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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL DO FORUM CENTRAL DE SÃO PAULO –


SP

Processo 1013794-33.2017.8.26.0016

BANCO BRASESCO S/A, já


devidamente qualificado a ação que lhe move TELMA TEIXEIRA
DE OLIVEIRA ALMEIDA, por seu advogado(a) infra-assinado,
vem à honrosa presença de Vossa Excelência apresentar a sua
CONTESTAÇÃO, o que o faz nos seguintes termos:

I- SUCINTA EXPOSIÇÃO DOS FATOS

No dia 16 de agosto de 2017 a


REQUERENTE recebeu em seu estabelecimento um casal que disse
se chamar Ildemar e Patrícia de Oliveira, procurando se informar
quanto que custava seu serviço, no dia seguinte (17 de agosto) a
REQUERENTE recebeu um telefonema, onde uma pessoa que se
identificou como Idelmar, entrou em contato pedindo desculpa,
informando que havia depositado na conta do BANCO BRADESCO
agência 155, C/C nº 83023-2, que a REQUERENTE mantem junto
ao REQUERIDO (Banco Bradesco S/A), o valor de R$

Priscila Pizzocaro Braga


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11.900,00(onze mil e novecentos reais) por engano, pois o correto
seria 1.618,00 (um mil e seiscentos e dezoito reais), destinado
para contratação do serviço da REQUERENTE.
Solicitou que o valor excedente, R$
10.282,00 (dez mil e duzentos e oitenta e dois reais), fosse
depositado com urgência na sua conta junto ao Banco Itaú:
Agência: 8557 – C/C 79939.
Despois de consultar o extrato e
verificar que de fato o valor estava depositado na conta que
mantem junto ao REQUERIDO (Doc anexo), fez uma TED para a
conta indicada por Ildemar. Até o horário em que fez a TED,
aparecia no seu extrato bancário do Banco Bradesco o valor de R$
11.900,00 (onze mil e novecentos reais) na conta depositado por
Ildemar.
No dia seguinte a mesma pessoa ligou
informando que a TED havia “voltado”. Neste momento, ao
desconfiar desde segundo telefonema, pois entendeu que algo
estava errado, foi averiguar seu extrato bancário e, para sua
surpresa, constatou que o envelope, em que foi feito o suposto
depósito de R$ 11.900,00 (onze mil e novecentos reais) havia
saído da sua conta.
No momento que percebeu dos fatos
ligou para o gerente que rapidamente se propôs a ajudar perante
o banco Itaú, quando entrou em contato com o banco ficou
sabendo que não havia, mas saldo na conta, já teriam sacado o
montante.
o banco Itaú, informou que a
responsabilidade e do Bradesco, pois no extrato não apareceu

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como vinculado, mas como creditado na conta demonstrando o
erro do banco.

PRELIMINARMENTE

II- DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA REQUERIDA

Tendo em vista que o CDC é aplicável às


instituições financeiras (art. 3º § 2º do CDC e Súmula 297 do
STJ), a todas elas se aplica a regra do art. 14 do CDC, in verbis:

CDC. Art. 14.


O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.
(grifo nosso)

O caput do referido artigo 14 do CDC


prevê a regra da responsabilidade civil objetiva, isto é,
independentemente de culpa. Por sua vez, o § 3º do mesmo artigo
trata das causas de exclusão de responsabilidade do fornecedor de
serviços.
CDC. Art. 14.
§ 3º O fornecedor de serviços só não

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será responsabilizado quando provar: I -
que, tendo prestado o serviço, o defeito
inexiste; II - a culpa exclusiva do
consumidor ou de terceiros.

STF/Súmula 28: O estabelecimento


bancário é responsável pelo pagamento de cheque falso, ressalvadas
as hipóteses de culpa exclusiva ou concorrente do correntista.

Sobre a parte final desse verbete, cumpre


fazermos duas observações:

Se houver culpa exclusiva do correntista, a


responsabilidade da instituição bancária é excluída. Neste caso, será
do banco o ônus de provar a culpa exclusiva do correntista.

