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1. INTRODUÇÃO
Manutenção é isto: quando tudo vai bem, ninguém lembra que
existe; quando algo vai mal, dizem que não existe!... Quando é para
gastar, acha-se que não é preciso que exista. Porém quando real-
mente não existe, todos concordam que deviam existir...
A manutenção é uma fonte de custo cara e complexa e como tal precisa ser admi-
nistrada, além de ser uma atividade meio de fundamental importância para a produção e a
qualidade do produto. Sendo assim, o desempenho da manutenção só poderá ser medida em
termos de custos e das paralisações dos equipamentos e instalações. Em toda empresa, in-
dependentemente de sua atividade, existe um objetivo bem determinado de permanecer nos
negócios e sobreviver no futuro através da qualidade de seus produtos e serviços com cus-
tos cada vez menores. Nestas condições devemos entender a manutenção como uma ativi-
dade meio por excelência que deve existir para propiciar à área operacional o cumprimento
das metas de produção.
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
2. A MANUTENÇÃO COMO FATOR ECONÔMICO
− A REALIDADE:
§ Equipamentos já adquiridos com baixa confiabilidade;
§ Na maioria dos casos, a intenção é dada somente a reparos, e nunca à
eliminação da causa;
§ Apesar disso necessitamos de alta confiabilidade e redução constante de
custos.
− AS METAS:
§ Aumentar continuamente a disponibilidade;
§ Otimizar custos de manutenção e operação;
§ Reduzir o capital imobilizado em estoques sobressalentes;
§ Acumular dados para análise, visando melhorias;
§ Antecipação constante de problemas.
− OS MEIOS:
§ Investimentos de 1% no planejamento da manutenção, resultam numa
redução de aproximadamente 5% nos custos provenientes de falhas.
3. CONCEITO DE MANUTENÇÃO
Nestas condições é possível estabelecer o conceito de manutenção através das ativi-
dades que exerce, ou seja:
− Conservar a disponibilidade das instalações;
− Reparar danos com pessoal competente;
− Fornecer peças de reposição necessárias;
− Registrar danos e defeitos, analisá-los e eliminar a causa fundamental;
− Informar sobre as experiências realizadas, evitando erros futuros na padroniza-
ção de procedimentos, na realização de projetos, na operação dos equipamentos
e na própria manutenção;
− Ajudar a garantir a segurança da instalação;
− Controlar a instalação quanto à capacidade instalada, segurança dos equipa-
mentos, meio ambiente, consumo de energia e domínio tecnológico.
Capítulo 1 - 2
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
4. EVOLUÇÃO E ESTADO ATUAL DA MANUTENÇÃO
− QUEBRA/CONSERTA à MANUTENÇÃO CORRETIVA (1930):
§ A função de Reparo é relacionada à manutenção;
§ O órgão de manutenção não tem Controle da função;
§ Meios: técnicas de reparo e ferramentas;
§ O objetivo da manutenção era incerto!
− PARANDO A OCORRÊNCIA DE DEFEITOS (1950):
§ Estágio inicial da introdução da manutenção Preventiva;
§ Conquista: independência do departamento de manutenção;
§ Meios: empíricos / controle do ciclo de vida;
§ Finalidade: Zero Problemas;
§ O plano de manutenção se torna Inflexível;
§ Altos custos!
− PARANDO O CRESCIMENTO DOS CUSTOS (1960):
§ Manutenção Produtiva: unificação da Manutenção e Produção;
§ Meios utilizados: combinação efetiva de manutenção Corretiva / Pre-
ventiva / Melhorias, envolvendo o pessoal da produção na Responsabili-
dade pela Conservação dos equipamentos;
§ Finalidade: perseguição de uma manutenção mais Econômica!
5. HISTÓRICO DA MANUTENÇÃO
A história da manutenção acompanha o desenvolvimento técnico industrial da hu-
manidade. No fim do século XIX, com o surgimento da mecanização das indústrias surgiu
a necessidade dos primeiros reparos. Até 1914, a manutenção tinha importância secundária
e as indústrias praticamente não possuíam equipes para a execução deste tipo de serviço. Os
reparos eram trabalhados pelo mesmo efetivo da produção. Até esta época as equipes de
manutenção praticamente não existiam e a maior parte dos cuidados com o equipamento era
no sentido de trocar partes que se gastavam. Evitar que o desgaste fosse a curto prazo era
também um cuidado que se tomava em relação aos equipamentos. Para isso, passava-se
gorduras de origem animal nas partes móveis e sujeitas a cargas mecânicas, onde o desgaste
era notado com facilidade e contornado com esta simples providência.
