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Acelerando a pesquisa mundial.

Monitoramento de corrosão em tempo real na

atmosfera usando registradores de corrosão
automatizados acionados por bateria

Michal Kouril

corrosão Engenharia, Ciência e Tecnologia

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monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno em instituições de patrimônio cultural com elementos metálicos

… ichel dubus, Tomas Prosek, Vera Hubert

avaliação padronizada do ambiente de herança cultural por medição de resistência elétrica

ichel dubus, Tomas Prosek

Correlação de imagem digital (DIC) como uma nova ferramenta para monitorar a resposta de pinturas em tela à variação… muito r

Targowski
Pesquisa original ou papel de tratamento

Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar

interno em instituições de patrimônio cultural com
sensores de resistência elétrica metálica
T. Prosek1, M. Kouri2, M. Dubus3, M. Taube4, V. Hubert5, B. Scheffel6,
Y. Graus7, M. Jouannic7, D. Thierry1
1Institut de la Corrosion/French Corrosion Institute, Brest, França,2Departamento de Engenharia de Metais e
Corrosão, Instituto de Tecnologia Química, Praga, República Tcheca,3Centre De Recherche et de Restauration
des Musees de France, Paris, França,4Departamento de Conservação, Museu Nacional da Dinamarca, Brede,
Dinamarca,5Museu Nacional Suíço, Centro de Coleções, Affoltern am Albis, Suíça,
6Fraunhofer Institute for Electron Beam and Plasma Technology, Dresden, Alemanha,7NKE, Hennebont, França

Foi desenvolvido um sistema de monitoramento contínuo da corrosividade atmosférica. Uma unidade eletrônica mede
e registra mudanças na resistência elétrica de uma trilha metálica fina aplicada sobre um substrato isolante. Se o
metal corroer, a área da seção transversal efetiva da pista diminui e a resistência elétrica aumenta. Sensores feitos de
prata, cobre, ferro/aço, zinco, chumbo, estanho, alumínio, bronze e latão com espessuras de 50 nm a 250 μm foram
adaptados para ambientes com diferentes corrosividades. A tecnologia desenvolvida provou ser capaz de fornecer alta
sensibilidade, permitindo o monitoramento da corrosão em tempo real, mesmo em instalações de patrimônio cultural
indoor com baixa corrosão. Os testes de laboratório mostraram boa reprodutibilidade com o desvio padrão de
medições paralelas em menos de±20% para metais que sofrem corrosão uniforme nos ambientes testados. Vários
exemplos selecionados de um amplo programa de testes em museus parceiros, bibliotecas e outras instituições
mostram aplicações bem-sucedidas do sistema logger para caracterização do controle da qualidade do ar em locais
fechados, durante o transporte e em exposições temporárias; avaliação de novos edifícios e instalações de
armazenamento; e estudos fundamentais de conservação ideal e procedimentos de armazenamento. Um primeiro
esboço de um sistema de classificação para chumbo, que é particularmente sensível à presença de ácidos carboxílicos,
é dado. A técnica tem um grande potencial como método independente de monitoramento da qualidade do ar em
instalações que exibem e armazenam objetos valiosos do patrimônio cultural.

Palavras-chave:Controle de qualidade do ar, Corrosão de metais, Degradação de materiais, Monitoramento reativo, Cobre, Prata

Introdução combinados nos EUA. Os custos associados à

Um grande número de bens culturais móveis e estacionários
são administrados por autoridades de patrimônio cultural
em todo o mundo. A degradação de objetos culturalmente
significativos armazenados ou exibidos em instalações
internas é afetada pela temperatura do ar, umidade relativa,
concentração de poluentes como dióxido de enxofre, óxidos
de nitrogênio, ozônio, amônia, ácido clorídrico, sulfatos,
cloretos dispersos, ácidos orgânicos, outros compostos
voláteis, partículas de poeira, luz e outros fatores. Embora a
deterioração de objetos devido à presença de poluentes
internos seja frequentemente lenta, seu custo cumulativo é
enorme. Como analogia, Koche outros (2002) estimou que a
corrosão de materiais metálicos gera perdas dez vezes
maiores do que todos os desastres naturais
Correspondência para: Tomas Prosek, Institut de la Corrosion/French
Corrosion Institut, 220 rue Pierre Rivoalon, 29200 Brest, França.
E-mail: tomas.prosek@institut-corrosion.fr
degradação de objetos podem, portanto, superar
amplamente os custos dos danos mais espetaculares
devido a incêndios, roubos, terremotos, inundações, etc.
Devido ao grande número de possíveis poluentes
internos e suas interações, custos e problemas técnicos
associados ao seu monitoramento, apenas a umidade
relativa e a temperatura são controladas e monitoradas pela
maioria das instituições. Filtros de ar, removedores e outras
medidas anticorrosivas adicionais são aplicadas apenas para
proteger as coleções mais valiosas ou quando objetos
históricos valiosos e muitas vezes insubstituíveis já foram
afetados. Qualquer esquema de controle da qualidade do ar
sem a aplicação de uma técnica de monitoramento que
forneça feedback rápido sobre a qualidade do ar pode ser
inadequado ou excessivo e, portanto, muito caro. Assim,
informações sobre a corrosividade real da atmosfera são
cruciais para a proteção eficaz contra a corrosão.

© Instituto Internacional de Conservação de Obras Históricas e Artísticas 2013 DOI

10.1179/2047058412Y.0000000080 Estudos em Conservação 2013 VOL.58 NÃO.2 117
Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno

