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INTERAÇÃO, CONTEXTO
E IDENTIDADE EM PRÁTICAS SOCIAIS
A547
Almeida, Fernando Afonso de, Gonçalves, José Carlos Gonçalves (Organizadores)
Interação, conceito e identidade em práticas sociais/Fernando Afonso de Almeida e José Carlos
Gonçalves. Niterói ; EdUFF, 2009.
204 p. : 21cm. — (Coleção Ensaios, 30)
Inclui bibliografias
ISBN 987-85-228-0490-0
1. Literatura. 2. Ensino/aprendizagem de línguas. I. Título. II. Série.
CDD 807
Capa
Projeto e-books
Folha de Rosto
Créditos
Epígrafe
Introdução
Parte I – Interação em contextos de ensino/ aprendizagem de língua
estrangeira
Interação pedagógica e contexto de aprendizagem de língua
estrangeira
Introdução
A noção de contexto nos estudos da linguagem
Em torno da "língua estrangeira"
Relação entre língua-alvo e ambiente extraclasse: perfil
da classe em termos de língua(s) materna(s)
Contexto homoglota e contexto aloglota
Comparando os dois tipos de contexto
Relação entre contexto de aprendizagem e
exposição do aprendiz
O aporte de dados
Caracteristicas comuns aos dois tipos de contexto
As perguntas fictícias
Retomada de enunciados para introduzir correção ou
ratificar formulações
Linearidade fragmentada
Caracteristicas da interação em contexto homoglota
Aluno “representante” de seu país/região
Deslocamento da posição do professor
Pane de intercompreensão
Cooperação entre os alunos
Caracteristicas da interação em contexto aloglota
Língua materna como denominador comum a todo o
grupo
Alteração do estatuto da língua-alvo
Garantia da intercompreensão
Considerações finais
Referências
La dimension cachée de l’agir professoral: une voie d’accès à
la compréhension du monde de la classe de langue
Le terrain éducatif lorqu´il est objet de recherche
Les interactions en classe: quelques traits définitoires
L’interaction didactique, un paradoxe?
Le phénomène de détopicalisation: un exemple de
ce que l’analyse des interactions permet de
découvrir
Une categorie à construire: la dimension cachée du
travail enseignant
Qu’appelons-nous “agir professoral”?
La mise en mots de l’action d’enseignement
Un cas particulier: enseigner la grammaire
Les résistances inhérentes à l’agir professoral
Ce que nous apprend la manière 2: quelques traits
secrets de l’agir
– Un discours de légitimation et d´auto-justification
– L’expression du souci {à propos de la planification
– La typification et la généralisation des actions
– Une attitude critique
– La perception de l´identité du groupe
Conclusion
References
Conversação em aula de língua estrangeira
A conversação em contexto homoglota
A conversação como um complexo de camadas
A camada didática
A função de informador
A função de animador
A função de avaliar
A camada didática e a camada relacional
Referências
Ensino/aprendizagem: a interação além dos muros da sala de
aula
Novas ferramentas, novas funções para o professor?
As funções do profissional professor
O professor gerenciador das falas e das atividades
O professor detentor de conhecimento
O professor avaliador
O professor planejador de atividades de
aprendizagem
Conclusão
Referências
Parte II – Discurso e identidade
A construção discursiva e identitária na escrita acadêmica
Como compreender o letramento no contexto
universitário?
A dimensão sociodiscursiva do letramento da escrita
Letramento e domínio social
O gênero artigo científico e as escolhas lingüísticas
Estratégias de envolvimento e imagens projetadas
• Sobre o emprego das marcas de pessoas
• Sobre o apagamento das marcas de pessoa
Referências
Narrativa e identidade: uma perspectiva discursiva do relato e
do sujeito
Gênero narrativo e tipos de narrativas
Identidade e narrativa
Três níveis de análise das relações entre identidade e
narrativa
Discussão metodológica e análise linguística de
narrativas
O modelo da análise conversacional das narrativas: da
sociolinguística à análise conversacional
Referências
Parte III – Estratégias conversacionais na interação em outros
contextos profissionais
Discourse accommodation strategies in professional-client
communication in health services
Introduction
Characterizing interaction at work as a discourse genre
Institutionalized discourse
Asymmetry
Production and participation structures and
conflicting frames
Social interaction
Transforming health service encounters into contexts for
healing
The research project
Relevance and Justification
Speech activity as the unit of analysis
Methodology
Contextual Clues
Accommodation Strategies
A brief analysis and discussion of accommodation
strategies
Conclusion
References
Pour une analyse pragmatique et interactionnelle des termes
d’adresse
Introduction
Définition et distinctions
Pronoms d’adresse et noms d’adresse
Les différentes catégories de noms d’adresse
Les termes d´adresse dans les petits commerces
Fréquence des noms d’adresse
Les types de TAs représentés dans le corpus
Emplois et fonctions
Les termes d´adresse dans deux débats médiatiques
Fréquence
Les types de TAs représentés dans le corpus
Emplois et fonctions
Les termes d´adresse, pour quoi faire?
Rôle dans l’organisation de l’interaction
Les TAs comme procédés de renforcement du lien
interlocutif et de l’acte de langage
Rôle par rapport à la relation interpersonnelle
Conclusions sur le fonctionnement des tas en Français
Remarques interculturelles
Le cas de l’arabe
Le cas de l’anglais
Références
Sobre os autores
INTRODUÇÃO
A investigação sobre a linguagem pode orientar-se em diversas direções e
adquirir diferentes contornos. Terá esta ou aquela feição se privilegiar, por
exemplo, a estrutura do signo ou as características entonacionais do
enunciado, a natureza do significado ou a organização sintagmática da
camada verbal, os tipos de operação discursiva ou as relações entre o verbal
e o social, os gêneros de discurso ou o uso do verbal nas interações, e assim
por diante. A existência de um tão amplo leque de possíveis entradas no
assunto é, sem dúvida alguma, reveladora da complexidade própria ao
fenômeno da linguagem; o que faz dela um objeto capaz de despertar
interesses e olhares diversos sobre si. Se, em um primeiro momento, essas
diferentes perspectivas podem parecer inconciliáveis, elas na verdade
ajudam a iluminar, de uma maneira mais completa e, por assim dizer,
complementar, a presença de um conjunto de forças e fatores colocados em
movimento e em relação através da linguagem. É dessa forma que
declarações como: “Um signo é algo que se repete. Sem repetição não há
signo, pois não seria possível reconhecê-lo, e é o reconhecimento que funda
o signo” (Roland Barthes); “O tema da enunciação é, na verdade, assim
como a própria enunciação, individual e não reiterável” (Mikhail Bakhtin);
“À maioria dos discursos, e isso é uma evidência, podem ser atribuídos
mais de um sentido” (Marty Laforest) podem ser postas lado a lado sem se
anularem e, até mesmo, se estranharem. Cada uma delas contribui à sua
maneira para a problematização do fenômeno da linguagem, fornecendo
uma peça necessária à composição desse imenso quebra-cabeça.
Pode-se reunir um tanto grosseiramente as pesquisas em torno da
linguagem em dois grandes grupos. O primeiro deles procura examinar o
modo de funcionamento da língua enquanto sistema: seus elementos
constituintes, sua estrutura, suas regras e sua função. O outro procura
enxergar não tanto a língua em si, mas seu lugar dentro da interação social,
suas condições de uso em diferentes espaços e situações, e seus efeitos; a
língua vista como veiculadora de valores e, ao mesmo tempo, como
reguladora das práticas sociais.
O presente volume, intitulado Interação, contexto e identidade em práticas
sociais, compartilha as preocupações do segundo grupo. Compõe-se de três
partes: “Interação em contextos de ensino/aprendizagem de língua
estrangeira”, “Discurso e identidade” e “Estratégias conversacionais na
interação em outros contextos profissionais” e é fruto de trocas que vêm se
realizando, sobretudo ao longo dos últimos cinco anos, entre professores de
diferentes universidades, todos eles interessados pelo tema da interação.
Esse intercâmbio tem-se processado sob diferentes formas, que vão desde o
estágio de pós-doutorado até a organização de eventos, passando pelas
orientações, bancas de defesa de tese e pela constituição de grupos de
estudo. Os autores são, portanto, vinculados a diferentes universidades: José
Carlos Gonçalves e Fernando Afonso de Almeida – organizadores –
(Universidade Federal Fluminense), Victória Wilson (Faculdade de
Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro),
Denise Barros Weiss (Universidade Federal de Juiz de Fora), Kátia Ferreira
Fraga (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Catherine Kerbrat-
Orecchioni (Université Lyon – Lumière 2), Francine Cicurel (Université
Paris III – Sorbonne Nouvelle), Anna de Fina (Georgetown University).
A primeira parte focaliza o ambiente de sala de aula, com seus atores e seu
contrato específico, e, com base na observação de dados, procura salientar
alguns pontos da interação pedagógica em aula de língua estrangeira. Em
“Interação pedagógica e contexto de aprendizagem de língua estrangeira”,
pergunta-se de que forma e em que medida o fato de a língua-alvo ser (ou
não) a língua utilizada no contexto extraclasse influencia a dinâmica da
interação pedagógica, não apenas no que diz respeito às posições dos
interagentes, mas em relação ao próprio estatuto da língua-alvo. O texto “La
dimension cachée de l’agir professoral: une voie d’accès à la
compréhension du monde de la classe de langue” focaliza as reações e os
comentários do professor quando este é convidado a assistir ao filme em
que foram registradas suas próprias aulas. Semelhantes depoimentos
evidenciam, por parte desse profissional, uma clara consciência das formas
de gestão das atividades no espaço pedagógico. O artigo “Conversação em
aula de língua estrangeira” examina a atividade de conversação no âmbito
da aula de português língua estrangeira em contexto homoglota, procurando
mostrar que, embora a conversação se apresente, sob diversos aspectos,
como um gênero bastante próximo da conversa informal, seu
funcionamento é guiado por diretrizes específicas, derivadas de sua própria
função precípua: contribuir para o desenvolvimento das habilidades orais do
aluno. Com “Ensino/aprendizagem: a interação além dos muros da sala de
aula”, busca-se entender se o uso das novas tecnologias traria mudanças
para o ambiente da sala de aula e, de modo mais específico, para o trabalho
do professor.
A segunda parte desta coletânea compõe-se de textos que examinam o
processo de construção de identidades. Em “A construção discursiva e
identitária na escrita acadêmica”, discutem-se as condições de produção e
recepção dos gêneros do discurso acadêmico e suas implicações para a
aquisição da competência comunicativa escrita dos alunos, bem como a
construção de identidades no contexto de sala de aula de língua materna no
nível universitário. Em “Narrativa e identidade: uma perspectiva discursiva
do relato e do sujeito”, resenham-se as abordagens à análise sociolingüística
da narrativa e discute-se o uso da narrativa como instrumento para a
construção e a manifestação das identidades dos interlocutores em
contextos interculturais.
