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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 2


UNIDADE 2 – INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL .................................. 4
2.1 CLASSIFICAÇÃO DE INDICADORES AMBIENTAIS ........................................................ 9
2.2 TIPOS DE INDICADORES AMBIENTAIS .................................................................... 11
UNIDADE 3 – ÍNDICE DE INSALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA) ........................... 14
3.1 ESTRUTURAÇÃO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL ................................ 15
UNIDADE 4 – ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERRO DE RESÍDUOS (IQAR OU
IQR) ........................................................................................................................... 18
UNIDADE 5 – INDICADORES PARA QUALIDADE DO SOLO (IQS) ...................... 22
5.1 INDICADORES FÍSICOS ......................................................................................... 23
5.2 INDICADORES QUÍMICOS ...................................................................................... 24
5.3 BIOINDICADORES EDÁFICOS ................................................................................. 25
UNIDADE 6 – INDICADORES DE QUALIDADE DO AR ......................................... 28
UNIDADE 7 – MODELO DE QUALIDADE AMBIENTAL ADOTADO POR MINAS
GERAIS..................................................................................................................... 31
UNIDADE 8 – INDICADORES ESPECÍFICOS ......................................................... 41
8.1 PLANTAS BIOINDICADORAS .................................................................................. 41
8.2 GEOINDICADORES .............................................................................................. 43
8.3 OS PEIXES COMO INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS .................................... 52
UNIDADE 9 – MECANISMOS DE CONTROLE DE QUALIDADE ........................... 56
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57
2

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

Terra, água e ar, bens da natureza, são indispensáveis à vida, contudo,


foram transformados em mercadorias. De todos eles, talvez aquele pelo qual ainda
não pagamos diretamente seja o ar, mas este como os demais sofrem com as
constantes e crescentes interferências do homem. Interferências estas que fazem
parte do processo de globalização que desde os fins do século XX “bate a nossa
porta” insistentemente.
Não podemos negar que a globalização trouxe consigo benefícios para
grande parte da humanidade (mas não para toda ela), com o desenvolvimento
científico, tecnológico, etc., entretanto, também podemos perceber que ela manipula,
monopoliza e até mesmo escraviza pessoas e países menos desenvolvidos
justamente por estes não terem poderio econômico e financeiro para enfrentar e ser
consumidores ávidos como os demais.
Desemprego e desigualdade social, favelização, marginalidade, falta de
saneamento básico são alguns dos problemas impostos pela globalização. Por outro
lado, a preocupação com questões ligadas ao meio ambiente que podemos traduzir
na busca por diminuição na emissão de poluentes na atmosfera, o uso racional e o
desenvolvimento baseado na sustentabilidade são alguns dos benefícios que vieram
com a globalização.
Mas, por que estamos falando de globalização quando a apostila objetiva
estudar os indicadores de qualidade ambiental? Justamente porque os indicadores
surgiram da necessidade de fornecer um retrato da situação da sustentabilidade, de
maneira simples, principalmente se entendermos que uma boa qualidade ambiental
associa parâmetros físicos, químicos, biológicos, sociais, políticos, econômicos e
culturais, os quais permitem o desenvolvimento harmonioso, pleno e digno de vida
(SILVA, 2002).
Estudos de Braga e Freitas (2002) apontam que foi no final da década de
1980 o surgimento de propostas de construção de indicadores ambientais e de
sustentabilidade. Tais propostas possuem em comum o objetivo de fornecer
subsídios à formulação de políticas nacionais e acordos internacionais, bem como à
tomada de decisão por atores públicos e privados. Também buscam descrever a

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autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige.
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interação entre a atividade antrópica e o meio ambiente e conferir ao conceito de


sustentabilidade maior concretude e funcionalidade.
Existem muitos indicadores e muitos trabalhos realizados com o intuito de
analisar, avaliar e controlar a qualidade do ar. Além daqueles que estudaremos,
deixamos vários estudos nas referências para aprofundamento.
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas
opiniões pessoais.
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo,
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos
estudos.

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UNIDADE 2 – INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL

O vocábulo indicador é proveniente do Latim indicare, cujo significado é


destacar, mostrar, anunciar, tornar público, estimar. Assim, os indicadores nos
transmitem informações que nos esclarece uma série de fenômenos que não são
imediatamente observáveis (MERICO, 1997 apud RUFINO, 2002).
A definição de indicadores ambientais tem como objetivo compor um método
para a avaliação de desempenho da política pública de meio ambiente. Os
Indicadores constituem-se em instrumentos de avaliação, que devem ser adequados
às realidades ambiental e socioeconômica da região a ser avaliada (FEAM, 2011).
O mesmo documento acima completa que o desenvolvimento de método de
avaliação de política pública consiste em buscar objetivar um julgamento de valor
para um conjunto de ações governamentais, visando informar a sociedade e
subsidiar os tomadores de decisão. Contudo, é importante lembrar que todo método
de avaliação é tão somente um instrumento que sinaliza caminhos, em direção a
rumos que devem ser estabelecidos com o apoio e inclusão de mecanismos
participativos e democráticos.
Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas (United Nations
Environment Programme) – UNEP – os indicadores podem se transformar em uma
importante ferramenta para tornar acessível a informação científica e técnica para os
diferentes grupos de usuários. A função dos indicadores é resumir a grande
quantidade de dados, tornando acessível o seu entendimento.
Os índices são instrumentos que medem cada indicador, atribuindo-lhe
valores numéricos, ou são resultados da combinação de várias variáveis ou
parâmetros em um só valor, assumindo um peso relativo a cada componente do
índice. Eles permitem observar e acompanhar a situação do meio ambiente, o
impacto e as consequências dos processos de desenvolvimento sobre os recursos
naturais, as funções ecológicas e as inter-relações entre os diferentes fatores do
desenvolvimento (MONTEIRO, 2006).
A agregação de indicadores para a formação dos índices exige, geralmente,
que diferentes medidas sejam transformadas em uma escala. A transformação em
escala comum é acompanhada pelo desenvolvimento de um esquema que tenta
expressar a distribuição diferencial de cada um dos dados, conforme critérios
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específicos de decisão. Entre os critérios de padronização ou uniformização de


indicadores, podem ser mencionadas as funções lineares (contínuas ou
segmentadas), funções não lineares (contínuas ou segmentadas) e o método de
normalização. Este último é muito empregado por órgãos ambientais, sendo
empregado na confecção, por exemplo, do Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) das Nações Unidas. A padronização tem por finalidade expressar os
indicadores em unidades comparáveis entre si (GUIMARÃES, 2009).
Bossel (1999 apud CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010) enfatiza a
importância de indicadores, quando afirma que para saber se uma rota de
desenvolvimento está na direção da sustentabilidade, é necessária a aplicação de
indicadores apropriados.
O indicador permite obter informações sobre uma dada realidade
(MITCHELL, 1996 apud CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010). Assim, é possível
sintetizar um conjunto complexo de informação que servirão como um instrumento
de gestão.
Cunha (2003) afirma que os indicadores despontam como instrumentos que
analisam e acompanham os processos de desenvolvimento, além disso, servem de
subsídios para a formulação de políticas públicas e monitoram a execução dessas.
Assim, os indicadores de sustentabilidade mostram-se capazes de mensurar a
tendência à sustentabilidade em inúmeras dimensões, apresentada por determinado
processo, objeto ou lugar, observando as escalas espaciais e temporais dos
acontecimentos.
Bouni (1996 apud) ressalta que não há a possibilidade de determinar a
sustentabilidade de um sistema considerando apenas um indicador ou indicadores
que se referem a apenas um aspecto do sistema. Ou seja, a sustentabilidade é
determinada por um conjunto de fatores (social, ambiental e econômico) que devem
ser contemplados.
Assim, ao avaliar a sustentabilidade, é preciso analisar o conjunto de
indicadores. O ideal é que todas as relações (direta ou indiretas) entre os aspectos
econômico, social e ambiental sejam consideradas. Portanto, para mensurar a
sustentabilidade, é fundamental a integração entre inúmeras informações advindas
de uma pluralidade de áreas de conhecimento.

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Para sua efetiva utilização, os indicadores devem possuir:


 características representativas e científicas;
 ser quantificáveis,
 ser simples e de fácil interpretação e divulgação;
 apresentar tendências ao longo do tempo e indicar com antecedência o
surgimento das irreversíveis;
 ser sensíveis a mudanças no ambiente ou na economia;
 ser referente a dados já existentes ou coletados a custos razoáveis e
possibilitar atualizações a intervalos regulares de tempo;
 ser baseados em dados confiáveis e possuir um parâmetro com que possam
ser comparados (GILBERT, FEENSTRA, 1999 apud CORRÊA; GALHARTE;
OLIVEIRA, 2010).
Os indicadores são usados pelos planejadores como instrumentos que
permitem a avaliação de uma situação e sua possível evolução. Para cada um dos
elementos de um fenômeno em particular é preciso identificar os critérios relevantes
em sua avaliação, em relação ao seu peso no conjunto e, principalmente, a inter-
relação entre um conjunto de indicadores.
Quando se tratar da gestão urbana, três pontos importantes devem ser
considerados na escolha de indicadores:
(1) identificação do plano estratégico proposto e, por conseguinte, os
objetivos maiores a serem alcançados;
(2) seleção de indicadores relevantes, válidos e objetivos; e,
(3) obtenção, manutenção e atualização viáveis, econômica e
operacionalmente.
Com o desenvolvimento de indicadores que objetivam avaliar a
sustentabilidade de um sistema, aumenta a possibilidade de se avançar
efetivamente em direção a mudanças consistentes, com o intuito de solucionar os
inúmeros problemas ambientais e sociais levantados. Porém, isso será possível se a
preocupação com o planeta, em toda sua complexidade, for efetiva (CORRÊA;
GALHARTE; OLIVEIRA, 2010).
Falamos em indicadores de uma maneira geral, agora vamos voltar as
considerações para os indicadores mais específicos ao meio ambiente.

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Estudos de Rocha (2008) mostram que o monitoramento das condições do


meio ambiente, sistema natural que envolve um emaranhado de outros complexos
sistemas, surgiu como desafio para os atores da sociedade civil e gestores públicos
e privados no sentido de garantir as necessidades da geração atual sem
comprometer a habilidade de que as futuras gerações possam prover as suas.
Para se ter uma ideia ou visão da realidade em que se encontra um
determinado sistema, uma das alternativas viáveis e práticas é a mensuração dos
níveis de qualidade e quantidade dos seus componentes. Para a implementação do
conhecimento do nível de qualidade em que se encontra um dado ambiente natural,
os índices e indicadores mostram-se como ferramentas eficazes, no sentido de
tornar os dados técnicos mais facilmente utilizáveis e assimiláveis.
Segundo Ramos (1996) e Marn (1995), citado por Ramos (1997), é
necessária a associação dos seguintes conceitos a indicadores e índices para um
melhor entendimento:
(i) parâmetro – corresponde a uma grandeza que pode ser medida com
precisão ou avaliada qualitativamente, e que considera relevante para a avaliação
dos sistemas ambientais;
(ii) indicador – parâmetros selecionados e considerados isoladamente ou
combinados entre si, sendo de especial pertinência para refletir determinadas
condições ambientais (normalmente são utilizados como pré-tratamento, isto é, são
efetuados tratamentos aos dados originais, tais como médias aritméticas simples,
percentis, medianas, entre outros);
(iii) subíndice – constitui uma forma intermédia de agregação entre
indicadores e índices;
(iv) índice – corresponde a um nível superior de agregação, no qual, após
aplicado um método de agregação aos indicadores e/ou aos subíndices é obtido um
valor final; os métodos de agregação podem ser aritméticos (e.g. linear, geométrico,
mínimo, máximo, aditivo) ou heurísticos (e.g. regras de decisão); os algoritmos
heurísticos são normalmente preferidos para aplicações de difícil quantificação,
enquanto os restantes algoritmos são vocacionados para parâmetros facilmente
quantificáveis e comparáveis com padrões.

