Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FINCLASS
ed. especial João
JoãoLuiz
LuizBraga
Braga e-B/01
e-B/01
2
ed. especial João Luiz Braga e-B/01
e-B/01
CAPÍTULO I
ed. especial
3
e-B/01
TIMELINE
4
e-B/01
2004 Início como Analista de Bolsa na Hedging-Griffo, no
time de Luis Stuhlberger, em momento de incertezas
e desconfiança no mercado com a posse
do Presidente Lula.
5
e-B/01
2015 Entra na XP Investimentos como gestor
de fundo de ações.
6
e-B/01
“Depois de todos esses eventos muito legais, tomei uma de-
cisão de realizar um sonho com 40 anos de idade. Com um
pouco mais de experiência, um pouquinho de cabelo bran-
co, resolvi construir a própria asset, com a cabeça voltada
para princípios, que acreditamos muito, como por exem-
plo, a preocupação com os vieses cognitivos para criar
uma vantagem competitiva, com uma análise quantitativa
bem forte, capacidade de banco de dados computacional;
tudo para ajudar os analistas e com muita gente olhando
para poucas empresas e assim conseguindo fazer uma aná-
lise bem profunda”.
7
e-B/01
CAPÍTULO II
ed. especial
8
e-B/01
RACIONALIDADES E
VIESES PLURAIS
9
e-B/01
Por quê? Como?
É difícil fazer
conta com in-
tui¢ão.
completamente darwinistas.
10
e-B/01
Os vieses trouxeram a gente até aqui, somos quem somos
porque os vieses permitiram. Quando estávamos na floresta,
há centenas de milhares de anos e ouvíamos um barulho
nas árvores, já saíamos correndo. 0,1% das vezes o barulho
poderia ser uma onça, poderia ser algum perigo e ter o viés
de fugir em 0,1% salvou a nossa vida.
Você é
um cara legal!
ed. especial
11
e-B/01
E aí você não vai entrar em constante depressão, vai viver
bem. “Efeito manada”, como no exemplo do barulho na árvo-
re, se vir o pessoal correndo, vai correr sem saber o porquê.
Talvez isso salve a sua vida. Então, é melhor correr junto.
O cérebro ali-
via a sua barra. ed. especial
12
e-B/01
O CONCURSO DE
BELEZA: A TEORIA
13
e-B/01
O second level thinker vai
pensar que todo mundo vai
fazer a média dos 0 aos 100.
Se 50 é a média, dois terços
da média será 33; se todo O third level thinker vai pen-
mundo respondeu 33, então sar muita gente falou 22 e a
14
e-B/01
EXPERIÊNCIAS
Convido você para fazer esse jogo com 10 amigos, que es-
tão ao seu redor e ver qual será a resposta. Fiz essa pergun-
ta em uma rede social de que participo e tive mais de qui-
nhentas respostas e comparei com o resultado que o James
Montier e o Richard Thaler tiveram, e não foi muito diferente.
15
e-B/01
A média das pessoas com quem fiz o exercício,
deu algo entre second e third level thinker.
E o que isso tem a ver com o mercado? O que isso
tem a ver com os vieses?
As pessoas não
são máquinas.
ed. especial
16
e-B/01
Nesse exercício também
acontece isso, a pessoa pen-
sa, se eu for inteirando vai
para zero, mas nem todo
mundo vai inteirar. Então vou
tentar acertar. Vou falar 17,
vou falar que é 23 e por aí vai.
17
e-B/01
APLICAÇÃO NO
MERCADO: DIFERENÇA
COMPARATIVA
18
e-B/01
Tente sempre ir para o second level thinker, que é o mais le-
gal. O que eu tenho na mão? O que é que o mercado está
achando? O que eu tenho de diferencial? Em que eu dis-
cordo do mercado?
19
e-B/01
CAPÍTULO III
ed. especial
20
e-B/01
ENFRENTANDO
DEBATES
21
e-B/01
Mais recentemente, Dale Carnegie6 em “Como Fazer Amigos
e Influenciar Pessoas” ou Arthur Schopenhauer7 em “A Arte
de ter razão, 38 estratagemas para vencer um debate” (mes-
mo sem ter razão, que considero antiético). Ele não escreveu
isso para você usar contra outra pessoa e, sim, para saber
quando estão usando contra você. Tudo isso tem a ver com
os vieses do ser humano.
22
e-B/01
REAÇÕES DO
CÉREBRO
23
e-B/01
WYSIATI
ed. especial
9 WYSIATI – sigla que significa, em tradução livre: o que você vê é tudo o que
existe.