O impacto direto das atmosferas nos objetos é temperatura são compensadas. Com base na área da
tradicionalmente seguido pela exposição de cupons de seção transversal inicial do elemento exposto, a perda
determinados materiais ao ambiente e consequente análise cumulativa de metal no momento da leitura pode ser
de sua degradação após um determinado período de tempo. determinada. Os benefícios da técnica de ER incluem sua
Para materiais não metálicos, a técnica de cupom é natureza versátil, pois pode ser usada em praticamente
raramente utilizada, mas projetos de desenvolvimento de qualquer tipo de ambiente, robustez e capacidade de
cupons ou dosímetros específicos estão em andamento fornecer medições contínuas (Prosek e outros,2008a,
(MEMORI, 2010–13). Em contraste, a técnica do cupom está 2008b).
bem estabelecida para materiais metálicos. De acordo com Este artigo fornece uma descrição da técnica, resultados
os padrões atuais, um cupom de metal precisa ficar exposto de testes de laboratório sobre sua reprodutibilidade,
por 30 dias (ANSI/ISA-71.04-1985, 1986) ou por um ano (ISO sensibilidade e precisão e vários exemplos de aplicações em
11844-1, 2006; ISO 9223, 2012) em um determinado instituições de patrimônio cultural.
ambiente. O impacto do meio ambiente na degradação do
metal é avaliado em laboratório especializado com base na Sistema de monitoramento de corrosão
perda de massa, ganho de massa ou redução coulométrica o AirCorr™O sistema de monitoramento inclui quatro
dos produtos de corrosão. O procedimento de perda de partes principais: um registrador eletrônico para
massa é usado para a avaliação da corrosividade externa, medição e registro de ER, um sensor de metal que
enquanto o ganho de massa é medido geralmente em realmente sofre corrosão no ambiente, uma interface de
cupons expostos em ambientes fechados. A redução comunicação entre o registrador e o computador e um
coulométrica de produtos de corrosão é mais exigente em programa de software para interpretação da medição.
relação ao equipamento e à experiência, mas pode fornecer O conceito do dispositivo de medição é simples e
uma indicação da natureza da poluição, além da taxa de altamente eficaz: a unidade eletrônica mede e registra a
degradação do metal. mudança ao longo do tempo do ER de uma fina trilha de
No entanto, nenhuma das técnicas de cupom pode ser metal aplicada sobre um substrato isolante. Um desenho
considerada em tempo real. Dentro do período de exposição, esquemático do sensor é mostrado na Fig. 1. A largura
objetos valiosos podem se deteriorar ainda mais se o ar estiver da pista de medição é de 1 a 2 mm, dependendo do tipo
contaminado. Assim, existe uma grande necessidade de uma de sensor, e o comprimento é superior a 100 mm. Essa
ferramenta que permita aos profissionais do patrimônio cultural geometria garante alta sensibilidade a mudanças no ER
avaliar a corrosividade do ar em tempo real. Como museus ao ar devido à corrosão do metal.
livre, artefatos de atividades industriais e até fábricas inteiras Em contraste com os designs tradicionais descritos, por
são atualmente reconhecidos como partes importantes do exemplo, por Sjögren e Le Bozec (2004), as partes de
patrimônio cultural, a necessidade de monitoramento da detecção e referência dos sensores são conectadas por uma
corrosão atmosférica não se limita a condições internas com ponte em forma de H. A borda do revestimento protetor
controle de qualidade do ar, mas também deve estar disponível
para ambientes externos.
Considerando que existe uma gama relativamente ampla
de produtos para monitoramento de corrosão em meio
aquoso, a disponibilidade de meios para monitoramento de
corrosão em tempo real na atmosfera é limitada. Assim, foi
desenvolvido um registrador eletrônico que permite a
medição contínua da taxa de corrosão de metais
selecionados no ar.
A técnica de resistência elétrica (ER) foi selecionada
para medir a taxa de corrosão em projetos apoiados pela
Comissão Europeia (CORRLOG, 2005–08; MUSECORR,
2009–12). A técnica é descrita, por exemplo, no padrão
ASTM G96 (2008). O princípio do método é que o ER de
um elemento de medição feito do material de interesse
aumenta à medida que sua área de seção transversal
efetiva diminui devido à corrosão. Na prática, dois desses
elementos são construídos em uma sonda. Um elemento
é exposto ao ambiente corrosivo e corrói, enquanto o
outro elemento é blindado e, portanto, protegido da
corrosão. As resistências de ambos os elementos são
medidas ao mesmo tempo e as mudanças de
resistividade devido à variação Figura 1 Desenho esquemático do sensor de corrosão.

118 Estudos em Conservação 2013 VOL.58 NÃO.2

 Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno

passa aproximadamente pelo meio da ponte. Assim, a Tabela 1 Tipos e espessuras de sensores de corrosão para
ambientes específicos
borda do revestimento protetor não faz parte nem da
trilha de detecção nem de referência e a ponte serve Interior, Interior, Ar livre, Ar livre,
apenas como um condutor para a passagem da corrente Alto grande Alto grande

Material sensibilidade vida sensibilidade vida

de teste. A parte de medição da pista é colocada a uma
distância segura da borda do revestimento. Este projeto Cobre 50 nm 500 milhas náuticas 5 μm 12 μm
resolve um problema comum das sondas ER, que é a Prata 50 nm 500 milhas náuticas −
Liderar 400 milhas náuticas 25 μm
corrosão da trilha metálica na interface entre as peças de Ferro/aço 800 milhas náuticas 25 μm 250 μm
detecção e referência sob o revestimento protetor, o que Zinco − 25 μm 50 μm
Alumínio − 14 μm
pode levar a leituras errôneas (Kourile outros,nd-b). Um
Lata − 10 μm
pedido de patente foi arquivado para proteger esta Bronze 400 milhas náuticas 5 μm
solução única. Latão − 10 μm

A sensibilidade e a vida útil dos sensores dependem

da espessura da trilha metálica: quanto menor a
Os materiais e espessuras do sensor estão listados na
espessura, maior a sensibilidade. Por outro lado, uma
Tabela 1. Fotografias de vários tipos de sensores de película
espessura baixa leva a uma vida útil mais curta. A vida
fina e espessa são mostradas na Fig. 2.
útil pode ser avaliada como o tempo para consumir
As alterações no ER são registradas por registradores
metade da espessura da via. Portanto, sensores com
eletrônicos precisos. Três versões de registradores AirCorr
diferentes espessuras de trilha estão disponíveis para
foram desenvolvidas para aplicações específicas, como visto
aplicações em diferentes ambientes.
na Fig. 3. As versões básicas do registrador eletrônico, I e O,
Assumindo que a condutividade elétrica da trilha é
são acondicionadas em uma pequena caixa estanque de
proporcional à espessura restante da trilha de metal e
policarbonato medindo 100×65×37 mm com estanqueidade
assumindo que os produtos de corrosão não
IP 65. Para a versão interna, I, a tampa do registrador é
contribuem para a condutividade, a profundidade de
fornecida com um conector para que o sensor possa ser
corrosão do sensor metálico, Δh,pode ser calculado
facilmente substituído quando necessário. A versão O para
pela equação
aplicações externas em ambientes altamente corrosivos

