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A Árvore do Dinheiro

Jurandir Sell Macedo Jr.

A Árvore do Dinheiro

Florianópolis

2013

Editora | Insular

Edição | Editora Bookess

Proj eto Gráfico | Caroline da Silva Magnus

Capa | Hanne Giaciani

Revisão | Em ília Chagas e Letícia Teston

Editora Insular | Rodovia João Paulo, 226, Florianópolis - SC, CEP 88030-
300

M141a Macedo Junior, Jurandir Sell


A árvore do dinheiro / Jurandir Sell Macedo Junior – Florianópolis:

Insular, 2013.

208 p. : il.

ISBN 978-85-7474-678-4

1. Finanças pessoais. 2. Poupança e investim ento. 3. Segurança financeira. I.

Título.

CDD 332

A Celina minha amiga e meu amor,

com quem compartilho a fascinante

tarefa de educar Júlia e Gustavo,

razão maior de meu viver.

Agradecim entos

Inúm eras pessoas contribuíram em m inha vida e form ação e a cada um a

delas tenho m uito a agradecer. Contudo, aqui, agradeço de form a especial:

Minha m ãe, que, viúva aos 27 anos, com três filhos para criar, soube tom ar
a

sábia decisão de investir todos os seus parcos recursos na educação, e que,

m esm o na adversidade, soube construir um a fam ília feliz, da qual m e


orgulho de

fazer parte.

Celina, m inha esposa e am iga, e nossos am ados filhos, Júlia e Gustavo, por
tudo que m e ensinam em nosso prazeroso dia a dia.

A j ornalista Natacha Am aral que m e m otivou a transform ar m inhas aulas


de

Finanças Pessoais neste livro. A com petente j ornalista Em ilia Chagas, com
a qual

tenho o tido o prazer de trabalhar nos últim os cinco anos – não sei o que
seria

m inha vida sem este apoio. A equipe do IEF: Letícia, Vitor e Júlia, que com
seu

vigor e entusiasm o de estudantes m e renovam a cada dia.

Toda a equipe da Expo Money, verdadeira fam ília que tem cruzado o Brasil

difundindo a educação financeira nos últim os dez anos.

O Banco do Brasil, onde m antive um a coluna sem anal por quatro anos e o

Banco Itaú, onde venho trabalhando nos últim os três anos no program a Uso

Consciente do Dinheiro, que tem gerado conteúdo de alta qualidade

disponibilizado gratuitam ente para clientes e não clientes. Não poderia


deixar de

m encionar a equipe da Superintendência de Sustentabilidade, com posta por

Denise T. Hills, Maria Eugenia Sosa Taborda, Ana Ly gia Leite e Paula
Baggio

Arruda e tam bém a Martin Iglesias, Fernando Foz Macedo e Geraldo Soares,

entre tantos outros. Muito m e orgulho desta tarefa que m e possibilita


difundir

educação financeira de qualidade e sem custo para todos os brasileiros.

Apresentação

Quando Jurandir Macedo m e convidou para escrever apresentação do livro


"A

Árvore do Dinheiro", não dem orei m ais do que um segundo para aceitar. Foi
um

enorm e orgulho participar deste livro que é um clássico das finanças


pessoais no

Brasil.

Apesar de o seu nom e ser Árvore, entendo que o livro é tam bém um a

sem ente, por ter sido para m uitos o prim eiro contato com o m undo das
finanças

pessoais e tam bém por ter incentivado m uitos outros a escreverem sobre o

assunto. Vale lem brar que o livro é inspirado no único curso de finanças
pessoais

de um a universidade federal brasileira, a UFSC, e que deu origem à coleção

Expom oney , da qual tenho tam bém a honra de participar.

O livro "A Árvore do dinheiro" é tam bém um reflexo fiel do seu autor. Um a

pessoa extrem ante sim ples, m as com profundos conhecim entos em


diversas

áreas e que consegue adaptar a sua linguagem com habilidade quase incom
um .
É com a m esm a naturalidade com que Jurandir participa de rodas de
discussão

com os m aiores experts do m ercado financeiro, com cientistas


pesquisadores da

área econôm ica ou psicológica, com executivos de em presas e com pessoas

com uns, que pedem sua aj uda para resolver questões sim ples vinculadas ao
seu

dia a dia financeiro.

É im portante destacar que o livro reúne conhecim entos de Jurandir na área


das

finanças com portam entais obtidos através do seu doutorado no assunto e seu
pós-

doutorado em Psicologia Cognitiva, além daqueles obtidos com sua longa

experiência em Finanças Pessoais. Lem brando ainda que Jurandir foi um dos

fundadores do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais


Financeiros

(IBCPF), que é detentor dos direitos da m arca CFPR no Brasil.

O livro aborda praticam ente todos os pontos relevantes para um a pessoa tom
ar

suas decisões financeiras, desde os m ais sim ples até os m ais com plexos,
que, por

sua vez, são tratados com um a linguagem extrem am ente adequada a


qualquer

pessoa.
Tenho certeza que o leitor poderá aproveitar-se da m ente de um a das m
aiores

autoridades em finanças no Brasil e terá o m esm o prazer que eu tenho toda


vez

que tenho oportunidade de trocar ideias com m eu grande am igo Jurandir.


Mas,

acim a de tudo, tenho certeza que este livro aj udará o leitor tirar excelentes
frutos

da sua vida financeira.

Martin Iglesias

Gerente de Educação para Investidores do Itaú Unibanco

Prefácio

O m ercado financeiro é bastante dinâm ico e constantem ente sofre


alterações,

o que m otivou esta nova edição. Instituições m udaram de nom e, outras


foram

criadas ou deixaram de existir. A Bovespa, por exem plo, deixou de ser um a

sociedade civil sem fins lucrativos e atualm ente é um a em presa de capital

aberto, a BM& F Bovespa S.A.

Porém , m ais do que m udanças form ais, tivem os um a significativa m


udança

na estrutura de j uros do Brasil. Quando do lançam ento da prim eira edição,


era
possível obter um a rentabilidade excelente correndo poucos riscos com
prando

Letras Financeiras do Tesouro, títulos públicos federais pós-fixados,


corrigidos

pela taxa Selic. Atualm ente, quem não quiser correr riscos vai obter retornos

m uito baixos, algum as vezes até perdendo para a inflação. A época da

rentabilidade elevada sem riscos passou.

Entretanto, m ais do que retratar m udanças, o que esta nova edição perm ite é

avaliar o que não m udou. Felizm ente o fundam ental do livro continua
intacto. As

estratégias recom endadas foram exaustivam ente testadas pelas euforias e


crises

pelas quais passam os.

Não precisei m udar um a linha sequer das estratégias de investim entos

recom endadas. Desde a prim eira edição sugeri investim entos constantes e

diversificados. Para provar que esta estratégia é a m elhor para a renda


variável,

acrescentei m ais seis anos nas pesquisas de investim entos constantes na


bolsa de

valores e traçam os m ais quatro cenários diferentes. Torna-se m ais forte a


ideia

de que a m elhor form a de investir em ações é destinar um valor fixo m ensal

para um a carteira diversificada de investim entos.


Tam bém acrescentei um a pesquisa sobre balanceam ento de carteiras entre

CDI e Ibovespa, na qual m ais um a vez com provei a vantagem da


diversificação.

Continuo com as m esm as recom endações de investim entos, diversificação


e

investim entos constantes. O que m udou é que cada vez há m ais dados para

com provar esta tese.

Falando em diversificação, na época da prim eira edição tínham os apenas um

fundo de gestão passiva negociado na

bolsa, os ETFs. Atualm ente o pioneiro PIBB11 j á faz parte de um segm ento
com

14 fundos – e, ao que tudo indica, outros logo irão surgir.

Tenho a convicção de que novas crises certam ente virão, bem com o longos

períodos de bonança. Para o investidor individual ter sucesso na bolsa de


valores

em qualquer desses cenários, basta investir aos poucos. E som ente aquela
parcela

da poupança destinada ao longo prazo. Melhor ainda se investir para a

aposentadoria.

Finalm ente, não podia deixar de registrar que, m esm o considerando que se

passaram poucos anos do lançam ento do livro, constantem ente tenho


recebido
contatos de leitores que j á com eçam a colher os frutos das suas árvores do

dinheiro. Espero que dentro de alguns anos sej a você, caro leitor, a colher os
seus

m erecidos frutos.

Introdução

Este livro é resultado de longo processo de m aturação pessoal e profissional,

que teve início na década de 1980. No com eço de m inha carreira, trabalhei

m uito com cursos de m ercado de capitais. Contando som ente as palestras


feitas

para gerentes de bancos, foram m ais de 3 m il horas de aula, em m ais de 100

cursos m inistrados.

Essa experiência propiciou um a série de contatos com m ilhares de alunos


que,

em sua m aioria, conheciam m uito bem o m ercado financeiro e sabiam

m anipular ferram entas de controle de orçam ento. No entanto, esses m esm


os

profissionais afirm avam ter enorm es dificuldades para controlar suas


finanças

pessoais.

Por que pessoas capacitadas em adm inistrar e aconselhar seus clientes em

questões financeiras não conseguiam controlar as próprias finanças? Essa


dúvida
inicial, que m e desafiava e atorm entava, certam ente foi o que m e conduziu
a

este livro.

No final dos anos 90, Louis iniciava os prim eiros esforços para trazer ao
Brasil

a profissão Planej ador Financeiro Pessoal. Tive a oportunidade de participar


das

prim eiras conversas que originaram o Instituto Brasileiro de Certificação de

Profissionais Financeiros (IBCPF). Dentro desse escopo, preparei um a


pequena

palestra sobre Finanças Pessoais que com ecei a m inistrar para alguns alunos
de

universidades e para alguns funcionários de em presas. Era um a palestra sim


ples

e dedicada a apenas alguns aspectos form ais do controle de orçam ento,


porém ,

as perguntas que surgiam da plateia com eçavam a m ostrar que existiam


aspectos

m ais profundos da relação das pessoas com o dinheiro e que afetavam suas
vidas

financeiras.

Após um a palestra m inistrada em Curitiba, recebi um

e-m ail que m e causou enorm e espanto. O texto era o seguinte: “Jurandir,

parabéns pela palestra. Ela m e fez trocar um a BMW por um a bicicleta.”


Sim ples

assim , nada m ais! Respondi agradecendo os parabéns, m as dizendo que


estava

preocupado, pois achava que o havia influenciado a fazer um péssim o


negócio.

Pedi então que ele m e explicasse m elhor o que havia acontecido.

Na resposta, o rem etente identificou-se com o gerente com ercial de um a

grande em presa im obiliária. Ele explicou que gastava quase duas horas
todos os

dias para ir e voltar de casa para o trabalho. Esse tem po em trânsito estava

prej udicando sua qualidade de vida e ele pensava em com prar um carro
novo

para tornar o traj eto m ais agradável. O que ele ouviu na palestra não só o

dissuadiu da decisão, com o o fez negociar com a em presa um horário de

trabalho de turno único, de seis horas, e com prar um a bicicleta para pedalar
com

o filho durante as m anhãs.

O depoim ento m e despertou um a onda de pânico. Com o eu poderia


interferir

de form a tão significativa na vida de um a pessoa? E se não desse certo e ele

perdesse o em prego? Com o ficaria?

Esse episódio, e talvez a proxim idade de m eus 40 anos, desencadearam


enorm e m udança em m inha própria vida. Resolvi suspender diversos cursos
que

j á estavam vendidos e, no início de 2000, entrei para um program a de


doutorado

disposto a m e aprofundar no estudo das Finanças Pessoais.

Após quatro anos de estudos, no Brasil e no Canadá, concluí m inha tese na


área

de Finanças Com portam entais. Trata-se de um a nova área de estudos das

finanças iniciada por dois psicólogos: Am os Tversky e Daniel Kahnem an,


que

investigam o com portam ento dos tom adores de decisão a partir de um a

abordagem da psicologia cognitiva. Além dos estudos de Finanças

Com portam entais, dediquei-m e ao estudo das Finanças Pessoais e da


Psicologia

Cognitiva.

Isso m e fez perceber que a questão das finanças das pessoas passa por
esferas

m uito m ais profundas do que o aspecto form al. Aprendi que nossas
decisões

financeiras não são corticais e racionais, conform e havia aprendido na


econom ia

neoclássica. Descobri que nossas estruturas infracorticais afetam nossas


decisões

e podem fazer com que o m ais preparado diretor financeiro de um a grande


em presa tenha dificuldades em adm inistrar o orçam ento de sua casa.

Após esse período de estudos e descobertas, voltei a m inistrar aulas na

Universidade Federal de Santa Catarina, onde im plantei a prim eira


disciplina de

Finanças Pessoais em um a universidade brasileira. Essa disciplina se destina


aos

alunos de todos os cursos da universidade e, desde então, vem sendo m


inistrada

para salas lotadas de j ovens interessados em aprender com o gerenciar suas

finanças pessoais.

Montei palestras e cursos que foram dados em em presas, universidades,

associações profissionais e nas diversas edições da Expo Money ao longo de


seis

anos. Os inúm eros debates, perguntas, críticas e sugestões originados durante

aulas, palestras, cursos e em ails encam inhados pelos leitores da m inha


coluna no

Banco do Brasil aj udaram a consolidar os conceitos expostos neste livro,


porém ,

m ais do que consolidar conceitos, tam bém geravam questionam entos


pessoais.

Tais questionam entos im pulsionaram m ais um período de estudos iniciados


em

2009, quando fiquei um ano no Laboratório de Psicologia Cognitiva da


Universidade Livre de Bruxelas (ULB) em um estágio de pós-doutorado.

Daquela experiência nasceu o livro Finanças Com portam entais, que lancei
com

os professores José Junça de Morais e Régine Kolinsky , am bos da ULB.

Logo após voltar da Bélgica, com ecei a trabalhar no program a Uso


Consciente

do Dinheiro do Banco Itaú. Já são m ais de dois anos escrevendo artigos,


gravando

program as, fazendo eventos e palestras por todo o Brasil, sem pre contando
com a

valiosa colaboração da equipe do Instituto de Educação Financeira e em


especial

da j ornalista Em ília Chagas. Tenho aprendido m uito com este trabalho no


Itaú e

sinto m uito orgulho pelo resultado do que vem sendo feito pela equipe de

Sustentabilidade do banco.

Tam bém não posso deixar de m encionar o resultado da atividade de

conselheiro financeiro pessoal que desenvolvi j unto ao Instituto de Educação

Financeira. Um conselheiro de finanças pessoais trabalha por m eio de


consultas

nas quais pessoas e fam ílias expõem e discutem seus problem as financeiros
com

a m ediação de um profissional capacitado via certificação CFP™1. Essa


atividade m e proporcionou grande am adurecim ento profissional, que
certam ente

foi im portante na consecução deste trabalho.

Este livro tom ou a form a atual após m uita insistência de um a ex-aluna de

Finanças Pessoais da Universidade Federal de Santa Catarina, a j ornalista

Natacha Am aral. Para concretizar seu Trabalho de Conclusão de Curso,


Natacha

conseguiu m e convencer a esquecer o j eito acadêm ico de escrever e a ter

coragem de m e lançar em um form ato novo com o este guia – para a alegria
do

leitor e (talvez) o desespero de m eus colegas professores.

Pretendo levar você, leitor, a refletir por m eio de exem plos, situações e

im pressões colhidos em m eus estudos e em m inha vida prática. Você verá


que

este é um livro sim ples, m as que está distante do sim plism o. Espero que as
ideias

apresentadas aqui o estim ulem a com eçar a cultivar a sua árvore do dinheiro
ea

lidar bem com suas finanças por toda a vida.

Sinceramente,

Jurandir Sell Macedo Jr.

1 Ver www.ibcpf.org.br.
CAPÍTULO 1

Com portam ento Financeiro

Entenda sua relação com o dinheiro e saiba com o usá-lo com sabedoria para

conquistar m ais qualidade de vida

“Às vezes é preciso estar em silêncio para ser ouvido.”

PROVÉRBIO SUÍÇO.

Conhece a ti m esm o

Este livro irá aj udá-lo a fazer um bom orçam ento fam iliar e a entender

m elhor o m ercado financeiro, m as tão im portante quanto aprender o


aspecto

prático da gestão de seu dinheiro é com preender sua relação pessoal com ele.

Isso se dá porque nenhum a orientação financeira é m ilagrosa o suficiente –


se

é que existe algum a do tipo – para torná-lo bem -sucedido, caso você m esm
o não

entenda o padrão de com portam ento que m ove seus desej os, consum os,
gastos e

obj etivos.

Por isso, neste prim eiro capítulo, farem os um voo rasante sobre o tem a

Com portam ento. O obj etivo é instigá-lo a pensar e a ter um olhar m ais
aguçado

sobre assuntos relativos a dinheiro.

› Qual é a diferença entre desej ar e querer?

› O que é ser rico?

› Dinheiro traz felicidade?

› Sou consum ista?

› Tem po é dinheiro?

Assim com o ocorre em vários aspectos da vida, ter certa m edida de

autoconhecim ento tam bém pode ser ferram enta útil na adm inistração das

finanças pessoais. Dessa form a, pegando em prestado algum as palavras da

filosofia grega, sugerim os: conheça a si m esm o – e seu com portam ento

financeiro!

“A humanidade é produto do desejo e não da necessidade.”

GASTON BACHELARD, FILÓSOFO E ENSAÍSTA FRANCÊS.

Você quer o que desej a?

A m aior parte das pessoas sente vontade de com prar após dar um passeio no

shopping ou num a loj a de interesse. O m esm o pode acontecer, por exem


plo,

quando se vê um recém -lançado aparelho eletrônico, o carro zero do vizinho


ou a

roupa nova da am iga.


A ciência explica que é natural do ser hum ano ter desej os. Mas há grande

diferença entre desej ar e querer. Nosso cérebro é com posto de quatro sistem
as

distintos. Três deles são parte do m odelo proposto pelo neurocientista Paul
D.

MacLean: o com plexo reptiliano, o sistem a lím bico e o sistem a


neocortical. O

prim eiro controla as atividades responsáveis pela sobrevivência, com o a

respiração. O segundo controla as em oções e o terceiro, o raciocínio. O


quarto

sistem a é o cérebro m oral, possivelm ente localizado na ínsula, que é


responsável

pelos nossos j ulgam entos e escolhas m orais.

O desej o se origina no sistem a lím bico, a parte do cérebro responsável pela

form ação das em oções. Já a transform ação do desej ar em querer ocorre no

córtex, local onde as decisões racionais são processadas. Conclusão: desej ar


é

um a ação irracional; querer é racional.

Assim , antes de adquirir algo, pense se realm ente quer ou se apenas desej a
o

obj eto. Questione se você está consciente das responsabilidades que a


aquisição

lhe trará. Além disso, analise se o que você quer não é algo diferente do obj
eto

que está com prando. A publicidade hoj e faz de tudo para que você
transform e

seus desej os não só num sim ples querer, m as em verdadeira necessidade.


Tom e

cuidado, é fácil cair nessa arm adilha.

Um a brincadeira

Vam os supor que, em um sábado com um , você estej a passeando com seu

cônj uge no shopping e passe por você aquela atriz fam osa ou aquele artista
que

você adora. O que acontece? Se você for com o a m aioria das pessoas, irá

desej á-la ou desej á-lo no m esm o instante.

Agora, suponha que surpreendentem ente, naquele dia, o artista ou a atriz

retribua seus olhares de desej o. O que você faz? Arrisca a relação com seu

cônj uge em nom e desse desej o?

Muitos dirão que não, pois consideram que as consequências de transform ar

esse desej o em realidade seriam m uito com plicadas. Aí está a diferença


entre

DESEJAR e QUERER.

Em sum a, as pessoas não controlam seus desej os, porque eles podem nascer

nas estruturas infracorticais do cérebro. Entretanto, quando se processa


racionalm ente essa em oção, pesando a decisão em term os de perdas e
ganhos,

pode-se escolher não satisfazer o desej o.

Im agine: quantas vezes, ao passear pelo shopping, você vê um a bela roupa


ou

um aparelho eletrônico da m oda e satisfaz o desej o de possuí-lo sem pensar


nas

consequências desse ato para sua saúde financeira?

Desej ar obj etos de consum o é extrem am ente com um – e desej ar faz bem
.

Pense que, se não fossem nossos desej os, ainda estaríam os vivendo nas
cavernas.

O progresso é produto do desej o, e não de nossas necessidades.

Então, não se pode sim plesm ente reprim ir os desej os. O que se deve é
pensar

m uito antes de transform ar desej ar em querer. Retom arem os esse assunto


ao

longo do livro.

Ser rico aj uda a ser feliz?

Um a pesquisa da Universidade de Princeton com 450 m il am ericanos,

realizada pelo econom ista Angus Deaton e pelo psicólogo Daniel Kahnem
an,

constatou que dinheiro está ligado à felicidade das pessoas até o lim ite de 75
m il
dólares por ano. Acim a disso, o aum ento da renda não traz im pacto no bem
-estar

em ocional.

Ainda assim , a m aioria das pessoas desej a ser rica porque acredita que

enriquecer é encontrar a felicidade. Na verdade, se refletirm os a fundo sobre


a

questão, verem os que a relação entre felicidade e riqueza é falsa.

Essa relação ocupa filósofos e econom istas há séculos. Os pensadores

ilum inistas, por exem plo, acreditavam na existência de um a equação harm


ônica

entre o progresso (que seria a riqueza) e a felicidade.

Desse pressuposto surgiu a ideia de que, com o aum ento da riqueza m


aterial,

as pessoas podem aum entar seu grau de felicidade. Por m ais que se conteste
essa

afirm ação, ela j á está entranhada no DNA de nossa sociedade.

Um estudo diz que, quando a renda de um a fam ília cresce em até cerca de

3.500 dólares ao ano, a relação entre aum ento de renda e de felicidade é m


uito

forte. Por esse m otivo, existem m ais pessoas que se declaram felizes em
países

ricos do que em países extrem am ente pobres. Quando a renda aum enta
entre
3.500 dólares e 12 m il dólares ao ano, a relação entre renda e felicidade é

positiva, porém um pouco m ais baixa. Entre 12 m il dólares e 70 m il dólares


a

relação continua a existir, m as é bastante baixa. A partir de 70 m il dólares


anuais,

a relação entre dinheiro e felicidade é inexistente. Alguns estudos consideram

este valor um pouco m enor, em torno de 50 m il dólares.

RENDA

A quantidade de dinheiro recebida durante certo tem po,

em troca de trabalho ou serviços ou com o lucro de investim entos

financeiros.

Mas por que é que, depois de acum ular bens m ateriais e realizações, a

tendência é esquecer que tudo foi resultado de conquistas nem sem pre
fáceis? Os
filósofos estoicos consideravam que se as pessoas não controlassem os desej
os,

j am ais conseguiriam alcançar a felicidade.

Segundo eles, seria im possível equilibrar o que a m ente desej a e o que

realm ente é possível adquirir. Não é à toa que certos m ilionários, depois de
m uito

acum ular, passam a encarar o status e o conforto com o um dado da natureza.

Assim , torna-se fácil sentir-se insatisfeito e induzido a buscar sem pre m ais
bens

para ser feliz.

Na prática

Pode ser que você ou seus pais ainda se lem brem do prim eiro televisor que a

fam ília adquiriu. Certam ente, foram vários dias

de felicidade. A chegada da prim eira televisão colorida, m uito tem po


depois,

tam bém trouxe alegria a várias fam ílias. Entretanto, hoj e os pais não
conseguem

fazer com que seus filhos fiquem alegres sim plesm ente por terem um
televisor

em casa. Para eles, isso é norm al, pois todos os seus am igos e conhecidos

tam bém têm o aparelho. É que, com o passar do tem po, o padrão de consum
o

m uda.
Ideal ilum inista

Felicidade deriva da satisfação dos desej os.

Mensagem :

Libere os desej os e realize-os!

Ideal estoico:

Felicidade provém do controle dos desej os.

Mensagem :

Liberte-se da tirania dos desej os!

É possível fazer um paralelo entre os pensam entos ilum inistas e estoicos


com

dois outros m ovim entos da história m undial. Os hippies, na década de


1970,

pregavam que a felicidade era um am or e um a cabana – e a cabana ainda era

supérflua. Não deixa de ser o ideal estoico.

Já nos anos 80, a geração y uppie estava no auge e pregava que ser feliz era

obter o m elhor de tudo que o dinheiro pudesse com prar. É a m ais recente

tradução do ideal ilum inista.

E para você, o que é ser feliz? Você acha que ser feliz é ser rico? Vale a pena

avaliar o que é ser rico para você, o que realm ente lhe proporciona felicidade
e

até que ponto o dinheiro pode contribuir para isso.


Lidar com a felicidade pode ser tão difícil quanto enfrentar a
infelicidade.

O que o deixa m ais contente: com prar um carro ou brincar com seus filhos?

Viaj ar ou aj udar pessoas que precisam ?

Aproveite agora e tire um m om ento para refletir. Preencha o quadro abaixo

com as atividades que costum am deixá-lo feliz.

Atividades que melhoram meu humor:

1._________________________________________________

2._________________________________________________

3._________________________________________________

4._________________________________________________

5._________________________________________________

6._________________________________________________

7._________________________________________________

Vej a o que a m aioria das pessoas responde sobre o que m elhora o hum or

delas:

HOMENS MULHERES

Conversar

com os

51%
63%

amigos e

com a

família

Escutar

52%

55%

música

Rezar ou

38%

51%

meditar

Ajudar

pessoas

38%

45%

necessitadas

Tomar

35%

47%
banho

Brincar com

animais de

30%

38%

estimação

Fazer

30%

24%

exercícios

Sair com

27%

29%

amigos

Fonte: Revista Tim e.

Pare um pouco, pegue lápis e papel e escreva um a lista com as coisas que,

para você, fazem a vida valer a pena. Reflita por alguns m om entos sobre
cada

item da lista. Será que você tem direcionado tem po e dedicação suficientes
para

eles? Será que você precisa de m uito dinheiro para realizá-los?


Agora observe o que as pessoas respondem quando perguntadas pela revista

Tim e sobre as coisas que lhes fazem m ais felizes:

Q UAIS SÃO OS MAIORES MOTIVOS PARA LHE FAZER FELIZ?

Relacionamento com os 77%

filhos ou crianças

Amizades 76%

Caridade 75%

Relacionamento com

marido/esposa ou 73%

namorado(a)

Grau de controle sobre sua 66%

vida e seu futuro

Coisas que você faz em seu 64%

tempo livre

Relacionamento com os 63%

pais

Religião 62%

Fonte: Revista Tim e.

Você percebeu que, das atividades m ais citadas, a m aioria requer pouco ou,
em alguns casos, até m esm o nenhum gasto? É lógico que não podem os
viver

hoj e sem dinheiro, m as, antes de acreditar cegam ente que ser rico e consum
ir é

sem pre o m elhor cam inho para a felicidade, tenha um a visão m ais crítica
desse

senso com um .

A sociedade precisa produzir e, para isso, dem anda cada vez m ais trabalho
das

pessoas. Para fazer isso, no passado, utilizaram -se m uitos artifícios, até m
esm o a

tortura física. Mesm o assim , j am ais se conseguiu fazer com que as pessoas

trabalhassem tanto quanto atualm ente.

Sem dúvida a sensação de ser útil e produtivo é forte com ponente da

felicidade, m as o elevado percentual de pessoas estressadas e infelizes com


sua

qualidade de vida sugere

que m uita gente foi longe dem ais. Vej a se isso não aconteceu com você.

Tam bém é bom refletir que existem dúvidas acerca de o dinheiro trazer

felicidade. Mas é bastante certo que a falta de dinheiro traz, sim ,


infelicidade.

Preocupações com contas para pagar, dívidas e prestações são capazes de


tirar o
sono e a qualidade de vida de m uita gente.

Na prática | O QUE É SER RICO

Certa vez um consultor financeiro perguntou a um agricultor o que era ser


rico.

Ele prontam ente respondeu que, quando era criança, achava que ser rico era

com er carne todos os dias. Já que, no presente, o agricultor ganhava o


suficiente

para não sofrer restrições alim entares, ele podia se considerar rico.

É possível que m uitas pessoas discordem da definição de riqueza do


agricultor.

Para saber o que é ser rico para você, pergunte-se:

› Quais são m eus obj etivos?

› Quanto dinheiro quero ter?

› Quando irei m e considerar um a pessoa rica?

Se você não tiver ideia definida sobre o que é ser rico, não saberá aonde quer

chegar e nunca estará satisfeito. É por esse m otivo que, para algum as
pessoas, a

viagem nunca term ina. Elas sem pre irão querer ganhar m ais por não
saberem

quanto é o suficiente.

Muito pior que não se preocupar com dinheiro é gastar a vida toda
procurando
acum ular. O dinheiro deve ser um m eio, e não um fim .

Um a form a m ais precisa de m edir seu nível de riqueza é fazer-se a seguinte

pergunta: “Quanto tem po m ais?”. A resposta será o núm ero de m eses ou


anos

que você levará para acum ular quantia suficiente para sustentar seus gastos
sem

precisar trabalhar m ais.

Q uando seu patrimônio puder sustentar o estilo de vida que almeja,


você será

rico.

Caso real

Um executivo, funcionário de um a em presa m ultinacional, tinha um salário


de

R$ 50 m il por m ês. Por ter acum ulado poupança de R$ 400 m il, ele se

considerava rico. A em presa em que ele trabalhava passou por um problem a

financeiro e o dem itiu. O patrim ônio que ele havia guardado foi suficiente
para

sustentar seu padrão de vida por exatos oito m eses. Depois desse tem po, ele
teve

que vender a cobertura financiada em que m orava e seu casam ento tam bém
não

resistiu à crise.

Q uanto mais simples for o estilo de vida que você almeja, mais fácil será
enriquecer.

Investigando a felicidade

“Dinheiro não traz felicidade”, diz o ditado. Mas não tão popular quanto esse

ditado é o conceito que ele transm ite. No fundo, as pessoas sem pre ficam
em

dúvida quanto à capacidade de o dinheiro conquistar a felicidade.


Investigarem os

o que alguns estudos práticos de especialistas na área de saúde m ental falam

sobre o assunto.

Um a das hipóteses que tenta explicar a felicidade afirm a que esse sentim
ento

seria um truque da natureza, a fim de perpetuar a espécie hum ana. A lógica


do

pensam ento é que, quando fazem os algo que aum enta nossa chance de

sobrevivência ou procriação, nos sentim os felizes. É exem plos disso a


alegria que

as pessoas sentem quando se apaixonam , com eçam um relacionam ento ou

sim plesm ente quando com em um a boa m acarronada e bebem vinho.

Desde a Antiguidade, a m aior parte dos tratados e pesquisas sobre a


influência

das em oções na saúde averiguavam os efeitos que os sentim entos negativos

com o angústia, raiva e tristeza causam no organism o. Som ente na década


de
1980 surgiu um a corrente que percorre o cam inho contrário, investigando as

raízes da felicidade.

Um dos principais representantes do m ovim ento psicologia positiva é o Dr.

Martin Seligm an, professor da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos,


que

lidou com pacientes deprim idos por quase 30 anos e resolveu inverter o
curso de

seus estudos. Seligm an concluiu que a felicidade é resultado de três coisas:

prazer, engaj am ento e significado. O significado pode ser traduzido com o


senso

de contribuição som ado à ideia de que podem os transcender nossa


existência.

PSICOLOG IA POSITIVA

Cam po da psicologia que visa determ inar o peso das em oções boas no

equilíbrio físico e m ental.

Prazer é o m ais fácil de definir e entender. Aqui estão incluídas atividades

com o com er, beber, fazer sexo, conversar com um am igo, tom ar banho de
m ar

ou um a ducha quente em um dia de inverno. Aqui o dinheiro é m uito


poderoso.

Os gastos que se tem com essas atividades geralm ente não são m uito
elevados e

o resultado costum a ser bastante positivo. Muitas pessoas se tornam infelizes


porque se esquecem desses pequenos prazeres da vida. Quando perguntadas

sobre o que lhes gera prazer, algum as não sabem responder e acabam
dizendo

que é o trabalho. Se isso está acontecendo com você, fique alerta.

Engaj am ento significa sentir-se absorvido pelo que se faz. Trata-se da

capacidade de envolvim ento entre a pessoa e sua vida. Engaj am ento é


gostar da

vida, am ar e ser am ado pela fam ília, pelos am igos, gostar do trabalho e
saber

que ele faz bem à sociedade. Enfim , engaj am ento é ter am or por viver.
Aqui o

dinheiro j á perde seu poder. Se você pensa que será am ado pela quantidade
de

dinheiro que tem , cuidado!

Contribuição é o que sentim os quando percebem os que nossa vida e o que

produzim os contribuem para a sociedade com o um todo. Quando isso não

acontece, sofrem os. É o que m otiva voluntários a trabalhar sem qualquer

rem uneração ou o que faz profissionais aceitarem condições de trabalho


pouco

favoráveis desde que possam contribuir com a hum anidade.

Transcendência é nossa tentativa de ir além da vida. Nós, hum anos,

adquirim os a capacidade de proj etar o futuro e, quando o proj etam os, não
nos

conform am os com o fato de que nossa vida é finita. Então, precisam os de


um

propósito para nossas vidas, algo que dê a ideia de que m esm o m orrendo,

continuarem os a viver. Transcender refere-se a essa sensação de que a vida


faz

parte de algo m aior. Para m uitos, é a religião que resolve esta angústia. Para

outros, a filosofia aj uda. Alguns dão significado às suas vidas constituindo


um a

fam ília, outros o fazem ao construir um a em presa, ao se dedicar a um a


causa

coletiva ou ao desenvolver a ciência. Neste aspecto, ter dinheiro não aj uda


em

nada.

Para alcançar a felicidade você pode comprar prazer, mas dificilmente o

dinheiro trará engajamento ou significado à sua vida.

Muito antes de Seligm an, o psicólogo Abraham Maslow sugeriu que os m


otivos

hum anos para a conquista da felicidade podem ser organizados segundo um


a

hierarquia sem elhante, que ficou conhecida com o a Pirâm ide de Maslow.
Na base da pirâm ide estão as necessidades m ais básicas das pessoas; as m
ais

com plexas são colocadas nas partes superiores. Maslow é criticado por
outros

pesquisadores por ter afirm ado em seus estudos que as pessoas só teriam os

desej os superiores quando satisfizessem os desej os da base da pirâm ide.

Sabe-se hoj e que m esm o um indivíduo que não pode saciar a própria fom e

tem necessidade de autorrespeito e autorrealização – bem com o todas as


outras

pessoas.

As teorias de Seligm an e de Maslow guardam sem elhanças entre si e podem

ser relacionadas. Obtem os prazer ao resolver nossas necessidades


fisiológicas e

grande parte das nossas necessidades de segurança. Quando dorm im os em


um a

casa que nos protege das intem péries e dos perigos do m undo, sentim os
prazer.

Quando tom am os um bom banho, fazem os um a refeição quando tem os


fom e ou

nam oram os, sentim os prazer.

“Sentir que não temos atenção decepciona necessariamente os mais


ardentes

desejos da natureza humana.”

ADAM SMITH, PAI DA ECONOMIA MODERNA.

Neste nível, ter dinheiro aj uda m uito. Pode-se conseguir prazer em troca de

dinheiro, até m esm o sexo. Segurança tam bém pode ser com prada. Quando

ficam os doentes, podem os ter proteção de m édicos e enferm eiras m ediante


um

pagam ento.

O segundo ponto gerador de felicidade apontado por Seligm an é o

engaj am ento. Ele se relaciona com as necessidades de am or e pertinência e


a

necessidade de estim a, apontada por Maslow. Nós, hum anos, tem os enorm
e

necessidade de pertencer a um grupo. E, para nos sentirm os realm ente


pertinentes a um grupo, precisam os sentir que som os am ados, ou sej a,

precisam os ser respeitados e nos respeitar.

Pessoas realm ente engaj adas são aquelas que gostam da vida que têm .

Gostam dos diversos papéis que desem penham . Se um a pessoa gosta e


sente que

é adm irada por sua fam ília e por seus am igos, ela tem m ais chances de ser
feliz.

Se ela é respeitada em seu trabalho e sente que este trabalho tem im portância
e

contribui para aquilo que são seus valores, ela tende a ser engaj ada. Pessoas

engaj adas costum am ser am adas por seus pares.

Assim , chegam os à conclusão que o dinheiro é pouco eficiente para nos


trazer

engaj am ento. Não é que ele não aj ude, ele aj uda sim , m as geralm ente em
um a

proporção m uito m enor do que o esforço que tem os que fazer para ganhá-
lo.

Lem bre-se: o m aior presente que você pode dar para aqueles que realm ente
o

am am é estar presente.

Finalm ente, para significar sua vida, o dinheiro não aj uda em nada. Dinheiro

aj uda na busca da felicidade, m as não a garante. Muitas pessoas gastam


tanto
tem po na busca do dinheiro que perdem o tem po para aproveitar o que

realm ente as faz felizes.

Agora vej a que elem entos da pirâm ide da felicidade o dinheiro pode
adquirir.

Ter dinheiro aj uda m uito a atender os prazeres fisiológicos e tam bém a ter

segurança . Com o dinheiro você com pra com ida, veste-se, paga um plano
de

saúde, com pra um a casa, faz reservas para situações de em ergência.

Mas será que ter prazer, sem atender as dem ais necessidades, traz felicidade?

Já vim os que não. Da m esm a form a, dificilm ente o dinheiro im prim irá

significado ou trará realização à vida de alguém .

Consum o, status e felicidade

Dinheiro aj uda a ter engaj am ento, a satisfazer as necessidades de am or, de

estim a? Pode o dinheiro fazer você sentir que pertence a alguém ou a algum

grupo? Bem , pelo m enos, pode fazer parecer que sim .

Tom e o exem plo dos adolescentes que, se não tiverem um tênis de

determ inada m arca ou se não carregarem consigo seus gadgets, não sentirão
que

pertencem ao grupo de am igos.

Já os adultos sabem que isso não passa de besteira. Será que sabem m esm o?

Muitas pessoas adquirem carros im portados quando, na verdade, o que


querem

m esm o é ganhar respeito de seus colegas de trabalho ou de sua fam ília.