Os artigos da terceira parte apresentam estudos de estratégias
conversacionais na interação em outros contextos de práticas sociais. Em
“Discourse accommodation strategies in professional-client communication
in health services”, analisa-se o contexto assimétrico da interação médico-
paciente e propõem-se formas de aproximação por parte dos profissionais
como recurso estratégico para reduzir a distância interpessoal entre os
profissionais e seus clientes e tornar a interação médico-paciente menos
tensa e mais significativa para os participantes. Em “Pour une analyse
pragmatique et interactionnelle des termes d’adresse”, com foco nas regras
e normas sociopragmáticas de interação e estratégias de polidez, analisa-se
o uso e o significado social das formas de tratamento entre profissionais e
clientes em interações no contexto de pequenos comércios e serviços.
Os textos aqui reunidos salientam e exploram a natureza social da
linguagem, seu caráter mais relacional do que representacional, uma vez
que se inscrevem na perspectiva sociopragmática, que procura observar
quando, onde, como, de que maneira e para quê, os indivíduos fazem uso da
língua, bem como os reflexos desse uso sobre a definição dos propósitos, da
situação e a construção das identidades. A identidade de cada um não cessa
de evoluir, pois é composta de inúmeros traços, muitos dos quais são
atribuídos mediante propostas, acordos, contrapropostas, negociações, num
trabalho constante em que o indivíduo busca na sua relação com o outro o
conforto do reconhecimento de uma imagem que ele julgue aceitável para si
próprio. Adotar tal visão significa evidentemente privilegiar o caráter
instável e dinâmico do social, que, ao mesmo tempo que determina as
possibilidades de intervenção dos interagentes, lhes permite que, com suas
intervenções individuais, contribuam para reconfigurar o social que os
orienta.
Fernando Afonso de Almeida
José Carlos Gonçalves
PARTE I
INTERAÇÃO EM CONTEXTOS
DE ENSINO/APRENDIZAGEM
DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
INTERAÇÃO
PEDAGÓGICA
E CONTEXTO DE
APRENDIZAGEM DE
LÍNGUA ESTRANGEIRA
Fernando Afonso de Almeida
(Universidade Federal Fluminense)
INTRODUÇÃO
Interferem na relação de ensino/aprendizagem que se desenvolve em sala de
aula, de forma mais ou menos direta, várias questões vinculadas à
problemática da escola, tais como: a concepção pedagógica adotada pela
instituição, a definição de seus objetivos, o perfil dos professores, a
adaptação dos conteúdos às necessidades do aluno, o processo de avaliação,
as relações entre escola e sociedade etc. Além dessas questões mais amplas
que permeiam a relação pedagógica em geral, existem aspectos que são
específicos da relação de ensino/aprendizagem da língua estrangeira em
ambiente institucional.
Pretende-se, com este trabalho, examinar a aula de língua estrangeira
enquanto contexto interacional, procurando verificar em que medida
determinadas características situacionais podem influenciar o
comportamento dos participantes do jogo pedagógico e, por conseguinte, a
feição das atividades aí desenvolvidas.
A NOÇÃO DE CONTEXTO NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Com o desenvolvimento da pragmática e da sociolingüística interacional,
tem-se reforçado a idéia de que o contexto desempenha um papel muito
importante no processo de produção/atribuição de sentido. De fato, o
interesse de boa parte dos estudiosos, anteriormente seduzidos pelo que
poderia ser chamado de “camada” ou “estrutura verbal do enunciado”, vem
se deslocando em outra direção, na tentativa de integrar ao estudo da
comunicação verbal elementos pertencentes a outras dimensões, os quais
orientam os sistemas de trocas e regulam o funcionamento das atividades
sociais.1
Admite-se em nossos dias que é difícil, se não impossível, determinar com
alguma segurança o sentido de um enunciado sem fazer referência ao seu
contexto de enunciação. Sem ele, como reconhecer o valor ilocutório dos
enunciados? Como saber se “O que é que o Sr. bebe?” tem um valor de
pergunta ou de oferecimento? Como perceber se “Você está de carro?” seria
um pedido ou um oferecimento? Como, diante de “Você sabe que horas
são?”, optar por um de seus possíveis valores: pergunta, pedido ou crítica?
A perspectiva sociointeracional dos estudos da linguagem considera que o
contexto vem fornecer um apoio decisivo ao cálculo interpretativo. A
vinculação do enunciado a uma situação interlocutiva circunstanciada é um
aspecto incontornável do processo de atribuição de sentido e, ao mesmo
tempo, um fator que tende a restringir a ambigüidade.2
Por outro lado, é em consonância com o contexto que determinados traços
identitários dos participantes da interação se tornam salientes. Sabe-se que a
identidade global de um indivíduo é composta por uma quantidade
incontável de traços. Durante uma interação específica, de acordo com o
contexto, apenas alguns desses inúmeros traços vão adquirir relevância,
enquanto outros se manterão “adormecidos”.3 Em um contexto de
restaurante, por exemplo, do ponto de vista do cliente, traços identitários,
como a cor dos olhos do garçom, seu endereço, seu estado civil, via de
regra, não adquirem saliência. Outros traços ligados à aparência ou ao
caráter, como a higiene, a gentileza, a diligência, a eficiência, ao contrário,
tornam-se importantes.
Em texto publicado primeiramente em 1964, Goffman (2002) afirma que,
para estudar os comportamentos lingüísticos em sua complexidade, é
necessário levar em conta não apenas os gestos que os acompanham, mas
também o ambiente ecológico em que eles se produzem, isto é, a situação
social, que muito freqüentemente é negligenciada. A situação social (ou
contexto) a que Goffman se refere possui três componentes principais
(KERBRAT-ORECCHIONI, 2006, p. 25-29):
o lugar ou quadro espaciotemporal, considerado tanto em seu aspecto
físico quanto do ponto de vista de sua função social e institucional;
o objetivo, que permite a distinção entre interações com finalidade
externa e interações “gratuitas”; e
os participantes, que podem ser observados quanto ao seu número, às
suas características individuais (idade, sexo, profissão, posição social
etc.) e às suas relações mútuas (familiar, profissional, com ou sem
hierarquia etc.).
Linearidade fragmentada
O discurso de aula de língua estrangeira é também marcado por freqüentes
cortes, desvios e redirecionamentos que lhe imprimem uma seqüencialidade
muito particular. Verifica-se, durante uma mesma atividade, a passagem
brusca de uma intervenção de caráter descritivo a um comentário
metalingüístico, e deste a um relato ficcional para ilustrar um fato de língua
e, logo em seguida, a uma reformulação corretiva. Da mesma forma, é
bastante comum a mudança de universos de referência, como afirma
Cicurel (2002). Passa-se do universo do texto ao universo da língua, e deste
ao universo do mundo exterior e, em seguida, ao universo da sala de aula, e
assim por diante. Por exemplo, na seqüência do Corpus 1, compreendida
entre os turnos 1-108 (p. 5-6), as trocas se encadeiam de forma bastante
fragmentada, devido à alternância dos tipos de enquadre. Nos turnos 1-10,
faz-se a descrição do hotel. Passa-se em seguida (turnos 11-23) a uma troca
corretiva (pas avec douche → sans douche). A seguir retoma-se a descrição
do hotel (turnos 24-34) e, logo após, inicia-se outra troca corretiva (petit →
petite), para voltar em seguida à descrição do hotel (turnos 38-49). Nos
turnos 50-51, quando um aluno espirra pela segunda vez, o professor reage,
igualmente pela segunda vez, dizendo: À vos souhaits. A introdução dessa
expressão suscita uma explicação (metalingüística) que se estende por
vários turnos (turnos 52-107). Encaixa-se, porém, dentro desse último
conjunto de trocas, outra pequena seqüência (turnos 68-89) em que uma
aluna tenta explicar o que se diz na Polônia quando alguém espirra (“En
Pologne on dit que... boire vodka”). É somente no turno 108 que a descrição
do hotel é retomada.
Os traços ressaltados acima são característicos da relação de
ensino/aprendizagem de língua estrangeira e certamente estariam
desprovidos de propósito se fossem retirados de seu contexto de origem.
Como afirma Weiss (ver artigo nesta publicação), apesar das semelhanças
existentes entre elas, a conversação em sala de aula difere da conversa não
pedagógica, “gratuita”, porque possui um objetivo externo a ela própria.
Isso certamente contribui para aumentar seu grau de complexidade.
CARACTERÍSTICAS DA INTERAÇÃO EM CONTEXTO
HOMOGLOTA
Aluno “representante” de seu país/região
Quando o grupo é composto por indivíduos provenientes de diferentes
regiões ou países, a nacionalidade tende a se tornar um traço identitário
importante. Ela confere ao aluno um estatuto particular diante dos outros,
que irão considerá-lo como detentor de informações sobre seu país de
origem, as quais o grupo, em princípio, desconhece. É sobretudo sua
nacionalidade que lhe confere tal legitimidade, como se pode observar no
excerto seguinte em que Vera, aluna de origem polonesa, discorre sobre
costumes de seu país.
Exemplo 3:
(Logo depois de Xiao Li ter espirrado e de a professora ter reagido dizendo “A vos souhaits”.)
P Eternue / quand quelqu’un éternue / vous dites quoi?
65 Xiao Pang A vos souhaits.
66 P [A vos souhaits / ou à tes souhaits (professora escreve no quadro)
67 Xiao Pang [A vos souhaits.
68 Vera En Pologne on dit que... il y a boire vodka.
69 P Ah / en Pologne on dit
70 Vera Euh… pour… pour la vodka.
(Corpus 1, p. 6)
Exemplo
7:
18 P Ils ont mal partout / ils ont des petits… vous avez entendu le mot? … des petits bobos / moi je me
suis coupé le doigt / j’ai un petit bobo au doigt / regardez / j’ai un pansement, j’ai un [bobo
Garantia da intercompreensão
Em contexto aloglota, por ser a mesma, a língua materna dos alunos pode
ser convocada a qualquer momento para exercer a função de denominador
comum a todo o grupo (supondo-se que o professor também a conheça).
Nesse ambiente, existe, portanto, a certeza de se poder fazer uso da língua
materna para eliminar incompreensões e mal-entendidos, mesmo que este
seja um último recurso; o que não ocorre em contexto homoglota, onde são
várias as línguas maternas (vide exemplo 4). Por ser um território “seguro”,
a língua materna permite que os alunos tenham maior eficiência durante as
conversas paralelas.