( ) possui um sensor conectado protegido por um robusto

R ref,início R ref (1) fundição de uretano. A tampa pode ser substituída quando o
Δh = h ref,inícioRdetecta, inicializa −
Rsente sensor estiver no fim de sua vida útil. Os dispositivos
estão equipados com um LED que sinaliza quando a
unidade está ligada. A versão I Plus também foi
Ondehref,inícioé a espessura inicial da trilha metálica de
projetada para uso interno e pode medir a corrosividade
referência, que é considerada igual à trilha sensora
do ar em dois sensores de metais idênticos ou
no início da exposição,Rsentee Rrefsão as resistências
diferentes. Além disso, a temperatura e a umidade
do sensor e faixas de referência no momento da
relativa são registradas. A corrosividade atual e os
medição, eRdetecta, inicializae Rref,iníciosão as resistências
parâmetros climáticos podem ser lidos em um display
iniciais do sensor e as trilhas de referência (Proseke
LCD integrado. A cadência da medição pode ser ajustada
outros,2011b). O cálculo é baseado nos ERs medidos
de minutos, horas e até dias, se necessário, para
como uma diferença de potencial ao longo do
combinar a sensibilidade da medição com a taxa de
caminho através do qual passam as correntes
corrosão prevista.
definidas. Como a fórmula usa proporções das
Os dados coletados e armazenados podem ser baixados por
resistências, a profundidade de corrosão calculada
um leitor de dados indutivo sem contato, mesmo através do
não é afetada pelas variações de temperatura. A
vidro da vitrine. Uma unidade de acesso GPRS/GSM é opcional e
equação foi alterada em relação à anterior para ser
permite acesso remoto a dados e controle com
válida durante toda a vida útil do sensor (Proseke
outros,2008a).
Para uso interno, a proteção da pista de referência contra
corrosão é fornecida por uma fita adesiva orgânica revestida
com uma camada de barreira de difusão inorgânica. O
revestimento é transparente para evitar o aquecimento
diferencial das pistas. Na prática, a taxa de aquecimento ou
resfriamento da parte protegida é um pouco diferente
daquela da parte do sensor e picos de curto prazo no
registro de profundidade de corrosão são observados
durante as mudanças de temperatura. Os picos podem ser
filtrados pelo software fornecido com o registrador. Figura 2 Fotografias de sensores de corrosão selecionados.

Estudos em Conservação 2013 VOL.58 NÃO.2 119

Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno

Figura 3 Três versões de registradores de corrosão.

envio de dados por e-mail. Os madeireiros são projetados para demonstra a extrema sensibilidade da técnica e a
serem autônomos por cinco anos. A própria bateria também é capacidade de avaliar a corrosividade do ar em
substituível. Os registradores são totalmente independentes de apenas algumas horas.
qualquer fonte de alimentação, qualquer controle externo e,
portanto, podem ser colocados em qualquer lugar. Foi
desenvolvido um software de fácil utilização que permite uma
rápida interpretação dos resultados e incorpora padrões e
recomendações existentes e propostos. Mais informações estão
disponíveis em outro lugar (MUSECORR, 2009–12).

Testando em laboratório "ou" Teste experimental

Sensibilidade de medição
A sensibilidade dos sensores de película fina desenvolvidos
para locais internos levemente poluídos foi testada no ar
durante um ciclo que compreende mudanças de umidade
relativa de 30 a 85% e mudanças de temperatura de 20 a
30°C. Um exemplo de tal medição é dado para um sensor de
cobre com espessura de trilha de metal de 500 nm na Fig. 4.
O sensor foi inicialmente exposto ao ar em temperatura
ambiente e uma baixa umidade relativa de cerca de 33%. Em
seguida, foi transferido para uma câmara climática com
temperatura controlada e umidade relativa de 20°C e 85%.
Finalmente, a temperatura foi aumentada para 30°C. Como
visto na Fig. 4a, as mudanças na corrosividade do ar foram
observadas em alguns minutos. A Fig. 4b mostra curvas
extrapoladas indicando que a taxa de corrosão do cobre
aumentou de 0. 3 milhas náuticas por mês em ar seco a 2
milhas náuticas por mês em ar úmido a 20°C e
posteriormente a 7 milhas náuticas por mês na temperatura
elevada de 30°C. As taxas correspondem às classificações de
corrosividade de IC 1 – muito baixa, IC 2 – baixa e IC 3 –
média, respectivamente, de acordo com a ISO 11844-1. A
classificação é apenas indicativa, pois o padrão exige uma
exposição de um ano em um determinado ambiente e os Figura 4 Medição da profundidade de corrosão no ar usando um
dados tiveram que ser amplamente extrapolados. De sensor Cu-500 nm (a) e partes estabilizadas extrapoladas da curva
qualquer forma, o experimento de profundidade de corrosão (b).