24
e-B/01
CONFIRMATION
BIAS E DISSONÂNCIA
COGNITIVA
Voltando para a pergunta, John, é um bom CEO? Sim ou não?
Se respondeu sim, muito provavelmente seu cérebro já vai
travar nesse detalhe e vai ser muito difícil se convencer que
não. Se dissermos que ele foi acusado de homicídio, é extre-
mamente centralizador e usa drogas, para dar um exemplo
extremo; você pode pensar, se ele mata pessoas provavel-
mente não é um bom CEO. Essas idas e vindas no pensa-
mento chamamos de Dissonância Cognitiva.
25
e-B/01
VALORIZANDO
DISCORDÂNCIAS
No fim, desani-
mada, a raposa
diz: quer saber?
As uvas devem
estar verdes.
ed. especial
26
e-B/01
Esse é um exemplo claro de
dissonância cognitiva. Já o
viés de confirmação é tão Ele não está preocupado
forte, que os que progra- em aumentar o seu WYSIA-
ed. especial
27
e-B/01
APLICAÇÃO PRÁTICA
NO MERCADO
28
e-B/01
Seguimos na ENCORE um
framework12, que todo ano
tem de ser preenchido para
todas as empresas. É bem
longo, com todas as pergun-
tas para cada uma das análi- Depois se discute se está
ses. Uma das partes do fra- certo ou está errado. E eu
mework é a minimização de não quero só que você vá
dissonância cognitiva, por- atrás, quero que me descre-
ed. especial
29
e-B/01
OS ANALISTAS DE
MERCADO E A TOMADA
DE DECISÃO
30
e-B/01
É normal em qualquer mesa
de operação, quando che-
ga um relatório no sell side
discordando da posição do
gestor, do analista, o ges-
tor pode dizer: esse analis-
ta é ruim demais, como ele
manda vender essa ação?
Se há dissonância cognitiva,
ele deve pegar o relatório Toda vez que você estiver
e ler os argumentos do ou- comprando uma ação, toda
soais também.
31
e-B/01
DIVERSIDADE
NO TIME
Um dos pontos
que ajudam a
aumentar o
WYSIATI é ex- Para mim, é muito difícil conhecer sozinho uma empresa
pandir a diver- como a Arezzo, porque não vou saber exatamente como é
sidade de seu que as mulheres, que adoram sapatos, estão interessadas
time na disposição dos sapatos na vitrine, ou na coleção nova.
Num IPO da Arezzo, fiz uma pesquisa com 200 mulheres,
ed. especial
32
e-B/01
Se eu tivesse os mesmos perfis de engenheiros, que vieram
de Goiânia, da classe média, no meu time, será que iríamos
ter mais sucesso ou menos sucesso? Uma coisa que sem-
pre buscamos dos nossos debates é buscar a diversidade.
Quanto mais
diversidade me-
lhor, porque as
pessoas trarão
ideias.
ed. especial
33
e-B/01
GENTEBONICE E
COMPETÊNCIA
34
e-B/01
Um estudo realizado na Universidade Harvard, mostra que
as pessoas estão divididas em quatro quadrantes:
COMPETÊNCIA
ed. especial
35
e-B/01
1 3
A pessoa é o incompetente e Tem o competente mala.
chato, com ele não precisa- Esse é um ponto chave e eu
mos perder muito tempo. vejo muita gente assim no
mercado, muita gente as-
sim na vida; é um cara que
é bom, competente, mas é
chato. Ele não se preocupa
com os outros, não conse-
gue debater. Ele acha que
2 4
É o incompetente legal, o Nós buscamos o COMPE-
incompetente gente boa. TENTE GENTE BOA.
Esse incompetente gente
boa é uma pessoa que você
tem que tomar muito cuida-
do, porque você gosta dele.
ed. especial
36
e-B/01
A pessoa que é mala, na se-
gunda vez que discordar por
discordar de você, se você
Por que procuramos essas quer algo mais catártico, o
pessoas? Geralmente quan- WYSIATI diminui. Se você
do contamos essa história as tem pessoas agradáveis ao
pessoas acham que é para seu lado, o debate é bom,
ter um clima bom, um clima o debate flui. Você discorda
agradável, pois passamos numa boa e sai para tomar
tanto tempo no escritório, cerveja e depois o WYSIAT
mas na verdade o primei- aumenta e provavelmente
ro, e principal, motivo para vai performar melhor.
procurar essas pessoas é o
Dito isso, é óbvio que tam-
WYSIATI, é aumentar a per-
bém têm consequências óti-
37
e-B/01
REDUZINDO O
TURNOVER
38
e-B/01
CAPÍTULO IV
ed. especial
39
e-B/01
ANCORAGEM
40
e-B/01
PROVANDO O
FENÔMENO
perto de 20.