Ademais, além de garantir a intercompreensão, o fato de os alunos
possuírem a mesma língua materna se reflete no trabalho do professor como
um todo, facultando-lhe a adoção de determinados procedimentos. Por
exemplo, durante a preparação de seu trabalho, ao examinar os conteúdos a
serem introduzidos em aula, ele pode contrastivamente fazer uma filtragem,
avaliando o grau de transparência e de opacidade que os enunciados e
conteúdos possuiriam diante de seus aprendizes. Porém, já não estamos
mais falando de interação em sala de aula, mas do trabalho do professor,
que se inicia muito antes de sua chegada à escola. E isso é assunto para
outra pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Algumas reflexões sublinham o caráter único das ações e dos
acontecimentos. Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, dizia
Heráclito. Os enunciados, enquanto acontecimentos sócio-históricos, não
são reiteráveis, afirmava Bakhtin. Da mesma forma, podemos dizer que
uma aula dada nunca será igual a outra. No entanto, apesar dessa
singularidade, somos capazes de agrupar e reconhecer as atividades como
sendo pertencentes a este ou àquele gênero, do mesmo modo que os
discursos. Com efeito, elas estarão sempre sujeitas a determinadas
condições que tornam possível ou impedem sua realização enquanto tais.
No caso específico da atividade de ensino/aprendizagem de língua
estrangeira, existem dados contextuais muito relevantes para se entender o
que se passa em sala de aula. Trata-se de traços, por vezes estruturais, por
vezes circunstanciais, que vão interferir nos modos de realização das
atividades e de participação dos interagentes. Com o propósito de observar
de que modo as características do contexto determinam a maneira como a
interação se desenvolve, procuramos examinar dois eixos de interferências,
dentro do amplo conjunto de elementos e aspectos que definem o contexto
no qual se realiza a atividade de ensino/aprendizagem de língua estrangeira.
Em primeiro lugar, tentou-se salientar de que forma o lugar ocupado pela
língua-alvo em relação à língua utilizada no contexto externo à sala de aula
(contexto homoglota e contexto aloglota) se repercute na dinâmica das
trocas em sala de aula. Em segundo lugar, procurou-se vincular ao fato de
os aprendizes possuírem ou não a mesma língua materna alguns
comportamentos e atitudes adotados durante a interação pedagógica.
Sendo assim, perceber, de um lado, quais são as características que
determinam a feição do contexto em que é exercida a atividade pedagógica
e, de outro lado, identificar que tipo de influências que essas características
produzem sobre as posições assumidas pelos interagentes e sobre o
desenrolar das atividades vão certamente permitir que o professor
compreenda melhor a situação na qual intervém e seu lugar dentro dela.
Poderá assim posicionar-se de modo mais produtivo e tirar proveito de
elementos da situação, utilizando-os em seu favor.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, F. Gênero e livro didático de língua estrangeira. Trabalhos em
Lingüística Aplicada, Campinas, SP, v. 44, n. 1, p. 59-71, jan./jun. 2005.
_______________. Interpretação e sentido. In: PAULIUKONIS; SANTOS.
Estratégias de leitura: texto e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.
CICUREL, F. Les réagencements contextuels dans l’enseignement des
langues. In: CICUREL, F.; VÉRONIQUE, D. Discours, action et
appropriation des langues. Paris: Presses de la Sorbonne Nouvelle, p. 179-
194, 2002.
DABÈNE, L. Diversité des situations d’enseignement/apprentissage d’une
langue étrangère. In: DABÈNE, L. et al. Rituels et variations dans la classe
de langue étrangère. Paris: Crédif-Hatier, 1990.
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métacommunicatives en classe de langue étrangère. Études de linguistique
appliquée, Paris, n. 55, p. 39-46, 1984.
GOFFMAN, E. A situação negligenciada. In: RIBEIRO, B.; GARCEZ, P.
Sociolingüística interacional. São Paulo: Loyola, 2002.
KERBRAT-ORECCHIONI, C. Análise da conversação: princípios e
métodos. São Paulo: Parábola, 2006.
_______________. A noção de ‘negociação’ em análise da conversação: o
exemplo das negociações de identidade. Gragoatá, Niterói, n. 11, 2. sem.
2001.
_______________. Les interactions verbales 1. Paris: Armand Colin, 1990.
VÉRONIQUE, D. Apprentissage naturel et apprentissage guidé. Le
Français dans le Monde, Paris, n. 185, p. 45-52, 1984.
Elle est régie par un contrat didactique selon lequel il faut qu’il y ait mise
en place d’actions d’apprentissage, ce qui demande aux participants de
procéder de façon à obtenir un résultat, se traduisant par une modification
du savoir (savoir-faire ou savoir-dire) des apprenants.
Il n’est guère possible d’analyser la communication en classe sans se référer
à ce contrat. Si l’enseignant met en place des activités pédagogiques (dans
leur très grande diversité), s’il pose des questions à tout propos, s’il
encourage la parole inventive, c’est qu’il estime que cela est propice à
l’apprentissage de la langue. Le caractère prédéterminé de l’interaction
(programme et contraintes institutionnelles) n’exclut pas pour autant l’
“événement”, quelque chose qui “advient”, qui est à construire, de façon
unique, par chacun et pour chacun des participants.
Se profile ici une double contrainte: pour enseigner une langue en contexte
institutionnel il faut à la fois “tenir” l’interaction, remplir les obligations
interactives et permettre une prise de parole individualisée et “fraîche”,
susceptible de déranger l’ordre interactionnel parce que c’est une parole
authentique, non calquée sur des modèles. On n’est pas loin d’une
communication paradoxale: il faut apprendre à “parler naturellement” mais
ceci dans le respect de règles liées à la situation didactique qui sont
différentes des règles de communication en vigueur à l’extérieur de la
classe.
On peut alors supposer qu’existe un “travail intérieur” d’envergure que
fournit l’enseignant qui se trouve toujours en prise avec le plan du travail à
accomplir, du programme et de tout ce qui ne dépend pas de l’élève et
précède la classe, et avec le plan de l’interaction dans la classe.
Le phénomène de détopicalisation: un exemple de ce que l’analyse des
interactions permet de découvrir
Un cours de langue est une action planifiée. Lorsque le professeur entre en
classe, son action est déjà commencée (préparation du cours, anticipation
du scénario didactique, etc.). Par son format – sollicitation constante du
professeur, échanges, réactions à ce que disent les élèves –, le cours de
langue encourage ce que j’ai appelé une détopicalisation c’est-à-dire la
faculté que l’un des participants a de détourner le topic traité. Non pas de le
“modifier” totalement mais d’introduire une digression en rapport avec le
thème. Devant ces tentatives de détopicalisation, un enseignant peut soit
résister et ne pas aller sur le chemin de traverse qui lui est proposé, soit
considérer qu’il s’agit d’une occasion à saisir.
Observons un exemple de détopicalisation, dans l’extrait suivant lorsque
partant de “7ème arrondissement”, l’étudiant E14 propose “7ème ciel”. Il
s’agit d’un cours de français langue étrangère dispensé à des étudiants en
milieu universitaire, dans la région parisienne. S. est le professeur (corpus
Carlo du Diltec). L’activité est classique, il s’agit de la correction d’un
travail écrit.
S / + alors + on va commencer par des tout petits points + ça c’est une chose + (elle écrit au tableau) tu le sais
…/ ma chérie parce qu’on a déjà vu ça l’année dernière (à une étudiante) on va voir si tu as une bonne
mémoire (elle écrit au tableau) j’habite au 7ème et j’habite DANS le 7ème
E13 mais
S on peut habiter + ça peut être les deux
E13 oui mais au 7ème c’est L’ETAGE et dans le 7ème c’est le quartier + c’est l’arrondissement
S d’accord (rire) elle a gagné + donc j’habite au 7ème c’est toujours l’étage si vous voulez parler de
l’arrondissement c’est DANS le 7ème
E14 (détopicalisant) dans le 7ème ciel
S (acceptant le détour) je suis xx 7ème ciel t’es obligée de dire ciel elle est il est je suis↑ J’ETAIS + c’est
souvent quand on raconte + J’ETAIS au 7ème ciel ( elle écrit au tableau) quand est-ce que tu as été au
7ème ciel ↑ (rire des étudiants) (rire de S)
E15 il y a quelques jours
S il y a quelques jours + UN JOUR j’ai été au 7ème ciel mais je suis redescendue sur terre (rire) pourquoi le
7ème↑+ + moi non plus + je sais pas pourquoi le 7ème↑ c’est clair pour tout le monde être au 7ème ciel↑
oui oui↑
E16 ouais xx
S avec 7 aussi
E oui + 7
17
S dans vos langues maternelles on dit aussi le 7ème ciel↑
E18 ouais
S avec 7↑ (rire collectif) pourquoi 7↑ je pensais + je suis désolée c’est vraiment L’ETHNOCENTRISME je
pensais que c’était vraiment + je pensais qu’il n’y avait que les Français qui pouvaient aller au 7ème ciel
(rire des étudiants)
E xx
19
S on dit ça aussi dans ton pays + être au 7ème ciel
E20 oui xx
S (retopicalisant) le 7ème ciel + le 7ème jour + alors + on peut habiter dans le 7ème + monter au 7ème et
aller au 7ème ciel + dans sa petite chambre du 7ème dans le 7ème + j’habite au 7ème sans ascenseur qui
habite au 7ème ici ↑
L’étudiant E14 propose “7ème ciel” alors que le topic porte sur l’opposition
7ème étage/7ème arrondissement. Il ne s’agit pas d’une rupture thématique
(qui serait contraire aux règles communicatives de la classe où il faut
accepter un thème commun généralement proposé par le professeur) mais
d’une extension du thème. Le professeur S. choisit de se saisir du topic
proposé et pendant treize tours de parole accepte que le thème traité soit le
septième ciel. On note qu’aucune franche explication lexicale de
l’expression n’est donnée. L’expression donne plutôt lieu à rires (expression
de la gêne?) et à consultations des étudiants à qui S. demande si, dans leurs
langues, l’expression existe également. Elle renonce, par ce biais, à
quelques-unes de ses prérogatives d’experte pour laisser place au savoir des
étudiants présents.
Inversement, des traces de planification sont présentes dès le début de
l’activité lorsque S. annonce le programme (alors + on va commencer par
des tout petits points + ça c’est une chose) et à la fin lorsqu’elle veut que
l’on quitte le thème du septième ciel et qu’elle effectue avec virtuosité la
retopicalisation, c’est-à-dire le retour à la planification (voir le dernier tour
de parole de S. ci-dessus).
Le traitement de la langue ne se fait pas “à vide”, il se fait face à un
auditoire, (ce qui constitue par ailleurs l’un des traits de l’interaction
pédagogique), mais il y a comme un délicat équilibre à tenir entre le plan du
prévu et celui de l’interaction vive. Parler de la langue ou parler la langue se
fait face ou avec un groupe d’interactants. Si on interroge un professeur de
langue, il dira qu’aucun cours n’est semblable à l’autre. Pourquoi? Parce
que la parole et la réaction de l’autre modifient le cours de l’action
didactique à accomplir. Le professeur doit tenir son rôle de professeur et
accomplir des actions qui le catégorisent comme tel: poser des questions,
corriger, encourager mais aussi rester ouvert aux possibilités
interactionnelles – dérogation thématique, attitudes diverses, ouvertures
proposées par le public d’apprenants.
