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CAPA – HIGIENE DO TRABALHO

1 SUMÁRIO

2 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3
3 CONCEITOS ............................................................................................................................. 4
3.1 Higiene ocupacional ......................................................................................................... 4
3.2 Risco ................................................................................................................................... 6
4 AGENTES FíSICOS................................................................................................................. 9
4.1 Ruído .................................................................................................................................. 9
4.2 Vibrações ......................................................................................................................... 11
4.3 Pressões anormais......................................................................................................... 14
4.4 Temperaturas extremas ................................................................................................ 15
4.4.1 Calor......................................................................................................................... 15
4.4.2 Frio ........................................................................................................................... 19
4.5 Radiações Ionizantes..................................................................................................... 19
4.6 Radiações não ionizantes ............................................................................................. 21
4.7 Umidade ........................................................................................................................... 23
5 AGENTES QUíMICOS .......................................................................................................... 24
6 AGENTES BIOLóGICOS ...................................................................................................... 27
7 Agentes ergonômicos ............................................................................................................ 30
8 PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS ............................ 36
9 PCMSO .................................................................................................................................... 39
10 cipa ....................................................................................................................................... 42
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 47
2 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.

Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da


nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.

A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser


seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!
3 CONCEITOS

3.1 Higiene ocupacional

FONTE: WWW.CIDMED.MED.BR

No Brasil para definir a ciência que dedica ao estudo dos ambientes de


trabalho e à prevenção das doenças causadas os principais termos utilizados são:
Higiene ocupacional, Higiene Industrial e Higiene do Trabalho.
A Higiene Ocupacional é uma ciência, porque está baseada em fatos
comprováveis, empíricos e analisáveis por método cientifico por meio da Física,
Química, Bioquímica, Toxicologia, Medicina, Engenharia e Saúde Pública. Por outro
lado, também são consideradas a individualidade de cada trabalhador e as
características da atividade e do local de trabalho. (FUNDACENTRO, 2004)
Para a American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH)
Higiene Ocupacional é a ciência e a arte do reconhecimento, da avaliação e do
controle de fatores ou tensões ambientais originados do ou no local de trabalho e
que podem causar doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e
ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos da
comunidade.
Outra definição conhecida para Higiene do Trabalho é da American Industrial
Hygiene Association – AIHA que diz: “ciência que trata da antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle de riscos originados nos locais de trabalho e
que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, tendo em vista
também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente. ”
A Higiene do Trabalho é constituída por três etapas: Reconhecimento,
Avaliação e Controle dos agentes ambientais (agentes físicos, químicos e
biológicos). (SALIBA, 2011)
Na primeira etapa chamada Reconhecimento, é realizado o reconhecimento
dos agentes ambientais que afetam a saúde dos trabalhadores. É importante
observar que se um agente tóxico não for reconhecido, ele não será avaliado e nem
controlado. Desta forma, para que esta etapa seja bem-sucedida, devemos ter
conhecimento profundo do processo produtivo, ou seja, dos produtos envolvidos no
processo, dos métodos de trabalho, do fluxo do processo, do arranjo físico das
instalações, do número de trabalhadores expostos, dentre outros fatores relevantes.
Na etapa de Avaliação, realiza uma avaliação quantitativa e/ou qualitativa
dos agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos postos de trabalho. É
nesta fase que deve detectar os contaminantes, fazer a coleta das amostras,
realizar medições e análises das intensidades e das concentrações dos agentes,
realizar cálculos e interpretações dos dados levantados no campo, comparando os
resultados com os limites de exposição estabelecidos pelas normas vigentes.
Com base nos dados obtidos nas etapas anteriores, na etapa de Controle
deve-se propor e adotar medidas que visem à eliminação ou minimização do risco
presente no ambiente.
De acordo com SALIBA (2011) deve-se ter em mente uma ordem relativa ao
controle de agentes ambientais, são elas:

- Adoção de medidas relativas ao ambiente ou medidas coletivas: são medidas


aplicadas na fonte ou trajetória, como: substituição do produto tóxico usado no
processo, isolamento das partes poluentes, ventilação local exaustora, ventilação
geral diluidora, dentre outros.

- Medidas administrativas: compreendem, entre outras, a limitação do tempo de


exposição do trabalhador, educação e treinamento, exames médicos (pré-
admissional, periódico e demissional). Os exames médicos, além de avaliar a saúde
dos trabalhadores expostos aos agentes ambientais, avaliam a eficácia das
medidas de controle adotadas.

- Medidas relativas ao trabalhador (EPI): não sendo possível o controle coletivo ou


administrativo, ou enquanto essas medidas estiverem sendo implantadas, ou ainda,
como complemento às medidas já adotadas, devemos utilizar o Equipamento de
Proteção Individual adequado ao risco. Perceba que essa medida é a última linha
de defesa a ser empregada e não a primeira como muitos pensam.

Obs.: É importante lembrar que devemos adotar, como prioridade, medidas


de controle relativas à fonte, pois assim estaremos eliminando o risco do
ambiente.
Logo, pode-se compreender que os objetivos de um programa de higiene do
trabalho são reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais presentes nos
ambientes de trabalho.
A figura abaixo ajuda a compreender melhor o funcionamento das atividades
de higiene do trabalho:

FONTE: GROSS, 2008.