41
e-B/01
Olha que coisa curiosa des- Ele chamou vários correto-
coberta por Kahneman, você res e, para a metade deles,
quer vender o seu aparta- fez os proprietários sugeri-
mento e não sabe quanto rem o valor de $ 1,5 milhão,
vale um apartamento. Se enquanto para outros, colo-
você é médico, é dentis- cou o valor mais baixo, de $
ta, não entende disso. Você 1 milhão.
chama é um corretor de
42
e-B/01
VIÉS RETROSPECTIVO
E ainda na questão das infor-
mações, têm outros dois vie-
ses que afetam muito a nos-
sa forma de pensar, um tema teceu o oposto do que ele
de “bias”14, também conheci- pensava e ele nega. “Não,
do em português como viés não, óbvio que não. Eu sa-
retrospectivo. É um viés que bia, eu tinha certeza que iria
você certamente já viu acon- acontecer aquilo”. O viés re-
tecer. Depois de um debate trospectivo é o famoso “viés
qualquer com o seu amigo, do Galvão”, do “eu já sabia”.
aconteceu uma coisa dife- Mas você não sabia, não ne-
15 Hindsight bias - é o viés que faz com as pessoas avaliem eventos no passado
como mais previsíveis do que realmente eram no momento pretérito.
43
e-B/01
LIMITAÇÃO
DESSE VIÉS
ed. especial
44
e-B/01
VIÉS
RECENTE
45
e-B/01
COMO EVITAR OS
VIESES NA INFORMAÇÃO?
46
e-B/01
ELIMINANDO O FATOR
SORTE NA TOMADA
DE DECISÃO
47
e-B/01
REGISTRE
TUDO
48
e-B/01
DIVERSIFICAÇÃO E
CONFIANÇA EXTREMA
ed. especial
49
e-B/01
CAPÍTULO V
ed. especial
50
e-B/01
VIÉS DO
STATUS QUO
51
e-B/01
Temos que minimizar esse tipo de viés, porque a partir do
momento que você começa a perceber toda mudança como
uma perda, você para de mudar. Você deixa de mudar e às
vezes mudar de opinião, mudar de relacionamento, pode
ser a melhor coisa que pode acontecer na sua vida, para
a sua felicidade, para a sua renda. Tem diversas formas de
tentar minimizar o viés de status quo.
A ZONA DE CONFORTO
NÃO EXISTE!
zona de
conforto?
SUCESSO
ed. especial
52
e-B/01
EXERCÍCIO
DIÁRIO
53
e-B/01
EFEITO POSSE
54
e-B/01
Se você respondeu que não compraria uma garrafa de vi-
nho por três mil reais e não venderia por três mil reais agora,
você está sofrendo o efeito de posse. Porque na verdade
não há nenhuma diferença entre você usar o dinheiro para
comprar uma garrafa de vinho ou deixar de vender uma gar-
rafa de vinho que você pagou 200 e vale três mil agora. Não
ed. especial
55
e-B/01
TESTANDO ESSES
VIESES
Como é que você testa para Dois dias depois esse dó-
ver se está caindo num efei- lar bateu R$5,20. Eu pensei,
to de posse ou mesmo no poderia ter vendido, ganha-
viés de status quo. É o teste ria um dinheiro. Se tivesse
Bobeei!
56
e-B/01
PREÇO MÉDIO
57
e-B/01
Só existe pre¢o de tela, só existe pre¢o
atual, porque qualquer decisão que você toma
- comprar, vender ou manter - e manter é uma
decisão - você toma a pre¢o de tela!
58
e-B/01
FICA A DICA
59
e-B/01
CAPÍTULO VI
ed. especial
60
e-B/01
DISTORÇÕES NOS
VALORES
Quero falar sobre alguns vieses que são muito curiosos, pois
esses vieses ainda são exacerbados em número quando a
ação é pequena, como nos IPOs.
ed. especial
61
e-B/01
FRAMING
62
e-B/01
Pense bem, quando está len- curtos, com boa informa-
do um formulário de referên- ção, que é importante ler,
cia, um livro da empresa que com informação condensa-
você está cobrindo, um press da em slides. E tem os do-
release, se aquela informa- cumentos mais densos, que
ção está sendo colocada de são requeridos pela CVM
uma forma que pode induzi- como o ITR19, que são as in-
-lo a pensar melhor sobre a formações trimestrais, os
informação do que de fato formulários de referência.
