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A Vigilância em Saúde Ambiental (VSA) tem como um de seus objetivos

a detecção das modificações de condicionantes e determinantes do meio


ambiente que podem influenciar diretamente na saúde dos indivíduos. Por meio
de tal detecção é possível que sejam tomadas medidas de prevenção de
doenças ou outros agravos da saúde advindo de fatores ambientais que
oferecem tais riscos (BRASIL, 2017).
Assim, é importante ressaltar que a VSA é forte contribuinte na
prevenção e combate de algumas infecções, principalmente aquelas referentes
as arboviroses, visto que a maioria dessas doenças infecciosas são
transmitidas por mosquitos hematófagos e ocasionar um grande número de
infecções. A VSA atua direta e indiretamente no acompanhamento e
intervenções que podem fazer com que a proliferação dos mosquitos diminua
(CAMARA, 2016).
O número de arboviroses aumentaram de forma significativa nos últimos
anos nos centros urbanos, isso é justificável devido a urbanização
desordenada, adensamento populacional, armazenamento incorreto de água
(devido a intermitência na distribuição da mesma), o que auxilia na
multiplicação vetorial e maior disseminação do mesmo (SOUZA et al., 2018).
Ainda existe, no Brasil, uma desigualdade muito grande em relação aos
serviços de infraestrutura urbana, visto que os lugares mais desestruturados
são onde habitam famílias com condições socioeconômicas mais
desfavorecidas e esses lugares são onde o abastecimento de água e coleta de
lixo ocorrem de formas mais irregulares. A própria população por não deter de
conhecimento suficiente a respeito do risco acabam armazenando
incorretamente a água e fazendo com que muitas vezes a mesma fique
acumulada em vasos de plantas, baldes e calhas (JOHANSEN, CARMO,
ALVES, 2016)
Os Agentes de Combate de Endemias (ACE), dentro da VSA, podem ser
considerados os agentes centrais no controle das arboviroses por atuarem
diretamente na prevenção dessas infecções, pois os mesmos trabalham com
ações de controle vetorial, que devem ser integradas com ações de educação
em saúde, comunicação e incentivo a mobilização social, essas ações deve se
adequar ao contexto social que a população está inserida para melhor
efetividade (EVANGELISTA et al., 2018).

REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Vigilância Ambiental. Publicado: Sexta, 25
de agosto de 2017, 10h37. [Acesso em 25, de abr de 2020]. Disponível em:
https://www.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/vigilancia-ambiental
CAMARA, T.N.L. Arboviroses emergentes e novos desafios para a saúde
pública no Brasil. Revista de Saúde Pública, v.50, 2016. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-
87872016050006791.pdf
EVANGELISTA, J.G.; FLISH, T.M.P.; VALENTE, P.A.; PIMENTA, D.N.
AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS: CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES
PROFISSIONAIS NO CONTROLE DA DENGUE. Revista Trabalho, Educação
e Saúde, v.17, n.1, 2019. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/tes/v17n1/0102-6909-tes-17-1-e0017303.pdf
JOHANSEN, I.C.; CARMO, R.L.; ALVES, L.C. Desigualdade social intraurbana:
implicações sobre a epidemia de dengue em Campinas, SP, em 2014. Cad.
Metrop., São Paulo, v. 18, n. 36, pp. 421-440, 2016. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/cm/v18n36/2236-9996-cm-18-36-0421.pdf

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