Outros

j ogam golfe achando que, assim , terão m ais am igos. Mas terão de fato?

Há pessoas que querem ficar ricas para consum ir porque acreditam que fazer

isso as torna estim adas pela sociedade e lhes dá o prazer de pertencerem a


um

grupo. Assim , talvez você se sinta tentado tam bém a com prar um carro,
usar

certas m arcas, fazer alguns luxos ou frequentar determ inados clubes – tudo
para

satisfazer sua necessidade de am or e estim a social, m esm o que aqueles obj


etos

em si nem sej am tão im portantes para você.

A fórm ula que passa na m ente é: SUCESSO = CONSUMO = STATUS. Na

sociedade capitalista m eritocrática, a estim a ou o “am or” da sociedade é

distribuído àqueles que têm sucesso. Isso ocorre porque atribuir status é um a
das

form as que as sociedades têm para direcionar os esforços de seus indivíduos


e,

tam bém , para que estes dediquem sua vida a fazer aquilo que beneficiará a

sociedade.

Nas sociedades em guerra, os cavaleiros ou guerreiros tinham status social,


m uito m ais do que os nobres. É com preensível que, em um a sociedade que
busca

o progresso econôm ico e o acúm ulo, as pessoas que geram riqueza sej am as
que

ganham m aior status.

Em nossa organização social, o status é circunscrito a um grupo. Por exem


plo,

um a m ulher que tiver status na fam ília sendo um a m ãe exem plar não
elevará,

com isso, seu status no trabalho caso sej a considerada um a funcionária

m edíocre. Um hom em pode ter m uito status em seu grupo de am igos, m as


não

ser respeitado pela fam ília.

Isso nem sem pre foi assim . No passado, em sociedades m enos fragm
entadas

que a atual, o indivíduo que fosse um bom pai de fam ília e um bom m em
bro da

com unidade poderia até ser um funcionário não m uito brilhante e, ainda
assim ,

seria respeitado pelos colegas. Porém , na sociedade atual, o status é


circunscrito

a determ inados grupos sociais, por isso tem os m últiplos status.

É im portante notar tam bém que o status é um a m edida relativa. Ele nasce
da
com paração. Alguém só tem status se com parado a outros que não o têm ou
que

têm m enos. E essa com paração é sem pre lateral, o que quer dizer que você
se

confronta com seus pares – os colegas de trabalho, os am igos, os vizinhos ou


a

própria fam ília. Você se com para com seu irm ão, e não com seu avô.

Isso quer dizer que se o seu nível de riqueza aum entar j unto com o da

sociedade inteira, você sentirá com o se não tivesse saído do lugar. Essa

característica explica por que a felicidade não cresce na m esm a proporção


em

que aum enta o nível de riqueza da sociedade.

Mas será que status é felicidade? Por quanto tem po? Pense nos m otivos que

fazem você querer ter m ais dinheiro e analise se isso é para investir em seus

valores e trazer satisfação pessoal ou apenas para agradar a outros.


Conquistar

status é um a j ornada dura e com resultados m uito passageiros. Além disso,

pessoas que dedicam m uito esforço para conseguir status costum am


perceber,

em dado m om ento, que tanta dedicação não valeu a pena, o que gera
frustração,

na m aioria dos casos.

Caso real
Preocupada com suas dívidas, um a senhora procurou um planej ador
financeiro

para com eçar a organizar e planej ar sua vida financeira. Seu saldo devedor

estava em R$ 100 m il e seu principal gasto era com roupas que reconhecia
nem

usar. Quando perguntada sobre o m otivo pelo qual com prava tanto, não
sabia

responder. Quando refletiu sobre o assunto, ela se deu conta de que a única
razão

que a fazia voltar sem pre às loj as era as pessoas parecerem gostar dela. Ela

com prava com pulsivam ente para sentir-se bem tratada e para ver suas

“am igas”, as vendedoras das loj as.

Mas será que as pessoas conseguem abrir m ão de lutar por status? Não
parece

que isso sej a possível. Um a alternativa é o que se cham a de arena


estratégica de

status. Delim ite m uito bem onde você quer ter status elevado e lute para

m elhorar a form a com o o grupo eleito o enxerga. Se a fam ília e o trabalho


são as

arenas estratégicas m ais im portantes, você não pode dedicar m ais tem po à

associação de ex-alunos da escola do que a seus filhos.

Lembre-se: conquistar status custa tempo.

Um hom em pode com prar um carro novo para ser respeitado e adm irado

pelos colegas ou para cham ar a atenção da nam orada. Se esse autom óvel
for

financiado, ele estará, na verdade, buscando o status com um obj eto que

pertence a um banco, e não a ele.

Na Europa é com um que as pessoas ricas adquiram obj etos de luxo apenas

com o rendim ento de seu capital. Som ente com a renda que provém de seus

investim entos é que os m ilionários nesses países com pram determ inados
artigos,

com o carros potentes e bolsas de grife, que têm preço exorbitante.

No Brasil é com um presenciarm os situações de pessoas que se endividam


para

com prar roupas, carros e j oias que não condizem com seus ganhos m ensais.
É

im portante frisar que você deve tom ar cuidado ao adquirir obj etos de luxo
com o

dinheiro que é fruto de seu trabalho. Até porque o trabalho dem anda tem po,
que

é o bem m ais precioso.

Tempo = Vida

Atualm ente, dizer que não tem os tem po confere grande status. Estar com a

agenda cheia, ser incapaz de desfrutar da com panhia dos am igos e m esm o
da

fam ília nos fins de sem ana – tudo isso dá status.

Caso real

Um j ovem dentista certa vez relatou a seu consultor financeiro que, em bora

tivesse alguns períodos da sem ana livres, não cogitava ir ao cinem a em um a

quinta-feira à tarde. Ele sentia vergonha de não estar com a agenda

com pletam ente ocupada em todos os períodos do dia e tem ia ser visto por
algum

conhecido desfrutando de lazer em vez de estar trabalhando. Não soa com o

contrassenso?

Somos o ativo de uma pessoa para cada passivo que temos.

Vida Sim ples - um cam inho interessante

Nadando contra a forte m aré atual de consum ism o, vem crescendo nos

últim os anos um m ovim ento que prega o retorno à vida sim ples. Após
constatar

que a corrida para o consum o não entrega o que prom ete, a m ilionária

am ericana Elaine St. Jam es criou o m ovim ento Sim ple Life (term o inglês
que

significa Vida Sim ples). De acordo com esse m ovim ento, consum ir em si
não é

algo ruim , e o atual estágio de desenvolvim ento da sociedade é positivo, j á


que

perm ite inúm eros avanços nos níveis de conforto m aterial, saúde, educação,

cultura e lazer.

Por outro lado, o Sim ple Life reconhece que não podem os querer tudo. Por

isso, incentiva as pessoas a fazer um consum o consciente, o que significa


dizer

que é necessário m anter os desej os sob controle e ter bom -senso antes de

convertê-los em necessidade.

O m elhor consum o é aquele que contribui para sua qualidade de vida e, ao

m esm o tem po, não prej udica a com unidade à sua volta. Essa ideologia é,
no

m ínim o, convidativa a um exercício interessante que você pode fazer toda


vez

que tiver vontade de sair disparando o cartão de crédito.

Antes de gastar, pergunte-se se o item que você desej a consum ir vale a


quantidade de vida que você precisa despender para com prá-lo. Pegue seu

salário e faça a conta. Divida o que ganha cada m ês por suas horas de
trabalho.

Depois calcule quanto certo obj eto de seu desej o custa em term os de horas.
Em

seguida, analise se está disposto a trabalhar a quantia de horas que a


satisfação do

desej o exigirá de você.

Na prática

Recebo R$ 2 m il líquidos por m ês por um trabalho de 40 horas sem anais.


Num

m ês com quatro sem anas com pletas, trabalharei 160 horas (40 x 4). Isso
significa

que m eu salário por hora é R$ 12,50 (2.000/160). Passando perto de um a


vitrine,

vi um a linda bolsa por R$ 220. Devo com prar? Fazendo as contas: vou
precisar

trabalhar cerca de 17 horas para adquirir esse obj eto. Pergunte-se: “vale a
pena,

para m im , trabalhar dois dias inteiros a fim de satisfazer esse desej o?”

Dica

No site www.itau.com .br/usoconsciente você pode acessar o sim ulador

“calculadora custo—hora”, que perm ite avaliar quantas horas você precisaria
trabalhar por m ês para com prar cada produto que desej a.

É verdade que tem po pode ser em pregado para ganhar dinheiro, m as não se

esqueça de que tem po tam bém é vida e vale m uito m ais do que qualquer
riqueza.

Pessoas que se dedicam dem asiadam ente a suas carreiras devem tom ar
cuidado.

Isso pode ser apenas um m otivo para preencher outros vazios existenciais. Se
o

trabalho é o centro da sua vida, saiba que m uitas pessoas costum am se

arrepender dessa atitude em algum m om ento.

Aprenda a cultivar prazeres de baixo custo e que não se esgotam

m aterialm ente, com o a arte, a m úsica e a leitura. Tam bém não se deixe
tom ar

pela neurose do pauperism o – a vida foi concebida para ser bem vivida e não

para a autoflagelação.

Procure ensinar os filhos a gostarem de coisas que podem ser feitas sem

despender m uito dinheiro. Muitos pais chegam ao final da sem ana tão
cansados

que o único lazer que conseguem ter com os filhos é ir a um shopping center.

Assim , os j ovens aprendem que um passeio no shopping é sinônim o de


diversão.

Que tal program ar um lanche no parque ou brincar com algum j ogo de que
eles gostem ? Ou, ainda, cham ar os filhos para a cozinha e ensiná-los que
fazer

pizza ou sovar um a m assa de pão tam bém pode ser divertido? Tente fazer
isso e

vej a se eles ficam tão ou m ais contentes do que com um dia de enorm es
gastos

no shopping. Mas atenção: com ece logo, pois, um a vez que estiverem
viciados

em consum o, será difícil alterar o com portam ento.

Com frequência, gastamos dinheiro que não temos para comprar coisas
que não

nos interessam só para impressionar pessoas de quem não gostamos.

CAPÍTULO 2

Planej am ento Financeiro

Organize suas finanças e descubra com o poupar para alcançar seus obj etivos

Cantiga da Cigarra

De que vale um tesouro

Junto às flores do arrebol?

Q uem quiser que junte todo o ouro

Eu prefiro a luz do sol

JOÃO DE BARRO (BRAGUINHA),


COMPOSITOR DE MPB

Quem é você nessa história?

Por m ais m oderno que possa parecer, o conceito de planej am ento


financeiro é

questão discutida há bem m ais tem po do que im aginam os. Quem j á não
ouviu

falar na alegre cigarra que cantarolava pela floresta durante o verão enquanto
a

form iga diligente aproveitava para trabalhar duro e acum ular com ida para o

inverno rigoroso?

Com a fábula A cigarra e a form iga, o escritor francês Jean de La Fontaine

levantou, j á no século XVII, um a questão intrigante até hoj e: ser previdente


e

trabalhar de m odo árduo, pensando sem pre no futuro, ou viver o m om ento

presente e curtir a vida sem se preocupar com o am anhã?

A m itologia grega tam bém faz sua versão do dilem a “previdente versus

im prudente”. Segundo um a das lendas, Prom eteu e Epim eteu eram irm ãos.
O

prim eiro pensava antes de agir, e o segundo agia antes de pensar.


Prom eteu era hom em prudente, m as, segundo o m ito, Zeus lhe im pusera
um

castigo. Seu fígado era com ido por um a águia todos os dias e se reconstituía

durante a noite – um suplício que se repetia diariam ente. Podem os dizer


que,

assim , a m itologia retrata o castigo do previdente. As preocupações com o


futuro,

representadas pelo fígado, tiravam o prazer de sua existência.

Já Epim eteu era o oposto do irm ão, se precipitava em agir sem levar em
conta

as consequências. A m itologia diz que Epim eteu casou-se com Pandora, a

prim eira m ulher. Ao nascer, ela recebeu dos deuses um a caixa contendo
todas as

virtudes do m undo e sua única obrigação era nunca abri-la. Um a vez casada
com

Epim eteu, Pandora abriu a caixa, deixando escapar todas as qualidades que

estavam dentro dela, exceto um a: a esperança.

Essa história dos antigos gregos nos instiga a pensar: será que devem os nos

com portar na vida com o Prom eteu ou com o Epim eteu? Devem os ser

previdentes e suportar as agruras de sofrer por antecipação ou devem os nos

encher de esperança e acreditar que, no futuro, tudo se resolverá?

Os im previdentes adoram apontar a m á sorte daqueles que se preocupam

m uito com o futuro e acabam m orrendo antes de poderem aproveitar suas

poupanças. Esquecem -se, porém , de apontar seus inúm eros colegas que,
“por

azar”, ficam velhos e pobres, com o cigarras que penam no inverno da vida.

Será que não existe m eio-term o entre Prom eteu e Epim eteu? Entre a
cigarra e

a form iga?

Acreditam os que você pode facilm ente poupar e ser previdente sem deixar
de

aproveitar a vida. Pode dosar trabalho e lazer sem prej udicar seu desem
penho

profissional. O m odo com o fazer isso é o que vam os considerar neste


capítulo.

O segredo é poupar nos gastos que não contribuem para sua qualidade
de vida e

fazer um bom planejamento financeiro.

O segredo é o planej am ento

Planej am ento financeiro é o processo de gerenciar seu dinheiro com o

obj etivo de atingir a satisfação pessoal. Perm ite que você controle sua
situação

financeira para atender necessidades e alcançar obj etivos no decorrer da


vida.

Inclui program ação de orçam ento, racionalização de gastos e otim ização de

investim entos.

Um bom planej am ento pode fazer m ais por seu futuro do que m uitos anos
de

trabalho e, em geral, é o diferencial entre sonhadores e realizadores. Mesm o


um

aventureiro que pretende dar a volta ao m undo tom ando caronas deve ter, no

m ínim o, um plano para fazer seu desej o dar certo.

O planej am ento não visa apenas ao sucesso m aterial, m as tam bém pessoal
e

profissional. Pessoas m uito endividadas perdem oportunidades na carreira


por

não poder correr riscos.


Se você for organizado com suas finanças e fizer reservas, poderá trabalhar

tam bém porque quer, e não som ente porque precisa. Terá m ais chances de

enriquecer seu currículo com trabalhos no exterior, se esse for seu obj etivo.

Tam bém poderá se dar ao luxo de passar algum a tem porada sem trabalhar,

estudando, por exem plo.

Planejar possibilita que você assuma as rédeas de sua vida e guie-a para
o

caminho que mais o agradar.

Por que devo planej ar?

Com o planej am ento, você passa a gastar de acordo com suas possibilidades
e

pode com eçar a poupar tam bém . É claro que ninguém gosta de controlar os

gastos, m as é im portante saber que todas as pessoas têm gastos controlados


– se

não é pela vontade, é pela im possibilidade de crédito.

É falsa a afirm ação de que alguém pode gastar m ais do que ganha. A partir
do

m om ento em que essa pessoa passar a possuir dívidas superiores a seus


ganhos,

ela deixará de ter crédito e ficará im possibilitada de consum ir ainda m ais.


Um a

vez esgotado o lim ite do crédito, a pessoa tem que devolver o valor e, ainda,
pagar os j uros decorrentes.

Crédito sem planej am ento é fonte de futuras dores de cabeça, m as pegar

dinheiro em prestado nem sem pre é um problem a. Quando utilizam os o


crédito

de form a planej ada podem os m elhorar nossa vida e até econom izar. É o
caso de

alguém que com pra a casa própria e consegue deixar de pagar aluguel ou de

alguém que substitui a velha geladeira por um a nova, m ais econôm ica, e
que,

m esm o pagando j uros de um financiam ento, consegue econom izar.

Há m uitos casos tam bém em que o crédito nos aj uda a realizar um sonho ou

nos apoia em um a em ergência. No m ercado existem vários tipos de crédito,

cada um indicado para um a situação específica. O cham ado cheque especial


é

um exem plo: ele serve para nos apoiar em um a em ergência. Só que com o é

m uito caro, assim que o problem a é resolvido é necessário cobrir o em


préstim o

com as reservas ou com outro crédito m ais barato, com o o consignado.

Lem bre-se: por trás de todo devedor existe um credor que ganha o j uro
pago.

E você prefere ser qual dos dois no j ogo econôm ico: um pagador de j uros
ou um

ganhador de j uros?
Ninguém pode gastar mais do que ganha de forma consistente e
sistemática.

Um passo após o outro

O planej am ento financeiro deve funcionar com o um m apa de navegação


para

a vida financeira. Mostra onde você está, aonde quer chegar e que cam inhos

percorrer para ser bem -sucedido. Assim , para com eçar essa j ornada, leia e
siga

os seis passos:

JUROS

É o rendim ento do dinheiro em prestado e representa o custo de sua posse.

Rem uneração destinada a pagar ao capitalista o serviço que presta ao

devedor.

A HORA É AGORA

Um erro que a m aioria das pessoas com ete é fazer o planej am ento
financeiro

som ente

quando

está

endividada.

Nessa
situação,

planej am ento

necessariam ente im plica cortes e gera situação de desgaste fam iliar.

O ideal é fazer o planej am ento financeiro quando estam os sem problem as.

Quando a situação não é de crise, o plano visa redirecionar os gastos para


aquilo

que realm ente pode m elhorar sua vida.

E o investim ento para o futuro é apenas um dos itens que aj udam a fazer
isso

acontecer. Investir perm ite ter tranquilidade e paz de espírito, m as, ao m


esm o

tem po, tam bém faz bem planej ar para fazer sobrar dinheiro para um a
viagem ,

para a com pra da casa, para a troca do carro...


1. Determ ine sua situação financeira atual

2. Defina seus obj etivos

3. Crie m etas de curto prazo para cada obj etivo

4. Avalie a m elhor form a de atingir suas m etas

5. Coloque em prática seu plano de ação

6. Revise as estratégias.

1º PASSO

DETERMINE SUA SITUAÇÃO FINANCEIRA ATUAL

Faça um levantam ento de tudo o que tem e coloque na ponta do lápis suas

receitas e despesas m ensais.

1.1 Balanço Patrim onial

Faça um a tabela com duas colunas e liste todos os seus ativos e passivos.
Depois,
faça a conta ativos m enos passivos para obter o valor de seu patrim ônio
líquido,

com o m ostra o exem plo a seguir:

ATIVOS

PASSIVOS

Bens

Dívidas

Dinheiro

R$

Empréstimo

vivo ........

imobiliário

Conta-

R$ Financiamento

corrente ........

de carro

Caderneta de

R$

Empréstimo

poupança ........
bancário

Fundos de

R$

Dívidas em

investimentos ........

lojas

Ações

R$ Dívidas com

........

particulares

Participação

R$

Cartão de

em empresas ........

crédito

Clubes de

R$

Cheques

investimentos ........

especiais
Planos de

R$

previdência ........

R$

........

R$

........

Títulos

R$

TOTAL DO

públicos ........

PASSIVO

R$

Debêntures ........

Outros ativos

R$ Patrimônio Líquido

financeiros ........

O quanto eu tenho

de fato

R$
Veículos ........

R$

Ativos –

Casa própria ........

passivos

Casa de

R$

praia ........

R$

Sítio ........

Outros

R$

imóveis ........

R$

TOTAL ........

ATIVOS - PASSIVOS = Patrim ônio Líquido

Meus bens e direitos Minhas dívidas O que sobrou

R$...............................R$...........................R$..............................

ATIVOS
Direitos e bens adquiridos

PASSIVOS

Deveres ou dívidas contraídas

Na prática | ATIVO OU PASSIVO?

Na contabilidade tradicional, um ativo é todo bem ou direito que um a pessoa

possui. Contudo, para o autor am ericano Robert Kiy osaki, os ativos que
geram

despesas são, na verdade, passivos ou falsos ativos. Entram na lista dos falsos

ativos a sua casa, o barco, o sítio e todos os outros bens que tiram dinheiro do
seu

bolso. Claro que, quando você coloca seu barco ou casa para alugar, e passa a

gerar receita, logo se torna um ativo. Independentem ente da classificação


que

você der a seus bens, o im portante é com eçar a adquirir e m anter aqueles
ativos

que não geram m ais contas a pagar, m as que deem dinheiro para você, com
o

investim entos em títulos e ações, por exem plo.

Ao contrário do que Kiy osaki defende em sua teoria, um a casa pode ser

considerada um ativo, pois perm ite que o proprietário deixe de pagar aluguel
–o

que, na prática, é um a renda. Mas se essa casa for im ensa e m uito m aior do
que
as necessidades do dono, ela vai gerar m uito m ais custos do que o
necessário.

“Um ativo é algo que põe dinheiro em meu bolso e um passivo é algo que
tira

dinheiro de meu bolso.”

ROBERT KIYOSAKI.

Vam os tentar novam ente, seguindo Kiy osaki?

Depois que fizer o balanço patrim onial, vej a se você está no verm elho. Se
esse

for o caso, confira as perguntas que deve responder para encontrar um a form
a

de sair da situação.

Na prática | LIQUIDEZ DOS ATIVOS

Um apartam ento é considerado um ativo porque representa investim ento do

proprietário. Ainda assim , um im óvel é um ativo de baixa liquidez . Isso


significa

que, para converter seu valor novam ente em dinheiro, é necessário um prazo

m aior. Se você decide vender sua casa, por exem plo, terá que esperar para

conseguir um com prador disposto a pagar o valor que desej a.

Já um carro é considerado um ativo de m édia liquidez. Afinal, com parado


com a

venda de um im óvel, levará m enos tem po para conseguir um com prador,


em bora o negócio possa levar alguns dias ou sem anas. De tem pos em tem
pos, é

im portante observar, principalm ente, se a valorização de todos os seus


ativos está

acim a das taxas de inflação, um dos principais agentes de corrosão do

patrim ônio.

1.2 Orçam ento fam iliar

Após realizar o levantam ento de patrim ônio, a próxim a etapa é descobrir


para

onde vai o seu dinheiro. Para isso, elabore um orçam ento fam iliar, que nada

m ais é do que um plano de gastos e poupança. Com ece “fazendo um film e”


de

suas receitas e despesas durante o m ês.

Mesm o que isso pareça tarefa um tanto desagradável, elaborar um orçam


ento

é necessário porque todo m undo tem gastos controlados. Se você não tiver

dom ínio sobre seu fluxo de caixa, ficará desorganizado financeiram ente.
Pessoas

que não têm dom ínio sobre suas receitas e despesas norm alm ente cedem
esse

controle a outra pessoa.

Em geral, quem controla o orçam ento dos desorganizados é o gerente do

banco. Ele concede crédito até o valor de quatro ou cinco vezes a receita m
ensal

do cliente. Quando a dívida atinge esse lim ite, ele diz ao proprietário da
conta que

o crédito acabou. Nesse estágio, a pessoa entrega quase 20% do que ganha
para

pagar j uros. Se deixar que isso aconteça com você, acabará se tornando m ais
um

escravo do sistem a financeiro.

Mas, antes de culpar o banco, saiba que essas instituições nada m ais fazem
do

que tom ar dinheiro em prestado de quem poupa e em prestar para quem


deve.

Além do m ais, os bancos pertencem a m ilhares de pessoas, que são os


acionistas

dos bancos. Se você acha que os bancos ganham m uito, com pre as ações de
um

banco. No Capítulo 6, vam os ver com o é sim ples.

FLUXO DE CAIXA

Entradas e saídas de capital.

Organizar as contas tam bém m ostra a real dim ensão de sua saúde financeira
e

quais são seus hábitos de consum o. Possibilita que você dim inua seus gastos
ao

cortar desperdícios e pagam ento de j uros e poupe para investir em você. Ao


colocar tudo no papel, você pode ter um a agradável surpresa e descobrir que
tem

m ais dinheiro do que im agina.

Para com eçar um orçam ento, descubra, prim eiro, o valor total de sua renda.

Depois, faça um a estim ativa de seus gastos. Discrim ine as despesas que
você

tem todo m ês (fixas) e as despesas eventuais (variáveis). Ou então, se


preferir,

divida seus gastos por categorias, com o m oradia, alim entação, transporte,
saúde,

educação, lazer/inform ação e gastos futuros. Vej a, a seguir, um m odelo

sim plificado.

CONTROLE DE ORÇAMENTO FAMILIAR

RECEITAS

Salários

R$..................................................

Receitas extraordinárias

R$..................................................

Subtotal

R$..................................................

DESPESAS
MORADIA

Aluguel/impostos

R$..................................................

Condomínio/prestação da

R$..................................................

casa

R$..................................................

Conta de luz/água/gás

R$..................................................

Telefone

R$..................................................

Consertos/manutenção

ALIMENTAÇÃO

R$..................................................

Supermercado

R$..................................................

Feira/sacolão

TRANSPORTE

R$..................................................

Prestação do carro/seguro
R$..................................................

Combustíveis/estacionamento R$..................................................

Impostos

R$..................................................

Ônibus/metrô/trem

SAÚDE

R$..................................................

Plano de saúde

R$..................................................

Médicos/dentistas

R$..................................................

Farmácia

EDUCAÇÃO

Mensalidades escolares

R$..................................................

Cursos extras –

R$..................................................

idiomas/computação

LAZER/INFORMAÇÃO

Academia/programas
R$..................................................

culturais

R$..................................................

Jornais/revistas

R$..................................................

TV por assinatura/internet

OUTROS GASTOS

R$..................................................

Vestuário

R$..................................................

Cuidados pessoais

RESERVA PARA GASTOS

FUTUROS

R$..................................................

Impostos

R$..................................................

Escala

R$.................................................

Viagem

R$...................................................
Subtotal

SALDO (Receita total –

R$..................................................

Despesas total)

O balanço é como um foto, que registra um momento da sua vida. O


fluxo de

caixa é como um filme do que está acontecendo nas suas finanças.

Por que não?

Vej a as desculpas m ais com uns que as pessoas dão para não controlar o

orçam ento.

Meu m arido ou m inha esposa não colabora

Não tenho tem po

Não sei com o fazer um orçam ento

Não preciso controlar m eus gastos

Com o vim os no início do capítulo, é com um que as pessoas com ecem a

organizar seus orçam entos dom ésticos som ente em tem pos de crise
financeira.

Em geral, essas anotações são abandonadas em um canto da casa assim que a

situação da fam ília m elhora.

Não deixe para com eçar a organizar suas finanças quando estiver no

verm elho. Relacione esse seu obj etivo de organizar-se a algum a coisa boa,
da

qual toda a fam ília possa tirar proveito. Que tal com eçar a anotar os gastos e

poupar para as férias ou para um a viagem ?

Você sabia?

Poucos brasileiros têm o hábito de colocar no papel suas receitas e despesas.

Em geral, as pessoas da classe m édia, quando solicitadas a dizerem para


onde vai

o salário, só conseguem se lem brar de aproxim adam ente 80% daquilo que

gastam , ou sej a, não conseguem discrim inar cerca de 20% de suas despesas.

Quando as pessoas com eçam a anotar os gastos, j á costum am reduzi-los em

cerca de 12%. Isso acontece porque o ato de anotar faz você pensar duas
vezes

antes de gastar.

É norm al acabar esquecendo algum item de despesa nessa lista. São os

fam osos gastos extras. É aquele estacionam ento no shopping, o cafezinho na

padaria no fim de tarde ou a entrada do cinem a. Em geral, você deixa de


anotá-

los porque, separadam ente, não têm m uito peso, em bora façam diferença no

final do m ês. Um a dica: faça um a listinha separada dos gastos pequenos


durante

um a ou m ais sem anas e os acrescente a seu controle de orçam ento no fim


do
m ês.

Esses pequenos gastos nem sem pre devem ser cortados do orçam ento. Eles

m uitas vezes são fundam entais para m anter a saúde em ocional. O que você

precisa cortar são os gastos com os itens com m enor custo—benefício –


aqueles

que não geram qualidade de vida na m esm a proporção do trabalho que você

despende para poder com prá-los.

Se você não tiver tem po para seu nam orado ou para sua nam orada, acabará

sozinho. Com o dinheiro, funciona do m esm o j eito. Lem bre-se: o dinheiro


é um

“ser” carente, e vai para a m ão de quem cuida bem dele. Se você não fizer
isso,

outro fará.

Com o você está?

Depois de detalhar todo seu orçam ento, calcule a diferença entre receitas e

despesas e vej a qual é a sua situação.

Sinal verde | RECEITAS MAIORES QUE DESPESAS

Parabéns! Você faz parte de um a m inoria. Aproveite para investir o

dinheiro que sobra no fim do m ês! Porém , lem bre-se: gastar m enos do que

ganha é poupar, m as só poupar não resolve. Você precisa investir bem o seu

dinheiro. Os próxim os capítulos deste livro trazem as inform ações de que


você precisa para com eçar a m ultiplicar sua poupança.

Sinal am arelo | RECEITAS IGUAIS A DESPESAS

Fique atento. Procure form as de fazer sobrar e com ece a rever seu

orçam ento.

Sinal verm elho | RECEITAS MENORES QUE DESPESAS

Atenção! Você gosta de viver perigosam ente. Tom e m edidas urgentes para

deixar de pagar j uros e saia j á do verm elho.

Hora dos aj ustes

Se você estiver no sinal am arelo ou verm elho, precisará m exer nos gastos.

Prim eiro, converse com sua fam ília e vej a se há desperdício em contas com
o

luz, água ou telefone. Analise tam bém se vocês gastam dem ais em viagens,

restaurantes, roupas e cinem a. Elim ine com pletam ente tudo aquilo que não

contribui para sua qualidade de vida. Entre esses gastos está o pagam ento de

j uros, que corrói sua renda e seu patrim ônio.

Tom e um cuidado especial com os gastos que você faz para obter status.
Com o

vim os, status é um a form a de respeito da sociedade para com seus


indivíduos.

Porém , o verdadeiro status advém daquilo que som os e não daquilo que tem
os.
Lógico que, se você tem um carro m uito caro, um escritório belíssim o e se
veste

com roupas de grife, as pessoas tendem a tratá-lo m elhor. Tente com


preender

quais as consequências para sua vida em gastar m uito tem po tentando


ganhar

dinheiro para com prar esses sím bolos exteriores de riqueza.

As pessoas verdadeiramente ricas não tentam demonstrar riqueza.

Descontrole financeiro e j uros

Um a pesquisa descobriu que a m aior parte das pessoas pensa que gasta m
ais

do que ganha1. Ninguém pode fazer isso de m odo consistente e sistem ático,
a não

ser que tenha construído um grande patrim ônio ou recebido um a herança. O


que

ocorre, na realidade, é que as pessoas protelam o pagam ento de suas


obrigações,

o que as torna cada vez m ais caras.

Lem bre-se sem pre de que o crédito é lim itado e, após esgotar esse lim ite,
você

terá que devolver o valor em prestado e ainda pagar todos os j uros


decorrentes

dele. Com isso, você agrega um novo item de despesas a seu orçam ento – os

j uros. Atrás de todo devedor que perde, existe um credor que ganha. Você
deve

escolher sua posição no j ogo – pagador ou ganhador de j uros.

A falta de planej am ento de finanças adequado é a principal razão do

pagam ento de j uros2, que são decorrentes, na m aioria dos casos, do


descontrole

de cartões de crédito e de cheques pré-datados.

1 Pesquisa realizada pelo website Guia Eletrônico de Finanças Pessoais

Financenter (www.financenter.com .br), na qual 60% dos entrevistados

afirm aram gastar m ais do que ganhavam .

Entrevista

com

clientes
do

Instituto

de

Educação

Financeira

(www.edufinanceira.org.br), na qual 43% dos entrevistados afirm aram


estar no verm elho por causa do descontrole no cartão de crédito e cheques
pré-datados,

15% atribuíram o problem a a em préstim os para am igos e parentes e 12% a

reform as de casa com gastos acim a do planej ado. Os dem ais apontaram
gastos

excessivos com viagens, troca de carro, doenças na fam ília e j ogo com o as

principais causas do descontrole.

Por que poupar?

Depois de fazer o raio X de sua vida financeira, você se torna capaz de


poupar.

De certa form a, poupar significa desafiar a m orte. Quando você deixa de

consum ir hoj e, em função de um consum o posterior, está acreditando que


viverá

até esse determ inado m om ento futuro.

Ainda assim , fazer sobrar um pouco todo m ês é necessário e interessante por

diversas razões. Perm ite que você acum ule dinheiro para um consum o
futuro

sem pagar j uros e que faça reservas para eventuais em ergências. Poupando,

você terá econom ias para educação dos filhos, aposentadoria, reform a da
casa,

com pra do prim eiro im óvel, bem com o para outros proj etos.

Além disso, guardar parte da renda regularm ente é um instrum ento útil para

fazer o dinheiro trabalhar para você, em vez do contrário. Isso ocorre porque,
ao

poupar, você se torna capaz de fazer investim entos e de usufruir a renda que

estes geram .

Porém , m ais im portante do que todos os m otivos anteriores, a form ação de

um a boa poupança o aj uda a ter tranquilidade e paz de espírito para realm


ente

aproveitar as coisas boas da vida.

Se dinheiro não é sinônim o de felicidade, a falta de dinheiro e as dívidas são

certam ente boa parte do cam inho para a infelicidade. Mas tom e cuidado:
poupar

é m uito bom , porém , poupar dem ais é ruim . Pior do que não poupar é
poupar

dem ais. Quem poupa m ais do que precisa está deixando de aproveitar a vida
e,

possivelm ente, gerando forte fonte de preocupação para o futuro. Além do m


ais,
pode ser que o poupador não viva o suficiente para aproveitar suas econom
ias.

De acordo com pesquisa publicada na revista Money, 25% dos norte-

am ericanos poupam para a aposentadoria. No Brasil, apenas um a em cada


seis

pessoas tem o hábito de poupar, sej a para qual obj etivo for. Econom izar
dinheiro

é com o se exercitar: no início pode ser chato, m as depois vira um a


necessidade.

Se você adotar esse costum e, verá que poupar é ferram enta útil para a
realização

pessoal porque tornará possível que você execute seus proj etos de vida. Mas,

para isso, você deve determ inar claram ente quais são esses proj etos.

A poupança é a semente do seu trabalho. Q uando investe, você está


plantando

seu futuro e construindo sua árvore do dinheiro. Se adubá-la


corretamente,

poupando de forma sistemática e investindo, você poderá ter renda para

sempre sem depender da venda do seu tempo para ganhar dinheiro.


Poderá

trabalhar e fazer aquilo que realmente o faz feliz.


Caso real

A fam ília de um engenheiro desej ava conhecer a Disney lândia. Para


realizar

o sonho, todos entraram em um acordo de que, se poupassem bastante,

conseguiriam fazer a viagem ao final de um ano. Nesse período, além da

econom ia feita em todas as despesas, as refeições passaram a incluir um


ritual

diferente. Antes do café da m anhã e do j antar, o engenheiro dividia dois

guardanapos de papel em quatro partes, um a para cada m em bro da fam ília.


Em

m enos de um ano, a fam ília conseguiu poupar o suficiente e fez a tão


sonhada

viagem . Na m anhã seguinte ao retorno, o pai pôs a m esa do café e


distribuiu

quatro guardanapos para a fam ília. Um de seus filhos estranhou e perguntou


por

que eles iriam usar guardanapos inteiros. O pai respondeu que, um a vez que
a

fam ília j á tinha alcançado o obj etivo, não era m ais necessário poupar tanto.

Pensativo, o garoto, então, questionou quanto custavam os guardanapos. Em


sua

m ente infantil, ele im aginava que esse item deveria ser realm ente caro, um
a vez

que era possível viaj ar para a Disney só econom izando guardanapos. O

engenheiro respondeu que guardanapos não eram algo tão caro assim , m as
que,

em todas as m anhãs, ao cortar os guardanapos, ele estava na verdade


passando

um a m ensagem aos filhos de que, para conseguir alcançar o obj etivo da


viagem ,

era preciso econom izar até m esm o nas pequenas coisas.

Pobre, rico ou classe m édia?

Para saber em qual situação você se enquadra, retom e seu balanço

patrim onial e com pare-o com os m odelos de fluxos de caixa3 a seguir.


Os pobres vivem exclusivam ente de salário e consom em toda a renda em

despesas correntes. Eventualm ente, possuem um a casa para constar entre os

ativos. Com o não têm acesso ao crédito, geralm ente a casa própria é
construída

sem financiam entos e com o resultado de pequenas poupanças. O estilo de


vida

tam bém não perm ite adquirir passivos.


A classe m édia tam bém tem com o renda o salário proveniente de um

em prego, a receita de atividades de autônom o ou a renda de pequenas em


presas.

Essas receitas sustentam suas despesas correntes (bastante superiores às das

pessoas pobres) e seus ativos que não geram renda. Esses ativos, com o
carros

caros, casas enorm es, apartam entos de praia, barcos, sítios e outros bens de

conforto, m uitas vezes são adquiridos com financiam ento bancário. A lista
dos

passivos é bastante extensa: são financiam entos e outras dívidas resultantes


da

construção de seu patrim ônio. Os ativos que adquirem , além de não gerarem
renda, ainda geram despesas, com o em pregados que cuidam de suas casas

enorm es, do condom ínio, do apartam ento de praia, do sítio, da m arina.


Enfim ,

um a longa lista de despesas que faz com que as pessoas da classe m édia

trabalhem tanto, que acabam nem tendo tem po de aproveitar todo o conforto
que

adquiriram .

Minha casa própria é um ativo que gera renda?

Sim , um a casa própria gera renda, que é equivalente ao aluguel que você

deixa de pagar por ela. Muitas vezes é m ais rentável alugar do que com prar
um a

casa, porém , m uitas pessoas sonham em ter sua própria casa, pois
consideram

que ser dono do im óvel onde m oram é um a base im portante para a fam ília.

Para a m aioria das pessoas, com prar um a casa é um bom investim ento.
Mas

um enorm e erro que as pessoas com etem é com prar casas m uito grandes
ou

m uito cedo. Um j ovem casal que planej a m orar j unto e procura um im


óvel para

alugar, norm alm ente iria se contentar com um pequeno apartam ento de um

dorm itório, perfeito para o j ovem casal. Porém , se fossem com prar a casa, j
á
pensariam no quarto do filho, em outro para a filha e, quem sabe, em m ais
um

quarto para as visitas. Logicam ente, pensariam em dependências de em


pregada

e m uitas facilidades para as crianças, com o piscina e parque de diversões.

