a diminuir no primeiro momento. As empresas investem menos,
as pessoas compram menos e isso pode até gerar desemprego. Se
os aumentos dos impostos forem seguidos de uma queda nos
juros, no segundo momento o PIB tende a crescer. Sem dinheiro
no bolso e com juros baixos, as pessoas e as empresas tendem a
consumir mais, se endividando.

Mesmo assim, o aumento de impostos não é a melhor forma


de aumentar a produção de riquezas de um país. O investimento
que eleve a produtividade e a competitividade das empresas é que
geram e atraem riquezas. Impostos menores é que atraem mais
investidores e aumentam a arrecadação, não pelo aumento da
alíquota, mas pelo aumento dos investimentos, da produtividade,
das exportações e aumento do consumo das pessoas. É ajudando
a população a produzir mais riquezas (trabalhando e investindo)
que o governo deveria aumentar a arrecadação e não elevando e
criando novos impostos.

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Política Cambial
A política cambial tem como principal objetivo manter o
equilíbrio no fluxo de entrada e saída de moeda estrangeira de
tal forma que a taxa de câmbio possa se manter em um patamar
que atenda os interesses do governo no cenário econômico que
o país se encontra.

Existem momentos em que o governo adota medidas para


valorizar o real (o dólar fica mais barato). Existem momentos
em que o governo adota medidas que desvalorizam o real (o
dólar fica mais caro). Muitas vezes, as variações cambiais são
um efeito colateral de outras políticas econômicas.

O objetivo é sempre buscar um equilíbrio, evitando


alterações bruscas da taxa de câmbio e dos preços
influenciados por ela. Estas mudanças bruscas sempre
prejudicam as empresas, população e governo. O papel do
Banco Central é adotar medidas para evitar a volatilidade, que
é a variação rápida do valor da moeda.

Existem três regimes de câmbio diferentes que os governos


podem adotar:

a) Regime de câmbio flutuante - Neste regime, o preço da


moeda estrangeira é determinado pelas leis de oferta e
demanda sem interferência do Banco Central. Quando a oferta
de dólares no país é muito grande, o seu preço tende a cair.
Quando existem poucos dólares diante de muito interesse pela
moeda, o preço tende a subir. Neste regime, o Banco Central

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não fica comprando e vendendo dólares para influenciar no preço
da moeda. O próprio mercado tende a encontrar o equilíbrio e
uma taxa de câmbio justa.

b) Regime de câmbio fixo - Existem países onde o nível de


interferência do Estado na economia é muito elevado e neles
encontramos o regime de câmbio fixo. Neste tipo de regime, o
Banco Central está sempre comprando e vendendo dólares para
evitar a variação do seu preço. Para utilizar o câmbio fixo, é
necessário que o país tenha uma grande reserva de dólares.
Quando falta dinheiro, o país se vê obrigado a pedir empréstimos
internacionais, já que não pode imprimir dólares.

c) Forma híbrida - É a mistura do câmbio fixo e câmbio


flutuante. Entre 1994 e 1999, o Brasil utilizou o regime híbrido
através das chamadas bandas cambiais. O governo estabelecia um
valor mínimo e um valor máximo para o dólar e deixava o preço
flutuar dentro desta faixa. O Banco Central intervia no câmbio
(comprando ou vendendo dólares) quando o preço da moeda
ultrapassava o piso ou o teto estabelecido por ele.

Depois de 1999, o governo parou de estabelecer preços


mínimos e máximos para o dólar, só que não deixou de intervir.
Para atender os objetivos da política econômica adotada pelo
governo, as intervenções podem ocorrer a qualquer momento.

Alguns chamam esse regime híbrido de câmbio flutuante sujo


(flutuante com intervenções). Com isso, ficou mais difícil prever
o futuro do dólar, já que não sabemos a força com que o governo
entrará no mercado comprando ou vendendo dólares, tentando
influenciar no preço da moeda. Mesmo com as intervenções do

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Banco Central, o preço do dólar sofreu grandes variações nos
últimos 20 anos.

Efeitos da alta do dólar na economia:

Real desvalorizado (dólar caro) = Inflação sobe (↑)


Quando o nosso dinheiro perde valor, todos nós
empobrecemos diante do mundo. Precisamos gastar mais reais
que antes para comprar os mesmos produtos importados.

O dólar mais caro pressiona praticamente todos os preços


da economia. Muito do que é produzido e consumido no Brasil
possui preço cotado em dólar, exemplo: trigo, soja, milho,
açúcar, café, cacau, algodão etc. Quando o real está
desvalorizado, nossos produtos se tornam mais atrativos no
exterior, elevando as exportações e isso pode afetar a oferta
destes produtos para o consumidor brasileiro, pressionando os
preços.

Muito do que é produzido no Brasil (eletrônicos, veículos,


máquinas etc) utiliza matéria prima importada e fica mais caro
quando o dólar se valoriza frente ao real. Com produtos
importados mais caros, a população tende a procurar os
produtos nacionais similares. A demanda nem sempre
acompanha a capacidade das empresas produzirem mais e por
isso a demanda maior diante de uma oferta pequena faz o preço
dos produtos nacionais aumentarem.

