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ABNT/CEE-93

2º PROJETO 93:000.00-002
JANEIRO 2014

Auditoria de projetos – Requisitos

APRESENTAÇÃO
1) Este Projeto de Norma foi elaborado pela Comissão de Estudo de Estudo Especial de
Gestão de Projetos, Programas e Portfólio (ABNT/CEE-93), em várias reuniões do GT 04 –
Auditorias de Projetos, e aprovado na seguinte Reunião Plenaria:

20.05.2013

2) Não tem valor normativo;


3) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória;
4) Este Projeto de Norma será diagramado conforme as regras de editoração da ABNT
quando de sua publicação como Norma Brasileira.
5) Tomaram parte na elaboração deste Projeto:
Participante Representante

ABNT Mozart Silva Filho


Attivos Inteligência & Estratégias Nihad Faissal Bassis
Cemig Carlos Alberto de Souza
Armando Oliveira
André Carazza
Alceu Fernandes Filho
Autônomos Jefferson Guimarães
Defensoria Pública da União Wankes Leandro Ribeiro
Embraer S.A. Wantuir Felippe S. Jr.
Embratel Walther Krause
Alexsandro Nascimento
José Angelo Valle
FGV
Armando Oliveira
Roberto Palmieri
GSK Vania Neves
José Luiz de Moura Santos
Hope Consultoria Robson Lelles
Fernando V. Mendes
Inmetro
Samuel C. P. Valle
Camila Moura Caiaffa
Light Jose Tenório Barreto Junior
Modulo Erika Barbosa

NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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PROJETO 93:000.00-002
OUT 2013

Petrobras Carlos Eduardo M. F. Braga

RCA Ricardo Coutinho


Risiko Ltda Anthony Brown
3PTA Gerhard Tekes

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Auditoria de projetos – Requisitos


Projects auditing – Requirements

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas
fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.

O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope
This Standard establishes requirements for conducting audit projects based on the governance aspects
of projects, according to ABNT NBR ISO 21500 and other standards, frameworks, best practices and
standards used as reference in Project Auditing. Among the many benefits to be achieved with the
adoption of this standard include the following:

a) identify the effectiveness of the organizational structure of the project management system (PMS);

b) identify the effectiveness of project management;

c) identify the relationship between the limits of authority in decision making for the management of the
project;

d) identify the degree of adoption, applicability and effectiveness of policies and strategies used;

e) identify adherence, applicability and effectiveness of processes, practices and methodologies;

f) identify the adequacy, applicability and effectiveness of the controls used in project management;

g) provide clarity to the application of regulatory frameworks relevant to the project;

h) evaluate the accountability of the project, according to the needs of the claimant of the audit.

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0 Introdução
0.1 Esta Norma fornece os requisitos necessários para a implementação da auditoria de projetos no
contexto do gerenciamento do projeto em atendimento à governança organizacional. Esta Norma
contempla o seguinte público-alvo:

a) organizações de quaisquer indústrias, segmentos, portes ou setor que almejam implementar


processos de auditoria interna em seus sistemas de gerenciamento de projetos (SGP);

b) profissionais de gerenciamento de projetos que buscam implementar práticas e políticas de


governança em suas organizações por meio de auditoria interna;

c) auditores e avaliadores seniores de projetos que almejam desenvolver consultorias de auditagem


como profissionais de auditoria externa;

d) gerentes seniores e patrocinadores de projeto, de forma que possam melhor compreender os


princípios e práticas da auditoria de projetos e prover apoio apropriado e orientação para seus
gerentes de projeto, equipes de gerentes de projetos e suas equipes de projetos;

e) gerentes de projeto, equipes de gerenciamento de projetos e membros das equipes de projetos, de


forma que possam ter uma base comum sobre a qual comparem suas normas e práticas de projetos
com as dos outros;

