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Ética profissional

Prof. Fernando Marques

@fernandotadeumarques

1. Penal |
Ética profissional
Prof. Fernando Marques

Da Atividade da Advocacia
Conceito e Características.
Da Advocacia Pública e Privada.
Do Advogado Empregado.
Honorários advocatícios

Prof. Fernando Tadeu Marques


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Da Atividade da Advocacia
Conceito e Características.
Da Advocacia Pública e Privada.
Do Advogado Empregado.
Honorários advocatícios
Advocacia no Brasil

✓ Período colonial
✓ Atuavam sem formação
✓ Faculdade de Coimbra
✓ 1827 Cursos jurídicos no Brasil (Olinda e São Paulo)
✓ 1883 Surgimento do Instituto dos advogados brasileiros
✓ 1930 Surgimento da Ordem dos advogados do Brasil
✓ Decreto 20.784/1931 (1º estatuto do advogado)
✓ Lei 4.215/1963 (2º estatuto do advogado)
✓ Estatuto da Advocacia Lei 8.906/1990
✓ Regulamento Geral (atual)
✓ Código de Ética e Disciplina
O que vamos trabalhar neste semestre dois documentos que são
essenciais para os desenvolvimento da carreira do advogado...

Estatuto do Advogado

Código de Ética e Disciplina


Advogado só pode ser chamado assim que passa pelo exame entra nos
quadros da Ordem dos advogados do Brasil!

Estatuto da OAB, art. 3º.


As questões de Ética da Advocacia no Exame de Ordem são elaboradas
com base em três institutos, quais sejam:

✓ Lei Federal 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB)


✓ Regulamento Geral do EAOAB
✓ Código de Ética e Disciplina.

Desses institutos, apenas o EAOB é uma lei, somente podendo ser


alterado por outra lei (federal).
CONCEITO

A Constituição Federal de 1988 deu ao advogado uma “estatura”


constitucional ao afirmar, em seu artigo 133, que este é indispensável
à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, observando-se os limites
legais.
Quais são as
características
da advocacia?
CARACTERÍSTICAS

a) indispensabilidade: o advogado é indispensável à administração da Justiça,


(art. 133 da CF/88). O advogado é alguém que não tem poder estatal, mas tem
ministério conferido pela Constituição, para provocar a Jurisdição e fazer com
que o Estado haja da forma que pretende aquele, pois que convence o Estado a
tomar a decisão que reputa necessária e legal, o que, aliás, ocorre diariamente
em nossos tribunais, nas manifestações do Estado-juiz, que profere decisões a
mais das vezes precedidas de instrumentos de convencimento levados a efeito
pela técnica jurídica de um advogado.
O art. 133 da Constituição Federal tem duas finalidades:

 visa à proteção de direitos fundamentais, já que a inviolabilidade


do advogado não é privilégio deste, mas na verdade foi instituída pelo Poder
Constituinte em prol mesmo daquele que constitui o advogado, ou seja, o
outorgante, o cliente, verdadeiro titular dos direitos fundamentais da ampla
defesa e da proteção da intimidade.
 visa à proteção de liberdade de atuação, sem a qual ficaria
prejudicado o exercício do múnus público que desempenha o advogado,
como cidadão a quem a Constituição atribui a relevante função social de
vigília da efetivação da ordem jurídica.
Exceções ao Postulado em Órgãos Públicos

Art. 1º § 1º da Lei 8.906/94 (Habeas Corpus)

Art. 9º da Lei 9.099/95 (Juizado Especial, na causas de valores até 20 salários


mínimos)

Art. 10, caput, da Lei 10.259/2001 (Juizado Especial Federal)

Art. 2º, caput, da Lei 5.478/1068 (Lei de Alimentos)

Súmula vinculante 05 (STF) (Defesa em processo administrativo disciplinar)


b) inviolabilidade: ao dizer que o advogado é inviolável, a Constituição
Federal quis tornar impraticável qualquer punição que se lhe queira impor
quando o mesmo esteja no exercício da profissão.

Por isso é que o advogado goza de uma situação jurídica de liberdade,


necessária à sua função combativa contra quem quer que viole o
ordenamento jurídico, inclusive quando agindo em detrimento das decisões
e normas emanadas do próprio Estado, sem que seja legítima ou legal
qualquer possibilidade de perseguição.
b) inviolabilidade: ao dizer que o advogado é inviolável, a Constituição
Federal quis tornar impraticável qualquer punição que se lhe queira impor
quando o mesmo esteja no exercício da profissão.

Prevê a Constituição Federal, demonstrando a extrema relevância da


advocacia: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos
limites da lei” (CF/88, art. 133).