é, se não é uma coisa mais Obviamente os que são pre-
neutra, e por aí vai. parados pela empresa, do
jeito que ela quiser, para os
Todas as empresas são obri- investidores, e não da forma
gadas a divulgar diversos que a CVM quer, pode sofrer
documentos regulatórios
63
e-B/01
EFEITO
HALO
64
e-B/01
Por que você acha que uso uma camisa para gravar um ví-
deo? Porque passa mais credibilidade. Se usar uma camise-
ta regata talvez você pensasse, o Braga não deve entender
desse assunto, como assim? O fato é que o Braga é Braga,
não importa se de regata ou de camisa.
65
e-B/01
IMPORTÂNCIA
DO IPO
o que que é um
IPO? É quando
uma empresa
vem a mercado e
se torna públi-
ca. Significa
Initial Public É por isso que gosto tanto, porque IPO é tão importante para
Offering. a economia como um todo? É uma fonte muito boa de cap-
ed. especial
66
e-B/01
EFEITOS HALO E
FRAMING EM IPO’S
67
e-B/01
ESCAPANDO DO
FRAMING E DO EFEITO
HALO
E como a gente faz para evitar cair no efeito halo? Como fa-
zer para evitar cair no framing e se apaixonar por uma his-
tória que é só uma história, que na verdade, não tem muito
conteúdo por trás?
68
e-B/01
CAPÍTULO VII
ed. especial
69
e-B/01
TEORIA DO
PROSPECTO
Muita gente, não vai querer jogar ou vai querer se jogar infi-
nitas vezes. Uma vez, é raro.
ed. especial
70
e-B/01
Kahneman, em uma de suas teorias mais importantes, que o
levou a ganhar o Nobel, pesquisou o que ele chama de Te-
oria do Prospecto. Essa teoria estuda a aversão às perdas.
Ele chegou a uma conclusão muito interessante, que é: o
ser humano, em termos de utilidade de dor ou prazer, tem
muito mais dor em perder X de dinheiro do que prazer de
ganhar os mesmos X. Às vezes, a dor de perder 100 é muito
maior do que o prazer de ganhar 150. Por isso você não topa
jogar e ele fez isso de forma estudada com processo cientí-
fico, com estatística.
A Teoria do
Prospecto estu-
da a aversão às
PERCEPÇÃO DE VALOR
100
100
PERDAS GANHOS
ed. especial
71
e-B/01
CIRCUIT
BREAKER
Imagina que você tem R$100,00. Cada vez que se joga a mo-
eda, você vai dobrar se der cara ou vai perder tudo se der
coroa. De lambuja, digo que ela cai 90% das vezes na cara.
Você jogaria esse jogo? E quantas vezes você jogaria esse
jogo?
Ter um circuit breaker20 tem a ver com isso. Tem a ver in-
clusive com todos os vieses mencionados antes. A Bolsa
começa a cair, as pessoas começam a entrar no modo pâ-
nico, começam a vender a qualquer preço. Ou seja, o preço
descola totalmente de qualquer fundamento. E a Bolsa de-
cide em um certo nível que a gente deve parar agora. Para,
pensa, raciocina. Você quere continuar vendendo?
ed. especial
72
e-B/01
EFEITO MANADA E
OPORTUNIDADE NAS
CRISES
73
e-B/01
SUPERANDO A TEORIA
DO PROSPECTO
as pessoas que
conhecem esse
viés e que são
mais calmas,
vão parar para
analisar, vão
ver isso como
oportunidade,
como geralmen-
te as crises
são.
ed. especial
74
e-B/01
Segundo, sempre buscamos hedges21 baratos, que vão re-
duzir o meu ganho, mas se o problema acontecer, perco
bem menos. Beleza, ganho menos, mas se cair também, cai
bem menos e vou sofrer menos. Tento dar uma ajustada na
relação de utilidade entre perda e ganho.
Queremos dei-
xar o cliente
seguro.
ed. especial
75
e-B/01
BUSINESS DE
SOBREVIVÊNCIA
emoção é pior.
76
e-B/01
COMPORTAMENTOS
CONFORME O
MOMENTO
77
e-B/01
E o que acontece quando você compõe no longuíssimo
prazo o retorno do fundo? Existem diversos estudos em
fundos americanos atestando isso e eu mesmo já fiz esse
estudo. A performance do fundo é melhor do que a perfor-
mance média dos clientes, porque os clientes geralmente
E quando está
tudo bem é o
oposto. O clien-
te se anima fica
eufórico e quer
comprar e ga-
nhar.
ed. especial
78
e-B/01
LONGO PRAZO
79
e-B/01
PENSAR PARA
FRENTE
Evite pensar para trás, sei que é muito difícil, sei porque pas-
sei por muita crise na minha vida. Tente ser calmo quando
está todo mundo em pânico, medite, vá correr, vai fazer um
80
e-B/01
CAPÍTULO VIII
ed. especial
81
e-B/01
A CRISE DE 2008
82
e-B/01
Consegui ter um termôme-
tro da crise de acordo com
as perguntas que recebia.