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Real desvalorizado = Alta da Balança Comercial (↑)

O real mais barato torna os produtos brasileiros mais baratos


no exterior. As empresas brasileiras exportam mais e recebem
dólares como forma de pagamento. Já os importados ficam mais
caros.

As pessoas e as empresas importam menos e assim menos


dólares saem do Brasil. Até os turistas brasileiros passam a gastar
menos no exterior. Isso favorece a balança comercial que é o
indicador econômico que representa a relação entre o total de
exportações e importações de bens e serviços de um país em
determinado período.

Todos os países desejam exportar mais, pois desta forma estão


recebendo as riquezas dos outros países em troca do que
produziram. Mais exportações também representam a entrada de
mais dólares e dessa maneira o governo tem a oportunidade de
aumentar suas reservas em dólares, o país acumula mais riquezas
que podem ser utilizadas para investimentos, fazendo o país
crescer.

O problema é que todos estes movimentos são muito lentos.


Quando o dólar fica mais caro, a inflação tende a aumentar
rapidamente enquanto as exportações podem demorar muito
tempo para trazer riquezas para o país.

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Real desvalorizado (dólar caro) = PIB sobe (↑)

As empresas brasileiras tendem a produzir mais e investir


mais para atender a demanda das exportações. Isso faz a
economia do país crescer sem depender da demanda interna.
Este efeito também demora muito para acontecer e depende de
outras condições favoráveis. Uma taxa de câmbio favorável
não é o único ponto necessário para que um país possa crescer.
Nossos produtos não são competitivos lá fora devido a outros
problemas como falta de infraestrutura para transporte dos
produtos, baixa produtividade, impostos e burocracia elevada
para quem deseja exportar.

Veja no gráfico que o dólar não para de subir desde 2000.


Para gerar gráficos como este, visite aqui.

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Tipos de dólar
Dólar comercial - serve como parâmetro para as empresas,
principalmente nas operações de importação ou exportação, além
de transferências financeiras, ou seja, quando você recebe ou
transfere dinheiro para contas no exterior. Também é utilizado em
transações cambiais entre os bancos e grandes empresas. Sempre
existe uma diferença entre o preço de compra e o de venda. Esta
diferença é o lucro do banco que realiza a operação. Você
encontra a cotação do dólar comercial, dólar turismo, euro
comercial e euro turismo visitando aqui.

Dólar turismo - é usado nas operações relativas à compra e


venda da moeda entre instituições financeiras e pessoas físicas,
que normalmente precisam de papel moeda para viajar. Quando
você compra um pacote de viagem ou uma passagem, por
exemplo, a cotação adotada é a do dólar turismo, que é a mais
alta. Você pode encontrar as empresas que vendem dólar turismo
barato através de uma página de pesquisa do Banco Central
visitando o endereço.

Dólar paralelo - Esse tipo de cotação não existe mais. Era


praticada por doleiros (pessoas que comercializavam a moeda)
sem a autorização do Banco Central (BC). Hoje, é necessária a
autorização do órgão para negociar a moeda. Quem compra
dólares de pessoas ou empresas não autorizadas corre dois riscos:
1) Comprar dólares falsos sem saber e depois ser pego quando
tentar vender estes dólares para outras pessoas ou mesmo para
uma casa de câmbio; 2) Quando você compra dólares de uma
instituição financeira autorizada, recebe um recibo que comprova
a legalidade da posse e a origem do dólar. Quando você compra

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dólares de uma pessoa qualquer, fica sem o recibo e, se você
for pego com dólares, poderá ter os mesmos apreendidos pelo
Estado. Sem ter como comprovar a origem do dinheiro, você
passará a ser alvo de investigações. Veja a lista de instituições
autorizadas.

Ptax - média de todas as taxas praticadas no mercado,


divulgada diariamente pelo Banco Central, que serve como
referência para contratos. Você pode acompanhar a cotação
através deste endereço oficial do Banco Central.

O que pode interferir na cotação do dólar:

Banco Central - Pode atuar diretamente no mercado,


comprando e vendendo moeda estrangeira de forma ocasional
e limitada, com o objetivo de conter movimentos
desordenados da taxa de câmbio. Não é possível prever
quando e como o Banco Central irá atuar.

Taxa de Juros - Quando o COPOM eleva ou reduz a taxa


de juros, pode atrair ou afastar investidores estrangeiros que
enviam dólares para o Brasil com o objetivo de aproveitar as
taxas praticadas aqui. Muitas vezes, estes investidores pedem
dinheiro emprestado no exterior, pagando juros baixos, e
investem este mesmo dinheiro no Brasil. Com isto, eles pagam
os juros do empréstimo e ficam com a diferença.

Estes movimentos de entrada e saída de dólares dos


investidores podem ser imprevisíveis já que sempre estão
avaliando a relação entres os juros pagos e o risco que correm
investindo no Brasil. Esta percepção de risco pode mudar

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rapidamente dependendo de acontecimentos difíceis de prever.