Com o surgimento da 1a Guerra Mundial, as fábricas passaram a ter que manter uma
produção mínima para fins bélicos. Surgiu então a necessidade de criar equipes que pudes-
sem corrigir as falhas dos equipamentos no menor tempo possível. Desta forma surge um
órgão subordinado à produção, com uma função típica de manutenção. Esta situação se
mantém até a década de 30, quando surge a 2a Guerra Mundial. A alta administração das
fábricas preocupavam-se em aumentar a produtividade. Não só corrigir as falhas mas tam-
bém evitar o seu aparecimento. Tal situação levou técnicos de manutenção a desenvolverem
processos de prevenção de falhas, que juntamente com a correção completavam o quadro
Capítulo 1 - 3
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
geral de manutenção. Forma-se uma estrutura de manutenção tão importante quanto a de
produção.
De 1940 a1966, com o avanço das indústrias aeronáuticas, ocorre a expansão dos
critérios de manutenção preventiva pois não é possível efetuar reparos na maior parte dos
equipamentos de uma aeronave em vôo. Para garantir o funcionamento do equipamento
surge então, dentro do órgão de manutenção, uma equipe altamente especializada preocu-
pada em definir os níveis de confiabilidade dos equipamentos. Não só definir, mas também
aumentá-la. São realizados estudos em torno de como reduzir os tempos de reparo, au-
mentar a eficiência das equipes e melhorar os métodos de trabalho de manutenção, através
do sistema PERT-CPM. O dimensionamento da quantidade de sobressalentes necessários e o
estudo das características das falhas passaram a ser desenvolvidos e agrupados em torno do
título Engenharia de Manutenção.
Capítulo 1 - 4
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
7. CONCEITOS DE TEROLOGIA
A definição de terologia vem do grego TERO que significa ter cuidado, preservar. É
a tecnologia da manutenção através da otimização dos custos do ciclo de vida de peças,
componentes conjuntos, máquinas e equipamentos, prolongando o seu ciclo de vida.
O equipamento industrial passa por alguns estágios em seu ciclo de vida, dos quais o
primeiro é o projeto e o último sua substituição. O nível de manutenção requerido por um
equipamento em seu estágio operacional é afetado por fatores presentes em estágios anteri-
ores.
Capítulo 1 - 5
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
Especificação
§ Desempenho
§ Confiabilidade
Projeto
§ Manutenibilidade
§ Sistemas de apoio
Período de
Aprendizagem
§ Detecção de deficiências de Projeto
Operação § Otimização da manutenção
§ Otimização da operação
§ Desgaste
Substituição § Obsolescência
§ Fatores econômicos
8. A DISPONIBILIDADE
A função manutenção pode ser considerada como uma combinação de ações condu-
zidas para substituir, revisar ou modificar componentes ou grupos identificáveis de compo-
nentes de um equipamento de modo que este opere dentro de uma disponibilidade especifi-
cada em um intervalo de tempo também especificado.
Capítulo 1 - 6
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
A confiabilidade é a probabilidade de um equipamento cumprir sua missão sob da-
das condições operacionais e é medida pelo TMEF - Tempo Médio Entre Falhas. Quanto
maior o TMEF maior é a confiabilidade. Já a manutenibilidade é a probabilidade de um
equipamento retornar a sua condição operacional, com recursos de manutenção determina-
dos, dentro de um período de tempo especificado. É medida pelo TMR - Tempo Médio de
Reparo. Quanto menor é o TMR maior é a manutenibilidade.
TEF1 TEF2
C M
TMEF TMR
Basicamente, os equipamentos ou algumas partes deles podem estar em uma das se-
guintes condições:
− A Produzindo normalmente;
− B Produzindo, porém disponível para a manutenção;
− C Sob manutenção programada;
− D Sob manutenção de emergência;
− E À espera de manutenção.
Capítulo 1 - 7
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
− Disponibilidade Inerente - Considera somente intervenções no equipamento
após falha do mesmo:
TMEF
DI =
TMEF + TMR
TMEF: Tempo médio entre falha
TMR: Tempo médio de reparo.
− Disponibilidade Atingida - Considera, também, intervenções antes da falha do
equipamento:
TMEM
DA =
TMEM + TMR
TMEM: Tempo médio entre manutenções
TMR: Tempo médio de reparo.
− Disponibilidade Operacional - Inclui interrupções devidas a suprimentos e
problemas administrativos:
TMEM
DO =
TMEM + TP
TMEM: Tempo médio entre manutenções
TP: Tempo médio em paralisação.
A disponibilidade é afetada pelo tempo necessário para realizar o reparo e pelo atra-
so devido à falta de recursos e de informações. A disponibilidade ótima não é necessaria-
mente uma disponibilidade 100%, conforme mostra a figura a seguir. O grande desafio é
Gerar meios para que a disponibilidade dos equipamentos seja compatível com as necessi-
dades de produção.