E o Estatuto da Advocacia arremata: “No exercício da profissão, o advogado


é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta Lei”.
Assim, a CF/88 recepcionou o art. 142 do Código Penal, que diz: “Não constitui
injúria ou difamação punível, a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa,
pela parte ou por procurador”. É a chamada imunidade judiciária, que no caso
gera mesmo a ausência de tipicidade da conduta.

Todavia, a imunidade não se aplica se o crime contra a honra é praticado contra o


juiz da causa, pois que injustificável ao exercício da profissão.
Mas, se as alegações do advogado visam a afastar o juiz do processamento e
julgamento do feito, demonstrando causas de suspeição ou má-fé do mesmo, não
haverá crime contra a honra do magistrado por inexistência de dolo, já que os
argumentos se conectam diretamente à atividade típica de advocacia.

ATENÇÃO  parte da jurisprudência entende que não está o advogado sob o


amparo de qualquer imunidade se vier a praticar fato típico definido como calúnia.
c) perenidade: característica fundamental da advocacia, trazendo a ideia da
impossibilidade da carreira ser extinta, pois enquanto função essencial à
Justiça de caráter indispensável, e inviolável, constitui um instrumento
seguro para garantia de direitos individuais.

Tal a importância do advogado que o Poder Constituinte Originário, fixou


tanto sua indispensabilidade como sua inviolabilidade ao nível de cláusula
pétrea, sendo imperativo concluir-se que o advogado é um dos pilares
democráticos de sustentação do Estado brasileiro.
d) ramificação tripartite: A advocacia pode ser:

1) privada, quando exercida por profissional liberal mediante contratação de


honorários com o cliente, ou ainda nos casos de advogado empregado na
iniciativa privada.
2) pública, quando exercida por profissionais detentores de cargos ou
empregos públicos que visem à defesa do Estado ou suas entidades da
Administração Indireta.
3) assistencial, quando exercida por Defensor Público em prol de pessoa
desprovida de recursos materiais suficientes para contratar advogado e pagar
custas do processo.
e) múnus público: o art. 2º, §1º do Estatuto da Advocacia, estabelece que
“No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce
função social”.

O mesmo advogado que exerce advocacia


privada presta serviço público na sua
atuação, porque contribui para a proteção
do Estado Democrático de Direito.
f) parcialidade: deve o advogado exercê-la em prol do seu constituinte, a quem defende,
obviamente sem os exageros da emoção egoística, mas em prol da dignificação de sua
função, para que o constituinte/outorgante tenha nele a confiança de uma boa
representação.

Esta característica está prevista no art. 2º, §2º do Estatuto da Advocacia, ao dizer que: “No
processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu
constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público”.

Por outro lado, em se tratando de defesa criminal, o advogado tem o dever de assumir a
defesa do acusado, sem considerar sua própria opinião em relação à culpa do mesmo,
conforme previsto no CED – Código de Ética e Disciplina-, art. 21, o que demonstra, em
reforço, o dever de parcialidade que tem o advogado para com seu cliente.
Exceção  Deverá ser IMPARCIAL o advogado quando escolhido em
conjunto por partes de interesses opostos.

Por exemplo: para mediar um conflito, efetivar e


redigir um acordo, tomar as providências legais para
validade de um contrato, ou ainda em processos
judiciais, quando representa conjuntamente os
cônjuges em separação ou divórcio consensual, em
ação de homologação de acordo de pensão
alimentícia, dentre muitas outras hipóteses.
g) operacionalidade: A advocacia não é obrigação de resultado, não sendo
o advogado obrigado a conseguir sempre o objetivo perseguido por seu
constituinte. Em sendo obrigação de meio, o advogado jamais responde
pelo resultado da sua atuação.

Lembrando que a atuação em si, como


meio de ser alcançado o resultado,
deve obedecer aos rigores do
profissionalismo e da ética.
h) independência: O advogado goza de independência para o exercício
profissional em todas as frentes:

a) em relação a juízes e membros do Ministério Público;


h) independência: O advogado goza de independência para o exercício
profissional em todas as frentes:

a) em relação a juízes e membros do Ministério Público;

b) em relação a outros advogados;


h) independência: O advogado goza de independência para o exercício
profissional em todas as frentes:

a) em relação a juízes e membros do Ministério Público;

b) em relação a outros advogados;

c) em relação ao cliente.
https://www.youtube.com/watch?v=DeS3lzbm7aI
i) submissão à ordem ética e jurídica: a advocacia é uma atividade
formalista que:

 em seu aspecto subjetivo, obedece normas de conduta às quais deve


submeter-se o advogado;

 em seu aspecto objetivo, obedece normas de atuação a que se


submetem os atos de advocacia.
j) inatingibilidade: A advocacia não pode ser impedida de ser exercida.