UNE CATÉGORIE À CONSTRUIRE: LA DIMENSION CACHÉE9
DU TRAVAIL ENSEIGNANT
Le monde de la classe se donne ainsi par le biais de l’observation fine des
interactions. Mais est-ce que tout ce qui se passe dans la classe est visible?
A quoi a accès l’observateur? A-t-il accès aux motifs d’une action, à ce qui
se passe en-dessous du discours produit et construit? Se peut-il qu’il ne voie
que la surface des choses et des actes?
L’occasion que nous avons eue d’avoir accès à des discours d’enseignants
revenant sur des moments de cours qu’ils avaient donnés ont montré que, à
travers l’écoute de ces discours, autre chose apparaissait, qui n’était pas tant
le souci de la matière à enseigner mais bien davantage ce qui était lié au
relationnel ou au souci d’appropriation des élèves
Mais c’était alors à travers une autre manière – la manière 2 – de recueillir
des données que nous avons été confrontée puisque le chercheur va vers le
professeur et s’entretient avec lui et qu’il obtient des informations sur
l’action enseignante en poussant le professeur à revivre sa pratique
d’enseignement.
Le dispositif10 adopté a été le suivant: le cours d’un professeur de langue
plutôt expérimenté a été observé, filmé et transcrit. A ce professeur de
français langue étrangère enseignant à un public de Chinois à Paris, on a
donné la possibilité d’interrompre le visionnement de son propre cours
filmé pour commenter son action comme elle le souhaitait.
On découvre que ce qui est mis en avant c’est moins ce qui a trait à la
langue que la mise en œuvre d’une relation éducative et plus largement
l’obligation de construire une action d’enseignement.
Nous avons été ainsi amenée à construire une nouvelle catégorie dans la
lignée de travaux de philosophes (le courant des théories de l’action11), de
sociologues qui s’intéressent à l’agir humain, à ses motifs, à la rationalité de
l’interaction ou de spécialistes de l’analyse du travail qui s’intéressent aux
“pratiques professionnelles” et se penchent sur les discours que tiennent les
professionnels sur leur action.
Nous allons tenter de mettre un peu de lumière sur la notion d’agir
professoral.
Qu’appelons-nous “agir professoral”?
Il s’agit de l’ensemble des actions verbales et non verbales, préconçues ou
non, que met en place un professeur pour transmettre et communiquer des
savoirs ou un “pouvoir-savoir” à un public donné dans un contexte donné.
Lorsqu’on parle d’agir on met l’accent sur le fait que, pour accomplir son
métier d’enseignant, le professeur exécute une suite d’actions en général
coordonnées, et parfois simultanées, subordonnées à un but global.
Ces actions ont la particularité d’être non seulement des actions sur autrui,
ce qui est le propre des actions conjointes,12 mais d’être destinées à
provoquer des actions de la part du groupe ou d’individus puisqu’elles
veulent induire des transformations de savoirs et parfois de
comportements.13
La mise en mots de l’action d’enseignement
Revenons à notre enseignante et voyons comment elle agit ou verbalise son
action en vue du projet qu’elle forme d’enseigner à des Chinois en France le
français.
D’évidence, selon ce qu’elle en dit, les actions en classe ne sont pas
seulement motivées par l’immédiateté des situations, par les réactions
d’élèves ou les obligations liées au programme, mais aussi par un certain
nombre de “principes méthodologiques” (acquis par formation,
expérience…), de “convictions” – et la question n’est pas de voir leur bien-
fondé –, mais plutôt d’interroger plus avant l’action d’enseignement en se
demandant si elle n’est pas toujours basée sur des opinions ou des principes
plus ou moins rationnels.14
Dans l’extrait qui suit l’enseignante exprime de façon assez forte sa
conception de la dynamique de la classe, du climat qu’elle souhaite y voir
régner et qui peut entrer en contradiction avec la culture éducative de son
public:
P. – La dynamique de groupe euh c’est euh primordial avant la grammaire et le contenu il
faut que les gens se trouvent en confiance dans la classe et qu’il y ait une communication
transversale entre les étudiants + alors avec les étudiants chinois c’est très difficile parce
que finalement on se rend compte qu’ils communiquent très mal entre eux + toute leur
attention est portée sur le professeur + et donc ce qui fait que c’est important de savoir
quelles sont les petites manies des uns et des autres de se connaître mieux
Les professeurs interrogés ont mis l’accent sur des aspects fortement liés
aux affects, aux émotions, à la peur de ne pas bien faire. Quel intérêt peut-
on retirer de cette manière de lister ce qui fait obstacle? C’est peut-être la
possibilité de mettre en place les stratégies que les uns et les autres
inventent pour contourner ces résistances inhérentes à l’action enseignante.
Ce que nous apprend la manière 2: quelques traits secrets de l’agir
Lorsqu’on privilégie la manière 2, c’est-à-dire que l’on sollicite la
connaissance que l’individu a de sa propre action, on est saisi par la
richesse de motifs, d’affects, de craintes, de tactiques qui se cachent derrière
l’ordre apparemment tranquille de l’interaction. L’analyse interactionnelle,
à partir d’indices, est souvent en mesure de restituer un certain nombre de
fonctionnements et aussi de décalages, mais la verbalisation du sujet-
professeur sur son action d’enseignement15 permet de découvrir bien des
motifs cachés au moment de l’interaction: la conscience que le professeur a
de son auditoire, l’évaluation qu’il fait de difficultés qu’il rencontre, le
souci constant de réussir une action d’enseignement en sont quelques
exemples. Ce qui permet de confirmer que l’action professorale est avant
tout une action sur autrui, voulant produire des effets (de connaissance) sur
lui, et dans laquelle le professeur s’engage avec tant de force qu’il a souvent
le sentiment de risquer gros.
Que voit-on à la lecture de ce que l’on pourrait appeler une “autoanalyse”
d’une enseignante chevronnée qui s’adresse à un public de Chinois? Un
certain nombre de traits émergent qui donnent des indications autant sur les
actions qu’elle exécute que sur le jugement qu’elle porte sur elle- même en
tant que professeur et sur les étudiants.
– UN DISCOURS DE LÉGITIMATION ET D’AUTO-
JUSTIFICATION
On constate une tendance très nette à justifier ses actions. Elle se sent être
dans l’obligation de commenter ce qu’elle a fait et d’en expliquer les
motifs. Dans ce dessein, elle est amenée à nommer les actions et à identifier
(pour l’observateur) ce qui est selon elle à considérer comme une “action
d’enseignement” (“donc on a une application à faire... je commence dès le
départ à souligner”). L’action d’enseignement s’exprime très fréquemment
comme étant tournée vers un but, c’est le “motif-en-vue-de” que Schütz
(1998) a dégagé (je vais au tableau pour fixer). L’accent est mis sur le but
de cette action d’écriture.
On voit aussi comment s’exprime une action d’étayage:
Je l’ai aidée à formuler et que peut-être qu’elle avait l’impression qu’elle se débrouillait pas
mal/./ je l’ai vraiment accompagnée pour qu’elle ait confiance en elle
Voici donc quelques-uns des éléments que l’on peut découvrir en faisant
une investigation pour connaître quelles sont les logiques d’action des
professeurs, leurs convictions, leurs doctrines parfois peu connues d’eux-
mêmes. Il est certain que ce travail de recueil de réactions, foisonnantes et
intéressantes par leur richesse, cette manière de revenir sur une action vécue
donnent des éléments pour questionner les pratiques. La question peut être
de se demander si ces recherches peuvent déboucher sur de l’utile. Je crois
que oui; car on peut ainsi mieux connaître les modalités de l’action
d’enseignement et les résistances qu’elle occasionne, découvrir les
stratégies mises en place par les intéressés.
Ces résistances à l’action d’enseignement, tout enseignant peut s’attendre à
les trouver. Ce que nous propose Bronckart et LARF (2004), c’est de voir
quelle est la dominante de la posture adoptée par un enseignant.
A CAMADA DIDÁTICA
Na camada didática, as funções do professor são destacadas. Dabène
(1984), ao examinar o trabalho do professor na sala de aula, destaca três
grandes funções: informar, animar e avaliar.
A primeira função do professor é informar (ele é um “vetor de
informação”). Ele pode realizar essa tarefa através de três operações. O
professor pode empregar o discurso informativo, que corresponde a toda
atualização autonímica de um elemento da língua estrangeira; o discurso
explicativo (chamado “glosa metalingüística”), que é o discurso empregado
para elucidar, por exemplo, o sentido de uma palavra; e ainda o discurso
descritivo, que procura dar conta da constituição e do funcionamento da
língua estrangeira enquanto sistema.
A segunda função do professor é a de animar a interação. É ele quem
“conduz o jogo” e propõe atividades. Nesse papel, o professor é o regulador
das trocas lingüísticas. Fazem parte dessa função as operações de pontuação
das trocas, de incitação para a tomada de turno e as observações para
chamar a atenção dos alunos, de modo a fazê-los participar da interação.
Essa função pode ser exercida mediante diferentes estratégias, algumas
mais, outras menos explícitas. A escolha das estratégias determinará, em
parte, se a interação resultante será mais semelhante à interação didática
tradicional (com a estrutura iniciação-resposta-avaliação) ou mais próxima
da conversa informal.
A terceira função do professor é avaliar a produção dos alunos. Ele pode
exercê-la através de operações apreciativas, corretivas, assim como de
operações indiretas de avaliação, tais como as repetições de enunciados
corretos formulados por um aluno.
Nos dados analisados foram encontradas as três funções, examinadas e
exemplificadas nas próximas seções.
A função de informador
Das três operações propostas dentro da função de informar, aquela que
consiste no uso do discurso informativo é a mais comumente empregada
durante a conversação. No caso de aulas de português para estrangeiros,
essa tarefa é compartilhada por professor e alunos. No exemplo a seguir,
temos a situação corriqueira: o professor como informador.
Trecho 1
165 John normalmente, no Brasil, a que idade uma pessoa que vai a casar/
166 Profa. aqui está acontecendo um fenômeno muito estranho que tem a ver com a:: como é que eu vou dizer/
as características, daquilo que a gente tava discutindo na aula de ontem, aquela coisa do sexo. já
está:
167 John na televisão, também.
168 Profa. é, em tudo.
169 John em tudo.
170 Profa. tem uma influência grande. um terço, entendem “um terço”/
171 John trinta e três por cento/
172 Profa. um terço dos nascimentos de crianças, no Brasil, são de mães adolescentes.
173 John moças solteiras/
174 Profa. meninas de dezesseis, dezessete, ou solteiras, ou se casaram depois. mas a primeira fase em que
acontece muito isso, acabam se casando, muitas vezes, porque estão grávidas=
175 John ah
176 Profa. =é aos dezesseis anos. quinze, dezesseis, dezessete. muita, muita, muita, muita, muita.
177 Gretel isso é horrível.
178 Profa. pois é. quanto mais, é:: isso, isso, inclusive, é um problema, além de ser um problema de saúde
pública, é um problema econômico, porque você cria crianças, em grande quantidade, sem estrutura
familiar, sem estrutura financeira pra dar conta. então, é um fator de pobreza muito grande.