Então, quando escolhem financiar esse im óvel, passam a pagar enorm es j


uros

para ter um patrim ônio de que não precisam . Acabam perdendo, assim , a
fase

m ais im portante para investir, que é o início da vida adulta.

Parte da renda dos ricos eventualm ente provém de um salário, porém a parte
m ais im portante vem do resultado de seus investim entos, com o dividendos
e

j uros dos investim entos, participações acionárias e receitas de aluguéis. A m


aior

parte do ativo dos ricos gera renda. A renda dos ativos é parcialm ente
consum ida

e parcialm ente reinvestida em novos ativos. Muitas vezes alguns ativos de

conforto, com o carros e casas, são propriedades de suas em presas, o que


gera

enorm es econom ias de im postos. Assim , os ricos tendem a ficar cada vez
m ais

ricos.

Se você pretende ficar rico, só existe um a receita: precisa gastar m enos do


que

ganha e investir suas econom ias. Você deve poupar parte de sua renda e
colocá-

la para com prar ativos que gerem renda. Não há outra form a de enriquecer
que

não sej a poupar e investir.

2º PASSO

DEFINA SEUS OBJETIVOS

Poucas pessoas que consultam um especialista em investim entos têm um


plano

consistente para a vida financeira. Muitas sequer sabem com o gostariam de


estar

daqui a 10, 20 ou 30 anos. Outras têm sonhos, m as não fazem nada para
viabilizá-

los. E você? Já colocou seus sonhos na ponta do lápis para transform á-los em

realidade? Vej a, na tabela a seguir, os obj etivos m ais com uns.

VOCÊ QUER...

Ter uma vida com mais conforto

e estabilidade.

Pagar dívidas e não voltar a

contraí-las.

Conseguir dinheiro para viagens.


Poupar para a educação superior

dos filhos.

Reformar a casa.

Comprar casa própria.

Conquistar poder, prestígio,

status e reconhecimento na

comunidade.

Formar um plano de

aposentadoria.

Iniciar seu próprio negócio.

Poupar para trocar de carro.

Proteger o patrimônio para os

filhos e netos.

Fonte: Pesquisa do Instituto de Educação Financeira com clientes e planej


adores

financeiros.

Ter sonhos j á é um grande passo, m as só isso não basta. Com o você viu,
para

poupar sem ficar desanim ado no decorrer do tem po é necessário traçar m


etas

concretas. Obj etivos realistas têm cinco características básicas: são


atingíveis,

específicos, m ensuráveis, previsíveis e priorizados. Você deve se perguntar o


que

quer, quando e por quanto tem po. Analise o que está a seu alcance. Tam bém

escolha o que gostaria de realizar prim eiro. Defina suas m etas a curto, m
édio e

longo prazos.

Por m ais que cada pessoa tenha um a form a específica de pensar o que é o

dinheiro, podem os considerar que são quatro os grandes significados que o

dinheiro pode ter para as pessoas. Faça o teste a seguir e descubra o que o

dinheiro representa para você.

1. Para você, ter dinheiro é:

a. Ter oportunidade de ir a qualquer parte e fazer o que quiser.

b. Ter a certeza de que nunca faltará um teto sobre sua cabeça e com ida em
sua

m esa.

c. Poder com prar todos aqueles itens de luxo que você nam ora nas vitrines
dos

shoppings.

d. Um passaporte para a fam a, para ganhar a adm iração das pessoas e ter um

séquito para satisfazer prontam ente suas vontades.


2. Seu carro preferido é:

a . Um m odelo m ais esportivo, espaçoso e com design robusto, porque é


ótim o

para as trilhas de aventuras que você faz – ou que gostaria de fazer, se tivesse
um

desses...

b . É um carro popular, de preferência um a m inivan. Elas são excelentes


para

transportar seus filhos para a escola, as com pras do superm ercado e a fam
ília

inteira nas férias.

c. É um esportivo conversível e de cor m arcante, com o am arelo ou verm


elho,

que nunca passa despercebido no trânsito.

d. É um im portado com design conceitual, do tipo que as m ontadoras


expõem em

salões de autom óveis e que m uitos de seus am igos dariam algum a parte do
corpo

para dirigir ao m enos um a vez.

3. Se você ganhasse um prêm io na loteria,

iria prim eiro:

a. Parar de trabalhar e fazer um a viagem de volta ao m undo, passando por


todos
os lugares que há tem pos você sonha conhecer – com o aquele m osteiro no
Tibet,

por exem plo.

b. Separar um a quantia que pudesse sustentá-lo o resto da vida, para nunca


vir a

ser um desses ganhadores de loteria que em pobrecem na velhice.

c. Com prar um a m ansão do tam anho de um hotel e um carro de causar


invej a a

todos os seus colegas de trabalho.

d. Pedir dem issão do em prego para abrir sua em presa. E, claro, j ogar na
cara do

chefe todos os erros da em presa dele – deixando bem claro que agora, com
esse

dinheiro todo, você será m uito m ais bem -sucedido do que ele.

4. Quando você econom izaria dinheiro?

a. Quando acum ulasse o suficiente para viver bem e fazer as coisas que desej
a.

Dinheiro é feito para aproveitar a vida e não para ser guardado.

b. Sem pre! Você até j á faz isso. Não é sem pre que sobra, m as parte do
décim o

terceiro e toda a renda extra têm com o destino certo o fundo do colchão.

c . Só quando quer com prar aquela bolsa, j oia ou carro que não tem com o

financiar.
d. Quando as dívidas se acum ulam m uito. Já se a conta-corrente está no
positivo,

você solta cheques e passa cartões de crédito para tudo – até para pagar
contas

que não são suas. Sem pre tem alguém que está “devendo um a” para você.

5. Se sobra dinheiro no final do m ês, você:

a. Sai com os am igos e se diverte.

b. Engorda a poupança.

c. Com pra presentes para os parentes e am igos.

d. Dá um presente caro para si m esm o, com o um a j oia ou um relógio de


grife.

6. Quando você precisa de dinheiro:

a. Pede para seus pais ou para algum am igo próxim o. E sem pre devolve.

b . Sem pre tem um dinheiro reservado para em ergências. E, se não tiver,


sabe

que poderá contar com seu crédito j unto ao sistem a financeiro.

c. Recorre aos bancos ou financeiras.

d . Nunca pede em prestado para conhecidos e procura esconder que está no

verm elho. Cobra as dívidas que algum as pessoas têm com você e, assim que
a

situação m elhora, dá um a festa.

7. Quando sai com os am igos para um alm oço ou happy hour, você:
a. Espera que alguém divida a conta pelo núm ero de pessoas presentes e
paga

sua parte.

b. Já na entrada, pede contas separadas.

c. Não se im porta com a conta e, na saída, passa o cartão de crédito sem


olhar

direito o valor.

d. Faz questão de pagar. E deixa claro que, se está pagando, é porque pode.

8. Ao com prar roupas, você:

a . Procura os m odelos com m elhor custo-benefício e não se atém m uito às

m arcas.

b . Vai a loj as que oferecem três itens pelo preço de um e faz questão de não

gastar m ais do que acha que é j usto pagar.

c. Volta sem pre às m esm as loj as (de grife), em que as vendedoras o


conhecem

e sabem de suas preferências. Elas até telefonam sem pre que chega um m
odelo

que é a sua cara.

d. Prefere que alguém faça isso por você. Mas prefere usar m odelos
exclusivos e

procura estar sem pre im pecável.

9. Seu sonho de consum o é:


a. Um a viagem .

b. Um a casa de cam po.

c. Um carro im portado.

d. Um iate.

10. Se puder escolher, o destino de sua próxim a viagem será:

a. China, Índia ou outro país asiático.

b. Para algum lugar do Brasil.

c. Paris.

d. Para qualquer lugar do m undo, em seu j atinho particular.

RESULTADO

MAIS RESPOSTAS “A” – LIBERDADE.

Se você está nessa situação, parabéns. Para você, o dinheiro significa a

possibilidade de fazer o que quiser, na hora em que bem entender. Você

geralm ente com preende que o dinheiro pode proporcionar prazer e que o
prazer

aj uda na felicidade.

MAIS RESPOSTAS “B” – SEGURANÇA.

Se conforto e paz de espírito fossem oferecidos em gôndolas de

superm ercados, esses seriam os itens núm ero 1 em sua lista de com pras!
Para

você, dinheiro é sinônim o de segurança, e essa é um a ótim a form a de


interpretar

esse sím bolo. Entretanto, tom e cuidado com os possíveis excessos. Pessoas
que

pensam com o você, às vezes, buscam acum ular m uito dinheiro e passam a
ter

m edo de perder o patrim ônio. Não deixe que o dinheiro que você acum ulou

torne-se um a nova fonte de insegurança.

MAIS RESPOSTAS “C” – STATUS.

Para você, ter dinheiro significa ter o respeito da sociedade. Pessoas assim

tendem a achar que só serão respeitadas se tiverem m uito dinheiro. Tam bém

acham que só ter dinheiro não basta, pois precisam dem onstrar aos outros
que

têm esse dinheiro. Esse hábito pode acabar deixando-o em situação financeira

com plicada. Se isso estiver acontecendo, lem bre-se de que falta de dinheiro
não

é sinônim o de fracasso pessoal e procure logo aj uda. Saiba que o verdadeiro

status é conseguido por aquilo que realm ente som os e não pelo que tem os.
No

fundo, você sabe que será bem recebido se chegar a um restaurante com um

carro caro, m as sabe tam bém o real m otivo desse tratam ento diferente, não
é

m esm o?
MAIS RESPOSTAS “D” – PODER.

Você considera o dinheiro um a form a de fazer com que as outras pessoas se

subm etam a sua vontade. Norm alm ente, pessoas assim têm relação

desequilibrada com o dinheiro – ora acum ulam m uito, ora têm grande

dificuldade em poupar. Essa form a de se relacionar com o dinheiro costum a

afastar as pessoas de você ou traz dificuldades em seus relacionam entos

pessoais? Quem sabe sej a a hora de procurar aj uda profissional. Um bom

psicólogo ou um planej ador financeiro poderão aj udar.

Agora que você j á sabe em que situação está, questione com o seu cônj uge e

seus filhos veem o dinheiro. Observe com o diferentes form as de pensar


sobre o

dinheiro podem gerar conflitos em fam ília.

Lem brete

Meta de curto prazo - aquela que você desej a atingir em até um ano, com o

com prar um tablet ou um novo sm artfone.

Meta de m édio prazo - aquela que você desej a atingir nos próxim os dois a

cinco anos, com o com prar um carro.

Meta de longo prazo - aquela que você desej a atingir daqui a cinco ou m ais

anos, com o com prar um a casa.

Ao estabelecer m etas, não se esqueça de que a vida é boa e curta para viver
pensando som ente em acum ular dinheiro. Seu planej am ento deve estar

direcionado a obj etivos que estej am de acordo com seus valores pessoais,

propiciem m elhoria na qualidade de vida e lhe perm itam obter tranquilidade

financeira. Pior do que não se preocupar com dinheiro é viver apenas para

ganhá-lo.

Na prática | SEUS OBJETIVOS DEVEM SER

1. Atingíveis – razoáveis e possíveis para sua situação. Exem plo: Sei que
posso

poupar 20% do dinheiro que ganho todo m ês para atingir m inha m eta
dentro de

um ano.

2. Específicos – obj etos de consum o definidos o bastante para sugerir um a


ação.

Exem plo: Vou poupar dinheiro suficiente para com prar um a geladeira.

3. Mensuráveis – a que distância está da m eta. Exem plo: Um a geladeira


custa R$

1 m il e eu tenho R$ 500 j á poupados. As m etas que não são m ensuráveis,


com o

“eu gostaria de ter m ais dinheiro”, são m uito m ais difíceis de atingir.

4. Previsíveis – data-alvo definida. Exem plo: Minha geladeira não vai durar
m ais

um ano.
5. Priorizados – o que é m ais im portante. Exem plo: A com pra da geladeira
agora

é m ais urgente do que trocar alguns m óveis da sala.

DESAFIO

Melhor do que form ar um verdadeiro pé de guerra na fam ília, é que cada um

de seus m em bros trabalhe em prol de interesses em com um .

3º PASSO

CRIE METAS DE CURTO PRAZO PARA CADA OBJETIVO

Um a vez definidos seus obj etivos, pense no que deverá fazer para atingi-los
e

em com o incluí-los em seu orçam ento m ensal. Você precisará de um plano


que

pode envolver a m anutenção do curso atual de sua j ornada ou a alteração de

rota.

Os planos de m udança geralm ente envolvem aum ento de ganhos ou


redução

de despesas. Será que precisará cortar gastos ou trabalhar m ais? Sej a realista
e

verifique se terá condições efetivas de m anter o curso planej ado.

Todo m ês, recebem os nossos rendim entos. Com o você j á viu, o segredo
para

atingir seus obj etivos é fazer sobrar. Faça isso e guarde essas quantias com o
se
fossem um a despesa fixa para usar em seus proj etos de vida e obj etivos.

Lem bre-se de envolver toda a fam ília no processo. Os casais e os filhos

precisam ter obj etivos alinhados para que um não anule os obj etivos do
outro. Se

isso não acontecer, o plano precisa ser revisto.

Caso real

Ela é dentista, e ele, em presário. Am bos são bem -sucedidos profissionalm


ente

e não pretendem ter filhos. O desej o dela é construir um a enorm e casa no

terreno que com praram em um a das praias m ais caras de Florianópolis,


Santa

Catarina. Já o m arido gostaria de construir um a casa charm osa (entenda-se

alternativa) em um a praia localizada no litoral sul-catarinense, conhecida


pelo

surfe. A ideia é que ele se deslocaria de dois a três dias por sem ana para

trabalhar na capital do estado. Resultado: hoj e os dois m oram em um

apartam ento na região continental de Florianópolis. Isso m ostra que, quando


o

casal tem m etas diferentes e não trabalha para satisfação m útua, fica no m
eio do

cam inho e nem um nem outro alcança o obj etivo pessoal.

3 Fluxos de caixa criados a partir dos conceitos de Robert T. Kiy osaki.


Pensando em conj unto

Em um a fam ília, cada pessoa, com seus pensam entos, decisões e ações

acerca do dinheiro, gera um a força diferente. Essas pessoas, que form am a

fam ília, podem escolher unir essas forças ou usá-las de form a independente,

cada um a seu favor. Funciona com o em um vetor, que é um a força em


determ inada direção. Para que o planej am ento financeiro dê certo, é preciso
que

todos estej am alinhados no sentido planej ado. Se isso não ocorrer, o plano
precisa

ser revisto.

O exem plo anterior m ostra o que seria o casal ideal: seus obj etivos estão

absolutam ente alinhados. É um a ótim a situação, m as, infelizm ente, esse


casal

não existe.

Esse casal tem obj etivos totalm ente opostos. Felizm ente este casal tam bém
não

existe.

Este é o casal norm al, que com partilha m uitos obj etivos e m etas. Eles
gostam

de gastar em algum as coisas em conj unto e discordam de alguns gastos do


outro.

Isso é absolutam ente norm al. O que precisa ser feito é tentar alinhar ao m
áxim o

obj etivos e m etas, evitando que um boicote as m etas do outro. Porém , a m


aioria
dos casais tem filhos, e aí a situação pode se com plicar m uito.

Em geral, as fam ílias norm ais funcionam com o nessa figura. O que se deve

fazer é tentar aproxim ar ao m áxim o os obj etivos de todos os m em bros da

fam ília.

Mesadinha do casal

Quando fazem os um orçam ento, precisam os entender as diferenças de

obj etivos dos m em bros da fam ília. Im aginem os que o pai adora vinhos
caros e a

m ãe pensa que aquilo é um grande desperdício de dinheiro. Entretanto, ela


adora

com prar cosm éticos, e ele acha que com prar esses itens é o m esm o que j
ogar

dinheiro fora.

O que acontece? Ela com pra cada vez m ais cosm éticos, pensando que,
assim ,

ele não “desperdiçará” dinheiro com vinhos caros, e ele faz o m esm o com
seus

gastos.

Com o resolver a situação? Todo orçam ento deve conter um percentual, de


3%

a 8%, para cada cônj uge gastar segundo sua vontade. Nesse gasto, cada cônj
uge

precisa garantir que não dará nenhum “palpite” nem fará j ulgam ento de m
érito

em relação às com pras do outro. Porém , é bom tom ar cuidado para que a
coluna

“outros” de seu orçam ento não suba m uito, pois pode ser o caso de haver
outro

ou outra...

Para os filhos, a m esada tam bém é m uito im portante.

Caso real

Um pai de fam ília estava assustado com o aum ento da conta de energia

elétrica de sua casa. Os filhos pré-adolescentes continuam ente deixavam


vários

aparelhos dom ésticos ligados ao m esm o tem po, além de dem orar horas no
banho

quente. Quando seu filho caçula pediu um a prancha de surfe de presente, o


pai

viu nisso um a oportunidade. Negociou com o garoto que cada real econom
izado

da conta de energia seria poupado para a com pra da prancha. O caçula não

com eçou a poupar energia, com o logo se transform ou em fiscal dos outros

m em bros da fam ília, cham ando a atenção de quem esquecesse a luz de


algum

côm odo da casa acesa ou desperdiçasse energia de outra form a. Em poucos


m eses, o pai m udou os hábitos da fam ília, econom izou na conta de luz e

conseguiu dar o presente para o filho. Vendo o sucesso do irm ão, a filha m
ais

velha logo passou a querer poupar luz para conseguir fazer um a viagem . O
pai

aceitou o desafio, m as m udou o obj eto da poupança: em vez da conta de


luz, a

filha passou a controlar a conta do telefone.

Pague-se prim eiro

Todos os m eses, as pessoas recebem seus rendim entos. A prim eira ação a

fazer com o dinheiro é pagar as contas – aluguel, luz, água, telefone. Muitos

deixam para poupar o que sobra no final do m ês – e, em geral, não sobra


nada!

Sugestão: antes de pagar qualquer conta com o seu salário, pague-se prim
eiro.

Guarde de 8% a 15% de sua renda assim que você a receber. Faça isso com o
se

fosse um a despesa fixa todo m ês.

Claro, não deixe de cum prir seu com prom isso com água, luz, gás e assim
por

diante. Mas priorize VOCÊ a qualquer outra conta. Separe um pouco de seus

rendim entos antes que fique tentado a com prar ou fazer novas dívidas com o
que
sobrou no fim do m ês.

Você verá com o esse pequeno ato poderá transform ar sua vida, aproxim ar a

aposentadoria, com prar um futuro tranquilo e, principalm ente, regar sua


árvore

do dinheiro.

4º PASSO

AVALIE A MELHOR FORMA DE ATING IR AS METAS

Cada pessoa deve estabelecer a m elhor form a de alcançar seus obj etivos.

Trabalhe para que a form a escolhida inclua pequenas ações em seu dia a dia

que, j untas, encurtem o longo cam inho que distancia o dia de hoj e de seu
grande

obj etivo, que pode ser enriquecer, se aposentar, fazer a viagem dos sonhos e

assim por diante.

Pessoas que conseguem econom izar dinheiro utilizam basicam ente três

estratégias:

1. Fazem regularm ente um ORÇAMENTO e tentam equilibrar receitas e

despesas colocando a poupança m ensal com o m eta a ser seguida. Essa

estratégia é m uito boa e, além de facilitar a construção da poupança,

costum a educar os filhos a conviver com o dinheiro.

2. Separam m ensalm ente um a quantia fixa dos rendim entos e reservam -na

para investim entos. É a fam osa estratégia do “PAGUE-SE PRIMEIRO”. A


vantagem desse com portam ento é que ele é sim ples e fácil de executar. É

ideal para pessoas pouco organizadas ou que não querem despender m uito

tem po com as finanças.

3. Criam um a FALSA NOÇÃO DE ESCASSEZ. Norm alm ente, um dos

cônj uges tom a conta do dinheiro e fica alardeando que a situação está

extrem am ente crítica e que a fam ília está à beira da falência. Costum a

exaltar-se com os gastos e tende a agir sem pre reativam ente aos

descontroles financeiros. Norm alm ente, cria-se um a situação pouco

proativa. Essa estratégia gera m uitos m ilionários, m as prej udica m uito a

vida da fam ília. Frequentem ente gera filhos que têm relação pouco saudável

com o dinheiro, ora copiando o com portam ento ou se opondo a ele – e

tornando-se grandes perdulários.

Lem brete

O CÁLCULO DA RIQUEZA*

Anote quanto de sua renda m ensal você precisa poupar para ficar rico. Se

você tem ...

25 anos: 10% da renda.

35 anos: 20% da renda.

45 anos: 35% da renda.


50 anos: 50% da renda.

* A partir de 51 anos, consulte um especialista. Leia m ais sobre esse cálculo


no

capítulo 4.

Mas se eu ganho m uito pouco, posso ficar rico? Claro que pode. Lem bre-se:

rico é aquele que pode ser sustentado pela renda de seu patrim ônio para toda
sua

vida.

Im aginem os um a fam ília que tenha um a em pregada dom éstica que


receba R$

1 m il m ensais e que poupe 8% do que ganha. Ela investe os R$ 80 em


aplicações

com baixo risco, conseguindo um rendim ento de 4% ao ano. Ao final de 35


anos,

ela poderá com plem entar o benefício da previdência pública com R$ 300

m ensais por 20 anos, o que tornaria sua aposentadoria bem m ais tranquila.

E será que seus patrões que ganham R$ 30 m il m ensais estão se preparando

para a aposentadoria? Para garantir a aposentadoria com um a renda de R$ 30

m il por m ês, considerando que vá receber o teto da previdência oficial, essa

fam ília precisa de um a poupança líquida de m ais de R$ 4,4 m ilhões.

O im portante para a construção de sua árvore do dinheiro não é quanto você

poupa todo m ês, m as qual proporção de sua renda é poupada.


5º PASSO

COLOQ UE EM PRÁTICA SEU PLANO DE AÇÃO

Com ece seu plano logo, não deixe para m ais tarde, quando a situação

m elhorar, caso contrário, é bem provável que você nunca ache tem po para
dar o

pontapé inicial. Quanto m ais cedo com eçar a se preparar para o estudo dos
filhos

ou para a aposentadoria, m ais fácil será seu cam inho. É bom lem brar,
porém ,

que ficar se lam entando por não ter feito isso antes não o aj udará em nada.

Ter um plano de ação exige que você tom e atitudes. Muitas vezes, as m etas

não são alcançadas porque o prim eiro passo nunca foi dado. Então, faça seu

plano funcionar. Anote suas m etas. Vê-las por escrito aj uda a transform á-
las em

realidade.

Tam bém nunca se esqueça de plantar sua árvore de dinheiro e construir sua

independência financeira. Para isso, crie o hábito de poupar e não se perm ita

desperdiçar dinheiro porque isso, m uitas vezes, significa desperdiçar a vida


que

você gastou para conquistá-lo. Poupar é com o se exercitar. No início pode


ser

chato, m as, depois, vira um a necessidade.


6º PASSO

REVISE AS ESTRATÉG IAS

Lem bre-se de que o planej am ento financeiro é um processo dinâm ico:


você

precisa rever regularm ente suas decisões e recom eçar.

Se sua vida não o satisfaz, mude logo.

A velha historinha dos sapos nos ensina isso.

Se você colocar um sapo dentro de um a panela com água em tem peratura

am biente e aquecê-la gradativam ente, o anim al vai se acostum ar à situação


e

não perceberá nenhum a m udança. O resultado é que o sapo m orre cozido,


m as

não salta da panela.

Moral da história: pior do que ser j ogado para fora de um a situação pouco

satisfatória é ser m antido nela por m uito tem po.


Em pregado ou patrão

É m uito com um que as pessoas desej em ser o próprio patrão. Isso pode ser

bom ou não, porém poucas pessoas dizem desej ar ser investidores. Um

em pregado vende seu tem po para o patrão para ganhar dinheiro e um patrão

vende seu tem po para seus clientes para ganhar dinheiro.

Já o investidor ganha dinheiro sem ter que dar seu tem po em troca.

Na vida, você pode escolher ser em pregado, autônom o, dono ou investidor.


Se

escolher ser em pregado, sem pre dependerá do patrão. Se sua escolha for ser

autônom o, seu negócio sem pre dependerá de você. Se quiser ser dono, seu

negócio poderá andar um tem po sem você, m as, ainda assim , precisará de
sua

supervisão4.
Já os investidores têm negócios que independem deles. E tanto em pregados,

autônom os ou donos podem tam bém ser investidores. E só o investidor pode


se

aposentar, pois sua renda não depende de seu tem po.

O em pregado pode guardar um a proporção de seu investim ento todo m ês


para

investir. O profissional liberal pode poupar e aplicar parte de sua renda. O


dono

pode guardar parte do que ganha em sua em presa e investir. A partir do


próxim o

capítulo, verem os com o isso é possível.

Lembre-se: quando seu patrimônio puder sustentar seu nível de


consumo, você

será rico.

4 Quando existe um sistem a que libere o proprietário do dia a dia a em presa


se

transform a em investim ento.

CAPÍTULO 3

Teoria Financeira

Conhecer as principais correntes de estudo sobre finanças pode aj udar a m


ontar

um a estratégia de investim ento


“O conhecim ento é em si m esm o um poder.”

– FRANCIS BACON.

Aprendendo com o passado

Você acaba de descobrir a im portância de organizar suas finanças e com eçar

a poupar parte de seus ganhos. O dinheiro que você poupou é com o um a

sem ente. A partir de agora, é preciso regá-la. Para isso, é essencial saber o
que

fazer com o dinheiro que você irá poupar todos os m eses, até porque existe

grande diferença entre poupar e investir. Poupar é guardar dinheiro, investir é

fazer o dinheiro poupado render.

Só posso investir se poupei ou se outro poupou por m im .

Antes de aprender m ais sobre os principais tipos de investim entos, os quais

verem os no próxim o capítulo, irem os conferir o que a história das finanças


pode

nos ensinar. É provável que você descubra que m uitas de suas dúvidas
podem ser

respondidas pela teoria financeira.

Por exem plo, se você fica inseguro ao pensar em investir seu dinheiro, saiba

que essa é um a questão bastante antiga no m ercado financeiro. É natural que

surj a algum a – ou até m uita – insegurança sem pre que alguém pensa em

com eçar a investir. Esse assunto tem origem antes m esm o do início dos
estudos

em finanças.

Geralm ente as pessoas têm m edo daquilo que não conhecem . Assim , a

prim eira ideia é entregar a gestão do dinheiro para algum especialista, um


gestor

com petente – o que as pessoas fazem ao contratar um fundo ou diretam ente


com

o gerente do banco. Isso porque se im agina que som ente esses ilum inados

consigam ter algum a chance de sucesso na selva do m ercado financeiro.

Ao entregar a gestão de seu dinheiro para outra pessoa, é preciso saber que
ela

irá cobrar para fazê-lo em seu lugar. Então, é necessário avaliar se esse gestor

tem condições de ganhar o suficiente para se rem unerar e ainda gerar m ais
lucro

do que você m esm o no investim ento de seu dinheiro.

Basicam ente, existem quatro grandes categorias de investim entos no m


ercado

financeiro.

1. Em presas que podem ser com pradas com o cotas ou ações: quando

alguém é sócio ou dono de um negócio ou de um a franquia; dono de um a

ação, ou ainda, de um consultório ou clínica m édica.

2. Títulos de dívida, tanto públicos quanto privados: são os títulos públicos e


debêntures, ou direitos de crédito sobre pessoas ou sobre bancos.

3. Im óveis ou títulos de propriedade sobre im óveis: possuir im óveis, com o

terrenos, apartam entos, prédios ou fazendas ou, ainda, títulos de participação

nesses negócios.

4. Direitos e contratos futuros (derivativos): esses são instrum entos m ais

sofisticados, que dão ao titular o direito de com prar ou vender determ inado

bem ou m ercadoria em data futura.

Você pode ter acesso a esses investim entos de form a direta, ou sej a,

com prar em seu nom e, ou se associar a um clube ou fundo de

investim entos. Antes de aplicar seu dinheiro em um fundo de investim ento,


é

fundam ental conhecer onde é aplicado o dinheiro do fundo. Essa é um a

decisão im portante, sobre a qual tratarem os no Capítulo 4.

5. Um fundo é um a associação de investidores gerida por um banco ou um a

corretora. Esse gestor é rem unerado com parte dos rendim entos dos cotistas,

por m eio das taxas de adm inistração e perform ance. Um clube é um a

associação de pessoas com algum vínculo de ligação e gerido por seus

próprios m em bros. Alguns clubes são geridos por profissionais que tam bém

podem ser rem unerados, tornando-os m uito próxim os de um fundo de

investim entos.
DEBÊNTURES

Títulos de dívidas privados, que asseguram a seus detentores o direito de

crédito sobre a em presa que o em itiu.

Grande parte dos fundos com pra ações e títulos de dívida, o que o investidor

pode fazer por conta própria, por interm édio de corretoras de valores. Não o
faz

por dois m otivos principais: ou porque considera os gestores de fundo


capazes de

obter m elhores rendim entos ou por achar que investir no m ercado


financeiro é

algo m uito arriscado.

Não é recente a ideia de que o m ercado financeiro é lugar inseguro e que os

investidores agem por sim ples im pulso. Em 1841, o poeta e j ornalista


Charles

Mackay escreveu sobre o pensam ento que foi dom inante até o início do
século

XX: de que os investidores seriam irracionais. Dizia-se até que os


investidores

valiam -se da interpretação dos sinais em itidos pelos telégrafos para


descobrir o

desem penho do m ercado. Na época, eram com uns histórias de pânicos e

histerias no m ercado financeiro.

Você sabia?
Um dos casos descritos por Charles Mackay em seu livro Ilusões

populares e a loucura das m assas fala sobre a especulação no com ércio de

tulipas na Holanda no século XVII. Em 1634, um fungo atingiu algum as

espécies de tulipas, criando novas cores e padrões. As novas variedades logo

passaram a ser m uito desej adas, o que aum entou a procura por essas flores.

Os preços se m ultiplicaram de form a alucinante. Com o parecia que os

preços subiriam sem pre, fazia todo sentido com prar tulipas. Quase m etade

da população passou a investir nessas flores. No auge da m ania, um único

bulbo chegou a custar o preço de dez casas em Am sterdã. Em 1637 a bolha

estourou e, em poucas sem anas, as tulipas ficaram 99% m ais baratas.

ESPECULAÇÃO

Tentar com prar e vender ativos para tentar ganhar com as variações de

preços.

Para saber m ais sobre pânicos e histerias no m ercado financeiro, leia:

› Salve-se quem puder: um a história de especulação

financeira

Autor: Edward Chacellor – Editora Com panhia das

Letras

› Manias, pânico e crashes: um histórico das crises financeiras

Autor: Charles Kindleberger – Editora Nova Fronteira


› Exuberância irracional

Autor: Robert Shiller – Editora Makron Books

BOLHA.COM

Outro caso sem elhante ao das tulipas, e bem m ais recente, ocorreu na
Nasdaq,

Bolsa de Valores eletrônica, nos Estados Unidos. No final da década de 1990


e

início do ano 2000 houve alucinada busca por ações de em presas de


tecnologia

por parte de investidores. O índice Nasdaq subiu 86% em 1999, algo

im pressionante se com parado com a m édia de crescim ento de 20% ao ano

alcançada nos dez anos anteriores. O recorde de alta foi batido no dia 10 de

m arço de 2000, chegando a 5.048 pontos, o que representou aum ento de


24% em

relação a 31 de dezem bro de 1999. Nessa época, os investidores previam que


as

em presas de tecnologia teriam crescim ento nas receitas da ordem de 25% ao

ano.

Ao final de 2000, entretanto, o que se viu foi um a queda m édia de 65% no

faturam ento, segundo dados do banco de investim ento UBS Warburg. Em


2001, o

m ercado caiu ainda m ais e diversas em presas faliram . Tudo porque a


concorrência e a saturação do m ercado im pediram que as em presas
investissem

em produção, o que rebaixou as taxas de crescim ento e de lucros das

com panhias. Em 17 de abril de 2000, cerca de um m ês após a m aior alta, a

Nasdaq fechou a 3.539 pontos e, no final do ano, o índice j á tinha caído em


m ais

de 50%, chegando aos 2.470 pontos. Ela nunca m ais se recuperou e levou
consigo

as em presas que estavam supervalorizadas. Atualm ente, os analistas de Wall

Street acreditam que levará anos para que o índice de 10 de m arço de 2000
volte

a ser atingido.

O princípio da ordem : surgem as análises gráficas

Foi som ente depois da quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, que os hom
ens

de negócios passaram a tentar entender os fundam entos do valor de um a

em presa ou de um título de dívida, ou sej a, de que form a os m ercados form


am o

preço para os ativos. Eles queriam conseguir ganhar dinheiro identificando

quando os preços das ações se desviavam de seu valor real.

Porém , um pouco antes de 1929, j á existiam incipientes tentativas de


entender

o m ercado. Os prim eiros estudos com eçaram com os trabalhos de Charles


Dow

e Edward D. Jones no início do século XX. Juntos, os analistas publicavam


um

inform ativo financeiro que m ais tarde seria o The Wall Street Journal. Por m
eio

do j ornal, Dow apresentava suas observações sobre o com portam ento do

m ercado.

Eles defendiam que, ao exam inar os preços anteriores das ações de um a

em presa, é possível calcular quanto o papel irá valer no futuro. Esses textos

foram reunidos em um livro que deu origem ao que ficou conhecido com o
teoria

Dow.

Essa teoria deu origem à análise gráfica, tam bém conhecida com o análise

técnica, que estuda os efeitos do m ovim ento de preços do m ercado. Os


analistas

gráficos observam os gráficos para conseguir prever o desem penho futuro da

Bolsa de Valores.

Isso quer dizer que os investidores que seguem a análise gráfica costum am

buscar inform ações e m onitorar os retornos de seus investim entos

continuam ente, o que leva a constantes m udanças na carteira de investim


entos.

Em geral, as análises gráficas incentivam os investidores a trocar suas ações


constantem ente, de form a a com prar e vender m uito – o que costum a
resultar

em m uito lucro para as corretoras.

Você pode notar quantos cursos de análise técnica algum as corretoras


oferecem ?

Alguns são até m esm o gratuitos. Pense no m otivo que leva essas
instituições a

fazerem isso.

Um contraponto fundam ental

Em oposição à análise gráfica, surgiu em 1934 a análise fundam entalista. O

ponto inicial para esses estudos foi o lançam ento do livro Security Analy sis,
de

Benj am in Graham e David Dodd. Por m eio dos dem onstrativos financeiros

publicados trim estralm ente pelas com panhias de capital aberto, os analistas
que

seguem a corrente fundam entalista estudam o m elhor m om ento de com


prar ou

vender ações da em presa.

A análise fundam entalista estuda as causas do m ovim ento de preços do

m ercado. Segundo essa teoria, só se deve pagar por um ativo o valor


presente (ou

m enos) dos fluxos futuros de j uros ou de lucros proj etados. Essa escola
trabalha
com dados provenientes do estudo econôm ico-financeiro das em presas
dentro do

cenário m icro e m acroeconôm ico.

Isso significa que, para os analistas fundam entalistas, m ais im portante que

avaliar os gráficos de preços das ações é saber questões m acroeconôm icas


com o

inflação, crescim ento econôm ico ou o quanto a taxa de j uros irá subir.

Mas a análise gráfica e a análise fundam entalista têm um ponto em com um .

Am bas supõem que o m ercado nem sem pre está certo e que é possível
ganhar

dinheiro descobrindo quando o m ercado está errado. Isso significa que os

investidores devem gerir suas carteiras de form a ativa.

Índices de m ercado

CDI (Certificado de Depósito Interbancário): título de renda fixa que

representa operações de crédito entre bancos. Um banco em ite um CDI ,


vende

esse papel no m ercado e, com isso, consegue levantar dinheiro para suas

necessidades. A taxa do CDI é divulgada diariam ente, para operações de um


dia.

CDI

Sigla de Certificados de Depósito Interbancário. São títulos que os bancos

em item diariam ente, com a função de m anter a fluidez do sistem a, ou sej a,


os bancos que têm dinheiro em excesso em prestam para aqueles que estão

precisando.

Ibovespa (Índice da BM& FBovespa): o índice m ede a evolução m édia dos

preços dos papéis m ais negociados no m ercado. Retrata o valor atual, em m


oeda

corrente, de um a carteira teórica de ações, constituída em 1968 a partir de


um a

aplicação hipotética. Essa carteira representa 80% do volum e de ações

com pradas e vendidas nos 12 m eses anteriores. As ações que a com põem
devem

cum prir outros critérios: apresentar volum e de participação superior a 0,1%


do

total e ter sido negociada em m ais de 80% do total de pregões do período. A

carteira é reavaliada a cada quatro m eses, para m anter sua


representatividade ao

longo do tem po. O Ibovespa é considerado o m ais im portante índice


disponível

devido ao rigor m etodológico com que é elaborado e ao fato de ser o índice


de

Bolsa, ainda divulgado, m ais antigo do País.

IBrX-50 (Índice Brasil): índice que exprim e a variação m édia diária de um a

carteira de 50 ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. O IBrX-


50 foi
criado em 2002 com o intuito de oferecer um a alternativa ao Ibovespa.

Você sabia?

Os sobrenom es dos pais da análise gráfica deram origem ao fam oso

índice Dow Jones, que é a taxa utilizada para acom panhar a evolução dos

negócios na Bolsa de Valores de Nova York. O índice reflete a valorização

m édia das 30 ações m ais negociadas da Bolsa de Nova York. Publicado

desde 7 de outubro de 1896, é considerado o indicador m ais tradicional

utilizado nos m ercados financeiros.