3.2 Risco

O risco é a combinação da probabilidade de ocorrência e a gravidade de um


evento indesejado, como na expressão:
RISCO = PROBABILIDADE DE OCORRER O DANO X GRAVIDADE DO DANO

O dano ocorre sempre sobre os seres vivos, como o ser humano, animais,
vegetais ou sobre materiais, como edifício, equipamentos e automóveis. Há danos
que são visíveis e mensuráveis, como efeito de um terremoto sobre uma cidade,
outros, como o dano moral que são difíceis de medir. (FUNDACENTRO, 2004)
Os eventos ocorridos antes do dano são chamados de causas quando
apresentam certa ligação de causalidade (causa-efeito). Esta relação de
causalidade nem sempre é clara pois os acontecimentos não acontecem
exclusivamente após o outro, e sim simultaneamente.
Além disso, uma causa pode gerar várias consequências, assim como o
inverto também é verdadeiro. As causas são denominadas de fatores ou situações
de risco. (FUNDACENTRO, 2004)
Como exemplo na tabela:

FONTE: FUNDACENTRO, 2004.

Sempre pode-se observar que existe uma causa predominante que é


chamado agente de risco ou fator de risco principal. Há também os fatores de
risco secundário que que são fatos que ocorrem além dos predominantes, mas
que colaboram para o acontecimento do dano.
Os fatores de risco estão geralmente relacionados entre si. Muitas vezes,
eliminando se um dos fatores de risco o evento indesejado não ocorre. Por exemplo,
a ausência de faísca elétrica previne o incêndio; a manutenção de uma ponte
previne seu desmoronamento. Assim, quando não é possível eliminar a causa
principal do dano, investe-se na prevenção, reduzindo os fatores de risco
secundário. (FUNDACENTRO,2004)
Exemplos de fatores de risco e danos:

FONTE: FUNDACENTRO, 2004

ATENÇÃO: FATORES DE RISCO SECUNDÁRIOS PODEM ESTAR PRESENTES


FORA DO AMBIENTE DE TRABALHO. Ex.: questão de saúde pública, hábitos
alimentares, uso e abuso de medicamentos, fatores genéticos, sociais e
econômicos.

Os agentes de risco também chamados de fatores de risco são classificados:


- Agentes físicos.
- Agentes químicos.
- Agentes biológicos.
- Agentes ergonômicos.
4 AGENTES FÍSICOS

De acordo com a Norma regulamentadora n° 9 consideram-se agentes


físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas, umidade, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o
infrassom e o ultrassom.

4.1 Ruído

FONTE: SESI – DN (2005)

A norma regulamentadora n°15 classifica ruído como contínuo ou


intermitente e como ruído de impacto. Sendo as definições:

 Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de


Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.
 Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia
acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1
(um) segundo.
Lembrete: Limite de tolerância é a concentração ou intensidade máxima ou mínima
relacionada à natureza e tempo de exposição ao agente.

De acordo com o Anexo I da NR 15 os níveis de ruído continuo ou intermitente


devem ser medidos em decibéis (dB) e os tempos de exposição aos níveis de ruído
não devem exceder os limites de tolerância fixados no Quadro abaixo:

FONTE: NR 15 - (ANEXO N° 1)

Caso a jornada de trabalho acontecerem em dois ou mais períodos de


exposição a ruído de diferentes níveis, deverá considerar os seus efeitos
combinados, sendo a soma das seguintes frações:

Onde: Cn = tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído


específico.
Tn = a máxima exposição diária permissível a este nível.
Já o limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear) e nos
intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo.
Segundo os anexos I e II da Norma Regulamentadora n° 15 as atividades ou
operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, oferecerão
risco grave e iminente, caso o risco contínuo ou intermitente for superior a 115 dB
(A) e a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (LINEAR), medidos no
circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB (C), medidos no circuito
de resposta rápida (FAST).

4.2 Vibrações

Um corpo vibra quando realiza um movimento oscilatório em relação a um


corpo de referência (BREVIGLIERO, POSSEBON E SPINELLI, 2012). O número de
ciclos do movimento por segundo é denominado frequência e sua unidade é o Hertz
(Hz). (Apud Beltrami e Stumm, 2013)
Podemos citar dois tipos de vibração:
- Vibrações de corpo inteiro que acontecem quando todo ou a maior parte do
corpo está exposto a movimentos vibratórios e geralmente são de baixa frequência.
Exemplos de equipamentos que provocam esse tipo de vibração são a
retroescavadeira e o trator.

FONTE: NAOMETOQUERS.COM.BR
- Vibrações localizadas que são conduzidas somente às mãos e aos braços
através de marteletes pneumáticos, rompedores, lixadeiras e motosserras. Vale
lembrar que esse tipo de vibração pode também ser chamado de vibrações de
extremidade.

FONTE: DETRONIC.COM.BR

Cada uma dessas vibrações traz consequências à saúde do trabalhador. Um


trabalhador diariamente exposto à vibração de corpo inteiro poderá apresentar
desde reações mais comuns, mas que após um período de descanso desaparecem,
são a fadiga, a insônia, tremores e dores de cabeça ou reações que podem ser
ainda piores se a exposição for contínua, como problemas na região dorsal e
lombar, no aparelho digestivo e intestino, no sistema reprodutivo, na visão e
degeneração da coluna vertebral.
Já um trabalhador exposto a vibrações localizadas poderá dar origem a
Síndrome de Vibração de Mãos e Braços, conhecida como HAVS (Hand and Arm
Vibration Syndrome) e à Síndrome do Canal Cárpico.
De acordo com Brevigliero, Possebon e Spinelli (2012) a HAVS afeta nervos,
vasos sanguíneos, músculos e articulações da mão, pulso e braço, incluindo, ainda,
a Síndrome dos Dedos Brancos (quando as artérias digitais se fecham). E a
Síndrome do Canal é uma perturbação nervosa com dores, dormência e, ainda,
fraqueza em partes da mão. (Apud Beltrami e Stumm, 2013).
SALIBA (2011) diz que é possível controlar a vibração com medidas
coletivas, administrativas ou de organização do trabalho.
Podemos citar quanto a vibrações de corpo inteiro:

- Como medidas coletivas: Usar assentos com amortecedor; calibrar os pneus


do veículo; pavimentação de vias de percurso; controlar a velocidade do veículo;
usar bancos com descanso para os braços e usar cabines com suspensão.