Aula 4, turnos 165 a 178
Artigo elaborado a partir da tese de doutorado defendida pela autora na Universidade Federal
Fluminense, em agosto de 2007.
“dispositif scolaire explicitement destiné à la pratique interactive”.
“Les activités de conversation délimitent un espace interactionnel très hétérogène. Les formes
d’interaction constitutives de cet espace montrent des structures interactives récurrentes, des modes
de fonctionnement typiques et des logiques communicatives spécifiques.”
“... à l’intérieur des échanges langagiers, un double niveau de communication. En effet, l’échange
banal entre enseignant et apprenant – ou entre apprenants – est en quelque sorte doublé d’un second
échange dont le thème est précisément le premier”.
Un cours de langue possède la particularité de faire émerger de façon simultanée un double cadre.
Il y a d’abord le contexte didactique de l’institution – école, centre universitaire, cours de langue, etc.
– qui comporte ses routines, sa programmation et ses normes interprétatives. Les routines langagières
ou comportamentales ont pour les sujets participants une fonction d’ancrage. La façon dont les
enseignants abordent et verbalisent les conditions de communication – annonce de l’activité,
précision sur la manière dont elle va se dérouler, construction préalable du schéma participatif –
montre l’importance des routines. Une forme de facilitation consiste à “exiber” les balises
interactionelles. [...] là où, dans une conversation ordinaire, il n’est nul besoin de désigner
explicitemente qui va parler et combien de temps, ou de dire avec qui se fera la prise de parole, dans
une interaction en milieu scolaire, ce qui reste généralement implicite est explicitement rappelé [...].
Sur ce premier cadre vient se greffer un second cadre, qui est celui d’une parole en représentation.
En “surimpression” du cadre primaire, le cadre secondaire mime le monde réel. Que l’on songe aux
contextes imaginaires auxquels il est fait appel pour expliquer, situer, provoquer le réemploi de
termes, notamment dans les activités didactiques qui font intervenir des attitudes de simulations de
type dramaturgique. La démarcation entre les deux mondes qui ne réfèrent pas à un même “extérieur”
n’est pas simple à établir, car les décrochements se font rapidement, et à haute fréquence.
ENSINO/APRENDIZAGEM:
A INTERAÇÃO ALÉM
DOS MUROS DA
SALA DE AULA
Kátia Ferreira Fraga
(Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
A tutela para aprender está muito ligada também à função de animador que
o professor deve ocupar, pois os comentários cognitivos preparam os alunos
para as atividades de aprendizagem, mantendo-os interessados, alimentando
sua motivação, orientando-os sobre a dificuldade ou facilidade da atividade
a ser realizada ou mesmo sobre as etapas que devem seguir para finalizar a
tarefa. Nas três aulas analisadas, verificou-se essa característica da tutela.
O professor detentor de conhecimento
O triângulo pedagógico é composto de três elementos: o saber/o professor/o
aluno. Refletir sobre o papel do professor, e, conseqüentemente, suas
funções, implica pensar sua relação com o saber ou com os saberes
envolvidos na relação pedagógica. No caso específico da sala de aula de
línguas, pressupõe-se que o professor possua o domínio do conhecimento
lingüístico (a língua), pragmático (o que dizer, quando e como dizer) e
cultural da língua que se propõe a ensinar. Transformar esse conhecimento
pessoal em objeto de ensino requer que o professor também domine uma
outra esfera do saber: a “didatização” do saber, ou seja, o saber “ensinar”.
Tal fato exige do professor uma avaliação do que ensinar, de como
contextualizar os saberes relativos à língua a ser ensinada e a forma de
articulá-los.
Em se tratando de ensino de línguas em ambiente institucional, é claro que
o primeiro ponto a ser considerado é o conhecimento explícito do
funcionamento da língua-alvo, as regras de gramática, o uso das palavras e
suas definições, etc. Porém, aprender uma língua não é sinônimo de
aprender suas regras: para aprendê-la, devemos usá-la, isto é, devemos falar
esta língua. Cabe ao professor então criar condições em sala de aula para
trocas discursivas, criar situações de interação e comunicação, tentando
“reproduzir” em ambiente institucional as situações da prática linguageira
cotidiana. Daí sua função de gerenciador das trocas e animador.
O saber-fazer do professor está ligado então à preparação de atividades de
aprendizagem: atividades que colocarão os alunos em face de situações de
comunicação ou de reflexão sobre as estruturas da língua-alvo. O aluno
aprende através da prática, e esta virá por intermédio do professor.
O que percebemos nas três aulas analisadas é que cada uma delas apresenta
um objetivo específico na aprendizagem:
ESTRUTURA NARRATIVA
● Resumo ► essa história é sobre... O quê?
● Orientação ► Onde e quando?
● Ação complicadora ► e então... O que aconteceu?
● Resolução ► e... Como terminou?
● Coda ► como isso é relevante para o... Aqui e agora?
● Avaliação ► E daí?
Nas minhas pesquisas, tenho priorizado a análise dos dois últimos níveis –
os da representação e elaboração de papéis sociais –, bem como a
apresentação e a negociação dos membros integrantes de certas
comunidades, a partir de relatos de migração dos trabalhadores mexicanos
nos Estados Unidos, particularmente os ditos sem papéis, ou seja, aqueles
sem documentação regular.
DISCUSSÃO METODOLÓGICA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA DE
NARRATIVAS
O objetivo dessa apresentação foi propor uma reflexão acerca da
importância do estudo das narrativas para a sociolingüística interacional.
Esperamos ter respondido a questões como: “Por que estudar narrativas?”,
“O que é uma narrativa?” e “Qual a relação entre narrativa e identidade?”.
A narrativa é um dos gêneros ou tipos de discurso mais freqüentes;
narrativas ocorrem nos mais variados e diferentes contextos sociais e são a
base da construção de sentido no que diz respeito à experiência humana.
Para Polkinghorne (1988, p. 11): “a narrativa é um esquema de significado
através do qual os seres humanos dão sentido à sua experiência de
temporalidade e a suas ações pessoais”. Os principais elementos
lingüísticos relacionados aos mecanismos discursivos da narrativa podem
ser repertoriados a partir de três níveis de análise, como propomos no
Quadro 2.
As narrativas se organizam a partir de unidades discursivas e são uma fonte
rica para o estudo de fenômenos lingüísticos e de seu funcionamento no
discurso, tanto no nível lexical, quanto pragmático, textual ou interacional.
No nível interacional, as narrativas são um inestimável instrumento de
pesquisa em muitos campos do conhecimento humano. Exemplificando,
inúmeras relações entre linguagem e sociedade encarnam valores sociais, e
são, por essa razão, utilizadas para realizar múltiplas funções sociais (como,
por exemplo, socialização das crianças, estabelecimento de
responsabilidades judiciais, entretenimento).
O modelo para a análise das narrativas proposto inicialmente por Labov e
Waletzky (1967) e retomado mais tarde por Labov (1972, 1981) é um
modelo estrutural, centrado nas narrativas de experiência pessoal. Para
Labov (1967, p. 13), trata-se de: “uma técnica de recapitulação da
experiência passada, em particular uma técnica de construção de unidades
narrativas combinando a seqüência temporal dessa experiência”.29 Nesse
modelo, são postuladas duas unidades básicas de análise: as cláusulas e a
juntura temporal. As cláusulas narrativas são independentes e estão
ordenadas temporalmente de forma que sua seqüência não pode ser alterada
sem que mude a interpretação dos eventos. Uma narrativa tem de ter pelo
menos duas cláusulas independentes e uma juntura temporal.
Os problemas do modelo de Labov para a sociolingüística interacionista
estão na escolha estrutural das unidades (cláusulas), na ambigüidade da
definição dos tipos de cláusulas (o que seriam), mas, sobretudo, no estatuto
da avaliação como um componente separado, como se a avaliação
realmente pudesse ser localizada apenas numa parte específica do texto,
como na moral de um conto. Além dos elementos estruturais, outro ponto
importante para nós na crítica a esse modelo tem a ver com o aspecto
interacional do evento no qual se insere a narrativa. Nessa perspectiva
estruturalista, confunde-se o mundo dos eventos interacionais com o mundo
dos eventos narrados, ou seja, não há uma distinção de análise desses dois
níveis de contexto, global e local.
QUADRO 2 – PROPOSTA DE TRÊS NÍVEIS DE ANÁLISE
NAS RELAÇÕES ENTRE NARRATIVA E IDENTIDADE
1. Nível lexical
2. Nível textual/pragmático
3. Nível interacional
mecanismos e estratégias de codificação das conexões entre o mundo
da história e o mundo da interação;
mecanismos performáticos, tais como a fala reportada, o tom, o tempo,
o ritmo, a repetição e sua convergência com estâncias implícitas
quanto aos personagens ou eventos;
mecanismos e estratégias indicando o envolvimento ou o
distanciamento com relação aos interlocutores ou aos eventos
narrados.
Apesar das críticas que podemos fazer no que diz respeito ao nível
interacional, é inegável que o modelo de Labov propiciou um quadro para a
análise das narrativas que no seu conjunto parece funcionar bem para a
comparação das narrativas em diferentes culturas. Os pontos fortes do
modelo de Labov são muitos, ao nosso ver: em primeiro lugar, ele
incorpora, na tradição estrutural que organiza a narrativa a partir de
unidades temáticas, o componente afetivo. Em segundo lugar, a
esquematização de critérios definitórios da narrativa foi seguida por muitos
analistas que tendem a concordar e seguir esses critérios. A contribuição do
modelo foi enorme na produção de análises estruturalmente comparáveis de
narrativas em diversas áreas do conhecimento humano.
O MODELO DA ANÁLISE CONVERSACIONAL DAS
NARRATIVAS: DA SOCIOLINGÜÍSTICA À ANÁLISE
CONVERSACIONAL
Do ponto de vista metodológico, apesar das grandes contribuições para o
desenvolvimento da análise de narrativas orais, o modelo de Labov está
relacionado às narrativas monologais contadas nas entrevistas
sociolingüísticas a partir de perguntas hoje já clássicas, como: “Você já
passou por algum perigo de morte?”. Esse modelo, entretanto, não dá conta
da dinâmica interacional que supõe contar ou narrar, e trata a narrativa de
forma isolada do seu enquadramento discursivo, do ambiente discursivo do
evento no qual ela está inserida.
Como já foi reconhecido por Holmes (1997, p. 95): “eles [os componentes
estruturais] têm se mostrado admiravelmente robustos e têm sido
largamente aplicados às mais variadas e diversas propostas por
pesquisadores em uma extensa gama de disciplinas”.30 Schegloff (1997, p.
101) também ressalta a notoriedade da proposta quando afirma que: “é
notável o grau de traços que o artigo de 1967 imprimiu de forma indelével
no tratamento das características da narrativa”.31 Entretanto, a AC (Análise
da Conversação) propõe uma abordagem complementar, um modelo
alternativo, ao considerar as narrativas como parte integrante da interação,
sendo inconcebível separá-las do evento no qual se inserem. Para uma
comparação esquemática das duas abordagens, ver Quadro 3.