120 Estudos em Conservação 2013 VOL.58 NÃO.2

 Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno

A profundidade de corrosão Δhpode ser recalculado para a profundidade é um valor médio baseado em suposições de modelo
acúmulo de corrosãob (espessura da camada de produtos de simplificado. Mudanças aparentemente muito pequenas nos valores
corrosão) usando a equação de profundidade de corrosão em sub-Ångström (<10−10m) nível pode
ser calculado usando a equação (1), mas estes
ρMcΔh (2) não têm um significado físico direto. Tais mudanças
b=
ρCP em vez disso, pode ser associado à oxidação de uma porção
de uma camada atômica. A corrosão localizada, por
onde ρMé a densidade do metal (8,9 g cm−3para cobre),cé
exemplo, nos contornos de grão, obviamente influenciaria
uma razão entre a massa de produtos de corrosão
fortemente o ER de uma trilha metálica fina. No entanto, o
formados e a massa de metal corroído (1,5 para cobre)
modelo simples provou ser bem-sucedido.
(ISO 11844-1), e ρCPé a densidade dos produtos de
Esta sensibilidade foi de pelo menos 1/1000 da espessura
corrosão (6,0 g cm−3para óxido cuproso, Cu2O) (Campbell
inicial da trilha de metal variando abaixo de 0,1 nm (<10−10m,
& Thomas, 1939). Detalhes sobre a construção da
<1 Å) para sensores desenvolvidos para ambientes internos
fórmula e suas limitações são descritos por Dubus e
de baixa corrosão até 200 nm para o robusto sensor de aço
Prosek (2012). A corrosividade pode ser classificada com
de 250 μm projetado para aplicações externas altamente
base no acúmulo de corrosão sob todas as condições
corrosivas. A sensibilidade sub-Ångström (<0,1 nm) dos
como nível G1 – leve usando ANSI/ISA-71.04-1985 (1986).
sensores de película fina é bem aparente nas gravações
De acordo com a classificação de corrosividade de
mostradas nas Figs. 4a e 5.
ambientes internos desenvolvida por Sacchi e Muller
(2005), em particular para museus e arquivos, os dois
Reprodutibilidade e precisão da medição
primeiros ambientes podem ser classificados como S1,
Uma série de experimentos foram realizados em ar com
extremamente puros e o último como S2, puros.
temperatura controlada, umidade relativa e concentrações
Um registrador com um sensor de prata de 50 nm de
de ácidos carboxílicos. Ácido fórmico e ácido acético foram
espessura foi exposto a uma câmara climática com ar
liberados para alimentar o ar em concentrações de várias
mantido a uma temperatura constante de 25°C e
dezenas a cerca de 3.000 ppb. Os experimentos foram
umidade relativa cíclica. Começou com 80% UR, depois
parcialmente relatados anteriormente (Proseke outros,
caiu para 40% e aumentou novamente para 60 e 80% UR.
2011a, 2011b; Kourie outros,ndb) e um artigo com mais
Dois desses ciclos foram realizados a cada dia. Registros
resultados foi submetido para publicação pela Prosek e
de UR e profundidade de corrosão são plotados na Fig. 5.
outros (nd). Em cada experimento, três registradores
A 40% UR, a taxa de corrosão foi insignificante. Taxas de
paralelos com sensores idênticos foram expostos para
corrosão de cerca de 50 e 130 nm por ano foram
avaliar a reprodutibilidade da medição. As profundidades de
registradas em 60 e 80% UR, o que corresponde às
corrosão medidas com desvios padrão são mostradas na
classificações IC 2 – baixo e IC 3 – médio pela ISO
Fig. 6. Com exceção dos sensores Fe-800 nm em ar com
11844-1 (2006). O sistema de classificação de Sacchi e
ácido fórmico, a reprodutibilidade foi melhor do que±20%. A
Muller (2005) marca os respectivos ambientes como S2,
grande dispersão para sensores paralelos de Fe-800 nm foi
puro e S3, limpo. A gravação mostra boa
devido à corrosão não uniforme.
reprodutibilidade da resposta do sensor em vários ciclos.
Devido à alta sensibilidade da configuração, não
A sensibilidade do dispositivo de medição em relação à
foi possível comparar os resultados com os obtidos
corrosão pode ser definida como a massa mínima de metal
por técnicas tradicionais após medições em
corroído necessária para uma resposta confiável da medição
atmosferas de baixa corrosão. Para se ter uma
ER. Para um filme de metal com espessura constante, a
ideia da precisão da técnica, filmes espessos
extensão da corrosão pode ser representada como uma
profundidade de corrosão assumindo uma diminuição
homogênea da espessura do metal. Tal corrosão calculada

Figura 6 Medições de profundidade de corrosão para diferentes

sensores em ar a 20°C contendo ácido acético (AA) e ácido fórmico
Figura 5 Registro da profundidade de corrosão do sensor Ag-50 nm (FA) com barras de erro mostrando o desvio padrão; as condições de
durante o ciclo de umidade no ar a 25°C. exposição diferiram para cada tipo de sensor.

Estudos em Conservação 2013 VOL.58 NÃO.2 121

Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno
sensores para aplicações externas foram testados em dois testes
acelerados. O teste ECC1 de acordo com a norma Renault D17
2028 (2006) é um teste cíclico úmido/seco realizado a uma
temperatura constante de 35°C e compreende a pulverização
das amostras com uma solução de 1% em peso de NaCl a pH 4
por 30 minutos todos os dias. O segundo teste, que segue a
norma EN ISO 3231 (1997), é executado a 40°C e 100% UR em ar
com 500 ml de SO2gerado em uma câmara de 300 l. Sensores
selecionados foram expostos aos testes juntamente com os
respectivos cupons de metal. Ao final da exposição, foi avaliada