- Como medidas administrativas e de organização do trabalho: Limitar o


tempo de exposição; monitorar a exposição e controle médico frequente.

Quanto às vibrações localizadas algumas medidas serão:

- Como medidas coletivas: Usar ferramentas com características antivibratórias;


substituir o equipamento por outro e executar práticas adequadas de trabalho para
que as mãos e o corpo se mantenham aquecidos.

- Como medidas administrativas e de organização do trabalho, poderá ser as


mesmas utilizadas na exposição à vibração de corpo inteiro.

O anexo VIII da NR 15 diz que as atividades e operações que exponham os


trabalhadores, sem a proteção adequada, às vibrações localizadas ou de corpo
inteiro, serão caracterizadas como insalubres, através de perícia realizada no local
de trabalho.
Esta perícia visa à comprovação ou não da exposição e deve tomar por base
os limites de tolerância definidos pela Organização Internacional para a
Normalização - ISO, em suas normas ISO 2631 e ISO/DIS 5349 ou suas substitutas.
Também de acordo com o anexo VIII, no laudo da perícia obrigatoriamente
deverá constar:
a) o critério adotado;
b) o instrumental utilizado;
c) a metodologia de avaliação;
d) a descrição das condições de trabalho e o tempo de exposição às
vibrações;
e) o resultado da avaliação quantitativa;
f) as medidas para eliminação e/ou neutralização da insalubridade, quando
houver.

IMPORTANTE: A insalubridade, quando for constatada, será de grau médio.

4.3 Pressões anormais

As pressões anormais são também chamadas condições hiperbáricas onde


os trabalhadores estão expostos a pressões muito acima do normal, tem como
características as atividades de mergulho e trabalhos realizados em tubulões de ar
comprimido.
O anexo VI da Norma Regulamentadora n°15 trata dos trabalhos
sob ar comprimido e dos trabalhos submersos.
A mesma se refere a tubulão de ar comprimido como uma estrutura vertical
que se estende abaixo da superfície da água ou solo através da qual os
trabalhadores devem descer, entrando pela campânula (câmara) para uma pressão
maior que a atmosférica e trabalho submerso como qualquer trabalho
realizado ou conduzido por um mergulhador em meio líquido.
FONTE: SINDIPETROALSE.ORG.BR
FONTE: SITES.GOOGLE.COM

4.4 Temperaturas extremas

Temperaturas extremas são situações térmicas rigorosas onde atividades


profissionais podem ser realizadas, dentre elas podemos destacar o calor e o frio
intenso.

4.4.1 Calor

Conforme SALIBA (2011) o calor constitui um fator de risco relevante do


ponto de vista da saúde ocupacional. A exposição a este agente físico pode ocorrer
em diversos ambientes de trabalho, tais como: siderúrgicas, fundições, indústrias
têxteis, padarias, entre outros (Apud Beltrami e Stumm, 2013)
Uma pessoa, quando exposta a diferenças de temperatura, pode:

• Ganhar ou perder calor por condução, convecção e radiação,


dependendo se a temperatura da sua pele está mais alta ou mais baixa
que a temperatura do ar;
• Ganhar calor por metabolismo (gerado pelo seu próprio organismo,
dependendo da atividade física que está realizando);
• Perder calor por evaporação (por meio do suor).

O Anexo III da NR-15, que trata dos limites de tolerância para exposição ao
calor, determina que devemos empregar na avaliação da exposição do calor o
Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), a partir das equações a
seguir:

- Ambientes internos ou externos sem carga solar:


IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

- Ambientes externos com carga solar:


IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg

Onde: tbn = temperatura de bulbo úmido natural


tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco.

O anexo III da Norma Regulamentadora n°15 também cita os aparelhos que


são usados nesta avaliação que são: termômetro de bulbo úmido natural,
termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum.
O IBUTG também considera o tipo de atividade desenvolvida (leve,
moderada, pesada), e a NR-15 prevê um regime de trabalho (envolvendo trabalho
e descanso) para duas situações distintas:
- Regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local
de prestação de serviço.
- Regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local
(local de descanso).

Nas situações que o descanso e o trabalho ocorrem no mesmo local, a


avaliação da exposição ao calor é realizada de acordo com o Quadro 1 do Anexo 3
da NR-15:
Observação: A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é
feita consultando-se o Quadro n.º 3.

Já quando o trabalhador descansa em local diferente (termicamente mais


ameno) do lugar em que trabalha, é utilizado outro critério para avaliar a exposição
ao calor, então calcula-se o IBUTG do ambiente de trabalho e o IBUTG do ambiente
de descanso e com esses valores é calculado o IBUTG médio, ponderado por hora.
Para este cálculo o Anexo III da Norma Regulamentadora 15 fornece através
do quadro 2 os limites de tolerância e usa-se a formula abaixo:

Onde:

M = a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora


Mt = taxa de metabolismo no local de trabalho
Tt = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
Md = taxa de metabolismo no local de descanso.
Td = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso .
De acordo com BELTRAMI E STUMM (2013) a segunda coluna do Quadro 2
do Anexo 3 da NR15 equivalem ao maior valor do IBUTG médio ponderado, que é
admissível ao respectivo metabolismo.

O IBUTG médio ponderado para uma hora, chamado de , é


determinado pela seguinte fórmula:

Onde:

IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.

IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.

Tt e Td = como anteriormente definidos.

Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo


de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.