QUADRO 3 – NARRATIVA E IDENTIDADE:
DA SOCIOLINGÜÍSTICA À ANÁLISE CONVERSACIONAL
Este texto foi apresentado sob a forma de Workshop, Workshop on Narrative and Identity, na
Faculdade de Letras da PUC-Rio, no dia 5 de setembro de 2006. Agradecemos a Luiz Paulo da Moita
Lopes, responsável pela organização do evento, por intermediar tanto o contato com a autora quanto
o acesso ao texto original. Reiteramos a dificuldade de transformar uma exposição oral num texto
escrito acadêmico: muitas das citações que não estão na bibliografia e que enriquecem o quadro
teórico encontram-se nas obras da autora, mas não necessariamente no texto original da apresentação
oral.
A tradução é nossa: “the representation of at least two real or fictive events or situations in a time
sequence, neither of which presupposes or entails the other” (PRINCE, 1982, p. 4).
A tradução é nossa: “a way of using language or another symbolic system to imbue life events with a
temporal and logic order” (OCHS; CAPPS, 2001, p. 2).
A tradução é nossa: “that part of an individual’s self-concept wich derives from his knowledge of his
membership in a social group (or groups) together with the value and emotional significance attached
to that membership” (TAJFEL, 1981, p. 255).
A tradução é nossa: “a procedure configuring temporal elements into a whole by grasping them
together and directing them towards a conclusion or sequence of disconnected events into a unified
story with a point on them” (POLKINGHORNE, 1991, p. 141).
A tradução é nossa: “cast into a category with associated characteristics of features” (ANTAKI;
WIDDICOMBE, 1998, p. 3).
“Atapasca ou atapascas: grupo étnico composto por várias tribos do Oeste da América do Norte,
entre o Alasca e o Norte do México” (HOUAISS, 2001, p. 330).
A tradução é nossa: “one verbal technique for recapitulating past experience, in particular a technique
of constructing narrative units which match the temporal sequence of that experience” (LABOV,
1973, p. 13).
A tradução é nossa: “they [the structural components] have proved remarkably robust and have had
extensive use for many and varied purposes by researchers in a very wide range of disciplines”
(HOLMES, 1997, p. 95).
A tradução é nossa: “it is striking to what degree features of the 1967 article have remained
characteristic of treatments of narrative” (SCHEGLOFF, 1997, p. 101).
PARTE III
ESTRATÉGIAS CONVERSACIONAIS
NA INTERAÇÃO EM OUTROS
CONTEXTOS PROFISSIONAIS
DISCOURSE
ACCOMMODATION
STRATEGIES IN
PROFESSIONAL-CLIENT
COMMUNICATION IN
HEALTH SERVICES
José Carlos Gonçalves
(Universidade Federal Fluminense)
INTRODUCTION
The purpose of this paper is multifold. It is divided in 5 parts. By way of
introduction, I will first touch on some fundamental notions such as: talk at
work as a discourse domain; asymmetry; footing and alignment in
interaction. Next, I will focus on the notion of social interaction, and
describe briefly the interactional sociolinguistic approach to the analysis of
talk. In part three, I will make a claim for the need of a research project
which is aimed at not only describing the nature of professional-client
interactions in the health contexts but also explaining its intricacies and
envisioning applications and implications for action designed to change the
current state of affairs in the health context social practices. Part four will
discuss speech activities as the unit of analysis and the role of contextual
clues and accommodation strategies as interaction devices. Part five will
bring some thoughts on preliminary results of a study focusing on
accommodation strategies in doctor-patient interactions and discuss the
relevant role of these strategies in the change of posture and in the
interaction agenda of the professional. Finally, applications and
implications for change in the professionals’ social practices are outlined.
CHARACTERIZING INTERACTION AT WORK AS A DISCOURSE
GENRE
Institutionalized discourse
Institutionalized discourse is a broad term for a wide range of discourse
genres which share a common set of factors and restraining features.
According to Dolz & Schneuwly (1996), in their proposal for genres and
thematic progression in oral and written expression, interactions in health
service encounters would fit in the social domains of the communication of
registration and memorization of human actions, where, mainly through the
function of narrating, clients (or patients) perform through discourse the
mimesis of situated lifetime experiences.
From the professionals’ perspective, interactions in health service
encounters characterize the social domains of instructions and prescriptions
through which the mutual regulation of behaviors is performed.
As instances of institutionalized discourse one can find teacher-student
interaction, doctor-patient communication and language in the court. From
a critical and descriptive perspective of discourse analysis, asymmetry in
talk at work results not only from discourse, but also from pre-existing
conditions in the real world. Interactions do not occur in a vacuum. On the
contrary, they follow a conversational organization and are situated within a
macro social context (social structures, institutions, etc.) and a micro social
context (daily interactional encounters) which are determinant, not only in
the process of construction of the interaction, but also in the constitution of
the social roles of participants involved in the speech events.
From this standpoint, Gonçalves (1993) claims that the distance between
doctors and patients is not only a matter of social class or group, which
sociology has exhaustively described, but a matter of the nature of
asymmetric interaction which characterizes this encounter where doctors
and patients operate in conflicting frames.
Asymmetry
It is important to point out that asymmetry in institutionalized discourse
results not only from discourse, but also from pre-existing conditions in the
real world. In a macro sociolinguistic level, asymmetry in institutionalized
discourse results from differences in social status, roles, goals and
expectations, as well as from values and attitudes of the participants.
Discourse portrays, creates, disseminates and perpetuates this asymmetry
through participants’ speech. In institutionalized discourse, asymmetry can
be measured by interactional, discursive, and linguistic parameters. At the
interactional level, for instance, there is the control of the tactical
organization of the interaction.
In doctor-patient communication, as well as in classroom interaction,
doctors and teachers operate as discourse directors, keeping control during
the event and steering the interaction, signaling initiation, middle and end of
the different stages or activities, as well as the beginning and end of turns.
Studies such as Gonçalves (1993), as well as Zimmerman, in Drew and
Heritage (1993) evidence how doctors and patients operate in conflicting
interactional frames, in which there is a mismatch of conversational styles
and strategies caused by divergent expectations and perceptions of the
meaning of the interaction for the parties. This may bring about different
alignments of the interactants in relation to the activities being conducted
and be a source of trouble and misunderstanding.
Production and participation structures and conflicting frames
Gonçalves (1993), analyzing doctor-patient communication, evidences how
the doctor controls the turn at talk and the participation structures of the
other participants. It is the doctor who decides not only who speaks, but also
when and how to speak. At the discourse level, not only what is talked
about, that is, the content, but also in which order it should be talked, that
is, topical sequence and discourse organization are unilaterally decided by
the doctor who has the hegemonic power of steering the interaction. At the
linguistic level, the doctor’s technical expertise and the specialized jargon
of his vocabulary may constitute additional sources of discrepancy and
divergence in communication, both at the conceptual and the lexical levels.
In asymmetric discourse, participants do not share the same knowledge,
interests, goals and conversational strategies. Because doctors and patients
do not share the same socio-cultural bases for knowing, saying and
understanding, they have unequal access to knowledge. Nonetheless,
because face-to-face communication is reflexive, that is, mutually
constituted and constitutive, participants are jointly responsible for the flow
of activities.
Gonçalves (1993) analyses how the doctor and the patient face the medical
encounter under different interactional frames. While patients face
interaction in a personalized, experiential, narrative-like frame of reference,
doctors, on the other hand, face consultations objectively, as a routine
activity. Thus, while patients subjectify the consultation, by reporting
several types of problems, somatic complaints, pains in different parts of
the body, disturbances in normal functioning, the doctor’s main purpose is
to search for adequate and sufficient information for an adequate diagnosis
and treatment. The patient’s vague, diffuse and unfocused complaints, in the
form of real life problems are requests for help with their disease and
suffering life. The doctor’s selective attention to the organic aspects of the
patient’s complaints, his technical paraphrasing of the patient’s narrative,
his recurrent use of questions to elicit specific information constitute
strategies through which the consultation is objectified and framed into the
biomedical model of illness.
Thus the doctor’s clinical or organic, distant, objective, “cautious”
(PERESTRELLO, 1982) approach, which is typical also of many other
professionals is an outcome of professional training.32 In the case of
doctors, in their pre-service training they are taught that involvement with
the patient must not only be avoided but banned altogether for the sake of
ethics. Because they will have to face pain, suffering and the death of their
patients, they are taught that acting in this institutional frame they will be
protected from the dangers of involvement and compassion and thus remain
free to act and take decisions which sometimes may go against their
feelings and emotions.
Drew and Heritage (1993), in a collection of articles on talk at work which
gathers studies of professional-client communication in a wide range of
contexts (doctor-patient, court, services, media interviews, etc.) emphasize
that this professional cautiousness, characterized by an impersonal,
objective, routine attitude, conflicts directly with the customer’s personal,
subjective attitude and is a result of divergent interactional frames. Different
studies in ethnography and interactional sociolinguistics, e.g. Shultz, Florio
& Erickson (1982), in the discourse domain of school communication
contexts, suggest that there should be a minimum of accommodation by the
teachers towards participation structures which are culturally congruent
with the communicative tradition of children in and out of classroom in
order to minimize the double task that non main-stream children have to
face, that is, learning content and learning to interact within an unfamiliar
context. Michaels (MICHAELS; COLLINS, 1984) and also Scollon &
Scollon (1981) show how in the re-telling of narratives by children of
immigrant background and other minorities, children re-frame the stories
and re-align their accounts by the inclusion of details of their personal lives,
rather than giving an unevaluated rendition of the story as white class
children generally do. On the same wavelength, studies in variational
sociolinguistics, such as Labov (1973) evidence the importance of a
bidialectal approach for the evaluation and teaching of children by teachers
who deal with multi-ethnic and multi-dialectal contexts. In order to
accomplish this, teachers and other professionals as well, in talk-in-
interaction at work, must be aware of the existence and legitimacy of
different systems of interactional etiquettes which are familiar to those
outside the main-stream school culture.
SOCIAL INTERACTION
The concept of social interaction proposed, embodied by interactional
sociolinguistics (SCHIFFRIN, 1994) is of fundamental importance for the
analysis of service encounters, in the sense that it helps professionals and
clients to understand that the processes through which the meaning of
interaction is constructed result from sociointeractional processes.