Taxa de Juros em outros países - Quando outros países


aumentam suas taxas de juros, isto pode atrair investidores que
estão com recursos investidos no Brasil. O efeito contrário
também pode ocorrer. A queda dos juros lá fora pode atrair
investidores e seus dólares para o Brasil.

Exportações e Importações - O aumento das exportações e


importações, que pode ser influenciado por decisões políticas e
eventos externos, pode elevar ou reduzir a oferta de dólares no
país. Exportadores recebem em dólares e por isso precisam
vender os dólares que recebem em troca de reais. Já os
importadores fazem o contrário. Eles compram dólares utilizando
reais para pagar fornecedores.

Aversão ao Risco - Crises econômicas ou qualquer evento


político, climático, cataclísmico, militar ou de qualquer natureza
que possa elevar a percepção de risco dos investidores é motivo
para a transferência do dinheiro que possuem no Brasil para
opções mais seguras de investimento no exterior.

Reservas Cambiais - Quando o país possui poucos dólares e


ouro em suas reservas, corre mais riscos de sofrer ataques
especulativos e desvalorização da própria moeda. O Brasil possui
reservas cambiais elevadas. Estas reservas permitem que o Banco
Central tenha poder de intervir no mercado.

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A Inflação é um confisco
O confisco da poupança dos brasileiros já está acontecendo
há bastante tempo sem que a maioria perceba. No lugar de
congelar ou bloquear os investimentos das pessoas, como
ocorreu durante o governo Collor, o confisco está sendo feito
de uma forma mais sofisticada.

O dinheiro continua no seu bolso, mas gradativamente seu


valor está sendo transferido para o governo e bancos. É assim
que funciona a inflação, que muita gente chama de "imposto
inflacionário". Ela é o mecanismo mais poderoso de
transferência de renda do bolso da sociedade para o bolso do
governo.

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Ao contrário do que ocorre com os impostos tradicionais, que
precisam ser debatidos e aprovados pelo Congresso, a inflação
não requer nenhuma aprovação. Nem sempre as pessoas
conseguem relacionar a gastança do governo, na busca de
popularidade, com a alta da inflação. São poucos os brasileiros
que compreendem que o governo não produz riquezas. Ele só as
retira da sociedade com a desculpa de que sabe redistribuir esta
riqueza de forma justa e honesta.

Basicamente, funciona assim: Primeiro, o governo resolve


aumentar a oferta de moeda. Geralmente, apresenta um motivo
como aumentar a taxa de crescimento, diminuir o número de
desempregados, reduzir taxa de juros etc. Ele força a queda dos
juros, aumenta gastos públicos, estimula a oferta de crédito, gasta
mais do que arrecada, reduz o depósito compulsório e faz a
população acreditar que vivemos em um país rico, sem
sacrifícios, sem que ninguém precise trabalhar mais ou produzir
mais para isto.

O resultado deste aumento da quantidade de dinheiro em


circulação (sem um real aumento das riquezas produzidas) é o
aumento da inflação. Neste processo, o governo aumenta
sua arrecadação, penaliza seus credores e todos que possuem
dinheiro. Para aprofundar este tema, baixe e leia "A Verdade
sobre a Inflação".

Confisco pela inflação


A inflação transfere renda dos credores para os devedores.
Como a inflação faz o dinheiro perder valor, o maior prejudicado
é o credor (aquele que tem dinheiro a receber) e o maior
beneficiado é o devedor (aquele que precisa pagar uma dívida).

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No futuro, o credor vai receber um dinheiro que perdeu valor
e o devedor vai pagar com uma moeda desvalorizada. O
governo é o maior devedor do país. Sua dívida interna
ultrapassa os R$ 2,7 trilhões. Por este motivo, o governo é o
que mais se beneficia quando a inflação está elevada.

Podemos afirmar que o governo confisca as economias dos


brasileiros quando permite a alta da inflação, pois a inflação
faz o valor real da sua dívida declinar. O indivíduo que vive
de renda, como o aposentado, perde com a inflação à medida
que sua renda não é corrigida na mesma proporção do aumento
dos preços.

Podemos chamar a inflação de imposto sobre a propriedade


do dinheiro, pois qualquer pessoa que o possua, quando os
preços sobem, perde parte do seu valor.

A inflação reduz o poder de compra da moeda: um


indivíduo que começa o ano com R$ 1.000,00 terá de adicionar
R$ 100,00 às suas reservas durante o ano somente para manter
seu valor real constante se a inflação for de 10% ao ano. O que
ele podia comprar no início do ano por R$ 1.000,00 agora só
pode comprar com R$ 1.100,00.

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Confisco pelo FGTS
Os trabalhadores perdem com o FGTS, que é uma poupança
forçada, mal remunerada e obrigatória. O governo se apodera
desta riqueza do trabalhador (torna-se devedor) e remunera o
dinheiro aplicado com apenas 3% de juros + TR (enquanto a
inflação atual supera os 8% ao ano).

O FGTS é patrimônio do trabalhador e que, nessa perspectiva,


não pode ser utilizado para subsidiar políticas públicas sem a
devida reposição das perdas inflacionárias, sob pena de
configurar confisco.