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Ainda segundo Ramos (1997), os indicadores e os índices são projetados


para simplificar a informação sobre fenômenos complexos de modo a melhorar a
comunicação. Podem ser aplicados em uma série de situações problemas como:
a) atribuição de recursos;
b) classificação de locais;
c) cumprimento de normas legais;
d) análise de tendências;
e) informação ao público;
f) investigação científica (RAMOS, 1997).
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)
apresenta quatro grandes grupos de aplicações de indicadores:
(i) avaliação do funcionamento dos sistemas ambientais;
(ii) integração das preocupações ambientais nas políticas setoriais;
(iii) contabilidade ambiental;
(iv) relato do estado do ambiente (ROCHA, 2008).
Segundo Oliveira (2003), os indicadores medem aspectos qualitativos e/ou
quantitativos relativos ao meio ambiente, à estrutura, aos processos e aos
resultados, podendo ser uma taxa ou coeficiente, um índice, um número absoluto ou
um fato.
 Taxa/coeficiente é o número de vezes que um evento ocorreu dividido pelo
número de vezes que ele poderia ter ocorrido, multiplicado por uma base e
definido no tempo e no espaço.
 Índice é a razão entre dois números ou a razão entre determinados valores.
Indicador e índice são termos empregados na maioria das vezes, como
sinônimos e em outras vezes com significados distintos, seguindo a tendência atual.
Bollmann (2001 apud ROCHA, 2008) separa em três fases o
desenvolvimento histórico dos indicadores ambientais:
 a primeira, marcada pela departamentalização do conhecimento – [...] os
indicadores ambientais basearam-se quase que exclusivamente em variáveis
que, na realidade, consistiam em medidas de grandezas físicas, químicas ou
biológicas consideradas importantes para descrever o objeto (indicadores
primários);

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 em segunda fase, estruturas de agregação de variáveis (somatório,


produtório, operadores máximo e mínimo, médias aritméticas, geométricas,
harmônicas, etc.) foram utilizadas não apenas para aglutinar informação de
mesma natureza, mas já estabelecendo algumas metodologias para
congregar variáveis de diferentes espécies (indicadores secundários). [...];
 uma terceira fase pode ser caracterizada nessa abordagem, não pela
estruturação de indicadores inovadores, mas pela forma de análise dos
resultados. Ao contrário das fases anteriores, em que se tem a produção de
índices numéricos que permitem uma interpretação unidimensional
(considerando apenas um aspecto da realidade), como representantes dessa
fase se enquadram os indicadores multinível, que permitem uma apreciação
multidimensional dos resultados.
A ação de medir reverte-se em uma ferramenta indispensável para se
colocar em prática políticas norteadoras do desenvolvimento humano, vindo a ajudar
na percepção dos tomadores de decisão e cidadãos quanto aos aspectos analisados
no planejamento dos investimentos a serem realizados com base no estado atual do
ambiente em que se pretende atuar (BOLLMANN, 2001 apud ROCHA, 2008).
Os indicadores sociais e ambientais analisados dentro de uma ótica que os
inter-relacionam, permitem uma nova reflexão entre o homem e a natureza mediante
a avaliação da qualidade socioambiental, (SANTOS et al., 2005). Esta afirmação
reforça a ideia da qualidade ambiental como fruto da interação do homem com seus
aspectos econômicos e socioculturais e o ambiente em que vive e que pode ser
mensurada através de uma ferramenta indicativa do nível em que se encontra
(ROCHA 2008).

2.1 Classificação de Indicadores Ambientais


A seleção de variáveis ambientais e a síntese e integração de tais variáveis
para auxiliar na quantificação do impacto de uma ação, tem sido um dos principais
problemas para o processo da avaliação ambiental. A flexibilidade auxilia na
compreensão dos critérios adotados para a seleção das variáveis ambientais que
serão utilizadas como indicadores, bem como o grau de dependência e influência
entre estes parâmetros. Os elementos ambientais apresentam inúmeras inter-

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relações, por esse motivo deve-se tratar o problema partindo do uso de indicadores
individuais, depois agregá-los permitindo sua comparação e interação para avaliar o
nível de interação no conjunto (GIRALDO, 1999 apud RUFINO, 2002).
O Instituto de Recursos Internacionais (WRI) propõe para a escolha dos
indicadores a divisão em três tipos:
a) os que analisam a oferta ambiental – permitem detectar a existência de
recursos;
b) os que analisam a sensibilidade ou vulnerabilidade ambiental – acusam os
processos de degradação ambiental;
c) os que analisam a produção – estabelecem os problemas de rendimento
quando são analisados os processos naturais com base em recursos
naturais.
Devido às singularidades de cada região, as características ecossistêmicas
e antrópicas são diferentes, não se pode falar em indicadores universais.
Considerando-se as características dos indicadores, pode-se estabelecer uma
ordem hierárquica, dividindo-os em níveis distintos:
 indicadores de terceiro nível – consideram-se como subcomponentes do
sistema ambiental. São macroindicadores, os abióticos, bióticos e
socioeconômicos;
 indicadores de segundo nível – estabelecem padrões de importância na área
estudada e agrupam indicadores específicos de primeiro nível, sendo
conhecidos como os diferentes meios de cada um dos subcomponentes. São
indicadores de segundo nível, o meio geológico, meio geomorfológico, meio
climático, meio edáfico, meio hidrológico, vegetação, fauna, meio social, meio
econômico, meio cultural, meio demográfico, meio paisagístico;
 indicadores de primeiro nível ou específicos – trata-se de indicadores
quantificáveis, que se caracterizam por determinar padrões especiais e
funcionais dos ecossistemas, definindo unidades ecológicas e de paisagem.
Estes indicadores devem ser submetidos a análise de influência-dependência,
a fim de identificar quais são os mais importantes e quais são os mais
vulneráveis dentro do ecossistema.

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Os indicadores podem ser classificados, também de acordo com o uso que o


homem faz do meio natural. Assim, têm-se:
 indicadores fontes – meio como fonte de bens e serviços. Ex.: reservas de
bosques, reservas de água, taxa de extração, reservas minerais;
 indicadores sumidouros – meio como local de descarga de contaminantes.
Ex.: emissão de contaminantes, quantidade de resíduos sólidos, eutrofização,
carga de DBO;
 indicadores de suporte ou de acolhida – meio como local onde se realizam as
atividades minerais, agropecuárias e industriais. Ex.: capacidade de
renovação, uso potencial do solo, biodiversidade.

2.2 Tipos de Indicadores Ambientais


De acordo com Giraldo (1999 apud RUFINO, 2002), o sistema para se fazer
a classificação dos indicadores, baseia-se na informação de que um indicador é uma
única característica ou uma manipulação matemática de diversas variáveis
ambientais. Assim, podem-se citar os seguintes tipos de indicadores ambientais:
 indicadores geológicos e geomorfológicos – chamados de geoindicadores,
são definidos como magnitudes e tendências dos processos geológicos e
fenômenos que acontecem num intervalo de tempo de um século, ou menos,
na superfície terrestre, sujeitos a variações de importância para compreender
as rápidas mudanças ambientais. Os geoindicadores avaliam a influência dos
processos geológicos sobre o homem e vice-versa. Podem ser classificados
em geoindicadores geológicos, geomorfológicos, geotécnicos e
hidrogeológicos;
 indicadores físico-químicos – são utilizados para avaliar as condições físico-
químicas da água, podendo ser utilizadas para algumas medições do solo e
do ar. Pode-se citar: DBO, DQO, matéria orgânica, temperatura cor, turbidez,
sólidos totais, metais, condutividade, salinidade, pH, oxigênio dissolvido, entre
outros;
 indicadores hídricos – esses indicadores são variáveis abióticas que indicam
um processo ou estado do ecossistema aquático, caracterizando-o através de
variáveis físico-químicas e suas variações espaço-temporais. Podem ser de

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correntes, níveo da água, oxigênio, temperatura, profundidade, uso do


recurso hídrico, qualidade do rio tratamento de dejetos;
 indicadores climáticos – indicam variações das condições atmosféricas no
que diz respeito à composição e presença de determinadas substâncias
contaminantes, além de incluir, também, as variáveis do tipo meteorológicas.
Estão incluídos a precipitação, temperatura, umidade relativa, ventos,
evapotranspiração, balanço hídrico, classificação climática, emissões
atmosféricas, qualidade do ar, variações no nível de ruídos, emissões de
CO2, SOx e NOx;
 bioindicadores – trata-se de variáveis biológicas, ecológicas, espécies, ou
populações que ao darem respostas às mudanças de um gradiente físico-
químico, mostram um grau de tolerância, ou então, em condições de
resistência, stress ou morte. Um organismo indicador é escolhido por sua
sensibilidade ou tolerância a várias classes de contaminantes ou a seus
efeitos. Podem ser citados os bentos1, fitoplancton, macrófitas aquáticas,
peixes, macroinvertebrados litorâneos, biodiversidade, biomassa, espécies
raras, espécies endêmicas, espécies em perigo de extinção, indicadores de
desmatamento, usos do recurso fauna, áreas protegidas, entre outros;
 indicadores bacteriológicos – indicam a presença ou a ausência de
microrganismos patogênicos. Podem ser os coliformes fecais, coliformes
totais, streptococos fecais, mesófilos aeróbios, mesófilos anaeróbios;
 indicadores edafológicos – indicam as condições ambientais dos solos. Pode-
se citar aptidão de uso, classificação agroedafológica, características físico-
químicas, cobertura vegetal, superfícies afetadas por qualidade, erosão, uso
de fertilizantes;
 indicadores paisagísticos – indicam o aspecto estético e cultural de um
determinado local. Citam-se contrastes cromáticos, vista panorâmica, ângulo
de incidência visual;
 indicadores sociais – indicam o nível de desenvolvimento de uma
determinada região. Podem ser citados os núcleos populacionais urbanos e
rurais, educação, saúde, moradia, serviços básicos, atividades agrícolas,

1 Bentos são os organismos que vivem no substrato, fixos ou não, em contraposição com os
pelágicos, que vivem livremente na coluna de água.
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pecuárias, minerais, organizações comunitárias, sítios arqueológicos,


população, crescimento econômico, entre outros (RUFINO, 2002).

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UNIDADE 3 – ÍNDICE DE INSALUBRIDADE AMBIENTAL


(ISA)

Ao longo da história, o aumento das concentrações urbanas reflete a busca


pela melhoria qualitativa nas condições de vida da população. Dentre os aspectos
relacionados à qualidade de vida, um dos mais importantes é o da preservação da
saúde humana. Assim, a salubridade ambiental urbana permite integrar fatores
intervenientes na qualidade de vida e do meio ambiente numa visão holística
(BATISTA, 2005).
A construção de instrumentos para mensurar temas como o de salubridade
ambiental, tem levado à utilização de sistemas de indicadores ambientais, visto que
sua aplicação tem promovido a melhoria da qualidade de vida em dimensão social e
ambiental (BATISTA, 2005).
Peres e Mendiondo (2004) relatam que o planejamento ambiental permite
definir cenários e indicadores que contribuam para uma avaliação constante do nível
de sustentabilidade do processo socioeconômico, com o objetivo de subsidiar a
implantação de políticas ambientais públicas.
Segundo Piza (2000), a Câmara Técnica de Planejamento, instituída pela
Deliberação n° 04/97, do Conselho Estadual de Saneamento — CONESAN – São
Paulo, com o objetivo de elaborar o Relatório de Salubridade Ambiental e de propor
diretrizes para aplicação de recursos, criou o Indicador de Salubridade Ambiental
(ISA) para facilitar as suas ações.
Este Indicador, em conjunto com as informações complementares dos
Comitês de Bacias Hidrográficas, em especial das Câmaras Técnicas de
Saneamento e Planejamento, permitirá a identificação das demandas para melhoria
dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos e coleta e
disposição final do lixo urbano; a elaboração de programas corretivos e preventivos
de controle de vetores; e, a formulação de uma política de investimentos compatível
com a capacidade de cada município e de pagamento dos usuários.
A medida que se vençam etapas na quantidade e qualidade dos serviços,
devem ser incorporadas novas variáveis e novos padrões a serem atingidos,
mantendo o setor aquecido, propiciando uma segurança de seus usuários.

