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MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Reconhecer os principais encontros e eventos importantes para a discussão de meio ambiente e educação
1 Introdução
“Podemos ajudar a tornar o mundo um lugar melhor ao não cairmos em armadilhas mentais que levam à
negação e à inação, e ao manter nossos sentimentos poderosos de esperança ligeiramente à frente de nossos
Ainda segundo o mesmo autor, contribuímos de forma diretas e indiretas para os problemas ambientais que
enfrentamos. Entretanto, por não querermos nos sentir culpados pelos danos ambientais que podemos estar
A quebra deste paradigma é feita, quando grupos se reúnem para discutir a questão das possibilidades de
preservação do meio e de mudanças de políticas públicas para que isso ocorra da melhor forma: para a
social, o autoritarismo, a ameaça nuclear, os desastres ambientais resultantes da ação humana, entre outros
problemas, foi reunindo cada vez mais pessoas em torno de questões relativas ao meio ambiente, à qualidade de
“Ao longo da década de 1960, ocorreram manifestações populares em diversos países, por exemplo Brasil, Japão,
antiga Tchecoslováquia, EUA, em razão de problemas como a ditadura, a ocupação soviética, a Guerra do Vietnã,
entre outros. Na França, essa movimentação atingiu seu apogeu ao longo de 1968, quando vários grupos –
estudantes, artistas, intelectuais e operários – articularam uma grande greve nacional contra o status quo.”
(Simonnet, 1981).
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Figura 1 - Greve de 1968: Estudantes da Universidade Sorbonne protestam nas ruas de Paris
Já nessa época, vemos que o movimento ecológico colocou em xeque a estrutura de necessidades, o modo de vida
das pessoas e as relações entre a humanidade e o mundo, segundo Castoriadis e Cohn-Bendit (1981).
A educação ambiental (EA) na década de 1960, ainda não estava bem delineada e, por vezes, era confundida com
disciplinas.
Essa educação ora privilegiava o estudo compartimentalizado dos recursos naturais e as soluções técnicas para
os problemas ambientais locais, ora visavam despertar nos jovens um senso de maravilhamento em relação à
natureza.
Vários autores apontam a Keele Conference on Education and Countryside, realizada em 1965, na Universidade
de Keele (Inglaterra), como um marco a partir do qual o termo Environmental Education (educação ambiental),
que circulava em meios específicos, alcançou ampla divulgação (Martin e Wheeler, 1975 apud Pelicioni, 2009).
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3 Conselho para Educação Ambiental
Pouco tempo depois, na Grã-Bretanha, implantou-se o Conselho para Educação Ambiental, voltado para a
coordenação de organizações envolvidas com os temas educação e meio ambiente. Já em 1970, segundo Pelicioni
... pessoas diferentes atribuem diversos significados {à EA}, e também muitos dos que usam o termo
não têm certeza do que querem dizer. Parte da confusão emerge da tendência de ministrantes de
diversas disciplinas em se apropriar do termo “ambiental” para sua área, qual seja ecologia,
nova Lei de Proteção aos Animais e a criação de vários parques nacionais e estaduais. Entretanto, continuavam
não sendo discutidos problemas fundamentais como o estilo de desenvolvimento que o país deveria adotar, a
poluição, o zoneamento das atividades urbano-industriais, entre outros. Como observa Drummond (1997):
... a disseminação da consciência ambientalista no Brasil foi muito prejudicada pelos altos e baixos da
5 Conferência de Biosfera
No final da década de 1960, percebemos que a problemática ambiental suscita debates no mundo: A UNESCO
(em colaboração com outras entidades) organiza a Conferência Intergovernamental de Especialistas sobre as
Bases Científicas para Uso e Conservação Racionais dos Recursos da Biosfera, ou simplesmente, a Conferência da
Biosfera.
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Esse evento, em Paris, deu continuidade ao tema da cooperação internacional em pesquisas científicas, que havia
sido inicialmente abordado, em 1949, na Conferência Científica das Nações Unidas sobre a Conservação e
Humano, em 1972 que foi a primeira conferência temática da ONU e reuniu representantes de 113 países
(Pelicioni, 2009).
Em decorrência de uma das recomendações oriundas da Conferência da Biosfera e atendendo à solicitação dos
representantes suecos presentes na XXIII Assembleia Geral da ONU (1969), uma vez que a Suécia estava
Segundo McCormick (1992), em Estocolmo foi a “primeira vez que as questões políticas, sociais e econômicas do
meio ambiente global foram discutidas em um fórum intergovernamental, com a perspectiva de realmente
empreender ações corretivas”, o que produziu maior envolvimento tanto por parte dos governantes e das
instituições supranacionais quanto das Organizações Não-Governamentais (ONGs), mesmo tendo participado de
fóruns distintos. Nessa fase, portanto, a visão conservacionista estava dando lugar a um movimento mais amplo.
pois confirmou a tendência em direção a uma nova ênfase sobre o meio ambiente humano. O
pensamento progrediu das metas limitadas de proteção da natureza e conservação dos recursos
naturais para a visão mais abrangente da má utilização da biosfera por parte dos humanos.