A correção monetária dos saldos vinculados ao FGTS deveria,


no mínimo, refletir a inflação do período, e o índice que melhor
reflete o objetivo da Lei do FGTS é o INPC (fonte).

Confisco pela rentabilidade da poupança


Os milhões de brasileiros que aplicam suas economias na
Caderneta de Poupança também sofrem o mesmo problema.
A poupança ou qualquer modalidade de investimento que não
ofereça rentabilidade real (acima da inflação) faz o poupador
perder o poder de compra do dinheiro enquanto na outra ponta
(bancos e governo) se beneficiam da fonte de dinheiro barata e
mal remunerada.

Confisco pela da tabela do Imposto de Renda


Sempre que o governo não corrige a tabela do Imposto de
Renda com base na inflação, está aumentando o confisco sobre a

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renda das famílias. Devemos lembrar que o cidadão brasileiro
já trabalha cinco meses por ano apenas para pagar impostos
(fonte).

Estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da


Receita Federal (Sindifisco Nacional) mostra que a defasagem
na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) pode
chegar ao final de 2015 em 75,43%.

Na prática, metade dos trabalhadores brasileiros não


precisariam pagar Imposto de Renda se a tabela estivesse
sendo corrigida pela inflação. Isto significa que ano após ano
aumenta o confisco da renda das pessoas, sem que ninguém
faça absolutamente nada com relação a isso (fonte).

Pagamos impostos de primeiro mundo e recebemos muito


pouco em troca. O dinheiro se perde no meio de tanta
ineficiência e corrupção do Estado.

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A grande armadilha:
Os brasileiros são educados desde pequenos a poupar dinheiro
através de uma Caderneta de Poupança. O próprio governo faz
campanhas oferecendo brinquedos para as crianças em troca de
depósitos na Poupança da Caixa (fonte). Isso cria uma cultura
difícil de mudar quando a criança chega na vida adulta.

A poupança é divulgada como se fosse o melhor de todos os


investimentos. É fácil de abrir, a liquidez é diária (você pode
sacar seu dinheiro a qualquer momento) e a isenção de Imposto
de Renda parece muito atrativa. O grande problema é que faz
tempo que a poupança não consegue ganhar da inflação. Os
poupadores estão ficando cada vez mais pobres (sem
perceberem).

A poupança tornou-se fonte de dinheiro barato para os bancos,


que utilizam o dinheiro para oferecerem crédito imobiliário. 65%
dos depósitos das poupanças de todos os brasileiros são utilizados
pelos bancos em financiamentos de imóveis. 30% é retido pelo
governo através do Banco Central (depósito compulsório) e 5%
os bancos podem emprestar da forma que bem entenderem. O
dinheiro que você deposita na poupança não fica parado,
esperando você precisar dele.

O poupador ganha míseros 0,5% ao mês + TR (taxa


referencial) que faz a taxa ficar em torno de 0,6% ao mês. Os
bancos emprestam o dinheiro para quem está disposto a pagar
juros elevados em financiamentos de imóveis. O governo

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arrecada impostos sobre os lucros dos bancos e sobre
todo mercado imobiliário que movimenta bilhões todos os anos.

Prejuízo bilionário
Enquanto a poupança rendia pouco mais de 0,65% ao mês,
em janeiro de 2016 a inflação marcava 1,27%.

Existem R$ 656 bilhões nas cadernetas de poupança de


todos os brasileiros rendendo menos que a inflação. Ao ser
remunerado em 0,65%, todo esse dinheiro renderia R$ 4,2
bilhões. Já a inflação faria todo esse dinheiro perder 8,3% do
seu poder de compra. A inflação registrada em alguns meses
do ano é o dobro da rentabilidade da poupança.

A poupança perdeu sua característica básica que é proteger


o dinheiro das pessoas da inflação.

Por este motivo, qualquer preocupação com relação a um


verdadeiro confisco da poupança (como ocorreu no Governo
Collor) perde totalmente o sentido, já que o governo está
confiscando o patrimônio de todas as pessoas por meio da
inflação e dos impostos.

O confisco ou bloqueio promovido pelo Collor foi fácil de


compreender. Já o confisco que ocorre agora, nem todo mundo
consegue ver e entender.

Além disso, existem outras formas de confiscar dinheiro da


sociedade. Isto pode ser feito aumentando ou criando novos
impostos, não corrigindo adequadamente a tabela do imposto
de renda, não corrigido o FGTS pela inflação, permitindo todo

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tipo de desvio de dinheiro, superfaturamento, propinas, corrupção
e outras atividades ilegais de políticos e amigos de políticos que
estão no poder.

Hoje, o confisco é bem mais sofisticado. Esqueça os boatos


sobre confisco direto da poupança. O governo não precisa
confiscar diretamente. Existem outras formas de fazer isso sem
que o eleitor perceba. Para aprofundar este assunto, leia esse
documento.

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Como se proteger da inflação

Inflação é o nome dado para o aumento contínuo e


generalizado no índice de preços. No Brasil. o índice de preços
utilizado pelo governo para medir a inflação é o IPCA.
Significa "Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo".
Ele é calculado e divulgado pelo IBGE desde 1979. Acesse
aqui.