a perda de peso dos cupons seguindo a norma ISO 8407 (2009).
Os resultados da perda de peso foram recalculados para
profundidades de corrosão assumindo que a corrosão era
uniforme. Como visto na Fig. 7, a reprodutibilidade foi ainda
maior do que para os sensores de filme fino e uma boa
correlação entre as profundidades de corrosão medidas pelos
sensores ER e os cupons de metal foi obtida na maioria dos
casos. Os sensores Cu-9 μm forneceram profundidades de
corrosão significativamente maiores do que os cupons e um
sensor aprimorado com uma espessura maior, Cu-12 μm, teve
que ser desenvolvido como substituto.
Aplicabilidade
Conforme mostrado na Fig. 7, a profundidade de corrosão
medida pelos sensores ER é geralmente um pouco maior do que
a obtida pela técnica do cupom. Isso não é surpreendente, uma
vez que a técnica ER fornece, por natureza, a máxima
profundidade de ataque, enquanto a técnica do cupom fornece
uma profundidade média de corrosão. Por exemplo, o sensor
Zn-50 μm exposto ao SO2teste mostrou profundidade de
corrosão duas vezes maior do que os cupons. O exame da seção
transversal revelou que a diferença na profundidade de
corrosão medida era devida à não uniformidade da corrosão.
Cobre e prata, que são freqüentemente usados para avaliação
da corrosividade do ar, corroem uniformemente em condições
atmosféricas, exceto em alguns ambientes específicos. Ferro e
aço
Figura 7 Comparação da profundidade de corrosão medida usando
Sensores AirCorr e cupons metálicos em teste cíclico acelerado
compreendendo pulverização de amostra com NaCl (ECC1) e em ar
contendo SO2(SO2); a duração da exposição diferiu para cada tipo de
sensor.
122 Estudos em Conservação 2013 VOL.58
tendem a ativar localmente (pit) durante os estágios iniciais
de exposição atmosférica, mas o ataque a longo prazo é
bastante uniforme, especialmente em ambientes mais
corrosivos. Exceto em casos específicos, a aplicabilidade da
técnica ER é, portanto, limitada a condições em que a
corrosão de um determinado material ocorre de maneira
predominantemente uniforme.
Em menor grau, as leituras dos sensores também podem
ser afetadas pelo efeito de borda, ou seja, o fato de que a
área da seção transversal diminui também nas laterais da
via, o que é praticamente desprezível no caso de painéis
metálicos. Um pequeno erro sistemático também pode ser
introduzido pela co-condução da corrente de medição por
produtos de corrosão e eletrólito aquoso adsorvido. No
entanto, a condutividade de um metal é geralmente
significativamente maior do que qualquer produto de
corrosão ou uma camada de eletrólito de água. Os dados
apresentados na Fig. 7 confirmam uma boa correlação entre
os resultados do cupom tradicional e a técnica ER.
Tendo em vista a aplicação da técnica ER na esfera do patrimônio cultural, é necessário
mencionar que as propriedades de corrosão dos sensores não reproduzem diretamente o
comportamento dos materiais históricos. Objetos históricos foram produzidos por diferentes
tecnologias, muitas vezes contêm oligoelementos e têm camadas superficiais que podem ter
sido modificadas pela exposição prolongada a ambientes específicos ou tratamentos de
conservação. Além disso, as propriedades de corrosão de materiais a granel geralmente não são
idênticas às de finas camadas de metal. Todos esses fatores realmente afetam o desempenho da
corrosão. Deve-se ressaltar que a presente técnica não foi desenvolvida para simular com
precisão as propriedades de corrosão de materiais históricos, mas sim para fornecer
informações muito rápidas sobre a corrosividade do ar atual. Qualquer que seja a condição e a
composição exata de um objeto de interesse, ele merece ser exposto ou armazenado em um
ambiente apropriado com o nível correto de corrosividade. A tecnologia ER fornece aos
profissionais de patrimônio cultural uma ferramenta para avaliar a qualidade do ar rapidamente
e tomar contramedidas imediatas, se necessário. Os resultados das medições de ER podem ser
interpretados de acordo com as normas e recomendações disponíveis (ANSI/ ISA-71.04-1985,
1986; Sacchi & Muller, 2005; ISO 11844-1, 2006; ISO 9223, 2012) que estão integradas no
software fornecido. A tecnologia ER fornece aos profissionais de patrimônio cultural uma
ferramenta para avaliar a qualidade do ar rapidamente e tomar contramedidas imediatas, se
necessário. Os resultados das medições de ER podem ser interpretados de acordo com as
normas e recomendações disponíveis (ANSI/ ISA-71.04-1985, 1986; Sacchi & Muller, 2005; ISO
11844-1, 2006; ISO 9223, 2012) que estão integradas no software fornecido. A tecnologia ER
fornece aos profissionais de patrimônio cultural uma ferramenta para avaliar a qualidade do ar
rapidamente e tomar contramedidas imediatas, se necessário. Os resultados das medições de ER
podem ser interpretados de acordo com as normas e recomendações disponíveis (ANSI/
ISA-71.04-1985, 1986; Sacchi & Muller, 2005; ISO 11844-1, 2006; ISO 9223, 2012) que estão
integradas no software fornecido.
Testes em ambientes reais
Introdução
Em 2011 e 2012, um grande programa de testes com usuários
finais foi realizado para avaliar o desempenho do sistema de
monitoramento AirCorr em ambientes reais e obter feedback
para o último estágio de desenvolvimento. Mais de 25
madeireiros com vários sensores foram distribuídos para
conservadores e outros patrimônios culturais
NÃO.2