0.2 Os princípios de governança de projetos para auditoria dos sistemas de gerenciamento de projetos
(SGP) que são referencia desta Norma são:

a) justificação contínua de negócio – o SGP deve conduzir e manter, de forma documentada, e com
os devidos registros, o desenvolvimento do projeto, de forma a obter resultados compatíveis com a
sustentabilidade da organização, a partir de estudos de viabilidade, atendimento a requisitos legais,
cumprimento de obrigações contratuais e alinhamento com o planejamento estratégico;

b) responsabilização – o SGP adotado pela organização deve identificar claramente os papéis e


responsabilidades definidos para o gerenciamento do projeto;

c) estratégia – o SGP deve manter-se permanentemente alinhado aos objetivos estratégicos do


negócio;

d) desempenho – o SGP deve ter metodologia própria e documentada, identificando como irá
alcançar o sucesso esperado e quais ferramentas, métodos, técnicas, artefatos, instrumentos e
processos serão adotados;

e) conformidade – o SGP deve manter sistemática atualizada para o atendimento ao conjunto de


regulamentos, obrigações contratuais e normas ligadas ao contexto do projeto;

f) foco no gerenciamento do projeto – o SGP deve prover controles suficientes para evidenciar a
dinâmica do gerenciamento do projeto, de forma a garantir a transparência das decisões tomadas e
seus respectivos impactos e riscos documentados, bem como os resultados planejados e
alcançados;

g) aprender com a experiência – o SGP deve utilizar as auditorias do projeto para identificar,
documentar e aplicar as lições aprendidas no SGP, visando sua melhoria contínua.

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0.3 A base de análise de auditoria fundamental desta Norma, em termos de eficácia de um SGP, é
baseada em uma aplicação contínua do “ciclo de análise de auditoria (CAA)” da seguinte forma:
“avaliação/direcionamento/monitoramento” (ver Figura 1), ou seja:

a) avaliação do uso de um SGP;

b) direcionamento do SGP alinhado aos objetivos do negócio;

c) monitoramento de conformidade com as políticas, planos e desempenho global do gerenciamento


do projeto.

Figura 1 — Ciclo de análise de auditoria (CAA)

1 Escopo

1.1 Generalidades
Esta Norma estabelece os requisitos para realização de auditoria de projetos com base nos aspectos de
governança de projetos, conforme ABNT NBR ISO 21500 e demais normas, frameworks, boas práticas
e padrões utilizados como referência em auditoria de projetos. Entre os diversos benefícios a serem
alcançados com a adoção desta Norma, destacam-se os seguintes:

a) identificar a eficácia da estrutura da organização do sistema de gerenciamento do projeto (SGP);

b) identificar a eficácia do gerenciamento do projeto;

c) identificar a relação entre os limites de autoridade nas tomadas de decisão para o gerenciamento
do projeto;

d) identificar o grau de adoção, aplicabilidade e eficácia das políticas e estratégias utilizadas;

e) identificar a aderência, aplicabilidade e eficácia dos processos, boas práticas e metodologias


utilizadas;
f) identificar a suficiência, aplicabilidade e eficácia dos controles utilizados no gerenciamento do
projeto;

g) proporcionar clareza da aplicação dos marcos regulatórios pertinentes ao projeto;

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h) avaliar a prestação de contas do projeto, de acordo com as necessidades do demandante da


auditoria.

1.2 Aplicação
Esta Norma, por sua lógica baseada em processos, aplica-se à auditoria de sistemas de gerenciamento
de projetos de qualquer natureza como: projetos das áreas de meio ambiente, segurança, energia,
sustentabilidade, engenharias, obras, tecnologia da informação e comunicação, entre outros.
O principal objeto de aplicação desta Norma é o sistema de gerenciamento de projetos.
Todos os requisitos desta Norma são genéricos e se pretende que sejam aplicáveis a todos os projetos,
independentemente do seu tipo, porte e do produto que fornecem.
No caso de algum requisito desta Norma ser desconsiderado pelo SGP, uma justificativa deve ser
apresentada, cabendo ao auditor um parecer quanto à conformidade da exclusão.
Nesta Norma, o uso dos requisitos pode ser aplicado desde a decisão de iniciar um projeto até a
realização da demanda de avaliação do projeto, após seu encerramento.
Esta Norma não fornece diretrizes ou requisitos para o gerenciamento de programas e portfólios de
projetos.
Esta Norma, por ter seus requisitos definidos de forma genérica, foi redigida de forma a se aplicar a
todos os tipos e portes de organizações e para se adequar a diferentes condições geográficas, culturais
e sociais. O fundamento do contexto de aplicação é mostrado na Figura 2, com base na
ABNT NBR ISO 21500.

Figura 2 — Visão geral dos conceitos de gerenciamento de projetos e seus relacionamentos

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O sucesso da auditoria depende do comprometimento de todos os níveis e funções, especialmente da


Alta Direção.