Assim, mesmo imperando regimes de exceção, ou seja, estado de defesa e estado


de sítio, deve o advogado ter liberdade para desempenhar os atos de advocacia.

Embora a inatingibilidade não conste expressamente na Constituição Federal, a


única interpretação possível é esta, já que a CF/88 veda expressamente, no estado
de defesa, a incomunicabilidade do preso (art. 136, §3º, inciso IV) e, no estado de
sítio, só permite ao Poder Público tomar as medidas previstas exaustivamente no
art. 139, incisos I a VII, onde não se verifica restrição direta ao exercício da
advocacia.
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para
preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e
iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de
grandes proporções na natureza.
[...]
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só
poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à
prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da
lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de
parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva
Mesa.
k) onerosidade mínima obrigatória: o advogado deve estipular os honorários pelo
menos no valor mínimo estabelecido na Tabela de Honorários do Conselho Seccional a
que estiver vinculado, sob pena de prejudicar a classe como um todo.

O descumprimento do princípio da onerosidade mínima obrigatória constitui-se em


infração ética, suscetível de punição. À propósito, diz o CED (art. 41), que: “O advogado
deve evitar o aviltamento de valores dos serviços profissionais, não os fixando de forma
irrisória ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários, salvo motivo
plenamente justificável.”

Não existindo contrato escrito e recusando-se o cliente ao pagamento de honorários,


pode o advogado propor ação de arbitramento judicial e cobrança dos mesmos contra
seu cliente.
l) exclusividade: É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com
outra atividade (Estatuto da Advocacia, art. 1º, §3º). O objetivo é evitar a
mercantilização da advocacia, bem como a captação de clientela, que,
exemplificativamente, ao ver uma placa com os dizeres “Advocacia e
Contabilidade”, ou “Advocacia e Imobiliária”, pode sentir-se atraída. Não é a
advocacia um negócio, uma atividade mercantil que vise ao lucro, em razão
do múnus público que exerce o advogado, devendo-se, assim, evitar tais
práticas.
l) exclusividade: É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com
outra atividade (Estatuto da Advocacia, art. 1º, §3º). O objetivo é evitar a
mercantilização da advocacia, bem como a captação de clientela, que,
exemplificativamente, ao ver uma placa com os dizeres “Advocacia e
Contabilidade”, ou “Advocacia e Imobiliária”, pode sentir-se atraída. Não é a
advocacia um negócio, uma atividade mercantil que vise ao lucro, em
razão do múnus público que exerce o advogado, devendo-se, assim, evitar
tais práticas.
m) privatividade: Só pode exercer a advocacia o bacharel em ciências jurídicas
regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. A advocacia é privativa,
portanto, de quem goze de tal situação jurídica. Estatuto da OAB Art. 3º “O
exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de
advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).”

Exceção: o Advogado-Geral da União não precisa ter inscrição na Ordem dos


Advogados do Brasil para praticar os atos de advocacia inerentes ao exercício das
suas funções. O Poder Constituinte não lhe impôs tal obrigação, sendo
inconcebível que norma infraconstitucional venha a dispor neste sentido.
O STJ tem entendido que os Defensores Públicos não precisam de inscrição na OAB, pois
apesar dos defensores públicos exercerem atividades de representação judicial e
extrajudicial, de advocacia contenciosa e consultiva, o que se assemelha bastante à
advocacia, há o fato de que a carreira está sujeita a regime próprio e a estatutos
específicos, submetem-se à fiscalização disciplinar por órgãos próprios, necessita de
aprovação prévia em concurso público e os defensores não têm obrigação de apresentar
instrumento do mandato em sua atuação.

No STF está em trâmite DESDE 2011 a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn 4.636)
ajuizada pela OAB, contra o artigo 4º da Lei Orgânica da Defensoria Pública. Na ADIN a
OAB afirma que a lei, ao permitir que defensores atuem sem inscrição na OAB, é
inconstitucional ferindo o artigo 133 da CF/88, segundo o qual “advogado é indispensável
à administração da Justiça” (09 votos a favor da defensoria pública até 2019)
n) objetividade: A advocacia é atividade profissional que tem por objetivo
defender a Constituição, a ordem jurídica, os direitos humanos, a justiça
social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da justiça, além de
colaborar para o desenvolvimento da nação e efetivação da paz social.

