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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

MARCONE DA SILVA PEREIRA

PLANO DE AULA

SALVADOR
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

MARCONE DA SILVA PEREIRA

PLANEJAMENTO CRÍTICO REFLEXIVO

Trabalho solicitado pela professora Samira


Costa Sten como método de avaliação da
disciplina Metodologia do Ensino das
Artes Visuais, do semestre letivo em curso,
2021.1, para o curso de Licenciatura em
Desenho e Plásticas.

SALVADOR
2021
NOME: MARCONE DA SILVA PEREIRA

COLÉGIO ESTADUAL ZUMBI DOS PALMARES (QUILOMBOLA)

PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO

PLANO DE AULA 2017

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS

DISCIPLINA: ARTES VISUAIS

CARACTERIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO:

Planejamento para uma unidade acerca da arte africana, tida até então sido considerada
como “arte primitiva” pelos academicistas, porém uma das principais influências para o
surgimento do Cubismo. Decidi optar por esse tema por conta da escola ser Estadual e
localizar-se em área quilombola, a faixa etária da turma (Primeiro ano do Ensino
Médio) também permite que seja desenvolvida uma discussão crítica a respeito de como
a construção da história apaga os considerados menos desenvolvidos. A proposta será
dividida em três partes: Inicialmente uma análise artística de obras do Cubismo em
paralelo com obras produzidas na África, a segunda parte será relacionada com a
matéria de história e a terceira parte será uma produção textual do tema discutido em
sala.

JUSTIFICATIVA

A disciplina Arte deve contribuir na vida concreta dos educandos, levando-os a refletir
criticamente sobre a relação do homem com o meio em que vive, e a importância da
produção artística e suas implicações com a percepção visual e desenvolvimento da
criatividade, considerando as características lúdicas que podem ser aplicadas ao ensino
da disciplina.

Contudo, é necessário ter cuidado com o conceito de “arte” que deve ser usado e
trabalhado em sala de aula, com o intuito de que os alunos possam entender que a arte
não está delimitada apenas ao contexto das artes visuais. Além da reflexão acerca de
como essa definição do que deixa, ou não, de ser arte foi construído ao longo dos
tempos. Sabemos que a produção artística, segundo a história, se desenvolveu e teve seu
auge na Europa, sabemos também que a arte que era desenvolvida fora desse “centro de
produção” era considerada inferior, ou primitiva. No entanto essa definição é apenas um
reflexo da relação de dominação estabelecida a partir da colonização/ exploração,
conceitos esses que precisam ser debatidos para que não sejam perpetuados sem que ao
menos possamos nos dar conta.
OBJETIVO GERAL

O objetivo da discussão sobre a influência das máscaras africanas no contexto do


modernismo, e o surgimento do movimento Cubista é fazer com que os estudantes
possam refletir sobre conceitos como a apropriação, cultura dominante, além da
desconstrução de padrões estéticos que vem sido perpetuados por gerações e gerações e
continuam sendo. Trazendo essa reflexão para a contemporaneidade e o modo como
essa apropriação continua se manifestando das mais diversas formas, não só no contexto
das artes visuais, em filmes, gêneros musicais, na moda etc.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

✓ Compreender o significado da palavra arte;


✓ Entender e/ou compreender que esse significado foi construído por uma cultura
dominante;
✓ Entender e/ou compreender que a produção artística, independente da
civilização, tem valor histórico e estético de suma importância;
✓ Compreender que a produção artística de determinado povo é fundamental para
a análise da história e dos costumes desse povo;
✓ Analisar a produção artística europeia com o objetivo de se conscientizar e
identificar o padrão estético europeu;
✓ Fazer uma reflexão acerca do termo “primitivo” e de como o mesmo foi usado
com o intuito de depreciar a arte não europeia.
✓ Analisar obras de artes consideradas primitivas;
✓ Debater sobre a técnica de produção da arte primitiva;
✓ Compreender que a arte “primitiva” é funcional, está inserida no dia-a-dia das
tribos e não pode ser dissociada dessa característica;
✓ Fazer a distinção entre o fazer artístico europeu e o fazer artístico africano;
✓ Analisar o movimento Cubista e sua proposta;
✓ Debater sobre como a Arte Africana passou a ser vista após o Cubismo;
✓ Trazer essas questões para os dias atuais;