Chegaram as Finanças Modernas

Na década de 1950, o econom ista Harry Markowitz fez um a revolução no

estudo de finanças ao apresentar, pela prim eira vez, conceitos de risco e


retorno

em investim entos. Essa teoria ficou conhecida com o Finanças Modernas e


os
estudos anteriores (análise gráfica e análise fundam entalista) passaram a ser

cham ados de finanças antigas e depois de Finanças Tradicionais.

Markowitz afirm ava que existiam dois riscos ao se com prar um a ação. Um
é

referente à própria em presa e o outro é inerente ao m ercado com o um todo.


O

investidor sabe que, quando o m ercado cai, o preço da grande m aioria das
ações

tam bém cai. Quando o m ercado sobe, o preço das ações tam bém sobe.

Entretanto, esses preços não variam na m esm a proporção que as alterações


do

m ercado. Assim , ao com prar um a ação, um investidor corre o risco de o

m ercado cair e, ainda, o risco de com prar um a ação que tenha perform ance
pior

que a m édia das outras ações, sofrendo variação superior à m édia.

Segundo Markowitz, os preços futuros dos ativos não podem ser previstos.

Com o considera que o risco não é desej ável, ele diz que o investidor deve
ter

um a carteira diversificada de ativos. Dessa form a, estará correndo o risco de

queda do m ercado, m as reduzirá o risco da variação relativa entre os preços


das

ações adquiridas.

A ideia de que o investidor deveria diversificar a carteira, em vez de ficar


tentando descobrir a m elhor ação para com prar, causou ruptura na teoria

tradicional de finanças e m arcou o nascim ento das finanças m odernas.


Enquanto

as finanças tradicionais dizem que se deve tentar ganhar m ais que a m édia
do

m ercado, as finanças m odernas dizem que se deve buscar rentabilidade igual


à

do m ercado. Tentar descobrir qual ação subirá m ais que as outras, na visão
das

finanças m odernas, é um a atividade que não gera retorno, ou sej a, significa

assum ir um risco não rem unerado.

Mais que um a sim ples discussão teórica, a suposição de que não se pode

ganhar m ais do que a m édia do m ercado tem profundo im pacto no dia a dia
dos

investidores. Os fundos passivos, que tentam seguir um índice com o o


Ibovespa,

por exem plo, seguem as finanças m odernas. Aqueles fundos que tentam
ganhar

m ais do que a m édia do m ercado, cham ados de ativos, seguem as finanças

tradicionais.

Um dos pilares das Finanças Modernas é a Teoria dos Mercados Eficientes,

que afirm a que os preços dos ativos refletem corretam ente, e de form a im
ediata,
todas as inform ações e

expectativas.

Segundo essa teoria, as análises gráfica e fundam entalista são de pouca

utilidade, um a vez que os preços j á estariam refletindo todo tipo de inform


ação.

Mas, por que m otivo os preços tendem a estar sem pre certos segundo a
Teoria

dos Mercados Eficientes? O m ercado é com posto de pessoas que diariam


ente

procuram com prar e vender ações e outros ativos tentando ganhar dinheiro.

Entre esses investidores se encontram m ilhares de profissionais que


trabalham

em bancos corretores e gestoras de recursos. Esses profissionais norm alm


ente

têm ótim a form ação universitária e m ilhares de inform ações disponíveis.


Além

disso, eles dedicam todo tem po disponível a analisar os m ercados e


descobrir um

ativo que estej a com preço errado.

Quando descobrem um preço fora do que consideram j usto, im ediatam ente

em item ordens de com pra ou de venda, buscando, assim , um a


oportunidade de

ganho. São m ilhares de pessoas m uito bem preparadas e que dedicam suas
vidas
a descobrir qualquer erro nos preços dos ativos. Sem pre que descobrem ,
atuam

com prando ou vendendo esse ativo para tentar ganhar dinheiro. Essa
atividade,

por si, tam bém colabora para a correção dos preços.

Mas se esses profissionais conseguem descobrir quando o preço está errado,

isso não prova que o m ercado é ineficiente?

Para responder essa pergunta, teríam os que investigar a rentabilidade das

carteiras desses profissionais. Para isso, basta ver quanto rendem os fundos

geridos por essas pessoas. O que acabam os descobrindo é que, na m édia,


eles

não são m ais rentáveis que os índices m édios de m ercado.

Agora, vej am os se nós devem os tentar ganhar m ais que a m édia de m


ercado.

Prim eiro, analisem os nossas chances. Será que podem os dedicar nossa vida
a

estudar os m ercados? Im aginem os um m édico que resolva dedicar sua vida


a

descobrir ações baratas para com prar ou ações caras para vender. Com o ele

arranj aria tem po para continuar clinicando? É possível que, com isso, estej
am os

perdendo um ótim o m édico e ganhando um trader m ediano.

Ora, se não podem os dedicar nossa vida a estudar os m ercados, não seria m
ais

lógico contratar alguém que dedique sua vida a essa tarefa? É j ustam ente
isso o

que fazem as pessoas que com pram cotas de um fundo de investim ento.
Será que

isso é bom ? Depende, pois esse gestor cobrará para fazê-lo. Portanto, para
valer

a pena, esse gestor terá que ganhar m ais do que a m édia do m ercado, m ais
um

percentual que com pense os custos de sua gestão. Isso m uitas vezes não

acontece.

Finanças tradicionais: coloque seus ovos em poucas cestas e cuide m uito


bem

delas.

Finanças m odernas: coloque seus ovos em várias cestas porque, assim , você

estará m inim izando seus riscos.

Caso real | GESTÃO PASSIVA OU ATIVA?

Um a professora universitária costum ava investir, desde a j uventude, cerca


de

8% de seu salário em ações na Bolsa de Valores. Investia de form a


diversificada,

em em presas nas quais acreditava, independentem ente do setor, e tinha com


o
única estratégia som ente com prar papéis que estivessem presentes no
Ibovespa.

Sim plesm ente com prava e com parava m ais, m ês após m ês, em pequenas

quantidades. Um colega seu, tam bém professor, tinha o m esm o hábito de


poupar

e investir suas econom ias em papéis de em presas na BM& FBovespa. A


grande

diferença entre os dois era que o professor gostava de especular e se divertia

com prando e vendendo ações, seguidam ente, num j ogo arriscado, m as que
era

m uito prazeroso para ele. Depois de vinte anos, a professora pôde se dar ao
luxo

de aposentar-se aos 50 anos. Ela tem respeitável patrim ônio investido em


ações,

capaz de sustentá-la, m antendo o atual estilo de vida, pelos próxim os trinta


anos.

O professor tam bém lucrou nesse período, m as ganhou um pouco m enos e

dedicou m uito m ais tem po ao m ercado. Na visão da professora, ele se

incom odou m uito m ais, porém , na visão dele, ele se divertiu m uito nesse
tem po.

Moral da história: especular pode ser m uito divertido, m as se seu obj etivo é

investir e ganhar dinheiro em longo prazo, essa pode ser a estratégia errada.

INVESTIMENTOS
Com pra de ações para ser sócio das em presas, ou com pra de títulos para

ganhar os j uros que estes prom etem pagar.

Resum indo...

GESTÃO PASSIVA é aquela em que o gestor de um fundo possui um a

estratégia de investim ento buscando acom panhar ou rebater um índice de

referência, m antendo o desem penho do fundo próxim o à sua variação. Se


for um

fundo de ações, ele pode, por exem plo, tentar acom panhar o Ibovespa e, se
for

um fundo de renda fixa, provavelm ente ele tentará acom panhar o CDI. É

fundam entada nas Finanças Modernas.

GESTÃO ATIVA é a que busca obter rentabilidade superior à de determ


inado

índice de referência (CDI ou Ibovespa). É fundam entada na análise gráfica


ou

na análise fundam entalista (Finanças Tradicionais).

Na prática | O PESCADOR

Um grupo se reunia periodicam ente para pescar. Um dos pescadores tinha a

intenção de apanhar apenas peixes graúdos e, para isso, usava anzóis de tam
anho

grande. Ele voltava todos os dias para o acam pam ento carregando apenas
sua
vara de pesca, enquanto seu colega retornava diariam ente com vários peixes,
de

tam anho m édio. Isso se repetiu por várias pescarias, até que, num fim de
tarde, o

pescador, que gostava de correr riscos, retornou para o acam pam ento com
um a

garoupa de 80kg, com em orando. Esse evento ocorreu um a vez apenas, m as


seu

colega não retornou da pescaria sequer um dia com as m ãos abanando. Qual

deles você considera o m elhor pescador?

Um especulador vive procurando grandes peixes. Um investidor se preocupa


em

conseguir peixes sem pre.

Explicando m elhor

Se você seguir as recom endações das finanças m odernas, deverá investir

constantem ente em um a carteira diversificada de ativos sem se preocupar


com

os m ovim entos do m ercado. Nossa recom endação, se você for bastante

conservador, é que você utilize a regra dos 70. Se você tiver perfil m oderado
ou

arroj ado, use a regra dos 100.

Conservadores: REGRA DOS 70

Núm ero 70 – sua idade = percentual de sua renda que deve ser investido em
ações.

Arroj ados: REGRA DOS 100

Núm ero 100 – sua idade = percentual de sua renda que deve ser investido

em ações.

O restante você divide ao m eio, colocando parte em renda fixa e parte em

im óveis, se tiver recursos suficientes para isso. Assim , quanto m ais velho

você for, m enos risco deve correr.

Dessa form a, se você tem 40 anos e perfil conservador, deve investir 30%

em ações (70 – 40). Com os 70% restantes, você deve com prar im óveis

(35%) e títulos de renda fixa (35%).

O im portante é que você entre na Bolsa de Valores lentam ente e tam bém
saia

lentam ente. A Bolsa é m uito volátil – com o você pode acom panhar
diariam ente

no noticiário, ela sobe e desce a cada m om ento. Quando você entra lentam
ente,

com prando aos poucos, reduz significativam ente as chances de entrar em


um

m om ento em que os preços estão m uito elevados. Quando sai lentam ente,

tam bém vendendo aos poucos, reduz significativam ente as chances de


vender

tudo em um m om ento em que os preços estão m uito baixos.


Para você m axim izar seus retornos e reduzir seus riscos, deve reservar um a

quantia m ensal para colocar na Bolsa. Faça isso constantem ente: reserve um

percentual de sua renda e aplique todo m ês. Quando você quiser se


aposentar,

poderá receber continuam ente os dividendos das em presas das quais você
tem

ações.

Vários estudos dem onstram que, se você investir lentam ente por um longo

período, estará reduzindo significativam ente seu risco no m ercado de renda

variável. Observando o m ercado am ericano, podem os ver que, em m ais de


140

anos, nenhum investidor que aplicou lentam ente durante 20 anos seguidos
perdeu

dinheiro com a estratégia. No Capítulo 6, que tratará de Bolsa de Valores,

m ostrarem os um a pesquisa para o m ercado brasileiro.

Se você está com eçando a investir, reserve o percentual resultante da regra

dos 70 e aplique em ações. Dê preferência às ações que com põem o


Ibovespa,

que são m ais negociadas e tendem a ter seus preços m uito m ais próxim os
do

valor considerado correto.

Se você j á tem um percentual de investim entos em im óveis e em renda fixa,


a
dica é não direcionar grande m ontante im ediato para a Bolsa. Pare de
investir

nesses ativos e com ece a investir em ações, até atingir a proporção ideal.

Mas será tão fácil seguir essa regra? Com o verem os a seguir, suas em oções

atrapalharão um bocado.

Nem tudo são núm eros...

Mas será que som ente o resultado financeiro das em presas influencia no

desem penho do m ercado? E os investidores, quando decidem investir nessa


ou

naquela em presa, são sem pre m ovidos apenas pelos núm eros que constam
nos

gráficos, nos balanços, nos j uros e no percentual de rendim ento?

Na década de 1970 surgiu um a teoria que diz NÃO a essas duas perguntas.
As

Finanças Com portam entais analisam m ais a fundo a questão do processo de

decisão e afastam o antigo pressuposto de que os investidores agem sem pre

racionalm ente nas decisões do m undo financeiro.

Com o você viu no Capítulo 1, m uitos estudos m ostram que o aum ento da
renda

e do consum o não é diretam ente proporcional ao aum ento da felicidade.


Apesar

disso, m uitas pessoas continuam tom ando decisões sobre suas finanças
baseadas
em critérios nada obj etivos, com o consum ir para ser feliz, para ser am ado
ou ser

aceito em algum grupo social.

Esse novo cam po de estudos em finanças discute os erros que as pessoas

com etem quando o assunto é seu orçam ento, suas econom ias e seus

investim entos. As Finanças Com portam entais possibilitam conhecer m ais


as

tendências do com portam ento hum ano, o que pode aj udar ou prej udicar os

investim entos e outras questões.

Com a aj uda da Psicologia Cognitiva e dos avanços da tecnologia, que

perm item observar o cérebro em funcionam ento, as Finanças Com portam


entais

verificaram que existem dois processos que afetam as decisões econôm icas:
são

os processos autom áticos de decisão, conhecidos com o atalhos m entais, e


os

processos de interferências do sistem a afetivo nas decisões das pessoas.

DECISÕES

RACIONAIS EMOCIONAIS

DELIBERATIVAS

AUTOMÁTICAS
III

Enquanto as Finanças Tradicionais e as Finanças Modernas se ocupam com


as

decisões deliberativas e racionais, representadas no quadrante I da figura

anterior, as Finanças Com portam entais procuram com preender as decisões

econôm icas que as pessoas tom am de form a autom ática e em ocional. O


cam po

de estudo dessa nova teoria corresponde aos quadrantes II, III e IV da figura.

Isso porque apenas parte das decisões é racional e deliberativa – aquelas que

você tom a após refletir e nas quais procura não se deixar levar pelos sentim
entos.

Outra parte im portante de nossas decisões é autom ática ou afetada pelas

em oções das pessoas. Essa proporção tam bém é válida para as decisões

econôm icas.

Quando um pai de fam ília endividado opta por pagar j uros do cheque
especial

em vez de resgatar o dinheiro da caderneta de poupança dos filhos, ele está

tom ando um a decisão deliberativa em ocional, que se encaixa no segundo

quadrante da figura. Já quando você entra no superm ercado e com pra crem e

dental porque estava faltando na despensa de sua casa, essa costum a ser um a

decisão autom ática, m as que é certam ente racional, sem a influência das
em oções.

Tam bém quando um investidor se propõe a investir constantem ente sem se

preocupar com os m ovim entos do m ercado, pode, em um dia de forte baixa,

ficar apavorado e liquidar seus investim entos no pior m om ento possível.

Novas descobertas sobre o funcionam ento do cérebro hum ano aj udam a

explicar por que as pessoas tom am decisões de form a autom ática e por que
se

deixam influenciar pelas em oções. É que estruturas m ais prim itivas do


cérebro

tam bém influenciam no processo de tom ada de decisões. Elas são m


ecanism os

que outros anim ais m enos evoluídos tam bém possuem .

Observe com o as principais estruturas do cérebro podem influenciar no

processo de decisão.

› O JACARÉ: no alto da m edula espinhal, bem no centro do cérebro, ficam


as

estruturas m ais prim itivas, que o hom em com partilha com os répteis e
peixes.

Essas estruturas controlam funções básicas de sobrevivência, com o


respiração e

fom e. O réptil só se m ove para se defender, se alim entar ou reproduzir.


Quando

você planej a ir a um a academ ia e se exercitar, seu j acaré protestará dizendo


para ficar parado na cam a. Se você for ao superm ercado com fom e, é
provável

que com pre m uito m ais itens do que realm ente precise. Isso porque a parte

“réptil” de seu cérebro avisa da necessidade que você tem de se alim entar.

› O TIGRE: em torno dessa estrutura prim itiva se localiza o sistem a lím


bico,

com partilhado por nós com outros m am íferos. Os m am íferos


desenvolveram

esse sistem a afetivo para poder se dedicar às suas crias. Sem sistem a afetivo,

nenhum a m ãe am am enta os filhotes e nenhum pai acorda no m eio da noite


para

trocar as fraldas do filho. É o sistem a lím bico do cão que faz com que ele
fique

feliz quando o dono chega em casa. Essa parte do cérebro controla em oções

básicas com o m edo, agressividade, satisfação, repulsa e raiva.

› O HOMEM: envolvendo as estruturas m ais antigas está o córtex, m assa


cinzenta

e ondulada. Cães e chim panzés tam bém têm córtex, porém o córtex hum
ano tem

tam anho bem m aior. O córtex frontal controla os processos superiores, com
o

raciocínio e pensam ento abstrato. As decisões que você tom a usando essa
parte

do cérebro são aquelas m ais ponderadas, que podem até levar certo tem po
para

serem tom adas, m as das quais dificilm ente você se arrepende.

Inúm eras evidências têm dem onstrado que o processo de decisão das
pessoas

não é regulado apenas pelo córtex pré-frontal.

Na prática | JOGO DO ULTIMATO

Podem os ver o sistem a lím bico tom ando decisões em um fam oso experim
ento

denom inado j ogo do ultim ato. Os pesquisadores dão um a quantia para um


a

dupla, vam os supor um valor de R$ 100. Se eles entrarem em acordo sobre a

divisão do m ontante, poderão ficar com os R$ 100, caso contrário os dois


ficam

sem nada. O norm al seria que cada um dos dois ficasse com R$ 50, em um a

divisão m eio a m eio, porém algum as vezes os pesquisadores colocam um


ator

com o um dos suj eitos da pesquisa. O ator diz que só aceita um a divisão de,

digam os, 80/20. Nesses casos, a m aioria dos participantes prefere não
receber

nada a ficar com apenas R$ 20. Ou sej a, os participantes testados deixam -se

levar pelas em oções, preferindo sair de m ãos abanando por sentirem -se

ofendidos com a proposta do parceiro e por quererem punir a atitude inj usta
do
outro.

As Finanças Com portam entais não negam que m uitas decisões econôm icas

são tom adas pelo córtex, à luz da racionalidade am pla, porém têm duas

obj eções:

1. Acreditam que o com portam ento hum ano está sem pre sob a influência

frequentem ente não percebida de um sistem a afetivo (em oções).

2. Consideram que a m ente hum ana tam bém foi feita para dar apoio a

processos autom áticos de decisão (atalhos m entais).

Na prática | NADA OU MUITO POUCO?

Em pesquisa com estudantes universitários, foi colocada a seguinte situação:


um

cam inhoneiro estava levando um a carga de bananas para vender em um a

central de abastecim ento. Lá, ele pretendia obter R$ 8 m il, m as um a ponte

quebrou em seu cam inho e só lhe restava a alternativa de vender a carga para

um a indústria de doces onde, norm alm ente, só obteria R$ 4 m il. Ao chegar


à

fábrica, o proprietário, sabendo de sua situação, disse que só pagaria R$ 200.


No

lugar do cam inhoneiro, você aceitaria os R$ 200 ou j ogaria a carga fora? A

m aioria dos entrevistados (88,1%) disse que j ogaria a carga fora. Com o

norm alm ente um a pessoa não j oga R$ 200 fora, conclui-se que a m aioria
dos

participantes da pesquisa respondeu à pergunta usando seu sistem a lím bico,

afetada pela em oção de raiva.

Em geral, os atalhos m entais servem para acelerar o processo de decisão.

Alguns especialistas acreditam que, em bora nossos cérebros estej am


adaptados

ao m undo m oderno, m uitos processos ainda sofrem influências de épocas

rem otas. Um exem plo é o m etabolism o de gordura nos seres hum anos.

Em um passado não m uito distante, m orria-se de fom e. A m elhor form a de

agir frente a um a fonte de proteínas e gordura era com er tudo o m ais


depressa

possível. Guardar com ida representava um duplo desafio. Prim eiro, não se

conseguia arm azenar os alim entos sem que estes estragassem rapidam ente.

Segundo, anim ais oportunistas, com o as hienas, poderiam roubar todo o


fruto de

um a caçada.

Naquele tem po, quanto m ais gordura corporal um indivíduo tivesse, m


aiores

seriam suas chances de sobrevivência e procriação. Atualm ente, porém , m


ais

pessoas m orrem por excesso de com ida do que por falta dela.

Mesm o assim , os indivíduos m antêm um com portam ento sem elhante a


seus

antepassados diante da com ida. O cérebro está treinado a querer consum ir


tudo

que estiver ao alcance. Nas savanas africanas, a regra sem pre foi consum ir
tudo

o que puder o m ais rápido possível.

Com o dinheiro, o com portam ento é sem elhante. Na incerteza de que se irá

viver para usufruir desse valor no futuro, o cérebro logo nos instiga a consum
ir o

quanto antes. Por um lado, as pessoas têm forte tendência a acum ular
gordura

corporal, por outro, tam bém têm enorm e dificuldade de form ar um a


poupança

financeira.

Gratificação instantânea

Não é à toa que poupar sej a algo tão difícil. A decisão de deixar de consum
ir

agora para consum ir no futuro representa duplo desafio. Em prim eiro lugar,
é

preciso que você acredite que viverá até o futuro para consum ir aquele item
ou

para desfrutar daquela quantia. Segundo, é necessário acreditar que o obj eto
do

consum o ainda estará disponível no futuro.


Para com pensar, os j uros representam um duplo prêm io: pela postergação
do

consum o e pelo risco corrido. Mesm o que o córtex processe essas


vantagens, o

cérebro hum ano tende a conferir valor excessivo para o AGORA. A m aioria
das

pessoas é extrem am ente afetada pelo efeito da gratificação instantânea.

Em pesquisa, 74% dos alunos da graduação de um a universidade federal

brasileira consultados responderam que preferem ter R$ 600 hoj e a tet R$ 1


m il

em dois anos. Som ente 26% dos entrevistados saberiam aproveitar a taxa de

j uros de 30% ao ano.

Quando a questão era receber R$ 600 dentro de dois anos ou R$ 1 m il depois

de quatro anos, a situação se inverteu. Cerca de 78% dos entrevistados


disseram

preferir esperar para receber a taxa de j uros de quase 30% ao ano.

Isso ocorre porque o sistem a lím bico, a parte do cérebro que o ser hum ano

com partilha com os outros m am íferos, controla a preferência pelo im


ediato. Já

quem com anda o desconto exponencial (os j uros) é o córtex.


Pense em perguntar a um j acaré ou a um tigre se ele prefere um pedaço de

carne hoj e ou dois pedaços am anhã. Eles querem agora e ponto. As partes
tigre e

j acaré de seu cérebro não entendem o futuro. Eles querem gratificação

im ediata, por m aior que sej a o prêm io pela espera.

Você só aceitará esperar pelo prêm io dos j uros se fizer com que o córtex
assum a

o com ando da decisão.

É j ustam ente por isso que som os tão afetados pelo desej o de im ediatism o.
A

influência do sistem a lím bico do cérebro fará com que, se você precisar
optar

entre conseguir o que quer hoj e ou am anhã, escolherá a data m ais próxim a.

Faça um teste. Você prefere um a viagem a Paris na próxim a sem ana ou um


a

viagem daqui a quatro anos? Escolha um a das opções tendo em m ente que a

viagem deste ano será realizada em classe econôm ica, terá a duração de um a

sem ana e você terá €80 para gastar por dia, ao passo que a viagem quatro
anos

m ais tarde será feita em prim eira classe, terá o dobro de tem po no local de

destino e €200 diários para gastar. O que você prefere? Guarde a resposta
para

daqui a pouco.

Agora vam os m udar um pouquinho a situação. Responda: você prefere um a

viagem para Paris daqui a quatro anos ou um a viagem dentro de oito anos?

Dados: a viagem em quatro anos durará um a sem ana, será feita em classe

econôm ica e com €80 diários para gastar. A viagem em oito anos será de
duas

sem anas, voo em prim eira classe e €200 diários para gastar. E agora? O que

prefere?

Essa pesquisa foi feita com alunos de um a universidade federal brasileira cuj
a

m édia de idade era de 22,3 anos. Na prim eira situação, 81% dos
entrevistados

preferiram viaj ar o quanto antes. Na segunda situação, 78% dos alunos


optaram
por esperar para ter um a viagem m elhor.

Os resultados ilustram a forte tendência que todo m undo tem de gratificação

instantânea. Essa m esm a tendência faz com que as pessoas não descontem
todas

as utilidades futuras a um a taxa constante.

Isso pode levá-lo a pagar j uros enorm es para ter hoj e o carro novo. Além

disso, tarefas que não são m uito agradáveis, m esm o que necessárias, fazem
com

que você deixe sem pre para am anhã o início de um plano de aposentadoria
ou a

poupança para com prar a casa própria. Não perm ita que isso aconteça.

Em quem acreditar?

Enquanto as Finanças Tradicionais e as Finanças Modernas atribuem


decisões

econôm icas som ente aos aspectos puram ente racionais, as Finanças

Com portam entais defendem a existência de influências das em oções e dos

atalhos m entais nas decisões financeiras.

As Finanças Tradicionais dizem que se você se dedicar m uito, poderá

descobrir quando os preços dos ativos estão baratos e quando estão caros.
Para

isso, você pode utilizar a análise dos fundam entos das em presas ou os
gráficos de
preços passados dos ativos.

As Finanças Modernas dizem que você deve investir lentam ente, poupando
um

pouco todo m ês e investindo o dinheiro em um a carteira diversificada de


ativos.

Você deve estar se perguntando: “qual o com portam ento correto? Em quem

acreditar?”.

O interessante de finanças é que nem as tradicionais nem as m odernas


podem

estar 100% corretas, pois suas hipóteses são excludentes, porém , estas
dependem

um a da outra.

Se todos acreditassem que os preços não podem ser previstos, ninguém iria

gastar seu tem po estudando os m ercados e, com isso, as em presas e os


preços

dos ativos iriam flutuar aleatoriam ente. Já se aceitassem a ideia de que os


preços

não estão corretos, todos dedicariam m uito tem po estudando os preços. Se


isso

ocorresse, os preços estariam sem pre corretos, portanto nenhum novo


investidor

teria vantagem em gastar tem po e dinheiro tentando descobrir o preço


correto. O

m elhor a fazer seria com prar qualquer ativo.


Na realidade, é m uito bom que m uitos tentem o tem po todo descobrir
quando

os preços estão errados e que se tente corrigir esses preços com prando e

vendendo ativos. Porém , o investidor não profissional terá chance m uito


pequena

de descobrir um preço errado e, quando descobrir, seu poder de investim


entos

provavelm ente não será suficiente para conseguir um rendim ento que com
pense

os gastos que teve para descobrir essa oportunidade.

Em resum o, se você quer ganhar dinheiro sem m uito risco, invista de form a

passiva, com pre m ensalm ente ações e títulos de em presas de que você
goste e

em que confie. Agindo assim , na aposentadoria você poderá viver com a


divisão

dos lucros dessas em presas ou com os j uros pagos por seus títulos. Mas se
você é

um am ante do risco e se diverte investindo, continue a especular.

Mesm o que você confie nas finanças m odernas, saiba que suas em oções

conspirarão o tem po todo para que não cum pra seu plano de investir um

pouquinho todo m ês sem se preocupar com o m ercado.

Cada vez que você olhar sua carteira de investim entos e notar um bom lucro,

será tentado a vender logo aquele ativo, colocar o dinheiro no bolso e se prem
iar

com um obj eto do consum o desej ado.

Quando com eter um erro, a tendência é que seu cérebro faça tudo para que

você não sofra. Assim , é possível que você logo esqueça que errou. Seu
cérebro

tentará converter a perda em ganho.

Seu sistem a infracortical (o tigre e o j acaré) dirá o tem po todo para você
viver

o m om ento e esquecer o futuro, pois esses sistem as não entendem essa

preocupação desm edida do córtex com o passado e com o futuro.

Por isso, lem bre-se de que o j acaré e o tigre sem pre dirão para você liquidar

seus investim entos na prim eira queda do m ercado ou que você se recom
pense

com os belos lucros de sua carteira, com prando um carro novo para m ostrar
aos

am igos o quanto você é inteligente.

Com o o m ercado financeiro pode aj udar na construção de seu patrim ônio

Considerando que um investim ento constante e diversificado pode, facilm


ente,

fazer o investidor ganhar dinheiro, pergunte-se: por que o m ercado


financeiro

continua sendo um lugar tão hostil para o investidor individual?


Responda com sinceridade: você se considera capaz de ter um rendim ento na

Bolsa de Valores idêntico ao de um investidor que é expert em m ercado

financeiro?

Pois saiba que, segundo as Finanças Modernas, um investidor com um e um

investidor experiente têm chances sem elhantes de ganho especulando no

m ercado de ações. Com o vim os, as Finanças Modernas dizem que um

especialista não pode prever o m ercado.

Ainda assim , é bom levar em conta que, nos bancos e nas corretoras, existem

m ilhares de econom istas, engenheiros e outros especialistas dedicando todos


os

seus dias na busca de entender o m ercado de ações, de descobrir quando os

preços estão errados para conseguir ganhar dinheiro com isso. Você se acha

m ais capaz do que esse tim e de profissionais?

Resum indo: suas chances de ganho no m ercado de ações são m axim izadas
se

você decidir investir em um a carteira diversificada, investir aos poucos e


retirar

tam bém lentam ente. Caso decida tornar-se especulador, saiba que os

com petidores são fortes e preparados. Você vai gastar seu tem po em um a

atividade que prom ete pouco retorno financeiro, m as que algum as pessoas

consideram bastante divertida.


CAPÍTULO 4

Fundos e Clubes de Investim ento

Descubra as m elhores opções para quem está dando os prim eiros passos no

m ercado financeiro

“O que você sabe não tem valor. O valor está no que você faz com o que
sabe.”

– BRUCE LEE, ATOR E DIRETOR.

Unindo forças

No início do capítulo anterior falam os sobre a insegurança que as pessoas

sentem quando com eçam a investir suas poupanças. Verem os agora que um
a

form a de m inim izar as incertezas é optar por não entrar sozinho no m


ercado

financeiro. E você pode fazer isso ingressando em um investim ento coletivo.

Essas m odalidades são adm inistradas por gestoras profissionais de recursos

(em presas de asset management), corretoras e outras instituições autorizadas.


São

associações de aplicadores com um obj etivo com um : adquirir carteira

diversificada de investim entos. E existem algum as diferenças entre fazer


isso

sozinho ou coletivam ente.


Quando você investe seus recursos diretam ente no m ercado, é recom
endável

que acom panhe o desem penho dos diferentes ativos e que estej a bem
inform ado

sobre os m ais diversos assuntos de econom ia e política que possam afetar


seu

investim ento. No entanto, se você investe em conj unto pode se beneficiar


das

oportunidades disponíveis no m ercado sem m uito esforço, um a vez que terá

adm inistradores trabalhando para você.

Outra vantagem é poder participar de m odalidades de investim entos m ais

seletivas (e m ais caras), sem precisar ter m uito dinheiro. Com isso, você
poderá

atuar no m ercado em condições de igualdade com os grandes investidores.

Existem duas form as principais de investim entos coletivos: os fundos e os

clubes de investim ento. Vam os conhecer m ais de perto cada um a delas.

Fundos de investim ento

Quem você acha que consegue m elhores condições no m ercado financeiro:

um investidor que aplica R$ 1 m il ou outro que possui R$ 1 m ilhão? O m


ais

com um é que grandes investidores consigam taxas m elhores do que os


pequenos.

Mas o que você diria se, m esm o dispondo de um pequeno valor, pudesse
obter

as m esm as vantagens de quem investe m uito alto? É exatam ente isso que
os

fundos proporcionam .

Eles são condom ínios que reúnem recursos de um conj unto de investidores,

com o obj etivo de obter ganhos financeiros a partir da com pra de um a


carteira

de títulos ou valores m obiliários. É com o se você e outros m il investidores


iguais a

você tivessem o m esm o poder de quem aplica R$ 1 m ilhão no m ercado, só


que

precisariam dispor de apenas R$ 1 m il, por exem plo.

Todo fundo tem um a instituição que adm inistra seus recursos. O gestor é

responsável pelas aplicações dos recursos do fundo no m ercado, conform e


um

obj etivo e política de investim ento definida pelo fundo.

Você sabia?

Os fundos de investim ento surgiram na Bélgica, no século XIX. Logo depois

propagaram -se pela Holanda, pela Inglaterra e pela França. O prim eiro
fundo

m útuo dos Estados Unidos, o Massachusetts Investor Trust, foi instituído em


1924

e continua em operação. No Brasil, em 1957 foi criado o Crescinco, prim eiro


fundo aberto do País. Esse fundo tinha com o obj etivo investir em proj etos
para o

desenvolvim ento, principalm ente aqueles ligados à nascente indústria

autom obilística brasileira.

Existem m ilhares de fundos de investim ento no m ercado brasileiro. Cada


um

possui política de investim ento e com posição às m ais arroj adas. Os fundos

podem investir em ações, CDBs (títulos de crédito em itidos por bancos),

debêntures, títulos públicos e derivativos.

VALOR MOBILIÁRIO

Expressão que caracteriza papéis e títulos com valores m óveis, com o ações,

títulos da dívida, CDBs, títulos de renda fixa ou variável.

Você pode escolher o fundo que tenha política de investim ento adequada a

seus obj etivos. Mas é indispensável acom panhar os investim entos do fundo
de

tem pos em tem pos, para avaliar se eles continuam atendendo suas
necessidades,

que podem m udar com o passar do tem po.

Os fundos são fracionados em cotas. O patrim ônio de um fundo é a som a de

cotas que foram com pradas pelos investidores. Quando você aplica seu
dinheiro

no fundo, está com prando determ inada quantidade de cotas.

As instituições gestoras inform am o valor das cotas dos fundos nos


principais

j ornais ou na internet. O valor da cota se altera diariam ente, m as a


quantidade de

cotas é sem pre a m esm a – a não ser que você venda, com pre m ais ou que
o

Im posto de Renda sej a recolhido.

Vej a, por exem plo, um fundo que tenha o valor de sua cota estabelecido em

aproxim adam ente R$ 2,25, em 2 de j aneiro de 2013. Se algum investidor

aplicasse R$ 10 m il nesse fundo naquele dia, ele adquiriria cerca de 4.430,42

cotas. Supondo que o fundo obtenha rentabilidade de 1% no m ês de j aneiro,


o

valor de cada cota passaria a ser R$ 2,27 no dia 1o de fevereiro. Assim ,

m ultiplicando esse valor pelo núm ero total de cotas que o investidor possui,
ele

passaria a ter um capital de R$ 10.100 aplicados no fundo.


Custos

Cada fundo tem suas taxas de adm inistração. Além disso, a tributação que

incide sobre seu investim ento tam bém pode variar. Você deve estar atento a

esses valores. A taxa de adm inistração de um fundo é o valor cobrado pelo


gestor

que o adm inistra para pagar por todos os serviços prestados – é o preço que
você

paga pela adm inistração do fundo.

As taxas podem variar de acordo com a instituição e o serviço que ela irá lhe

prestar. Vale dedicar um tem po para pesquisar as opções disponíveis no

m ercado. Considere outros fatores, além do valor cobrado: avalie tam bém a

idoneidade da instituição, os serviços prestados e as características do fundo.

Procure não tom ar sua decisão baseada apenas em um a única inform ação.

Nem tudo são flores

Com o quase tudo na vida, os fundos de investim entos possuem vantagens e

desvantagens. Quando você resolve delegar suas decisões de investim entos a


um

terceiro, está dando a ele um m andato, ou sej a, você diz ao gestor o que ele
pode

ou não fazer com seu dinheiro. A CVM e a Anbim a criam classificações-


padrão

para esses m andatos. Assim , antes de aplicar seu dinheiro, procure saber se
seu

gestor pode ou não aplicar em ações, em renda fixa ou em outras opções.

Mas, infelizm ente, poucas pessoas com preendem e fazem escolha adequada

de qual m andato devem dar ao gestor. Lem bre-se dos princípios das
Finanças

Modernas e da eficiência dos m ercados, que vim os no Capítulo 3. Nenhum


gestor

tem a capacidade de ganhar sem pre, o que ele faz é adequar risco e retorno
para

tentar ganhar m ais, dado um nível de risco preestabelecido.

CVM

Com issão de Valores Mobiliários. É um a entidade que regula o m ercado

financeiro brasileiro e protege os investidores de possíveis irregularidades e

atos ilegais por parte de em presas ou adm inistradores de carteirasde

investim ento.

Acesse www.cvm .gov.br.

ANBIMA

Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

Trata-se de um a entidade de classe que autorregula as atividades de seus

associados com a adoção de norm as rígidas. Mais inform ações no site

www.anbim a.com .br/..


Muitas pessoas pensam que basta escolher um fundo de um grande banco
para

garantir que seu dinheiro sej a bem aplicado, porém isso não é assim tão sim
ples.

Todos os fundos cobram para fazer a gestão do dinheiro. A cobrança é feita

basicam ente de duas form as: taxa de adm inistração e taxa de perform ance.

A taxa de adm inistração é um percentual fixo sobre o patrim ônio do fundo.

Sendo assim , um fundo que cobra 2% ao ano de taxa de adm inistração

descontará 2% de seu patrim ônio anualm ente. Se você tiver, por exem plo,
R$ 10

m il investidos, pagará R$ 200 por ano, independentem ente do desem penho


de seu

gestor. Im agine o quanto você pagará se aplicar seu dinheiro nesse fundo por

períodos longos.

Já a taxa de perform ance norm alm ente se estabelece sobre um referencial

com o o Ibovespa, por exem plo. Sem pre que o gestor supera essa m arca, ele

cobra percentual sobre os rendim entos excedentes. Um grave problem a que

costum a ocorrer é que alguns gestores cobram a taxa de perform ance


quando

superam o obj etivo, m as não devolvem o que cobraram quando o rendim


ento

fica aquém do referencial. Apenas alguns fundos têm políticas de com


pensação
das taxas de perform ance.

Se você avaliar as taxas cobradas, verá que m uitos fundos têm ganhos bem

m enores do que você m esm o poderia conseguir se investisse seu dinheiro

diretam ente, sem depender de um gestor. Isso ocorre principalm ente no caso
de

fundos que aceitam aplicações de pequeno valor.

Dica

Não é razoável pagar m ais de 1% ao ano pela adm inistração do gestor –

considerando as taxas elevadas cobradas pelos fundos brasileiros.

