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FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA

Licenciatura em Sociologia

2ºAno/ Pós-Laboral / 2º Semestre

Pobreza e Riqueza em Inglaterra

Discente: Docente: Dr. Orlando Nipassa

Alda Rosa Orlando Lima Maposse

Maputo, Março de 2021

Índice
1. Introdução....................................................................................................................................2

2. Discussão em torno do conceito da pobreza................................................................................3

3. Factores que contribuem para pobreza e riqueza.........................................................................4

5. Relação entre a pobreza e riqueza na Inglaterra..........................................................................5

Conclusões.......................................................................................................................................7

Referências Bibliográficas...............................................................................................................8

1. Introdução

Historicamente, a pobreza não foi estudada como um fato por si só, isolado do seu contexto
histórico e social. Ao contrário, ela é tratada ao longo de uma reflexão teórica sobre o modo de
produção da sociedade. Este estudo, tem como principal objectivo estudar os determinantes da
pobreza e riqueza, permitem clarificar e aprofundar a noção de bem-estar de Inglaterra, interna e
externamente em comparação com outros países.
De acordo com dados recentemente publicados, a Inglaterra tem uma taxa de pobreza em torno
9,1% comparando com outros países como os EUA 4.1%, o Japão 4,7% e a zona do euro. No
caso de Moçambique apresenta uma taxa estimada a 22.4% Castelo-Branco (2018) 1. Caracterizar
a sociedade inglesa permite encontrar soluções cada vez mais eficientes para a pobreza e riqueza
em Inglaterra, permitindo assim uma melhoria do bem-estar da população e incentivando ao
desenvolvimento económico do país.
No que concerne aos objectivos destes trabalhos temos os seguintes. Como geral, buscamos
analisar os níveis de pobreza e riqueza em Inglaterra. Especificamente, procuramos Sistematizar
na literatura consultada referentes teóricos que fundamentam sobre a pobreza e riqueza,
identificar os factores contribuem para pobreza e riqueza em Inglaterra,
Quanto a metodológicos, podemos afirmar que todo o trabalho científico desenvolvido seja no
plano teórico, seja no plano empírico carece de caminhos e ferramentas a partir dos quais é
desenvolvido de modo a alcançar os objectivos definidos. Para a realização deste ensaio temos
como método básico o qualitativo, visto que, a discussão desenvolvida tem como base o
conteúdo de trabalhos desenvolvido, que é relacionado com o contexto actual no qual se
encontram os conceitos de pobreza e riqueza, o que implica a análise de conteúdo. Para a recolha
dos dados recorremos ao levantamento bibliográfico. De acordo com Severino (2002), a técnica
bibliográfica consiste na obtenção de informações sobre livros, artigos científicos e de mais
trabalhos existentes sobre um determinado assunto, dentro da área de saber de interesse do
investigador.
Estruturamos o trabalho da seguinte maneira, numa primeira fase, foram seleccionados um
conjunto de estudos realizados em torno da pobreza e riqueza em diferentes contextos; numa
segunda fase os estudos foram triados que mostraram-se relevantes para a discussão que
levantamos; na fase seguinte analisamos conteúdo de cada obra colocando-os em discussão e
tomando posição crítica dos argumentos que melhor auxiliam na defesa do argumento que
defendemos neste trabalho, resolução dos objectivos pré-definidos.

1
Castel-Branco, C.N. (2018). Moçambique: Perspectiva económicas. IESE, Maputo.
2. Discussão em torno do conceito da pobreza

Na perspectiva de Blackwood e Lynch (1994), pobreza e desigualdade do rendimento são


conceitos de difícil definição e medição, existindo por isso mesmo inúmeras definições e
medidas parta ambos termos. Sen (1999), define a pobreza como ausência de condições mínimas
seja eles materiais e não materiais para a sobrevivência da espécie humana. Ou seja, a pobreza
como sendo a privação relativas das liberdades substantivas dos indivíduos têm de exercer
qualquer actividade em prol do seu benefício em que abrange os vários factores como, social,
económico, político etc,

Já para Giddens (2001), define a pobreza em duas dimensões: relativa e absoluta. A primeira se
refere a pobreza relativa tem relação directa com a desigualdade na distribuição de renda, ou
seja, é explicitada segundo o padrão de vida vigente na sociedade que define como pobres as
pessoas situadas na camada inferior da distribuição de renda, quando comparadas àquelas melhor
posicionadas. O conceito de pobreza relativa é descrito como aquela situação em que o
indivíduo, quando comparado a outros, tem menos de algum atributo desejado, seja renda, sejam
condições favoráveis de emprego ou poder.