profissionais de todo o mundo. Os seguintes parceiros
participaram do programa de testes: Museu Nacional Suíço
(Schweizerisches Nationalmuseum); Centro de Pesquisa e
Restauração dos Museus da França (Centre de Recherche et
de Restauration des Musées de France); Museu Nacional da
Dinamarca (Nationalmuseet); Herança Inglesa, Reino Unido;
Biblioteca Nacional da Suíça (Schweizerische
Nationalbibliothek NB); Museu de História da Arte
(Kunsthistorisches Museum), Áustria; Memorial de Guerra
Australiano; St Fagans: Museu de História Nacional, País de
Gales, Reino Unido; A Biblioteca Real (Det Kongelige
Bibliotek), Dinamarca; Arquivo Nacional Tcheco (Národní
archiv), República Tcheca; e The Mariners' Museum, EUA. Os
madeireiros foram usados para avaliar instalações de
armazenamento antigas e novas, para estudar os efeitos de
fatores supostamente corrosivos na corrosividade do ar, em
estudos comparativos de vitrines, para classificação de locais
e instituições, para resolução de problemas e em estudos
fundamentais sobre técnicas de conservação ideais. Vários
exemplos de aplicações são dados abaixo.
Empréstimo de tapeçaria
Uma tapeçaria histórica única com fios de cobre da coleção
do Museu do Louvre foi emprestada a duas galerias no
Japão. Um registrador equipado com um sensor Cu-500 nm
o acompanhou em sua jornada para monitorar a qualidade
do ar ao redor da tapeçaria. A gravação plotada na Fig. 8
revela que, embora a umidade relativa e a temperatura
tenham sido mantidas próximas aos níveis desejados, a
corrosividade do ar variou com o tempo. Embalagem,
transporte para o Japão em uma caixa, exibição em
Figura 8 Profundidade, temperatura e umidade relativa da corrosão durante o transporte e exposição de uma tapeçaria cedida pelo Museu do
Louvre.
Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno
A Galeria 1 e o transporte para a Galeria 2 foram
associados apenas a corrosão menor com a
profundidade de corrosão cumulativa em três meses
atingindo 1,8 nm. Porém, ao abrir a caixa de transporte e
expor a tapeçaria na Galeria 2, a corrosividade aumentou
significativamente. Durante a exibição de três meses na
Galeria 2, 8,5 nm de cobre corroeram e a taxa de
corrosão no primeiro mês foi de 7,6 nm por 30 dias.
Embora ainda corresponda ao IC 2 – classe de baixa
corrosividade de acordo com a ISO 11844-1 (2006), o
controle da qualidade do ar não foi ideal na Galeria 2. O
registro mostra que, além de uma maior flutuação na
umidade relativa, uma pequena quantidade de algum
poluente tinha que estar presente no ar para acelerar a
taxa de corrosão do cobre. Em particular, o aumento da
profundidade de corrosão a partir de 30/06 indica
deterioração da qualidade do ar.
Tais informações são, de fato, muito valiosas para futuras
decisões sobre empréstimos e medidas de conservação
exigidas das instituições parceiras.
Avaliação de um novo edifício de arquivo
A agressividade da corrosão da atmosfera dentro de um
edifício de vários andares feito de concreto armado, que
seria usado como arquivo para documentos em papel, foi
determinada usando sensores de prata e cobre. O concreto
do prédio foi derramado durante o inverno. Os andares
superiores foram concluídos em temperaturas abaixo de
zero, então um agente anticongelante contendo ureia foi
adicionado ao concreto. A uréia se decompõe lentamente no
concreto, liberando amônia para o meio ambiente. De fato,
o ar nos andares superiores tem um
Estudos em Conservação 2013 VOL.58 NÃO.2 123
Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno
odor típico de amônia. Acredita-se que a amônia no
ar não seja prejudicial aos documentos, mas pode ser
perigosa para as partes metálicas de objetos
armazenados de cobre ou latão. Uma temperatura
estável de 15°C e umidade relativa de 52% é mantida
no arquivo.
Um registrador AirCorr I Plus equipado com dois
sensores altamente sensíveis, prata 50 nm e cobre 50
nm, foi instalado no arquivo. Inicialmente, o madeireiro
foi colocado em um piso construído de concreto sem
ureia e sem odor de amônia. Em seguida, foi transferido
para um piso com forte odor de amônia. O objetivo era
testar o efeito de poluentes atmosféricos do tipo amônia
na corrosividade do ar. Durante a exposição na área sem
odor, a profundidade de corrosão medida de 2,1 nm
corresponde à taxa de corrosão de 27 nm por ano para o
sensor de prata, veja a Fig. 9. O período de teste não foi
longo o suficiente para classificar a corrosividade de
acordo com o padrão ISO 11844-1, mas a extrapolação
dos dados produz o IC 2 – classe de baixa corrosividade.
A taxa de corrosão identificada no mesmo local para o
cobre foi de 5 nm por ano (Δhde 0,4 nm) correspondendo
à classificação IC 1 – muito baixo. Depois de mover o
madeireiro para o chão com odor de amônia, a taxa de
corrosão da prata caiu para 16 nm por ano e
permaneceu constante durante todo o período de
exposição. No caso do cobre, a taxa de corrosão foi de 2
nm por ano e diminuiu lentamente.
Surpreendentemente, a corrosividade no piso com
odor de amônia foi menor do que em áreas não
poluídas. A superfície do cobre foi analisada por
espectroscopia de fotoelétrons de raios X (XPS) após a
exposição. O filme de produtos de corrosão continha
uma quantidade significativa (aprox. 50%) de cobre (II) e
nitrogênio ligado a um composto orgânico. Como a uréia
é conhecida por sua inibição da corrosão em relação ao
cobre, a adsorção da uréia da atmosfera na superfície
metálica pode ser a razão para a redução nas taxas de
corrosão do cobre e da prata durante a exposição no
andar superior. O estudo mostrou que
Figura 9 Registro da profundidade da corrosão da prata e do cobre em um
edifício de arquivo.
124 Estudos em Conservação 2013 VOL.58
as locações feitas com o concreto modificado com ureia
eram seguras para documentos com peças de cobre e
bronze, pelo menos a curto prazo. O efeito desse ambiente
específico em outros tipos de materiais armazenados e seu
efeito a longo prazo em materiais de cobre e ligas de cobre
estão sendo estudados.
Um registrador de microbalança de cristal de quartzo
(OnGuard 3000 da Purafil) foi exposto ao lado do registrador
AirCorr I Plus. Ele registrou um ganho de massa dos cristais
revestidos de cobre e prata. O acúmulo de corrosão após 38
dias foi de 1,6 e 0,9 nm para os sensores de prata e cobre,
respectivamente (Kourile outros,
nda). Quando os dados do AirCorr sobre profundidade
de corrosão são recalculados para acúmulo de corrosão
usando a equação (2), os resultados são 3,5 e 0,8 nm,
respectivamente. Para a prata, os seguintes valores
foram usados para o cálculo: ρM= 10,5 g cm−3,c =1.15
(ISO 11844-1, 2006) e ρCP(Ag2S) = 7,3 g cm−3(Campbell &
Thomas, 1939). O sulfeto de prata é dominante em
objetos de metal expostos a atmosferas internas (Sacchi
& Muller, 2005) e foi assumido como representando a
densidade de toda a camada de produtos de corrosão.
Embora o acúmulo na prata difira por um fator de 2, uma
classificação de corrosividade idêntica foi fornecida e as
medições estão em um acordo razoavelmente bom.
Monitoramento regular da qualidade do ar de instalações
internas
A Biblioteca Real Dinamarquesa considerou os registradores
AirCorr como um possível substituto para a amostragem
passiva, que é realizada regularmente em diferentes locais
dentro da instituição. O alto custo e a demora de pelo menos
dois meses entre a implantação dos amostradores e a devolução
dos resultados são considerados inconvenientes do método de
amostragem passiva.
Foi utilizado um sensor Ag-50 nm de prata. O
monitoramento foi realizado em três locais durante um total
de cinco meses. Tudo começou em uma pequena sala
contendo manuscritos com baixa troca de ar, Local 1. A
amostragem passiva mostrou concentrações elevadas de
ácidos acético e fórmico. O madeireiro foi então movido
para o armazenamento com filtragem de ar e controle
climático, Local 2. O ácido acético não foi detectado e a
concentração de ácido fórmico era muito baixa no segundo
local. Finalmente, o monitoramento foi realizado em um
centro de visitantes com baixos níveis de ácidos orgânicos,
mas poluição externa não desprezível na forma de SO2, NÃO
2, e O3, Localização 3. Dados cumulativos para o sensor de
prata junto com os resultados dos amostradores passivos
que o acompanham e o registro de umidade relativa são
mostrados na Fig. 10. A profundidade de corrosão da prata
medida nos primeiros 30 dias em cada um dos locais atingiu
2,0, 0,2 e 4,8 nm, respectivamente. As classificações de
qualidade do ar de acordo com a norma ISO 11844-1 (2006)
foram IC 2 – baixa, IC 1 – muito baixa,
NÃO.2

