Você está na página 1de 6

Língua Portuguesa

Professora Ana Paula

6º ano

Nome Bruna Vieira Santos 6º ano A

Atividades

O conto da mentira

Rogério Augusto

Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A

mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.

O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática,

gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai

ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você!

Não existe ninguém de madeira!”.

O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma

verdade e ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...

Então, aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa

na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe

tinha sido sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer

falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”.

A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em

silêncio. Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então, ele começou a

reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe

cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora, sem culpa e

sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino

que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...


Questão 1 – Identifique a ordem dos acontecimentos no conto:

( ) Felipe utiliza a criação de histórias como uma ferramenta profissional.

( ) O pai do garoto o alerta quanto às consequências do ato de mentir.

( ) Felipe deixa de ganhar a bicicleta do programa de televisão.

( ) Felipe conta inúmeras mentiras em casa.

A sequência correta é:

a) 1, 2, 3, 4.

b) 4, 2, 3, 1.

c) 4, 3, 1, 2.

d) 2, 1, 4, 3.

Questão 2 – O que motivou Felipe a reduzir as suas mentiras?

R: Quando ele deixou de ganhar a bicicleta do programa de televisão.

Questão 3 – Releia:

“Voltou a criar histórias. Agora, sem culpa e sem medo.”

Explique por que, agora, Felipe não se sente culpado e com medo de contar

mentiras:

R: O fato de Felipe, quando criança, não ter ganhado a bicicleta, em consequência de suas
mentiras, fez com que reduzisse e até parasse de contá-las. Porém, agora, adulto, pode criar
histórias sem medo e sem receio, visto que faz parte de sua profissão: escritor.

Questão 4 – Justifique o uso das aspas no conto:

R: As aspas foram utilizadas, ao longo do conto, para a demarcação das falas dos
personagens (Felipe, a sua mãe e o seu pai), diferenciando-as do que foi dito pelo narrador
do conto.

Questão 5 – Identifique a quem se refere as palavras sublinhadas:

a) “A mãe tentava assustá-lo [...]”.

R: Refere ao “garoto Felipe”


b) “Felipe ria na cara dela [...]”.

R: Refere-se à “mãe”.

c) “A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da

bicicleta.”.

R: Refere-se à “apresentadora de TV”.

d) “Até que um dia deixou de contá-las.”.

R: Refere-se às “mentiras”.

Questão 6 – Percebe-se informalidade em:

a) “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”.

b) “Então, aconteceu o que seu pai alertara.”.

c) “Continuou preparando o jantar em silêncio.”.

d) “É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque

mentia...”.

Leia atentamente esta crônica, observando as escolhas lexicais, os elementos da narrativa, a


forma como o autor conduz o texto, para resolver as questões.

História de um nome

No capítulo dos nomes difíceis têm acontecido coisas das mais

pitorescas 1 . Ou é um camarada chamado Mimoso, que

tem físico de mastodonte, ou é um sujeito fraquinho e

insignificante, chamado Hércules. Os nomes difíceis,

principalmente os nomes tirados de adjetivos

condizentes com seus portadores, são raríssimos e é

por isso que minha avó — a paterna — dizia:

— Gente honesta, se for homem, deve ser José,


se for mulher, deve ser Maria!

(...)

Mas deixemos de lado as birras de minha avó — velhinha que Deus

tenha em sua santa glória — e passemos ao estranho caso da família

Veiga, que morava pertinho de nossa casa, em tempos passados.

Seu Veiga, amante de boa leitura e cuja cachaça era colecionar livros,

embora colecionasse também filhos, talvez com a mesma paixão, levou

sua mania ao extremo de batizar os rebentos com nomes que tivessem

relação com livros. Assim o mais velho chamou-se Prefácio da Veiga; o

segundo, Prólogo; o terceiro, Índice, e, sucessivamente, foram nascendo

o Tomo 2 , o Capítulo e, por fim, Epílogo da Veiga, caçula do casal.

Lembro-me bem dos filhos de Seu Veiga, todos excelentes rapazes,

principalmente o Capítulo, sujeito prendado na confecção de balões e

papagaios. Até hoje (é verdade que não me tenho dedicado muito na

busca) não encontrei ninguém que fizesse um papagaio tão bem quanto

Capítulo. Nem balões. Tomo era um bom extrema-direita e Prefácio

pegou o vício do pai — vivia comprando livros. Era, aliás, o filho querido

de Seu Veiga, pai extremoso, que não admitia piadas. Não tinha o menor

senso de humor. Certa vez ficou mesmo de relações estremecidas com

meu pai, por causa de uma brincadeira: Seu Veiga ia passando pela

nossa porta, levando a família para o banho de mar. Iam todos armados

de barracas de praia, toalhas etc. Papai estava na janela e, ao saudá-lo,

fez a graça:

— Vai levar a biblioteca para o banho?

Seu Veiga ficou queimado durante muito tempo.

Dona Odete — por alcunha 3 “A Estante” —, mãe dos meninos, sofria o

desgosto de ter tantos filhos homens e não ter uma menina “para me

fazer companhia” — como costumava dizer. Acreditava, inclusive, que

aquilo era castigo de Deus, por causa da ideia do marido de botar aqueles
nomes nos garotos. Por isso, fez uma promessa: se ainda tivesse uma menina, havia de chamá-
la Maria.

As esperanças já estavam quase perdidas. Epilogozinho já tinha oito

anos, quando a vontade de Dona Odete tornou-se uma bela realidade,

pesando cinco quilos e mamando uma enormidade. Os vizinhos

comentaram que Seu Veiga não gostou, ainda que se conformasse, com

a vinda de mais um herdeiro, só porque lhe faltavam palavras

relacionadas a livros para denominar a criança.

Só depois, na hora do batizado, o pai foi informado da antiga

promessa. Ficou furioso com a mulher, esbravejou, bufou, mas — bom

católico — acabou concordando em parte. E assim, em vez de receber

somente o nome suave de Maria, a garotinha foi registrada, no livro da

paróquia, após a cerimônia batismal, como Errata Maria da Veiga.

Vocabulário:

Pitoresco 1 = divertido

Tomo 2 = volume

Alcunha 3 = apelido

1) Sobre as informações contidas no texto, analise estas afirmativas e escreva

(V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. Depois, corrija as que estiverem

incorretas.

a) ( ) A escolha pela expressão que inicia o texto — “No capítulo dos nomes

difíceis” — está relacionada ao assunto da crônica, e esse termo pode ser

substituído, sem que haja alteração de sentido, por Em relação à escolha de

nomes difíceis.

b) ( ) A palavra cachaça em “Seu Veiga, amante de boa leitura e cuja

cachaça era colecionar...” tem o mesmo sentido que o termo destacado na


frase: Dom Quixote tinha o vício de ler livros de cavalaria.

c) ( ) O narrador da crônica não vivenciou as situações descritas no texto,

ou seja, não é um narrador-personagem. Além disso, não é possível afirmar

onde e quando acontecem os fatos narrados.

d) ( ) O assunto dessa crônica é os estranhos critérios que, muitas vezes,

determinam a escolha dos nomes das crianças.

Agora, os filhos de Seu Veiga já são adultos!

Leia este e-mail que Prefácio mandou a Índice

Sublinhe, no texto, a parte que está incoerente e explique porque isso

aconteceu.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Você também pode gostar