A segunda dá enfoque absoluto na conceptuação da pobreza se observa quando da fixação de


padrões para o nível mínimo ou suficiente de necessidades, conhecido como linha ou limite da
pobreza, determinando a percentagem da população que se encontra abaixo desse nível. Esse
padrão de vida mínimo, apresentado sob diferentes aspectos, sejam nutricionais, de moradia ou
de vestuário, é normalmente avaliado segundo preços relevantes, calculando a renda necessária
para custeá-los. Para o estabelecimento dos limites de pobreza utilizam-se diferentes enfoques,
quer sejam o biológico, o das necessidades básicas ou o dos salários mínimos.

Deste modo, podemos afirmar que a pobreza é uma realidade complexa, com várias dimensões a
serem analisadas, e generalizada, não só em termos de rendimento, como também de
desigualdade, termos sociais bem como a vertente material da pobreza (privação material).
3. Factores que contribuem para pobreza e riqueza

Para Landes (2005) em sua obra intitulada “ A Riqueza e a Pobreza das Nações ”, tinha como
objectivo principal em demostrar porque alguns países são ricos enquanto outros são pobres. De
forma geral, procurou explicar essas desigualdades através dos factores naturais e humanos. No
primeiro momento, toma em consideração que os factores naturais, contribuem positivamente, ou
negativamente no processo de formação, desenvolvimento ou empobrecimento das nações,
factores estes que podem ser de ordem geográfico, que é o clima, relevo, recursos minerais e
geológicos que estes bem explorados podem gerar riqueza, e mal explorado pode gerar conflitos
que por sua vez trazem pobreza.

Relativamente aos factores de ordem humana, concebe eles como sendo: politicas, económicas,
sociais, culturais, históricas, religiosas, psicológicas e demográficas, destes factores existem
aqueles que tem uma importância vital para catapultar o desenvolvimento, assim como o inverso
é valido. Ainda na sua exposição Landes da mais primazia a política e a religião como sendo
factores que bem gerido uma nação pode desenvolver. A demais, o autor afirma que sistema de
governação é importante para o desenvolvimento ou empobrecimento, tomando como exemplo o
caso da China.

A classificação dos factores que contribuem para a pobreza e riqueza propostos por Landes
(2005), é excludente na medida em que não faz menção dos meios econométricos, que pode
auxiliar no modelo explicativo dos seus determinantes. Neste sentido, Addison (2007), afirma
que o modelo econométrico, é tido como sendo uma estimação linear explicativo da pobreza
(sendo esta estabelecida como a percentagem da população abaixo da linha da pobreza, a 60% do
rendimento médio equivalente), apresentando como variáveis explicativas o PIB per capita real,
a percentagem da população infantil.

Neste sentido, podemos associarmos ao estudo de Rodrigues e Andrade (2019), que efectuaram
uma análise à pobreza na zona Euro, em Portugal entre 2017 e 2018 e concluíram que nas
sociedades da zona existe três grupos sociais vulneráveis à pobreza, sendo estes: famílias de pais
solteiros, famílias alargadas com crianças e os desempregados. Estes grupos têm níveis elevados
de incidência e intensidade de pobreza monetária e privação material. Para os autores, a situação
mais preocupante da sociedade portuguesa é a pobreza infantil
5. Relação entre a pobreza e riqueza na Inglaterra

Existe diferentes níveis de pobreza e riqueza, levam a situações de desigualdade, que podem
existir não só entre os mais carenciados e os mais ricos, como também dentro dos vários grupos
da sociedade. De uma maneira geral Inglaterra, é considerado um dos países europeus com níveis
de pobreza e riqueza mais elevados, sendo ainda referida a existência de situações de pobreza
crónica e persistente, mesmo apesar das melhorias existentes nos últimos anos.

Desta forma, diferentes níveis de pobreza e diferentes níveis de riqueza levam a situações de
elevadas desigualdades dentro da mesma sociedade. Por esta razão, não é importante apenas
medir a pobreza e analisa-la numa determinada sociedade, como também é necessário analisar o
nível da riqueza (e sua distribuição) na mesma.

Para trazer essa relação entre a pobreza e riqueza da Inglaterra, podemos olhar para o estudo de
Hoffmann (2000), que fez uma relação entre pobreza e riqueza na Alemanha, abordando as
principais medidas de pobreza e riqueza ilustrando a sua aplicabilidade e principais
características da distribuição de rendimento no país. Este autor não tentou relacionar a pobreza e
a riqueza num modelo econométrico, criando antes uma equação dos rendimentos das famílias
alemãs (isto é, um modelo econométrico que tem como variável dependente o rendimento). Em
termos práticos, este estudo apenas calcula as diferentes medidas de pobreza e pobreza para
Alemanha, para fornecer uma imagem da situação das famílias Alemãs.