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O Indicador deve ser lido como uma bateria de exames de laboratório em


que a interpretação do resultado é mais importante do que o seu valor numérico, e
em muitos casos serão necessários exames complementares para se ter o
diagnóstico final de cada município, bem como a indicação dos “tratamentos
terapêuticos” recomendados.
Calmon, Neumann e Aguiar (2008) utilizaram o ISA, que contempla
indicadores de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública,
drenagem urbana, controle de vetores, recursos hídricos e a situação
socioeconômica para um loteamento numa área de preservação ambiental,
justificando ser primordial para a avaliação da salubridade ambiental dessa região,
visto que condições sanitárias adequadas são necessárias para fornecer segurança,
higiene e saúde à população, além de minimizar impactos negativos ao meio
ambiente, especialmente em áreas protegidas.

3.1 Estruturação do Indicador de Salubridade Ambiental


De acordo com o Manual Básico do ISA (PIZA, 2000), este é calculado pela
média ponderada de indicadores específicos e relacionados, direta ou indiretamente,
com a salubridade ambiental, através da seguinte fórmula:

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O Quadro abaixo apresenta os componentes, subindicadores e a finalidade


da utilização de cada um dos indicadores que compõem o ISA.
Componentes, Subindicadores e Finalidade do ISA

Fonte: Piza (1999, p. 497).

No cálculo do IAB (Indicador de Abastecimento de Água), por exemplo, são


utilizados os subindicadores ICA (Indicador de Abastecimento de Água), IQA
(Indicador da Qualidade da Água Distribuída), ISA (Indicador de Saturação do
Sistema Produtor); e assim sucessivamente (CALMON; NEUMANN; AGUIAR, 2008).
O Manual Básico do ISA não estabelece um critério de cálculo específico do
IQB (Indicador Qualidade da Água Bruta). Sugere apenas uma pontuação baseada
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na utilização de poços para abastecimento de água, segundo sua necessidade de


tratamento. Portanto, para pontuação desse indicador, pode-se adotar o método
utilizado por Batista (2005), baseado na Resolução CONAMA Nº 357/2005.
A questão da pontuação referente a cada indicador foi alvo de várias
discussões realizadas nas reuniões da Câmara Técnica de Planejamento do
CONESAN/SP. Como resultado, pode-se concluir que os valores obtidos pelos
indicadores são pontuados em uma escala cuja variação seja de 0 (zero) a 100
(cem).
Caso os indicadores apresentem questões que envolvam risco para algum
morador, a pontuação não será realizada de acordo com uma escala variável de
valores, mas sim através do seguinte critério: não há risco de vida (100 pontos), há
risco de vida (zero ponto).
Critérios e Pontuações para Classificação de Águas de Mananciais

Fonte: Batista (2005).

Assim, o ISA será calculado pela média ponderada dos indicadores


propostos, abrangendo as diferentes variáveis e subindicadores que o compõem.
Será possível também reunir e apresentar sinteticamente a situação de salubridade
ambiental de cada município por meio de um valor numérico. Por meio do resultado
obtido será possível comparar, de um modo equitativo, todos os municípios do
Estado de São Paulo (PIZA, 2000).

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UNIDADE 4 – ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERRO DE


RESÍDUOS (IQAR OU IQR)

O Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQAR – é um instrumento


criado pelo Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares do Estado de São
Paulo e, conforme expresso no Manual de Gerenciamento Integrado, IPT / CEMPRE
(2000), é apenas exemplificativo, o que permite alterações (GUIMARÃES, 2009).
É composto por quarenta e uma variáveis, sendo essas divididas em três
macro conjuntos: características do local, infraestrutura implantada e condições
operacionais. É plotado em um formulário, que, quando preenchido, permite
alcançar uma nota que enquadra as instalações de destinação final de resíduos
urbanos em três condições: inadequadas, controladas ou adequadas. Desta
maneira, permite estabelecer um critério único de avaliação em todo o estado.
A classificação atingida pelo IQAR padroniza as avaliações das condições
ambientais das instalações, o que o torna um importante instrumento de decisão
para a continuidade de operação ou o fechamento de um local de disposição de lixo.
Auxilia, ainda, no estabelecimento de medidas corretivas, visando à
evolução da área para galgar uma avaliação satisfatória e a licença de operação.
Em São Paulo, tornou-se um instrumento bem sucedido por contar com apoio
jurídico do Termo de Ajuste de Conduta – TAC – estabelecendo um
comprometimento entre municípios e estado (MONTEIRO, 2006).
Ainda de acordo com o mesmo autor, este trabalho é realizado desde 1997,
permitindo comparar e aferir as ações de controle implementadas pela instituição,
fornecendo subsídios para os programas desenvolvidos. Os itens e subitens do
IQAR estão relacionados da seguinte maneira:
O item I, ou o macro conjunto referente às Características do Local, conta
com os seguintes subitens:
a. capacidade de suporte do solo; proximidade de núcleos habitacionais;
b. proximidade de corpos d’água; profundidade do lençol freático;
c. permeabilidade do solo;
d. disponibilidade de material para recobrimento;
e. qualidade do material para recobrimento;
f. condições do sistema viário, trânsito, acesso;
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g. isolamento visual da vizinhança;


h. legalidade da localização.
O item II, macro conjunto da Infraestrutura Implantada, contempla os
seguintes subitens:
a. cercamento da área; portaria/guarita;
b. impermeabilidade da base do aterro;
c. drenagem de chorume;
d. drenagem de águas pluviais definitiva;
e. drenagem de águas pluviais provisória;
f. trator de esteiras ou compatível; outros equipamentos;
g. sistema de tratamento do chorume;
h. acesso à frente de trabalho;
i. vigilantes;
j. sistema de drenagem de gases;
k. controle do recebimento de cargas;
l. monitorização de águas subterrâneas;
m. atendimento a estipulações de projeto.
O terceiro item, referente às condições operacionais, se compõe dos
subitens:
a. aspecto geral; ocorrência de lixo descoberto;
b. recobrimento do lixo;
c. presença de urubus, gaivotas;
d. presença de moscas em grande quantidade;
e. presença de catadores;
f. criação de animais (bois, etc.);
g. descarga de resíduos do serviço de saúde;
h. descarga de resíduos industriais;
i. funcionamento da drenagem pluvial definitiva;
j. funcionamento da drenagem pluvial provisória;
k. funcionamento da drenagem do chorume;
l. funcionamento do sistema de tratamento do chorume;
m. funcionamento do sistema de monitoramento das águas subterrâneas;

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n. eficiência da equipe de vigilância;


o. manutenção dos acessos internos (GUIMARÃES 2009).
Diversos estudos foram realizados sobre a qualidade ambiental em aterros
sanitários, entre eles cita-se:
Barros Júnior et al. (2004) realizaram um diagnóstico sobre a disposição final
dos resíduos sólidos urbanos na cidade de Maringá, no estado do Paraná,
concluindo a necessidade urgente de uma manipulação adequada para a disposição
final dos resíduos urbanos da cidade, a qual foi observada pela avaliação qualitativa
dos impactos ambientais, causados pela disposição final inadequada e confirmada
por meio do Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQAR (2,85).
Guizard et al. (2006) realizaram um diagnóstico ambiental no aterro sanitário
na cidade de Limeira/SP, com o objetivo de verificar o desempenho da implantação
de medidas de controle para melhoria da qualidade ambiental. Os IQARs foram 7,6;
7,4; 8,5; 6,8; 7,8; 7,9; 9,0 para os respectivos anos 1997, 1998, 1999, 2000, 2001,
2002 e 2003, sendo considerado adequado e controlado na classificação da
CETESB.
Rowe Júnior (2007) realizou o diagnóstico ambiental do aterro sanitário do
município de Cascavel – PR, com objetivo de obter dados referentes à
contaminação, proveniente da disposição dos resíduos sólidos urbanos,
monitorando o fluxo de contaminantes originados do aterro sanitário, com base num
diagnóstico conjugado utilizando-se de análise de solo (feitas por meio de
perfurações localizadas ao longo da área do aterro), qualidade do percolado, e
monitoramento do lençol freático. Os resultados demonstraram os locais em que o
percolado teve influência na qualidade do solo e maiores níveis de variação no pH
do solo nas áreas próximas ao aterro e menores variações nas áreas próximas ao
sistema de monitoramento. Quanto às águas subterrâneas, o sistema de
monitoramento do aterro estava possivelmente comprometido devido à
contaminação por águas superficiais.
Com relação a trabalhos de poluição/contaminação de águas subterrânea e
superficial provenientes de aterro sanitário segundo Sisinno & Moreira (1996 apud
SANTOS 2008), os resultados encontrados no aterro controlado do Morro do Céu no
município de Niterói no Estado do Rio de Janeiro, apresentaram que a qualidade das

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águas superficiais e subterrâneas é ruim, destacando-se a presença de coliformes


nas amostras analisadas, além da evidência – nas águas superficiais – de grande
carga de compostos orgânicos expressos pelos valores de DQO 2 e DBO5,20 e das
concentrações de Fe, Mn, Ni e Zn acima dos limites permissíveis pela legislação
ambiental.
Nas águas do córrego Mata-Paca na área de influência do aterro controlado
do Morro do Céu as concentrações de Fe e Mn dissolvidos, Ni (ambas coletas) e Zn
(segunda coleta) observadas, encontram-se acima daquelas recomendadas como
valores máximos permissíveis, que estabelece a classificação das águas de acordo
com seus usos preponderantes (SISINNO; MOREIRA, 1996 apud SANTOS, 2008).
As águas subterrâneas do aterro controlado do Morro do Céu estão em
desacordo com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria nº 36 do
Ministério da Saúde, vigente no período do estudo, uma vez que todas as amostras
analisadas mostravam-se contaminadas com organismos do grupo coliforme. Esta
contaminação, entretanto, não pode ser atribuída exclusivamente à ação do
chorume, uma vez que foi constatada também a possibilidade de influência de águas
de infiltração (SISINNO; MOREIRA, 1996 apud SANTOS 2008).
Os estudos apresentados acima mostram a importância dos indicadores
para atestar a qualidade dos aterros, mantê-los, modificá-los ou até mesmo proceder
ao seu fechamento.

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DQO – Demanda Química de Oxigênio / DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio
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UNIDADE 5 – INDICADORES PARA QUALIDADE DO SOLO


(IQS)
Estudos de Cordeiro et al (2004) nos alertam que o uso inadequado e
intensivo de áreas exploradas pelas atividades antrópicas, tem proporcionado um
declínio importante da fertilidade natural dos solos.
Os sistemas naturais modificados pela ação humana dão origem a áreas
alteradas, podendo ter sua capacidade melhorada, conservada ou diminuída, em
relação ao sistema. Quando essa alteração se associa a processos que ocasionam
a perda da capacidade produtiva do agrossistema, diz-se que as áreas estão
degradadas.
Silva et al (2011) citando Zalamena (2008) elenca como principais
responsáveis pela degradação das terras, as práticas agropecuárias inadequadas,
como o pastoreio intensivo, sistema de culturas anuais e o desmatamento. A
utilização e tráfego de máquinas agrícolas também alteram substancialmente a
estrutura dos solos, com modificações nas condições que determinam o ambiente
de crescimento radicular. A degradação se acentua após a remoção da vegetação
nativa, em consequência da remoção de nutrientes e da matéria orgânica sem a
devida reposição, levando, em algum momento, à inviabilidade da produção
agrícola, o que caracteriza um avançado estágio de degradação.
Para medirmos as condições do solo e entendermos como um processo,
uma reação ou um comportamento o modifica, para na sequência agirmos, ou seja,
responder às atividades antrópicas, temos os indicadores da qualidade do solo
(IQS). Estes podem ser físicos, químicos ou edáficos.
Como dizem Araújo, Goedert e Lacerda (2007, p. 1099), os impactos
ambientais podem ser avaliados através do estabelecimento de índices de qualidade
do solo, quando biomas são incorporados ao processo produtivo, de maneira
extensiva ou intensiva. Assim, pode-se ter um importante instrumento no controle,
fiscalização e monitoramento de áreas destinadas à proteção ambiental. Estabelecer
um indicador simples e confiável para a avaliação dos atributos do solo é um dos
desafios atuais das pesquisas. Portanto, esta qualidade pode ser quantificada
através de alguns de suas características como as propriedades físicas, químicas e

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biológicas, que permitam o monitoramento das mudanças no estado de qualidade do


solo, a médio e longo prazo.