Há um conjunto de medidas que podem ser utilizadas ao trabalhador


visando reduzir a sobrecarga térmica. Dentre elas, tem as medidas de caráter
administrativo e outras específicas ao pessoal, como:

- Exames médicos
- Aclimatização
- Reposição hídrica e salina
- Limitação do tempo de exposição
- Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
- Educação e treinamento
4.4.2 Frio

A exposição do trabalho ao frio pode ser observada em atividades ou


operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que
apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio.
Além da hipotermia (queda excessiva da temperatura corporal), vários outros
estados patogênicos, conhecidos como lesões do frio, podem afetar nosso
organismo. Dentre estas lesões, podemos citar (BREVIGLIERO, POSSEBON,
SPINELLI, 2012, Apud Beltrami e Stumm, 2013):
- Enregelamento dos membros: que pode levar à gangrena (apodrecimento
do tecido) e amputação dos mesmos.
- Pés de imersão: quando os trabalhadores permanecem com os pés
umedecidos ou imersos em água fria por longos períodos, provocando estagnação
do sangue e paralisação dos pés e pernas.
- Ulcerações do frio: feridas, bolhas radiadoras e necrose poderão ocorrer
devido à exposição ao frio intenso.

Podemos citar algumas medidas de controle que alteram os fatores que


influenciam as trocas térmicas, são elas:
- Aclimatização.
- Vestimentas de trabalho e EPIs.
- Limitação do tempo de exposição.
- Exames médicos.

4.5 Radiações Ionizantes

Para SALIBA (2011) as radiações ionizantes são largamente utilizadas na


área da saúde para diagnóstico médico e odontológico e para tratamento de
doenças. Elas, também, são empregadas em atividades industriais para medição
de nível de silos, radiografia industrial, análises laboratoriais, dentre outros (Apud
Beltrami e Stumm, 2013).
São vários os efeitos das radiações ionizantes no organismo, dentre eles
podemos citar:

- Perda de leucócitos, diminuição do número de plaquetas, anemia.


- Inibição da proliferação celular, diminuição ou supressão de secreções.
- Inflamação, eritema e descamação.
- Redução da fertilidade ou esterilidade.
- Pericardites.
- Fibrose renal.
- Hepatite de radiação.

Na norma CNEN-NN-3.01 consta os limites de tolerância, os princípios, as


obrigações e controles básicos para a proteção do homem e do seu meio ambiente
contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante.
Assim como para os demais agentes, as medidas de controle da radiação
ionizante podem ser realizadas por meio de medidas coletivas, administrativas e no
trabalhador. Dentre essas, podemos destacar as seguintes (SALIBA, 2011, Apud
Beltrami e Stumm, 2013):
I - Blindagem das fontes de radiação ionizante.
II - Uso de barreiras ou paredes revestidas com chumbo.
III - Controle de distância entre o trabalhador e a fonte, devendo ser as áreas,
isoladas e sinalizadas.
IV - Limitação do tempo de exposição em área controlada.
V - Monitoramento individual de todos os trabalhadores ocupacionalmente
expostos à radiação ionizante.
VI - As mulheres ocupacionalmente expostas, em caso de gravidez, tão logo
tomem conhecimento devem comunicar ao seu empregador.
VII - Controle médico de todos os trabalhadores ocupacionalmente expostos.
4.6 Radiações não ionizantes

Caracterizam-se por radiações de natureza eletromagnética que, quando


absorvidas, o efeito mais importante é a excitação dos átomos, aumentando sua
energia interna. Produzem aquecimento do corpo, podendo conduzir a efeitos
eritêmicos (queimaduras), catarata, fadiga, efeitos carcinogênicos (câncer de
pele), conforme seu comprimento de onda. (Peixoto e Ferreira, 2012)
Para o anexo VII da norma regulamentadora n°15 são radiações não
ionizantes as micro-ondas, ultravioletas e laser.

3.6.1 Micro-ondas - Produzidas em estações de radar, radiotransmissão e em


alguns processos industriais e medicinais. Causam aquecimento localiza-do na
pele. A exposição às micro-ondas resulta perigosa, principalmente, quando são
emitidas elevadas densidades de radiação.
Além de nossos fornos domésticos, a radiação de microondas é utilizada em
esterilização, vulcanização, radiodifusão FM, ressonância magnética e muitas
outras atividades.

FONTE: BRASILESCOLA.UOL.COM.BR
3.6.2 Ultravioletas - De origem natural (sol – UVA e UVB) ou artificial (arco voltaico
em operações de solda, lâmpadas ultravioletas). A radiação ultravioleta é pouco
penetrante e seus efeitos serão sempre superficiais, normalmente envolvendo a
pele e os olhos. Um efeito importante e reconhecido da radiação ultravioleta é o
câncer de pele. Como medidas de controle, podemos citar barreiras e equipamentos
de proteção individuais (óculos e protetor solar), etc.

FONTE: WWW.METALICA.COM.BR

3.6.3 Laser - O laser tem como característica a grande quantidade de energia


concentrada em uma área muito pequena (grande perigo de queimaduras graves).
Um laser comum (os vendidos para apresentações) pode causar lesões nos
olhos, se apontado direta e frontalmente. Quanto maior a potência do laser, mais
perigosa é sua radiação. Os lasers verdes vendidos em camelôs podem ter potência
cem vezes maior que os lasers vermelhos mais comuns.
FONTE: MUNDOEDUCACAO.BOL.UOL.COM.BR

De acordo com a NR-15 as operações ou atividades que exponham os


trabalhadores às radiações não ionizantes, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizada no local
de trabalho.
De acordo com SALIBA (2011) as medidas de controle, as exposições
perigosas podem ser minimizadas com a aplicação de medidas apropriadas a cada
classe de risco do laser, por exemplo (Apud Beltrami e Stumm, 2013):

- Os feixes de laser devem ser totalmente protegidos em seu trajeto, e


quando isso não ocorrer, deve-se definir a área controlada e sinalizá-la
- Treinamento do operador
- Limitar a presença de pessoas em áreas controladas
- Os EPIs recomendados são óculos com fator de proteção adequado, roupas
apropriadas e barreiras para a proteção dos raios laser

4.7 Umidade

O anexo X da Norma Regulamentadora n˚ 15 apenas diz que as atividades


ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade
excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de
trabalho.
Doenças respiratórias, como pneumonia e resfriados, doenças circulatórias,
reumáticas, quedas e doenças de pele são exemplos de como a umidade pode
afetar no organismo do trabalhador.
Temos diversos trabalhos onde há presenca de umidade, como:
Lavanderias, Lava á Jato, Frigoríficos, Cozinhas, Pesca, Areais, dentre outros.