Figura 10 Profundidade de corrosão registrada no sensor Ag-50 nm
em três locais na Biblioteca Real Dinamarquesa; ND: não detectado.
e IC 2 – baixo. Seguindo a recomendação de Sacchi
e Muller (2005), a classe S1, extremamente pura, se
aplicaria às duas primeiras premissas e S2, pura, à
última.
O Local 2, com rígido controle de qualidade do ar, era
uma ordem de grandeza menos corrosivo do que o Local 1,
com níveis elevados de ácidos orgânicos. A maior
corrosividade foi encontrada no centro de visitantes
(Localização 3), que estava aberto ao ar externo contendo
poluentes urbanos típicos, incluindo dióxido de enxofre,
dióxido de nitrogênio e ozônio. Embora a prata não seja
particularmente sensível a esses compostos, os dois últimos
têm algum efeito sobre sua estabilidade à corrosão.
Estudo sobre o procedimento de limpeza ideal de
embutidos de latão
Os restauradores do Museu do Louvre buscavam o
procedimento de limpeza ideal para as incrustações de latão
gravadas em um valioso armário de madeira atribuído a
André-Charles Boulle, selecionado para uma importante
exposição. As gravações, feitas de latão de fase alfa
contendo 35% em peso de zinco, foram parcialmente
danificadas por limpezas anteriores. Cerca de 0,5 mm (500
μm) da espessura inicial dos inlays já havia sido removido e
os restauradores deveriam ter certeza de que qualquer
técnica utilizada para a limpeza seria a mais suave possível.
Estudos foram realizados usando o sistema AirCorr para
medir a redução na espessura do metal. Como os sensores
de latão estão disponíveis apenas com espessura de 10 μm,
o que não é extremamente sensível, um sensor de bronze
CuSn8–400 nm foi usado para as medições iniciais. Quatro
procedimentos de limpeza foram aplicados e as mudanças
na profundidade de corrosão do sensor foram monitoradas.
Além disso, medições de rugosidade e avaliação
microscópica foram realizadas para avaliar o resultado de
cada técnica de limpeza.
Os dados obtidos estão representados na Fig. 11. Vários
dos tratamentos resultaram em bons resultados com perda
de material limitada, incluindo a aplicação de uma cola
animal com citrato de triamónio (TAC), que também é
utilizada para restaurar a marchetaria e que resultou em
Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno
Figura 11 Limpeza de um sensor CuSn8-400 nm usando
diferentes técnicas.
uma aparência de superfície agradável; preto marfim, um
abrasivo muito suave; e micromesh 1200, um abrasivo à
base de corindo. As perdas de metal causadas por esses
procedimentos de limpeza estavam na faixa de 9 a 17 nm.
Por outro lado, o procedimento com trietanolamina (TEA) e
gel Pemulen levou a uma remoção de material
correspondente a 181 nm e, portanto, não pode ser
considerada uma técnica suave. A laca Roubo é uma resina à
base de Sandarac dissolvida em álcool, que leva o nome de
um marceneiro francês que escreveuA arte do carpinteiroem
1769. Foi aplicado e depois removido sem causar qualquer
degradação adicional do metal.
Como a composição do sensor aplicado era
diferente do latão dos inlays, os testes serão
repetidos com sensores CuZn37-10 μm. Embora a
composição e a microestrutura não sejam (e não
possam) ser idênticas às do material histórico e a
perda de material devido à limpeza provavelmente
seja um pouco diferente, acredita-se que os dados
obtidos permitem uma comparação dos vários
procedimentos de limpeza.
Classificação sistemática da qualidade do ar usando
sensores de cobre
O monitoramento da corrosão por dois tipos de
registradores ER, incluindo o AirCorr, foi usado para
avaliar a qualidade do ar em vários locais de patrimônio
cultural predominantemente fechados, com o objetivo
de responder a perguntas frequentes de conservadores
e curadores sobre a adequação das condições de
conservação em um determinado museu , vitrine ou
armazenamento. As mudanças na profundidade de
corrosão dos sensores de cobre Cu-500 nm foram
acompanhadas ao longo de um ano por medições
intermitentes ou monitoramento contínuo. Resultados
de estudos realizados em 20 museus, bibliotecas e
arquivos situados na França foram publicados por Dubus
e Prosek (2012). A maioria dos locais era aquecida (22
vitrines, oito salas de exposição, oito depósitos), mas em
sete locais o clima não era controlado.
Estudos em Conservação 2013 VOL.58 NÃO.2 125
Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno
Os dados obtidos sobre as profundidades de corrosão
dos sensores de cobre foram interpretados usando a
norma ISO 11844-1 (2006). 60% dos ambientes
apresentaram corrosividade muito baixa (IC 1) e 4%
altamente corrosivos (IC 4). A corrosividade foi baixa em
dois terços dos locais aquecidos. Em metade das
exposições permanentes, a corrosividade foi muito baixa
(IC 1); foi baixo (IC 2) ou médio (IC 3) para os demais. A
técnica ER mostrou-se uma ferramenta muito eficiente
para avaliar as condições de conservação em arquivos,
bibliotecas e museus. Permitiu a comparação das
condições de conservação em determinados locais e a
avaliação de quaisquer contramedidas aplicadas. Uma
desvantagem do padrão atualmente disponível é a
necessidade de que a sonda fique exposta por um ano
inteiro em um determinado ambiente. Devido à alta
sensibilidade da medição de ER, resultados reprodutíveis
podem ser obtidos em um período mais curto. A
classificação ISO 11844-1 foi então comparada com a
diretriz de Sacchi e Muller (2005) baseada em exposições
de 30 dias. Na maioria dos casos, foi obtida uma boa
correlação com a ISO 11844-1, particularmente em
ambientes de baixa corrosão.
Classificação da qualidade do ar com sensores de chumbo
A qualidade do ar em ambientes internos pode ser
qualificada pela reatividade do cobre (ANSI/
ISA-71.04-1985); cobre e prata (Sacchi & Muller, 2005); ou
cobre, prata, aço carbono e zinco (ISO 11844-1).
Exposições paralelas de mais de um metal são realizadas
devido às diferentes sensibilidades de diferentes metais
à presença de poluentes específicos. Por exemplo, o aço
carbono é particularmente sensível ao cloreto, a prata ao
sulfeto de hidrogênio e o cobre ao dióxido de enxofre
(Leygraf & Graedel, 2000). No entanto, nenhum desses
metais é muito sensível aos ácidos carboxílicos que são
repetidamente relatados como importantes poluentes
em locais fechados em instituições de patrimônio
cultural interno, como vitrines e armários. Concentrações
de ácidos fórmico e acético liberadas de papéis de
embrulho e cartões contendo hemicelulose; objetos
expostos ou armazenados feitos de madeira, papel e
alguns plásticos; e os materiais de conservação e vitrine
podem variar de insignificantes a centenas ou mesmo
milhares de ppb (Brimblecombe, 1990; Gibsone outros,
1997; Ryhl-Svendsen & Glastrup, 2002; Godóie outros,
2005; Schiewecke outros, 2005; loupae outros,2007;
Chiavarie outros,2008; Gibson e Watt, 2010). Os ácidos
são prejudiciais para metais, materiais calcários e
possivelmente também para papel e alguns plásticos. O
chumbo é particularmente sensível à presença de
vapores de ácidos carboxílicos.
Devido à corrosão acelerada no ar poluído com ácido
fórmico e acético e ao número de objetos de chumbo em
museus, é interessante usar chumbo como um material de
detecção adicional. Infelizmente, nenhum padrão atual
126 Estudos em Conservação 2013 VOL.58
inclui chumbo. Pouco se sabe também sobre a cinética da
corrosão do chumbo em tais ambientes devido à baixa
sensibilidade das técnicas atualmente disponíveis. Os
sensores Pb-400 nm e Pb-25 μm desenvolvidos para os
registradores AirCorr fornecem uma oportunidade única de
adquirir conhecimentos valiosos sobre corrosão de chumbo
e estabelecer um sistema de classificação de corrosividade
do ar para este metal. Os sensores de chumbo foram
expostos em 15 locais dentro do programa de teste do
usuário final por 30 dias ou mais. Alguns dos locais foram
supostamente corrosivos para objetos de chumbo e outros
deveriam ser benignos. As profundidades de corrosão
registradas nos primeiros 30 dias de exposição variaram de
0,1 a 107 nm. Exemplos de duas medições consecutivas no
Australian War Memorial em uma vitrine onde as peças de
chumbo de um modelo de navio corroídas são dadas na Fig.
12. Taxas de corrosão de 90 e 104 nm por 30 dias foram
registradas. Embora o trabalho ainda esteja nos estágios
iniciais e muito mais dados de corrosão e suporte precisem
ser obtidos para estabelecer um sistema de classificação
para o chumbo, uma proposta preliminar dividindo as
atmosferas em quatro classes com base na profundidade de
corrosão do chumbo após 30 dias de exposição é delineada
na Tabela 2. É possível que seja necessária mais uma classe
para cobrir ambientes extremamente poluídos e corrosivos.
É interessante notar que qualquer classificação baseada
na exposição de cobre e prata é irrelevante para objetos de
chumbo. Vários dos experimentos conduzidos com chumbo
foram acompanhados pela exposição paralela de sensores
de prata e/ou cobre. Mesmo em condições onde a taxa de
corrosão do chumbo atingia mais de 10 nm por 30 dias, ou
seja, classe L 3 conforme proposto na Tabela 2, IC 1 – muito
baixo ou IC 2 – classes baixas foram obtidas para prata e
cobre.
Ambiente altamente corrosivo em uma fábrica de papel
Para além da esfera do património cultural, o sistema de monitorização foi
testado em locais seleccionados de elevada exigência
Figura 12 Profundidades de corrosão medidas usando dois sensores
de Pb-400 nm em uma vitrine do Australian War Memorial, na qual
peças de chumbo em um modelo de navio corroeram.
NÃO.2