Ou seja...
Exceções ao Postulado em Órgãos Públicos

Art. 1º § 1º da Lei 8.906/94 (Habeas Corpus)

Art. 9º da Lei 9.099/95 (Juizado Especial, na causas de valores até 20 salários


mínimos)

Art. 10, caput, da Lei 10.259/2001 (Juizado Especial Federal)

Art. 2º, caput, da Lei 5.478/1068 (Lei de Alimentos)

Súmula vinculante 05 (STF) (Defesa em processo administrativo disciplinar)


Não são Exceções ao Postulado em Órgãos Públicos

Habeas datas

Mandado de segurança

Revisão criminal

ATENÇÃO!

CLT Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.

TST SÚMULA Nº 425 - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE.

O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de
segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
ADVOCACIA PÚBLICA
Advogado público é aquele que representa os interesses e direitos das pessoas
políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e suas entidades da
Administração Indireta (autarquias, agências e fundações públicas). Assim, são
advogados públicos os Advogados da União, os Procuradores Federais, os
Procuradores do Banco Central do Brasil, os Procuradores da Fazenda Nacional, os
Procuradores dos Estados, do Distrito Federal e Municípios, os procuradores
autárquicos estaduais e municipais.

São também advogados públicos os que, desde que tenham vínculo de emprego,
decorrente de aprovação em concurso público, e sejam regidos pela legislação
trabalhista, pertençam aos quadros de sociedades de economia mista e empresas
públicas da Administração Indireta da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. Ex: advogados da Caixa Econômica Federal.
ADVOCACIA PRIVADA
Advogado privado é aquele que exerce a advocacia como profissional liberal, que
abre seu escritório e ali atende seus clientes ou que se insere numa sociedade de
advogados. Tem ampla liberdade no seu trabalho, porém, como desempenha
múnus público, deve também cumprir obrigações.

Assim, tem liberdade quanto à fixação de seu horário de trabalho, mas deve
comparecer às audiências e atos de advocacia que exijam sua presença; tem
liberdade para fixar o valor de seus honorários, mas sujeita-se aos limites éticos
pertinentes; tem liberdade para decidir com quem contratar, porém tem o dever
ético de assumir defesas criminais desconsiderando a própria opinião a respeito do
acusado; enfim, possui a liberdade de um profissional liberal, mas não se confunde
com os demais profissionais liberais, porque tem missão constitucional.
ADVOGADO EMPREGADO

Independentemente do vínculo empregatício os advogados (empregados)


mantém

a) Independência profissional

b) Isenção técnica
ADVOGADO EMPREGADO

Os advogados empregados terão os seguintes direitos:

a) salário mínimo profissional fixado por sentença normativa, ou acordo coletivo ou


convenção coletiva.
b) jornada de 4 horas diárias e 20 horas semanais, com exceção de quando o advogado
labora no regime de dedicação exclusiva em que sua jornada de trabalho será de, no
máximo, 8 horas diárias e 40 horas semanais.
c) hora extra acrescida de um adicional não inferior a 100% do valor da hora normal;
d) hora noturna paga com adicional de, no mínimo, 25% do valor da hora normal;
e) reembolso de todas as despesas realizadas para a execução do contrato de trabalho;
f) honorários de sucumbência (partilhado conforme previsto no acordo), que não serão
considerados como salário para efeitos trabalhistas ou previdenciários.
ADVOGADO EMPREGADO

Mesmo havendo a normatização desses direitos, verificam-se inúmeras fraudes nesse


tipo de contratação. Vários empregadores contratam advogados como “associados”,
pagando participações irrisórias para não arcarem com os custos trabalhistas e fiscais dos
advogados empregados.

Ocasionando diversos prejuízos ao empregado advogado, tais como:


a) não assinatura de sua carteira de trabalho;
b) não observância do salário mínimo profissional previsto na sentença normativa, ou
acordo coletivo, ou convenção coletiva;
c) deixam de ser pagos 13º, férias + 1/3, aviso prévio, horas extras, adicionais, horas
noturnas;
d) não há o depósito de FGTS e nem o pagamento da multa de 40%;
e) não há o pagamento das contribuições previdenciárias.
Honorários Advocatícios
Honorários Advocatícios

Honorários advocatícios: consistem na remuneração paga pela prestação de serviço efetuada pelo
advogado, de forma individual ou por meio de sociedade de advogados, sendo que tais serviços
podem ser prestados nas esferas judicial, extrajudicial e consultiva.

