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O MENINO QUE DESCOBRIU O VENTO

Este filme conta a história de um adolescente, chamado William Kamkwamba,


que vivia num povoado de extrema pobreza, no Malawi, em África.
Filho de agricultores, este jovem vive com a sua família numa pequena casa
feita de tijolos e cresce no meio da pobreza e da escassez de recursos materiais, não
tendo acesso a eletricidade, saneamento básico e água potável.
Apesar da simplicidade em que vivia, tinha o amor da sua família. Os seus pais,
acreditando num futuro melhor para o filho, faziam o que podiam para o manter na
escola, pagando os estudos. Porém, as alterações ambientais decorrentes da
intervenção humana (chuva intensa e logo depois, uma seca muito prolongada)
fizeram com que as plantações não se fortalecessem e com que a colheita não fosse
suficiente para prover o sustento da sua família e dos outros moradores do vilarejo.
O povoado onde vivia passou a sofrer de graves problemas de ordem
económica e social, na medida em que, as famílias tinham de conviver com o
desemprego, a fome e consequentemente, com a violência. O número de mortes
aumentava.
William foi expulso da escola, visto que a sua família não tinha dinheiro para
pagar a mensalidade. Como era um rapaz determinado, apesar de todos os obstáculos,
esforçou-se para adquirir conhecimentos e passou a frequentar clandestinamente a
biblioteca da escola e a estudar por conta própria. Certo dia encontrou o livro “Using
energy” e descobriu o funcionamento dos moinhos de vento.
Vendo a situação da família a piorar (começaram a passar fome) e todos a
morrerem subnutridos, teve a ideia de montar um moinho para captar água do poço e
regar as plantações.
Baseando-se em alguns dos exemplos de moinhos que viu no livro decidiu fazer
um protótipo. Tendo como recurso objetos retirados do lixo e utilizando o quadro da
bicicleta do pai decidiu apostar num projeto audacioso e desenvolver uma turbina
eólica que fornecesse energia e acionasse uma bomba para captar água de um poço
para irrigar as plantações e garantir a sobrevivência da população faminta.
Como nunca ninguém tinha visto nada igual, todos achavam que este projeto
não daria certo. Com muita persistência, este rapaz, conseguiu convencer o seu pai e
toda a comunidade a acreditar e a ajudar a montar uma turbina eólica. Foi assim que
conseguiu energia e água para irrigar os campos, mudando a história da sua vida para
sempre.
O filme mostra, de forma clara, a miséria de um povo que vive sobre um solo
riquíssimo, mas não sabe, nem tem meios para aproveitar toda aquela riqueza. Isto
leva-nos a refletir sobre os obstáculos que este povo africano tem de enfrentar, tais
como: a desigualdade, a baixa produtividade, graves carências no acesso à
alimentação, saúde, água potável, eletricidade, educação e saneamento básico. Têm
reduzidos níveis de instrução, há muita corrupção e abandono das regiões pelo
governo, catástrofes naturais e destruição do habitat.
Os africanos, tal como o menino, têm de ter a capacidade de modificar
realidades e criar oportunidades e soluções para superar estes obstáculos e a sua
condição histórica de continente atrasado.
Precisam de criar coletivamente, atitudes que os levem a ter orgulho do que
são. Têm de combater o analfabetismo e dar mais importância ao conhecimento e à
educação, promover a democratização e a igualdade, construir novas infraestruturas,
eliminar a corrupção e a má governação e gerir melhor as suas riquezas naturais
protegendo o meio ambiente.

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