5.1 Indicadores físicos


O monitoramento da qualidade do solo pelos indicadores físicos é importante
para manutenção e para avaliação de sua sustentabilidade. Vários atributos do solo
foram estudados para avaliação de sua qualidade em relação à erosão hídrica, entre
eles, a quantidade de matéria orgânica, a densidade do solo, sua porosidade,
resistência à penetração e permeabilidade do solo à água, em diferentes sistemas
de manejo de solo na região dos cerrados. Beutler (2000), estudando um solo
latossolo vermelho distrófico típico verificou que a densidade do solo apresentou
implicações diretas sobre a porosidade e infiltração de água no solo. Os valores de
densidade do solo, naquele experimento, variaram de 0,83 a 1,19 Mg/m3 para o
cerrado nativo e plantio direto, respectivamente.
A densidade do solo é calculada pela relação entre a massa do solo seco e
o volume total, sendo afetada pela cobertura vegetal, teor de matéria orgânica, uso e
manejo do solo (CORSINE; FERRAUDO,1999; SILVA et al., 2000 apud SILVA et al.,
2011).
A densidade aparente ‘Da’ pode ser calculada a partir da expressão abaixo,
conforme Embrapa (1997):
Da=massa de solo seco (g)/volume de solo seco (cm³) ou
Da=massa de solo seco (Mg)/volume de solo seco (m³)
Densidade com valor entre 1,27 e 1,57 Mg/m 3 é restritiva ao crescimento
radicular e à infiltração de água no solo, conforme Alvarenga e Davide (1999 apud
SILVA et al., 2011); Corsine e Ferraudo (1999 apud SILVA et al., 2011). Entretanto,
o limite crítico para densidade é de 1,40 Mg/m3 que aumenta com a diminuição do
teor de argila do solo, como pesquisou Arshad et al (1996 apud SILVA et al., 2011).
Zalamena (2008 apud SILVA et al., 2011), trabalhando em áreas de
Argissolos Vermelhos, Nitossolos, Argissolos, Cambissolos e Neossolos, verificou
que a porosidade total (Pt) se comportou da mesma maneira que os valores da
macroporosidade do solo e inversamente proporcional a densidade do solo (Ds),
sendo influenciada significativamente pelos diferentes sistemas de manejo, nas duas

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profundidades e nos três locais avaliados, com os maiores valores sendo


encontrados nas áreas de mata nativa.
Araújo, Goedert e Lacerda (2007) definiram porosidade como sendo a
proporção do volume do solo que não é ocupada por partículas sólidas e esse
espaço poroso é por onde a água e o ar fluem.

5.2 Indicadores químicos


O modelo agroquímico adotado em larga escala no contexto de
desenvolvimento agrícola no cerrado brasileiro, por exemplo, como base para
implantação de monoculturas e extensas pastagens, tem por base a aplicação de
adubos, corretivos e outras práticas de manejo para a obtenção de produções
economicamente viáveis. Esta adubação e correção trazem alterações químicas na
camada superficial do solo, geralmente com intensidade proporcional ao emprego de
máquinas nos sistemas.
Esta intensidade de mecanização, aplicada nas áreas sob o cerrado, atua
promovendo alterações na estrutura do solo, interferindo nos mecanismos
responsáveis pelo transporte de nutrientes e por consequência, em sua
disponibilidade (ALVARENGA e DAVIDE, 1999 apud SILVA et al., 2011). Segundo o
mesmos autores, vários elementos químicos podem ser úteis como indicadores da
qualidade do solo, como as determinações de pH, Alumínio, Cálcio, Magnésio,
Potássio, Enxofre, Carbono orgânico, boro e Manganês, de várias áreas estudadas
Segundo Reichert et al. (2003 apud SILVA et al., 2011) outro indicador
importante na determinação da qualidade do solo é a matéria orgânica (MO), porque
mantém relação com várias propriedades físicas, químicas e biológicas. A MO é
considerada como um eficiente indicador para determinar a qualidade do solo
modificada por sistemas de manejo. Além da influência do manejo de culturas e
preparo do solo, a MO é influenciada pela adição de fertilizantes químicos e
materiais orgânicos, que atuam melhorando os processos biológicos de
decomposição e mineralização da matéria orgânica do solo (LEITE et al., 2003).
Para Bayer e Mielniczuk (1997), na formação de agregados do solo, a MO é
de fundamental importância, pois estabiliza os agregados formados pela
aproximação das partículas minerais. Por este motivo, sistemas agrícolas que

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menos revolvem o solo e adicionam mais resíduos podem deter a degradação da


qualidade estrutural de solos cultivados e também promover a recuperação daqueles
que já foram degradados.

5.3 Bioindicadores edáficos


Baretta (2007 apud SILVA et al., 2011), pesquisando os atributos edáficos
como indicadores da qualidade ambiental, com Araucária angustifolia, verificou que
o estudo dos indicadores biológicos da qualidade do solo é importante para entender
os processos ecológicos envolvidos naqueles sistemas, posto que a fauna edáfica
atua na decomposição e mineralização da matéria orgânica e nos atributos físicos,
químicos e biológicos do solo.
Em seu trabalho, o autor estudou vários organismos edáficos utilizados
como bioindicadores, entre os quais algumas espécies de colêmbolos, cupins
(Isóptera), tatuzinhos (Isopoda), aranhas (Arachnida), centopéias (Chilopoda),
piolhos-de-cobra (Diplopoda), minhocas (Oligochaeta), moluscos (Mollusca) e
algumas formigas (Hymenoptera), entre outros, com menor frequência. Nos
ecossistemas, as minhocas têm sido consideradas como excelentes bioindicadores
de distúrbios no ambiente.
Conforme Andrade (2000), as partes das plantas caem no solo e são
decompostas em seguida pelas comunidades edáficas, como Isópoda, Diplópoda,
Oligachaeta e Isóptera. Esta fauna edáfica se alimenta dos detritos, de modo direto,
atuando em sua fragmentação e na mineralização dos compostos mais simples. Os
microartrópodes, em geral, têm nos microrganismos sua fonte de carbono e regulam
as populações microbianas. Diferentemente, Araneae, Opilionida, Chilopoda e
Pseudoscorpionida atuam como predadores sobre os saprófagos e micrófagos,
exercendo desta maneira o controle populacional destes invertebrados. A
decomposição é o resultado da sinergia das atividades entre os animais e
microrganismos.

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Abaixo temos um esquema didático dos fatores e causas que determinam a


sustentabilidade do solo.
Fatores e causas que determinam a sustentabilidade do solo

Fonte: LAL (1999 apud SILVA et al., 2011, p. 07)

As ações antrópicas, como o manejo e uso do solo, promovem alterações na


densidade do solo, em sua porosidade e na infiltração de água. O tráfego de
máquinas agrícolas provoca a compactação do solo, com diminuição da porosidade
e degradação de sua estrutura. Como consequência das práticas agropecuárias
ocorre redução da biodiversidade da fauna edáfica.
Assim, a avaliação e o monitoramento dos impactos ambientais podem ser
realizados através do estabelecimento de indicadores físicos, químicos ou biológicos
da qualidade do solo.
Novas pesquisas deverão surgir para o estudo das interações entre os
atributos do solo anteriormente citados, tornando possível o estabelecimento de um
conjunto de indicadores da sustentabilidade para o uso e recuperação de solos
degradados, haja vista a complexidade intrínseca dos ecossistemas naturais.
Mudanças no modelo de agronegócio se fazem necessárias para a
preservação dos solos. Neste sentido, várias perspectivas se abrem para a
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agricultura sustentável, como a possibilidade de adoção de manejos


conservacionistas, incluindo o cultivo mínimo, o plantio direto, os sistemas
agroflorestais e o reflorestamento.
Alternativas à adubação química como o uso frequente e intensivo de
diferentes tipos de adubos orgânicos e de biofertilizantes, associados à rotação de
culturas, adubação verde, cultivos de cobertura e a eliminação do uso de
agrotóxicos, podem contribuir para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas.
Porém, é preciso ter em mente que apenas a substituição de agroquímicos por
adubos orgânicos manejados de modo incorreto pode não ser a solução, podendo
inclusive contaminar o solo e limitar o desenvolvimento e funcionamento dos ciclos
naturais.
É importante levar em conta as ações químico-biológicas combinadas,
resultantes dos processos ativos do solo, que se intercalam entre as atividades
antrópicas e o crescimento das plantas.
Além disso, é necessário considerar que o manejo da agricultura envolve a
interação social, integrada a sistemas econômicos. Portanto, qualquer enfoque
fundamentado simplesmente na tecnologia ou na alteração do manejo da agricultura
pode resultar no aparecimento de novas relações sociais, de um novo tipo de
relação entre homens e o meio ambiente, alterando, em diferentes intensidades, a
autonomia e capacidade de exercer a cidadania (CAPORAL et al., 2009 apud SILVA
et al., 2011).
Neste contexto, a agricultura deverá ser norteada pela agroecologia que
possui fundamentos científicos e metodológicos para promover a sustentabilidade
dos sistemas agrícolas e também por ter uma base epistemológica que reconhece a
interdependência existente entre o sistema social e o sistema ecológico, ou seja, a
cultura antrópica em evolução com o ambiente natural (SILVA et al., 2011).

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UNIDADE 6 – INDICADORES DE QUALIDADE DO AR

A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 03/90


considerando o previsto na Resolução CONAMA nº 05/89, que instituiu o Programa
Nacional de Controle da Qualidade do Ar “PRONAR”, estabeleceu os padrões de
qualidade do ar, como as concentrações de poluentes atmosféricos que,
ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população,
bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em
geral (Art. 1º).
Estes padrões são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos
por poluentes específicos e foram fixados em níveis de forma a propiciar uma
margem de segurança adequada. Os padrões nacionais foram estabelecidos pelo
IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – e aprovados pelo CONAMA –
Conselho Nacional de Meio Ambiente, por meio da Resolução CONAMA nº 03/90.
Dessa forma, foram estabelecidas quatro categorias que classificam a
qualidade do ar, em função das quantidades e concentrações dos níveis de
poluentes atmosféricos encontrados em determinadas áreas. Assim, o ar foi
classificado como:
I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;
II - inconveniente ao bem-estar público;
III - danoso aos materiais, à fauna e flora;
IV - prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades
normais da comunidade.
O enquadramento dessas categorias é definido pelo limite máximo para a
concentração de um poluente na atmosfera, com o objetivo de garantir a proteção da
saúde e do meio ambiente. Os parâmetros regulamentados são os seguintes:
partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre,
monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio (Cetesb 2013)
A Resolução CONAMA nº 03/90 estabeleceu dois tipos de padrões de
qualidade do ar: os primários e os secundários. São padrões primários de qualidade
do ar as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da
população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração
de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo. São
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padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes


atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar
da população, assim, mais restritivo, preveem o mínimo dano à fauna e à flora, aos
materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis
desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.
O estabelecimento de padrões secundários objetiva a criação de políticas de
prevenção da degradação da qualidade do ar. Devem ser aplicados às áreas de
preservação e não se aplicam, pelo menos em curto prazo, a áreas de
desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padrões primários. A mesma
resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas,
os padrões aplicáveis serão os primários.
A determinação sistemática da qualidade do ar se dá pela medição dos
Indicadores da Qualidade do Ar:
 partículas totais em suspensão (PTS), fumaça e partículas inaláveis – estes
Indicadores representam materiais sólidos e líquidos em suspensão na
atmosfera, como poeira, pó e fuligem. O tamanho das partículas é o critério
utilizado para a classificação destes materiais. Partículas mais grossas ficam
retidas no nariz e na garganta, provocando incômodo e irritação, além de
facilitar que doenças como gripe se instalem no organismo. Poeiras mais finas
podem causar danos ao aparelho respiratório e carregar outros poluentes “de
carona” para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como
doenças respiratórias, cardíacas e câncer;
 dióxido de enxofre - SO2 – a emissão de dióxido de enxofre está
principalmente relacionada com o uso de combustíveis de origem fóssil,
contendo enxofre, tanto em veículos quanto em instalações industriais. Por
ser um gás altamente solúvel nas mucosas do trato aéreo superior, pode
provocar irritação e aumento na produção de muco, desconforto na
respiração e o agravamento de problemas respiratórios e cardiovasculares.
Outro efeito relacionado ao SO2 refere-se ao fato de ser um dos poluentes
precursores da chuva ácida, efeito global de poluição atmosférica,
responsável pela deterioração de diversos materiais, acidificação de corpos
d'água e destruição de florestas;

