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Preparo de originais: Veronica Aparecida Silveira Aguiar Capa: Pró-reitoria de Extensão da UFAC e Veronica
Revisão Gramatical: Maria Enísia Soares de Souza Aparecida Silveira Aguiar
Revisão de Normas Técnicas: Autor(es) Diagramação: EDUFRO
Editor: Jairo André Schlindwein
Jairo André Schlindwein (Prof. UNIR), José Lucas Pedreira Bueno (Prof. UNIR), Emanuel Fernando Maia de
Souza (Prof. UNIR), Rubiani de Cássia Pagotto (Profa. UNIR), Osmar Siena (Prof. UNIR), Júlio César
Barreto Rocha (Prof. UNIR), Marli Lucia Tonatto Zibetti (Profa. UNIR), Sirlaine Galhardo Gomes Costa
(Bibliotecaria. UNIR), Cléberson de Freitas Fernandes (EMBRAPA), Dante Ribeiro da Fonseca (ACLER).
Introdução
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Professor Doutor da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
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Américo Alves de Lyra Junior
As crises que emergem no final da década de 1960, as quais encerram no começo dos
anos 1990, com a derrocada do socialismo real e da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), representam um período significativo na História das Relações
Internacionais. Nessa lacuna temporal, acontecem novas correlações de forças na arena global
em períodos como os da Détente ao novo acirramento de ânimos entre os contentores da Guerra
Fria. Algo que alcança o final dos anos 1980; década de crises e busca de reafirmação da
bipolaridade por parte dos dois grandes contentores da Guerra Fria: Estados Unidos (EUA) e
URSSS.
Nesse contexto, contemplam-se mudanças políticas no interior do sistema internacional,
que experimentava um processo de franca desintegração. Observaram-se essas mudanças a
partir das novas configurações de força do cenário estudado e da economia associada aos
avanços tecnológicos e às novas configurações ocorridas nas últimas décadas do século XX.
Nas últimas décadas do século XX, foi processado um conjunto de relações econômicas,
culturais, internacionais, políticas e sociais que gestaram um mundo diferente daquele
construído após a Segunda Guerra. As pessoas comuns, os homens de Estado e os intelectuais
presenciaram novidades no campo das descobertas científicas e das novas tecnologias, as quais
estavam presentes no dia a dia dos indivíduos para auxiliá-los ou prejudicá-los econômica e
socialmente. Esse período foi denominado de O Desmoronamento por Eric Hobsbawm (2008)
e de Pós-Guerra Fria e globalização pelos historiadores Paulo Visentini e Analúcia Pereira
(2008).
Do Desmoronamento ou Pós-Guerra Fria e/ou globalização foram observados os
assuntos relativos à política internacional do período, sem desconsiderar a relevância de temas
como a revolução tecnológica que produziu, de acordo com Eric Hobsbawm (2008, p. 261), a
miniaturização e portabilidade do mundo, com produtos como calculadoras de bolso e relógios
digitais da década de 1970. Ou, ainda, aspectos dessa mesma revolução como o acento na
vantagem das “economias de mercado desenvolvidas” sobre as outras formas de economias,
pois quanto mais complexa a tecnologia maior era o dispêndio para o seu uso.
Além do que, o mundo estava em franca mudança. Na Ásia, tinha-se a divisão da Coreia
e a ocupação militar do Japão. Experimentava-se um momento de altercação e ruptura em favor
de uma nova perspectiva política internacional. O período que compreende o final da década de
1960 e segue até o início dos anos 1990 foi de desintegração da ordem estabelecida pela Guerra
Fria. Essa ruptura se confirmou a partir do desmoronamento da URSS e com a derrota do
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socialismo real em 1991. De acordo com Paulo Visentini e Analúcia Pereira (2008, p. 177),
nesse contexto existia tendência à multipolaridade, com perda relativa de controle de Moscou e
Washington sobre os seus aliados. Além do que, teve-se a desaceleração da economia mundial,
que indicava o desgaste do modelo fordista, como também o desequilíbrio estratégico
desfavorável à Washington, com alterações bruscas de regimes e quatorze revoluções em
apenas uma década.
Além do que, a Europa se integrava através dos tratados de Roma e, em janeiro de 1973,
se compunha a Europa dos Nove. Segundo José Flávio Sombra Saraiva (2001, p. 73), a Europa
dos Nove forneceria o núcleo de poder da União Europeia, gestada duas décadas depois. Frisa-
se a assinatura dos Tratados em março de 1957, em Roma, Itália. O primeiro deles instituiu a
Comunidade Econômica Europeia, CEE, e o segundo criou a Comunidade Europeia de Energia
Atômica que se tornou mais conhecida como Euratom. Os tratados entraram em vigor em 1º de
janeiro de 1958.
A Europa dos Nove significou a solução do “problema britânico” e o alargamento da
CEE. Os britânicos negavam-se a entrar na Comunidade porque defendiam a criação de uma
zona de livre câmbio que abolisse os direitos alfandegários internos e preservasse a liberdade
de cada país decidir suas fronteiras em relação a outras nações não comunitárias. Eles eram
contrários à união aduaneira como preconizada na CEE, pois esta previa a perda de soberania
dos Estados para instituições supranacionais europeias em longo prazo. Tinha-se em vista a
unidade política da Europa. Salienta-se que, com o Reino Unido, ingressaram na CEE
Dinamarca e Irlanda. Esses países somaram com os outros seis fundadores, quais sejam:
Bélgica, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e República Federal Alemã.