O objetivo do IPCA é medir a inflação de produtos e


serviços que representem o consumo das famílias brasileiras
que tenham rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos.

É com base no resultado do IPCA que o Banco Central


adota medidas para manter a inflação sob controle.

Dinheiro perde valor


A inflação tira o poder de compra do seu dinheiro enquanto
ele está na sua carteira. A inflação faz você perder dinheiro
sem sentir até quando está dormindo. Para que você perceba
como a inflação é perigosa: Uma nota de R$ 100,00 em 2014
tinha o mesmo poder de compra de R$ 22,35 em 1994 (início
do Plano Real). Significa dizer que os R$ 100,00 que você tem
no seu bolso hoje só pode comprar o equivalente a R$ 22,35
de produtos e serviços que eram vendidos em 1994. Uma nota
de R$ 50,00 pode comprar o que era possível adquirir com R$
11,17 em 1994. Um anota de R$ 10,00 tem o valor de R$ 2,23.

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A nota de R$ 5,00 vale só R$ 1,12. A nota de R$ 1,00 vale R$
0,22 (fonte).

Você pode corrigir qualquer valor passado para um valor


presente, corrigido pela inflação, neste simulador aqui.

Fica fácil entender que a cédula de dinheiro continua exibindo


seu valor nominal impresso no papel, só que o valor real é
modificado diariamente sem que a população perceba. Um dos
grandes culpados por este processo, que faz o dinheiro perder o
valor, é o próprio governo.

Ele pode controlar a quantidade de dinheiro em circulação. Ele


tem o poder de criar dinheiro a partir do nada. Para entender como
o governo tira riqueza da sociedade produzindo dinheiro e
gerando inflação, assista este vídeo.

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Como prever a inflação futura

Toda semana, o Banco Central divulga uma pesquisa feita


entre mais de 100 economistas das principais instituições
financeiras do país onde eles fazem previsões. Um dos
números que fazem parte destas previsões é o IPCA que mede
a inflação. A pesquisa se chama Boletim Focus e você pode
baixar o último resultado aqui.

Você encontrará as previsões para o ano atual e para o


próximo ano na segunda página do boletim. Não precisa ser
economista para entender o Boletim Focus. Veja como
encontrar as previsões do IPCA na figura abaixo.

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O relatório exibe a inflação medida por três índices diferentes:
IPCA, IGP-DI, IGP-M e IPC-Fipe. Você pode observar no
gráfico que os três apresentam a mesma tendência.

A previsão para o câmbio também é importante, já que o dólar


caro impacta na alta dos preços dos produtos que o país importa
e exporta.

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As precisões costumam mudar todas as semanas, já que a
pesquisa é semanal. Os acontecimentos políticos e econômicos da
semana tendem a interferir nas previsões, visto que o futuro está
sempre sendo reescrito a medida que o presente sofre alguma
alteração.

O futuro é a consequência do que ocorre no presente. Por


isso, todas as precisões do futuro estão baseadas nas condições
atuais, ou seja, se nada mudar até o final do ano, o IPCA e os
outros índices devem ser estes que foram previstos segundo as
pessoas que fizeram a previsão.

Como todas as semanas as coisas mudam, as previsões


mudam semanalmente. É importante não confundir previsões
e projeções com profecias.

Se você acessar os boletins antigos, verá que nem mesmo


os 100 maiores economistas do país são capazes de adivinhar
o futuro. Nos últimos anos, eles estão errando feio.

É mais fácil o Boletim Focus acertar a tendência (se é de


alta ou de baixa) do que acertar o valor exato.

Inflação: Cada um tem a sua


Vale lembrar que o IPCA é uma média. Isto significa que a
inflação que indica elevação de preços nas suas contas
pessoais pode ser diferente da minha inflação e da inflação que
eleva o custo de vida do seu vizinho. Cada um tem seu índice
de inflação pessoal.

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Isso acontece porque o objetivo do IPCA é informar para o
governo como os preços estão variando, na média, em todo
país. O problema é que a média da variação de preços do país
não tem nenhuma relação com a média da variação de preços dos
produtos e serviços que você consume durante o mês.

Você verá o relatório com os resultados da última pesquisa,


clicando aqui.

Você perceberá que existe uma inflação para cada grande


capital do Brasil. Algumas capitais não são pesquisadas. Perceba
que a inflação entre as capitais é muito diferente. Se fosse
possível pesquisar a realidade dos 5570 municípios do Brasil,
teríamos uma inflação diferente para cada município. Se fosse
possível pesquisar a inflação de cada residência, teríamos milhões
de índices de inflação diferentes para cada família.

Veja na tabela acima que a inflação de janeiro em Curitiba foi


de 0,73%. Na cidade do Rio de Janeiro, a inflação foi de 1,82%.

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Também existe diferença entre a inflação dos bairros
nobres de cada cidade e a inflação dos bairros da periferia.
Tente fazer compras no supermercado de um bairro da
periferia e depois faça as mesmas compras em um bairro
nobre. Você perceberá que a diferença pode ser muito elevada.