João, o banco X Y Z, que é
um banco médio ou peque-
no, não tem risco de que-
brar? E a cada dia que eu
passava na frente do pessoal
do comercial, o banco que
eles me perguntavam era o
83
e-B/01
O ALERTA
DISPARADO
84
e-B/01
E numa sexta-feira, um da-
queles dias de circuit bre-
aker, que tudo caia 10%, e
os bancos grandes estavam
caindo na média 8%. Um
desses bancos começou a
sofrer um ataque especu-
lativo. As pessoas começa-
ram a achar que este banco
85
e-B/01
A CAVALARIA
ATUANDO
86
e-B/01
PERCEPÇÃO
DESCOLADA DA
REALIDADE
87
e-B/01
Você viu o efeito manada, viu
a Teoria do Prospecto; ima-
gine quantas pessoas não
saíram vendendo, porque
não sabiam o que estava
acontecendo.
Os avessos à
88
e-B/01
EVIDÊNCIAS
IGNORADAS
89
e-B/01
Será possível saber a informação, saber que o movimento
Crises como
essa, e isso é
uma má notícia,
nós vamos en-
frentar muitas. ed. especial
90
e-B/01
LIÇÕES DAS
CRISES
91
e-B/01
E crises passam. O recado aqui é:
ed. especial
92
e-B/01
CAPÍTULO IX
ed. especial
93
e-B/01
O CASO VIA
VAREJO
94
e-B/01
O MERCADO DE
ELETROELETRÔNICOS
95
e-B/01
Aquele era o último ano, em que teriam vantagem na com-
pra. Ela estava cedendo market share, não crescia e os con-
ed. especial
96
e-B/01
OPORTUNIDADE
DE MERCADO
97
e-B/01
Falei: a empresa está indo
mal, você está vendo seu pa-
trimônio ir mal; além de tudo
são mais de 310 lojas aluga-
das, para a própria compa-
nhia, quer dizer que além das
ações irem mal, há também
o risco nos seus aluguéis. sa ideia. Obviamente, só
funcionaria se tivesse uma
E se a gente ajudasse de al- mudança na gestão da
98
e-B/01
DESCONFIANÇA
99
e-B/01
Acabou tendo tanto suces-
so que o mercado comprou
toda a oferta. Essa própria
família controladora não
precisou colocar muito di-
nheiro, o mercado já havia
feito a oferta.
ed. especial
100
e-B/01
INCENTIVOS CERTOS
PARA PESSOAS CERTAS
101
e-B/01
Toda a diretoria é muito boa. Eu cito algumas pessoas como
o Helison, que é a pessoa que foi tocar a parte digital, um
gênio que ficou 17 anos no Mercado Livre, um cara muito bri-
lhante. A Ilka, no marketing, que era da concorrente; o Abel.
Um time bom alinhado e com mato alto gigantesco, nos
pareceu uma excelente oportunidade.
Fomos à busca
incessante por
dissonância
cognitiva e por
opiniões con-
trárias.
Eu via muita gente inteligente falar: será? Conheço essa em-
presa há tanto tempo, será que dá para mudar? Será que dá
ed. especial
102
e-B/01
LENTA SUPERAÇÃO
DE VIESES
103
e-B/01
NICHO COMPETITIVO E
ASSIMETRIA DO CASO
104
e-B/01
De novo, daqui a dez anos a gente pode ver o caso e ver que
a Via Varejo quebrou. Não tem problema, é por isso que não
coloco todos os ovos numa cesta só. Meu nível de convicção
na empresa, ainda mais com a liquidez alta, poderia me dar
uma posição bem grande, mas eu não tinha. Cheguei a ter
um tempo; foi um erro, e comentarei daqui a pouco.
105
e-B/01
APEGO E
IMPERMANÊNCIA
106
e-B/01
EQUÍVOCOS PELO
CAMINHO
107
e-B/01
POSIÇÃO ELEVADA
DEMAIS
108
e-B/01
Depois que compramos a 4,90, a ação subiu muito, e o que
era 9% do fundo começou a crescer em relação à proporção
da carteira. Ainda era 8% da empresa obviamente, mas isso
em relação ao fundo bateu 15, bateu 20, e aí eu não dormia
mais.
109
e-B/01
AJUSTES
NECESSÁRIOS?
110
e-B/01
O CISNE NEGRO
111
e-B/01
TRAIÇÃO
COGNITIVA
112
e-B/01
Porque eu gostaria que meu
cliente ficasse tranquilo
quando eu fosse mal e não
ficasse ainda mais preocu-
pado.