Q uem tem R$ 1 mil para investir, pagaria cerca de R$ 200 se deixasse


seu

dinheiro aplicado por 10 anos em um fundo que cobra 2% ao ano de


taxa de

administração, mesmo que o fundo não tivesse nenhum rendimento no


período.

Você tam bém tem que saber onde o gestor está aplicando seus recursos. A

m aioria dos gestores publica em seus sites a com posição da carteira de

investim entos do fundo. Lá você sabe se o fundo aplica em títulos públicos,


títulos

privados, ações ou instrum entos de derivativos. Se seu gestor não divulgar


onde

está aplicando seu dinheiro, fuj a dele.


Na história recente, tanto no Brasil quanto em países com o os Estados
Unidos,

vários fundos chegaram a perder todo ou quase todo seu patrim ônio. Fundos
que

aplicam em m ercados de derivativos, classificados com o m ultim ercado,


têm

m ais possibilidades de grandes perdas. Por isso, não deixe de avaliar o tipo
de

fundo ideal para seu perfil, ler o prospecto e acom panhar seu fundo de

investim entos. Vej a, a seguir, a classificação dos fundos e identifique o tipo


ideal

para você.

Classificação dos fundos

Curto Prazo: são considerados os m ais conservadores, com cotas m enos

sensíveis às oscilações das taxas de j uros. Investem em títulos públicos


federais

ou privados de baixo risco com prazo m áxim o a decorrer de 375 dias. O


prazo

m édio da carteira é de, no m áxim o, 60 dias. Podem ser títulos de renda fixa,
pós

ou prefixados, e geralm ente sua rentabilidade está atrelada à taxa de j uros


usada

nas operações entre os bancos, o CDI.

Referenciado: os m ais conhecidos são os referenciados DI, que acom


panham

a variação diária das taxas Selic e CDI e se beneficiam em um cenário de alta


de

j uros. Esses fundos investem , no m ínim o, 80% em títulos públicos federais


ou em

títulos de renda fixa privados de baixo risco. No m ínim o, 95% de sua


carteira é

com posta por ativos que acom panham a variação de seu indicador de

desem penho.

Renda Fixa: ao contrário dos fundos Referenciados DI, estes se beneficiam


em

um cenário de redução das taxas de j uros. Aplicam , no m ínim o, 80% de


seu

patrim ônio em títulos de renda fixa prefixados (que rendem um a taxa de j


uro

previam ente acordada) ou pós-fixados (que acom panham a variação da taxa


de

j uros ou um índice de preço).

Multim ercados: com binam investim entos nos m ercados variados com o
renda

fixa, câm bio, ações, entre outros. São fundos com alta flexibilidade de
gestão, por

isso dependem m ais do talento do adm inistrador na escolha do m elhor m


om ento
de selecionar os ativos da carteira e decidir o percentual do patrim ônio que
será

investido em cada um dos m ercados.

Ações: m ais indicados para investim entos de longo prazo. São fundos que

investem , no m ínim o, 67% de seu patrim ônio em ações negociadas em


Bolsa.

Dessa form a, estão suj eitos às oscilações de preços das ações que com põem
sua

carteira. Alguns fundos dessa classe têm com o obj etivo de investim ento

acom panhar a variação de um índice do m ercado acionário, tal com o o

Ibovespa, IBrX 50 ou IBrX 100.

Cam bial: esses fundos m antêm , no m ínim o, 80% de seu patrim ônio
investido

em ativos que sej am relacionados à variação de preços de um a m oeda

estrangeira ou a um a taxa de j uros (cupom cam bial). Os m ais conhecidos


são os

fundos Cam biais Dólar, que seguem a variação da cotação da m oeda norte-

am ericana. Com o estão suj eitos aos custos de taxa de adm inistração, Im
posto de

Renda e variação da taxa de j uro, esses fundos não refletem exatam ente a

cotação da m oeda estrangeira em questão.

Dívida Externa: aplicam , no m ínim o, 80% de seu patrim ônio em títulos


brasileiros negociados no exterior. Os 20% restantes podem ser aplicados em

outros títulos de crédito transacionados no m ercado internacional.

Investim ento im obiliário: Investem em em preendim entos im obiliários,


com o

edifícios com erciais, shopping centers e hospitais. O retorno do capital


investido

se dá por m eio da distribuição de resultados (com o aluguel pago, por exem


plo)

ou pela venda de cotas. Além da oscilação do m ercado financeiro, esses


fundos

tam bém são afetados pela redução da taxa de ocupação im obiliária e queda
de

preço dos im óveis.

Há ainda os fundos de Previdência e fundos de Índices (ETFs), que verem os

em detalhes nas próxim as páginas.

Fonte: Com issão de Valores Mobiliários (CVM). Para m ais detalhes,


consulte o

site da Anbim a http://www.com oinvestir.com .br/.

Sempre leia o prospecto do fundo antes de investir.

Saiba m ais

A econom ia brasileira passou por períodos de inflação, indexação da

econom ia e choques econôm icos entre as décadas de 1980 e 1990. Nessa


época,
a indústria de fundos praticam ente não cresceu no País. Até 1992, os fundos
de

investim ento possuíam data de aniversário no lugar de liquidez diária.


Naquele

ano, surgiu o Fundo de Com m odities, considerado o precursor dos Fundos


DI.

Esses fundos ofereciam rentabilidade diária após 30 dias, indexada ao


Certificado

de Depósito Interbancário (CDI). Em 1995, a criação do Fundo de Investim


ento

Financeiro trouxe m ais flexibilidade para a criação de estratégias de


aplicação e

estabeleceu um divisor de águas na indústria de fundos.

Resum indo, existem fundos m uito bons e fundos m uito ruins. Infelizm ente,
aos

aplicadores de pequenas quantias, norm alm ente são oferecidos os piores


fundos.

Se esse é o seu caso, um a alternativa é fazer aplicações diretas em ações ou

títulos públicos, conform e dem onstrarem os nos próxim os capítulos.

O im portante é ter cautela, pois aplicar em um fundo não é garantia de ganho

seguro.

Para saber m ais sobre seu fundo busque o portal do investidor -

www.portaldoinvestidor.gov.br/ - m antido pela CVM com o intuito de dar


transparência e fornecer inform ações sobre o m ercado financeiro. No link

http://consultafundos.portaldoinvestidor.gov.br/swb/ você pode ter inform


ações detalhadas sobre o desem penho e a com posição da carteira do seu
fundo de

investim entos.

Fundos de previdência

Os fundos de previdência tam bém são um tipo de fundo de investim ento,


com

a diferença de que seus recursos destinam -se especificam ente à acum ulação
de

renda para a aposentadoria.

INFLAÇÃO

Aum ento persistente dos preços que resulta em perda do poder aquisitivo da

m oeda.

Eles podem ser patrocinados por em presas, que oferecem os planos a seus

trabalhadores (são os cham ados fundos fechados ou fundos de pensão) ou


podem

ser com prados por qualquer pessoa interessada que procure um a seguradora
ou

outra instituição que os ofereça (esses são os fundos abertos).

Antes de aderir a um fundo de previdência aberto, preste bastante atenção.

Você deve lem brar de que essa é um a decisão im portante, com im plicações
de
longo prazo e que pode afetar toda a sua vida.

Nada im pede que você acum ule renda para sua aposentadoria adquirindo

qualquer outro tipo de fundo de investim ento. Até porque os fundos de

previdência tam bém têm seus rendim entos tirados a partir de aplicações em

fundos de renda fixa, fundos de ações, fundos cam biais, fundos im obiliários
e

m ultim ercados.

Assim com o outros fundos, os de previdência tam bém cobram taxa de

adm inistração. Mas, nos planos de previdência com plem entar, a taxa de

adm inistração com preende ainda a taxa de gestão financeira, o que pode

aum entar o valor que você paga – e dim inuir seus ganhos.

Alguns fundos tam bém cobram taxa de carregam ento sobre a contribuição
do

segurado para cobrir as despesas adm inistrativas, de corretagem e de


colocação

do plano. A cobrança m áxim a perm itida pela lei é de 10% de carregam ento
para

os planos estruturados na m odalidade de contribuição variável. Você deve


evitar

ao m áxim o pagar taxas de carregam ento. Procure com cuidado e você

encontrará bons fundos que não cobram taxa de carregam ento ou que
devolvem
a taxa cobrada se você perm anecer investindo no fundo por longo período.

Com o as aplicações de fundos de previdência norm alm ente são feitas a


prazos

m uitos longos, os custos são extrem am ente im portantes. Em alguns


fundos, o

valor das taxas pode significar custos de m ais de 30% de toda a poupança

acum ulada em períodos superiores a 20 anos.

Existem dois tipos principais de fundos de previdência, o Plano Gerador de

Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Em

com um , os dois perm item o acúm ulo de recursos por prazo determ inado.

Durante esse período, suas aplicações são alocadas pela seguradora em cotas
de

fundo de investim ento. Você recebe os rendim entos das aplicações


financeiras

integralm ente, sem garantia de lucratividade m ínim a. A taxa de carregam


ento

norm alm ente é de até 5% a 10% nos planos tradicionais e no PGBL ela gira
em

torno de 2%.

Vej a as principais diferenças entre o PGBL e o VGBL.

PBGL

VGBL
O público-alvo

é:

Pessoas físicas

isentas do

Imposto de

Voltado para

Renda ou que

pessoas físicas declaram no

que declaram

formulário

Imposto de

simplificado;

Renda no

Investidores

formulário

que querem

completo.

fazer

aplicações em

longo prazo;
Investidores

que já têm um

PGBL.

É um plano de

Tem por

previdência

objetivo a

privada que

formação de

oferece

fundo de

cobertura para

investimento

morte e

para garantir a

invalidez.

aposentadoria

Permite resgate

complementar.

dos valores
aplicados.

O benefício

fiscal é limitado

a 12%

Não oferece

da renda bruta

benefício

no ano sobre as fiscal.

contribuições

pagas.

O Imposto de

Renda incide

O Imposto de

sobre o

Renda incide

recebimento

apenas sobre os

total do

rendimentos.

benefício.
O resgate pode O primeiro

ser feito a cada resgate pode

60 dias. Você

ocorrer entre

também pode

dois meses e

sacar de uma só em até dois

vez ou

anos. Depois, a

transformar o

retirada pode

montante em

ser feita a cada

renda mensal.

60 dias.

Sej a sua escolha pelo PGBL ou VGBL, o im portante m esm o é entender a

estrutura de um fundo de previdência. Antigam ente, existiam os fundos de

previdência cham ados de “benefício definido”. Neles, o participante definia


um

percentual fixo de seu salário, que era depositado m ensalm ente. Quando o
participante se aposentava, ele tinha garantido o recebim ento, por todo seu

período de vida, de um a renda que geralm ente era equivalente a seu últim o

salário ou a um percentual desse salário.

Os atuários, profissionais que calculam a expectativa de vida m édia de um

grupo, avaliavam quanto o fundo precisava ter para sustentar todos os

participantes até o final de suas vidas, garantindo a tranquilidade financeira.


Claro

que calcular quanto tem po um a pessoa tem de vida é tarefa im possível. Mas

calcular quanto tem po em m édia um grande grupo de pessoas viverá não é

tarefa assim tão com plexa – e é exatam ente isso que fazem os atuários.

Isso funcionou bem durante algum tem po, m as, com os avanços da m
edicina,

vieram as exceções. Hoj e nossa expectativa de vida é cada vez m aior, ano
após

ano. E o que aconteceu aos fundos? Vários deles tiveram problem as, porque
sua

poupança acum ulada j á não era suficiente para sustentar a todos os


participantes

até o final da vida.

Foi então que os gestores viram que é m uito difícil garantir um a renda
definida

aos participantes do fundo. Partiram então para um a m odalidade de contrato


que
não garantisse renda vitalícia definida, ou sej a, fundos em que o participante
não

tivesse a renda definida de aposentadoria no m om ento da adesão ao plano. E

com o a m aioria das pessoas se negaria a com prar fundos cham ados de

“benefício indefinido”, foram criados os planos de “contribuição definida”.

Esses planos funcionam da seguinte m aneira: m ês a m ês você aplica parte


de

seu salário para ser adm inistrado por um gestor do fundo. O gestor vai
investindo

esse dinheiro e criando um pecúlio, que é sua poupança. No dia da


aposentadoria,

você procura o gestor do fundo. Só então será calculado o valor da renda que

você poderá retirar m ensalm ente para poder viver.

Existem algum as seguradoras que negociam um a renda vitalícia. Vam os

pensar, com o exem plo, no caso de um hom em de 70 anos que resolva se

aposentar e procure um a seguradora para com prar um a renda vitalícia. O

atuário da seguradora verificará o perfil daquele cliente e definirá um a tábua


de

m ortalidade adequada para o grupo daquele participante.

Supondo que ele m ore no sul ou sudeste do Brasil, pertença à classe A ou B


e

goze de boa saúde, é provável que o atuário escolha a tábua de m ortalidade


AT2000. Segundo essa tabela, esse hom em viverá m ais 15 anos e 10 m eses.

É claro que é difícil precisar o quanto esse hom em viverá, m as é possível


fazer

a m édia de expectativa de vida de m il hom ens que estej am na m esm a


situação

que ele. E, em m édia, esses hom ens devem viver até os 85 anos e 10 m eses.

Alguns m orrerão antes; outros se tornarão centenários.

Quando negocia a renda vitalícia com a seguradora, o participante abre m ão

de deixar herança a seus descendentes. Quando ele m orrer, sua poupança


será

usada para gerar renda àqueles que viverem m ais. Em outra m odalidade, o

participante pode escolher um percentual m ensal de retiradas. Na data em


que

ele m orrer, o que sobrar de seu pecúlio irá para seus descendentes.

Porém , se ele viver m ais e seu pecúlio acabar, ele pode ter sérios problem as

no final da vida.

QUAL A EXPECTATIVA DE VIDA EM ANOS SEGUNDO A

AT2000

Idade

1
2

Homens 80,1 79,3 78,3 77,4

Mulheres 84,34 83,49 82,56 81,59

Idade

10

11

12

13

Homens 70,5 69,6 68,6 67,6

Mulheres 74,69 73,70 72,71 71,72

Idade

20

21

22

23

Homens 60,8 59,9 58,9 57,9

Mulheres 64,82 63,84 62,86 61,88

Idade

30
31

32

33

Homens 51,2 50,3 49,3 48,3

Mulheres 55,04 54,06 53,08 52,11

Idade

40

41

42

43

Homens 41,6 40,6 39,7 38,7

Mulheres 45,30 44,33 43,36 42,39

Idade

50

51

52

53

Homens 32,3 31,4 30,5 29,6

Mulheres 35,71 34,77 33,84 32,90

Idade
60

61

62

63

Homens 23,6 22,8 22,0 21,2

Mulheres 26,53 25,64 24,76 23,89

Idade

70

71

72

73

Homens 15,8 15,1 14,4 13,7

Mulheres 18,02 17,22 16,43 15,65

Idade

80

81

82

83

Homens

9,5
9,0

8,5

8,1

Mulheres 10,70 10,08 9,48 8,90

Idade

90

91

92

93

Homens

5,4

5,1

4,8

4,5

Mulheres 5,62 5,27 4,94 4,65

Os planos de previdência atuais nada m ais são do que fundos de investim


entos

adm inistrados por um gestor contratado visando form ar um a poupança,


que,

nesse caso, é cham ada de pecúlio. O fundo visa perm itir que, no futuro, os

participantes consigam viver da renda dessa poupança.


Para pessoas m uito organizadas, m elhor do que aderir a um plano de

previdência é criar um sistem a próprio de acum ulação, ou sej a, m ensalm


ente a

pessoa pode aplicar um a quantia para criar reserva que lhe perm ita se
aposentar

no futuro.

Mas atenção: antes de criar esse sistem a independente, é bom você se

assegurar de que é um a pessoa bastante m etódica, disposta a alocar um tem


po

para estudar o m ercado financeiro, capaz de poupar todos os m eses e tam


bém de

m anter um seguro de vida, caso tenha dependentes. Com o existem poucas

pessoas com o perfil, para a m aioria a adesão a um bom plano de previdência


é

um a decisão extrem am ente acertada.

Em geral, vale a pena aderir a um plano de previdência nas seguintes

situações:

1. Se você tem algum benefício fiscal ao investir (para aqueles que

declaram no form ulário com pleto do Im posto de Renda).

2. Se a em presa em que você trabalha aj uda com um a parte dos depósitos.

3. Se, com o a m aioria das pessoas, você não tem disciplina rígida para
estudar o m ercado e ter autocontrole para fazer depósitos m ensais regulares

em um plano pessoal de poupança com obj etivos de aposentadoria.

Existem algum as pessoas que aderem a um plano de previdência e acabam

pedindo dinheiro em prestado ao banco quando se desorganizam financeiram


ente.

Acabam pagando um a taxa de j uros no cheque especial oito a dez vezes


superior

ao rendim ento que conseguem com sua poupança, no fundo de previdência.

Outras pessoas aderem a um plano, resolvem sacar o dinheiro antes do


período

de carência e têm , então, que pagar m ultas pela saída antecipada.

Reflita bastante antes de aderir a um plano. Não com pre por im pulso.
Consulte

especialistas certificados1 ou converse com pessoas de sua confiança. Saiba

tam bém que o gerente do banco é com issionado para lhe vender o fundo.

Desconfie de seus conselhos.

Mesm o sabendo que você pode conseguir m elhor rendim ento aplicando por

conta própria do que aderindo a um plano de previdência, saiba que você terá

grande dificuldade para cum prir um plano de depósitos m ensais constantes.

Lem bre-se do desconto hiperbólico que vim os no capítulo 3. É m uito fácil


decidir

aplicar um percentual do seu salário nos próxim os m eses, m as é m uito


difícil

aplicar todo m ês nesse fundo para aposentadoria. Seus sistem as


infracorticais

irão tentar sabotar seus planos de investir para um futuro longínquo.

Você terá que travar um a enorm e batalha com seu “j acaré” interior cada
vez

que tiver de tom ar a decisão de transferir um valor da sua conta-corrente para

um a aplicação financeira.

Sabendo de que o j acaré m uitas vezes é m ais rápido do que o hom em


racional,

representado pelo nosso córtex pré-frontal, se você não estiver absolutam


ente

seguro de que é organizado e racional, talvez sej a um a boa alternativa aderir


a

um plano de previdência que exij a depósitos m ensais autom áticos e m ultas


para

retiradas antes do prazo definido.

1, 3, 6, 9... E PRONTO!

Juntos, esses núm eros são um conj unto fundam ental para assegurar um a

aposentadoria tranquila. É que, infelizm ente, poucas pessoas se preparam

adequadam ente para a velhice. Em geral, passam anos im aginando que o

m om ento ainda está distante e, lá pelos 40, apavoram -se e sentem que está
tarde
para pensar no problem a. Mesm o quem j á contribui ou está decidido a com
eçar

tem dúvidas se está no cam inho certo ou se está poupando o suficiente.

“1, 3, 6, 9” 2 é j ustam ente o nom e de um a m etodologia desenvolvida pela

equipe de educação para investidores do Itaú Unibanco, sob coordenação de

Martin Iglesias, para aj udar a solucionar essas dúvidas. Cada núm ero
significa a

quantidade ideal de anos em salários poupados até as idades de 35, 45, 55 e


65

anos, respectivam ente.

Isso quer dizer que, aos 35 anos, o trabalhador precisa ter o equivalente a um

ano de salário em algum a aplicação financeira. Aos 45, precisa ter três anos
de

salários poupados. Aos 55, seis anos e, aos 65, pelo m enos nove anos de
salários

para se aposentar com essa idade e assegurar o m esm o padrão de vida que

m anteve enquanto trabalhava.

Muitas pessoas se assustam ao descobrir que a poupança para aposentadoria

está abaixo do valor ideal para a idade que têm . Por essa razão, a equipe do
Itaú

Unibanco criou outra regra: se você tem entre 25 e 40 anos e ainda não com
eçou

a poupar, deve guardar o equivalente a sua idade m enos o núm ero 15. Ou
sej a,

quem tem 30 anos deve poupar 15% da renda (30-15) até a aposentadoria.

Já quem está com 45 anos e ainda não com eçou a se planej ar precisa poupar
o

equivalente à idade m enos 10 e quem está com 50 anos precisa poupar um

percentual igual à idade que tem , até a hora de se aposentar. Pessoas que

estiverem fora dessa curva ou que acharem que não vão conseguir poupar o

valor recom endado devem buscar aj uda de um especialista para um a


avaliação

m ais precisa.

Com eçar a cuidar da aposentadoria aos 25 anos é um a tarefa sem elhante a


um

passeio no parque. Aos 45, é com o subir ao cam po de base do Aconcágua e,


após
os 55, é com o escalar o próprio Aconcágua, com seus quase sete m il m etros
de

altitude. Que tal com eçar agora?

ETFs

Exchange Traded Funds (ETF) são fundos com cotas negociadas na bolsa de

valores. Ao investir em um ETF, você está aplicando em um fundo e adquire

um a carteira de ações de diferentes com panhias. É possível acessar essa


opção

diretam ente, com prando as cotas dos ETFs na bolsa. Para resgatar o
dinheiro,

basta vendê-las através do m esm o procedim ento. Essas operações só podem


ser

realizadas através de corretoras de valores. Nesse sentido, os ETFs funcionam

com o as ações, que conhecerem os em detalhes no capítulo 6.

Esses fundos têm baixo custo de adm inistração, pois o gestor não precisa

com prar ou vender os ativos a cada depósito ou saque. Além disso, o gestor
não

tenta ganhar m ais do que a m édia do m ercado, apenas busca acom panhar
um

determ inado índice de ações. Sabe as Finanças Modernas que vim os no


capítulo

4? As ETFs são o exem plo prático dessa teoria. É a cham ada gestão passiva
da
carteira. A vantagem para o investidor é a previsibilidade do retorno em
relação

ao índice que cada ETF busca replicar.

Existem duas m arcas com erciais m ais conhecidas de gestão de ETFs, It


Now e

iShares. Elas são geridas, respectivam ente, pelo Banco Itaú e pela Black
Rock

Brasil.

Sob a m arca It now estão agrupados seis ETFs:

1. FIND11: baseado no Índice Financeiro, com posto pelas ações dos

principais bancos e em presas financeiras. A taxa de adm inistração é de

0,60% a.a.

2. ISUS11: baseado no Índice de Sustentabilidade Em presarial (ISE), reflete

o retorno de um a carteira com posta por ações de em presas com prom etidas

com a responsabilidade social e sustentabilidade em presarial. A taxa de

adm inistração é de 0,40% a.a.

3. GOVE11: com posto pelas ações do índice de governança corporativa, que

seleciona as em presas que têm práticas de gestão transparentes e igualitárias

no tratam ento com acionistas. A taxa de adm inistração de 0,50% a.a.

4. MATB11: baseado no índice de m ateriais básicos, com posto pelas

em presas produtoras de m atéria-prim a para outras indústrias, com o, por


exem plo, em presas de m ineração, siderurgia, celulose e papel, quím icas,

entre outras. A taxa de adm inistração é de 0,50% a.a.

5. DIVO11: baseado no índice de dividendos, que é com posto por em presas

que se destacaram pela m aior rem uneração aos acionistas na form a de

dividendos ou j uros sobre capital próprio. A taxa de adm inistração é de

0,50% a.a.

6. PIBB11: baseado no Índice Brasil – 50 (IBrX-50), que m ede o retorno das

50 em presas m ais negociadas na bolsa. Tem um a das m enores taxas de

adm inistração do m undo: 0,059% a.a. O PIBB11 foi prem iado com o o
ETF

m ais eficiente das Am éricas em 2010 e 2011, pelo

exchangetradedfunds.com , um site dedicado a acom panhar ETFs do m undo

todo.

Já sob a m arca iShares estão agrupados oito ETFs:

1. BOVA11: baseado no Ibovespa, que contem pla as ações que representam

80% do volum e negociado na BM& FBOVESPA. A taxa de adm inistração


é

de 0,54% a.a.

2. BRAX11: baseado no IBrX-Índice Brasil – 100 (IBrX-100), que m ede o

retorno de um investim ento em um a carteira teórica com posta por 100

ações selecionadas entre as m ais negociadas na BM& FBOVESPA em


term os de liquidez. A taxa de adm inistração é de 0,54% a.a.

3. MILA11: baseado no índice BM& FBOVESPA MidLarge Cap, que m ede

o retorno de um investim ento em um a carteira com posta pelas ações

em itidas pelas com panhias com os m aiores valores de capitalização, as

cham adas blue chips. A taxa de adm inistração é de 0,54% a.a.

4. SMAL11: baseado no índice BM& FBOVESPA Sm all Cap, que m ede o

retorno de um investim ento em um a carteira com posta pelas ações em itidas

pelas com panhias com os m enores Valores de Capitalização listadas na

Bolsa. A taxa de adm inistração é de 0,69% a.a.

5. CSMO11: baseado no índice BM& FBOVESPA de Consum o, que m ede


o

retorno de um investim ento em um a carteira com posta pelas ações das

em presas representativas dos setores de consum o cíclico e não cíclico. A

taxa de adm inistração é de 0,69% a.a.

6. ECOO11: baseado no Índice Carbono Eficiente (ICO2), que é com posto

por em presas que fazem parte do IBrX-50 e que controlam ou reduzem

em issão de gases causadores do efeito estufa. A taxa de adm inistração é de

0,38% a.a.

7. MOBI11: baseado no índice BM& FBOVESPA Im obiliário, que é

com posto por em presas de construção civil, interm ediação im obiliária e


exploração de im óveis. A taxa de adm inistração é de 0,69% a.a.

8. UTIP11: baseado no índice de Utilidade Pública, com posto por em presas

representativas do setor, principalm ente energia elétrica, saneam ento e gás.

A taxa de adm inistração é de 0,69% a.a.

Mas, com o j á vim os, nem tudo são flores. Infelizm ente os ETFs não
contam

com a isenção de Im posto de Renda para vendas de até R$ 20 m il m ensais,


com o

ocorre com as ações.

1 Você pode obter um a lista dos Planej adores Financeiros Certificados no


site

www.ibcpf.org.br.

2 Para saber m ais sobre essa m etodologia, assista ao vídeo explicativo:

http://y outu.be/vfnuIC8ZRrc e acesse o site www.itau.com .br/invista.

Com o criar um a carteira própria de previdência

Lem bre-se da regra dos 70 que foi m ostrada no Capítulo 3. Calcule 70 m


enos a

sua idade para descobrir o quanto investir em ações. Se você tiver 30 anos,
vai

encontrar com o resultado um percentual de 40%. Então, m ensalm ente, pode

direcionar 40% de sua poupança para com prar cotas do PIBB11. Isso
significa
que você com prará um a carteira de ações diversificada, com posta por
papéis de

50 em presas. O restante de sua poupança você pode direcionar para títulos

públicos, que verem os no próxim o capítulo, e para im óveis que lhe


garantam

rendim ento futuro.

Vej a m ais em www.itau.com .br/itnow

Você sabia?

Apesar de ainda serem novidade, os ETFs j á têm um a história de sucesso

internacional. A prim eira tentativa de estruturar um fundo com as


características

dos atuais ETFs foi feita nos Estados Unidos, m as um processo aberto pela

Chicago Mercantile Exchange conseguiu suspender a com ercialização de


cotas

em território am ericano. Depois dessa tentativa frustrada, o prim eiro fundo


de

ETF foi autorizado a operar na Toronto Stock Exchange, no Canadá, em


1990.

Percebendo a viabilidade econôm ica do produto, a Am erican Stock


Exchange

conseguiu autorização da Com issão de Valores Mobiliários am ericana para

lançar seu prim eiro ETF, em j aneiro de 1993. A partir de então, o produto

desenvolveu consideravelm ente e hoj e m ais de 750 fundos diferentes


operam

nos Estados Unidos. As negociações de suas cotas representam atualm ente m


ais

de 20% do volum e negociado em bolsa.

No Brasil, a instrução CVM 359, de 22 de j aneiro de 2002, abria a


possibilidade

de existência de fundos ETFs, porém foi só em agosto de 2004 que o Banco

Nacional de Desenvolvim ento Econôm ico e Social (BNDES), em conj unto


com

o Itaú, lançou o prim eiro ETF nacional: o PIBB11. A traj etória do PIBB11
tem

sido de extrem o sucesso, com desem penho praticam ente idêntico ao do


índice

que ele se propõe a acom panhar. Vej a o gráfico:


Quem tivesse investido R$ 100 em PIBB 11 em 2004 teria no dia 31 de

dezem bro de 2012 R$ 346,81. O valor corrigido pelo IBRX50 é de R$


345,72 e,

pelo IBOVESPA, de R$ 285,93.

Clubes de investim ento

É um a aplicação financeira criada por um grupo de pessoas que desej am

investir seu dinheiro em ações. Essas pessoas costum am ter algum a


afinidade:

podem ser em pregados de um a m esm a em presa, professores, m


etalúrgicos,

m édicos, universitários, donas de casa, m oradores de um condom ínio,

aposentados e assim por diante.

Assim com o os fundos, os clubes de investim ento tam bém possuem um

adm inistrador, que pode ser algum a corretora de valores credenciada na

BM& FBovespa ou m em bros do próprio clube.

Para quem quer com eçar no m ercado de ações, os clubes costum am ser um

bom cam inho. Vej a as principais vantagens de se participar de um clube de

investim ento:

› Você pode influenciar a gestão da carteira – se você optar por um fundo,


sua

participação na gestão dos investim entos será bem m ais restrita.


› Qualquer pessoa pode aplicar, m esm o que não tenha alto valor de recursos.

São, no m ínim o, três e, no m áxim o, 150 participantes. Quando os clubes


são

criados por pessoas com elo em com um com o funcionários de um a em


presa,

por exem plo, não é estipulado lim ite de participantes.

› A carteira é m ais flexível e bastante diversificada, podendo ser aj ustada a


seu

perfil e ao de seus colegas investidores.

› A taxa de adm inistração é m ais baixa porque a estrutura de gestão é m ais

sim ples que a de um fundo.

› Os custos são m enores, pois não há encargos com auditorias e fiscalização


da

CVM.

O participante do clube recebe um extrato, sem elhante ao bancário, com toda

a m ovim entação do clube. O extrato contém inform ações, com o o valor do

patrim ônio do clube, o núm ero de cotas, o valor da cota, o rendim ento da
cota no

período, a participação do acionista no total do clube.

Você tam bém pode m ontar seu próprio clube de investim ento.

Vej a com o é fácil:

1. Procure um a corretora de valores. O site da BM& FBovespa


(www.bm fbovespa.com .br) traz um a listagem de todas as credenciadas.

Essas instituições dão todas as orientações sobre com o criar o clube e

tam bém orientam na escolha das ações a serem com pradas. Todas as

decisões do clube serão concretizadas por m eio da corretora que você

escolher.

2. Defina a quantidade e o valor de cada cota do clube. Os participantes

decidem quantas cotas cada um tem que com prar e quanto dinheiro cada

m em bro pode investir no clube. Ninguém pode ter m ais de 40% das cotas.

3. Prepare o estatuto do clube com o auxílio da corretora. Cada participante

do clube preenche um cadastro e anexa cópia de seus docum entos. Esses

dados devem ser enviados à BM& FBovespa.

4. Se tudo estiver correto, o Clube é registrado na

BM& FBovespa e, depois, na Receita Federal. A partir de então, vocês

podem com eçar a operar. Os m em bros do clube decidem onde o dinheiro

será aplicado, com a assessoria da corretora, que realizará a transação. De

tem pos em tem pos o clube de investim entos faz um a assem bleia para

decidir as novas estratégias de aplicação. O participante que quiser sair do

clube pode fazer isso no m om ento em que desej ar; basta com unicar à

corretora. O valor recebido em cada cota é pago em quatro dias, referente

ao preço do dia seguinte ao do pedido de desligam ento.


Fonte: BM& FBovespa.

Para ter vantagens fiscais, os clubes de investim ento devem seguir as regras

estipuladas pela Com issão de Valores Mobiliários (CVM). Para pagar apenas

15% de Im posto de Renda, por exem plo, é necessário que o clube tenha
67% do

patrim ônio investido em ações. Os clubes tam bém podem investir 49% do
seu

patrim ônio em fundos de renda fixa ou títulos públicos e até 30% do patrim
ônio

no m ercado futuro.

A principal vantagem de se aderir a um clube de investim entos é o aspecto


do

aprendizado que ele pode gerar. Os bons clubes são aqueles em que os

participantes tom am parte nas discussões e decisões de investim entos.


Quando a

gestão é terceirizada, o aspecto de aprendizagem é com prom etido.

Dica

Muitas corretoras ou gestoras de recursos oferecem cotas em clubes de

investim entos em que as próprias instituições decidem onde e com o aplicar.

Nesses grupos, as pessoas não se conhecem e não se encontram para tom ar


as

decisões. Os gestores cobram um a taxa de adm inistração para gerir os


investim entos. Então, o clube passa a ser m uito parecido com um fundo de

investim entos em ações, só que m enos fiscalizado.

Alguns gestores costum am m ovim entar dem ais a carteira, com prando e

vendendo ações constantem ente. Isso gera m uitas taxas de corretagens, que

algum as vezes são divididas entre os gestores e as corretoras.

Os clubes de investim entos são m uito bons quando se transform am em um


a

com unidade de aprendizagem m útua para os participantes, quando todos


estão

j untos e estudando as decisões a serem tom adas. Se apenas um pequeno


grupo

tom ar as decisões é porque o clube não está cum prindo suas funções. Nesse
caso

o m elhor a fazer é dissolver o clube e cada um cuidar do seu dinheiro de


form a

individual ou entregar a gestão para um profissional em um fundo de

investim entos

MERCADO FUTURO

Mercado futuro | Com pra e venda de contratos de com m odities, ou ativos

financeiros, realizadas em pregão para liquidação em data futura prefixada.

Dica

Os clubes que incentivam investim entos m ensais regulares, e não de um a só


vez, proporcionam m elhores resultados, dim inuindo os riscos!

No Capítulo 6 você encontrará m ais dicas de com o investir em ações, tanto

para o caso de você entrar na Bolsa de Valores sozinho quanto no caso de


optar

por aderir a um clube de investim ento.

CAPÍTULO 5

Investim entos em Renda Fixa

Aprenda a com prar títulos da dívida, perca o m edo de investir e com ece j á
a

acum ular seu patrim ônio

“Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador


solitário

construiu a arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.”

– LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO, ESCRITOR.

Sem m edo de investir

Muitas vezes nos referim os a gastos com o sendo investim entos porque

acham os que determ inada despesa traz algum tipo de retorno para nós, sej a
em

term os pessoais, sej a em term os profissionais. Assim , é com um ouvir um


pai

dizer que, ao com prar um pacote de viagem para a fam ília, está fazendo um
investim ento. O pai pensa, logicam ente, nos benefícios em term os da
experiência

de vida que a viagem pode proporcionar. O conceito m ais preciso de

investim ento, porém , é outro. Para a econom ia, investim ento é apenas
aquilo que

traz retorno financeiro.

Claro que viaj ar pode ser um excelente destino para seu dinheiro. Gastar não
é

ruim . O principal m otivo para ganhar dinheiro é poder gastar, m as gastar


não é

investir.

Dessa form a, o obj etivo de se investir vai além do que sim plesm ente m
anter

seu patrim ônio. Significa m ultiplicá-lo. Com o vim os nos Capítulos 2 e 3,


isso é

possível por m eio da poupança, que nada m ais é do que a sem ente de sua
árvore

do dinheiro. Porém , só ter a sem ente não resolve; você precisa plantar essa

sem ente em terra boa, ou sej a, para fazer essa poupança-sem ente frutificar,
é

preciso investir seu dinheiro. Fazer sobrar possibilita que você realize

investim entos capazes de render j uros – e lucros. É um a form a de fazer o

dinheiro trabalhar para você, em vez de o contrário.


Talvez você estej a pensando: “ah, m as isso não é para m im . É arriscado

dem ais e eu tam bém não sou rico.” Não se preocupe. Isso é norm al. Todos
nós

tem os m edo daquilo que nos é desconhecido. Mas nem tudo que não
conhecem os

representa necessariam ente um perigo, não é verdade?

Tendo isso em m ente, este capítulo foi especialm ente elaborado para você

desm itificar m uitos de seus conceitos sobre o assunto. Você entenderá que é

possível fazer aplicações sem ter rios de dinheiro ou se expor a riscos


elevados.

Agora que você j á aprendeu a se organizar financeiram ente e a poupar, verá

novas alternativas de investim entos disponíveis no m ercado e será capaz de

identificar qual delas se enquadra em seu perfil. Diferentem ente do Capítulo


1,

que coloca a você o desafio de se conhecer m elhor, a proposta neste m om


ento é

outra: conheça o m ercado financeiro e se beneficie disso!

Investir é uma forma de fazer o dinheiro trabalhar para você.

Existem diversos tipos de investim ento. Um dos m ais conhecidos e


utilizados é

a com pra de um im óvel, que pode gerar lucro por m eio de sua valorização
ou

aluguel. No capítulo anterior, vim os as aplicações coletivas, com o fundos de


investim entos, planos de previdência e clubes de investim entos. Outra form
a, um

pouco m enos popular, são as aplicações financeiras que você pode fazer

diretam ente, isso é, sem a interm ediação de um gestor de investim entos.


Entre

essas, pode-se incluir a com pra de títulos e ações.

Os investim entos realizados no m ercado financeiro geralm ente são


divididos

em duas categorias: renda fixa e renda variável. A prim eira refere-se a títulos

em itidos pelo governo ou por um a em presa, e a segunda, a ações. Ao


realizar a

com pra dos papéis de renda fixa, você está, na verdade, em prestando
dinheiro

para seu em issor, que o pagará com j uros no dia do título. Já ao adquirir
ações,

você está com prando pedacinhos da propriedade de um a em presa, que pode


ter

lucros e dividir isso com você (dividendos) ou ter suas ações valorizadas.

RISCO

Quanto que um retorno pode variar ao longo do tem po. Risco em finanças

não é a possibilidade de algo dar errado, m as a variação ou volatilidade dos

possíveis resultados de um a aplicação. Assim , risco pode ser a possibilidade

de você perder ou ganhar m uito dinheiro.