A aplicação desta Norma não pretende estabelecer um vínculo direto de análise com os resultados
gerados pelo projeto, sejam produtos ou serviços, mas sim com o desempenho do gerenciamento do
projeto em uma visão global. Desta forma, a auditoria de projetos tem seu foco voltado à dinâmica do
uso das decisões e controles de governança de projetos no atendimento às estratégias superiores da
organização, sejam elas definidas em um programa, portfólio ou uma política corporativa específica
para projetos.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para
referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se
as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR ISO 9000, Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e vocabulário


ABNT NBR ISO 17000, Avaliação de conformidade - Vocabulário e princípios gerais
ABNT NBR ISO 19011, Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão
ABNT NBR ISO 21500, Orientações sobre gerenciamento de projeto
ABNT ISO/IEC GUIA 2, Normalização e atividades relacionadas - Vocabulário geral

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições das ABNT ISO/IEC GUIA 2,
ABNT NBR ISO 9000, ABNT NBR ISO 17000, ABNT NBR ISO 19011 e ABNT NBR ISO 21500.

4 Relação entre os princípios e o ciclo de avaliação de uma auditoria


4.1 Os princípios adotados nesta Norma são aplicados no ciclo “avaliar-direcionar-monitorar”. Os tipos
de auditoria são apenas indicativos. A estruturação das relações entre o ciclo de auditoria e alguns dos
princípios foi elaborada a partir dos princípios da ISO/IEC 38500 e são descritos na Figura 3.

Figura 3 — Princípios

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4.2 Os tipos de auditoria estabelecidos na Tabela 1 auxiliam no melhor atendimento das demandas em
auditoria de projetos, tanto na natureza da auditoria quanto nos seus resultados, em termos de
relatórios de auditoria. O tempo de cada auditoria depende das necessidades das organizações,
cabendo a elas a escolha do tipo adequado a ser aplicado e de sua periodicidade.

Tabela 1 — Exemplos de alguns tipos, objetivos e critérios de auditoria


Critérios de verificação de realização
dos objetivos da auditoria
Tipo Objetivo da auditoria
Estratégias Requisitos dos
organizacionais clientes
Auditoria da responsabilização Voltada para análise dos Grau de realização Grau de satisfação
em projetos processos decisórios e dos objetivos do do cliente
suas consequências em projeto
termos de resultados
Auditoria de aplicação das Voltada para o Grau de realização Não se aplica
estratégias em projetos alinhamento dos projetos dos objetivos
às estratégias estratégicos da
organizacionais organização
Auditoria de aquisições em Voltada para o uso dos Grau de eficácia no Não se aplica
projetos recursos nas aquisições processo de
necessárias aos projetos aquisições do
projeto
Auditoria de desempenho em Voltada para a avaliação Grau de Não se aplica
projetos de resultados financeiros desempenho do
em termos de projeto em relação
competitividade e aos resultados
estratégias econômicas financeiros
esperados
Auditoria de conformidade em Voltada para as questões Grau de Atendimento às
projetos de qualidade em nível de efetividade dos cláusulas
excelência e regulação acordos de nível contratuais
nas boas práticas do de serviço do
gerenciamento de projetos projeto
5 Governança de projetos
Existem diversas definições de governança de projetos, e cada uma delas pode ter sua abordagem
característica, criando um universo imenso de modelos de governança. Esta Norma foi elaborada a
partir do conceito de governança de projetos preconizado na ABNT NBR ISO 21500, o qual se
desenvolve a partir dos mecanismos de controle e decisões empregados no gerenciamento dos projetos
dentro de um contexto bidimensional como o do ambiente do projeto e do ambiente organizacional.
Como uma visão geral, a partir da ABNT NBR ISO 21500, define-se que “projetos são normalmente
organizados em fases que são determinadas por necessidades de governança e controle. Convém que
estas fases sigam uma sequência lógica, com início e fim, e usem recursos para produzirem entregas.
Para assegurar um eficiente gerenciamento de projeto durante seu ciclo de vida completo, convém que
um conjunto de atividades seja desenvolvido em cada fase. As fases do projeto são conhecidas
coletivamente como ciclo de vida do projeto. O ciclo de vida do projeto abrange o período desde o seu
início até o seu final. As fases são divididas por pontos de decisão, os quais podem variar dependendo
do ambiente da organização. Os pontos de decisão facilitam a governança do projeto. Convém que, no
final da última fase, o projeto tenha fornecido todas as entregas. Para gerenciar um projeto ao longo do

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seu ciclo de vida, convém que os processos de gerenciamento de projetos sejam usados pelo projeto
como um todo, ou para as fases individuais para cada equipe ou subprojeto”.