Os honorários advocatícios:

- Têm natureza alimentar (art. 85, § 14 do CPC)

- São impenhoráveis (artigo 833, inciso IV do CPC),

Temos as seguintes exceções (artigo 833, § 2º do CPC),


(i) pagamento de prestação alimentícia; e
(ii) importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais;

- Constituem direito autônomo para promover a execução (artigo 24 do EA e artigo 51 do CE)


Honorários Advocatícios

Honorários advocatícios: consistem na remuneração paga pela prestação de serviço efetuada pelo
advogado, de forma individual ou por meio de sociedade de advogados, sendo que tais serviços
podem ser prestados nas esferas judicial, extrajudicial e consultiva.

Prescreve em 05 (cinco) anos:

- A ação de prestação de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de
terceiros por conta dele (artigo 25-A do EA;)

- a ação de cobrança, a contar (artigo 25 do EA),


(i) do vencimento do contrato, se houver;
(ii) do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
(iii) da ultimação do serviço extrajudicial;
(iv) da desistência ou transação; e
(v) da renúncia ou revogação do mandato.
- Constituem direito autônomo para promover a execução (artigo 24 do EA e artigo 51 do CE)
Honorários Advocatícios

honorários advocatícios contratuais: consistem na remuneração prevista pela contratação de


serviços do advogado de forma individual ou por meio de sociedade de advogados e,
preferencialmente, deve ser realizada por escrito, sempre de forma clara e precisa. (artigo 48, § 1º do
EA;)

O contrato deve especificar


(i) o objeto do trabalho;

(ii) o valor dos honorários contratados e sua forma de pagamento;

(iii) a extensão do patrocínio, ou seja, deve esclarecer se o valor dos honorários abrangerá todos os
atos do processo ou se limitar-se-á a determinado(s) grau(s) de jurisdição; e

(iv) a hipótese de a causa encerrar-se mediante transação ou acordo. 24 do EA e artigo 51 do CE)


Honorários Advocatícios

honorários advocatícios contratuais: consistem na remuneração prevista pela contratação de


serviços do advogado de forma individual ou por meio de sociedade de advogados e,
preferencialmente, deve ser realizada por escrito, sempre de forma clara e precisa. (artigo 48, § 1º do
EA;)

ATENÇÃO!

Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até
a decisão de primeira instância e o restante no final. (EAOB)
Deverá o advogado observar o valor mínimo da Tabela de Honorários instituída pelo respectivo
Conselho Seccional onde for realizado o serviço, inclusive aquele referente às diligências, sob pena
de caracterizar-se aviltamento de honorários. (CEOAB)
É lícito ao advogado ou à sociedade de advogados empregar, para o recebimento de honorários,
sistema de cartão de crédito, mediante credenciamento junto a empresa operadora do ramo.
(CEOAB)
Honorários Advocatícios

honorários de sucumbência: consistem na verba honorária a ser paga ao advogado da parte


vencedora pela parte vencida. (caput do artigo 85 do CPC;)

- Podem ser cumulados aos honorários contratuais, uma vez que ambos integram a remuneração do
advogado (ou da sociedade de advogados);

- Pertencem ao advogado; (artigo 23 do EA e caput do artigo 85 do CPC;)

- São devidos inclusive quando o advogado atuar em causa própria; (artigo 85, § 17 do CPC;)

- Incidem juros moratórios a contar da data do trânsito em julgado. (artigo 85, § 16 do CPC;)
Honorários Advocatícios

honorários fixados por arbitramento judicial: consistem na remuneração fixada pelo Poder
Judiciário quando houver necessidade de ingresso de ação para determinar o valor dos honorários
advocatícios.
quando existir:

(i) omissão em sentença transitada em julgado12 quanto ao direito aos honorários;

(ii) falta de acordo entre o advogado (ou sociedade) e o cliente; e serão fixados "em remuneração
compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos
estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB". (artigo 22, § 2º do EA)
Honorários Advocatícios
FORMAÇÃO DO PREÇO
Além da tabela de honorários divulgada pela OAB, que sempre deve ser consultada e usada como
referência, para formação do preço devem ser considerados vários aspectos, tais como,
exemplificativamente:

Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes:
I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas;
II - o trabalho e o tempo a ser empregados;
III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com
outros clientes ou terceiros;
IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para este resultante do serviço
profissional;
V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou constante;
VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou de outro;
VII - a competência do profissional;
VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos.
Honorários Advocatícios

ADVOCACIA PRO BONO

- Gratuita
- Eventual
- Voluntária

ADVOCACIA PRO BONO

Pode ser exercia em favor Não pode ser utilizada:


de pessoas naturais que - Para fins político-partidários ou
não dispuserem de recursos eleitorais, nem beneficiar
para contratar advogado, instituições que visem tais
sem prejuízo do próprio objetivos
sustento - Como instrumento de
publicidade para captação de
clientela

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