5 AGENTES QUÍMICOS

FONTE: GESTAOSST.COM

A NR 9 considera agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos


que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele
ou por ingestão.
Poeiras, fumos, névoas, neblinas e fibras são chamados de aerodispersoides
que nada mais é que dispersões de partículas sólidas ou líquidas no ar em forma
de partículas de tamanho reduzido geradas e projetadas no ambiente de trabalho.
Exemplos de cada aerodispersoides:
- Poeira: lixamento, explosão, carvão.
- Fumos: Fumos de soldagem e de fusão de metais.
- Névoas: névoas de água, de inseticidas, pintura com pistola e outros tipos de
pulverizações.
- Neblina: neblina ácida.
- Fibras: Lã, algodão, asbesto são exemplos de fibras.

Obs.: Classificamos as névoas e neblinas como particulados líquidos e as poeiras,


fibras e fumo como particulados sólidos.

Já os Gases e vapores podem ser classificados como irritantes, anestésicos


e asfixiantes conforme sua atuação no organismo do homem.

- Irritantes: atacam nossas vias respiratórias, tanto o nariz e a garganta quanto os


bronquíolos e alvéolos. Esse fato está diretamente ligado à solubilidade do agente.
Dividem-se, ainda, em gases irritantes primários, que causam somente irritação
local, e secundários, que além da irritação são altamente tóxicos (BREVIGLIERO,
POSSEBON, SPINELLI, 2012, Apud Beltrami e Stumm, 2013)

a) Primários: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, formaldeído, cloro, bromo,


ozônio, gases nitrosos.
b) Secundários: produtos químicos, gás sulfídrico, álcoois, éteres.

- Anestésicos: De acordo com SESI (2007) o efeito anestésico é causado devido


à ação depressiva que acontece no SNC, ou seja, diminui a atividade do cérebro.
Quando isso acontece, o indivíduo fica mais “lento”. As substâncias que causam
esse efeito chegam ao nosso organismo por meio das vias respiratórias e, em
alguns casos, pela pele (Apud Beltrami e Stumm, 2013). Eles se dividem em:

a) Primários: butano, propano, etileno, éteres, aldeídos, acetonas.


b) De efeitos sobre as vísceras (fígado e rins): tetracloreto de carbono,
diclorometileno.
c) De ação sobre o sistema formador de sangue: benzeno, tolueno, xileno.
d) De ação sobre o sistema nervoso central: álcool etílico, álcool metílico.
e) De ação sobre o sistema circulatório e o sangue: nitrobenzeno, nitrotolueno,
nitrato de etila, anilina.

- Asfixiantes: São dois os tipos de asfixiantes:

a) Simples: sem efeito tóxico.

b) Químicos: interferem nas trocas gasosas (oxigênio e dióxido de carbono) nos


nossos pulmões.

A insalubridade nos ambientes de trabalho que utilizam agentes químicos se


caracteriza em função do limite de tolerância (LT) e da inspeção do ambiente.
A NR 15, no anexo XI a caracterização de insalubridade ocorrerá quando
forem ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro n° 1, lembrando
que os valores fixados no quadro são válidos para absorção apenas por via
respiratória.
Os limites de tolerância fixados no Quadro n° 1 são válidos para jornadas de
trabalho de até 48 horas por semana, já para jornadas de trabalho que excedam as
48 horas semanais será obrigatório o cumprimento do disposto no art. 60 da CLT.
O controle dos agentes químicos pode ser feito, adotando-se as seguintes
medidas: relativas ao ambiente (adotadas na fonte e/ou na trajetória),
administrativas e relativas ao trabalhador.
De acordo com SALIBA (2009) primeiramente, devem-se adotar medidas que
eliminem ou diminuam o uso de agentes prejudiciais à saúde. Em seguida, que
previnam a liberação de tais agentes e por último, medidas que reduzam os níveis
dos agentes químicos no ambiente de trabalho. (Apud Beltrami e Stumm, 2013)
São exemplos de algumas medidas: Substituir o produto tóxico por outro
menos tóxico, alterar o processo usando pintura por imersão ao invés de pistola,
por exemplo, enclausurar a operação por meio de confinamento, umidificação,
ventilação diluidora fazendo a insuflação e exaustão do ar, ventilação exaustora
captando os poluentes na fonte e outras mais.
A prioridade para o controle dos agentes químicos recai primeiramente sobre
o controle na fonte, depois, no percurso e por último, no trabalhador, como
exemplifica a imagem abaixo:

FONTE: (BELTRAMI E STUMM, 2013)

6 AGENTES BIOLÓGICOS

FONTE: VALORCRUCIAL.COM.BR

Segundo a Norma Regulamentadora (NR 9) consideram-se agentes


biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
Geralmente, estes microrganismos estão presentes em hospitais,
estabelecimentos de serviços de saúde em geral, cemitérios, matadouros,
laboratórios de análises e pesquisas, frigoríficos, indústrias – como a farmacêutica
e alimentícia, empresas de coleta e reciclagem de lixo, estações de tratamento de
esgotos, incineradores, dentre outros.
De acordo com o anexo I da Norma Regulamentadora n° 32 os agentes
biológicos são classificados em:

Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a


coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.
Obs: Não demonstraram capacidade comprovada de causar doença no homem ou
em animais sadios.
Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com baixa
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser
humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e
infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes
de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com
probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande
poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves
ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou
tratamento.