De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2018 (Klugman, 2018), um


desenvolvimento desigual não é um desenvolvimento humano. Neste relatório, a pobreza e o
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) estão sistematicamente relacionados devido à noção
que países com um IDH elevado tendem a ser mais equitativos, sendo esta consistente com o
conceito de que ao reduzir a pobreza melhora-se um conjunto abrangente de resultados em
termos de saúde e educação, bem como de crescimento económico, ou seja, a riqueza.

Apesar de este relatório não procurar obter uma ligação directa entre pobreza e a riqueza, mostra
que quando prevalecem situações de pobreza, os níveis de riqueza também são afectados, pelo
que o desenvolvimento de um país tem de ter em conta não só a pobreza como a desigualdade e a
riqueza, optando por uma vertente mais humana do desenvolvimento.
Estes factores arrolados acima, ficam claros no estudo de Araar e Dulcos (2010) exploraram a
ligação entre pobreza e riqueza, através da análise do impacto na pobreza nas alterações de
desigualdade de rendimentos e ainda de alterações da riqueza entre e dentro de grupos. Deste
modo, os autores fornecem um instrumento que liga a pobreza e a riqueza de uma perspectiva
microeconómica: i) As elasticidades entre pobreza e riqueza podem depender em grande parte da
distribuição inicial dos rendimentos, sendo que estas elasticidades irão evoluir à medida que a
distribuição do rendimento também evolua; ii) O impacto na pobreza na alteração aprofundada
da desigualdade dentro dos grupos é superior ao impacto provocado por alterações na riqueza
entre grupos, sugerindo deste modo que as políticas criadas com o objectivo de diminuir a
desigualdade dentro dos grupos terá um maior impacto na pobreza do que políticas criadas para
diminuir a desigualdade entre grupos.

Portanto, uma relação negativa entre pobreza e riqueza pode ser encontrada em países com
rendimentos baixos, devido a falhas nas redistribuições de rendimento dos indivíduos com
rendimentos mais elevados para os indivíduos com rendimentos mais baixos19, induzindo assim
a uma redução da taxa de pobreza.
Conclusões

O presente estudo abordou um tema de grande importância, sobretudo na actual conjuntura


económica: a Pobreza e Riqueza em Inglaterra e a sua evolução nos últimos anos. A investigação
e análise da evolução do conceito da pobreza, revisão de literatura de estudos sobre a pobreza em
Inglaterra, pobreza monetária (riqueza) e privação material como determinantes da pobreza no
país.

Foi feita uma introdução acerca das principais abordagens do conceito de pobreza e das
diferentes concepções desenvolvidas no século passado – sobrevivência, necessidades básicas e
privação relativa. Essa conceituação e a descrição de abordagens tiveram por objectivo descrever
as principais correntes que surgiram para explicar o fenómeno da pobreza.

Conclui-se que a pobreza é um fenómeno multidimensional em que há a falta do que é necessário


para o bem-estar material. Associa-se a esse conceito a falta de voz, poder e independência dos
pobres que os sujeita à exploração; à propensão à doença; à falta de infra-estrutura básica, à falta
de activos físicos, humanos, sociais e ambientais e à maior vulnerabilidade e exposição ao risco.

Saber que a pobreza é resultado de processos históricos e que se reproduz graças a conjunturas
macroestruturais, como recessão, desemprego, falta de investimento governamental, etc., não
contribui para que haja menos desigualdade.
Referências Bibliográficas

Addison, H. (2007). Empirical Analysis of Poverty and Inequality in West Virginia. The Selected
Works of Hector Addison, in http://works.bepress.com/hector_addison/.

Araar, A., & Duclos, J. Y. (2010). Poverty and inequality: a micro framework. Journal of
African Economies, 19(3), 357-398.

Sen, A. (1999). Pobreza e fomes: um ensaio sobre direitos e privações, ed, FERRAMAR,
Lisboa.

Landes, D. (2005). A Riqueza e a Pobreza das Nações. Por que são algumas tão Ricas e outras
tão Pobres, Lisboa, Gradiva.

Rodrigues, C., & Andrade, I. (2010). Monetary poverty, material deprivation and consistent
poverty in Portugal, artigo apresentado na II Conferência em Memória de Leonor
Vasconcelos Ferreira, Recent debates on poverty and inequality, FEP

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