MERCADO FINANCEIRO

Sistem a com posto por instrum entos financeiros responsáveis pela troca de

recursos entre pessoas, em presas e governos, equilibrando as necessidades

de cada um .

Os investim entos de renda fixa podem ter seu ganho dim ensionado no

m om ento da aplicação, ao contrário dos ativos de renda variável, cuj o


retorno
não pode ser estim ado no instante da com pra. Assim , as aplicações em
renda

fixa são m ais estáveis que as de renda variável e, por isso, são consideradas
m ais

conservadoras, ou sej a, de m enor risco.

Com o vim os nos capítulos anteriores, o risco, nesse caso, está associado à

volatilidade, ou sej a, a quanto um investim ento sobe e desce de preço ao


longo do

tem po. Se você aplicar R$ 1 m il em ações, a cada dia verá um valor


diferente de

seus investim entos. Já se aplicar em um título de dívida, raram ente terá


grandes

flutuações no valor de sua aplicação.

Os derivativos são outro tipo de investim ento. Tratam -se de ativos em que o

preço deriva de outro ativo; por exem plo: o direito de com prar ou vender
um a

ação ou um a saca de soj a por determ inado preço em data futura.

Além dos fundos de investim ento que vim os no capítulo anterior, existem

outras form as de investir em renda fixa, por isso vam os analisar, neste
capítulo,

form as fáceis e sim ples de investir, que se tornaram acessíveis e


interessantes ao

investidor individual nos últim os anos, por oferecer um bom equilíbrio entre
rentabilidade, liquidez e segurança: caderneta de poupança, Tesouro Direto,
CDB

e debêntures. Além disso, dedicam os o próxim o capítulo a explicar m elhor


com o

funciona a Bolsa de Valores e a com o com prar ações via hom ebroker.
Prepare-

se para se tornar um investidor sofisticado!

Resum indo...

TIPOS DE INVESTIMENTO

Casa, apartamento,

A) Imóveis terreno

Renda fixa (mais

conservador):

títulos públicos e

B)

privados; prefixados

Aplicações e pós-fixados;

financeiras fundos de

investimento em

renda fixa

Renda variável
(menos

conservador):

ações

fundos de

investimento em

renda variável

C) Outros Derivativos

O ideal é que você diversifique seus investimentos e os distribua entre


títulos,

imóveis, ações e outros, eventualmente.

Na prática

Antes de iniciar um plano de investim entos defina:

1. Seu horizonte de tem po – em quantos m eses ou anos você quer acum ular
o

suficiente?

2. Seus obj etivos – quanto é suficiente para você? Para que você quer acum
ular:

um a viagem , a casa própria, a aposentadoria? Diferentes obj etivos


requerem

diferentes estratégias.

3. Sua tolerância ao risco – você é capaz de dorm ir tranquilo com seu


dinheiro
aplicado em um ativo que aum enta e dim inui de preço diariam ente, com o
ocorre

com as ações, por exem plo? Existem pessoas que sabem que estão ganhando
ao

investir, m as não suportam a insegurança de não saberem o exato valor


futuro de

seus investim entos.

4. Com o você irá distribuir seus investim entos — lem bre-se da regra dos 70

m ostrada no Capítulo 3 para dividir suas aplicações entre ações, renda fixa,

im óveis ou outros.

Caderneta de poupança

A caderneta de poupança é um a das m ais tradicionais instituições nacionais.

Surgiu quando Dom Pedro II criou a Caixa Econôm ica Federal, por m eio do

Decreto no 2.723 de 1861 e, na sua esteira, tam bém criou a caderneta de

poupança. Desde aquele tem po, j á tinha por finalidade “receber, a j uro de
6%,

as pequenas econom ias das classes m enos abastadas e de assegurar, sob


garantia

do Governo Im perial, a fiel restituição do que pertencer a cada contribuinte,

quando este o reclam ar”.

Desde o início, a poupança era o socorro das cam adas m enos favorecidas da

população, para os m om entos difíceis ou a reserva para a aposentadoria.


Aos

escravos tam bém foi dado o direito de ter um a caderneta de poupança.

A caderneta foi um dos poucos portos seguros da poupança no longo período

inflacionário brasileiro. Entre agosto de 1964 e j unho de 1994, a caderneta


de

poupança repunha a inflação do período passado e pagava ainda j uros de


0,5%

ao m ês. Ou sej a, quem tivesse dinheiro na poupança estava protegido da

inflação.

Esse instrum ento de indexação da poupança pode ter servido para prolongar
a

inflação, m as certam ente tam bém foi fundam ental para a sobrevivência das

econom ias das cam adas m ais hum ildes da população durante aqueles anos

difíceis. A credibilidade da poupança só foi arranhada com a redução da

correção m onetária durante o Plano Cruzado. E, depois, pelo duro golpe do

congelam ento da liquidez durante o Plano Collor.

Mesm o com esses pequenos percalços, a caderneta ainda m antém a aura de

porto seguro da poupança dos m ais hum ildes. Mas sem pre atraiu tam bém
um

pequeno percentual de pessoas do topo da pirâm ide social, devido à


qualidade e

segurança – garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito até o lim ite de R$


60 m il

por CPF.

Os m ilhões de poupadores que depositam as econom ias na caderneta de

poupança, em geral, têm m enos inform ação e disposição para buscar

investim entos m ais arroj ados. São aplicadores que raram ente fazem
grandes

m ovim entos de entrada e saída de recursos.

Esse com portam ento estável dos pequenos poupadores não se repete nas

cam adas m ais abastadas e inform adas da população. Os grandes


investidores

norm alm ente m udam rapidam ente de um a aplicação para outra quando as

condições da econom ia se alteram . Quando a poupança se torna atrativa,


grandes

volum es de dinheiro m igram para esta aplicação. E se a condição m uda,


esses

recursos saem rapidam ente em busca de m elhor rem uneração.

Com o os recursos da poupança devem ser aplicados preponderantem ente no

financiam ento im obiliário, que é tipicam ente um a aplicação de longo


prazo, essa

entrada e saída de grandes som as de recursos pode desestabilizar o sistem a.

Isso ocorreu em 2009. Com a grande queda das taxas de j uros, a caderneta de

poupança passou a com petir com fundos de investim entos e títulos públicos.
A existência de um a aplicação com m ais liquidez, m ais segurança, m ais

sim plicidade e m aior rentabilidade que as dem ais categorias de investim


entos faz

com que todos os investidores a procurem . É o que em finanças se denom


ina de

“investim ento dom inante”. Isso gera instabilidade no sistem a de financiam


ento

habitacional e dificulta o financiam ento público.

Em 2012 a form a de rem uneração da caderneta de poupança foi alterada.


Em

vez dos fixos 6,17% ao ano m ais TR, sem pre que a Selic estiver em 8,5% ou

m enos a poupança rem unera a 70% do valor da taxa Selic, m ais TR.

No gráfico seguinte pode-se ver o que aconteceria com o dinheiro de alguém

que tivesse investido R$ 100,00 na caderneta de poupança em j aneiro de


1968.

Para efeito de com paração, foi subtraída da m oeda brasileira a inflação m


edida

pela fundação Getulio Vargas por m eio do Índice Geral de Preços –

Disponibilidade Interna (IGP-DI) de j aneiro de 1968 a dezem bro de 1979 e


IGP-

M do IBGE após esta data1.

Rentabilidade acum ulada da caderneta de poupança deflacionada IGPDI-


FGV
– 01/1968 até 12/1979 e IPCA IBGE 01/1980 até 12/2012

Ao longo dos últim os 45 anos, a rentabilidade real (j á descontada a inflação)

foi de 289% ou 3,06% ao ano em m édia.

No geral, a caderneta paga os j uros na data de aniversário, definida em

determ inado dia do m ês. Só irá render aquele dinheiro que ficou parado na
conta

entre dois aniversários, ou um m ês com pleto. Mesm o os bancos que


oferecem

cadernetas com m últiplos aniversários som ente pagam os j uros se o


dinheiro

ficar depositado desde o últim o aniversário da conta. Você pode sacar o


dinheiro
da poupança antes do aniversário, m as não receberá os j uros m ensais
referentes

à aplicação do valor sacado. O rendim ento da caderneta de poupança costum


a

ser igual em todos os bancos.

A caderneta de poupança sem pre foi um instrum ento sim ples e seguro. Por

essa razão, é a aplicação m ais popular do País. Seu uso é indicado


principalm ente

para a form ação da cham ada reserva de em ergência. Com o ninguém está
livre

de ter im previstos financeiros na vida, m anter um a pequena quantia na


caderneta

de poupança perm ite ter dinheiro disponível para o saque im ediato em caso
de

em ergência. Assim , a reserva de três a seis vezes o valor de seus gastos m


ensais

na poupança pode ser um a boa alternativa para evitar em préstim os de últim


a

hora, que, geralm ente, custam m uito caro.

Muitos adquirem cadernetas de poupança para os filhos, acreditando que é a

m elhor form a de investir o dinheiro do estudo deles. A j ulgar pelos dados


de

longo prazo, essa não é a m elhor aplicação, pois existem alternativas m ais

atraentes, com o verem os a seguir.


1 Para efeito de com paração: usando os m esm os critérios do exem plo

dem onstrado no gráfico, se a aplicação dos R$ 100,00 tivesse sido feita na


Bolsa

de Valores, o investim ento teria crescido 47 vezes – tom ando com o base o

Ibovespa.

Tesouro Direto

1. O que é?

Tesouro Direto é um program a de venda de títulos públicos a pessoas físicas

via internet, desenvolvido pelo Tesouro Nacional em parceria com a Com


panhia

Brasileira de Liquidação e Custódia. Com prando esses papéis, o governo


passa a

ser seu devedor e se com prom ete a pagar o em préstim o m ais os j uros

decorrentes dele na data de vencim ento ou de resgate do título. Essa é um a

form a de a União regular a oferta de m oeda no m ercado e tam bém de


conseguir

recursos para financiar atividades do governo federal, com o educação, saúde


e

infraestrutura.

Antes do sistem a ser criado, em 2002, as pessoas físicas com pravam títulos

públicos apenas indiretam ente, por m eio da aquisição de cotas de fundos de

investim ento. Apenas instituições financeiras, ou sej a, grandes especialistas


no

m ercado podiam com prar títulos do governo. Hoj e, tem os essa opção de

investim ento sem a necessidade de interm ediação de um gestor profissional


nas

negociações. Com a adm inistração direta de seus recursos, por m eio de um

banco ou corretora de valores, você m esm o pode adequar os prazos e

indexadores dos títulos a seus interesses e ficar livre das altas taxas de

adm inistração.

Vej a outras vantagens do Tesouro Direto:

› Baixo custo – alguns títulos custam m enos de R$ 1 m il. Mas o valor m


ínim o que

você precisa desem bolsar para investir no Tesouro Direto é inferior a R$


100,

porque você pode adquirir apenas um a fração de, no m ínim o, 10% do preço
total

de um título – desde que o valor m ínim o da com pra sej a R$ 30.

› Liquidez do investim ento – o resgate dos títulos é feito autom aticam ente
na data

do vencim ento, m as estes podem ser colocados à venda antes, pelo preço do

m ercado. Você poderá vender seus títulos todas as quartas-feiras, tam bém
em

frações.
› Rentabilidade elevada – os rendim entos, para investim entos de valores não

m uito elevados, são superiores aos das dem ais aplicações financeiras

equivalentes disponíveis no m ercado.

› Segurança – o risco de que a União não pague os títulos é m uito baixo, ou


sej a,

esse investim ento é 100% garantido pelo governo federal.

› Opções de investim ento – cinco tipos de títulos, com taxas pré ou pós-
fixadas e

datas de vencim ento a curto, m édio e longo prazos.

› Diferencial – reduzidas taxas de adm inistração e de custódia e Im posto de

Renda cobrado som ente no m om ento da venda, vencim ento do título ou

pagam ento dos j uros interm ediários.

› Com odidade e fácil acesso – tudo realizado com segurança via internet.

2. Com o com eçar?

Os pré-requisitos são sim ples: viver no Brasil, ter Cadastro de Pessoa Física

(CPF) e um a conta-corrente. Depois de atender a essas exigências, você


precisa

se cadastrar em um dos cham ados agentes de custódia habilitados pelo


Tesouro.

Há um a lista dessas instituições no site www.tesourodireto.gov.br. Entre


elas,

estão o Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e a Caixa Econôm ica Federal, além
de

várias corretoras de valores.

Você deve contatar o agente de sua preferência, dizer que gostaria de investir

em Tesouro Direto, passar a docum entação solicitada para ser cadastrado no

sistem a e abrir um a conta investim ento. A m aioria dos agentes de custódia

perm ite que você se cadastre diretam ente no site da instituição.

Atenção

As taxas de custódia cobradas por cada agente variam .

Itaú – 0,5%

Banco do Brasil – 0,5%

Caixa Econôm ica Federal – 0,4%

INVESTSHOP – 0,35%

Dem ais corretoras – de 0% a 2%

Atenção: dados de j aneiro de 2013. Valores passíveis de alteração. O


Ranking

Mensal de Taxas dos Agentes de Custódia é publicado no site do Tesouro


Direto.

*Valores referentes ao ano e incidentes sobre o valor da aplicação no m om


ento

de com pra.

Cuidado
Alguns agentes de custódia cobram valores extrem am ente elevados, que

destroem a rentabilidade dos investim entos. Pesquise bem o valor dessas


taxas

antes de com eçar a aplicar.

Caso você tenha escolhido um banco, não fique assustado se, na hora de

conversar com o gerente, ele nem m esm o souber do que trata o Tesouro
Direto.

É norm al isso acontecer. Além de ser um a opção de investim ento relativam


ente

nova, os bancos não têm tanto interesse em que seus clientes m igrem para
esse

tipo de aplicação e, assim , fuj am das lucrativas taxas que podem ganhar de
você

caso decida com prar fundos de investim entos ou um plano de capitalização,


por

exem plo.

AG ENTES DE CUSTÓDIA

Banco ou corretora que irá custodiar, ou sej a, guardar, tom ar conta de seu

investim ento. Em troca, o agente recebe um pagam ento pelo serviço,

cham ado de taxa de custódia.

Na prática

Um a vez j á cadastrado no agente de custódia, este o habilita a entrar no


program a do Tesouro Direto. Em seguida, o sistem a envia um e-m ail a
você,

com unicando sua senha para entrar no program a. Depois de confirm á-la no

prim eiro acesso ao site, você está pronto para operar no Tesouro Direto.

Dica

Na hora de escolher seu agente de custódia, você pode com eçar por procurar

um banco em que j á tenha conta-corrente. Lem bre-se de verificar quanto seu

banco cobra de taxa de custódia. Se a taxa for m uito elevada, vale a pena
buscar

alternativa m ais barata para investir em títulos públicos.

Pode ser que, neste m om ento, você j á estej a ficando um pouco cansado de

tantos detalhes técnicos e pensando “isso é m uito com plicado”. Nada disso.
Pense

em com o é com plicado andar de bicicleta, subir um a escada ou dirigir para

quem nunca fez essas atividades antes. E você não faz isso todos os dias com

enorm e facilidade?

Para quase todas as coisas da vida, a prim eira vez é sem pre um desafio.

Entretanto, vencida a barreira inicial, tudo se torna m uito sim ples. A rigor,

qualquer pessoa que consiga com prar um livro pela internet é capaz de com
prar

um título público.
Vam os pensar que você estivesse entrando em um a livraria pela prim eira
vez

e não conhecesse nenhum autor ou título disponível. No caso de com prar um

livro, qual seria seu prim eiro desafio? Escolher qual livro com prar, não é?

Da m esm a form a, com os títulos públicos esse será seu prim eiro desafio.

que, diferentem ente das livrarias, você não precisará escolher dentre m
ilhares de

títulos. O Tesouro Direto oferece apenas duas dezenas de títulos diferentes,

agrupados em quatro categorias2.

3. Com o escolher um título?

Existem duas grandes categorias de títulos à venda, a dos prefixados e a dos

pós-fixados. Os do prim eiro tipo são aqueles que perm item a você saber

exatam ente quanto irá pagar e quanto irá receber no futuro, ou sej a, a taxa
de

j uros é conhecida no m om ento da com pra. Com os títulos pós-fixados, a

rentabilidade depende da taxa básica de j uros da econom ia (Selic) ou de um


a

taxa de inflação futura.

Na categoria prefixados, existem as LTN (Letras do Tesouro Nacional) e as

NTN-F (Notas do Tesouro Nacional – série F). Um a característica desses


títulos é
que, com prando

um deles, você sabe exatam ente a rentabilidade que receberá até a data do

vencim ento. Por outro lado, você fica suj eito à perda de poder aquisitivo em
caso

de alta da inflação e pode obter rentabilidade inferior à prevista caso precise

vender seu título antes do vencim ento. Se a taxa de j uros de m ercado sobe,
você

ganha m enos. Já com a queda dos j uros, a rentabilidade aum enta.

São aplicações para quem tem perfil m enos conservador e acredita que pode

ganhar m ais que o m ercado. Esse ganho acim a do m ercado ocorre quando
se

com pra um título prefixado e os j uros caem m ais do que o m ercado estava

prevendo. No entanto, esse título pode gerar perdas se os j uros sobem ou


caem

m enos do que o m ercado previa.

Tam bém são um a boa com pra para quem tem planos específicos e com data

m arcada, com o um a viagem , e quer saber exatam ente quanto terá no final
do

período. Vam os ver m ais sobre eles, um a um .

SELIC

Sigla do Sistem a Especial de Liquidação e de Custódia. É a taxa que reflete o

custo do dinheiro para em préstim os bancários, com base na rem uneração


dos títulos públicos. Tam bém é conhecida com o taxa m édia do over, que

regula diariam ente as operações interbancárias.

2 No dia 1º de j aneiro 2013, existiam dez títulos diferentes para a venda.

LTN

As LTN são lançadas sem pre tendo R$ 1 m il com o valor de face, que é o
valor

que o tesouro vai pagar por este título em

um a data futura. Então, se você com prar um a LTN 010117, saberá que, no
dia

prim eiro de j aneiro de 2017, irá receber do tesouro nacional o valor de R$ 1


m il.

E você em prestaria R$ 1 m il hoj e ao governo, para receber os m esm os R$


1

m il dentro de dois ou três anos? Claro que não. Por isso, o valor que você

em presta deve ser m enor que R$ 1 m il. Só assim valerá a pena o em


préstim o.

Isso quer dizer que as LTN são vendidas por um valor m enor do que R$ 1 m
il

para poder pagar um a taxa de j uros aos aplicadores. Esse desconto entre o
valor

futuro e o valor atual é o cham ado deságio.

Para saber de quanto é o valor que você aplicará para receber R$ 1 m il no

futuro,
consulte

site

do

Tesouro

Direto

(https://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto).Nesse endereço, o
Tesouro

divulga diariam ente o valor das LTN, bem com o a taxa de j uros que você

ganhará se esperar até o dia do vencim ento para receber o dinheiro.

Vej a um exem plo do preço desses títulos no dia 4 de fevereiro de 2013:

Preço

Taxa

Título Vencimento

Unitário

(a.a.)

Dia

Prefixados

LTN

R$
01/01/2016 8,63%

010116

786,27

LTN

R$

010117 01/01/2017 8,98% 715,01

Com o você pode adquirir apenas um a fração de 10% do preço divulgado,

precisaria desem bolsar no R$ 71,50 (R$ 715,01 x 10% = R$ 71,50) para com
prar

a LTN 010117, que vim os no exem plo anterior.

Por serem títulos prefixados, as LTN são boas para investir as econom ias de

quem tem um obj etivo concreto em futuro próxim o, com o aquela poupança
para

trocar a televisão da sala ou para um a viagem de férias.

Perceba que, com o os títulos estão sem pre variando de preço, caso você não

possa esperar até o vencim ento para resgatar o dinheiro do título, poderá ter

rentabilidade m aior ou m enor que aquela que estava prom etida no dia da

com pra.

NTN Série F

Assim com o as LTN, as NTN-F valerão R$ 1 m il no dia do vencim ento. A

diferença é que esse título paga j uros proporcionais a cada sem estre. Ou sej
a, as

NTN-F garantem rendim entos fixos de aproxim adam ente 10% ao ano, m as
esse

rendim ento pode se alterar, um a vez que os títulos podem ser negociados
com

ágio ou deságio. Isso quer dizer que as NTN-F podem ser vendidas por valor

m aior ou m enor que R$ 1 m il.

Vej a um exem plo do preço destes títulos no dia 4 de fevereiro de 2013:

Preço

Taxa

Título Vencimento

Unitário

(a.a.)

Dia

Prefixados

NTNF

R$

01/01/2023 9,54%

010123

1.039,13

As NTN-F são ideais para pessoas que j á estão consum indo sua poupança.
Por

exem plo, devem com prar esses títulos aquelas pessoas que buscam

com plem entação da renda com o lucro de seus investim entos e que
acreditam

que os j uros da econom ia tendem a cair no futuro.

Um problem a desses títulos é que, com o eles pagam j uros sem estrais, o

Im posto de Renda é cobrado com alíquota elevada nos prim eiros pagam
entos,

com o verem os na sequência.

Nos pós-fixados existem três categorias: as LFT (Letras Financeiras do

Tesouro Nacional) e as NTN (Notas do Tesouro Nacional) das séries B e B

Principal. Esses títulos são ideais para as pessoas que não querem correr
riscos de

flutuações na inflação ou na taxa de j uros futura. Conhecerem os m ais de


perto as

LFT e as NTN-B e NTN-B Principal.

LFT

As LFT são títulos que garantem a seus detentores um a rem uneração

equivalente à taxa Selic, ou sej a, terá a m esm a taxa que o governo cobra de
um

banco que pede dinheiro ao Banco Central ou a m esm a taxa que um banco
cobra
ao em prestar algum valor para o governo.

Esses títulos são um a boa opção para investidores conservadores, que não

toleram aplicações que variam m uito. Se você pretende com prar a casa
própria,

por exem plo, e não quer sofrer com flutuações no valor de suas econom ias,
esses

títulos são a m elhor alternativa de investim ento.

Vej a um exem plo do preço destes títulos no dia 4 de fevereiro de 2013:

Preço

Taxa

Título Vencimento

Unitário

(a.a.)

Dia

Indexados à Taxa Selic

LFT

R$

07/03/2017

070317

0,01% 5.487,11
NTN-B e NTN-B Principal

São títulos corrigidos pelo IPCA, indicados para quem quer se proteger da

inflação. Apresentam apenas a desvantagem da incerteza quanto à evolução


de

seu indexador. São ideais para quem desej a fazer poupança de m édio ou
longo

prazo, porque são investim entos conservadores.

IPCA

Sigla para Índice de Preços ao Consum idor Am pliado. É o índice de


inflação

oficial utilizado pelo governo brasileiro.

INDEXADOR

Indicador da variação do poder aquisitivo da m oeda (inflação ou deflação),

usado para corrigir m onetariam ente seu valor.

Para quem j á acum ulou sua reserva financeira, está se aposentando e quer

colher os frutos da árvore do dinheiro, é m elhor com prar as NTN-B, que


pagam

j uros sem estrais. Funciona com o se você tivesse um im óvel e recebesse a


renda

de um aluguel a cada seis m eses, por exem plo – e ainda tem a vantagem de
ser

um patrim ônio que não sofre depreciação, ao contrário dos im óveis.


Já as pessoas que estão construindo a árvore do dinheiro, ou sej a, acum
ulando

para a aposentadoria, e para quem desej a construir um fundo para o estudo


dos

filhos, a m elhor opção é adquirir as NTN-B Principal. Esses títulos acum


ulam o

rendim ento e pagam os j uros som ente na data do vencim ento.

Vej a um exem plo do preço destes títulos no dia 4 de fevereiro de 2013:

Preço

Taxa

Título Vencimento

Unitário

(a.a.)

Dia

Indexados ao IPCA

NTNB

R$

Principal 15/05/2019 3,29% 1.834,05

150519

NTNB

R$
15/08/2020 3,34%

150820

2.695,07

NTNB

R$

Principal 15/08/2024 3,79% 1.464,30

150824

NTNB

R$

15/05/2035 3,88%

150535

2.970,90

NTNB

R$

Principal 15/05/2035 4,02% 935,97

150535

NTNB

R$

15/08/2050 4,00%

150850
3.166,97

Algum as pessoas podem ficar adm iradas com os prazos longos de alguns

títulos. É norm al que você estranhe com prar um título que só vencerá em
2050.

Porém , pense na seguinte hipótese: se você decidisse com prar um apartam


ento

para alugar, quando venceria esse investim ento? Nunca, ou sej a, receberia
os

aluguéis m ensais e, se quisesse o dinheiro de volta, precisaria vender o

apartam ento. Com os títulos de longo prazo é a m esm a coisa: você pode
receber

seus rendim entos m ensais e vender o título quando quiser o dinheiro de


volta.

A vantagem é que os títulos não depreciam . E você tam bém pode recuperar

pequenas frações do m ontante total de seu investim ento, vendendo partes


dos

títulos, o que não seria possível fazer se seu dinheiro estivesse aplicado em
um

im óvel.

DEPRECIAÇÃO

Quanto um bem se desvaloriza com o passar do tem po. Por exem plo, um

apartam ento de 100m ² com 20 anos pode custar m enos da m etade do preço

do m esm o im óvel novo. Isso se deve à depreciação que o im óvel sofreu.


Dica

Independentem ente do título que você escolher, leve sem pre em conta seu

horizonte de tem po e seus obj etivos. Sem pre escolha títulos cuj o vencim
ento

estej a próxim o da data de realização de suas m etas. Se suas m etas perm


itirem ,

prefira títulos que vencem depois de dois anos, pois, assim , você pagará m
enos

Im posto de Renda

RESUMINDO... ENTENDA CADA UM DOS TÍTULOS

GRUPO

TIPO

CARACTERÍSTICAS

Cada título é

adquirido com

Prefixados

LTN –

deságio e possui o

(rentabilidade Letras do

valor de resgate de

definida no
Tesouro

R$ 1 mil no

momento da

Nacional

vencimento.

compra)

Forma de pagamento:

no vencimento do

NTN-F –

Os juros são pagos

Notas do

semestralmente e o

Tesouro

valor principal, na

Nacional – data do vencimento.

série F

Rentabilidade

Pós-fixados

LFT –

vinculada à taxa
(rentabilidade

Letras

Selic. Forma de

definida no Financeiras

pagamento: no

vencimento) do Tesouro

vencimento.

Rentabilidade

vinculada à variação

NTN-B –

do IPCA, acrescida

Notas do

de juros definidos no

Tesouro

momento da compra.

Nacional – Forma de pagamento:

série B

semestralmente

(juros) e no

vencimento
(principal).

Rentabilidade

NTN-B

vinculada à variação

Principal – do IPCA, acrescida

Notas do

de juros definidos no

Tesouro

momento da compra.

Nacional – Forma de pagamento:

série B

no vencimento

Principal

(principal e juros).

4. Com o com prar?

Agora que você j á está habilitado a operar no sistem a, pode entrar e sair dele

quando quiser. Basta acessar o site do Tesouro Direto em “Invista Já” e


digitar

seu nom e de usuário ou login (seu CPF) e senha, quando solicitados.

Feito isso, o sistem a m ostra a você um a tela com as opções: consulta de


saldo,
operações realizadas, com pra e venda de títulos.

Não deixe de se cadastrar e conhecer o Tesouro Direto. O cadastro é

totalm ente gratuito.

Rentabilidade do título =

Variação do indexador + Taxa de juros

Para m ontar sua carteira de investim entos, basta escolher os títulos, a

quantidade a ser com prada em m últiplos de 0,1 e confirm ar a com pra.


Depois
disso, não há com o cancelar a negociação. Logo em seguida, o sistem a do

Tesouro Direto inform a a data-lim ite em que o dinheiro para pagar os títulos

deve estar na conta de seu agente de custódia. Por isso, é bom entrar em
contato

com o agente antes para verificar seus dados. Tom ando essas m edidas, em
dois

dias úteis depois do pagam ento os títulos são seus.

Dica

Para fazer a sim ulação da rentabilidade dos títulos, consulte a calculadora do

Tesouro Direto disponível no site


https://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-

direto.

Dica

Alguns bancos e corretoras criam dentro de seus sites um a parte dedicada à

com pra e à venda de títulos públicos. Um exem plo é o Banco do Brasil, m


aior

operador de Tesouro Direto. Esses sites são bastante sem elhantes à página do

Tesouro Direto. Verifique j unto ao agente de custódia escolhido se ele opera

dessa form a.

Lem brete

Se você não tem acesso à internet, não se preocupe. É possível com prar e
vender títulos da m esm a form a. Para isso, você apenas precisa autorizar seu

agente de custódia a operar no site do Tesouro Direto em seu nom e,


solicitando

as operações pessoalm ente ou por telefone.

Variação de preços

Em bora os títulos tenham seus preços fixados no m om ento da com pra, seu

valor costum a variar até a data de seu vencim ento. Nos títulos prefixados,
com o

as LTN, o preço cai quando os j uros aum entam . Ainda assim , o valor do
resgate

continuará sendo de R$ 1 m il. Contudo, se os j uros caem , os preços das


LTN

aum entam .

Com os títulos pós-fixados, ocorre o contrário. O preço das LFT não se altera

com o aum ento dos j uros, pois estão diretam ente atrelados à Selic. Sendo
assim ,

se você acha que a econom ia irá se estabilizar (que os j uros cairão), com pre

títulos prefixados. Caso contrário, com pre títulos pós-fixados. Vale lem brar
que

quem define os preços é a m édia do m ercado, segundo as teorias que vim os


no

Capítulo 3.

Quanto m aior o prazo dos títulos públicos prefixados, m ais o valor presente
do

título varia quando os j uros se alteram .

Vej am os um exem plo da NTNB Principal com vencim ento em


15/08/2024.

Sendo assim , m ais im portante do que tentar adivinhar qual título renderá m
ais,

é adequar o título às suas m etas. Lem bre-se de que o preço é resultado de

m ilhares de negócios – em sua im ensa m aioria executados por gestores de

fundos de investim entos e previdência. Dessa form a, é bastante difícil achar


um

título com preço incorreto e que perm ita ganhos especulativos.


5. Com o vender?

O Tesouro Direto realiza recom pras toda sem ana, entre as 9h das quartas-

feiras e 5h das quintas-feiras. Você pode esperar o vencim ento de seus


títulos ou

vendê-los pelo preço do m ercado antes da data de resgate. Essa últim a


opção

pode ser vantaj osa se sua aplicação j á atingiu rentabilidade considerada

suficiente por você para alcançar seus obj etivos.

EXEMPLO:

Carlos com prou 48 títulos LTN por um valor unitário de R$ 786,27 (valor
total

R$ 37.740,96) e pagou as taxas de seu agente de custódia e da CBLC no


valor de

R$ 301,97. O obj etivo de Carlos era conseguir R$ 48 m il para trocar de


carro em

três anos, porém se daqui a dois anos ele encontrar o carro de seus sonhos em

prom oção por R$ 44 m il, por exem plo, Carlos poderá vender suas LTN

antecipadam ente e realizar o sonho.

6. Controle

O sistem a do Tesouro Direto arm azena um histórico de todas as com pras


que

você j á fez e m ostra um extrato m ensal para você ter controle sobre suas
operações com os títulos. O acesso a esses dados tam bém pode ser feito
pelos

sites de bancos e corretoras que fazem o m esm o papel do sistem a do


Tesouro.

7. Custos

Os custos dessas operações são os seguintes:

a. No m om ento da com pra do título, é cobrada um a taxa de negociação de

0,10% sobre o valor da operação.

b. Há tam bém um a taxa de custódia da BM& FBovespa de 0,30% ao ano


sobre o

valor dos títulos, referente aos serviços de guarda dos títulos e às inform
ações e

m ovim entações dos saldos, que é cobrada sem estralm ente, no prim eiro dia
útil

de j aneiro ou de j ulho, ou na ocorrência de um evento de custódia (pagam


ento

de j uros, venda ou vencim ento do título), o que ocorrer prim eiro. Essa taxa
é

cobrada proporcionalm ente ao período em que o investidor m antiver o


título, e é

calculada até o saldo de R$ 1,5 m ilhão por conta de custódia. No caso em


que, no

sem estre, a som a do valor da taxa de custódia da BM& FBovespa e da taxa


do
Agente de Custódia for inferior a R$ 10, o valor das taxas será acum ulado
para a

cobrança no sem estre seguinte, no prim eiro dia útil de j aneiro ou de j ulho,
ou na

ocorrência de um evento de custódia (pagam ento de j uros, venda ou vencim


ento

do título), o que ocorrer prim eiro. contratação. A m aior parte dos agentes
cobra

entre 0,25% e 0,50% ao ano. Mas existem agentes que cobram m uito m ais
do

que isso e tam bém agentes que não cobram custódia nos títulos, com o form
a de

tentar conquistar clientes para outras aplicações. Assim , no m om ento da

operação de com pra, o investidor pagará o valor da transação (preço unitário


do

título vezes a quantidade adquirida) m ais 0,10% sobre o valor da transação


(taxa

de negociação BM& FBovespa), m ais a taxa do Agente de Custódia


referente ao

prim eiro ano de custódia. Caso o título tenha vencim ento inferior a um ano,
a

taxa do agente de custódia será proporcional ao prazo do título. A taxa de


custódia

da BM& FBovespa (0,3% ao ano) será provisionada diariam ente a partir da

liquidação da operação de com pra (D+2).


Im posto de Renda (sobre o lucro):

22,5% em aplicações com prazo de até 180 dias.

20% em aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias.

17,5% em aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias.

15% em aplicações com prazo acim a de 720 dias.

Vale a pena fazer investim entos com prazo superior a dois anos.

Há tam bém o IOF, que é cobrado som ente quando o período de aplicação é

inferior a 30 dias.

Viu com o é vantaj oso e sim ples investir? Com o você percebeu, não é
preciso

ser um analista financeiro, nem ter m uito dinheiro.

No final de 2012 existiam 328 m il investidores cadastrados no Tesouro


Direto.

Estes investidores detinham um estoque de títulos no valor de R$ 9,58


bilhões.

Desde sua criação, o núm ero de investidores no Tesouro Direto não parou de

crescer. Agora é sua vez!

COMPANHIA BRASILEIRA DE LIQ UIDAÇÃO E CUSTÓDIA


(CBLC)

Com panhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC)

É um a em presa pertencente aos participantes do m ercado brasileiro. É a


CBLC que liquida as operações para o m ercado de ações e de títulos de

renda fixa privada no Brasil. Tam bém é responsável pela adm inistração e

operação dos sistem as do Tesouro Direto.

Saiba m ais

O longo processo inflacionário brasileiro e, posteriorm ente, o Plano Real

direcionaram a m aior parte da poupança interna para os títulos públicos. Esse


tipo

de aplicação dom inou o m ercado por seu baixíssim o risco e elevada

rem uneração. Durante os anos 90, os fundos de renda fixa e os fundos de


pensão

tinham suas carteiras quase integralm ente com postas por esses títulos.

Os bancos lançaram fundos lastreados em títulos públicos que cobravam

elevadas taxas de adm inistração, m as, com o os títulos ofereciam boa

rem uneração, as pessoas que com pravam cotas desses fundos não se

preocupavam m uito em pagar taxas elevadas aos bancos.

Com a consolidação da estabilidade econôm ica e o equacionam ento das

dívidas interna e externa brasileiras, as taxas de rentabilidade dos títulos


públicos

dim inuíram . Com isso, a taxa de adm inistração dos fundos passou a ter
peso

m uito im portante na rem uneração final dos títulos. Foi então que surgiu o
Tesouro
Direto.

Agora, com a queda dos j uros dos títulos públicos, m uitos instrum entos

privados de dívidas surgirão. Novos instrum entos de captação privados são


m uito

bons para o País, porém com prar títulos privados é algo que exige m ais
atenção e

conhecim ento dos aplicadores sobre os riscos.

CDB

Os Certificados de Depósito Bancário (CDB) são títulos em itidos pelos


bancos,

que pagam taxas de j uros no vencim ento. Com prar CDBs é com o em
prestar

dinheiro ao banco. O banco paga determ inada taxa de j uros para você e usa
esse

dinheiro para conceder em préstim os para outras pessoas, cobrando delas um


a

taxa de j uros m aior. A taxa de j uros pode ser pré ou pós-fixada.

CDB prefixado: você sabe antecipadam ente qual taxa de j uros irá receber no

vencim ento desse papel. São títulos com prazo m ínim o de 30, 60 ou 90
dias,

podendo ser negociados antes do vencim ento.

CDB pós-fixado: o valor do ganho é determ inado no final do período e as


taxas
de j uros têm com o referência os j uros praticados entre os bancos, nos

Certificados de Depósitos Interbancários (CDI), os quais os bancos usam para

em prestar dinheiro entre eles. A rem uneração do CDB pós-fixado costum a


ser

de 80% a 100% do CDI, variando de acordo com o porte do banco e com o

relacionam ento do cliente. Com o o CDI oscila de acordo com a taxa Selic,

quanto m aior essa taxa, m aior o seu rendim ento m ensal. Esse papel é m ais

adequado para quem espera o aum ento da inflação.

CDB com Swap: são títulos que podem ser negociados com rem uneração
tanto

prefixada quanto pós-fixada. Variam de acordo com o desem penho de

indicadores com o taxa Selic, taxa cam bial ou CDI. Os m ontantes m ínim os
de

investim ento costum am ser superiores às m odalidades anteriores, geralm


ente

acim a de R$ 100 m il.

Custos

Quem investe em CDB paga o Im posto de Renda sobre um a porcentagem


do

rendim ento que varia de 15% a 22,5%, da m esm a form a com o o título
público.

Com o investir
Você pode com prar CDBs diretam ente em sua agência bancária ou nos
canais

de com unicação de seu banco, com o telefone e internet. É com um os


bancos

pagarem j uros m aiores para as m aiores aplicações. As taxas prefixadas têm

relação com a expectativa de j uros futuros, em geral um pouco abaixo da


Selic.

Os j uros são calculados com base em dias úteis.