As partes interessadas do projeto, representadas na Figura 4, envolvem quem autoriza o projeto,


tomam as decisões executivas e resolvem os problemas e conflitos, bem como o conselho ou comitê
executivo do projeto, o qual contribui com orientações em nível sênior, além das demais entidades ou
autoridades com poder institucionalizado para decidirem sobre o projeto.

A partir da ABNT NBR ISO 21500, a responsabilidade para manter uma apropriada governança de um
projeto (garantia do projeto) deve ser atribuída ao patrocinador do projeto ou a um comitê executivo.
Porém, o acompanhamento da realização dos princípios da governança de projetos, colocados nesta
Norma, deve ser realizado por meio de atividades de auditoria interna do SGP.

A auditoria do SGP deve ser realizada pelo(s) auditor(es) de projetos competente(s) e qualificado(s).
Caso necessário, é de responsabilidade da Alta Direção estabelecer uma organização institucionalizada
e com autonomia frente ao funcionamento do SGP e a equipe de gerenciamento do projeto. Desta
forma, a responsabilidade de acompanhamento do desempenho da governança é externa à equipe que
compõe e gerencia o projeto, configurando-se assim uma auditoria interna característica das entidades
de auditagem tradicionais. Isto não impede que o ente representativo da auditoria interna possa ser
utilizado como apoio de orientação ao gerente do projeto em termos de melhoria do SGP.

Esta organização de acompanhamento do desempenho da governança do projeto pode se caracterizar


como: serviço, setor, departamento, divisão etc.

A Alta Direção deve garantir manutenção contínua de uma estrutura de auditoria interna do SGP, bem
como a formação continuada de seus profissionais nos assuntos pertinentes à governança de projetos.

Convém que sejam usadas as auditorias externas como elemento de validação da consistência
sistêmica da estrutura e uso de um SGP.

Figura 4 — Partes interessadas do projeto

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6 Requisitos de auditoria de projetos


A organização deve estabelecer, documentar, implementar e manter um SGP e melhorar continuamente
a sua eficácia de acordo com os requisitos desta Norma.

A organização deve executar auditorias internas a intervalos planejados para determinar se o SGP está:

a) conforme as disposições planejadas com os requisitos do SGP;

b) mantido e implementado eficazmente.

O planejamento e execução da auditoria do SGP deve seguir os processos definidos na


ABNT NBR ISO 19011.

A organização deve manter um programa de auditoria planejado, definindo critérios, métodos, escopo e
frequência de realização.

A seleção de auditores e a execução das auditorias devem assegurar objetividade e imparcialidade do


processo. Esta seleção deve ser documentada e comunicada previamente a todos os envolvidos.

A fim de assegurar a imparcialidade ao processo de auditoria, a entidade contratante da auditoria ou a


Alta Direção do projeto a ser auditado deve:

a) formalizar os critérios de seleção de auditores;

b) fazer um registro de auditorias anteriores para consulta às lições aprendidas;

c) estabelecer um procedimento para definir as responsabilidades e os requisitos para o planejamento


e a execução de auditorias, estabelecendo esses registros e o relato de resultados.

A administração responsável pelo projeto que está sendo auditado deve assegurar que quaisquer
correções e ações corretivas necessárias sejam executadas, em tempo hábil, para eliminar não
conformidades detectadas e suas causas. As atividades de acompanhamento devem incluir a
verificação das ações executadas e o relato de resultados de verificação.

Os requisitos para auditoria de projetos são os elementos necessários e mínimos para que a auditoria
de projetos seja realizada.

7 Requisitos a serem considerados na auditoria


Na auditoria os seguintes requisitos devem ser considerados:

a) governança;

b) gerais;

c) específicos; e

d) documentação.

Estes requisitos são a base para análise da auditoria de projetos e contextualizam-se como
elementos-chave para os trabalhos conclusivos da auditoria.
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7.1 Requisitos da estrutura da governança de projetos

Para que uma auditoria de projetos tenha sucesso, o SGP deve identificar os elementos estruturantes
de uma governança de projetos.

