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Susana Silva

Perguntas do 1ºExame de Fisiologia Humana I – 2010/2011

1. Mecanismos pelos quais os receptores de membrana produzem resposta


intracelular. (página 7)

Os receptores de membrana produzem resposta intracelular através do mecanismo de


transdução de sinal. Os receptores de membrana são proteínas intrínsecas que
reconhecem ligantes de características específicas. Os ligantes podem ser moléculas
lipossolúveis ou hidrossolúveis. Os lipossolúveis atravessam directamente a bicamada
lípida, os hidrossolúveis não conseguem atravessá-la sem se ligarem a um receptor. Os
ligantes hidrossolúveis localizam-se na membrana e são classificados de acordo com os
seus mecanismos de transdução: Activação de canais iónicos; activação da proteína G; e
activação de enzimas intracelulares.

2. Explicar o PA

3. O que se pode dizer sobre o ciclo menstrual e a sua regulação?

O ciclo menstrual refere-se ás alterações cíclicas ocorrentes nas mulheres sexualmente


maduras e não grávidas e que terminam com a menstruação. O ciclo menstrual,
normalmente, tem 28 dias de duração, podendo, no entanto, variar.

O ciclo menstrual refere-se especificamente ás mudanças ocorridas no útero


(menstruação e ovulação), contudo existem outras mudanças cíclicas a ele associado
como: alterações cíclicas do ovário, alterações cíclicas do útero e da secreção hormonal.
Os ciclos são dependentes da secreção das hormonas pelo hipotálamo, hipófise e dos
ovários.

O primeiro dia da menstruação é o primeiro dia do ciclo menstrual, durante a


menstruação, normalmente 4 ou 5 dias. A ovulação ocorre ao 14ºdia de um ciclo
menstrual de 28dias.

O ciclo ovárico compreende as seguintes fases: Fase folicular; Ovulação; e Fase


Luteínica. Estes fenómenos são controlados pela libertação de hormonas do hipotálamo
e da adeno-hipófise.

No inicio da ciclo menstrual, dá-se um aumento na libertação de GnRH pelo


hipotálamo e a sensibilidade da adeno-hipófise ao estímulo da GnRH aumenta. A
produção e libertação de FSH e de LH (adeno-hipófise) são estimuladas pela GnRH.

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Antes da menstruação há um aumento da secreção de FSH, a qual estimula o


desenvolvimento dos folículos e a secreção de estrogénios. Os estrogénios fazem
proliferar o endométrio e estimulam o hipotálamo a aumentar a secreção de LH
(feedback positivo), o que resulta no pico de LH que antecede a ovulação (Fase
Folicular). Este pico de LH faz com que o folículo amadureça e expulse o óvulo.
Acontecendo a ovulação. O corpo amarelo desenvolve-se e segrega progesterona e
algum estrogénio. A progesterona determina a atrofia do endométrio e tem um efeito de
feedback negativo sobre a secreção de LH e FSH (inibe a secreção de LH e FSH, pois
tem efeito negativo sobre a libertação de GnRH pelo hipotálamo). O corpo amarelo
continua a segregar progesterona durante cerca de 12 dias após ovulação.

O ciclo menstrual ainda é influenciado pelo ciclo uterino. Este ciclo pode ser
dividido em 3 fases características, de acordo com a actuação hormonal actual naquele
período: fase proliferativa sobre influência do estrogénio; fase secretora aumento de
progesterona e de estrogénio o que leva à hipertrofia celular tanto do endométrio como
do miométrio, bem como o inicio da função secretora pelas células endometriais; e fase
menstrual, os níveis de progesterona e estrogénio diminui consideravelmente devido à
atrofia do corpo amarelo, dando-se a menstruação.

4. O que acontece aos valores de LH e FSH após a ovulação?

A secreção de LH e FSH diminui após a ovulação, pois o aumento de estrogénio e


progesterona causam feedback negativo sobre a libertação de GnRH pelo hipotálmo.
Como a secreção de LH e FSH é regulada pela libertação de GnRH esta diminui quando
diminui a libertação de GnRH. Após a ovulação acontece a fase luteínica.

5. Fases do ciclo uterino e ciclo ovárico.

Ciclo uterino: fase proliferativa; fase secretora e fase menstrual.