113
e-B/01
APRENDIZADO DA
EXPERIÊNCIA
Foi um aprendi-
zado em rela¢ão
a vieses para
todos os lados,
tanto pelo lado
bom, quanto pelo
lado ruim
A principal conclusão dessa história é que você tem que
estudar muito os vieses, ter o hedge, de fato conseguir ter
vantagem em relação à média de mercado. Óbvio que meu
hedge foi positivo, que ajudou a não ancorar em empresa
ed. especial
114
e-B/01
A conclusão é que o estudo do comportamento
humano é tão importante, que mesmo que conhe¢a
bem, pode sofrer os impactos negativos de ser
afetado pelos vieses.
115
116
CAPÍTULO X
Mente aberta
117
e-B/01
NA RECEITA DE
HOLLYWOOD
Hollywood sabe muito bem, é por isso que o final dos filmes
tem aquele impacto, algo positivo para você sair do filme e
falar: “Caramba, esse filme é muito bom”. O fim da experiên-
cia tem muita importância.
ed. especial
118
e-B/01
A ILUSÃO NO
MERCADO
Tinha que tirar Isso é algo que vejo constantemente no mercado, e é pura
a mão da água torcida.
gelada na hora,
não continuar Como é que resolvemos esse problema? Uma das formas
sofrendo até é a famosa minimização de viés de status quo. Se todo dia
melhorar um você parar e pensar: gostaria de ter essa ação na minha car-
pouquinho. teira? Sim ou não? Independente da condição do passado,
aquele preço, naquela premissa, naquela situação, eu gos-
ed. especial
119
e-B/01
ENTENDENDO
A ILUSÃO
O mercado tem uma frase famosa: “as pessoas são avessas
ao risco quando estão ganhando e adoram o risco quando
estão perdendo”. Tipo, se começou a perder, a pessoa fica
mais segura, por quê? Porque, isso é basicamente torcida.
120
e-B/01
A ILUSÃO NO MUNDO
DOS INVESTIMENTOS
121
e-B/01
LÁ NOS IDOS DE
ROOSEVELT
ed. especial
122
e-B/01
Qual seria a sua negociação? Contar para ele? Pensar que
tem um risco de uns três milhões de dólares e ancorado por
esse valor, negociar qualquer quantia entre um e dois mi-
lhões de dólares? Oferecer um valor qualquer?
123
e-B/01
COMO VENCER NOSSA
MENTE NO COTIDIANO?
ed. especial
124
e-B/01
Eu leio, pelo menos uma vez a cada semestre, um livrinho
pequeno, The Little Book of Behavioral Investing, de James
Montier28, que recomendo fortemente (o audiobook tem
seis horas). Ele conta um pouquinho dos vieses. Com mente
aberta, conhecendo seus vieses e sempre tendo alguém
ao seu lado para contar, te mostrar: será que você não
está caindo numa overconfidence29? Você está contando
história de uma forma muito bonita, será que não está muito
efeito halo? Será que não vale a pena checar mais?
125
e-B/01
DA ANÁLISE DO
MERCADO PARA A
CARTEIRA
Quando estiver
nos seus fó-
runs de debate,
sempre busque
opiniões con-
trárias e seja
aberto a elas
Exemplo prático: imaginar todos os dias que vende toda a
126
e-B/01
Por que? Porque senão vamos enviesar, só falar sobre aque-
les papéis. Melhor deixar de lado, ver o seu universo de co-
bertura inteiro, porque às vezes surge uma discussão. Você
viu sobre aquele papel? Ele caiu 20% nos últimos dias, o que
aconteceu?
ed. especial
127
e-B/01
HORIZONTALIDADE
Outra coisa que fazemos para tentar minimizar os vieses é
deixar a empresa horizontal. Eu não sou gestor, sou analis-
ta generalista, e tem outro analista generalista, nove ana-
listas especialistas, aqueles que olham setor por setor, e
dois analistas quantitativos.
HORIZONTALIDADE E VERTICALIDADE
X
ed. especial
a “diferença” é a diferença.
128
e-B/01
O mais relevante para aumentar o WYSIATI é
ter um debate aberto, então todo mundo é igual,
a empresa é horizontal, todo mundo participa
da discussão.