A própria natureza do ambientalismo mudou: da forma popular, intuitiva e provinciana com a qual
emergiu nos países mais desenvolvidos no final dos anos 60, para uma forma de perspectivas mais
racionais e globais, a qual enfatizava o esforço no sentido de uma compreensão plena dos problemas
e do acordo sobre uma ação legislativa efetiva. Forçou um compromisso entre as diferentes
percepções sobre o meio ambiente defendidas pelos países mais e menos desenvolvidos”.
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7 Desdobramentos de Estocolmo: Tbilisi, Moscou e Rio 92
Importantes desdobramentos de Estocolmo foram as iniciativas voltadas para a recuperação da saúde ambiental
do planeta, por meio do incentivo à implantação de políticas públicas, órgãos ambientais estatais, cooperação e
acordos internacionais, além da ênfase na necessidade da generalização de esforços para a educação ambiental.
A própria Declaração sobre o Ambiente Humano, gerada no evento, enfatizou a necessidade de mais trabalhos
Após Estocolmo e seguindo sua recomendação de número 96, que atribuiu grande importância estratégica à EA,
foram realizados diversos encontros nacionais, regionais e internacionais, dentro os quais, destacaremos:
Conferência de Tblisi;
Conferência de Moscou
num marco histórico para a evolução da EA. Foi realizada em Tbilisi na capital da Geórgia, de 14 a 26 de outubro
de 1977, organizada pela UNESCOA, em cooperação com o Pnuma. Até o presente, é a referência internacional
Esta Conferência produziu um documento, publicado em 1980, chamado “Livro Azul”, que até hoje é uma
importante fonte de consulta para ações em EA. De uma forma sintética, o documento explica que:
Mediante a utilização dos avanços da ciência e da tecnologia, a educação deve desempenhar uma função capital
com vistas a criar a consciência e a melhor compreensão dos problemas que afetam o meio ambiente. Essa
educação há de fomentar a elaboração de comportamentos positivos de conduta com respeito ao meio ambiente
A EA deve dirigir-se a pessoas de todas as idades, a todos os níveis, na educação formal e não formal. Os meios de
comunicação social têm a grande responsabilidade de pôr seus enormes recursos a serviço dessa missão
educativa.
A EA, devidamente entendida, deveria constituir uma educação permanente, geral, que reaja às mudanças que se
produzem em um mundo em rápida evolução. Essa educação deveria preparar o indivíduo, mediante a
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compreensão dos principais problemas do mundo contemporâneo, proporcionando-lhe conhecimentos técnicos
e qualidades necessárias para desempenhar uma função produtiva, com vistas a melhorar a vida e proteger o
Ao adotar um enfoque global, sustentado em uma ampla base interdisciplinar, a EA cria uma perspectiva dentro
da qual se reconhece a existência de uma profunda interdependência entre o meio natural e o meio artificial,
demonstrando a continuidade dos vínculos dos atos do presente com as consequências do futuro, bem como a
Dez anos depois da Conferência de Tbilisi, trezentos especialistas de cem países e observadores da IUCN,
reuniram-se em Moscou, CEI (17 a 21 de agosto de 1987) para o Congresso Internacional em Educação e
Formação Ambientais, promovido pela Unesco/ Unep/IEEP, conhecido como o Congresso de Moscou.
O Congresso objetivou a discussão das dificuldades encontradas e dos progressos alcançados pelas nações, no
campo da EA, e a determinação de necessidades e prioridades em relação ao seu desenvolvimento, desde Tbilisi.
Fez uma análise da situação ambiental global e não encontrou sinais de que a crise ambiental houvesse
diminuído. Ao contrário, o abismo entre as nações aumentou e as mazelas dos modelos de desenvolvimento
7.3 Rio 92
A Conferência do Rio, ou Rio-92, como ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e Desenvolvimento (Unced ou Earth Summit), veio contrariar os que gostam de tornar as coisas mais
complicadas. Através do capítulo 4, Seção IV da Agenda 21, a Rio-92 corroborou as recomendações de Tbilisi
para a EA. Ficou patente a necessidade do enfoque interdisciplinar e da prioridade das seguintes áreas de
programas:
• Reorientar a educação para o desenvolvimento sustentável.
• Aumentar os esforços para proporcionar informações sobre o meio ambiente, que possam promover a
conscientização popular. Promover o treinamento.
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8 Conclusão
É importante termos a percepção de que a discussão da educação ambiental transcende a educação formal e os
próprios encontros especializados no assunto, mas parte também da educação familiar e social.
Somente através da união desses fatores é que poderemos ter esperança de que a preservação ambiental, para
Reforçamos que não foram somente estes três encontros com foco na discussão de educação ambiental que
ocorreram no mundo, mas que estes foram os marcantes para a divulgação do assunto.
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