Restaurantes, salões de beleza, serviços e comércios


também cobram preços diferentes em cada bairro da cidade.

No mesmo relatório do IBGE, você pode visualizar a


inflação separada por grupos:

Sua inflação pessoal depende do quanto você gasta da sua


renda com alimentação, habitação, vestuário, transporte etc.

Um casal jovem com filhos provavelmente gastará mais


dinheiro com educação e menos com saúde. Já um casal de

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idosos, provavelmente gastará menos dinheiro com educação e
mais com cuidados pessoais e saúde.

O cálculo para descobrir a sua inflação é bem simples. Vamos


imaginar que todos os dias você frequente um restaurante
próximo do seu trabalho para almoçar. O preço do kg de comida
era R$ 45,00. No mês seguinte, o preço do kg subiu para R$
47,00. Ocorreu um aumento de R$ 2,00. Calcule o aumento da
seguinte forma: 2 / 45 = 0,04444. Multiplique o resultado por 100
e você encontrará um aumento no preço de 4,44% no seu custo
diário de alimentação enquanto trabalha. Você pode fazer o
mesmo verificando se ocorreu aumento no preço da unidade de
energia, água, gás, na mensalidade do colégio e no preço de cada
item que você compra mensalmente. É trabalhoso.

O governo pode manipular a inflação oficial interferindo nos


preços que são administrados ou controlados por ele. É o que
aconteceu com o preço dos combustíveis e com a energia nos
últimos anos. Os aumentos dos preços administrados foram
praticamente congelados para manter a inflação relativamente
baixa.

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Já sabemos que congelamentos e intervencionismos do
governo nos preços não funciona (quem lembra do que o
governo Sarney fez?). Quando você interfere nos preços, está
apenas represando uma alta que será inevitável no futuro e
acabará vindo com violência, como ocorreu com o preço da
energia e dos combustíveis em 2015.

Como reduzir os efeitos da inflação na sua vida


1). Não deixe dinheiro parado:
O dinheiro na sua carteira, embaixo do colchão ou parado
na sua conta corrente, perde valor diariamente. Uma inflação
de 8% ao ano faria o seu dinheiro perder 0,0217% do seu poder
de compra todos os dias. Isto equivale a perder 0,64% do seu
patrimônio todos os meses. Para cada R$ 10.000,00 parados,
o prejuízo seria equivalente a R$ 800,00 por ano. É dinheiro
literalmente jogado fora.

2). Aprenda novas modalidades de investimentos:

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Aprenda mais sobre como investir seu dinheiro fora da
caderneta de poupança. Coloque o que aprendeu em prática.

3). Aprenda a calcular sua inflação pessoal:


Para que você possa acompanhar as variações no seu custo de
vida, é importante que você tenha um orçamento familiar. Você
planeja quanto pretende gastar em determinadas áreas naquele
mês e tenta atingir suas metas. Com isto, você será capaz de
perceber onde seu custo de vida está aumentando.

4). Troque a marca dos produtos:


As famílias podem combater a inflação quando fazem escolhas
no supermercado. É muito comum as empresas possuírem
diversas marcas, uma para cada perfil de consumidor. As
embalagens são diferentes, as marcas utilizadas são diferentes,
mas o produto é exatamente o mesmo, são produzidos nas
mesmas fábricas. Muitas vezes, só mudam a embalagem e tentam
transmitir um valor subjetivo que o produto não possui. As
empresas se preocupam mais no valor percebido do que no real
valor daquilo que vendem. Elas não se esforçam para melhorar a
qualidade dos produtos que vendem, elas se esforçam para
melhorar a sua percepção de qualidade.

Bananas orgânicas (sem uso de agrotóxicos) podem ser


melhores para a saúde. Já as bananas que cresceram "ouvindo"
música clássica (assista aqui), eu não tenho certeza se possuem
alguma coisa diferente que justifique o preço elevado. Tenha
cuidado com esse tipo de "sofisticação" e com todas as estratégias
de marketing que as empresas utilizam para tentar agregar valor
a produtos comuns.

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5). Aumento de preço através da redução do peso:
No lugar de subir preços, as empresas costumam reduzir a
quantidade de produto nas embalagens. Os preços são mantidos.
Hoje, os supermercados são obrigados a informar o preço do kg
de cada produto que utiliza esta unidade. Ele fica em letras
miúdas na etiqueta do preço. Duas barras de chocolate podem ter
o mesmo tamanho com preços iguais só que uma é mais cara do
que a outra quando os pesos são diferentes. É uma forma de
aumentar preços sem que o consumidor perceba.