Nesse contexto de mudanças profundas, a questão de segurança (entendida em termos
militares), então baseada em um complexo jogo de geopolítica entre os contentores começa a
dividir importância com novos temas (como o meio ambiente) que aparecem na agenda
internacional e ocupavam os interesses dos estadistas, que até então os viam como temas
secundários.
Nessa perspectiva, a Amazônia (ou Amazônias, considerando os países a comungam)
ganha em relevância internacional no tocante aos novos temas. Assim discute-se o assunto em
pauta, com foco na Amazônia.
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Janaina Rosa Lira (2014, p. 28-33) lista uma série de conferências internacionais das
Nações Unidas sobre o meio ambiente ao longo do período estudado. A de Estocolmo (Suécia)
ocorreu em 1972. A Declaração dessa Conferência defendeu a construção de um ponto de vista
comum para preservar e melhorar o planeta.
A do Rio, realizada em 1992 (ECO-92), teve um número maior de participantes, o que
indicava o aumento da importância do tema “meio ambiente” na agenda internacional. Além do
que, paralelamente, Organizações não-governamentais (ONGs) realizaram um Fórum que
aprovou a Carta da Terra. Nesta Carta se atribuía maior responsabilidade à preservação do
Planeta aos países ricos. Assinaram-se, igualmente, a Convenção-Quadro Sobre Mudança do
Clima (resulta na elaboração do protocolo de Quioto); Convenção sobre a Diversidade
Biológica (Agenda 21); Declaração do Rio e Declaração de princípios sobre florestas.
A Cúpula de Joanesburgo, setembro de 2002, então convocada pela Resolução 55/199
da Assembleia Geral das Nações Unidas (Revisão decenal do progresso alcançado na
implementação dos resultados da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
desenvolvimento). Um dos seus pontos principais, e também seu principal êxito, foi discutir a
relação entre pobreza e meio ambiente. Reafirmaram as metas para a erradicação da pobreza,
avanços na questão de água e saneamento, saúde, biodiversidade e outros (LIRA, 2014, p. 32).
A Rio +20 foi convocada pela Resolução 64/232 da Assembleia Geral das Nações
Unidas, de 24 de dezembro de 2009, para discutir sobre o Desenvolvimento Sustentável. A
Conferência se centrou em temas como economia ecológica e na erradicação da pobreza no
marco institucional do Desenvolvimento Sustentável. O evento foi grande, reunindo mais de 45
mil pessoas e ressaltou o entendimento de que, sem a erradicação da pobreza e a proteção
ambiental, não é possível o desenvolvimento sustentável.
Em todos esses esforços, a questão de fundo, segundo Becker (2007), foi a preocupação
conservacionista da natureza, manifestada pela aliança entre populações locais e redes
transnacionais (agências de desenvolvimento, organizações religiosas e ONGs). Buscavam-se
geopolíticas para promover o uso consciente dos recursos naturais e o desenvolvimento
sustentável. Não se pode deixar de frisar que, nesse ínterim, tem-se a entrada de vultosos
investimentos de capital estrangeiro para a causa em questão, bem como para a infraestrutura e
produção.
Com a virada do milênio, de acordo com Becker (2007), a natureza passa a ser vista
pela perspectiva econômica do desenvolvimento sustentável. Está em jogo a possibilidade de
codificar a biodiversidade, desvendando novas tecnologias. Considera-se, ainda, o valor
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Transfronteiras amazônicas e pós guerra fria: a questão das águas na Pan-Amazônia
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parte dos membros da OTCA, em alcançar um melhor nível burocrático para melhorar os
esforços de cooperação. Criou-se a Secretaria Permanente, com sede em Brasília, para
contribuir com o desenvolvimento sustentável pan-amazônico e, na perspectiva do trabalho,
dos temas relativos à água.
Mas, no entanto, a burocracia da OTCA continua emperrada quando se considera a
própria votação das matérias de execução da organização. Toda matéria é apreciada em
Reunião de Ministros das Relações Exteriores, então órgão supremo do TCA. Para se ter ideia
de como a questão fica emperrada, a Reunião de Ministros acerca da matéria hídrica foi
debatida de 1980 até 2011.
Em linhas gerais, os temas sobre a matéria hídrica versavam sobre temas diversos. Em
1980, Primeira Reunião de Ministros (Belém, Brasil) discutiu-se acerca da navegação e
transporte em geral. Em Santiago de Cali, Colômbia, 1983 (Segunda Reunião de Ministros) o
tema navegação dividiu espaço com o de hidroambiência. Na Terceira Reunião, em Quito,
Equador, 1989, o tema único foi hidroambiência. Já em 1995, em Lima, Peru (Quinta Reunião
de Ministros) foi incluído o tema ambiência e economia. Na Sétima Reunião, em Santa Cruz de
La Sierra, Bolívia (2002), debateu-se, pela primeira vez, o gerenciamento da bacia do rio
Amazonas.
A partir de 2004, a Oitava Reunião de Ministros em Manaus, o tema água prevalece nas
discussões. Sendo que, na Nona Reunião de Ministros, no ano de 2005, em Iquitos, Peru,
ocorreu a inclusão do tópico Ambiência e Hidroclimático. E na imediatamente posterior, em
Lima no ano de 2010, a discussão sobre Ambiência e Saúde.
A despeito das discussões e articulações, somente em 2002, tem-se uma iniciativa de
fato: o Projeto GEF Amazonas. Este projeto visava entender problemas com poluição e outros
impactos negativos nos sistemas hídricos da bacia amazônica. Contudo o projeto ainda deixa a
desejar.
Conclusão
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Referências
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