129
e-B/01
CAPÍTULO XI
ed. especial
130
e-B/01
O BUSINESS DA
REDECARD
131
e-B/01
A Redecard foi o primeiro Hoje em dia tem adquirente
IPO das adquirentes, depois que vai adiante, dá as tecno-
veio a Visanet, que se tornou logias, alguns serviços ban-
a Cielo. A Redecard e a Cielo cários, algum controle de
não competiam, elas eram estoque, alguma coisa assim
dois monopólios. Se você para o cliente ter uma pre-
era um lojista e que queria ferência para o uso daquela
aceitar cartão MasterCard, maquininha.
era obrigado a ter uma ma-
132
e-B/01
O CONTEXTO DE NOSSA
BOLSA DE VALORES
133
e-B/01
A OGX, só para citar um
exemplo, tirou mais ou me-
nos 300% do índice. Ela ti-
nha uma posição média, nos
seus 50 mil pontos do índice,
de 4 mil pontos e ela tirou
12.000 pontos no índice. Na
época era fácil bater o índi-
ce. PDG também tirou uns
134
e-B/01
ESTIMANDO OS
RISCOS DO IPO
135
e-B/01
Até que um dia o próprio
auto regulador do setor de-
cidiu caminhar para aber-
tura, porque sabia que faria
isso por bem ou por mal.
Com medo, fizemos pesqui-
sa de campo, falamos com
lojistas, falamos sobre a situ-
ação de como seria se abris-
se o mercado. Já existia au-
136
e-B/01
A EFETIVA ABERTURA
DO MERCADO
E aí, ficamos com o short dessas ações que eram muito va-
lorizadas, o valor era caro, mas todo mundo gostava, eram
meio que ‘queridinhas’ e a gente “shorteou” a Redecard a
De-sa-bou!
ed. especial
137
e-B/01
Mais ou menos em 22, a gente já não achava o risco retorno
de ficar vendido nessa ação bom, então zerou o short e ela
continuou caindo.
ed. especial
138
e-B/01
DESDOBRAMENTOS
Foi uma histó- Eu tinha que ter uma confiança que aquela briga tinha aca-
ria legal com bado mesmo, não quis correr o risco logo na largada, porque
a Redecard, houvesse algum resultado com guerra de preços, a ação
pegamos dos 35 ainda teria muito para cair. Esperamos!
aos 22, zeramos
A ação foi subindo devagarzinho, quando bateu 22 reais,
e depois dos 22
mais ou menos, sem resultado de novo aumento de pre-
aos 35 compra-
ço, com confiança, montamos uma posição comprada. E a
do.
ação subiu, subiu, quando chegou mais menos 31, 32 reais,
o próprio Itaú fez uma OPA (Oferta Pública de Ações) para
comprar a RedeCard a 35,00.
ed. especial
31 MDR - é a taxa que o adquirente paga ao emissor do cartão, taxa que é dedu-
zida do pagamento que o emissor faz ao adquirente.
139
e-B/01
A ESTRATÉGIA
ADOTADA
140
e-B/01
eu sou pago Acabou sendo um dos ca-
para mudar de sos, em que tenho mais fe-
opinião, gosto licidade de ter conseguido
de repetir, dá mudar de opinião, de ter
conforto cogni- conseguido fazer o WYSIA-
tivo de mudar de TI, através de muito estu-
opinião do e muita pesquisa, muito
chão de fábrica, muita via- O fato é quanto mais você
gem. estuda para tentar aumen-
tar o WYSIATI, mais você
141
e-B/01
CAPÍTULO XII
ed. especial
142
e-B/01
UM CONSELHO
DE VIDA
Meu conselho:
143
e-B/01
Invista no seu futuro, seja paciente, não
queira as coisas para o curto prazo.
144
e-B/01
LONGEVIDADE
o que me preocu-
pa é não cometer
erros que já co-
meti no passado, Não tenho a menor dúvida de que meus maiores ganhos de
é ser muito cal- mercado vieram de emoção. Perdi oportunidades por causa
mo, é ser muito de razão e já fui muito cauteloso com algumas coisas. Se me
paciente arrependo?
145
e-B/01
PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
146
e-B/01
UM EXEMPLO
DE VIDA
Então, a res- O Luis tinha viajado uma vez e conversou com o George
posta dele é a Soros, que estava com mais de oitenta anos. Na volta, me
melhor que eu chamou para conversar e falou: “João, lembra que você me
poderia dar! perguntou sobre a aposentadoria. Deixa eu contar uma
Também não que- coisa, vendo Soros atuante, trabalhando, pensando como
ro parar nunca ele pensa, tenho certeza que não quero parar é nunca”!
ed. especial
147
e-B/01
O nosso trabalho é muito legal e me faz até ser enviesado no
bom sentido pela paixão no que eu faço. Ter um brain train,
um treinamento constante do cérebro, me faz sempre estu-
dar, sempre ler uma coisa diferente, sempre falar com uma
pessoa inteligente, por exemplo CEOs de empresas.
