Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Capitão do Exército, do Comando Militar do Planalto, à disposição da Auditoria da 11ª Circunscrição
Judiciária Militar da Justiça Militar da União para assessoramento jurídico. E-mail: <iosefforma@terra.com.br>.
2
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 260404-MG, de José Felicio da Silva e
Tadeu do Espírito Santo, julgado em 22 de março de 2001. Disponível em:
<http://www.stf.gov.br/jurisprudencia/nova/pesquisa.asp?s1=RE.SCLA.%20E%20260404.NUME.&d=SJUR&l=1>.
Acesso em: 25 jun. 2007.
3
ROCHA, Fernando Antônio Nogueira Galvão da. Tribunal do Júri na Justiça Militar Estadual. Disponível
em: <http://www.amb.com.br/portal/index.asp?secao=artigo_detalhe&art_id=567>. Acesso em: 27 jun. 2007.
4
BRASIL. Superior Tribunal Militar. Recurso Criminal (FO) nº 1997.01.006449-0-RJ, do Ministério Público
Militar junto à 2ª Auditoria da 1ª CJM, julgado em 17 de março de 1998. Disponível em: <http://www.stm.gov.br/cgi-
bin/nph-brs?
s1=9299&s2=&s3=&s4=&s5=&s6=&s7=&s8=&s9=&s10=&s11=&s12=&s13=&s14=&s15=&s16=&l=20&d=JURI&
p=1&u=jurisprudencia.htm&r=1&f=G§1=NOVAJURI>. Acesso em: 25 jun. 2007.
pag. 1 / 2
nesse sentido. Na Exposição de Motivos da lei nº 9.299/96, se justificava o deslocamento da
competência para a Justiça Comum para barrar a crescente incidência de crimes praticados contra
civis no exercício de função de policiamento, que decorreria da crença na impunidade oriunda da
sujeição desses infratores ao foro especial. Assim, sobrou o problema para a Justiça Militar da
União (JMU).
Uma das conseqüências negativas da manutenção da validade do parágrafo único do
art. 9º do CPM é a ocorrência de entendimentos paradoxais envolvendo crimes militares sob a
competência da JMU. Embora o e. STF tenha decidido pela prevalência do Júri nos crimes militares
dolosos contra a vida de civil, recentemente a mesma Corte Magna acordou pela competência da
Justiça Militar sobre um crime militar doloso contra a vida de um militar da Aeronáutica praticado
por civil5.
Tudo parece originar-se de certa confusão entre os temas competência e organização
judiciária. Entende-se que não é possível alterar a competência constitucional da JMU com vistas a
homenagear certo órgão judicial com rito especial, o Júri.
Assim, o que se poderia fazer, diante da Constituição Federal vigente, é:
- criar um Júri na Justiça Militar, com fundamento no art. 92, inciso VI, da
CF/88, alterando-se a lei nº 8.457/92 (Lei de Organização Judiciária Militar – LOJM); ou
- simplesmente manter a organização atual da JMU, o que parece mais
razoável, pois o julgamento por pares, que é o traço marcante do Júri, já vinha sendo realizado pela
Justiça Castrense desde a sua concepção, e também porque o scabinato do juízo criminal militar não
pode prescindir de julgadores especializados (juízes militares), ainda que leigos (pares), em razão
da especialidade dos bens jurídicos tutelados pelo Estado Brasileiro por intermédio da Justiça
Castrense.
Em conclusão, nota-se que ainda persiste divisão de entendimentos sobre a
constitucionalidade do parágrafo único do art. 9º do CPM, contudo, ante o exposto, parece que sua
validade não deve prosperar diante da atual disposição constitucional atinente à competência da
Justiça Militar da União.
5
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus nº 91003-BA, de Adhemar Santos Xavier, julgado em
22 de maio de 2007. Disponível em: <http://www.stf.gov.br/noticias/informativos/anteriores/info468.asp#Crime
%20Doloso%20contra%20a%20Vida%20e%20Justi%E7a%20Militar>. Acesso em: 25 jun. 2007.
pag. 2 / 2