Já no anexo II da NR 32 é apresentado uma tabela dos agentes biológicos,


classificados nas classes de risco 2, 3 e 4, de acordo com os critérios citados no
Anexo I. E se caso necessitar de algumas informações adicionais, é usado os
seguintes símbolos:
A: possíveis efeitos alérgicos
E: agente emergente e oportunista
O: agente oncogênico de baixo risco
O+: agente oncogênico de risco moderado
T: produção de toxinas
V: vacina eficaz disponível
(*): normalmente não é transmitido através do ar
“spp”: outras espécies do gênero, além das explicitamente indicadas,
podendo constituir um risco para a saúde.

A NR-15 no anexo XIV regulamenta que a insalubridade por exposição ao


agente biológico deve ser feita através da avaliação qualitativa mediante inspeção
nos locais de trabalho, considera-se:

 Insalubridade de grau máximo

Trabalho ou operações, em contato permanente com:


- Pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de
seu uso, não previamente esterilizados;
- Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais
portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose);
- Esgotos (galerias e tanques);
- Lixo urbano (coleta e industrialização).

 Insalubridade de grau médio

Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou


com material infecto-contagiante, em:
- Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de
vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana
(aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como
aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente
esterilizados);
- Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos
destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal
que tenha contato com tais animais);
- Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e
outros produtos; - laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só
ao pessoal técnico);
- Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente
ao pessoal técnico);
- Cemitérios (exumação de corpos);
- Estábulos e cavalariças;
- Resíduos de animais deteriorados.

Os controles dos agentes biológicos seguem o mesmo critério dos agentes


químicos sendo feito, adotando-se as medidas: relativas ao ambiente,
administrativas e relativas ao trabalhador.

7 AGENTES ERGONÔMICOS

Os agentes ergonômicos estão relacionados à execução de tarefas, à


organização e às relações de trabalho, ao esforço físico intenso, levantamento e
transporte manual de peso, mobiliário inadequado, posturas incorretas, controle
rígido de tempo para produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em
turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia, repetitividade e
situações causadoras de estresse.
Para ajudar no controle e eliminação desses agentes foi criada a norma
regulamentadora (NR) nº 17 que tem como objetivo estabelecer os parâmetros que
permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.
A norma regulamentadora (NR) 17 expõe a seguinte estrutura:

I) Levantamento, transporte e descarga individual de materiais


FONTE: WWW.APROVACONCURSOS.COM.BR

Para a norma entende-se como transporte de carga todo transporte no qual


o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo
o levantamento e a deposição da carga.
Não deve ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um
trabalhador cujo peso possa comprometer sua saúde ou sua segurança.
Todo trabalhador tem que receber treinamento ou instruções quanto aos
métodos de trabalho que deverá utilizar quando este for designado para o transporte
manual regular de cargas, que não as leves, a fim de proteger sua saúde e prevenir
acidentes.
Ainda segundo a NR 17, quando mulheres e trabalhadores jovens forem
designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas
deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não
comprometer a sua saúde ou a sua segurança.

II) Mobiliário dos postos de trabalho

O trabalho sendo manual sentado ou que deva ser feito em pé as bancadas,


mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de
boa postura, visualização e operação e deve atender alguns requisitos mínimos
como:
 Ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo
de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e
com a altura do assento;
 Ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
 Ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e
movimentação adequados dos segmentos corporais.

A norma regulamentadora 17 também diz que os assentos utilizados nos


postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto:
 Altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
 Características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
 Borda frontal arredondada;
 Encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região
lombar.

Em atividades que os trabalhadores devem realizar em pé, deverão ser


colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por
todos os trabalhadores durante as pausas. Já em atividades onde o trabalho deve
ser realizado sentado, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao
comprimento da perna do trabalhador (a partir da análise ergonômica do trabalho).

III) Equipamentos dos postos de trabalho

Para a norma regulamentadora 17 todos os equipamentos que compõem o


local de trabalho devem estar adequados de acordo com as características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
Para atividades onde é feito leitura de documentos para digitação, datilografia
ou mecanografia deve ser fornecido suporte adequado para documentos que possa
ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando
movimentação frequente do pescoço e fadiga visual, e deve ser utilizado documento
de fácil legibilidade sempre que possível (não sendo permitido a utilização do papel
brilhante ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento).
Sobre os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados
com terminais de vídeo terá que ser observado:

 As condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do


equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e
proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
 Se o teclado é independente e tem mobilidade, permitindo ao trabalhador
ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
 Se a tela, o teclado e o suporte para documentos estão colocados de maneira
que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam
aproximadamente iguais;
 Se os equipamentos estão posicionados em superfícies de trabalho com
altura ajustável.

IV) Condições ambientais de trabalho

Segundo a Norma Regulamentadora n°17, subitem 17.5.2, nos locais de


trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de
desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as
seguintes condições de conforto:

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira


registrada no INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20oC e 23oC;
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 por cento.
Observação: Para as atividades que tem as características apresentadas acima,
mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR
10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a
curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 Db.

A NR 17 diz também que em todos os locais de trabalho deve ter iluminação


adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da
atividade. No caso da iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
E a iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

V) Organização do trabalho.

De acordo com a norma regulamentadora 17 a organização do trabalho,


deve levar em consideração:

a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.