148
e-B/01
PRAZERES DA
PROFISSÃO
Disparado, o que
eu mais gosto
no que eu fa¢o é
análise inves-
tigativa.
Ir atrás de pequenas informações, debates e papos que iso-
ladamente não são materiais, sem problema nenhum você
conseguir, ir atrás do Big Data na internet, por exemplo, uma
ed. especial
149
e-B/01
E a outra coisa de que gosto muito na nossa profissão, brin-
co, que a gente é pago para falar com gente muito inteli-
gente né, que são CEOs das maiores empresas do Brasil,
algumas melhores do mundo.
ed. especial
150
e-B/01
O BOM GESTOR
ed. especial
151
e-B/01
ROTINAS E HÁBITOS
152
e-B/01
CAPÍTULO XIII
ed. especial
153
e-B/01
O NOME ENCORE
E mais, não foi Esse é um business de pessoas, e o ideal é que o turn over
fácil chegar a seja zero, que as mesmas pessoas fiquem no longo pra-
um nome de que zo; queremos que a Encore seja um lugar legal, um lugar
gostássemos. bacana, que quem está lá (e todo mundo é elegível para
ed. especial
154
e-B/01
AMBIÇÃO DA ASSET
155
e-B/01
CONHECER E AGIR
CONTRA OS VIESES
Queremos realmente ser diferentes. Todo o motivo desse
desse e-book é um axioma na ENCORE: se o ser huma-
no reage aos vieses e às questões comportamentais, co-
nhecê-los e agir nos coloca com alguma vantagem. Isso
é incansável lá dentro, sempre focar na questão comporta-
mental; e não é só para investimento, é também para o com-
portamento, é para motivação.
156
e-B/01
RECRUTAMENTO
CUIDADOSO
Atas, temos atas para tudo, para nos ajudar a ter um hedge.
Temos sempre como pilar: só contratar pessoas que, além
de competentes, sejam gente boa. Porque com gente boa
você tem três consequências ótimas:
157
e-B/01
CULTURA DE
FEEDBACK
158
e-B/01
CULTURA DE
ESCANCARAR ERROS
Outra coisa
forte que te-
mos é a cultura
de escancarar
erros
No nosso negócio a maioria das decisões não são tomadas
no acerto, são tomadas no erro. Quando você tem uma opi-
nião sobre uma empresa, chega o resultado e vem o que já
tinha, você acertou, dificilmente vai tomar a decisão; você vai
159
e-B/01
CULTURA DE
INCENTIVOS
Falei sobre comportamento do ser humano e em algum mo-
mento citei que o ser humano reage a incentivos.
Incentivos im-
portam muito!
A forma de remunerar as pessoas, de trazê-las como sócias,
é muito importante para a motivação, para que elas entre-
guem o que todo mundo quer, para que elas sejam unidas.
Não é só a performance individual, claro que é importante
160
e-B/01
O FRAMEWORK
DE ANÁLISE
161
e-B/01
Com uma recorrência boa, daqui a dez anos a
gente consegue checar a evolu¢ão da empresa
ao longo do tempo, e nada melhor do que a
consistência nas entregas para fazer um
investimento de longo prazo bom
ed. especial
162
e-B/01
O TIME
QUANTITATIVO
Às vezes, você mal sabe o que vai pedir à essa turma, mas
eles vendo você fazer o seu trabalho, têm a ideia: isso aí eu
consigo automatizar, consigo pegar os dados de tal lugar e
trazer uma correlação;
163
e-B/01
então é super legal unir as duas áreas, e temos
como meta transformar em ferramenta que
chamamos quantamental, que pode ajudar muito
na cria¢ão de hedge
ed. especial
164
e-B/01
Esse tipo de análise, que ajuda muito no monitoramento da
carteira, também é feito pelo pessoal do time quanti junto
com o pessoal de risco. E é um diferencial que queremos
criar.
165
e-B/01
Espero que você tenha gostado deste e-book. Para mim foi
um prazer gigantesco falar sobre o meu tema preferido.
Ler o livro Rápido e Devagar, duas formas de pensar, do Da-
niel Kahneman, literalmente mudou a minha vida, e estou es-
crevendo para você sobre isso, porque li esse livro, há vários
anos, me apaixonei e percebi que, apesar de não ser um livro
sobre o mercado, mudou a forma de eu pensar e trabalhar
no mercado.
166
e-B/01
Todos os direitos deste livro são reservados e protegidos
pela Lei 9.610 de 19/02/1998.
FINCLASS
ed. especial
Copyright ©️ 2021
©️ FINCLASS | Todos os direitos reservados
167