CUSTOS
CUSTO TOTAL
CUSTO DE SUBSTITUIÇÃO
(PREVENÇÃO)
CUSTO DA INDISPONIBILIDADE
CUSTO DA CORRETIVA
DISPONIBILIDADE
Capítulo 1 - 8
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
As causas de uma reduzida confiabilidade ou manutenibilidade podem significar res-
ponsabilidades além do departamento de manutenção. Assim, a figura a seguir resume o
contexto da disponibilidade dentro da estrutura fabril.
PRODUÇÃO DA FÁBRICA
9. ESTRATÉGIA DA MANUTENÇÃO
DIAGNÓSTICO DA
OBJETIVOS POLÍTICAS PLANOS DE AÇÃO
SITUAÇÃO ATUAL
Capítulo 1 - 9
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
as. É necessário compreender as características de manutenção da fábrica e conhecer pro-
fundamente qual é realmente a função do departamento de manutenção e como este deve se
relacionar com a produção. Deve ter familiaridade com seu conjunto de responsabilidades
para compreender a dinâmica do sistema produção - manutenção. As funções manutenção e
produção em uma organização industrial moderna estão interrelacionadas e não é possível,
nem desejável, considerar cada uma isoladamente. Esforços para reduzir custos de qualquer
uma destas funções podem facilmente aumentar os custos de outra. Tudo o que for econo-
mizado em uma pode ser perdido na outra. É importante que ambas sejam planejadas em
uma base unificada com o objetivo de obter o menor custo global.
Capítulo 1 - 10
Conceitos Básicos de Organização e Gerência
9.2 AS POLÍTICAS DE MANUTENÇÃO
1) SUBSTITUIÇÃO NÃO PLANEJADA
A organização produtiva que utiliza equipamentos pequenos, facilmente substituí-
veis pode chegar a conclusão que o reparo é mais caro que a substituição. Alternativamente
avanços tecnológicos tornam muitos equipamentos obsoletos em um curto espaço de tem-
po. Em conseqüência disto, estes equipamentos quando falharem podem vir a ser substituí-
dos por outros mais modernos. Além destas possibilidades, existem itens que são impossí-
veis de reparar, ou seja, são projetados para uma única vida, com sua virtude sendo coloca-
da na alta confiabilidade e baixo custo de reposição.
2) SUBSTITUIÇÃO PLANEJADA
Esta política é freqüentemente utilizada com bons resultados em vários ramos da in-
dústria, principalmente naqueles em que o equipamento opera como uma unidade individu-
al. A boa qualidade dos equipamentos é garantida e somente uma manutenção básica - lu-
brificação e ajuste - é realizada para manter o equipamento em boas condições. O equipa-
mento é vendido antes de perder sua eficiência operacional quando quebras ou falhas forem
esperadas ou quando substituições ou revisões forem necessárias.
Quando aplicado nas condições adequadas este sistema pode reduzir o tempo para-
do, prevenir revisões onerosas e minimizar as ações de manutenção. Isto torna a organiza-
ção capaz de obter, continuamente, as vantagens dos equipamentos modernos, o que é par-
ticularmente importante nas indústrias onde a tecnologia e os métodos são constantemente
alterados.
A instalação que opera com vários equipamentos com funções semelhantes pode
chegar a conclusão que é mais barato, fácil e rápido permitir que o equipamento pare e en-
tão substituí-lo por outros que já estavam recondicionados. O equipamento é então recupe-
rado e mantido à disposição para futuras utilizações.
É importante ressaltar neste item as diferenças entre os termos manutenção após fa-
lha e manutenção de emergência que são freqüentemente utilizados de uma forma intercam-
biável. Na realidade o termo manutenção de emergência deve ser utilizado quando ocorrem
falhas que não foram previstas e que não houve uma análise antecipada. Por outro lado, o
termo manutenção corretiva é utilizado nos casos em que a falha foi considerada antecipa-
damente e foi feito um planejamento do método de reparo bem como a preparação de fer-
ramental necessário
a) MANUTENÇÃO SISTEMÁTICA
b) MANUTENÇÃO PREDITIVA
5) MODIFICAÇÃO DE PROJETO
Em contraste com as políticas já citadas que visam minimizar o efeito da falha, as
modificações de projeto tem como objetivo maior a eliminação das causas das falhas. Esta
política é usualmente adotada em itens de elevado custo de manutenção e exige um grande
intercâmbio de informações entre os departamentos de engenharia, manutenção e a empresa
fornecedora do item.
DECISÃO DA
DE MANUTENÇÃO
VERIFICAÇÃO DAS
QUE ATENDEM À
IDENTIFICAÇÃO DOS
QUE INTERFEREM NA
DEFINIÇÃO DE
PARA A DECISÃO
N
DECISÃO
ADOTAR A POLÍTICA
ESCOLHIDA
Capítulo 1 - 13