Debêntures

Quando as em presas precisam tom ar em préstim os no m ercado, em item


esses

títulos de renda fixa. Se você com pra debêntures, está em prestando dinheiro
para

a em presa que as em itiu. As com panhias podem fazer lançam entos de

debêntures de form a particular ou pública. O prazo de vencim ento e a

rem uneração são preestabelecidos e os ativos da em presa que em itiu os


títulos

podem ser dados com o garantia.

O principal atrativo são os j uros que as em presas pagam , que norm alm ente

são altos. Mas os riscos tam bém são grandes, pois a em presa pode vir a não

quitar a dívida. Quando se trata de um a grande em presa de capital aberto


(que

tem suas ações na Bolsa), as chances disso ocorrer são poucas. É que essas
com panhias em item balanços trim estrais que são divulgados para o

conhecim ento de todos. Assim , é possível saber se a em presa anda bem ou


não.

As debêntures não dão direito aos lucros da em presa, com o acontece com as

ações.

Com o com prar

Se você adquirir os títulos em bancos, corretoras e outras instituições

financeiras, por interm édio de oferta pública, há a possibilidade de negociar


o

papel com outros investidores. Já na venda direta, você deve ficar com o
papel

até a data estipulada para o vencim ento.

A rem uneração pode ser prefixada ou com posta por j uros estabelecidos, m
ais

um índice de referência com o j uros m ais a inflação definida pelo IGP-M,


por

exem plo. A valorização dos títulos tam bém interfere na rentabilidade.

Quando você com pra o título, ele tem prazo estipulado para vencer,

norm alm ente de dois a três anos. Se você quiser resgatar o valor antes desse

período, dependerá do interesse de outros investidores em com prar a


debênture.

Tam bém existem tipos de debêntures que podem ser convertidas em ações
da
em presa em itente

Tributação

Caso você resgate o valor do título em m enos de 30 dias, tam bém pagará o

Im posto sobre Operações de Crédito, Câm bio e Seguro (IOF). Esses im


postos são

descontados diretam ente de sua conta bancária.

IG P-M

Sigla para Índice Geral dos Preços do Mercado. É outro índice de inflação,

bastante utilizado.

Com ece j á!

Agora que você aprendeu m ais sobre renda fixa, não deixe para depois o

investim ento de sua poupança e com ece logo a regar sua árvore do dinheiro.
Os

títulos de renda fixa deverão representar parte im portante de suas aplicações.


Se

você esqueceu da regra dos 70, volte ao Capítulo 3 e verifique o percentual


de

investim ento em renda fixa ideal para sua carteira.

Verem os no próxim o capítulo que, além de investir em renda fixa, você


deve

aplicar em renda variável para fazer com que o dinheiro trabalhe por você.

Confira com o com prar partes de em presas pode fazer crescer bons frutos
em

sua árvore!

CAPÍTULO 6

Investim entos em Renda Variável

Vej a com o é fácil investir na Bolsa de Valores e com ece j á a m ultiplicar


suas

econom ias

“Um investimento em conhecimento sempre oferece o melhor retorno.”

– BENJAMIN FRANKLIN, FILÓSOFO E POLÍTICO AMERICANO.

Renda variável – Bolsa de Valores

Existe um m ito de que apenas grandes investidores podem negociar em


Bolsa

de Valores. Se, no passado, com prar ações era coisa de tubarão grande, hoj e
a

cena m udou. Com o advento da internet e o m aior acesso à inform ação,


entrar

nesse m ercado tem m ais a ver com seu grau de interesse nele do que com

profundos conhecim entos. Por outro lado, entender alguns conceitos básicos

sobre o assunto irá m ostrar a você que o m undo financeiro não é nenhum
bicho

de sete cabeças com o parece. Confira!


1. O que é um a Bolsa?

Durante m uitos anos, as bolsas se organizaram com o associação civil sem


fins

lucrativos, cuj o obj etivo principal era m anter um a estrutura adequada para
o

encontro e a interação de seus m em bros – as sociedades corretoras. Em um


a

bolsa, são realizadas transações de com pra e venda de ações em m ercado


livre e

aberto, organizado e fiscalizado pelas próprias corretoras e autoridades

m onetárias, com o a CVM – Com issão de Valores Mobiliários. No Brasil, a


única

Bolsa de Valores Mobiliários é a BM& FBovespa – Bolsa de Valores de São

Paulo. A BM& FBOVESPA é um a com panhia de capital aberto form ada


em

2008 a partir da integração das operações da Bolsa de Valores de São Paulo e


da

Bolsa de Mercadorias & Futuros. Desde 20 de agosto de 2008 as ações da

BM& FBovespa S.A. são negociadas com código BVMF3. Ela é hoj e um a
das

m ais m odernas e ativas bolsas de valores do m undo, um a das m aiores em


valor

de m ercado, a segunda das Am éricas e líder no continente latino-am


ericano.
CORRETORAS DE VALORES

Sinônim o de corretoras de valores m obiliários. São instituições financeiras

que utilizam o espaço virtual da Bolsa para interm ediar as negociações entre

investidores e em presas.

Você sabia

Segundo alguns historiadores, as Bolsas nasceram em Rom a. Para outros,


sua

origem está na Grécia Antiga, onde com erciantes se reuniam nas m aiores
praças

públicas para tratar de negócios. A prim eira Bolsa com as características


atuais,

porém , surgiu na cidade belga de Bruges, na casa de um senhor cham ado


Van

Der Burse.

De form a rom anceada, podem os dizer que a prim eira Bolsa surgiu porque

vários com erciantes se reuniam em praça pública para negociar títulos de


dívida

e cotas de em presas e proj etos. Quando chovia e fazia frio, o senhor Van
Der

Burse convidava esses com erciantes am igos seus para a casa dele, onde
servia

com idas e bebidas.

Im agine o cansaço da anfitriã, a senhora Burse... Supõe-se que, em algum


dia,

ela tenha protestado de form a veem ente contra aquela situação. Qual foi a

solução então? Os com erciantes se reuniram e decidiram com prar a casa dos

Burse, em form a de condom ínio. A fam ília Burse, então, m udou-se e foi

inaugurado em sua antiga casa um local privado de negociações. Só podiam

entrar na casa aqueles com erciantes que fizessem parte do condom ínio – ou
sej a,

som ente quem pagou pela residência tinha direito de negociar naquele local.

Atualm ente não se negociam m ais ações de form a presencial, e sim por m
eio

de um instrum ento eletrônico de negociações. E, nesse m eio eletrônico, som


ente

as corretoras podem atuar.

Se quiser com prar um a ação, a prim eira coisa a fazer é se tornar cliente de

um a corretora. Você pode estar perguntando: “não posso com prar ações por

interm édio de m eu banco?”. A resposta é “não”. Você só pode com prar


ações se

for cliente de um a corretora. Porém , a m aioria dos grandes bancos tam bém

possui corretora própria. Assim , um a alternativa é você se tornar cliente da

corretora de seu banco.

Dica
Confira um a listagem das corretoras no site da BM& FBovespa:

www.bm fbovespa.com .br

Com o escolher um a corretora?

Não existe corretora ideal. Cada um a tem suas particularidades e elas

precisam ser consideradas. A seguir você encontra algum as dicas de com o

escolher um a corretora.

1. Solidez e segurança vêm em prim eiro lugar. Só aceite negociar com um a

corretora m em bro da BM& FBovespa.

2. Preste atenção nos custos cobrados. Cada corretora tem seus próprios

custos. Geralm ente cobra-se taxa para m anutenção m ensal da conta e taxa

de corretagem a cada com pra ou venda de títulos. Algum as corretoras não

cobram pela m anutenção da conta. Isso é particularm ente im portante se

você está iniciando seus investim entos, pois esses custos podem

com prom eter seu rendim ento. Há casos de corretoras que cobram

percentual decrescente sobre o volum e negociado. Assim , quanto m aior a

quantia negociada, m enor o percentual cobrado. Outras corretoras cobram

um valor fixo, independentem ente da quantia negociada – algo em torno de

R$ 15 por cada negócio.

3. Com odidade. Escolher a corretora vinculada ao banco do qual você j á é

cliente pode facilitar as transferências de dinheiro entre a conta-corrente e a


conta da corretora.

4. Segregação. Escolher um a corretora diferente da de seu banco dificulta a

retirada de dinheiro de seus investim entos quando você se desorganizar em

suas contas. Isso pode ser bastante positivo, porque faz você pensar bem

m ais antes de retirar seus investim entos para cobrir o orçam ento m ensal ou

para consum ir algum item supérfluo por im pulso.

Escolher um a corretora é com o escolher um banco, cada um tem suas

vantagens e desvantagens. Existem corretoras que são especializadas em


grandes

clientes e outras m ais especializadas em clientes iniciantes. Algum as


oferecem

m ais serviços com preços m aiores, e outras, serviços m enos personalizados


com

preços m enores. Escolha com calm a, analise bem . Se possível, converse


com

pessoas que j á são clientes da corretora em questão e vej a o que elas acham
dos

serviços prestados.

Após abrir a conta na corretora, você precisa fazer um depósito inicial para

poder com prar ações. Essa transferência pode ser feita por um Docum ento
de

Ordem de Crédito (DOC), Transferência Eletrônica de Disponível (TED) ou


por
um a ordem direta, caso a corretora sej a vinculada a seu banco.

Tão logo o dinheiro estej a em sua conta da corretora, você j á estará pronto

para a prim eira com pra. E então...

Chega a hora de escolher!

Será que você está pronto para iniciar sua vida de investidor?

Esse m om ento deixa m uitos investidores apavorados – e m uito provavelm


ente

esse será seu caso.

A prim eira coisa a fazer é saber que um a ação é o pedacinho de um a

em presa. Ao com prar um a ação, você se torna sócio da em presa em


questão.

Sim ples? Nem tanto... Muitas pessoas negociam anos com ações e não
aprendem

essa poderosa lição. Com prar um a ação é se tornar sócio de um a em presa.


Um a

ação não é um papel.


2. O que são ações?

Para um a em presa crescer, ela abre seu capital ao m ercado por m eio da

venda de ações. O obj etivo disso é fazer com que a em presa conquiste m ais

sócios ou consiga m ais dinheiro para investir.

Ação é um pedaço de uma empresa.

Sendo assim , um a boa estratégia é com prar ações de em presas que você

adm ire. No site da BM& FBovespa (www.bm fbovespa.com .br) existe um a


lista

das em presas que possuem ações na Bolsa.

Classificação das ações


As ações podem ser:

› Ordinárias (ON): concedem àqueles que as possuem o poder de voto nas

assem bleias deliberativas da com panhia.

› Preferenciais (PN): oferecem preferência na distribuição de resultados ou no

reem bolso do capital em caso de liquidação da com panhia. Não concedem


ou

restringem o direito de voto.

2.1. Por que com prar?

Por dois m otivos:

1. Para vender as ações por um preço m aior do que quando as com prou.

2. Para participar dos lucros da em presa, que distribui a seus acionistas pelo

m enos 25% desse valor líquido. São os fam osos dividendos.

Em geral, os investidores iniciantes tendem a se concentrar no prim eiro

m otivo. Querem logo descobrir qual a m elhor em presa para com prar e qual

ação subirá de preço em breve, para poder vender por um valor m uito m aior
do

que o que foi pago por ela.

É norm al que você tam bém queira com prar a em presa m ais barata entre

todas e que queira encontrar e com prar a ação que terá m aior aum ento de
preço

nos próxim os m eses.


Saiba que esse não é um desej o apenas dos novatos, m as de m uitos

investidores. Diariam ente, m ilhares de gestores de fundos de investim entos,

m uito bem form ados e inform ados, acordam pensando em descobrir de


quais

em presas devem com prar ações e de quais devem vender.

Depois de m uito trabalho de análise, esses gestores passam o dia com prando
e

vendendo ações. Em grandes bancos, é com um que o gestor de um fundo


acabe

vendendo algum as ações para gestores de outros fundos da m esm a


instituição.

E será que esses gestores profissionais sabem qual a m elhor em presa para

com prar? Se soubessem , os rendim entos dos fundos adm inistrados por eles

deveriam ser m uito superiores à m édia do m ercado. Mas não é isso o que

acontece. Lem bre-se do que foi tratado no Capítulo 3 sobre a eficiência do

m ercado de capitais.

Im agine um m ercado de carros onde diariam ente ocorrem centenas de

m ilhares de negócios. Nesse lugar todos ficam sabendo instantaneam ente os

valores das transações e têm inform ações com pletas e disponíveis sobre
cada

carro. Agora im agine que você tivesse que ganhar dinheiro com prando e

vendendo carros nesse m ercado. Não seria nada fácil, não é?


Assim é o m ercado da Bolsa de Valores. Milhares de pessoas tentam ganhar

dinheiro com prando e vendendo ações uns para os outros para obter lucros

rápidos.

Entretanto, a m aior parte dos investidores não está na Bolsa para com prar e

vender ações – ou, com o em nosso exem plo, para com prar e vender carros.
O

que a m aior parte dos investidores quer é ser dono de partes de algum as

em presas para poder ganhar dinheiro quando estas tiverem lucros. É com o
se a

m aior parte das pessoas que fossem ao m ercado de carros só quisesse com
prar

um autom óvel para utilizar no seu dia a dia.

Existem dois tipos de negociantes que atuam na Bolsa. O especulador é


aquele

que com pra e vende para lucrar rapidam ente. O investidor é alguém que
com pra

para poder aproveitar os frutos das em presas, ou sej a, seus dividendos.

Tornar-se investidor é m uito fácil, m as ser um bom especulador é algo

bastante difícil. Mesm o os grandes especuladores, com vasta experiência,


podem

algum dia perder quase tudo o que ganharam ao longo da vida.

Sendo assim , será que a m elhor form a de você entrar no m ercado é


tentando
ser um especulador? É provável que você concorde que não. A seguir, verem
os

com o você pode se tornar um investidor e lucrar, sendo acionista de grandes


e

sólidas em presas.

2.2. Por que vender?

Para obter liquidez, ou sej a, converter as ações em dinheiro. Um a ação

tam bém pode ser vendida quando o investidor avalia que suas perspectivas a

m édio e longo prazos são relativam ente m enos favoráveis em com paração
com

outras ações ou opções de investim ento.

A com pra e a venda de ações são realizadas por m eio de um pregão.

PREG ÃO

Sessão durante a qual se negociam as ações por m eio de transações

eletrônicas (pregão eletrônico).

Com o se form a o preço

Um a característica que assusta m uitas pessoas é a flutuação dos preços das

ações. Essa característica afugenta da Bolsa m uitos possíveis investidores.


Claro

que não é fácil, depois de m uito esforço e sacrifício para poupar, aceitar ver
suas

econom ias caindo 10% ou 15% em um só m ês. Porém , a flutuação é


resultado

da liquidez do investim ento, outra característica do m ercado de ações.

Im agine que você com pre um apartam ento e, depois de algum tem po,
resolva

vender o im óvel. É com um adm itir um a espera de vários m eses até que se
possa

converter esse apartam ento em dinheiro novam ente. Se o preço que você
quiser

por seu im óvel estiver acim a do valor de m ercado, é possível que tenha que

esperar até m esm o alguns anos para ter o dinheiro na m ão.

Na Bolsa de Valores, em todos os dias há ofertas de com pra e venda de


ações.

As ações de em presas consideradas de m aior liquidez são negociadas m


ilhares

de vezes por dia. Assim , você sem pre pode saber quanto conseguiria por seu

investim ento naquele dia. Isso faz com que os preços flutuem e causem ,
assim ,

sensação de insegurança.
Agora im agine que exista um prédio com 1 m ilhão de apartam entos, todos

idênticos. Você com pra um desses apartam entos para m orar e paga por ele
R$

150 m il. No elevador desse prédio existe um painel onde são registrados
todos os

negócios feitos por qualquer proprietário. Por um a regra especial, todos os


preços

dos apartam entos negociados devem ser publicados naquele espaço. E todas
as

ofertas de com pra e venda tam bém devem ser listadas, antes, no painel.

Suponha que, um dia, você chega à sua casa e vê que um apartam ento foi

vendido por R$ 140 m il. O que você faz? Coloca seu apartam ento à venda
por R$
138 m il ou continua m orando nele e vivendo sua vida norm alm ente? E se,
em

outro dia, você vir que outro apartam ento foi vendido por R$165 m il? Será
que

você abre um cham panhe para com em orar a valorização do investim ento?

Depois de algum tem po, a m aioria dos proprietários possivelm ente não

prestaria m ais atenção à flutuação dos preços. Mas se em determ inado dia
você

visse um a oferta m uito barata e resolvesse com prar o apartam ento para
vender

em um m om ento m ais propício? Você estaria se tornando alguém que com


prou

o apartam ento não para m orar ou alugar o im óvel, m as para ganhar com a

oscilação dos preços. Você seria, então, um especulador.

Será que a existência da cotação diária tornaria o investim ento nesses

apartam entos m ais arriscado do que em outros edifícios? Claro que não.
Porém ,

a sensação dos proprietários de im óveis seria de um leve desconforto ao ver


que,

em certos dias, um apartam ento igual ao seu estaria sendo vendido por um
preço

m uito inferior ao que seu im óvel valia quando foi com prado.

Esse exem plo hipotético ilustra com o funciona a form ação de preços na
Bolsa
de Valores. Muitos investidores não se preocupam com as flutuações de
preços,

pois estão m ais interessados em ser sócios dos lucros das em presas. Diariam
ente,

em m édia apenas um em cada m il investidores negocia suas ações. É com o


se,

naquele prédio im aginário, apenas dez apartam entos fossem negociados


todo dia.

Assim com o no prédio havia o painel no elevador com as cotações dos


preços

dos apartam entos, na Bolsa de Valores existe um sistem a para negociar


ações.
Vej a nesse exem plo as negociações das ações da Petrobras PN. O últim o

negócio foi feito a R$ 19,22, a m aior oferta era para com prar 7.900 ações ao

preço unitário de R$ 19,21 e para vender a m enor oferta era feita a R$ 19,23.

Nesse m om ento não ocorre negócio, pois existe um a diferença entre a m


aior

oferta de com pra e a m enor oferta de venda. O negócio é fechado sem pre
que

essas cotações se igualam .

No lado esquerdo, as ofertas de com pra são colocadas na tabela em ordem


decrescente, do m aior valor que alguém estej a disposto a pagar até ao m
enor

valor ofertado. Já no lado direito, nas ofertas de venda, os preços são


alinhados do

m enor para o m aior. Os m enores preços sem pre vêm à frente da coluna de

venda. Se alguém colocasse um a oferta de venda a R$ 19,22, ficaria no prim


eiro

lugar da fila, e se colocasse a oferta a R$ 19,21 venderia no m esm o instante,


pois

encontraria um a oferta de com pra no m esm o valor.

Observe que, se na próxim a negociação as ações da Petrobras forem


vendidas

a um valor m enor que no negócio anterior – ou sej a, se a próxim a venda for


feita

a R$ 19,21 – a im pressão que se teria é de que todo o valor de m ercado da

em presa caiu. Na realidade, isso não é de todo verdadeiro.

Voltando ao exem plo do prédio, suponha que um a pessoa precise m uito


vender

um apartam ento e que tenha que aceitar um a proposta de R$ 140 m il. Será
que

poderíam os com prar todos os apartam entos pelo m esm o valor? Não. Mas
o

preço de m ercado de todos os apartam entos ficaria sendo de R$ 140 m il. E,

assim , os dem ais proprietários teriam a im pressão de que seu investim ento
desvalorizou e tam bém de que é m uito arriscado.

Os donos dos apartam entos daquele prédio são com o grande parte dos

proprietários de ações. Muitos gostam apenas de m orar lá ou de ter um a


renda

m ensal com o aluguel do im óvel, assim com o m uitos investidores da Bolsa

querem , sim plesm ente, ganhar os dividendos que as em presas pagam e

participar do crescim ento das em presas.

Para essas pessoas, as cotações da Bolsa não geram sobressaltos diários. Para

eles, as cotações são m eros indicadores de longo prazo. Quando as cotações


de

suas em presas com eçam a cair, enquanto as outras sobem , eles verificam se

algo errado com a em presa. Caso vej am algum problem a, avaliam se não
está

na hora de sair do investim ento. Para os investidores, grandes quedas nas

cotações não são m om ento de pavor, m as m om ento de ir às com pras.


Você sabia

A duas quadras da Bolsa de Valores de Nova York (New York Stock


Exchange

– NYSE) fica a estátua de um touro de bronze. A escultura, de 3,2 toneladas,


é

conhecida com o Charging Bull e foi criada pelo artista Arturo di Modica. Ele

gastou 360 m il dólares com a obra e decidiu instalá-la em frente à bolsa de

valores de Nova York em 1989. A prefeitura da cidade preferiu rem over a

escultura e a depositou duas quadras ao sul, na praça Bowling Green, onde

perm anece até hoj e.

O touro sim boliza o m ercado em alta. Já a figura de um urso sim boliza o

m ercado em baixa. Esses sím bolos se originaram no início de século XX,


quando

eram realizadas lutas entre ursos e touros nos Estados Unidos. Nessas lutas, o

touro ataca com m ovim entos de baixo para cim a. Já o urso ataca com

m ovim entos de cim a para baixo. Assim , quando predom ina a oferta e o
preço

dos papéis sofre queda, é com um os analistas dizerem que é o m ercado do


urso

(“bear m arket”) em ação. Já se a dem anda predom ina e a Bolsa sobe, é o

m ercado do touro (“bull m arket”) que está prevalecendo.

Investindo em ações
O prim eiro passo para entrar na Bolsa é criar um a conta em um a corretora.

Tenha o cuidado de escolher um a corretora cadastrada na CVM e na Bolsa


de

Valores. Depois de vinculado a um a dessas sociedades, você terá acesso a

inform ações confiáveis sobre as em presas e poderá fazer seus negócios via

internet, por m eio do hom ebroker. Outra m edida essencial, antes de


investir, é

estudar o m ercado e m ontar um a estratégia.

Para entrar na Bolsa, você pode escolher entre as duas estratégias típicas dos

negociantes de ações, que j á foram apresentadas nesse capítulo: ser um

investidor ou ser um especulador.

As estratégias m ais recom endadas para um investidor são:

1. Investir regularm ente – todo m ês você deve com prar ações, pois assim

sua carteira refletirá a m édia dos custos passados. Se sua corretora tiver um

m ecanism o de investim entos program ados autom áticos, esta tarefa fica

m uito m ais fácil.

2. Reinvestir todos os lucros e dividendos – enquanto estiver construindo seu

patrim ônio, você deve, além de investir um pouco todo m ês, tam bém

reinvestir os lucros e dividendos que sua carteira gerar. Quando esses lucros

e dividendos puderem sustentá-lo, é hora de colher os frutos e viver com o

um investidor.
3. Escolher em presas que participem do Ibovespa ou IBrX – em presas que

têm m uitos negócios tendem a ter os preços sem pre m ais próxim os de seus

valores j ustos. Em presas com baixa liquidez (poucos negócios) podem ter

preços que se desviam dos valores j ustos.

4. Escolher em presas de acordo com seu perfil – investidores que estão

construindo seu patrim ônio devem com prar em presas que estão crescendo

m uito. Essas em presas costum am direcionar grande parte dos lucros para

proj etos de expansão e, assim , sobra pouco para dividendos. Quando seu

patrim ônio j á for grande o bastante para perm itir que você com plem ente

sua renda com os dividendos, o im portante é com prar em presas que

paguem m uitos dividendos.

5. Diversificar ativos – é com um que algum as em presas e setores

econôm icos tenham problem as e outros tendam a crescer m uito.

Investidores sabem que não podem prever o futuro e, assim , buscam ter

um a carteira com várias em presas diferentes e de setores econôm icos

diversos. Um a carteira bem diversificada tem entre oito e quatorze

em presas diferentes. A tarefa de diversificação é bastante facilitada pela

com pra de ETFs.

6. Selecionar em presas que respeitem o acionista – um a em presa deve ser


transparente e dar o m esm o acesso à inform ação aos m enores e aos

m aiores acionistas. Busque em presas que m antenham um bom site de

relacionam ento com o investidor, que se apresentem regularm ente na

Apim ec, e que estej am sem pre abertas a falar com o investidor. Mande um

e-m ail para o setor de relações com o investidor. Em presas que não

respondem às dúvidas dos investidores não os respeitam tanto assim . Outro

bom indicador de respeito aos acionistas são as em presas que participam dos

níveis diferenciados de governança corporativa da BM& FBovespa e do

Novo Mercado.

Fonte: Para saber m ais, procure a Associação dos Analistas e Profissionais


de

Investim ento do Mercado de Capitais (www.apim ec.com .br).

Teste prático

Vim os, no Capítulo 3, que as Finanças Modernas consideram que o m elhor

com portam ento para um investidor é fazer aplicações constantes em um a

carteira diversificada de ativos, pois assim o risco é m enor. Você tam bém j á
viu

que nos Estados Unidos nenhum investim ento m ensal constante realizado
por um

período de 30 anos resultou em prej uízo para um investidor.

No Brasil não tem os dados de prazos tão longos com o nos Estados Unidos,
porém tem os o Ibovespa, que reflete os dados de um a carteira diversificada
e

teórica de ações que se iniciou em 1968.

Então, vam os testar com os dados do Ibovespa seis estratégias diferentes de

investim entos1:

1. A prim eira consiste em investir um a quantia de US$ 100 um a vez e


retirar

dez anos depois, tam bém um a única vez.

2. A segunda estratégia é investir US$ 100 todo m ês, ao longo de dez anos e

retirar todo o m ontante de um a única vez, ao final.

3. A terceira estratégia é investir US$ 100 m ensalm ente por um período de

10 anos e retirar o m ontante aos poucos durante os cinco anos seguintes.

4. A quarta estratégia é investir US$ 100 m ensalm ente por um período de 12

anos e retirar o m ontante aos poucos durante os seis anos seguintes.

5. A quinta estratégia é investir US$ 100 m ensalm ente por um período de 14

anos e retirar o m ontante aos poucos, durante os sete anos seguintes.

6. A sexta e últim a estratégia é investir US$ 100 m ensalm ente por um

período de 16 anos e retirar o m ontante aos poucos durante os oito anos

seguintes.

Basicam ente o que tentam os dem onstrar com essa pesquisa é que a m elhor

estratégia para quem quer investir em ações é com prar aos poucos durante m
uito

tem po e depois viver com os dividendos ou com pequenas vendas m ensais


de

ações. Ou sej a, aposentar-se com os frutos do investim ento em ações.

Infelizm ente não é possível sim ular um a carteira de investim entos em que
o

investidor fosse investindo durante 30 anos e que depois fosse retirando ao


longo

de 20 anos de form a constante, pois não há dados suficientes para esse

levantam ento. Mas, com o vai ficar claro com a exposição dos dados, quanto

m aior for o prazo em que você investir de form a constante e quanto m aior

tam bém for o prazo da retirada, m elhor será sua relação de risco e retorno.

Vej am os com m ais detalhes essas seis estratégias.

APLICAÇÃO DE US$ 100 E RETIRADA 120 MESES DEPOIS

Nessa estratégia, foi sim ulado o com portam ento de um investidor que
aplicou

um valor equivalente a US$ 100 e deixou esse dinheiro na Bolsa por dez
anos.

Finalizado esse período, o investidor retirou, em um a única parcela, todo o

m ontante acum ulado, resultante da aplicação inicial, m ais os rendim entos.

A prim eira aplicação foi feita em j aneiro de 1968 e a retirada, em dezem bro

de 1977; a segunda aplicação foi feita em fevereiro de 1968 e a retirada, em


j aneiro de 1978 e assim sucessivam ente. Ao todo foram sim uladas 420
carteiras

de investim entos diferentes ao longo de 45 anos.

O retorno m édio foi de 11,63% ao ano, em dólares. Esse é um bom retorno

para um a aplicação de longo prazo. Porém , o risco tam bém foi alto. Ou sej
a,

dependendo do período em que com eçou a poupar, o investidor poderia ter


tido

ótim os retornos ou retornos negativos. Vej a o gráfico:

Dependendo do m ês em que o investidor retirou suas aplicações, poderia ter

tido excelentes rentabilidades ou rentabilidades m uito baixas. Assim , a m


edida de

risco da aplicação, representada pelo desvio padrão dos retornos, foi de


9,28%.
APLICAÇÃO DE 120 PARCELAS DE US$ 100 EM UMA ÚNICA

PARCELA

Nessa estratégia foi sim ulado o com portam ento de um investidor que,
durante

dez anos, investiu US$ 100 m ensalm ente e, ao final dos 120 m eses, retirou
todo o

dinheiro de um a única vez.

A prim eira carteira foi feita com aplicações entre j aneiro de 1968 e dezem
bro

de 1977; a segunda aplicação foi feita entre fevereiro de 1968 e j aneiro de


1978

e assim sucessivam ente. Foram sim uladas 420 carteiras de investim entos

diferentes ao longo de 45 anos.

Nessa nova form a de aplicar obteve-se retorno superior a 13,67% ao ano,

porém o risco das carteiras aum entou m uito e passou a ser de 12,64%. Vej a
o

gráfico:
Dependendo do m om ento da retirada, o investidor poderia ter obtido

excelentes lucros ou grande prej uízo.

APLICAÇÃO DE 120 PARCELAS DE US$ 100 E RETIRADAS EM 60

MESES

Foi sim ulado o com portam ento de um investidor que aplicou US$ 100 m
ensais

durante dez anos, com o no item anterior. Só que, nessa sim ulação, ele não
retira

tudo de um a vez. Todos os m eses, durante os cinco anos subsequentes, ele


retira o

valor acum ulado em parcelas proporcionais até consum ir o m ontante, ou sej


a,

foi retirado, no prim eiro m ês, 1/60 avos; 1/59 avos no segundo, 1/58 no
terceiro

até que, no últim o m ês, foi retirado todo o m ontante.


Foram sim uladas 360 carteiras. A prim eira foi de aplicações iniciadas em

j aneiro de 1968 e finalizadas em dezem bro de 1982 e a últim a finalizada em

dezem bro de 2012.

O retorno m édio obtido foi de 13,59% ao ano, um bom rendim ento. E o


risco

foi baixo: desvio padrão de 6,87%. Apenas 7,78% das carteiras tiveram
retornos

negativos – todas influenciadas pela grande crise de 1971. Ainda assim , o m


aior

prej uízo foi de 2,84% ao ano. Interessante notar que a crise de 2008 praticam
ente

não afetou essa estratégia de investim ento. Vej a o gráfico:

APLICAÇÃO DE 144 PARCELAS DE US$ 100 E RETIRADAS EM 72

MESES
Com o j á foi possível notar nas três estratégias anteriores, aplicar aos poucos
e

retirar aos poucos reduziu o risco e aum entou o retorno.

Continuam os assim sim ulando 12 anos investindo e seis anos usufruindo. O

risco caiu novam ente e o retorno aum entou: TIR de 14,89% ao ano e desvio

padrão de 3,79%.

APLICAÇÃO DE 168 PARCELAS DE US$ 100 E RETIRADAS EM 84

MESES

Na sim ulação com 14 anos de investim entos m ensais e retiradas ao longo


de

sete anos houve novo aum ento do lucro e redução do risco: TIR 14,94% ao
ano e

desvio padrão de 3,21%.

APLICAÇÃO DE 192 PARCELAS DE US$ 100 E RETIRADAS EM 96


MESES

O resultado m ais interessante da pesquisa ocorreu j ustam ente na sim ulação


de

16 anos de aplicações e oito anos de usufruto. Ao todo foram criadas 252

carteiras. A prim eira foi de aplicações iniciadas em j aneiro de 1968 e


finalizadas

em dezem bro de 1991. A últim a term inou em dezem bro de 2012.

O retorno m édio obtido foi de 14,81% ao ano e o risco foi o m ais baixo
entre

todas as seis estratégias: desvio padrão de apenas 2,64%, sendo que o m enor

retorno em todos os 45 anos de pesquisa foi de 8,68% ao ano. Foram inúm


eras

crises nesse período, m as o investidor que tivesse m antido a estratégia de

com prar aos poucos para usufruir na aposentadoria não sentiria o im pacto,
com o

dem onstra o gráfico:


1As quantias foram todas feitas em m oeda nacional e depois convertidas em

dólares norte-am ericanos para reduzir os efeitos da inflação brasileira.

Resum indo:

› Estratégia 1 - Retorno: 11,63% ao ano. Risco: 9,28.

› Estratégia 2 - Retorno: 13,67% ao ano. Risco: 12,64.

› Estratégia 3 - Retorno: 13,59% ao ano. Risco: 6,87.

› Estratégia 4 - Retorno: 14,89% ao ano. Risco: 3,79.

› Estratégia 5 - Retorno: 14,94% ao ano. Risco: 3,21.

› Estratégia 6 - Retorno: 14,81% ao ano. Risco: 2,64.

Para efeito de com paração, um a aplicação constante de US$ 100 em

caderneta de poupança durante os 45 anos da pesquisa resultaria em um


retorno

de 6,52% ao ano.
Essas pequenas variações na taxa de j uros parecem pouco, porém não são.

Vej a a com paração de um a aplicação de US$ 100 em j aneiro de 1968 e


retirada

em dezem bro de 2012:

Retorno de 6,52% a.a. (caderneta de poupança) resultaria em US$ 1.706,54.

› Retorno de 11,63% a.a. (estratégia 1) resultaria em US$ 13.986,46.

› Retorno de 13,67% a.a. (estratégia 2) resultaria em US$ 31.612,88.

› Retorno de 13,59% a.a. (estratégia 3) resultaria em US$ 30.542,20.

› Retorno de 14,89% a.a. (estratégia 4) resultaria em US$ 51.031,38.

› Retorno de 14,94% a.a. (estratégia 5) resultaria em US$ 51.950,63.

› Retorno de 14,81% a.a. (estratégia 6) resultaria em US$ 49.492,21.

*Mas, atenção! É pouco provável que taxas tão elevadas se repitam no futuro.

Mesm o que a interpretação da pesquisa pareça com plexa, a m ensagem que

ela transm ite é extrem am ente clara. Se você quer investir na Bolsa correndo

poucos riscos, inicie logo seus investim entos. Invista regularm ente em um a

carteira diversificada. Lem bre-se dos ETFs, que vim os no Capítulo 4.


Depois que

você tiver um grande m ontante, só precisa ir gastando lentam ente seu


dinheiro

para com plem entar a aposentadoria.

Relem brando...
Um investidor com pra ações com o quem com pra em presas. Um
especulador

com pra apenas ações. Um investidor está preocupado com o desem penho
das

em presas, j á o especulador está preocupado com o m ovim ento dos preços


das

ações no curto prazo.

Um especulador é alguém que com pra ações para vender com preços m ais

elevados, que visa obter ganhos rápidos ao negociar suas ações. O


especulador

não se preocupa com as em presas, m as com a variação dos preços das ações.

Para ser um especulador, você deve dedicar m uito tem po à atividade e se m


unir

de m uitos conhecim entos para atuar no m ercado. Ser especulador dá m uito

trabalho, m as pode ser m uito divertido e prazeroso para algum as pessoas.

Caso você decida ser especulador, terá que conhecer m uito bem análise

gráfica e tam bém análise fundam entalista, ler m uito e estar em constante
contato

com o m ercado. Talvez nem sobre tem po para ter outra atividade
profissional.

Porém , não se iluda pensando que os especuladores ganham m uito dinheiro.


Para

um especulador ganhar dinheiro, ele tem que encontrar outro que perde
dinheiro.
Para ser um investidor, o cam inho é m uito m ais fácil. Com poucas horas

m ensais você pode acom panhar sua carteira sem prej udicar em nada sua

atividade profissional. Um investidor não gasta tem po tentando descobrir


quando

é hora de com prar e vender ações, pois ele sabe que o m elhor a fazer é com
prar

sem pre até construir um a carteira de ações que possa sustentá-lo com seus

dividendos.

Quando sua carteira j á estiver grande o suficiente, pode acrescentar a ela

ações de em presas que sej am boas pagadoras de dividendos e viver de


rendas.

Resum indo...

No gráfico a seguir, estão colocados o retorno e o risco das seis estratégias de

aplicações. O que se vê é que a aplicação constante e a retirada tam bém

constante (ponto F), além de representar um a rentabilidade m uito próxim a


das

estratégias D e E, apresenta um risco significativam ente m enor.

Por ter m aior risco, o ponto B representa outra possibilidade de estratégia de

investim entos interessante. Ela consiste no seguinte: você estabelece um a m


eta,

com o com prar um apartam ento com determ inadas características, um carro

novo ou um a viagem dos sonhos. Então, inicia um a carteira com depósitos


constantes. No dia em que essa carteira for suficiente para realizar o sonho de

consum o, você vende ações e realiza o obj etivo. Assim , é m uito provável
que

você só retire seu dinheiro no m om ento em que o retorno acum ulado for

satisfatório.

Estratégia certeira

Com prar os ativos em m om ento de baixa e vender na alta é um a das m


áxim as

do m ercado financeiro. Mas nem sem pre é fácil colocar essa estratégia em

prática. Um a form a de fazer isso com sucesso é balancear um a carteira

com posta por ações e renda fixa.

Fizem os um a sim ulação em que o investidor aplicaria R$ 1 m il m ensais


logo

no início do Plano Real, em 1º de j ulho de 1994. Nos seis prim eiros m eses,

m etade dos recursos iria para um a aplicação corrigida pelo Índice Bovespa e
a

outra m etade estaria atrelada ao Certificado de Depósito Interfinanceiro


(CDI).

A partir do sétim o m ês a aplicação de R$ 1 m il iria para o portfólio com


pior

rendim ento. E sem pre que um a carteira superava a fatia de 60% de


participação

no total dos investim entos, era realizada um a venda nessa carteira e a com
pra

dos ativos da outra, de m odo a m anter o equilíbrio de 50% e 50%.

A pesquisa m ostrou que, de j ulho de 1994 até 31 de dezem bro de 2012, se o

investidor tivesse aplicado som ente no índice Bovespa, ele teria obtido
retorno de

14,41% ao ano e acum ularia R$ 1,003 m ilhão. Se tivesse investido apenas


no

CDI, a rentabilidade anual seria de 16,28%, acum ulando assim R$ 1,240 m


ilhão.