Interaction does not materialize off the wall. Rather it follows a
conversational organization and is situated within a broader social context
(social structures, institutions, etc.) and within an immediate social context
(daily interactions) which determine how interaction is constructed and the
social roles of the interlocutors in the speech events are constituted. In other
words, interactional sociolinguistics views language as a socially and
culturally constructed system. That means that language reflects and creates
a macro-level social meaning and micro-level interpersonal meanings. In
this sociointeractional perspective, language is seen as a system of uses
whose rules and norms are an integrating part of society and culture. Its
nature is essentially social, in other words, language is seen as a socially
and culturally constructed system of symbols whish is used so as to reflect
meaning in a macro sense, but also creates meaning in a micro sense. Thus,
language use is determined by its dialogic nature, in the sense that the
person who uses language must take into consideration to whom it is
addressed. It is in this sense that all meaning is interactional by nature, that
is, it is jointly constructed by the participants in the discourse. In addition,
this interactional encounter is crucially marked by the social world in which
it is nested and it takes place in concrete social contexts, such as institutions
(school, hospitals, courts, clinics, etc.).
Thus language in the work context is deemed functional, that is, related to
the work tasks or activities. Work by the participants in an institutional
context is to a great extent carried out through speech, through talk in
interaction. It is through discourse that participants seek their collective and
private objectives. This assigns language an eminently strategic role.
Besides strategic, language in institutional contexts is specialized, that is
each context requests and determines the use of systems of activities and
both discourse and linguistic patterns suitable to the performance of the
specific task in the interaction. In the different institutional discourse
genres, there is an expectation of legitimacy of the relevant linguistic
activities related to each specific context (such as class, interview, trial,
chat), activities which are carried out by speech activities which are central
to organizational language and are conditioned by the nature and
organization of the systems of activities.
Interactional sociolinguistics assumes that speakers are members of social
and cultural specific groups and they participate in the process of
construction of meaning. Thus, the way in which we use language not only
reflects our social roles and group identity, but also provides situated
indexes as to what we are, what we mean to communicate and how we
intend to do this. Participants’ roles (face, image) are constructed within
interactions and are kept and activated through communicative and
discourse activities that Brown & Levinson (1978) described as face work.
By attending to one another’s strategies, participants might have a better
chance to construct a more cooperative interaction. In addition to relying on
discourse strategies to promote an interactive knowledge, professionals may
also have recourse to the material and symbolic devices available in the
context of the interaction. Material resources may include the physical
display of the environments, other materials and accessories. Symbolic
resources have to do with explicit codes such as clothes and uniforms,
implicit codes such as verbal behavior, procedures for diagnosis and
prescription. Knowledge is seen by sociointeractionists as determined by
historical and sociocultural forces and participants in an interaction are co-
producers of knowledge. In order to construct this shared knowledge in
service encounters, professionals and clients rely on contextualization clues
(GUMPERZ, 2002), which are signaling devices (intonation, rhythm,
lexical, phonetic and syntactic choices). By these clues, speakers use
language to provide information about who they are and what they want to
communicate. Professionals generally are not aware of these choices;
nonetheless those aspects of language and verbal and non-verbal behavior
relate what is said to contextual presuppositions, that is, to previous
knowledge which allows situated inferences about the meaning of the
interaction for the participants.
Gumperz (2002) evidences how these contextual clues can affect the basic
meaning of the messages. Sharing contextual clues is thus of crucial
importance for the successful accomplishment of interactions since the
ability to recognize and understand contextual clues is part of participants’
communicative competence. According to interactional sociolinguistics,
this competence is acquired through interactional processes and procedures
(co-operation as a joint action at a micro level). It includes linguistic
knowledge and respective communicative conventions (interactional rules)
that participants need in order to keep conversational inference. Thus, in
short, to be communicatively competent entails being able to produce and
understand contextual clues while they are taking place in the local context
of the interaction.
TRANSFORMING HEALTH SERVICE ENCOUNTERS INTO
CONTEXTS FOR HEALING
From its very onset, this article has highlighted the importance of seeing
hospitals and doctor’s offices and medical clinics as contexts for healing.
This entails considering participants in the communication in health
contexts true people interacting towards a common goal: restoring the
patient’s health. In this perspective, as the literature outlined here suggests,
the quality of the interaction which takes place between the participants is
of primary importance, since it is an integral part in the process of restoring
and promoting the patient’s health. In fact, correlation between quality of
interaction and degree of patient’s compliance with prescription and
treatment has been widely documented in several studies of doctor-patient
communication. This view is emphasized in recent articles in the medical
sections of major Brazilian newspapers, such as Jornal do Brasil 23/01/94,
Health and Medicine Section, Article: Such a tender relation. We quote
now the words of a practitioner of the medicine of the person, rather than
medicine of the illness:
Difficulties in doctor-patient relation generally jeopardize the success of the results of
consultations and treatment, for two reasons. First, doctor’s inability to approach the patient
and, second, patient’s resistance to accept what is proposed to him/her.
In order to solve this problem, the author suggests that consideration given
to the prescription is proportional to the doctor’s concern with patient’s
emotions, in the following observation:
Good doctors should have an interest in the patient’s history, not only where his pains come
from, that is, the problem is to discover what is important to the person who is sick and not
only to the doctor.
In short, the justification for carrying out research endeavors as such can be
summarized in the following quote by Samora (1961), as reported in
Gonçalves (1993):
Perhaps if the goal of medicine is the diagnosis and treatment of disease, the quality of
communication between physician and patient makes little difference as long as an adequate
medical history can be obtained and the necessary cooperation of the patient in doing or
refraining from doing certain things can be assured. But if the goal is more broadly
interpreted, if the concern is with the person who is sick and the purpose is to relieve,
reassure, and restore him – as would seem to be increasingly the case – the quality of
communication assumes instrumental importance and anything that interferes with it needs
to be noted, and if possible, removed.
Since the interaction rules and norms are quite often unconscious, due to
socialization or professional (de)formation, it is expected that by attending
to one another’s conversational strategies, participants will have a greater
chance to construct a more cooperative interaction.
Contextual Clues
Contextual clues are prosodic, paralinguistic and linguistic resources, used
by participants along the interaction, and they constitute a set of concepts
and tools that provide a framework within which to analyse the use of
language during interpersonal communication. Contextual clues signal
contextual presuppositions (a kind of inference activated by the use of
certain linguistic expressions which are context-sensitive). Because they
operate changes of frames and footing they have a major role in the
definition and negotiation of “what is going on here and now”.
Gumperz (2002) classifies contextual clues as: 1) linguistic clues (such as
code-switching, dialect or style shift); 2) paralinguistic clues (pause and
hesitations); 3) prosodic clues (intonation, stress, tone, rhythm, etc.). In
addition to these clues, other non-verbal clues such as eye contact,
interpersonal distance (proxemics), territory, posture, and gestures may
occur. These clues allow participants to make conversational inference in
the situated discourse of interactions.
The basic question that is posed is:
What are the contextualization clues which are typical of professionals and customers in
health service encounters?
P – E aí Marisa tá boa?
P – Hi there, Marisa, are you fine?
M – Tudo Dotora.
M – All right, doctor.
P – Carolzinha, Carol, porque cê tá tão seca? Tá na hora de dormir? Tá na hora do almoço?
P – Little Carol, Carol, why are you so dry? Is it time to sleep? Is it time for lunch?
M – Só eu dá banho que ela dá sono, né igual eu falei com a senhora. Então eu dô banho e vai
dormir.
M – All I have to do is give her a bath and she falls asleep, right, like I told you. Then I give her a
bath and she goes to sleep.
P – Vai sê o jeito a mamãe te trazer sempre sujinha dá banho sempre depois.
P – I will have to bring you always pretty dirty and give you a bath later.
P – Um aninho hoje, né?
P – A little year today, isn´t it?
M – Exatamente, né?
M – Exactly, isn´t it?
P – Então hoje temos festa?
P – Then we will have a party today?
M – Tem que fazê um bolinho hoje.
M – We gotta make a little cake today.
P – Tem. Fazê um doce, cantá parabéns. Vai levá um presente hoje, daqueles presentinhos que a titia
manda pro cês. (pausa)
P – Absolutely. Make some sweets, sing happy birthday. Will take a little present today, one of those
little presents that auntie sends you. (pause)
P – E como é que nós estamos?
P – And how are we?
In the above extract the pediatrician strives to win the child’s cooperation
for the physical examination. She uses augmentatives to get closer to the
child, trying to accommodate her speech to the child’s register. One can also
notice the alternation between augmentatives to address the child and
diminutives to make comments about her, as in:
(3) – P – Ela tá com um voizerão, né?
(3) – P – She’s got a big voice, isn’t that right?
(11) – P – Aqui o dentinho do neném.
(11) – P – Look at the baby’s little tooth!
This brief analysis is not meant to be exhaustive, but just to give the gist of
some of Camargos’s (2005) preliminary findings. The purpose is just to
illustrate the importance of accommodation strategies in the joint
production of an interaction which is more balanced and satisfying for both
the professional and the patient.
CONCLUSION
The brief look at Camargos (2005) research evidences that, in addition to
linguistic strategies, other extralinguistic mechanisms, such as intonation,
kinesics and prosodic resources, receptive gestures and posture have also
contributed to break the asymmetry of the context and diminish
interpersonal distance in doctor-patient communication. Among the
discourse strategies discussed in her dissertation, Camargos (2005)
evidences how topic management, with a shift from topics sanctioned by
professionals in their hidden agenda to transitional and phatic topics helps
minimize the tension and excessive focus of the interaction making it more
relaxed and humanized. As a consequence, there is an increase in
participants’s satisfaction.
The research also shows that although it might be natural and expected that
professionals keep the control of interaction, driving thematic progression
and coordinating the structures of participation, flexibilizing topic
management contributed to make interaction in health services less focused
and tense.
Among the interactional devices and mechanisms studied, the use of baby
talk, or motherese, also common in the speech of teachers (teacherese) has
proved to be a very effective accommodation strategy, helping to mitigate
and modalize the directiveness of the professionals’ speech. The use of
inclusive we/us and other indirect speech acts has made interaction less
symmetric and coercitive, reducing the degree of imposition of
professionals’ discourse.
Among the results of the research, Camargos (2005) evidences how
different footing and alignments also occurred, mainly in consultations of
children and the elderly, who generally have the presence of co-participants,
in the form of caretakers and or chaperons. In this context one could notice
how professionals signaled that their talk was addressed to one or another
interactant. In the case of children, speech is addressed to mothers quite
often, even when apparently addressed to the child as ratified listener.
Accommodation strategies had a very productive use in the task of creating
solidarity, showing affect, tenderness, signaling a sincere concern with
patients’ well being and creating the necessary rapport for the successful
outcome of the task and interactional satisfaction of participants. As
politeness strategies, they are then attempts by the professionals to break
the asymmetry of the interaction, removing the unnecessary tension and
excess focus of the context, in addition to providing for the establishment of
a more cooperative environment and shared knowledge.
Another important device coupled with accommodation strategies was the
use of conversational markers as contextualization clues that the
participants used in the negotiation of the meaning of the interaction for the
participants in all phases of the interaction.
Finally, a word is needed about the trajectory of an applied interactional
sociolinguistic project such as the one proposed in this paper. This would
involve at least three stages:
1) To identify a problem or question of interaction;
2) To look for theoretical explanations and insights from relevant areas of
investigation to tackle the problem;
3) To try to solve the problem, by suggesting applications and implications
and agendas for action.