Tabela 2 Proposta preliminar para classificação da corrosividade do ar para chumbo
taxa de corrosão
Classe (nm por 30 dias)
L 1 - puro <3
L 2 – limpo <10
L 3 – contaminado <50
L 4 – poluído ≥50
ambientes de forma a comprovar a sua robustez. Como
exemplo, os resultados de uma aplicação em um prédio
de prensa de lodo de uma fábrica de celulose e papel
localizada no sul dos EUA são mostrados na Fig. 13. Os
principais fatores corrosivos são uma alta concentração
de 100–130 ppb (140–180 μg m−3) de H2S, alta umidade e
deposição de aerossol quimicamente ativo. Durante os
primeiros sete dias de exposição, 340 nm de um sensor
Cu-500 nm e 143 nm de um sensor Ag-500 nm
corroeram, correspondendo (após extrapolação linear) a
taxas de corrosão de 19 e 8 μm por ano e acúmulos de
corrosão de 3400 e 1100 nm por 30 dias,
respectivamente. Tal corrosividade está fora da escala do
padrão ISO 11844-1 e na classe mais corrosiva de acordo
com outras normas e recomendações.
A curva na Fig. 13 mostra a alta reatividade do sensor. A
taxa de corrosão real correspondeu a mudanças na UR.
Quando a UR ultrapassou 80%, a taxa de corrosão
aumentou significativamente. A taxa de corrosão foi a mais
baixa em um período em que a UR era de cerca de 50-60%
(0,3 nm por hora). Ele aumentou acima de 1,5 nm por hora
quando a UR estava acima de 80% e atingiu um máximo de
3,7 nm por hora quando a UR excedeu 90%.
Conclusões
A tecnologia desenvolvida provou fornecer extrema
sensibilidade em um sub-Ångström (<10−10m), ou seja, nível
atômico que permite o monitoramento da corrosão em tempo
real, mesmo em instalações de patrimônio cultural interno com
baixa corrosão. Devido aos tempos de resposta curtos, imediato
Figura 13 Profundidade de corrosão em um sensor Cu-500 nm e umidade
relativa em uma sala de lodo em uma fábrica de papel; linhas horizontais
indicam níveis de UR de 80 e 90%; os números pela curva de
profundidade de corrosão dão a taxa de corrosão no segmento dado em
nm por hora.
Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno
Lead visual
corrosão ácidos carboxílicos
Não observável De insignificante a baixo (ppb a dezenas de ppb)
Baixo
Visível Elevado (100 ppb ou superior)
Alto
contramedidas podem ser aplicadas em caso de aumento da
corrosividade atmosférica.
Foi demonstrado que a técnica é reprodutível com o
desvio padrão para medições paralelas em ±20% ou menos
para metais corroídos uniformemente em um determinado
ambiente. Uma vez que a resposta corresponde à redução
máxima da seção transversal e, portanto, próxima à
profundidade máxima de ataque de corrosão, a
profundidade de corrosão resultante é geralmente um
pouco maior do que a encontrada por métodos de medição
da profundidade média de corrosão.
Um amplo programa de testes foi realizado em museus,
arquivos, bibliotecas e outras instituições parceiras para
demonstrar o potencial do monitoramento de reatividade em
tempo real pela técnica de ER. Os registradores AirCorr foram
aplicados com sucesso para a caracterização do controle de
qualidade do ar em locais fechados, durante o transporte e em
exposições temporárias; avaliação de novos edifícios e
instalações de armazenamento; e estudos fundamentais de
conservação ideal e procedimentos de armazenamento.
Sensores exclusivos feitos de chumbo e alguns materiais de liga
podem fornecer informações úteis sobre a corrosão desses
materiais que eram difíceis ou mesmo impossíveis de adquirir
anteriormente. É proposto um primeiro esboço de um sistema
de classificação para chumbo, que é particularmente sensível à
presença de ácidos carboxílicos.
Acredita-se que a técnica tenha um grande potencial como
método independente de monitoramento da qualidade do ar em
instalações de exposição e armazenamento de objetos valiosos do
patrimônio cultural.
Reconhecimentos
Agradecemos o apoio financeiro da Comissão Europeia
ao abrigo do Sétimo Programa-Quadro, contrato número
226539. A todos os membros da equipa do projeto
agradecemos os seus contributos. Gostaríamos de
agradecer especialmente aos profissionais do museu
que concordaram em participar do programa de teste do
usuário final. Barbara Reeve e George Bailey do The
Australian War Memorial; Frédéric Leblanc, Marc
Aucouturier e Marc-André Paulin do Centre de Recherche
et de Restauration des Musées de France; Birgit Vinther
Hansen da Biblioteca Real da Dinamarca; Jim Huza da Full
Circle Protection; e Richard N. Cowles, da International
Paper, agradecemos por gentilmente concordar em usar
os dados obtidos em seus estudos.
Estudos em Conservação 2013 VOL.58 NÃO.2 127
Proseke outros Monitoramento em tempo real da corrosividade do ar interno
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