Caso haja a prática de governança de projetos, a auditoria pode apontar melhorias no modelo existente,
sistematização das práticas, proposição de ferramentas e técnicas, bem como novos artefatos e novos
fluxos de entrada e saída no processo de gerenciamento do projeto. Estas proposições podem compor
novos requisitos na estrutura de um SGP melhorado.

Caso não haja a prática da governança de projetos, cabe à organização responsável pelo
acompanhamento do desempenho de governança dos projetos apontar os elementos necessários e
suficientes para implantação da governança no contexto de gerenciamento de projetos.

7.1.1 Definição da estrutura do gerenciamento

A Alta Direção deve fornecer evidência do seu comprometimento com o estabelecimento,


implementação, operação, monitoramento, análise crítica, manutenção e melhoria do SGP mediante
instrumento documentado e validado periodicamente.

O SGP deve evidenciar os seguintes requisitos:

a) Identificação de business case, ou de outro instrumento de viabilidade tecnicamente embasado,


com seu devido controle de mudanças e responsáveis ao longo do ciclo de vida do projeto;

b) estrutura de gerenciamento de projetos (PMO ou similares), tanto no ambiente da organização


quanto em relação aos seus clientes e fornecedores;

c) estrutura autônoma de acompanhamento do desempenho da governança de projetos, com um ou


mais profissionais, dedicados à manutenção das garantias de sucesso de um projeto;

d) estruturas hierárquicas formais e informais da organização que manteve ou mantém relação com o
projeto auditado;

e) riscos ao projeto (diretos e indiretos);

f) mapeamento dos marcos regulatórios envolvidos no gerenciamento de cada projeto;

g) identificação dos níveis de tolerância definidos para o gerente de projetos em termos de gestão dos
riscos, custos, escopo, qualidade e tempo;

h) identificação das entregas do projeto e respectivas fases/estágios;

i) identificação dos controles utilizados ao longo do ciclo de vida de cada projeto;

j) papéis e responsabilidades ao longo do ciclo de vida de cada projeto.

A estabilidade da estrutura gerencial deve ser avaliada a partir do histórico dos principais profissionais
envolvidos no projeto, bem como do histórico de projetos (lições aprendidas) similares já executados
com sucesso ou não.

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7.1.2 Políticas, processos e metodologias a serem usadas

Os seguintes requisitos devem ser identificados para atender às definições das políticas, dos processos
e das metodologias:

a) políticas de gerenciamento dos projetos alinhadas aos princípios e políticas da organização;

b) SGP alinhado às definições da governança corporativa;

c) grau de aderência entre as entidades de governança corporativa, uma a uma, e suas relações com
o SGP;

d) mapeamento de processos de gestão de processos atualizado e implementado no gerenciamento


dos projetos;

e) clareza e aplicabilidade da metodologia de gerenciamento de projetos, bem como sua adequação


aos sistemas de informações e aos sistemas gerenciais de controle;

f) planejamento e execução do gerenciamento de mudanças do projeto.

7.1.3 Limites de autoridade para tomada de decisão

Todos os papéis e responsabilidades envolvidos no projeto devem ser mapeados e atualizados


constantemente.

7.1.4 Prestação de contas e responsabilidades das partes interessadas

O SGP deve identificar os meios de comunicação das partes interessadas.

A prestação de contas da gerência de projetos deve ser contínua e documentada.

7.1.5 Interações de como reportar e escalonar questões ou riscos

Reportar, escalonar e documentar questões que venham a requerer decisão de papéis superiores à
gerência do projeto.

7.2 Requisitos gerais (ambiente organizacional)

7.2.1 Os requisitos gerais tratam do ambiente organizacional do projeto, sendo eles:

a) definição da estrutura do gerenciamento do projeto:

 deve ser identificada e documentada, mantendo-se atualizada durante todo o ciclo de vida do
projeto;

b) políticas, processos e metodologias a serem usadas:

 são elementos que devem ser documentados obrigatoriamente antes do início efetivo do
projeto;

c) limites de autoridade para tomada de decisão,

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 são as regras documentadas de papéis e responsabilidades, feitas antes do início do projeto e


mantidas atualizadas ao longo do ciclo de vida do projeto;

d) business case:

 deve ser o instrumento utilizado para julgar se o projeto deve ou não continuar, e sua estrutura
e propósitos definitivos devem ser aprovados antes do início efetivo do projeto. Nele devem
constar os requisitos do cliente. Deve ser documentado, mantendo-se atualizado durante todo
o ciclo de vida do projeto.