6). Valorize menos comer fora:


As pessoas que conheço costumam acreditar que a comida
vendida em restaurantes e lanchonetes famosas possuem
qualidade superior aos alimentos que preparamos em casa. Não é
verdade. Quem já teve a oportunidade de fazer compras em
supermercados de atacado, que vendem para comerciantes,
restaurantes, hotéis, sabe como as coisas funcionam. Quando
você faz compras no supermercado, costuma avaliar a qualidade
do que compra e não somente o preço. Você tende a comprar
produtos de maior qualidade, mesmo pagando um pouco a mais.
Os donos dos restaurantes tendem a comprar a matéria prima que
utilizam observando os preços em primeiro lugar. Para eles, o
importante é a qualidade que você será capaz de perceber e não a
verdadeira qualidade do produto. Depois que os alimentos são
cozidos, fritos ou assados, fica mais difícil avaliar a qualidade dos
ingredientes que foram utilizados no preparo. O foco das
empresas costuma ser a redução máxima de custos até a fronteira
que possa interferir na percepção de valor do que vendem. Não
tenha dúvida de que os alimentos que você mesmo faz na sua casa
possuem valor superior aos alimentos produzidos em qualquer

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restaurante ou alimentos prontos e processados na indústria.
Existe todo um esforço de marketing para te convencer sobre o
contrário.

7). Planeje a diversão com antecedência:


Uma ótima forma de reduzir seus custos com
entretenimento não é parando de se divertir, mas criando o
hábito de fazer sua programação com antecedência. Isto vale
para quando você pretende comer fora, passear ou viajar.
Existem muitos sites de compras coletivas onde você pode
fazer grande economia. Também existem sites que permitem
pesquisar preços entre as lojas e pesquisar preços de hotéis e
passagens aéreas.

8). Faça estoque de produtos em promoção: Existem


casos onde estocar produtos pode compensar muito. Quando
você se depara com promoções de produtos que você usa
continuamente, pode estocar ganhando mais do que qualquer
aplicação pagaria. Em praticamente todas as grandes cidades,
existem supermercados atacadistas que oferecem grandes
descontos para compras em quantidade. Produtos não
perecíveis, como os de higiene, são bons para estocar quando
você encontra uma boa promoção. Carnes e congelados
possuem um custo adicional de energia para o armazenamento
que precisa ser considerado. Produtos em caixas como leite,
produtos enlatados, alguns cereais, podem e devem ser
estocados quando você se deparar com uma promoção. Uma
vez encontrei aqueles barbeadores descartáveis em um
supermercado atacadista custando a metade do preço que eu
costumava pagar. Calculei quantos barbeadores utilizava por
ano e comprei um estoque de 1 ano de barbeadores
descartáveis. Consegui reduzir 50% do meu custo anual com

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barbeadores. Não conheço nenhum investimento que pudesse me
garantir este retorno em 12 meses, sendo que tenho certeza que o
preço deste produto não deverá recuar 50%, na verdade o preço
deve subir ainda mais. O mesmo raciocínio você deve utilizar
diante de outras promoções. Você só deve ter o cuidado de não
estocar produtos que você irá consumir mais pelo fato de ter este
produto disponível. Eu não uso mais barbeadores do que o
necessário só por ter estes barbeadores estocados. Não posso usar
a mesma estratégia com chocolates. Ter um estoque de chocolates
na minha casa aumentaria o consumo de chocolates da minha
família. Existem produtos que quanto mais você possui, mais
você tende a consumir.

9). Avalie o custo-benefício antes de qualquer decisão: É


melhor pagar R$ 100,00 de táxi para se deslocar do aeroporto até
uma reunião de trabalho, mesmo sabendo que você chegará
atrasado na reunião, ou seria melhor pagar um táxi aéreo de
helicóptero que custa R$ 5.000,00? Isto depende do custo e do
benefício desta decisão. Para o diretor de uma grande empresa
que precisa chegar na hora marcada de uma reunião com um
importante cliente que irá gerar R$ 1 milhão de lucros, pagar os
R$ 5 mil para não chegar atrasado pode ser uma ótima decisão, já
que o atraso colocaria em risco um ganho muito maior. Pagar um
plano de saúde representa um custo muito elevado por mês, até o
dia que você precisa de uma UTI e percebe que o custo pode
superar R$ 5.000,00 por dia (eu disse por dia). Cuidado com o
barato que sai caro. Reflita sobre os custos das suas decisões e
sobre os custos das consequências destas decisões. Pense antes de
gastar dinheiro. Gaste com inteligência.

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Hiperinflação
Os jovens de hoje não viveram os anos de hiperinflação e
não conhecem os efeitos danosos que ela produz na sociedade.
Foi a hiperinflação que levou o governo a adotar medidas
drásticas no Brasil como a que ficou conhecida como confisco
da poupança no governo Collor. A hiperinflação também já
ocorreu em muitos países. Entre janeiro de 1922 e dezembro
de 1923, a taxa acumulada de inflação na Alemanha ascendeu
a um bilhão por cento (1.000.000.000%) em um momento
histórico que logo a conduziria para a Segunda Guerra
Mundial. Por este motivo, existe uma extrema preocupação de
todos os países do mundo com o controle da inflação e seus
efeitos danosos na vida das pessoas. A principal função de
todos os bancos centrais do mundo é garantir a estabilidade do
sistema e o poder de compra da moeda dos seus países. Assista
esse documentário sobre a inflação brasileira.