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 monóxido de carbono - CO – a emissão de monóxido de carbono está


relacionada diretamente com o processo de combustão tanto em fontes
móveis, motores à gasolina, diesel ou álcool, quanto de fontes fixas
industriais. Esse gás é classificado como um asfixiante sistêmico, pois é uma
substância que prejudica a oxigenação dos tecidos. Os efeitos da exposição
dos seres humanos ao CO estão associados à diminuição da capacidade de
transporte de oxigênio na combinação com hemoglobina do sangue. Uma vez
que a afinidade da hemoglobina com CO é 210 vezes maior que com o
oxigênio, a carboxihemoglobina formada no sangue pode trazer graves
consequências como confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência,
parada das funções cerebrais e, em casos extremos, morte aos seres
humanos;
 Ozônio - O3 – o ozônio é um gás composto por três átomos de oxigênio,
invisível, com cheiro marcante e altamente reativo. Quando presente nas
altas camadas da atmosfera (estratosfera) nos protege dos raios ultravioletas
do sol. Quando formado próximo ao solo (troposfera) comporta-se como
poluente tóxico. É o principal representante do grupo de poluentes
designados genericamente por oxidantes fotoquímicos, sendo formado pela
reação dos hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio presentes no ar, sob ação
da radiação solar. Pode causar irritação dos olhos e redução da capacidade
pulmonar, agravar doenças respiratórias, diminuir a resistência contra
infecções e ser responsável por disfunções pulmonares, como a asma. O
ozônio interfere na fotossíntese e causa danos às obras de arte e estruturas
metálicas;
 dióxido de nitrogênio - NO2 – é formado pela reação do óxido de nitrogênio e
do oxigênio reativo presentes na atmosfera. Pode provocar irritação da
mucosa do nariz, manifestada através de coriza, e danos severos aos
pulmões, semelhantes aos provocados pelo enfisema pulmonar. Além dos
efeitos diretos à saúde, o NO2 também está relacionado à formação do ozônio
e da chuva ácida.

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UNIDADE 7 – MODELO DE QUALIDADE AMBIENTAL


ADOTADO POR MINAS GERAIS
Como vimos, a definição de indicadores ambientais tem como objetivo
compor um método para a avaliação de desempenho da política pública de meio
ambiente. Os Indicadores constituem-se em instrumentos de avaliação, que devem
ser adequados às realidades ambiental e socioeconômica da região a ser avaliada.
O desenvolvimento de método de avaliação de política pública consiste em
buscar um julgamento de valor para um conjunto de ações governamentais, visando
informar a sociedade e subsidiar os tomadores de decisão. Contudo, é importante
lembrar que todo método de avaliação é tão somente um instrumento que sinaliza
caminhos, em direção a rumos que devem ser estabelecidos com o apoio e inclusão
de mecanismos participativos e democráticos.
O presente método foi desenvolvido para a realidade de países em
desenvolvimento e aplicado ao Estado de Minas Gerais. O marco referencial para o
método desenvolvido contemplou os principais aspectos e impactos ambientais
observados em Minas Gerais, que foram analisados segundo o método
Pressão/Estado/Resposta, validado por experiências nacionais e internacionais.
Os indicadores identificados foram agregados em seis temas – Ar, Água,
Solo, Biodiversidade, Institucional e Socioeconomia – e submetidos a um processo
de escolha e priorização por meio do método Delphi, painel de especialistas,
levantando opiniões de 150 especialistas e tomadores de decisão na política pública
de meio ambiente, em âmbito nacional.
Esse processo, além de reduzir a subjetividade implícita ao tema, permitiu a
definição e atribuição de pesos aos indicadores, em função das prioridades a eles
conferidas, para fundamentar a composição de um índice ambiental, mantendo a
agregação segundo os temas previamente definidos.
O modelo foi testado no Estado de Minas Gerais, para o período de 1977 a
2003, sendo aplicado anualmente a partir de 2004. Os resultados encontrados no
estudo de caso e anos subsequentes, indicam que ele é satisfatório, coerente e de
fácil aplicação, permitindo a identificação de pontos críticos decorrentes da
implementação da política de meio ambiente.

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Verifica-se que os sistemas água e biodiversidade representam mais de 50%


do índice, confirmando a sua importância estratégica na implementação da política
pública de meio ambiente em Minas Gerais, que detém as maiores reservas de água
no Brasil, fora da bacia amazônica. Por outro lado, a priorização da dimensão
ambiental, propriamente dita, pode ser observada pela representação dos sistemas
Ar, Água, Solo e Biodiversidade, com valores superiores a 80% do índice. O modelo
também prioriza os indicadores de qualidade ambiental evidenciando avaliações de
efetividade, e não apenas eficiência e eficácia, para as políticas implementadas.
Sugerimos a leitura do documento completo para analisarem os resultados
obtidos pelo Estado de Minas Gerais. Ele se encontra disponível na internet:
http://www.semad.mg.gov.br/images/stories/indicadores/2009/indicadores-
ambientais-2009-publicado-junho-2011.pdf

1) AR
1.1) Ar-1 Partículas Inaláveis – PM10 - As partículas inaláveis, também denominadas
de PM10, são partículas de diâmetro inferior a 10 mícrons, que penetram no aparelho
respiratório, podendo atingir os brônquios e os alvéolos pulmonares e causar
alergias, asma, irritação crônica das mucosas, bronquite, enfisema pulmonar e
pneumoconiose, definida como o acúmulo de pó nos pulmões e as reações do
tecido pulmonar à presença deste pó.
O indicador AR-1 é calculado, anualmente, pela porcentagem do número de
amostras em atendimento ao padrão de 50 µg/m³ de ar, em relação ao número total
de amostras para o parâmetro PM10. A metodologia adotada para o Estado
considera a qualidade do ar Boa quando as concentrações médias, durante um
período de 24 horas, não ultrapassam o padrão estabelecido para a média anual,
que é de 50 µg/m³ de ar.
1.2) Índice Ar - O Índice Ar é composto apenas pelo indicador AR-1, ponderado pelo
coeficiente 0,131, valor do peso relativo desse indicador. Assim, tem-se IAR = 0,131
AR-1, sendo:
AR-1 = % medições com valores < 50 µg/m³, para PM10
AR-1 = % medições com valores < 80 µg/m³, para PTS.
AR-1 = % medições com valores < 10 µg/m2/30 dias, para PS.

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2) ÁGUA
2.1) AG-1 Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO
A DBO é definida como a quantidade de oxigênio consumida na oxidação
biológica de matéria orgânica presente nas águas, constituindo-se no parâmetro
mais utilizado para medir a poluição de origem orgânica.
A matéria orgânica ocorre naturalmente nas águas, em nível reduzido, em
razão da decomposição de folhas, fezes e animais mortos de origem silvestre. O
aumento da concentração de matéria orgânica nas águas é provocado
principalmente por despejos de esgotos de natureza orgânica de origem doméstica
ou industrial
O indicador AG-1 é calculado pela porcentagem do número de amostras de
DBO em atendimento aos padrões estabelecidos pela Deliberação Normativa
Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do trecho do curso de água
amostrado, em relação ao número total de amostras, ponderado pelo coeficiente
0,047. Para o período até 2004, a referência adotada foi a Resolução CONAMA n°
20/86, enquanto que de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05 e
em 2008 a Resolução Conjunta COPAM / CERH nº 01/2008.
2.2) AG-3 Coliformes termotolerantes
As bactérias do grupo coliformes são ainda consideradas os principais
indicadores de contaminação fecal, tendo grande importância para relacionar
qualidade de água com a saúde da população. Este indicador é de grande
significado para as políticas públicas de saúde, uma vez que no país ainda é muito
relevante a incidência de doenças de veiculação hídrica, transmitidas pela via feco-
oral.
O indicador AG-3 é calculado pela porcentagem do número de amostras de
Coliformes termotolerantes em atendimento aos padrões estabelecidos pela
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do
trecho do curso de água amostrado, em relação ao número total de amostras,
ponderado pelo coeficiente 0,06. O parâmetro coliformes fecais pode ser substituído
por Escherichia coli, conforme previsto na Resolução CONAMA 357/05 de 18 de
março de 2005.
2.3) AG-4 Oxigênio dissolvido – OD

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O oxigênio encontrado dissolvido nas águas provém naturalmente de


processos cinéticos de transferências gasosas e fotossintéticas, sendo fundamental
para a sobrevivência das comunidades aquáticas aeróbicas, que necessitam do
oxigênio para seus mecanismos de respiração. O teor de oxigênio dissolvido nas
águas varia em função da temperatura da água e da pressão atmosférica –
diretamente proporcional à pressão e inversamente à temperatura.
O indicador AG-4 é calculado pela porcentagem do número de amostras de
Oxigênio dissolvido em atendimento aos padrões estabelecidos pela Deliberação
Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do trecho do curso
de água amostrado, em relação ao número total de amostras, ponderado pelo
coeficiente 0,0047. Para o período até 2004, a referência adotada foi a Resolução
CONAMA n° 20/86, de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05 e em
2008 a Resolução Conjunta COPAM / CERH nº 01/2008.
2.4) AG-5 Toxidez alta
O índice de contaminação por toxidez, considerado no Índice de Qualidade
das Águas – IQA desenvolvido pela agência ambiental norte americana (EPA) e
adaptado pelo CETEC, considera as seguintes substâncias: amônia, arsênio, bário,
cádmio, chumbo, cianetos, cobre, cromo hexavalente, fenóis, mercúrio, nitritos,
nitratos e zinco. A violação do padrão de uma única substância que compõe o índice
é o suficiente para se verificar a desconformidade.
A metodologia para a conceituação do nível de toxidez se dá a partir dos
seguintes critérios:
 alta toxidez – valores superiores a duas vezes o padrão de referência;
 média toxidez – valores entre 1,5 a 2 vezes o padrão de referência;
 baixa toxidez – valores entre 1,2 a 1,5 vezes o padrão de referência;
 nenhuma – até 1,2 vezes o valor do padrão de referência.
O indicador AG-5 é calculado pela porcentagem do número de amostras de
índice de contaminação por toxidez alta, em atendimento aos padrões estabelecidos
pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe
do trecho do curso de água amostrado, em relação ao número total de amostras,
ponderado pelo coeficiente 0,047. Para o período até 2004, a referência adotada foi

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a Resolução CONAMA n° 20/86, de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA


357/05 e em 2008 a Resolução Conjunta COPAM/CERH nº 01/2008.
2.5) AG-12 Porcentagem de população com esgotos tratados ou dispostos
adequadamente
Um dos aspectos mais importantes da poluição das águas, em países em
desenvolvimento, está relacionado com o lançamento de esgotos domésticos “in
natura” nos corpos de água, sem nenhum tipo de tratamento, representando elevado
potencial de transmissão de doenças de veiculação hídrica.
O indicador AG-12 é calculado, anualmente, pela porcentagem da população
urbana com tratamento de esgoto em relação à população urbana total, devendo ser
ponderado pelo coeficiente 0,081. O padrão de referência é 100% de população
urbana com tratamento.
O Índice Água é composto pelos indicadores AG-1, AG-3, AG-4, AG-5 e AG-
12, ponderados pelos respectivos pesos, sendo calculado, anualmente pela
expressão: IÁGUA = 0,047 (AG-1 + AG-4 + AG-5) + 0,060 AG-3 + 0,081 AG-12,
sendo:
 AG-1 = % medições com valores < padrão da classe;
 AG-3 = % medições com valores < padrão da classe;
 AG-4 = % medições com valores > padrão da classe;
 AG-5 = % medições com valores < duas vezes os padrões da classe;
 AG-12 = % de população urbana com esgoto tratado.

