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Maconha é o nome popular da planta do gênero Cannabis, que apresenta três espécies: sativa,
indica e ruderalis, além de um número incontável de variedades (strains) obtidas por
cruzamento de espécies e variedades, levando alguns autores a classificá-la apenas como
Cannabis sativa.
"A planta da maconha contém diversos componentes (canabinoides) estudados quanto aos
seus efeitos terapêuticos, sendo os principais o delta-9-THC (ou THC) e o canabidiol (CBD)",
afirma Antonio Waldo Zuardi, professor do Departamento de Neurociências e Ciências do
Comportamento e coordenador do Centro de Pesquisas em Canabinoides da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (FMRP).
"Dessa maneira, os componentes da Cannabis podem agir nessas áreas, de acordo com sua
afinidade, como uma chave em uma fechadura", exemplifica Karina Diniz, professora do
Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da
Unicamp.
Os dois principais tipos de receptores são o CB-1 e o CB-2. "Os receptores CB-1 são
encontrados nos terminais centrais e periféricos dos neurônios e, quando ativados, inibem a
liberação de uma série de neurotransmissores (substâncias químicas que fazem a comunicação
entre os neurônios)", explica Ivan Mario Braun.
"Os componentes da maconha que se 'encaixam' em áreas motoras são responsáveis pela
melhora da espasticidade em pacientes com esclerose múltipla. Já os que se 'encaixam' nas
áreas responsáveis pela sensação de náusea atenuam os efeitos da quimioterapia, por
exemplo", esclarece Karina Diniz.
Efeitos da maconha
A substância é conhecida por seu efeito estimulante e psicoativo, mas também pelas
sensações analgésicas, antieméticas (prevenindo náusea e vômito) e oxígenas (aumentando o
apetite), como afirma Virgínia Martins Carvalho, professora de Toxicologia da Faculdade de
Farmácia da UFRJ. Por conta disso, medicamentos com essa substância têm sido prescritos
para controlar vômitos durante a quimioterapia, por exemplo.
O canabidiol (CBD), por sua vez, é depressor do sistema nervoso central e causa efeitos
anticonvulsivos, ansiolíticos, analgésicos e anti-inflamatórios - daí seu uso para casos
de epilepsia, esquizofrenia e esclerose múltipla.
"É importante ressaltar que o uso medicinal de substâncias canabinoides têm efeitos colaterais
como qualquer outra medicação, variando de acordo com os componentes e a sensibilidade
do indivíduo", frisa Karina Diniz.
Dr. Jack E. Henningfield, do National Institute on Drug Abuse (NIDA), classificou a dependência
relativa de seis substâncias diferentes (cannabis, cafeína, cocaína, álcool, heroína e nicotina)
durante um estudo. A cannabis foi considerada a menos viciante, sendo a cafeína a segunda
menos viciante. A nicotina foi classificada como a substância que causa maior dependência
entre as avaliadas.
Embora os efeitos de longo prazo da cannabis tenham sido estudados, ainda há muito para ser
concluído. Várias pesquisas investigaram se o uso a longo prazo de cannabis pode causar ou
contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças, tais como doença
cardiovascular, transtorno bipolar, oscilações de humor ou outros distúrbios mentais. Seus
efeitos sobre a inteligência, a memória, as funções respiratórias e a possível relação entre o
uso de cannabiscom transtornos mentais,[89] como a esquizofrenia,[90] a psicose,[91] o transtorno
de despersonalização[92]e a depressão,[93]ainda estão em discussão e não foram confirmados.
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