7.2.2 Quanto aos requisitos a serem atendidos quanto ao aspecto “Definição da estrutura do
gerenciamento”, a Alta Direção deve definir e documentar a política de governança de projetos (PGP),
consultando as partes interessadas, e assegurar que esta evidencie, antes do início do projeto, as
seguintes características:

a) seja apropriada à natureza, ao segmento do mercado, indústria de atuação, escala e produtos ou


serviços da organização;

b) inclua o comprometimento com a promoção da ética e do desenvolvimento sustentável;

c) inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção de impactos adversos;

d) inclua o comprometimento com o atendimento à legislação e demais requisitos subscritos pela


organização;

e) seja documentada, implementada e mantida;

f) seja comunicada, respeitando os limites de aplicabilidade, para todas as pessoas que trabalham
para organização, ou em seu nome;

g) esteja disponível para o público; e

h) seja implementada em toda a organização, respeitando-se os limites de aplicabilidade.

7.3 Requisitos específicos (ambiente do projeto)

7.3.1 Requisitos a serem atendidos quanto ao aspecto “Interações como reportar e escalonar
questões ou riscos”

7.3.1.1 Os riscos devem ser identificados e documentados de forma a apontar quais objetivos do projeto
podem ser afetados.

7.3.1.2 Os riscos devem ser comunicados de forma pertinente e apenas aos envolvidos.

7.3.1.3 A gestão de riscos de projeto deve identificar as respostas aos riscos e designar seus
responsáveis, bem como os executores por monitorar e controlar as respostas aos riscos.

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7.3.2 Requisitos a serem atendidos quanto ao aspecto “Prestação de contas e


responsabilidades das partes interessadas”

7.3.2.1 A prestação de contas deve ter como referência principal o princípio da “justificação contínua do
negócio”, com base em uma razão fundamentada, válida e documentada, seja em formato de estudos
de viabilidade, cumprimento de novos marcos regulatórios ou decisões estratégicas de alto nível,
validadas sempre que necessário. Esta razão deve estar documentada e atualizada ao longo de todo o
ciclo de vida do projeto.

7.3.2.2 O SGP deve prover um sistema de comunicação completo e eficaz que informe e arquive todas
as suas ações.

7.3.2.3 O SGP deve evidenciar alinhamento contínuo aos objetivos estratégicos do negócio.

7.3.2.4 O SGP deve ter metodologia própria e documentada, identificando como irá alcançar o seu
sucesso esperado e quais ferramentas, métodos, técnicas, artefatos, instrumentos e processos serão
adotados.

7.3.2.5 O SGP deve evidenciar o atendimento ao conjunto de regulamentos e normas ligadas ao


contexto do sucesso do projeto como um todo.

7.3.2.6 O SGP deve evidenciar controles suficientes para garantir transparência das decisões tomadas
e seus respectivos impactos e riscos documentados, bem como os resultados planejados e alcançados.

7.3.2.7 O SGP deve evidenciar as lições aprendidas no gerenciamento do projeto em termos de


melhoria do SGP.

7.3.2.8 O SGP deve descrever os perfis necessários ao sucesso do projeto, informando competências,
habilidades e atitudes esperadas de cada perfil.

7.3.2.9 O SGP deve evidenciar o planejamento e respectivos resultados esperados em termos de


escopo, custos, tempo, qualidade e riscos do projeto.

7.3.2.10 O SGP deve evidenciar o planejamento e respectivos resultados esperados quanto aos
requisitos dos clientes.

7.3.2.11 O SGP deve atender às leis, regulamentos, padrões, boas práticas, guias e outros documentos
pertinentes utilizados na aplicação do projeto.

7.3.3 Requisitos a serem atendidos quantos aos aspectos “qualidade e configuração”

7.3.3.1 A qualidade no projeto deve ser identificada pelas técnicas e padrões de qualidade planejados e
aplicados durante o ciclo de vida do projeto informando seus respectivos níveis e responsáveis.