A respeito das atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou


dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir
da análise ergonômica do trabalho, a NR 17 diz que deve ser observado o seguinte:

a) Todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de


remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em
consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
b) Devem ser incluídas pausas para descanso;
c) Quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir
um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior
ao afastamento.

Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, exceto o


determinado em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:

a) O empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos


trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número
individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito
de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) O número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser
superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para
efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;
c) O tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite
máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da
jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o
disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não
exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
d) Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de
10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada
normal de trabalho;
e) Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou
superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número
de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido
na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.

Além dessa estrutura, há também na norma regulamentadora nº 17 dois


anexos sobre as condições ergonômicas nas áreas de Operadores de Checkouts e
Tele atendimento/Telemarketing.
Os agentes ergonômicos podem causar alguns riscos à saúde, podemos
citar:
- LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios osteomusculares
relacionados ao Trabalho)
- Cansaço físico
- Dores musculares
- Hipertensão arterial
- Alteração do sono
- Diabetes
- Doenças nervosas
- Taquicardia
- Doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera)
- Tensão
- Ansiedade
- Problemas de coluna, entre outras.

8 PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

FONTE: WWW.MEGATRAB.COM.BR
Um dos desafios da Higiene Ocupacional é o de acompanhar o avanço do
gerenciamento de riscos por sistemas. Uma vez que os sistemas são organizados
de modo que facilitam a tomada de decisões quanto à correção de um ambiente de
trabalho, da mesma maneira que são os métodos que que pode antecipar a
avaliação dos riscos de acidentes ou doenças que é o objetivo principal da Higiene
Ocupacional. (FUNDACENTRO, 2004)
O Programa de Prevenção de Acidente (PPRA) é um exemplo de guia para
elaboração de sistemas de gerenciamento de riscos ambientais.
O PPRA é regido pela Norma Regulamentadora NR 9 foi instituído pela
Portaria n.º 25 de 29 de Dezembro de 1994, e visa à preservação da saúde e da
integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação
e consequentemente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que
venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do
meio ambiente e dos recursos naturais.
De acordo com a NR 9 o PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo
das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR, em
especial com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO
previsto na NR-7.
O programa de prevenção de Riscos Ambientais de acordo com a Norma
Regulamentadora n°9 deverá estar disposta da seguinte maneira:
- Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e
cronograma;
- Estratégia e metodologia de ação;
- Forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
- Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

Uma análise global do programa deve ser feita ao menos uma vez por ano
ou quando necessário para avaliar seu desenvolvimento e realizar ajustes
necessários e também estabelecer novas metas e prioridades.
O PPRA deve estar detalhado num documento-base, sendo este, suas
alterações e complementações mostrados e discutidos pela CIPA, de acordo com
a NR-5, onde sua cópia deve anexada no livro de atas.
A Norma Regulamentadora n° 9 estabelece que o Programa de Prevenção
de riscos ambientais (PPRA) deve incluir as etapas a seguir:

- Antecipação e reconhecimentos dos riscos;


- Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
- Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
- Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
- Monitoramento da exposição aos riscos;
- Registro e divulgação dos dados.

Os dados deverão ser mantidos arquivados durante no mínimo 20 (vinte)


anos, juntamente com o histórico administrativo e técnico do desenvolvimento do
PPRA.
De acordo com a NR 9 o empregador deve estabelecer, implementar e
assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou
instituição. Já os trabalhadores devem colaborar e participar na implantação e
execução do PPRA, seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos
dentro do PPRA e informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que
possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores.
9 PCMSO

FONTE: ALTURAANDAIMES.COM.BR

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), é um


programa médico que deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico
precoce dos danos à saúde relacionados ao trabalho.
O PCMSO possui extrema intimidade com o Programa de Prevenção dos
Riscos Ambientais – PPRA (NR-09) e a ele vincula a partir de interesses definidos
pela NR-09, da portaria n° 24 de 29/12/94.
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional terá que ser criado
e executado baseado nos riscos à saúde dos trabalhadores. Portanto, o PPRA
servirá de base na elaboração do PCMSO.
A NR-7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
De acordo com a Norma regulamentadora n°7 é de competência do
empregador:
- Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar
pela sua eficácia;
- Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados
ao PCMSO;
- Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho – SES0MT, da empresa, um coordenador
responsável pela execução do PCMSO;
- No caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de
acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado
ou não da empresa, para coordenar o PCMSO;
- Inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá
contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.

O médico do trabalho indicado para coordenar o PCMSO deve realizar os


exames médicos previstos no item 7.4.1 da Norma Regulamentadora n° 7 ou
encarregar os mesmos a um profissional médico familiarizado com os princípios da
patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de
trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser
examinado.
Dentre esses exames podemos citar:
- Admissional;
- Periódico;
- De retorno ao trabalho;
- De mudança de função;
- Demissional.

Para cada exame médico realizado o médico deverá emitir o Atestado de


Saúde Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias, sendo a primeira via do arquivada no
local de trabalho do trabalhador e a segunda via obrigatoriamente entregue ao
trabalhador, mediante recibo.
A Norma Regulamentadora n°7 apresenta as seguintes informações que
devem conter no Atestado de Saúde Ocupacional:

I - Nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e


sua função;
II - Os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na
atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria
de Segurança e Saúde no Trabalho-SSST;
III - Indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o
trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram
realizados;
IV - O nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;
V - Definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador
vai exercer, exerce ou exerceu;
VI - Nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de
contato;
VII - Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo
contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina.

Por fim a NR-7 estabelece que todo estabelecimento deverá estar equipado
com material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as
características da atividade desenvolvida e manter esse material guardado em local
adequado, aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.