CONTEÚDO

✓ O Cubismo
✓ A Arte Africana
✓ Arte Funcional
✓ Cubismo X Arte Africana
METODOLOGIA

Aulas expositivas com a participação do educando, utilizando pesquisas, slides com


imagens das obras, abordando as principais características da produção artística
abordada e textos sobre o tema para melhor compreensão e fixação do conteúdo para o
educando no decorrer da unidade. Com o objetivo de fazer uma discussão a cada aula, e
assim facilitar a produção textual.

RECURSOS

Impressões dos textos para que os educandos possam ler e refletir acerca do conteúdo,
exibição de imagens em datashow, livros e revistas sobre o Cubismo.

AVALIAÇÃO

Tendo em vista que o esse conteúdo fará parte da primeira nota da segunda unidade e
terá o peso de metade da nota da Unidade, serão feitas discussões em sala onde será
solicitado que os educandos escrevam algumas palavras-chave do que foi discutido no
papel. Com essas palavras e os textos que serão trabalhados, o educando fará uma
produção textual sobre o assunto discutido em sala, por isso a nota será fragmentada:
uma parte da nota será avaliado a participação nas discussões, e a outra metade a
produção textual em si. A partir dessa produção textual e discussão em sala, os
estudantes formarão grupos que se articularão em si formando assim um painel/mural
coletivo onde cada estudante criará sua máscara e fará uma breve apresentação para a
turma.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Vigotsky, o contexto histórico social é fundamental no desenvolvimento das


funções cognitivas de um indivíduo, e é a partir dessa relação com o meio em que vive
que se constrói o conhecimento. A associação e a ressignificação de signos são
características desse processo. Em meio às discussões sobre igualdade racial e de
gênero, e outras consideradas tabus até então, faz-se necessário a abordagem desses
temas em sala de aula, já que não podemos considerar o espaço escolar um espaço
isolado das questões vigentes em determinado período. O debate feito em sala será
responsável pela construção desse conhecimento mútuo gerado pela troca de informação
não só entre aluno/professor, mas entre aluno/aluno com a mediação do professor. Por
se tratar de uma turma de idade avançada, seguindo os estágios de desenvolvimento da
Teoria Epistemológica, de Piaget, o público-alvo encontra-se no estágio operatório
formal, estágio marcado pelo desenvolvimento do raciocínio lógico, a capacidade de
refletir, fazer planos e pensar sobre o próprio pensamento.

Sendo assim foi resolvido que a atividade avaliativa será um meio para que possamos
analisar a capacidade do público-alvo de elaborar e organizar pensamentos sobre
determinado assunto, possibilitando que o educando possa mostrar seu ponto de vista
acerca do conteúdo trabalhado em sala, e que o educador possa estabelecer um paralelo
entre a escolha das palavras-chaves e o texto final. Podendo assim analisar o processo
criativo de cada aluno e a capacidade de construção de pensamento crítico, além de
acompanhar as discussões em sala de aula com o intuito de observar possíveis alunos
que encontrem dificuldades em expor suas ideias para os demais. Caso hajam casos em
que o estudante apresente dificuldades em debater será necessário pensar em estratégias
que tornem o debate mais convidativo, estratégias que podem auxiliar o aluno a alcançar
o objetivo da proposta com mais facilidade. Estímulos que podem fazer com que os
educandos deem o retorno esperado pelo educador, assim como afirma a teoria
Behaviorista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS

COTTINGTON, DAVID. Cubismo. Tradução Luiz Antônio Araújo. São Paulo: Cosac
& Naify, 1999. 80 p., il. color. (Movimentos da arte moderna).

DAIX, Pierre. Dictionnaire Picasso. s.l.: Éditions Robert Laffont, 1995.

ANDREAE, Christopher. "Art Africano:. Sua beleza, forma e função" Christian


Science Monitor é abril 1996, SIRS Inc.

ANDREAE, Christopher. "Picasso como um pintor de paisagem cubista." Christian


Science Monitor 13 de novembro de 1995, SIRS, Inc..

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