7.3.3.2 A configuração de um projeto deve ser identificada pelos meios utilizados para controle e
proteção de todos os produtos do projeto, bem como pelas suas respectivas atividades detalhadamente
descritas.

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7.4 Requisitos de documentação

Os requisitos de documentação tratam da materialidade do projeto como um todo em termos de dados,


informações, conhecimentos sob todas as formas identificáveis, sejam elas em meio digital, impresso ou
outros.

7.4.1 Generalidades

A documentação do SGP deve incluir:

a) declarações documentadas da política de governança corporativa e seus objetivos e metas;

b) documento de responsabilização de cada perfil profissional envolvido nos projetos, detalhando


seus papéis;

c) periodicidade de realização das auditorias;

d) processos detalhando os procedimentos de auditoria de forma adequada ao ambiente do projeto;

e) cronograma de realização da auditoria;

f) programação permanente de formação dos auditores, bem como seus níveis de atuação;

g) descrição do grau de autonomia de trabalho dos auditores;

h) descrição de leis, regulamentos, padrões, boas práticas, guias e outros documentos pertinentes
utilizados na aplicação do projeto;

i) descrição dos casos em que caibam auditorias adicionais e pós-projeto.

7.4.2 Controle de documentos

7.4.2.1 Os documentos requeridos pelo sistema de governança de projetos e por esta Norma devem ser
controlados. Registros são um tipo especial de documento e devem ser controlados de acordo com os
requisitos apresentados em 7.4.3.

7.4.2.2 O SGP deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) documentado(s) para:

a) aprovar documentos quanto à sua adequação, antes de sua emissão;

b) analisar, atualizar e reaprovar documentos, se necessário;

c) assegurar que as alterações e a situação da revisão atual dos documentos sejam identificadas;

d) assegurar que as versões pertinentes de documentos aplicáveis estejam disponíveis nos locais de
uso;

e) assegurar que os documentos permaneçam legíveis e prontamente identificáveis;

f) assegurar que os documentos de origem externa sejam identificados e que sua distribuição seja
controlada; e

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g) evitar o uso não intencional de documentos obsoletos e aplicar identificação adequada nos casos
em que forem retidos por qualquer propósito.

7.4.3 Controle de registros

7.4.3.1 A organização deve estabelecer e manter registros para prover evidências da conformidade com
os requisitos de seu SGP e com esta Norma.

7.4.3.2 A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) documentado(s) para


identificação, armazenamento, proteção, recuperação, tempo de retenção e descarte dos registros.

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Anexo A
(informativo)

Lista de termos

Este Anexo apresenta a Tabela A.1 que contém alguns termos e respectivas referências que podem ser
consultados para melhor entendimento desta Norma.

Tabela A.1 – Lista de termos


Termo Norma
Ação corretiva ABNT NBR ISO 9000
Ação preventiva ABNT NBR ISO 9000
Auditor ABNT NBR ISO 9000
Auditoria ABNT NBR ISO 19011
Conformidade ABNT NBR ISO 9000
Correção ABNT NBR ISO 9000
Certificação ABNT ISO/IEC 17000
Eficácia ABNT NBR ISO 9000
Eficiência ABNT NBR ISO 9000
Evidência objetiva ABNT NBR ISO 9000
Indicador(es) ABNT NBR ISO 9000
Melhoria contínua ABNT NBR ISO 9000
Não conformidade ABNT NBR ISO 9000
Procedimento ABNT NBR ISO 9000
Registro ABNT NBR ISO 9000
Requisito ABNT NBR ISO 9000

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 15/16


ABNT/CEE-93
2º PROJETO 93:000.00-002
JANEIRO 2014

Bibliografia

[1] ABNT ISO/TR 10013:2002, Diretrizes para a documentação de sistema de gestão da qualidade

[2] ISO/IEC 38500 – Corporate governance of information technology

[3] AA1000:1999, Accountability

[4] PMBOK 5ª Edição de 2012 - Project Management Body of Knowledge

[5] SA 8000:2001, Social Accountability

[6] Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC).

[7] DIIR Audit Standard No. 4

[8] A Guide to Project Management Auditing, Assessments and Recommendations - Certified


International Project Auditor (CIPA) by THE INTERNATIONAL ASSOCIATION OF PROJECT AND
PROGRAM MANAGEMENT (IAPPM)

[9] Gerenciando Projetos de Sucesso com PRINCE2. OGC/TSO.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 16/16

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