Ciclo ovárico: fase folicular; ovulação e fase luteínica.

6. O que entende por fecundação? (página 86)

A fecundação é a fusão do espermatozóide com o óvulo (célula reprodutiva feminina).

Para que a fecundação seja bem sucedida o acto sexual deve ocorrer entre 5 dias antes
da ovulação e 1 dia depois da ovulação. Num ciclo menstrual de 28º dias (pode variar
de mulher para mulher) a ovulação ocorre, normalmente, no 14º dia, assim, o acto
sexual deve ocorrer entre o 9ºdia e o 15º dia.

7. O que acontece após a fecundação? (página 86)

1. Ao ocorrer a fecundação um dos espermatezóides penetra no oócito secundário.


2. Nos dias seguintes, após a fecundação, dá-se uma série de divisões celulares.

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3. Ao mesmo tempo, que ocorrem as divisões, o aglomerado de células em


desenvolvimento viaja pelas trompas uterinas até ao útero.
4. Ao fim de 7 ou 8 dias após a ovulação, isto é, no 21º ou 22º dia do ciclo menstrual, o
endométrio encontra-se preparado para a nidação. O estrogénio e a progesterona
permitiram-lhe atingir o máximo de espessura e de actividade secretora e o
blastocisto (futuro embrião) começa a implementar-se;
5. A camada exterior do basltocisto, o trofoblasto, segrega enzimas proteolíticas que
digerem as células do endométrio espessado, permitindo ao embrião implementar-se
profundamente no endométrio.

8. Quais as alterações no endométrio após a fecundação?

O endométrio aumenta a sua espessura devido à acção do estrogénio e da progesterona o


que permite a implementação do blastocisto. Após a sua implementação o trofoblasto
digere a camada espessa do endométrio permitindo a sua implementação profunda.

9. O que é a menopausa?

A menopausa é a ausência definitiva da menstruação.

10. Alterações que ocorrem durante a menopausa. (página 87)

Durante a menopausa há alterações a nível dos ovários, do útero, da vagina e genitais


externos, bem como outros.

A nível dos ovários, há uma diminuição do número de folículos ováricos e da sua


sensibilidade à estimulação pela LH e FSH.

A nível uterino, há um atrofio do endométrio e diminuição do nível do volume do útero.

A nível vaginal e genitais externos, ocorre uma atrofia e diminuição de secreções, e


consequentemente uma maior tendência para a inflamação e infecção.

Outras alterações que se verificam são: maior risco de doença cardíaca; instabilidade
vasomotora; irritabilidade; cansaço; ansiedade; perturbações emocionais; e aumento da
osteoporose.

11. Exemplo de hormona hipotalâmica

Hormona libertadora da hormona de crescimento (GnRH); Hormona inibidora da


hormona de crescimento ou somatostatina; hormona libertadora da gonodotropina
(GnRH).

12. Substâncias produzidas pelo córtex da supra-renal? (página 80)

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O córtex da supra-renal produz 3 tipos de hormonas: mineralocorticóides (hormona


mais importante – aldosterona), glucocorticóides (hormona mais importante – cortisol) e
androgénios.

Estas hormonas são esteróides, lipossolúveis, que se vão difundindo nas células à
medida que vão sendo sintetizadas. Ligam-se a receptores intracelulares estimulando a
síntese de proteínas específicas, responsáveis pela resposta celular.

13. Três Funções da testosterona? (página 83)

Algumas das funções desta hormona (principal androgénio nos homens) produzida no
córtex supra-renal e nas células de Leydig são:

 Desenvolvimento embrionário dos órgãos sexuais e o seu desenvolvimento


posterior;
 Manutenção da espermatogénese;
 Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários;
 Regulação da secreção de gonadotrofina.

14. Três camadas neuronais da retina sensorial. (página 59)

A retina é dividida em retina pigmentada (parte


+ externa) e retina sensorial (parte interna). A retina sensorial contém três tipos de
tecidos: neuronal, glial e vascular.

A retina sensorial contém três camadas de neurónios: fotoreceptores (cones e


bastonetes), bipolares e ganglionares.