IMPORTANTE!
Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames
complementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registradas
em prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade do médico-
coordenador do PCMSO e deverão ser mantidos por período mínimo de 20 anos
após o desligamento do trabalhador.
10 CIPA

FONTE: WWW.OCUPACIONAL.COM.BR

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) foi criada com o


objetivo de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível a atividade laboral com a preservação da vida e a promoção da saúde
do trabalhador. É composta por representantes do empregador e representantes do
empregado em número par de representações, cabendo ao empregador escolher
entre seus funcionários de confiança sua representatividade e aos trabalhadores,
por processo eleitoral, escolherem seus representantes através de voto secreto.
(TAVARES, 2009)
A CIPA é regulamentada pela Norma Regulamentadora n° 5 (NR-5) da
portaria do MTB nº3.214 de 08 de junho de 1978.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é obrigatória para as
empresas seja ela privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da
administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas,
cooperativas, e instituições que possuam empregados com vínculo de emprego
A composição da CIPA é feita por de representantes do empregador e dos
empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR-05,
em função do agrupamento de setores econômicos definidos pela CNAE
(Classificação Nacional de Atividades Econômicas), nos Quadros II (Agrupamento
de setores econômicos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas) e III
(Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas) e o número de
empregados da empresa.
De acordo com a Norma Regulamentadora n 5 os representantes dos
empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados. Já os
representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio
secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente
os empregados interessados.
A duração do mandato dos membros eleitos para a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA) é de um ano, sendo permitida uma reeleição.
De acordo com TAVARES (2009), procurando prevenir acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, a CIPA tem as seguintes atribuições:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos,


com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT,
onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúde no trabalho;
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais
de trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de
trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores;
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em
seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no
trabalho;
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de
trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de
máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde
dos trabalhadores;
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de
outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem
como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à
segurança e saúde no trabalho; 3
l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador,
da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de
solução dos problemas identificados;
m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que
tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de
Prevenção da AIDS.

As reuniões ordinárias da CIPA serão mensais, de acordo com o calendário


já preestabelecido, sendo realizadas durante o expediente normal da empresa e em
local apropriado designado para este fim. As reuniões da CIPA terão suas atas
assinadas pelos presentes com encaminhamentos de cópias para todos os
membros. As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da
Inspeção do Trabalho – AIT. No caso de reuniões extraordinárias, as mesmas
deverão acontecer quando houver denúncia de situação de risco grave e iminente
que determine a aplicação de medidas corretivas de emergências, no caso de
acidente do trabalho grave ou fatal e quando houver solicitação expressa dos
representantes do empregador ou dos empregados (NR-5). (TAVARES, 2009)
A Norma Regulamentadora 5 compete o empregador a convocar as eleições
para escolha dos representantes dos empregados na CIPA com prazo mínimo de
60 dias antes do término do mandato em curso.
A NR 5 também diz que nos estabelecimentos onde houver CIPA, caberá ao
Presidente e ao Vice-Presidente designar, entre seus membros, com no mínimo 55
(cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão
Eleitoral – CE, que será responsável pela organização e acompanhamento do
processo eleitoral, e quando não houver CIPA, a comissão eleitoral será constituída
pela empresa.
O processo eleitoral observará as seguintes condições:

- Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no


prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso;
- Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de
quinze dias;
- Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante;
- Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
- Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do
mandato da CIPA, quando houver;
- Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de
turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.
- Voto secreto;
- Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de
representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela
comissão eleitoral;
- Faculdade de eleição por meios eletrônicos;
- Guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um
período mínimo de cinco anos.
Importante lembrar que havendo participação inferior a cinquenta por cento
dos empregados na votação, não terá a apuração dos votos e a comissão eleitoral
deverá organizar outra votação, que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
Em caso de denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas
na unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos
membros da CIPA.
Deverá assumir os cargos de membros titulares e suplentes, os candidatos
mais votados e em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de
serviço no estabelecimento.
Os eleitos e designados a membros da CIPA serão empossados no primeiro
dia útil após o término do mandato anterior, quando a empresa já possuir CIPA. No
caso da primeira CIPA, os membros serão empossados imediatamente após a sua
composição.
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELTRAMI, Monica; STUMM, Silvana Stumm. Higiene no Trabalho. Curitiba-PR:


INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ, 2013.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-5 – Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes. 2011.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-7 – Programa de Controle Médico


de Saúde Ocupacional. 2018.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-9 – Programa de Prevenção de


Riscos Ambientais. 2017.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-15 – Atividades e Operações


Insalubres. 2018.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-17 – Ergonomia. 2018.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-32 – Segurança e Saúde no


Trabalho em Serviços de Saúde. 2011.

FUNDACENTRO. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo, 2004.

GROSS, Sergio. Higiene e Segurança no Trabalho: Um programa para a


empresa Contactsul Ltda. 2008. Trabalho de Conclusão (Curso de Administração
do Centro de Ciências Sociais Aplicadas) - Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí -
SC, 2008.
SALIBA, T. M. Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA. Avaliação e
Controle de Riscos Ambientais. 3ª Edição. São Paulo: LTR, 2011.

SALIBA, TUFFI MESSIAS; CORRÊA, MÁRCIA ANGELIM


CHAVES. INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE - Aspectos Técnicos e
Práticos. São Paulo, SP: EDITORA LTDA., 2015.

TAVARES, Cláudia Régia Gomes. SEGURANÇA DO TRABALHO I - CIPA –


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. RIO GRANDE DO NORTE:
SEDIS, 2009.

PEIXOTO, Neverton Hofstadler; FERREIRA, Leandro Silveira. Higiene


Ocupacional I. Santa Maria-RS: UFSM, 2012.

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