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XII FATECLOG

GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO:


DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL
FATEC MOGI DAS CRUZES
MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL
18 E 19 DE JUNHO DE 2021
ISSN 2357-9684

CONTEINERIZAÇÃO DE GRANEIS SÓLIDOS


ALIMENTÍCIOS E A REDUÇÃO DA POLUIÇÃO
ATMOSFÉRICA POR MATERIAL
PARTICULARIZADO
EVERALDO LUIZ ALVES DE SOUZA DOS SANTOS
(FATEC Rubens Lara) everaldo.santos01@fatec.sp.gov.br

1. INTRODUÇÃO

O abastecimento mundial de produtos agropecuários depende em grande parte da


produção brasileira. O Brasil é um dos principais fornecedores de diversos graneis sólidos
alimentícios (GSA), e dentre esses a soja em natura já ocupa lugar de destaque. Se analisarmos
as perspectivas de exportação para os anos de 2022 e 2023, dentro os commodities agrícolas a
soja brasileira deverá ser líder, estimando-se uma participação nas exportações mundiais por
volta de 44,2% equivalente a 46,9 milhões de toneladas (PERETTO; COTI-ZELATI, 2015).
No ano de 2020, o Brasil celebrou 138 anos desde o início do cultivo da soja em território
nacional, sendo um marco muito importante para a o desenvolvimento da agroindústria. Desta
forma, o agronegócio hoje é o setor mais importante para a economia brasileira, sendo
responsável por 21% do PIB e por aproximadamente metade das exportações (SOUZA, 2020).
Em geral toda essa carga é transportada internacionalmente majoritariamente pelo
modal marítimo em navios graneleiros e internamente, dos centros produtores as instalações
portuárias, pelo modal rodoviário; tal combinação logística gera diversos impactos ambientais
e para a própria carga (influenciando em questões fitossanitárias) nos diversos elos da cadeia
produtiva. Os GSA quando transportados in natura na carroceria de caminhões correm riscos
de contaminação e alterações na sua característica, pois as condições deste meio de transporte
pode não ser suficientemente adequada para proteger a carga (MELLO; CARDOSO, 2011).
Outro ponto são as operações nos terminais portuários que movimentam diariamente milhares
de toneladas de GSA, produzindo uma quantidade considerável de resíduos, com elevado risco
de impactos ambientais. A armazenagem dos GSA comumente não faz uso de embalagens, os
grãos são estocados soltos em estruturas de silos, armazéns graneleiros de material metálico ou
de concreto. Os grãos são geralmente armazenados a céu aberto, em galpões que possuem
abertura para permitir o ingresso de maquinários que fazem o transporte dos grãos. Isso gera
grande poluição ambiental proveniente da ação externa, como ventos e chuvas, que dissipam o
material particularizado vindos dos produtos em constante movimentação. Logo, as principais
fontes de poluição ambiental por material particularizado são as atividades relacionadas com a
movimentação dos GSA, atingindo a área do porto organizado e, sobretudo, à população local
(BOMFIM, 2014; OI; PEREIRA; FERREIRA; BUMBA, 2017).
Uma possível forma de reverter esse senário seria a mudança no formato como os GSA
são transportados tanto na cadeia logística interna como na cadeia logística internacional, por
meio da conteinerização da carga GSA. A conteinerização é uma forma das mercadorias serem
transportadas dentro de contêineres, podendo ser intercambiadas e convenientemente
carregadas e transferidas entre diferentes modalidades de transporte.

XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL
FATEC MOGI DAS CRUZES
MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL
18 E 19 DE JUNHO DE 2021
XII FATECLOG
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO:
DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL
FATEC MOGI DAS CRUZES
MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL
18 E 19 DE JUNHO DE 2021
ISSN 2357-9684

O transporte de GSA em containers traz vários diferenciais em comparação ao transporte in