3) SOLO
3.1 SL-2 Porcentagem de população com disposição adequada de lixo
Os resíduos sólidos urbanos, comumente denominados lixo, lançados
indiscriminadamente no solo, constituem-se também em um dos maiores problemas
ambientais nos países em desenvolvimento. Os depósitos a céu aberto – lixões –
são focos de proliferação de vetores como moscas, baratas e ratos, que podem
transmitir doenças como amebíases, diarréias, helmintoses, febre tifoide e
paratifoide, peste bubônica e leptospirose, além de provocar poluição do solo e das
águas.

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O cálculo deste indicador é realizado apenas para a população urbana, a


exemplo do cálculo para tratamento de esgotos, e o padrão de desempenho
estabelecido é de 100% para a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos.
O indicador SL-2 é calculado, anualmente, pela porcentagem da população
urbana com disposição adequada de lixo em relação à população urbana total,
ponderado pelo coeficiente 0,1291, valor do peso relativo desse indicador.
3.2) SL- 5 Quilograma de agrotóxico/hectare de área cultivada
Os agrotóxicos são substâncias químicas, herbicidas, inseticidas, fungicidas,
acaricidas, nematicidas, bactericidas, vermífugos, hormônios e adubos químicos,
usados na lavoura, pecuária e mesmo no ambiente doméstico. A utilização de
agrotóxicos teve início na década de 1920 para proteger a agricultura contra as
pragas que atacavam as plantações, mas foi após a segunda guerra mundial que
sua utilização teve grande expansão. No Brasil, a sua utilização tornou-se mais
intensa a partir da década de 1960.
Na ausência de padrões ou referências bibliográficas para definição de
padrão de desempenho, considerou–se a taxa de 1,5 kg de produto/ha como uma
meta de referência desejada, levando-se em conta as menores taxas de aplicação
de agrotóxico no mundo.
O indicador SL-5 é calculado pela razão entre a quantidade de agrotóxico
comercializado, pela área cultivada no Estado de Minas Gerais. Os agrotóxicos
comercializados na forma líquida foram convertidos em quilos, tomado como base
uma densidade média de 1,2. Este valor foi disponibilizado pela ANDEF –
Associação Nacional de Defesa Vegetal.
Os dados referentes à área cultivada são obtidos através do IBGE,
somando-se os valores referentes à área plantada das lavouras permanentes e
temporárias em todo o Estado. Tendo em vista o cronograma de disponibilização
dos dados pelo IBGE, a partir do ano de 2004, o indicador foi calculado utilizando-se
os valores de área plantada do ano anterior ao ano calculado, ou seja, para o ano de
2005 foram utilizados os valores referentes ao ano de 2004.
Os dados referentes à venda de agrotóxicos no Estado até o ano de 2006
foram obtidos através do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa
Agrícola – SINDAG. Para o cálculo do indicador foram considerados os valores

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referentes à quantidade de produto comercial vendida no Estado. A partir do ano de


2007, foram considerados os dados referentes à comercialização de princípio ativo
para o cálculo do indicador.
3.3) Índice Solo
O Índice Solo é composto pelos indicadores SL-2 e SL-5, ponderados pelos
respectivos pesos, sendo calculado, anualmente, pela expressão: ISOLO = 0,129
SL-2 + 0,059 SL-5, sendo:
 SL-2 = % de população urbana com disposição adequada de lixo;
 SL-5 = Quilograma de agrotóxico / hectare cultivado.

4) BIODIVERSIDADE
4.1 BD-1 Porcentagem de área com vegetação nativa em relação à área total
Os dados referentes às áreas remanescentes com vegetação nativa são
fornecidos pelo IEF, proveniente do monitoramento da cobertura vegetal do Estado,
via satélite, com fotointerpretação. Este trabalho foi iniciado na década de 1990, com
a publicação dos primeiros resultados para o ano de 1994.
Após longa interrupção, os trabalhos foram retomados, apresentando dados
relativos a partir de 2003. O indicador é obtido pelo quociente entre o somatório das
áreas com vegetação nativa e a área total do Estado.
Os valores da cobertura vegetal nativa do Estado são atualizados a cada
dois anos.
A meta de referência para o estabelecimento de padrão de desempenho
para este indicador foi de 70%, considerando que o método para o levantamento dos
dados não dispõe de avaliação qualitativa. Dessa forma, são computadas áreas em
regeneração e, também, em estado de degradação.
O indicador BD-1 é calculado, anualmente, pela porcentagem de área com
cobertura vegetal nativa em relação à área total da região avaliada, no caso o
Estado de Minas Gerais, ponderado pelo coeficiente 0,093, valor do peso relativo
desse indicador.
4.2) BD-2 Porcentagem de áreas preservadas em relação à área total
Foram consideradas áreas preservadas as unidades de conservação de
proteção integral – Parques, Reservas, Monumentos Naturais, Refúgios da Vida

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Silvestre e Estações Ecológicas –, que são criadas por lei, com áreas adquiridas
pelo poder público, destinadas à proteção da biodiversidade, com usos disciplinados
pela Lei Nacional de Unidades de Conservação – SNUC – e as Reservas
Particulares do Patrimônio Natural – RPPN, que são áreas privadas, gravadas em
cartório, com os mesmos objetivos, não podendo ser utilizadas para outras
finalidades.
O padrão de desempenho adotado é o de 10% da área total da região
avaliada, no caso, o Estado de Minas Gerais, critério sugerido durante o Congresso
Mundial de Parques em 1982.
O indicador é calculado anualmente pela expressão BD-2 = X/10, obtida pela
linearização dos pontos (10; 1) e (0; 0), sendo X o valor em % de áreas protegidas
em relação à área total. O indicador deve ser ponderado pelo coeficiente 0,077,
valor do peso relativo desse indicador.
4.3) BD-6 Porcentagem de área desmatada em relação à área total
Os desmatamentos no Estado de Minas Gerais são controlados pelo IEF,
segundo autorizações emitidas, a partir da análise das demandas e de vistorias de
campo, que são registradas em sistema próprio. A essas áreas foram somadas as
áreas de desmatamentos ilegais, registradas por autos de infração pelo IEF. O
padrão de desempenho adotado foi o de desmatamento zero.
O indicador é calculado anualmente pela expressão BD-6 = (1 – X), obtida
pela linearização dos pontos (0; 1) e (1; 0), sendo X o valor em % de áreas
desmatadas em relação à área total do Estado. O indicador deve ser ponderado pelo
coeficiente 0,055.
4.4) Índice Biodiversidade
O Índice Biodiversidade é composto pelos indicadores BD-1, BD-2 e BD-6,
ponderados pelos respectivos pesos, sendo calculado, anualmente, pela expressão:
IBIOD = 0,093 BD-1 + 0,077 BD-2 + 0,055 BD-6, sendo:
 BD-1 = % cobertura vegetal nativa no Estado no ano;
 BD-2 = % áreas protegidas no Estado no ano ;
 BD-6 = % de área desmatada em relação à área total do Estado.

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5) INSTITUCIONAL
5.1) IT-1 Porcentagem de recursos públicos para meio ambiente em relação ao total
executado
Este indicador é obtido, anualmente, pelo quociente entre os recursos
destinados aos órgãos responsáveis pela execução da política pública de meio
ambiente e o total de recursos destinados ao poder executivo. Os dados são
relativos ao orçamento executado, portanto realizado, e não previsto. O padrão de
desempenho adotado foi a referência canadense com o valor de 2%.
O indicador é calculado anualmente pela expressão IT-1 = (0,5 X), obtida
pela linearização dos pontos (2; 1) e (0; 0), sendo X o valor em % do orçamento
executado para meio ambiente em relação ao orçamento total executado do poder
executivo. O indicador deve ser ponderado pelo coeficiente 0,079, valor do peso
relativo desse indicador.

5.2) Índice Institucional


O Índice Institucional é composto apenas pelo indicador IT-1, devendo ser
ponderado pelo coeficiente 0,079, valor do peso relativo desse indicador. Assim,
tem-se IINST = 0,079 IT-1, sendo:
IT-1 = % do orçamento executado para meio ambiente em relação ao total
executado para o poder executivo, no ano.

6) SOCIOECONOMIA
6.1) SE-4 Mortalidade infantil
A taxa de mortalidade infantil é um indicador largamente utilizado no mundo
inteiro, obtido a partir da razão entre o número de óbitos de crianças menores de um
ano de vida e o número de nascidos vivos em um mesmo ano civil, utilizando-se a
base de 1.000 nascidos vivos para expressá-lo.
O padrão de desempenho utilizado para a mortalidade infantil foi o de três
óbitos para cada 1.000 nascidos vivos, índice verificado em países como Holanda,
Suécia e Cingapura, considerados lideranças mundiais.
O indicador é calculado anualmente pela expressão SE-4 = (100 – X)/97,
obtida pela linearização dos pontos (3; 1) e (100; 0), sendo X o valor em número de

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óbitos por cada 1.000 nascidos vivos. O indicador deve ser ponderado pelo
coeficiente 0,095, valor do peso relativo desse indicador.
Para os anos de 2006 e 2007, utilizou-se para o cálculo os valores
referentes ao ano de 2005, tendo em vista a indisponibilidade de dados mais atuais
e para o ano de 2008 foram utilizados valores referentes 2006. Para o ano de 2009
foram utilizados os valores de 2008.
IDPA - Índice de Desempenho de Política Pública de Meio Ambiente – IDPA
O Índice para a avaliação do desempenho da política pública de meio
ambiente é calculado pelo somatório dos índices Ar, Água, Solo, Biodiversidade,
Institucional e Socioeconômica, dado pela seguinte expressão: IDPA = IAR + IÁGUA
+ ISOLO + IBIOD + IINST + ISOCE.
Para a classificação do IDPA são propostos os níveis constantes na tabela
abaixo:

Fonte: FEAM-MG (2008).

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UNIDADE 8 – INDICADORES ESPECÍFICOS

Bioindicadores são espécies animais ou vegetais que indicam precocemente


a existências de modificações biológicas ou abióticas de um ambiente. São
organismos que ajudam a detectar alterações ambientais antes que essas se
agravem.
Dentre as vantagens do biomonitoramento podemos citar:
 avaliar riscos impostos por poluentes em ecossistemas;
 detectar níveis crônicos ou agudos de contaminação do ar;
 integrar fatores endógenos da planta que possam influenciar a resposta à
poluição;
 integrar fatores externos demonstrando efeitos sinérgicos e aditivos;
 ampliação da área monitorada (baixo custo/vegetação).
Ressaltemos que não é capaz de substituir os métodos analíticos, mas sim
complementá-los, ajudando numa análise de risco ambiental (FURLAN, 2008).

8.1 Plantas bioindicadoras


Segundo Pedroso (2007), na literatura, as alterações causadas pelos
poluentes atmosféricos nas plantas mais citadas são:
 o aumento ou a diminuição na produção de algumas enzimas (ANTONIELLI
et al. 1997, PASQUALINI et al., 2003);
 alterações genéticas (GUIMARÃES et al. 2000, KLUMPP et al., 2006);
 alterações quantitativas e qualitativas de metabólitos;
 aumento na concentração de hormônios vegetais relacionados ao estresse
(DJAK & ORMOND, 1982);
 aumento ou diminuição da respiração;
 distúrbios na fotossíntese (HEATH 1994, PÄÄKKÖNEN et al. 1998, KOLB &
MATYSSEK 2001, GEROSA et al., 2003); e,
 alterações na abertura e no fechamento estomático (SCHAUB et al., 2005).
Consequentemente, essas alterações levam à sintomas como clorose e
necrose em tecidos e órgãos, que podem evoluir, levando o indivíduo à morte
(MANNING & FEDER 1980, LARCHER, 2000).