Havendo culpa concorrente do banco e do


correntista, partilha-se o prejuízo, ou seja, a instituição bancária
será responsável pelo dano causado, mas a culpa do cliente atenua o
valor a ser pago pelo banco. Neste caso, será do banco o ônus de
provar a concorrência de culpa.
A responsabilidade civil dos bancos pela
reparação dos danos causados aos consumidores é objetiva, nos
termos do art. 14 do CDC. O § 3º deste artigo, por sua vez, prevê
causas de exclusão da responsabilidade de indenizar, dentre elas, a
culpa exclusiva de terceiros.
Após exposição acima, culminado com a
exposição dos fatos, evidenciamos que o Cliente que fez uma

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transferência ao Estelionatário sem checar os dados do seu suposto
cliente que viu uma única vez, deixando no ar, um fechamento de
contrato de serviços por fim do outro lado o Banco Itaú que facilitou
o saque de imediato ao seu correntista, supostamente um criminoso,
que encontrou facilidade neste banco.
Deste modo, a requerente deve chamar e
propor ação contra o Banco Itaú S/A. que prejudicou a Requerente,
através de seu cliente que supostamente praticou ato criminoso
objeto desta ação.
Por fim, requeremos que seja chamado ao
Polo Passivo o Banco Itaú, para assumo o ser verdadeiro papel de
Requerida.

QUANTO AO MÉRITO

III- DAS PROVAS JUNTADAS NOS AUTOS

Destarte, falar que a prova da folha 22


demostra que a transferência foi efetuada através do internet
banking, e demostra que nem uma instituição bancária não pode
movimentar a conta sem autorização do cliente.
De acordo com a prova das folhas 22/23
a Requente, efetuo a Transferência de imediato TED, não esperou
a confirmação do deposito para efetuar o ted.
Neste sentido é notório que o Banco Itaú
S/A. facilitou toda a operação, rapidamente, para o seu cliente
supostamente criminoso, deixando a dúvida dessa facilidade, o que

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nos leva a reforçar como o real Polo Passivo ou no mínimo
corresponsável.
Nesse sentido o Banco Itaú S/A, deve
responder pelo dano causado ao Requerente.

IV- DA FALTA DE CULPA DA REQUERIDA

Todo fato se origino do TED enviado


para o Banco Itaú e que quase de imediato sacado pelo seu
cliente, novamente supostamente criminoso.
O real Requirida deve ser o Banco Itaú,
que efetuou operações Fraudulentas para o seu cliente.
Não resta dúvidas que os reais
prejudicas por estes atos foi a Requerente o a suposta Requerida
Banco Bradesco s/a.

V- DO DANO MORAL

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Não se pode falar em danos morais, pois
a conduta não caracteriza.
O art. 5º, inciso X, da CF,
expressamente, determina que: "São invioláveis a intimidade, a
vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação".
Art. 186, CC – “Aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito”.
Neste sentido vemos que a requerente
não teve causa a fatos que se tipifica a danos moral, podemos
dizer meros aborrecimentos.
Se vossa excelência entender que ouve
o dano que seja aplicado a indenização com um valor menor a que
está pedindo.

VI- DO DANO MATERIAL

A Requerida, não pode ser responsabilizado pelo, pois o mesmo se


operou no Banco Itaú S/A., pois não podemos controlar uma
operação que se deu em outra Instituição;
O dano material não se presume, deve
ser comprovado, pois a indenização se mede pela extensão do dano, nos
exatos termos do disposto no art. 944 do Código Civil. Dever de

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ressarcimento dos valores pagos pelo autor e devidamente comprovados
nos autos, até o pedido de cumprimento da sentença.
O art. 5º, inciso X, da CF,
expressamente, determina que: "São invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação".

Conforme artigos, não pode se falar em


dano material, pois não houve violação descritas nos artigos
acima.

Se vossa excelência entender que ouve


o dano que seja aplicado a indenização com um valor menor a que
está pedindo.

VII- IN FINE Dos pedidos:

a) Diante de todo o exposto requer seja a presente ação julgada


TOTALMENTE IMPROCEDENTE.

b) por fim, aqui demonstrado que não houve culpa e nem


negligência do requerida, sendo verificada por outro banco
(Banco Itaú).
c) Não sendo acolhidas as preliminares, requer a apreciação do
mérito, para declarar improcedente a ação e todos os pedidos
da parte autora, com a consequente extinção do processo,
com resolução de mérito, nos moldes do art. 487, I, Novo CPC.

Priscila Pizzocaro Braga


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d) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidos, notadamente, … (depoimento pessoal do
autor, sob pena de confesso, inquirição de testemunhas,
produção de provas etc.).

e) Seja indeferido o pedido de dano moral e material. Mas se não


entender assim que seja apregoado um valor menor que
pedido.

Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo 30 de Abril de 2021
ADVOGADO(A)
OAB/SP XXX.XXX

Priscila Pizzocaro Braga


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