Já se tivesse balanceado a carteira ao longo do período, apostando sem pre na

carteira perdedora, o investidor obteria rendim ento anual de 17,59% ao ano e

acum ularia R$ 1,439 m ilhão. Ao longo de todo o período, foram realizados


balanceam entos apenas oito vezes. Por esse pequeno esforço, o investidor

conseguiu acrescentar quase R$ 200 m il à sua rentabilidade.

Ao seguir essa estratégia, você terá de vender os papéis para reenquadrar a

carteira quando as ações se valorizarem m uito e, dessa form a, irá vender na


alta.

Já se o m ercado acionário cair, você tam bém será obrigado reduzir a fatia
em

renda fixa para aplicar em ações. Ou sej a, vai com prar na baixa.

Com o escolher?

Depois que você m onta sua estratégia de investim ento, o próxim o passo é

definir que ações com prar. Procure com prar ações de em presas sólidas e
que

você adm ire. Diversifique sua com pra entre ações de com panhias de
diversos
setores da econom ia. Assim , você dim inui os riscos. Com pre ações de em
presas

que sej am m uito negociadas, pois, assim , não corre o risco de pagar por um
a

em presa m ais do que ela realm ente vale. Por isso, um a boa estratégia é só

com prar ações que façam parte do Ibovespa. Lem bre-se de que com prar
ações

é tornar-se sócio de um a em presa.

Outra form a bem m ais sim ples é com prando um ETF que aplique em
ações,

com o o PIBB11, por exem plo.

Na prática | AS PRIMEIRAS LIÇÕES DE MERCADO FINANCEIRO

Um professor queria ensinar para a filha de 4 anos as prim eiras lições sobre

com o lidar com dinheiro. Deu a ela um cofrinho para guardar m oedas. A

m enina depositava ali as m oedas e trocos que ganhava dos pais e dos avós.
Um a

vez que a garota havia adquirido o hábito de poupar, o pai queria ir além ,

ensinando-a tam bém a im portância de investir. Mas com o ensinar para um


a

m enininha essa lição que m esm o os adultos têm dificuldade de aprender? O


pai

resolveu a questão perguntando à garota do que ela m ais gostava. A m enina

respondeu que gostava m uito de sorvete. “Pois bem ”, disse o pai, “vam os
investir

suas econom ias em um a em presa que faça sorvetes. Quando a em presa


tiver

lucros, você ganhará um sorvete com o recom pensa”. Com o no Brasil não
havia

um a em presa de sorvetes com ações na Bolsa, o pai investiu em um a


carteira

com posta por outras com panhias. Conform e havia prom etido à filha, ele
revertia

os lucros dessa carteira em sorvetes. Quando a garota fez 8 anos, quis ver os

extratos com o nom e de sua em presa. Então o pai explicou o que tinha feito
e

perguntou a ela de qual em presa ela gostaria de ser sócia, com prando ações.
A

m enina escolheu um a em presa de alim entos, que, segundo ela, fazia pizzas

deliciosas. O irm ão m ais novo se interessou pelo negócio e, com o gostava


de

cobrar j uros quando em prestava algum trocado de sua m esada à irm ã, logo
quis

ser sócio de um banco. As em presas de am bos crescem a cada ano e o


professor

gera rankings da valorização das ações dos filhos. A cada fim de ano os irm
ãos

com petem entre si para saber quem está ganhando m ais dinheiro na Bolsa.
Com
a divulgação dos prim eiros casos de gripe aviária, a garota com eçou a
perder

para o irm ão m ais novo e aprendeu que deveria diversificar sua carteira de

investim entos. Agora ela tam bém tem ações de um a em presa geradora de

energia elétrica.

Governança corporativa

Um a das preocupações que você deve ter ao adquirir as ações de um a

em presa é em saber se esta opta por práticas de governança corporativa, ou


sej a,

saber se a em presa preza pela transparência, pela prestação de contas e pela

integridade.

A Bolsa de Valores de São Paulo estabeleceu níveis que reúnem as em presas

pelo estágio de governança corporativa em que se encontram . Para estar em

cada um dos níveis, as em presas se com prom etem a cum prir um a série de

regras e obrigações que visam , principalm ente, à transparência e à m elhor

prestação de contas para os investidores.

› Nível 1 de governança: as com panhias do Nível 1 se com prom etem ,

principalm ente, com m elhorias na prestação de inform ações ao m ercado e


com

a dispersão acionária. Precisam , por exem plo, divulgar balanços trim estrais
e ter
pelo m enos 25% de suas ações em circulação.

› Nível 2 de governança: as com panhias do Nível 2 precisam cum prir todas


as

regras do nível anterior e outras ainda m ais com plexas, com o adotar
padrões

internacionais para suas dem onstrações financeiras.

› Novo Mercado: neste nível, as em presas se com prom etem a adotar


práticas de

governança corporativa adicionais em relação ao que é exigido pela


legislação.

As com panhias que estão neste estágio som ente podem ter ações ordinárias,
que

dão direito a voto e perm item que o investidor tenha posição m ais ativa.

Vej a m ais em www.bm fbovespa.com .br.

Com o com prar?

Depois de m ontar um a estratégia de investim ento e decidir a quais em


presas

você quer se associar, basta com eçar a com prar ações. Para isso, cadastre-se
na

corretora que você escolher, deposite na conta de sua corretora o valor que

desej a investir e acesse o hom ebroker.

No hom ebroker você encontrará o livro de ofertas de ações, com os preços


de

com pra e de venda dos papéis. Quando você digitar, em seu hom ebroker, o

código da ação que quiser com prar, abrirá um a página com o livro das
ofertas de

com pra e venda. Vej a o exem plo a seguir, retirado do hom ebroker de outra

corretora.

Neste livro, pode-se ver que o últim o negócio se realizou a R$ 19,23 e que

existe um a oferta de com pra a R$ 19,21 e de venda a R$ 19,23. Portanto,


com o

existe diferença de R$0,02 entre um a e outra, não se fecha negócio.

Os negócios na Bolsa, com o em qualquer outro lugar, só se realizam quando

com prador e vendedor estão de acordo com o preço de com pra e venda.

Supondo que você queira com prar ações da Petrobras, bastaria preencher o

form ulário com a opção de com pra e estabelecer o preço que estivesse
disposto

a negociar. Você escolheria tam bém até quando sua oferta seria válida e
clicaria

no botão “enviar” para concluir a oferta.

Im ediatam ente, sua ordem iria à corretora e um sistem a eletrônico a

retransm itiria para o sistem a da Bolsa.

HOMEBROKER

Sistem a via internet por m eio do qual o investidor opera na Bolsa de


Valores

sem a necessidade da interm ediação de um a corretora em cada operação.

É com o se seu corretor de valores (broker) estivesse em sua casa (hom e).

Para obter um a lista com pleta das corretoras que oferecem o sistem a,

consulte o site da BM& FBovespa no seguinte link:

http://vitrinecorretoras.bvm f.com .br


Pronto. Em alguns segundos sua ordem j á iria constar no livro de ofertas do

hom ebroker.

Caso sua ordem tivesse sido de com pra e você tivesse colocado o preço a R$

19,22, sua ordem iria para a prim eira colocação da fila de negócios. Se
alguém

quisesse vender pelo m esm o valor, seu negócio seria realizado.

Um a vez que se efetiva um a ordem de com pra, sua corretora saca o


dinheiro

que você deixou na conta para efetuar o pagam ento das ações. Por últim o, a

corretora credita as ações que você adquirir em sua conta na CBLC.

Liquidação e custódia
Quando um investidor com pra ações na Bolsa de Valores, ele não sabe de

quem está com prando e quem vende não sabe para quem está vendendo.
Para

viabilizar esse tipo de transação, existem nas Bolsas de Valores as câm aras
de

liquidação e custódia.

Quando você dá um a ordem de venda para sua corretora, esta vai ao pregão e

vende para outra corretora em que um cliente deu ordem de com pra. Depois
de

realizado o negócio, a corretora que vendeu as ações retira as ações de sua


conta

e as transfere para a Com panhia Brasileira de Liquidação e Custódia


(CBLC). A

corretora que com prou saca o dinheiro do cliente e o transfere tam bém para
a

CBLC.

Dois dias após o negócio, ocorre a liquidação. A CBLC transfere o dinheiro

para a conta do vendedor, e as ações, para a conta do com prador, tudo com

grande segurança e sem riscos. A CBLC está ligada não só ao Tesouro


Direto,

m as tam bém à BM& FBovespa. A CBLC é a única depositária central de


ativos

para o m ercado de ações no Brasil e fica responsável pela guarda e


adm inistração dos valores negociados na Bolsa.

Com prar e vender ações pode parecer difícil, m as não é não. Um a vez que

você se fam iliarizar com o sistem a e fizer a prim eira com pra, tudo parecerá

m ais fácil. Se você costum a fazer com pras pela internet, conseguirá com
prar

um a ação sem qualquer dificuldade.

O sistem a é feito para que a m elhor oferta de com pra ou de venda sej a

sem pre realizada. Mesm o que você colocasse um a ordem de com pra a R$
80,

ela seria executada pelo preço de m ercado, ou sej a, com o o preço m ais
baixo de

venda era de

R$ 19,23, sua ordem de com pra seria im ediatam ente fechada por esse preço
e

não pelo valor que você colocou.

Na Bolsa, é im possível com prar por valor superior à m enor oferta de venda
e

im possível vender por oferta inferior à m aior oferta de com pra.

Na BM& FBovespa existem dois m ercados. Em um deles são negociados


lotes

de ações, norm alm ente de 100 ações ou m ais. Assim , você só pode com
prar

frações de 100 ações ou lotes m aiores. “K” significa quilos e representa m il


ações, “M” significa m ega, ou 1 m ilhão de ações. Tam bém existe um m
ercado

cham ado de “fracionário”, onde você pode negociar ações unitárias.

Norm alm ente, os preços das ações são m uito próxim os em am bos, em
bora

sej am m ercados diferentes.

A insegurança antes de realizar o prim eiro negócio é norm al, m as fique

tranquilo, pois no site da corretora que você escolher será possível encontrar

outras dicas práticas sobre com o com prar e vender ações. Depois dos prim
eiros

negócios, tudo parecerá m uito sim ples.

Saiba que o prêm io para quem resolve investir em ações pode ser bastante

grande. Im agine que você tivesse investido US$ 100 em j aneiro de 1968 em

caderneta de poupança e US$ 100 em ações. No final de 2012 sua poupança


teria

cerca de US$ 1.658, m as sua carteira de ações teria m ais de US$ 27.521m il.

Vej a o gráfico:
Vej a com o vale a pena um pequeno esforço para aprender e entrar nesse

m ercado. Confie em você, perca o m edo, saia da acom odação. Aprender a

investir em ações pode ser m uito bom para seu futuro.

Q uando um investidor vende ações para outro, a transferência de


recursos só

ocorre entre eles e o caixa da empresa não sofre nenhum efeito com a

negociação.

Dicas im portantes

Entre na Bolsa j á com seus obj etivos em m ente. Pense no quanto gostaria
de

ganhar e para quê. Depois, você deve iniciar investindo um pouco todo m ês.
Atualm ente, é possível com eçar com apenas R$ 100. Mantenha a
regularidade.

Tam bém não invista na Bolsa algum dinheiro que você possa vir a precisar

para em ergências. Separe algum a quantia para isso, que fique disponível na

conta bancária. Assim , você não corre o risco de ter que vender suas ações
em

um m om ento em que estej am em baixa.

Quando receber sua parte de algum lucro da em presa, procure inj etá-los

novam ente na aplicação, com prando novas ações. Por outro lado, você pode

decidir ficar com os dividendos e vender as ações, se verificar que seus obj
etivos

j á foram alcançados. Não corra riscos desnecessários se j á chegou onde


queria.

Tam bém acom panhe o desem penho das diversas em presas no m ercado e

escolha aquelas que são sólidas, têm apresentado bom histórico de lucros e

perspectivas de crescim ento. Para se m anter inform ado, consulte o site da

BM& FBovespa ou de sua própria corretora.

Lem bre-se de não concentrar seus investim entos em apenas um a com


panhia.

Pulverize-o em diversas em presas. Em outras palavras: diversifique. Além


disso,

com pre e venda ações lentam ente. Seu risco despenca com a adoção dessas
m edidas.

Invista um pouco todo mês em umacarteira diversificada de ativos.

Lem brete

A característica m ais m arcante das ações é a oscilação de preço. Mesm o


com

essa volatilidade, porém , a Bolsa é um ótim o negócio, porque proporciona

elevada rentabilidade em longo prazo (m ínim o 10 anos). É um tipo de

investim ento que requer ação rápida se seus obj etivos j á foram alcançados
ou

paciência para deixar seus investim entos aplicados durante um longo tem po.
Se

esse for o caso, não se desespere com um a queda brusca das ações em

determ inado período e não saia correndo desesperado para retirá-lo da Bolsa.
Se

fizer isso, perderá dinheiro.

Dica

Se você está iniciando e ainda não se sente totalm ente seguro, não com pre

ações que estão fora do Ibovespa, índice que estim a a m édia de desem
penho das

principais ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Tenha essa m


édia

de rentabilidade do m ercado com o base. Tom e cuidado com ações que


caem
m uito m ais do que a m édia do m ercado, pois isso pode indicar problem as
na

em presa. Para isso, com pare sem pre o preço original da ação com seu valor

atual.

Resum indo...

› Investidor -> com pra ações para participar dos resultados da em presa.

› Especulador -> com pra ações para vendê-las rapidam ente com lucros.
Tenta

com prar barato e vender caro.

Montando o quebra-cabeça

Agora que você j á conhece as principais alternativas de investim ento –


Fundos

e Clubes de Investim ento, Tesouro Direto, Renda Fixa e Bolsa de Valores –


é

hora de com eçar. Você está lem brado das regras dos 70 e dos 100 que

m ostram os no Capítulo 3? Vej a de novo a regrinha e reduza o risco global


de sua

carteira de investim entos.

JOG OS RÁPIDOS

› Núm ero 70 – (idade) = percentual de renda que alguém com perfil

conservador deve investir em ações.

› Núm ero 100 – (idade) = percentual de renda que alguém com perfil m
oderado

ou arroj ado deve investir em ações.

Quanto m ais velho você for, m enos risco deve correr. Poupe e distribua seus

investim entos em Tesouro Direto, ações, im óveis, se forem vantaj osos, e,

eventualm ente, em outras opções.

Outra regra básica que nunca deve ser violada: se você perde o sono com
seus

investim entos, algum a coisa está errada. Investir deve ser um a form a de

m elhorar sua qualidade de vida. Se determ inada aplicação não está


contribuindo

para isso, não hesite em parar tudo e com eçar outra vez.

O dinheiro não gosta de quem não tem tem po para ele. Por outro lado, a vida

não gosta de quem só tem tem po para o dinheiro. Seu dinheiro deve
proporcionar

tranquilidade e paz de espírito a você. Persiga esse obj etivo. Mas não se
esqueça

de que as pessoas geralm ente têm m edo de investim entos m ais sofisticados

porque tem em o desconhecido. Assim , nunca pare de aprender. Esse deve


ser o

seu m aior investim ento.

Por que tantas pessoas perdem e tão poucas ganham

Vej a a história que se repete continuam ente em todas as Bolsas de Valores


do

m undo desde que foram criadas...


A sua história pode ser diferente...

Naqueles 10 dias fatídicos do que ficou conhecido com o “outubro negro”, a

aplicação de Dr. Paulo caiu m ais de 30%. Mas aquela crise que parecia o fim

dos tem pos para m uita gente, foi apenas “m ais um a crise” para o m ercado
–e

nem tão intensa quanto outras que ocorreram antes ou que viriam a acontecer

anos m ais tarde, com o fica claro no gráfico abaixo.

Caso o Dr. Paulo tivesse iniciado, em j ulho de 1997, um plano de investim


entos
regular de R$ 1 m il por m ês em um a carteira diversificada de ações

(rentabilidade idêntica ao Ibovespa), teria, no início de 2013, um m ontante


de R$

566.218,96 – o que representa um rendim ento anual de 13,13% ao ano, bem

acim a da inflação m édia anual do período. Ou sej a, m esm o ele tendo


escolhido

um m au m om ento para entrar na bolsa, a estratégia de investim entos teria

corrigido o erro.

O m aior engano, ao investir em ações, é achar que você pode ganhar m uito

dinheiro de form a rápida e fácil ao especular. Tentar adivinhar qual é o m


elhor

de todos os m om entos para vender e com prar ações é algo que nem m esm
o

analistas financeiros, que trabalham 14 horas por dia no m ercado,


conseguem

fazer. Especular é o que se pode cham ar de um “j ogo de som a zero”, no


qual é

necessário que alguém perca para que outro ganhe.

Bem diferente disso é a atividade de investir em em presas sólidas, que


podem

crescer e gerar m uito lucro. Assim , todos saem ganhando. Muito m elhor do
que

tentar entrar e sair do m ercado na hora certa é m ontar um a estratégia de


distribuição de seus investim entos.

Se, ainda assim , você estiver realm ente determ inado a especular, a

recom endação é que com ece logo a estudar m uito m ais.

Os frutos da árvore

Im agine um a casa na qual nunca falte água. A fam ília que vive nesse lugar

não precisa j am ais se preocupar com a água dos banhos, da lim peza da casa
ou

do preparo dos alim entos.

Agora pense em outra fam ília que vive em um local onde falta água de

tem pos em tem pos. Nessa casa nunca se sabe, ao acordar, se haverá água

suficiente para as tarefas do dia. Os banhos, o preparo dos alim entos, tudo é

m otivo de constante preocupação.


Para a fam ília do segundo caso, viver em eterna preocupação deve ser

bastante incôm odo – apesar de, para eles, as restrições parecerem norm ais. É

possível até que essa fam ília tenha se acostum ado a essa situação depois de

algum tem po, e que conviva relativam ente bem com o problem a. Tam bém
pode

ser que o fato de não saber se no dia seguinte haverá água os tenha levado a

desenvolver um sistem a de cisternas e caixas d’água que garanta certa

regularidade no fornecim ento.

Já a prim eira fam ília, provavelm ente, nem percebe o conforto em que vive.
O

norm al para eles é ter água sem pre.

Se ocorresse um a situação de estiagem que prej udicasse o abastecim ento de

água nos dois bairros, a prim eira fam ília seria m ais prej udicada do que a

segunda, pois não tem o hábito de se precaver para caso de im previstos.

O m esm o pode-se dizer do m odo com o as fam ílias lidam com dinheiro.
As

que nunca sofreram restrições provavelm ente não pensam sobre o assunto. Já

nas casas em que a situação financeira é m ais instável, dinheiro pode ser

sinônim o de preocupação – a não ser que se desenvolva um sistem a que


perm ita

conviver com as incertezas.


No passado eram com uns os em pregos que garantiam fluxo constante de

dinheiro por toda a vida profissional e aposentadoria das pessoas. Mas esses

em pregos são cada vez m ais raros.

As pessoas precisam se preparar para fases de instabilidade, em que o


dinheiro

não entra de form a regular. Com o a m obilidade profissional tornou-se algo

frequente, é preciso m anter reservas financeiras constantes para m om entos


de

escassez. Tam bém j á foi o tem po em que a aposentadoria garantida pelo

governo era sinônim o de futuro tranquilo. A atual crise da previdência social


sinais de que, m uito em breve, o Estado só vai garantir essa “tranquilidade”


para

níveis m uito baixos de aposentadoria.

Num a época em que os em pregos estáveis são cada vez m ais raros, e as

oportunidades para os autônom os e profissionais liberais crescem a cada dia,


é

necessário que as fam ílias pensem m ais na questão financeira para não
passar

por restrições ou acum ular dívidas. Organizar um orçam ento fam iliar é

fundam ental nesse aspecto.

Manter um orçam ento equilibrado, anotar e controlar os gastos não é difícil.


Dedicar duas horas sem anais controlando as finanças pode garantir a

tranquilidade para aproveitar m elhor as outras 166 horas que sobram . Com o
foi

dito ao longo do livro, quem não dedica algum tem po para dar atenção ao

dinheiro acaba sendo abandonado por ele. Cuidar das finanças aj uda os
casais a

se m anterem unidos e a educar os filhos para que não se tornem escravos das

dívidas no futuro.

Além de anotar e controlar os gastos, é fundam ental investir um a pequena

parte do que se ganha ao longo da vida para garantir um futuro confortável. A

regra pague-se prim eiro deve ser recordada sem pre. Outras dicas são:
aplicar de

form a constante e diversificada para m inim izar a volatilidade e desconfiar


de

investim entos que prom etem retornos m uito elevados. Afinal, não existem

soluções m ilagrosas.

Muitas pessoas dizem que não guardam dinheiro porque ganham pouco. Se

esse é o seu caso, pense que existem pessoas que ganham m enos do que você
e

que conseguem alcançar a independência financeira. Em contrapartida,


existem

outras que ganham m uito m ais e vivem endividadas. Essas, ainda,


desperdiçam
grande parte do que ganham pagando j uros – o que não dá prazer a ninguém

em vez de usar esse dinheiro para aum entar a qualidade de vida.

É com um que m uitas pessoas pensem que “não vale a pena passar a vida se

preocupando com as finanças” e que é possível viver sem pensar em dinheiro.

Essas pessoas adoram criticar aquelas que gastam algum as horas da sem ana

planej ando o futuro. Porém , é ainda m ais com um ver os m esm os críticos

preocupados com a falta de dinheiro por não terem se planej ado – e gastando

m uito m ais tem po com isso.

Em geral, preocupar-se dem ais com dinheiro não traz felicidade. Pessoas que

fazem do dinheiro o centro de suas vidas sofrem m ais do que aquelas que

preferem não pensar no assunto.

O dinheiro é um m eio para viver – que não deve ser confundido com a razão

da vida. Ninguém vive para beber água, m as é preciso beber água para viver.

Por isso, é fundam ental a preocupação com a água que tom arem os am anhã
e

com a água que nossos descendentes tom arão no futuro.

Assim deve ser com o dinheiro. Em um a sociedade m oderna, dinheiro é

essencial para a vida. Devem os guardar um pouco quando tem os, para
poderm os

consum ir se um dia faltar. Precisam os nos preocupar com o hoj e, o am anhã


e

até m esm o com o futuro daqueles que dependem de nós.

Dinheiro é m uito poderoso para proporcionar prazer – e prazer é um dos

com ponentes da felicidade. Mas a felicidade não é só resultado do prazer, e

ninguém consegue ser feliz apenas por ter dinheiro. A riqueza não faz com
que

um a pessoa sej a am ada verdadeiram ente, tam bém não garante autoestim a
nem

realização, e não é capaz de tornar alguém engaj ado à própria vida. Porém ,

quando bem adm inistrado, o dinheiro perm ite ter um a vida m ais tranquila e

prazerosa, perm itindo que se busque m ais facilm ente a felicidade. Por tudo
isso,

desprezar o dinheiro tam bém traz consequências ruins.

A lição m ais im portante é saber que, se dinheiro não traz felicidade,

certam ente a falta dele é capaz de trazer infelicidade. O segredo m aior está
no

equilíbrio. Pessoas que dedicam toda a vida para acum ular dinheiro e, assim
,

poder ter um futuro seguro correm o risco de sequer chegar a usufruir o que

econom izaram .

Afinal, a vida é finita e pode acabar a qualquer m om ento sem prévio aviso.

Pessoas que buscam acum ular m uito para ter segurança podem , um dia,
acabar

descobrindo que continuam inseguras. Apenas trocam as incertezas (em


relação

ao futuro) pelo m edo (de perder o que levaram anos para acum ular).

Já aqueles que ignoram o dinheiro e recusam -se a poupar podem chegar

pobres à velhice. Para conferir o quão triste é essa situação, basta visitar
qualquer

asilo público. Os que insistem em repetir que “am anhã é outro dia e depois
tudo

se resolve”, podem , um dia, vir a ser um peso para os filhos.

Além de acum ular dívidas, os “despreocupados” acabam engrossando a lista

de separações conj ugais. É que o estresse causado pelo endividam ento e


pela

insegurança financeira traz a infelicidade para m uitas pessoas e leva ao fim


de

m uitos casam entos.

Para term inar, vej am os um a história bastante conhecida.

O TOLO

Conta-se que num a vila do interior um grupo de pessoas se divertia com o

idiota do povoado.

Um pobre coitado de pouca inteligência, que vivia de pequenos biscates e

esm olas.
Diariam ente, aquelas pessoas cham avam o tolo ao bar onde se reuniam e

ofereciam a ele a escolha entre duas m oedas – um a grande, de 400 réis, e


outra

m enor, de 2 m il réis.

Ele sem pre escolhia a m aior e m enos valiosa, o que era m otivo de riso para

todos.

Certo dia, um dos m em bros do grupo cham ou-o e perguntou se ele ainda
não

havia percebido que a m oeda m aior valia m enos.

“Eu sei”, respondeu. “Ela vale cinco vezes m enos, m as, no dia em que eu

escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou m ais ganhar m inha m oeda.”

Dessa pequena narrativa podem -se tirar várias conclusões. A prim eira: quem

parece idiota, nem sem pre é. Outra: se você for ganancioso, acaba
estragando

sua fonte de renda. Mas, talvez a conclusão m ais interessante sej a: Podem
os

estar bem m esm o quando os outros não têm um a boa opinião a nosso
respeito.

Portanto, o que im porta não é o que pensam de nós, m as o que realm ente
som os.

Algum as pessoas gastam tudo que ganham na tentativa de serem respeitadas

por colegas, vizinhos ou parentes. Querem status elevado com base naquilo
que
têm . Mesm o que consigam obter o respeito alm ej ado, sabem , ao m enos
em seu

íntim o, que o sentim ento que despertam é falso. Afinal, o verdadeiro status

advém do que som os, e não do que tem os.

Não custa reafirm ar: o tem po pode ser usado para ganhar dinheiro, m as tem
po

é vida! A felicidade encontrada em pequenas coisas – conversar com os pais,

passear com o cônj uge, brincar com os filhos – pode ser m aior que qualquer

riqueza. Form ar um a fam ília e educar filhos requer tem po e tranquilidade,


e não

há sucesso financeiro que recom pense alguém pelo m au desem penho com a

fam ília – sej a em relação aos pais, cônj uge ou filhos.

Cultivar sua árvore do dinheiro é algo possível. Basta sem ear com
organização

e poupança e regar com os investim entos para ver os frutos de um futuro


feliz

para toda sua fam ília.

E, finalm ente, saiba que nenhum investim ento rende tanto quanto educação.

Educação é o m elhor investim ento, sem pre.

Obrigado.

Glossário

AGENTES DE CUSTÓDIA | Banco ou corretora que irá custodiar, ou sej a,


guardar, tom ar conta de seu investim ento. Em troca, o agente recebe um

pagam ento pelo serviço, cham ado de taxa de custódia.

ANBIMA | Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e


de

Capitais. Trata-se de um a entidade de classe que autorregula as atividades de

seus associados com a adoção de norm as rígidas. Mais inform ações no site

http://portal.anbim a.com .br/.

ATIVOS | Direitos e bens adquiridos.

CDB | Sigla de Certificado de Depósito Bancário. É um título de renda fixa

em itido por instituições financeiras.

CDI | Sigla de Certificados de Depósito Interbancário. São títulos que os


bancos

em item diariam ente, com a função de m anter a fluidez do sistem a, ou sej a,


os

bancos que têm dinheiro em excesso em prestam para aqueles que estão

precisando.

COMPANHIA BRASILEIRA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (CBLC) |

Em presa pertencente aos participantes do m ercado brasileiro. É a CBLC que

liquida as operações para o m ercado de ações e de títulos de renda fixa


privada

no Brasil. Tam bém é responsável pela adm inistração e operação dos sistem
as do
Tesouro Direto.

CVM | Com issão de Valores Mobiliários. É um a entidade que regula o m


ercado

financeiro brasileiro e protege os investidores de possíveis irregularidades e


atos

ilegais por parte de em presas ou adm inistradores de carteiras de investim


ento.

Acesse www.cvm .gov.br.

DEBÊNTURES | Títulos de dívidas privados, que asseguram a seus


detentores o

direito de crédito sobre a em presa que o em itiu.

DEPRECIAÇÃO | Quanto um bem se desvaloriza com o passar do tem po.


Por

exem plo, um apartam ento de 100m 2 com 20 anos pode custar m enos da m
etade

do preço do m esm o im óvel novo. Isso se deve à depreciação que o im óvel

sofreu.

ESPECULAÇÃO | Tentar com prar e vender ativos para tentar ganhar com as

variações de preços.

FLUXO DE CAIXA | Entradas e saídas de capital.

HOMEBROKER | Sistem a via internet por m eio do qual o investidor opera


na

Bolsa de Valores sem a necessidade da interm ediação de um a corretora. É


com o

se seu corretor de valores (broker) estivesse em sua casa (hom e). Para obter

um a lista com pleta das corretoras que oferecem o sistem a, consulte o site da

BM& FBovespa: http://vitrinecorretoras.bvm f.com .br

IGP-M | Sigla para Índice Geral dos Preços do Mercado. É outro índice de

inflação, bastante utilizado.

INDEXADOR | Indicador da variação do poder aquisitivo da m oeda


(inflação ou

deflação), usado para corrigir m onetariam ente seu valor.

INFLAÇÃO | Aum ento persistente dos preços que resulta em perda do poder

aquisitivo da m oeda.

INVESTIMENTO | Com pra de ações para ser sócio das em presas, ou com
pra de

títulos para ganhar os j uros que estes prom etem pagar.

IPCA | Sigla para Índice de Preços ao Consum idor Am pliado. É o índice de

inflação oficial utilizado pelo governo brasileiro.

JUROS | É o rendim ento do dinheiro em prestado e representa o custo de sua

posse. Rem uneração destinada a pagar ao capitalista o serviço que presta ao

devedor.

LIQUIDEZ | Facilidade com que um ativo pode ser convertido em dinheiro


ou
outro m eio de troca.

MERCADO FINANCEIRO | Sistem a com posto por instrum entos


financeiros

responsáveis pela troca de recursos entre pessoas, em presas e governos,

equilibrando as necessidades de cada um .

MERCADO FUTURO | Com pra e venda de contratos de com m odities, ou


ativos

financeiros, realizadas em pregão para liquidação em data futura prefixada.

PASSIVOS | Deveres ou dívidas contraídas.

PREGÃO | Sessão durante a qual se negociam as ações por m eio de


transações

eletrônicas (pregão eletrônico).

PSICOLOGIA POSITIVA | Cam po da psicologia que visa determ inar o


peso das

em oções boas no equilíbrio físico e m ental.

RENDA | A quantidade de dinheiro recebida durante certo tem po, em troca


de

trabalho ou serviços ou com o lucro de investim entos financeiros.

RISCO | Quanto um retorno pode variar ao longo do tem po. Risco em


finanças

não é a possibilidade de algo dar errado, m as a variação ou volatilidade dos

possíveis resultados de um a aplicação. Assim , risco pode ser a possibilidade


de
perder ou ganhar m uito dinheiro.

SELIC | Sigla do Sistem a Especial de Liquidação e de Custódia. É a taxa que

reflete o custo do dinheiro para em préstim os bancários, com base na

rem uneração dos títulos públicos. Tam bém é conhecida com o taxa m édia
do

over, que regula diariam ente as operações interbancárias.

SOCIEDADES CORRETORAS | Sinônim o de corretoras de valores m


obiliários.

São instituições financeiras que utilizam o espaço virtual da Bolsa para

interm ediar as negociações entre investidores e em presas.

VALOR MOBILIÁRIO | Expressão que caracteriza papéis e títulos com


valores

m óveis, com o ações, títulos da dívida, CDBs, títulos de renda fixa ou


variável.

Table of Contents

Prefácio

Capítulo 1 - Com portam ento Financeiro

Conhece a ti m esm o

Você quer o que desej a?

Ser rico aj uda a ser feliz?

Investigando a felicidade
Consum o, status e felicidade

Vida sim ples - um cam inho interessante

Capítulo 2 - Planej am ento Financeiro

Quem é você nessa história?

O segredo é o planej am ento

Por que devo planej ar?

Um passo após o outro

Por que não?

Com o você está?

Hora dos aj ustes

Descontrole financeiro e j uros

Por que poupar?

Pobre, rico ou classe m édia?

Pensando em conj unto

Mesadinha do casal

Em pregado ou patrão

Capítulo 3 - Teoria Financeira

Aprendendo com o passado

O princípio da ordem : surgem as análises gráficas

Um contraponto fundam ental


Índices de m ercado

Chegaram as Finanças Modernas

Resum indo...

Explicando m elhor

Nem tudo são núm eros...

Gratificação instantânea

Em quem acreditar?

Com o o m ercado financeiro pode aj udar na construção de seu patrim ônio

Capítulo 4 - Fundos e Clubes de Investim ento

Unindo forças

Fundos de investim ento

Custos

Nem tudo são flores

Classificação dos fundos

Fundos de previdência

Com o criar um a carteira própria de previdência

Clubes de investim ento

Capítulo 5 - Investim entos em Renda Fixa

Sem m edo de investir

Resum indo...
Caderneta de poupança

Tesouro Direto

LTN

NTN Série F

LFT

NTN-B e NTN-B Principal

Variação de preços

CDB

Custos

Com o investir

Debêntures

Com o com prar

Tributação

Com ece j á!

Capítulo 6 - Investim entos em Renda Variável

Renda variável – Bolsa de Valores

Com o escolher um a corretora?

Chega a hora de escolher!

Classificação das ações

Com o se form a o preço


Classificação das açõesInvestindo em ações

Teste prático

Resum indo

Relem brando...

Estratégia certeira

Com o escolher?

Governança corporativa

Com o com prar?

Liquidação e custódia

Dicas im portantes

Resum indo...

Montando o quebra-cabeça

Por que tantas pessoas perdem e tão poucas ganham

A sua história pode ser diferente

Os frutos da árvore

Glossário
Document Outline

Prefácio
Capítulo 1 - Comportamento Financeiro
Conhece a ti mesmo
Você quer o que deseja?
Ser rico ajuda a ser feliz?
Investigando a felicidade
Consumo, status e felicidade
Vida simples - um caminho interessante
Capítulo 2 - Planejamento Financeiro
Quem é você nessa história?
O segredo é o planejamento
Por que devo planejar?
Um passo após o outro
Por que não?
Como você está?
Hora dos ajustes
Descontrole financeiro e juros
Por que poupar?
Pobre, rico ou classe média?
Pensando em conjunto
Mesadinha do casal
Empregado ou patrão
Capítulo 3 - Teoria Financeira
Aprendendo com o passado
O princípio da ordem: surgem as análises gráficas
Um contraponto fundamental
Índices de mercado
Chegaram as Finanças Modernas
Resumindo...
Explicando melhor
Nem tudo são números...
Gratificação instantânea
Em quem acreditar?
Como o mercado financeiro pode ajudar na construção de seu
patrimônio
Capítulo 4 - Fundos e Clubes de Investimento
Unindo forças
Fundos de investimento
Custos
Nem tudo são flores
Classificação dos fundos
Fundos de previdência
Como criar uma carteira própria de previdência
Clubes de investimento
Capítulo 5 - Investimentos em Renda Fixa
Sem medo de investir
Resumindo...
Caderneta de poupança
Tesouro Direto
LTN
NTN Série F
LFT
NTN-B e NTN-B Principal
Variação de preços
CDB
Custos
Como investir
Debêntures
Como comprar
Tributação
Comece já!
Capítulo 6 - Investimentos em Renda Variável
Renda variável – Bolsa de Valores
Como escolher uma corretora?
Chega a hora de escolher!
Classificação das ações
Como se forma o preço
Classificação das açõesInvestindo em ações
Teste prático
Resumindo
Relembrando...
Estratégia certeira
Como escolher?
Governança corporativa
Como comprar?
Liquidação e custódia
Dicas importantes
Resumindo...
Montando o quebra-cabeça
Por que tantas pessoas perdem e tão poucas ganham
A sua história pode ser diferente
Os frutos da árvore
Glossário
Table of Contents
Prefácio
Capítulo 1 - Comportamento Financeiro
Conhece a ti mesmo
Você quer o que deseja?
Ser rico ajuda a ser feliz?
Investigando a felicidade
Consumo, status e felicidade
Vida simples - um caminho interessante
Capítulo 2 - Planejamento Financeiro
Quem é você nessa história?
O segredo é o planejamento
Por que devo planejar?
Um passo após o outro
Por que não?
Como você está?
Hora dos ajustes
Descontrole financeiro e juros
Por que poupar?
Pobre, rico ou classe média?
Pensando em conjunto
Mesadinha do casal
Empregado ou patrão
Capítulo 3 - Teoria Financeira
Aprendendo com o passado
O princípio da ordem: surgem as análises gráficas
Um contraponto fundamental
Índices de mercado
Chegaram as Finanças Modernas
Resumindo...
Explicando melhor
Nem tudo são números...
Gratificação instantânea
Em quem acreditar?
Como o mercado financeiro pode ajudar na construção de seu patrimônio
Capítulo 4 - Fundos e Clubes de Investimento
Unindo forças
Fundos de investimento
Custos
Nem tudo são flores
Classificação dos fundos
Fundos de previdência
Como criar uma carteira própria de previdência
Clubes de investimento
Capítulo 5 - Investimentos em Renda Fixa
Sem medo de investir
Resumindo...
Caderneta de poupança
Tesouro Direto
LTN
NTN Série F
LFT
NTN-B e NTN-B Principal
Variação de preços
CDB
Custos
Como investir
Debêntures
Como comprar
Tributação
Comece já!
Capítulo 6 - Investimentos em Renda Variável
Renda variável – Bolsa de Valores
Como escolher uma corretora?
Chega a hora de escolher!
Classificação das ações
Como se forma o preço
Classificação das açõesInvestindo em ações
Teste prático
Resumindo
Relembrando...
Estratégia certeira
Como escolher?
Governança corporativa
Como comprar?
Liquidação e custódia
Dicas importantes
Resumindo...
Montando o quebra-cabeça
Por que tantas pessoas perdem e tão poucas ganham
A sua história pode ser diferente
Os frutos da árvore
Glossário

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