“O rico não trabalha por dinheiro. O


pobre e a classe média trabalham por
dinheiro. O rico tem o dinheiro
trabalhando para ele.” (Robert Kiyosaki)

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Preservar o valor do dinheiro

O mínimo que qualquer investimento deve oferecer é garantir


a manutenção do poder de compra do seu dinheiro. O resto é
lucro, ou seja, tudo que render acima da inflação será juros reais.

Você vai aprender neste artigo como calcular a rentabilidade


real da caderneta de poupança. As orientações também servem
para calcular a rentabilidade real de qualquer investimento isento
de taxas e imposto de renda como é o caso da LCI e LCA.

A conta errada
Para descobrir a rentabilidade real, precisamos descontar a
inflação da rentabilidade recebida no investimento. Muita gente
acredita que basta subtrair a taxa de inflação da taxa de
remuneração. Se você fizer isto, o resultado estará incorreto.

Isto significa que se a poupança rendeu 6% ao ano e a inflação


foi de 5%, a rentabilidade real não será de 1%. A conta 6% - 5%
não é 1%. O valor real seria 0,95% ou mais precisamente
0,9523%.

A fórmula para descobrir a taxa de juros real descontando a


inflação é a seguinte:

Taxa real = ((1+taxa de juros) / (1+taxa de inflação>)) – 1

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Você pode fazer os cálculos utilizando esse simulador
online: http://www.clubedospoupadores.com/calcular-taxa-
de-juro-real

No passado, era muito fácil entender a remuneração da


poupança. Com as últimas mudanças, a coisa ficou mais
complicada. Você deve visitar o site do Banco Central
clicando aqui para consultar taxa de "remuneração da
poupança".

Você vai aprender que na verdade a poupança é remunerada


de duas formas diferentes. A primeira é a TR (Taxa
Referencial) que é variável. Esta taxa é calculada pelo Banco
Central. Quando a taxa Selic está muito baixa, a TR pode ser
igual a zero, como ocorreu em diversos meses de 2012 e 2013.

Ela sempre é igual ou maior que zero, nunca é negativa.

A outra remuneração é chamada de "remuneração


adicional", sendo composta por uma taxa fixa de 0,5% ao mês
quando a taxa Selic for superior a 8,5%.

Quando a Selic estiver igual ou abaixo de 8,5%, a poupança


renderá 70% da taxa Selic. Isto permite que esta remuneração
adicional fique abaixo de 0,5% ao mês. Esta regra é válida
apenas para aquele dinheiro que você guardou na poupança no
dia 04/05/2012 em diante.

Para depósitos anteriores, continua valendo os 0,5% fixos.


Para saber qual é a remuneração total que devemos usar na
fórmula, basta olhar a coluna "Remuneração Total" na tabela
"Depósitos a partir de 04.05.2012 (*)" se você pretende

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calcular a remuneração de valores depositados na poupança
depois desta data.

Se o objetivo é calcular a remuneração de depósitos anteriores,


consulte a coluna "Depósitos até 03.05.2012".

Você também encontrará a taxa Selic e a remuneração da


poupança no canto direito superior da página do Banco Central
em http://www.bcb.gov.br/

Para saber o IPCA do mês passado, visite o site a página do


IBGE clicando aqui e clique no link "Índices de Preços ao
Consumidor-IPCA/INPC".

Junto com este livro, você poderá baixar a planilha “CP-


Rentabilidade-Real-da-Poupanca.xlsx”

Não pergunte onde investir para um Educador


Financeiro. Pergunte o que você precisa aprender para nunca
mais precisar fazer este tipo de pergunta para os outros.

211

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Continue aprendendo. Ao adquirir esse livro você passou a
fazer parte do grupo de Amigos do Clube dos Poupadores.
Nosso objetivo é estudar todos os temas relacionados com a
Independência Financeira compartilhando conhecimentos e
experiências através de uma comunidade fechada.

Para acessar a área de amigos utilize o mesmo e-mail e a


mesma senha que você utilizou para baixar este livro no site
do Hotmart. Visite o endereço abaixo e depois clique na opção
“Entrar” no menu lateral esquerdo para digitar seu e-mail e
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http://amigos.clubedospoupadores.com
Se você esqueceu sua senha, basta visitar o endereço abaixo
e digitar seu e-mail para receber as orientações para recuperar
sua senha: https://app.hotmart.com/passwordRecovery.html

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Sugestões

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trabalho que ofereço para pessoas especiais, como você, que estão
comprometidas com a própria educação.

Se você encontrou algum erro de digitação ou tem alguma


sugestão para melhorar os textos deste livro, preencha o
formulário do link abaixo. Conto com a sua ajuda:
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Continue evoluindo

Por qual motivo o homem mais rico do mundo, com um


patrimônio de US$ 75 bilhões, continua lendo 50 livros todos os
anos? Esse é o seu diferencial (leia a reportagem).

Você é o resultado de tudo que aprendeu e do que ainda precisa


aprender. Por isto, é muito importante separar um tempo e algum
dinheiro para investir na sua educação todos os meses.

Tudo que compartilho com meus leitores é fruto do


investimento que faço mensalmente na minha educação. Fiz uma
seleção de outras fontes de informação para que você continue
investindo em você. Veja a lista completa.

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