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Em decorrência dessas alterações, organismos ou comunidades de


organismos que reagem de forma previsível e quantificável a perturbações
ambientais, por meio de alterações nas suas funções vitais ou composição química,
podem ser usados para avaliação da extensão das mudanças em seu ambiente, são
denominados organismos bioindicadores (ARNDT & SCHWEIZER, 1991).
De Temmerman et al (2004) classificaram as plantas bioindicadoras em
quatro grandes grupos:
a) bioindicadoras – plantas que apresentam sintomas visíveis como necroses,
cloroses e distúrbios fisiológicos, tais como redução no crescimento, redução
no número e diâmetro das flores;
b) biosensoras – plantas que reagem aos efeitos dos poluentes aéreos com
efeitos não visíveis, apresentando alterações moleculares, celulares,
fisiológicas e bioquímicas;
c) bioacumuladoras – plantas que também não apresentam sintomas visíveis, e
são menos sensíveis aos poluentes aéreos, porém acumulam partículas de
poeira e gases dentro dos seus tecidos;
d) biointegradoras – aquelas que indicam o impacto da poluição por intermédio
do aparecimento, desaparecimento ou mudança na densidade da população
ou até de comunidades.
As plantas bioindicadoras são utilizadas em programas de
biomonitoramento, que é o método que faz uso da vida para identificar e/ou
caracterizar mudanças ambientais induzidas pela ação humana (ARNDT &
SCHWEIZER, 1991).
Existem inúmeros programas de biomonitoramento no mundo, destacando-
se o Programa de Biomonitoramento do Ozônio realizado pelo USDA – Forest
Service's/Forest Inventory and Analysis (FIA) que monitora o impacto do ozônio
troposférico em áreas florestais.
No Brasil ainda não existem programas de biomonitoramento nesses níveis,
porém existem grupos de pesquisa que empregam plantas bioindicadoras. Dentre
eles destacam-se estudos com plantas bioindicadoras já consagradas ou com
espécies nativas com tal potencial, visando, sob diferentes enfoques, avaliar o efeito
da poluição atmosférica em algumas localidades do país, como Salvador (LIMA et

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al., 2000, KLUMPP et al. 2003), São Paulo (DOMINGOS et al., 1998; BATALHA et
al., 1999; FERREIRA et al., 2000; GUIMARÃES et al., 2000; ALVES et al., 2001;
DOMINGOS et al., 2002; MORAES et al., 2002; ALVES et al., 2003; ALVES, 1995),
Viçosa (PRADO-FILHO, 1993; CHAVES et al., 2002; SILVA et al., 2005; SILVA et
al., 2005b) e Curitiba (ALVES, 2001; BUJOKAS, 2001, MARANHO, et al. 2006).
(Todos citados por PEDROSO, 2007).

8.2 Geoindicadores
Segundo a OCDE (1993), define-se indicador como um parâmetro ou um
valor derivado de parâmetros que fornece informações ou descrições sintéticas a
respeito de um fenômeno ou estado de uma área, com sua significância
estendendo-se além daquela associada ao valor.
Segundo o Instituto Nacional de Ecologia (1987 apud RUFINO, 2002), a
ideia dos indicadores ambientais surgiu em 1987, no Canadá e na Holanda. Nesse
mesmo ano, a United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
(UNESCO) apresentou uma proposta de inclusão dos diversos indicadores já
existentes na gestão ambiental. Em 1989, a OECD, numa postura semelhante à da
UNESCO, propôs o uso de indicadores ambientais nas tomadas de decisões sociais
e econômicas em função da crescente preocupação com as questões ambientais e
da necessidade de muitos países e setores econômicos de buscar o
desenvolvimento sustentável. Nesse período, a definição de indicadores ambientais
já era semelhante à empregada pela Environmental Protection Agency (EPA), como
sendo um valor numérico derivado de medições da pressão, estado ou condição
ambiental, ecológica ou saúde humana, em um domínio geográfico específico, cuja
tendência representa a evolução do meio ambiente.
Conforme a definição, estes visam representar a evolução do meio
ambiente, mas para a obtenção dessas informações, é necessária a aquisição de
indicadores específicos que representem os componentes do meio. O agrupamento
dessas informações permite determinar o estado ambiental.
Tais ações impulsionaram o desenvolvimento de vários indicadores.
Os geoindicadores surgiram da necessidade verificada de aperfeiçoar os
indicadores do meio físico, que representavam apenas os processos de superfície e

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ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige.
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eram tratados isoladamente, levando a International Union of Geological Sciences


(IUGS) a estabelecer, em 1992, por meio da Commission on Geological Sciences for
Environmental Planning (COGEOENVIRONMENT), o desenvolvimento de
indicadores geológicos que permitissem identificar, rapidamente, mudanças no meio
ambiente, resultando, em 1996, na compilação de uma lista de checagem,
disponibilizada na internet, com o formato padrão de quais indicadores apropriados
podem ser selecionados, modificados e solicitados. A “iniciativa geoindicador” é um
esforço para a divulgação dos geoindicadores no meio científico cujo site hospeda a
lista de checagem (BOLMANN, 2001).
Os geoindicadores são medidas (magnitudes, frequências, taxas e
tendências) de processos geológicos e fenômenos que ocorrem na/ou próximo da
superfície terrestre e estão sujeitos a mudanças, que são significativas para o
entendimento das alterações ambientais num período de cem anos ou menos. São
medidas de alta resolução em curto prazo, dominantemente mudanças não
biológicas em ambientes geológicos, que podem causar perturbações irreversíveis
ao ecossistema numa escala ou outra. Estão incluídas tanto alterações rápidas
(eventos catastróficos) como processos mais lentos, que são geralmente evidentes
na escala de vida humana (BERGER & IAMS, 1996 apud HIRAI; AUGUSTO FILHO,
2005).
Apesar da importância de alguns processos mais lentos, como a tectônica
das placas, as subsidências de bacias, a formação de minerais carbonáticos e a
diagênese, eles são excluídos (BERGER, 1997 apud HIRAI; AUGUSTO FILHO,
2005).
Os geoindicadores, assim como as tecnologias empregadas em sua
parametrização, não são novos, pois se baseiam em procedimentos e métodos de
monitoramento padrões.
A novidade consiste na tentativa de agrupá-los dentro de uma estrutura
conceitual comum e enfatizar aos não geólogos sua utilização na avaliação
ambiental (BERGER, 2002 apud HIRAI; AUGUSTO FILHO, 2005).
Apesar de o conceito acima ser novo, o termo geoindicador já era e continua
sendo utilizado pela geoquímica na definição dos parâmetros usados na

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investigação de áreas inacessíveis (GIGGENBACH, 1983; FRONDINI et al., 2004


apud HIRAI; AUGUSTO FILHO, 2005).
Deve-se observar ainda que alguns dos geoindicadores já são utilizados em
outras ciências, como de qualidade de águas superficiais e subterrâneas e de fluxos
das águas superficiais.
Na tabela a seguir são apresentados os 27 geoindicadores propostos até o
momento. Eles estão ordenados em função de sua relevância para a dinâmica
ambiental brasileira.
Geoindicadores e graus de influência dos fatores naturais e antrópicos.
Graus de influência
Geoindicadores dos fatores
Natural Antrópico
Qualidade do solo 2 1
Erosão de solos e sedimentos 1 1
Escorregamentos ou avalanches 1 1
Carstificação 1 2
Sequência e composição de sedimentos 1 1
Posição da linha costeira 1 1
Nível do lençol freático 2 1
Qualidade de águas subterrâneas 2 1
Química de águas subterrâneas em zonas não saturadas 1 1
Qualidade de águas superficiais 1 1
Fluxos fluviais 1 1
Morfologia dos canais fluviais 1 1
Morfologia dos canais fluviais 1 1
Carga e deposição de sedimentos nos cursos de água 1 1
Extensão, estrutura e hidrologia de áreas alagadas 1 1
Salinidade e nível dos lagos 1 1
Nível relativo do mar 1 2
Padrões de crescimento e química dos corais 1 1
Atividade e morfologia de dunas 1 2
Tempestade de areia 1 2
Erosão eólica 1 2
Fissuras e crostas em superfícies desérticas 1 2
Sismicidade 1 2
Deslocamento da superfície 1 2
Congelamento do solo 1 2
Flutuações glaciais 1 3
Regime de temperatura subsuperficial 1 2
Atividade vulcânica 1 3
1- fortemente influenciado 2- pode ser influenciado 3- sem influência significativa
Fonte: Hirai e Augusto Filho (2005 Modificado de Simões, 1997).

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No Quadro seguinte é apresentada uma síntese da descrição dos principais


geoindicadores e os autores dos trabalhos que fizeram o seu uso e que não estão
inclusos em Berger & Iams (op. cit.) e no site da “iniciativa geoindicador” (HIRAI;
AUGUSTO FILHO, 2005).
Descrição resumida dos principais geoindicadores propostos.
Modificado de http://www.lgt.lt/geoin/

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A ausência de informações confiáveis sobre o estado do ambiente tem sido


um entrave para o perfeito planejamento das políticas ambientais, bem como de sua
avaliação. O desenvolvimento de indicadores ambientais veio a permitir informações
de caráter técnico e científico.
Neimanis & Kerr (1996, p. 369 apud TAVARES; CRUZ; LOLLO, 2007)
definem indicadores ambientais como sendo parâmetros que representam ou
resumem aspectos do estado do ambiente, e a relação entre as atividades humanas
e os recursos naturais.
A International Union of Geological Sciences estabeleceu, em 1992, na
Comissão de Ciências Geológicas para Planejamento Ambiental
(COGEOENVIRONMENT) um grupo de pesquisa para desenvolver indicadores
geológicos, presidido por A. R. Berger.
A partir desse trabalho veio a introdução do conceito de geoindicadores, em
1996, com a publicação do livro Geoindicators: Assessing Rapid Environmental
Changes in Earth Systems editado por Antony R. Berger e William J. Iams.
Para Berger (1996, p. 5-6 apud TAVARES; CRUZ; LOLLO, 2007),
geoindicadores são medidas de superfície ou próximo da superfície de fenômenos e
processos geológicos que variam significativamente no período de 100 anos ou
menos e que proveem informações para avaliações ambientais.
Segundo Tavares; Cruz e Lollo (2007), os 27 indicadores do primeiro quadro
foram propostos por Berger (1997). Eles descrevem eventos catastróficos ou
graduais e colaboram na determinação do que está acontecendo no ambiente,
fornecendo indicativos do que a administração pode fazer para combater esses
processos.

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No quadro abaixo temos esses mesmos indicadores, com o acréscimo das


mudanças ambientais.

Fonte: Berger (1997 apud TAVARES; CRUZ; LOLLO, 2007).