natura. Há a redução do tempo de transbordo, a proteção da carga a intempéries do clima e
ambiente, o aumento do valor agregado da mercadoria uma vez que essa passa por um processo
de semi-industrialização, promove o controle fitossanitário além de minimizar os impactos
ambientais causados pela dispersão de partículas na área porto cidade (MELLO; CARDOSO,
2011; WEILER; NETO, 2012; PERETTO; COTI-ZELATI, 2015; COELHO; RODRIGUES;
SIMÃO; VIERA, 2018).
Essa pesquisa tem por objetivo geral verificar como a conteinerização dos GSA pode
auxiliar nos impactos ambientas da poluição atmosférica por material particularizado
decorrente das operações portuárias de graneis sólidos. Como objetivo específico, esta pesquisa
explora os conceitos de conteinerização de GSA, as dificuldades da implementação desse
modelo e o impacto que tal mudança teria na diminuição da poluição na área porto cidade.
Em relação ao método cientifico da pesquisa, que pode ser definido como um conjunto
de etapas e instrumentos pelo qual o trabalho será conduzido, direcionando o projeto de trabalho
com critérios de caráter científico para alcançar dados que suportam ou não a teoria inicial, fica
definido quais os instrumentos a serem utilizados para a pesquisa a fim de obter resultados
confiáveis e com possibilidades de serem generalizados para outros casos. Pra isso foi aplicado
a metodologia de análise exploratória de dados secundários bibliográficos além da análise
qualitativa e quantitativa. A análise exploratória de dados secundários bibliográficos, tem por
objetivo integrar as nuances do tema proposto, fornecendo conhecimentos mais aprofundados
sobre o trabalho. O método qualitativo descreve uma relação entre o objetivo e os resultados
que não podem ser interpretadas através de números, onde as interpretações dos fenômenos são
analisadas indutivamente. Enquanto o método quantitativo trabalha os dados numéricos e
técnicas estatísticas tanto para classificar como para analisar os resultados (KÖCHE , 2011;
MATTAR, 2017).

REFERÊNCIAS

COELHO, Wagner Antônio; RODRIGUES, Charles; SIMÃO, Luiz Eduardo; VIERA, Angel
Freddy Godoy. CONTEINERIZAÇÃO E PORTO: PANORAMA E TENDÊNCIA DA
PRODUÇÃO CIENTÍFICA. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios. 2018. Disponível
em: <http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/article/view/5623> Acesso em
24 mai. 2021.

OI, Ricardo Kenji; PEREIRA, Gisele; FERREIRA, Leticia Santos Silva; BUMBA, Marco
Antonio Cismeiro. GESTÃO DOS RESÍDUOS GERADOS NO PORTO DE SANTOS E
SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE
ENGENHARIA DE PRODUCAO 2017. 2017. Disponível em: <
http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_246_426_31989.pdf> Acesso em 24 mai. 2021.

WEILER, Ayla Rosi; NETO, Francisco José Kliemann. Análise de viabilidade da


conteinerização de grãos: o caso da soja. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2012.
Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/handle/10183/65655> Acesso em 24 mai. 2021.

XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL
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XII FATECLOG
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO:
DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL
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MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL
18 E 19 DE JUNHO DE 2021
ISSN 2357-9684

MELLO, Pedro Furtado Bandeira de; CARDOSO, Bianca Côrtes. VANTAGENS,


DESVANTAGENS E DIFICULDADES NA CONTEINERIZAÇÃO DAS COMMODITIES
AGRÍCOLAS EXPORTÁVEIS. XXV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e
Ensino em Transporte. 2011. Disponível em: <
https://www.researchgate.net/publication/258359801_Vantagens_Desvantagens_e_Dificuldad
es_na_Conteinerizacao_das_Commodities_Agricolas_Exportaveis> Acesso em 24 mai. 2021.

PERETTO, Cassandra; COTI-ZELATI, Paolo Edoardo. A logística de exportação da soja em


grão por meio da conteinerização. Revista de Administração da UEG. 2015. Disponível em:
<https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_administracao/article/view/2634> Acesso em
24 mai. 2021.

BOMFIM, Juliana Campos. A ATIVIDADE PORTUÁRIA DE TRANSPORTE E


ARMAZENAGEM DE GRANEL NO PORTO DE SANTOS, A POLUIÇÃO
ATMOSFÉRICA POR MATERIAL PARTICULARIZADO E A RESPONSABILIZAÇÃO
PELO DANO. Universidade Católica de Santos. 2014. Disponível em: <
http://biblioteca.unisantos.br:8181/handle/tede/2382> Acesso em 24 mai. 2021.

SOUZA, GABRIEL DA SILVA. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CRESCIMENTO DA


EXPORTAÇÃO DE SOJA CONTEINERIZADA NO PORTO DE SANTOS. XI
FATECLOG OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA REAL NO UNIVERSO VIRTUAL.
Disponível em:
https://fateclog.com.br/anais/2020/CONSIDERA%C3%87%C3%95ES%20SOBRE%20O%2
0CRESCIMENTO%20DA%20EXPORTA%C3%87%C3%83O%20DE%20SOJA%20CONT
EINERIZADA%20NO%20PORTO%20DE%20SANTOS(1).pdf> Acesso em 24 mai. 2021.

MATTAR, J. Metodologia científica na era digital. São Paulo: Saraiva, 2017.

KÖCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e iniciação à


pesquisa. 29. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.

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