Estas camadas formam camadas nucleares separadas por plexiformes, em que os


neurónios de camadas adjacentes fazem sinapse uns com os outros. A camada
plexiforme externa encontra-se entre as camadas de células fotoreceptoras e bipolares e
a camada interna está entre a bipolar e a ganglionar1.

15. Indique os fotoreceptores e em que consiste cada um deles. (página 64)

A retina sensorial contém uma camada de células fotoreceptoras designadas por


bastonetos e outras por cones.
1
Pág. 529 do Seeley

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A camada de fotoreceptores é a que se encontra mais próxima da retina pigmentar.

Os bastonetos são células fotoreceptoras bipolares envolvidas na visão não cromática e


são responsáveis pela visão em condições de luz reduzida. A molécula fotoreceptora é a
rodopsina. Quando nos encontramos num quarto escuro é produzida mais rodopsina,
tornando o olho mais sensível à luz; quando estamos num local com muita luz o excesso
de rodopsina é desdobrado em opsina retinal.

Os cones são células bipolares responsáveis pela visão cromática e acuidade visual. Os
cones têm baixa sensibilidade à luz. Isto é, estes necessitam de luz brilhante para o seu
funcionamento, ou seja, para conseguirem detectar a cor presente num determinado
objecto, à medida que a luz diminui o objecto vai parecer cinzento. A molécula
fotoreceptora presente é a iodopsina (retinal + opsina). Há três tipos principais de opsina
sensível à luz: vermelho, azul e verde. Cada iodopsina é sensível apenas a um espectro
de luz.2

16. Cinco componentes do arco reflexo

Receptor sensorial; neurónio sensorial; neurónio de associação; neurónio motor e orgãos


efectores.

17. Três fases da contracção muscular (página 34)

Fase da Latência ou demora – período de tempo entre a aplicação do estímulo ao


neurónio motor e o início da contracção muscular;

Fase de Encurtamento – tempo durante o qual ocorre a contracção;

Fase de Relaxamento – tempo durante o qual ocorre o relaxamento.

18. Descreve a contracção muscular3 (página 33)

Fase da Latência ou demora:

1. PA no neurónio motor;
2. Os iões de cálcio difundem-se para o terminal pré-sináptico, levando a
acetilcolina que está contida em diversas vesículas seja libertada por
exocitose para a fenda sináptica;
3. A acetilcolina liga-se às moléculas receptoras na membrana pós-sináptica do
sarcolema;
4. Abrem-se os canais de Sódio com portão de ligando e a membrana pós-
sináptica torna-se permeável aos iões de sódio;

2
Pág. 530 e 531 do Seeley
3
Pág. 296/297 Seeley

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5. Os iões de sódio difundem-se para a fibra muscular causando despolarização


local e consequentemente PA;
6. A acetilcolina é rapidamente degradada na fenda sináptica em colina e ácido
acético, limitando o tempo de ligação da acetilcolina ao receptor. Deste
modo, um PA pré-sináptico produz apenas um PA pós-sináptico.
7. O PA (localizado mais ou menos a meio da fibra muscular) propaga-se para
ambas as extremidades da fibra muscular e para dentro dos túbulos T;
8. Dá-se a despolarização nos túbulos T em resposta ao PA o que faz abrir os
canais de Cálcio com portão de voltagem da membrana do retículo
sarcoplásmico, ficando esta permeável aos iões cálcio;
9. Iões de cálcio difundem-se do retículo sarcoplásmico para o sarcoplasma;
10. Iões de cálcio ligam-se à tropamina, provocando a exposição dos locais
activos nos miofilamentos de actina.

Fase de Encurtamento

11. As moléculas de miosina fixam-se aos locais activos expostos nos


miofilamentos de actina, formando pontes, e o fosfato (P) é libertado da
cabeça de miosina;
a. Estas pontes formam-se, movem-se, libertam-se e voltam-se a formar
muitas vezes levando ao encurtamento dos sarcómeros;
12. O movimento da cabeça de miosina leva o miofilamento de actina deslizar
ao lodo do miofilamento de miosina, libertando ADP da cabeça da miosina;
13. ATP liga-se à cabeça de miosina, o que leva à libertação da actina;
14. ATP desdobra-se em ADP e fosfato, que permanecem ligados à cabeça de
miosina;
15. Miosina regressa à sua posição de repouso e a energia é armazenada na sua
cabeça;
16. Se o Cálcio ainda estiver ligado à tropamina, a formação e movimento das
pontes repete-se (retorno ao passo 10).