Essa lista de geoindicadores tem o propósito de facilitar o monitoramento


dos processos geológicos e parâmetros que possam ser importantes para a
sustentabilidade ambiental dos ecossistemas e a ocupação humana.
Os geoindicadores baseiam-se em conceitos e procedimentos padrão,
podendo ser usados para evidenciar mudanças em ambientes fluviais, costeiros,
desérticos, montanhosos, de geleiras, e outras áreas. Têm o objetivo de auxiliar no
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início das pesquisas, podendo, em muitos casos, necessitar da integração de vários


desses ao mesmo tempo. Esta listagem inicial deverá ser revisada e aperfeiçoada
sempre que se achar necessário, com o intuito de atender às expectativas geradas e
às novas necessidades que venham surgir.
Berger (1997 apud TAVARES; CRUZ; LOLLO, 2007) ainda acrescenta que o
conceito de geoindicadores reúne ferramentas normativas em geomorfologia,
hidrologia, geoquímica, geofísica, sedimentologia, e outras áreas em um formato útil
a profissionais ambientais e administradores, convencendo da importância de
processos geológicos rápidos e determinando a condição de paisagens e
ecossistemas; avaliando impactos ambientais, monitorando ecossistemas, e
inspecionando o desenvolvimento de atividades como mineração, silvicultura e
construção. Os geoindicadores devem contribuir na resposta a quatro questões
básicas:
 O que está acontecendo no ambiente? (condições e tendências);
 Por que está acontecendo? (causas, humanas e/ou naturais);
 Por que é importante? (efeitos ecológicos, econômicos e na saúde);
 O que se pode fazer acerca disso? (implicações no planejamento e nas
políticas).
O reconhecimento e caracterização dos eventos responsáveis pelas
mudanças na paisagem e nos processos naturais que podem resultar em
degradação ambiental dependem do ambiente em estudo. Sendo assim, os
geoindicadores a serem utilizados variam de caso a caso não só em função do
interesse específico do estudo em desenvolvimento, mas também em função das
características do ambiente avaliado e da dinâmica de seus processos.
Pelos motivos expostos, é natural se esperar que para cada ambiente
analisado existam componentes mais sensíveis à degradação em função de sua
exposição aos desequilíbrios ocorridos. Também é esperado que a forma de retratar
tal degradação (geoindicador proposto ou escolhido) seja definida com base nas
características do ambiente, como se verá a seguir.
Estes ambientes podem ser agrupados nos seguintes: ambiente fluvial,
águas subterrâneas, ambientes litorâneos, ambiente glacial e periglacial, áreas
montanhosas, ambiente árido, áreas urbanas, reservatórios e mineração.

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O conceito de geoindicadores é recente e suas aplicações se encontram em


fase de maturação de suas reais potencialidades, demonstrando grande potencial
para aplicação na gestão ambiental de áreas frágeis e/ou de forte dinâmica
ambiental, por permitir a melhor aproximação de cenários ambientais futuros.
A avaliação de mudanças ambientais em áreas urbanas com o uso de
geoindicadores, no entanto, deve considerar as seguintes restrições: pela definição,
geoindicadores são designados primeiramente para medir mudanças geológicas; a
completa e correta avaliação das mudanças podem empregar considerações que
englobem o ambiente urbano e a interação entre ambientes, os quais não devem ser
tratados como sistemas fechados; o objetivo básico do uso de geoindicadores é
preservar (se possível, melhorar) a qualidade do ambiente.

8.3 Os peixes como indicadores de qualidade das águas


A qualidade dos ambientes aquáticos, sejam eles fluviais ou marinhos tem
sido foco de atenção e preocupação devido à degradação sofrida decorrente de um
conjunto de fatores como lançamento de efluentes, esgotos, resíduos de indústrias
petroquímicas e outras, além da ocupação/urbanização desordenada.
Barroso (1989) sugere que os peixes sejam excelentes indicadores de
qualidade da água, ocupando o mais alto nível trófico da cadeia alimentar aquática
com relação a outros grupos, representam uma resultante das condições das formas
biológicas inferiores, funcionando como indicadores da qualidade total dos corpos
d’água.
O sedimento constitui um compartimento importante na avaliação da
intensidade e formas de impactos a que os ecossistemas aquáticos estão ou
estiveram submetidos, uma vez que realizam constantes trocas de nutrientes e outra
substância poluente ou não, com a coluna d’água (Forstner, 1989 apud SANTOS,
2007), sendo o depósito final destes constituintes e, dependendo dos processos de
interação química que ali ocorrem, podem ser responsáveis por sua maior ou menor
disponibilidade para a coluna d’água.
O fato dos sedimentos superficiais marinhos serem reconhecidos como
maior reservatório de substâncias tóxicas nesse ambiente, levou ao
desenvolvimento dos métodos de avaliação da sua qualidade. Estes métodos são

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necessários para mostrar o significado ecológico dos níveis de contaminação e o


grau de biodisponibilidade dos poluentes, funcionando como instrumentos
importantes para a proteção e conservação dos ecossistemas e da saúde pública, o
monitoramento desses sedimentos (ADAMS et al, 1992 apud SANTOS, 2007).
As abordagens utilizadas na avaliação da contaminação de sedimentos
marinhos são as análises químicas. Estas consistem simplesmente em listagens das
substâncias, sendo usadas para qualificar e quantificar a contaminação do
sedimento.
Subtil (2005) estudou a utilização da concentração de ‘P’ total e matéria
orgânica servindo como um parâmetro para a estimativa do impacto causado ao
meio ambiente, já que o P-total é considerado um macronutrientes com menor
abundância no ambiente marinho e qualquer mudança na sua concentração, pode
ocasionar alterações na cadeia trófica.
No entanto, a abordagem química pode não ser a melhor para estimar ou
prever os riscos ambientais advindos de poluentes, principalmente se utilizada de
forma isolada: certos contaminantes podem não ser detectados pelas técnicas de
análise, e, além disso, não se tem informação a respeito dos efeitos adversos sobre
os organismos (Plesha et al., 1988).
Os sedimentos do manguezal possuem de três a quatro vezes mais matéria
orgânica que o sedimento continental, sendo que a matéria orgânica é mais reativa
no sedimento de manguezal. O fluxo de nutrientes na camada de sedimentos
superficiais depende da temperatura, da proporção de deposição orgânica, da
composição da matéria orgânica integrando a superfície e a subssuperficie de
mineralização, denitrificação, das trocas inorgânicas (KENNISH, 1997). Este fluxo
tende a ser maior na região tropical, principalmente devido à alta produtividade
primaria e à deposição orgânica das médias latitudes.
O sedimento representa uma importante fonte de nutrientes para a coluna
d’água, especialmente no verão (KENNISH, 1997). O uso de fósforo na agricultura
causa uma eutrofização nos corpos d’água devido manejo não adequado. O fósforo
está presente na biota em grande variedade de compostos orgânicos. É um
elemento estrutural do material celular.

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Na forma de fosfato não participa das reações de oxi-redução como o C, N e


S. Devido à baixa concentração no ambiente e a demanda específica, é um
importante elemento na produtividade primária tanto terrestre como aquática
(BOLIN, 1983).
Existe um crescente interesse de utilização de comunidade biótica na
avaliação de qualidade de recursos marinhos. Lima-Junior (2001) desenvolveu o
Índice de Integridade Estuarina para a Baia de Sepetiba para a avaliação de
qualidade da água. Este índice permite a utilização de vários atributos da
comunidade de peixes e a associação destes dados pode refletir a qualidade do
habitat em questão.
Teoricamente, o espectro de qualidade de água é capaz de abranger
situações onde as maiorias das espécies esperadas ocorram, incluindo as
intolerantes e com estrutura trófica balanceada, até situações onde poucas ou
nenhumas espécies de peixes ocorrem, ou casos intermediários onde a ictiofauna é
composta de espécies tolerantes com estrutura trófica alterada (KARR, 1981). Estes
aspectos são posteriormente traduzidos em notas: alta, média ou baixa qualidade de
habitat, sintetizando os resultados e tornando-os de fácil entendimento para o
público geral. As pontuações que fornecem a base principal para os critérios de
classificação devem ser estabelecidas baseando-se em habitats de referências não
perturbados ou nos melhores valores obtidos em cada métrica para o habitat em
questão (KARR & DUDLEY, 1981). Espera na teoria uma diminuição na abundância
de indivíduos à medida que declina a qualidade de habitat, sendo, entretanto a
biomassa mais afetada que o número de indivíduos, o que foi proposto por Magurran
(1998). Esses fenômenos poderiam ser decorrentes de uma diminuição na
fecundidade e no tamanho do organismo como efeito estressor (GRAY, 1989). A
riqueza e a diversidade de espécies deveriam também diminuir, ao passo que a
dominância de algumas poucas espécies aumentaria com a queda de qualidade de
habitat (RAPPORT et al., 1985). As características tróficas também seriam afetadas,
com diminuição de espécies piscivoras e invertivoras (especialista), e aumentando
das espécies onívoras (generalistas) de acordo com a diminuição da qualidade de
habitat (KARR, 1981).

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A ictiofauna é particularmente útil como indicadora de alterações ambientais


por uma série de razões. Em primeiro lugar, a sua variada tolerância a fatores
físicos, químicos e biológicos faz com que muitas espécies possam indicar, por sua
presença ou por seu desaparecimento, eventuais alterações ambientais induzidas
por atividades humanas. As mudanças nas características deste habitat podem
influenciar a composição dos peixes entre os diferentes microhabitats, que exerce
forte influência sobre abundância de algumas espécies em nível de microhabitats
(HILLMAN et al., 1997). Entretanto, a presença de poluentes e demais fontes de
impactos provenientes de atividades antrópicas proporcionam a redução do número
de espécies e o aumento da densidade de espécies resistente às variações
ambientais (REASH & BERRA, 1987).
A revisão de literatura acima, Santos (2007) utilizou para embasar
teoricamente estudos/pesquisa que realizou na Baia de Sepetiba/RJ onde buscou
relacionar a comunidade de peixes e sedimento superficial como indicadores de
processos antropogênicas em praias com 3 graus de exposição para desenvolver
programas de manejo integrado de sistemas costeiros.
Karr (1991 apud SANTOS, 2007) comenta que esta estratégia de
monitoramento pode rapidamente ser a baixo custo e servir como abordagem
exploratória da qualidade do habitat em questão. Assim, foram realizadas
adicionalmente análises de nutrientes no sedimento, visando exemplificar uma
estratégia de monitoramento integrada, entre a comunidade de peixes e as análises
químicas do sedimento. A escolha das análises de nutrientes como instrumento
exploratório em complemento a comunidade de peixes, deve-se ao fato dos
nutrientes do sedimento ser um dos agentes com menor custo no seu diagnóstico e
voltado para área de abrangência da engenharia florestal.
A adaptação dos indicadores de qualidade ambiental pode ser útil para a
tomada de decisões a respeito da preservação do meio e integrar apropriadamente
uma grande quantidade de informações para um processo de tomadas decisões, por
isso o uso de indicadores biológicos pode ser tornar ferramenta importantes
(BLANKENSTEYN, 2006).

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UNIDADE 9 – MECANISMOS DE CONTROLE DE


QUALIDADE
O controle ambiental se dá por meio da implementação de programas e
ações que reduzem o impacto negativo sobre os meios físicos (água, solo e ar),
biológicos (fauna e flora) e socioeconômico, melhorando a qualidade de vida. Uma
relação de programas e projetos específicos pode ser vista abaixo:
1. Relatório Perspectivas do Meio Ambiente Mundial (Global Environment OutLook) –
GEO;
2. Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora – SILÊNCIO;
3. Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores – PROCONVE;
4. Projeto Mineração e Meio Ambiente;
5. Programa Nacional do Gerenciamento Costeiro;
6. Projeto de Gerenciamento e Avaliação de Substâncias Químicas;
7. Programa de Gerenciamento de Resíduos Perigosos;
8. Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais -
PROARCO ;
9. Programa de Recursos Hídricos;
10. Programa Boas Práticas de Laboratórios – BPL;
11. Preservativo de Madeira;
12. Programa Agentes Ambientais Voluntários.

Enfim, a verdade que temos visto é que o crescimento populacional amplia a


pressão sobre os sistemas naturais e pode promover a rápida degradação da
qualidade de vida da população, bem como comprometer o desenvolvimento
socioeconômico da cidade. Isso se amplia quando tal crescimento se mostra sem o
devido planejamento.
Concordamos com Riceto, Silva e Guimarães (2010) quando concluem que
a humanidade deve passar a enxergar sua relação com o meio natural e urbano
como uma relação ecossistêmica e de reciprocidade. Em caso de degradação
ambiental, seja ela em maior ou menor grau, essa degradação acaba se estendendo
também sobre o ser humano.
Um dos modos de evitar que cheguemos a problemas mais sérios, uma vez
que a dinâmica do ser humano (aqui entendidos crescimento, desenvolvimento,
satisfação de necessidades) só tende a crescer, é monitorar o ambiente utilizando
os indicadores apresentados ao longo da apostila, pesquisar novos e aprimorar os já
existentes para oferecer qualidade de vida para as presentes e futuras gerações.

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