Fase de Relaxamento

17. Iões de cálcio são transportados para o retículo sarcoplásmico;


18. Os complexos de tropanina-tropomiosina inibem a formação de pontes;
19. As fibras musculares alongam-se passivamente.

19. Distinguir potencial Exitatório e potencial Inibitório

No potencial excitatório (PEPS) dá-se a despolarização, facilitando assim a ocorrência


de PA. Assim, aumenta a permeabilidade da membrana aos iões sódio, a probabilidade
de ocorrer PA.

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No potencial inibitório (PIPS) dá-se a hiperpolarização. Ou seja, há um aumento da


permeabilidade da membrana aos iões potássio e cloro e diminuição da probabilidade de
ocorrer PA.

20. Tipos de mecanismo de transporte mediado

Difusão facilitada; Transporte Activo; e Transporte Activo Secundário.

21. O que é a homeostasia?

É uma condição em que o meio interno se mantém em torno de um valor considerado


normal – Setpoint. A homeostasia mantém em equilíbrio as células. Se houver uma
perturbação homeostática pode resultar morte ou doença.

22. Quais as hormonas envolvidas no metabolismo energético?

Insulina; Glicagina; Cortisol; Epimefrina; e Hormona de crescimento (GH).

23. O que é a insulina?4

Hormona produzida pela glândula endócrina do pâncreas. Mais especificamente pelos


compostos da glândula endócrina, os ilhéus pancreáticos, os quais produzem hormonas
que actuam no sistema circulatório.

24. Qual a importância da insulina? (página 69)

A insulina, tais como as restantes hormonas produzidas pelos ilhéus pancreáticos, é


importante pois regula a concentração de nutrientes (nomeadamente glicose e
aminoácidos) essenciais ao sistema circulatório.

25. Principais tecidos alvo da insulina? E qual a resposta produzida? (página


69)

Fígado, tecido adiposo, músculos e centro de saciedade.


Aumenta a capatação e a utilização de glicose e amioácidos.

26. Diferença entre pessoas com diabetes tipo I e diabetes tipo II.
As diabetes mellitus é o resultado da secreção inapropriada de insulina ou incapacidade
dos tecidos responderem à insulina.

Existem dois tipos diferentes de diabetes: as Diabetes tipo I e as diabetes tipo II.

4
Pág. 633 do Seeley

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As diabetes tipo I ou diabetes millitus insulino-dependentes (DMID) é causado pela


diminuição da secreção de insulina. Este tipo de diabetes afecta 3% das pessoas.
Desenvolve-se em resultado da destruição auto-imune dos ilhéus pancreáticos. Os
sintomas apenas surgem após a destruição de 90% deles. As pessoas com este tipo de
diabetes apresentam: hálito cetónico, poliúria, polidipsia e polifagia.
Normalmente desenvolve-se com mais frequência nos jovens. Uma infecção viral do
pâncreas pode causar a destruição dos ilhéus pancreáticos.
Terapêutica utilizada: dieta rigorosa e administração de insulina.

As diabetes tipo II ou diabetes millitus insulina-não-dependentes (DMIND) é


causado pela incapacidade dos tecidos responderem à insulina. Normalmente,
desenvolve-se em pessoas com idades compreendidas entre os 40-45 anos, contudo
pode variar consideravelmente.
A doença é causada por uma grande componente genética, no entanto a verdadeira
etiologia é desconhecida: produção excessiva de substâncias (leptina) que diminui a
resposta dos tecidos alvo à insulina; receptores anormais de insulina; anomalias dos
mecanismos activadores dos receptores de insulina.
Sintomas: excesso de peso; hiperglicémia; poliúria; hiperosmolaridade sérica;
desidratação celular; sonolência; fadiga; períodos de irritabilidade; infecções
recorrentes; atraso de cicatrização; aterosclerose.
Terapêutica utilizada: administração de anti-diabéticos orais/insulina, exercício e dieta
rigorosa.

27. Controlo da secreção da Hormona de Crescimento (GH).

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