Drawing from this tripartite approach to the study of professional/customer
interaction, this article meant to demonstrate that, with the knowledge of
what is implicit in ordinary life of health service encounters, through the
identification and recording of processes through which the results are
obtained, and on the bases of research, it is necessary to create subsidies for
the application of results to the pre-service and in-service formation of
professionals, with a view to fostering service quality.
In this way, the applied interactional sociolinguistic research of
professional/client interaction in health service encounters envisaged in this
paper would contribute towards the transformation of health professionals
into agents of change of their own social practice, aiming at the quality of
communication and the improvement of health services to the population.
At this point, perhaps it would be useful to quote one more definition of
accommodation found in the Google search aforementioned:
Accommodation is a theological principle linked to divine revelation within the Christian
church. Also called condescension, the principle of Accommodation is that God, while
being in his nature unknowable and unreachable, has nevertheless communicated with
mankind in a way in which humans can understand and respond.
Perhaps, one form for doctors to attenuate the discourse difference which
exists between them and their patients, thus breaking the script of the
hidden interactional agenda, would be through accommodation strategies,
by tuning and synchronizing their frames and schemata with those of their
patients. Like God, in the theological definition above, they would change
their unknowable and unreachable discourse, so as to be able to
communicate with mankind (their patients) in a way which humans can
understand and respond.
To achieve this, it is necessary to have the consideration of the patient as a
real conversational partner, not an object and/or a body to be fixed. In this
way they would be doing the medicine of the person, not the medicine of
the illness. And one should never forget Hippocrates’s Precept:
“To cure occasionally, to alleviate sometimes, to comfort always.”
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For a discussion of the role of professional training in the doctor’s clinical, organic, distant, objective
“cautious” approach see Gonçalves (2007).
POUR UNE ANALYSE
PRAGMATIQUE ET
INTERACTIONNELLE
DES TERMES D’ADRESSE
Catherine Kerbrat-Orecchioni
(ICAR, CNRS-Université Lumière Lyon 2)
INTRODUCTION
Les termes d’adresse jouent un rôle important dans le fonctionnement des
interactions, dans la mesure surtout où ils constituent la première ressource
dont disposent les locuteurs pour marquer et construire la relation
interpersonnelle (ce sont de très puissants “relationèmes”).
Mais leur intérêt vient aussi de ce que leur emploi, en français du moins,
pose toutes sortes de problèmes. Il y a évidemment la question du choix
entre les pronoms d’adresse “Tu” et “Vous”, choix particulièrement délicat
car les principes de répartition de ces deux formes sont flous et fluctuants,
mettant en jeu des facteurs aussi nombreux qu’hétérogènes. Mais les noms
d’adresse ont eux aussi largement de quoi nous intriguer. S’ils sont bien
attestés dans certaines situations d’interaction, ils peuvent être quasiment
absents dans d’autres situations, et non des moindres, comme les
conversations familières, où pourtant l’on dispose avec les prénoms d’une
forme appropriée; tandis que dans d’autres cas, l’absence de tout terme
d’adresse vient de ce que l’on ne dispose d’aucune forme véritablement
satisfaisante: lorsque j’ai par exemple à héler dans les couloirs de
l’université quelqu’un qui n’est ni un étranger ni un proche, “monsieur” est
trop formel, le prénom trop familier, le patronyme trop cavalier… De telles
observations m’avaient même amenée naguère à parler de “crise des
appellatifs en français contemporain”33 – mais il s’agissait là d’une simple
intuition, méritant que l’on y regarde de plus près.
Ajoutons que cet “évitement”, dans certaines circonstances, du terme
d’adresse en français “hexagonal” ne semble pas s’appliquer également à
toutes les communautés francophones: comparant ainsi deux entretiens
consécutifs de même durée (une heure et demie) et de même nature
exactement, entre moi-même et deux étudiants dont j’encadrais le mémoire
de recherche, le premier français et le second gabonais, j’ai pu constater que
dans le premier entretien, aucun terme d’adresse n’avait été produit d’aucun
côté, alors que dans le second on pouvait en dénombrer une vingtaine
d’occurrences, provenant toutes de l’étudiant (“madame” et “professeur”,
en alternance). Entre communautés non seulement de culture mais aussi de
langue différente, les variations seront sans doute plus évidentes encore.
Toutefois si l’horizon de cette recherche est bien, à terme, comparatif, il
sera ici surtout question du fonctionnement des termes d’adresse en
français, et plus précisément des noms d’adresse, qui ont été beaucoup
moins étudiés.
En effet, la littérature sur les termes d’adresse est à ce jour assez
considérable34. Mais d’une manière générale, on peut dire que:
(1) ces études portent surtout sur le pronom d’adresse (problème de la
répartition Tu/Vous),
(2) envisagé dans une perspective essentiellement sociolinguistique,
(3) la méthodologie reposant le plus souvent sur des enquêtes ou
questionnaires.
Notre étude est au contraire:
(1) focalisée essentiellement sur les noms d’adresse (le pronom étant pris en
compte dans la mesure surtout où il fonctionne avec le nom: “madame”
impose le “vous”, le prénom est lui aussi compatible avec le “vous” mais
il est plus souvent associé au “tu”, etc.);
(2) envisagés dans une perspective essentiellement pragmatique et
interactionnelle;
(3) et à partir de données orales authentiques enregistrées dans diverses
situations communicatives, qui seules peuvent nous permettre de dépasser
nos intuitions et nous fournir quelques assurances sur le fonctionnement
syntaxique, sémantique et pragmatique des unités qui nous intéressent.
DÉFINITION ET DISTINCTIONS
Le système de l’adresse dans une langue donnée, c’est l’ensemble des
catégories et items que la langue met à la disposition des locuteurs pour
désigner leur(s) partenaire(s) d’interaction (ou “allocutaire(s)”) – ensemble
au sein duquel il convient d’introduire un certain nombre de distinctions.
Pronoms d’adresse et noms d’adresse
Les pronoms et les noms d’adresse s’opposent à bien des égards. Pour ne
parler que des aspects sémantiques: les pronoms ont un contenu très pauvre
– deux traits seulement: ils désignent l’allocutaire (“deixis personnelle”), et
ils marquent de façon efficace mais rudimentaire, du fait de l’existence en
français de deux formes concurrentes (mais deux seulement), un certain
type de relation interpersonnelle (“deixis sociale” selon Fillmore). Étant,
comme on va le voir, nettement plus nombreux, les noms d’adresse sont
dotés d’une charge sémantique variable mais toujours supérieure à celle des
pronoms.
Les différentes catégories de noms d’adresse
Cher Monsieur
Je vous dis “cher Monsieur” en pensant à l’interprétation enfantine de ce mot dans le
dictionnaire: “un homme, quel qu’il soit”. Je ne vais pas vous dire “cher Jean-Paul Sartre”,
c’est trop journalistique; ni “cher Maître”, c’est tout ce que vous détestez, ni “cher
confrère”, c’est trop écrasant. (F. Sagan, “Lettre d’amour à Jean-Paul Sartre” (Avec mon
meilleur souvenir, Gallimard 1984, Folio: 127; soulignement ajouté)
Pour désigner son destinataire dans une situation discursive donnée (ici à
l’écrit, mais il en est de même à l’oral), on a souvent “l’embarras du choix”,
entre diverses formes également acceptables mais non équivalentes (elles
n’instaurent pas avec son interlocuteur le même type de relation) – dans
l’exemple ci-dessus: “Monsieur”, le nom propre, un titre, et un terme de
relation. Le paradigme des formes nominales qui sont susceptibles d’être
utilisées en français comme termes d’adresse (dorénavant TAs) est
relativement riche, ce qui pose d’abord le problème de leur inventaire et
classification. Après avoir rappelé qu’en langue ces différentes formes ne
sont que des termes d’adresse potentiels dans la mesure où c’est seulement
en discours, lorsqu’elles sont utilisées d’une part pour représenter
l’allocutaire et d’autre part en fonction vocative, qu’elles deviennent
véritablement des “termes d’adresse” (l’expression désigne donc une
catégorie fonctionnelle), on distinguera les catégories suivantes:
(1) Les noms personnels (patronymes, prénoms, diminutifs et surnoms).
(2) Les formes monsieur/madame/mademoiselle, qui ont aujourd’hui perdu
leur valeur de titres:35 ce sont les termes d’adresse “ passe-partout” en
relation non familière.
(3) Les titres: qu’ils soient hérités (titres nobiliaires) ou conférés
(“capitaine”, “chef”, “patron”, “[cher] Maître”, etc.), les titres ont toujours
une valeur “honorifique”.
(4) Les noms de métier et de fonction: “taxi” (par métonymie), “chauffeur”,
“garçon [de café]”…; ou sur les chantiers: “maçon”, “serrurier”,
“électricien”…
(5) Les termes relationnels: termes de parenté (“papa”, “grand-mère”,
“oncle X” ou “tonton”, “cousin” etc.) mais aussi expressions telles que
“[cher] collègue”, “[mes chers] compatriotes”, “[cher] confrère”, “[salut]
voisin!”, “[chers] amis”, “camarade”, etc.
(6) Les labels, qui opèrent un “catalogage” de l’interlocuteur, et ont (à la
différence des surnoms) un caractère improvisé et occasionnel: on va par
exemple y recourir pour interpeller un inconnu en le désignant par
synecdoque à partir d’une caractéristique physique jugée particulièrement
saillante (“la blonde”, “le pull vert”, “la casquette”, etc.).
(7) Enfin, les termes affectifs, à valeur négative (injures: “Ducon”, “[Salut]
connard”, etc.) ou positive (mots doux plus ou moins lexicalisés, dont le
paradigme est ouvert à l’infini: “ma belle”, “chéri-e”, “mon ange”, “mon
chou”, “mon lapin” et autres métaphores, animalières ou non, qui peuvent
être plus ou moins stéréotypées ou inventives).
Une description complète des noms d’adresse (qui fonctionnent d’ailleurs
plutôt comme des syntagmes nominaux d’adresse) doit non seulement faire
l’inventaire des unités entrant dans leur composition mais aussi envisager
les différents types de combinaisons auxquelles elles se prêtent. Ces unités
sont en effet soumises à des contraintes combinatoires à la fois relativement
strictes et passablement capricieuses, qu’il s’agisse de la combinaison avec
les prédéterminants (article, possessif) ainsi qu’avec certains adjectifs
(“cher” essentiellement), ou de la combinaison des TAs entre eux; par
exemple: “monsieur/madame” peut se combiner avec le titre (“monsieur le
Premier ministre”, “madame le/la juge”), ou avec le patronyme (en français,
“[Bonjour] monsieur Dupont” est considéré comme populaire, campagnard
ou commercial, mais l’expression apparaît en fait aussi dans d’autres
contextes, comme on le verra sous peu). En revanche, la combinaison
““monsieur/madame” + prénom” (“monsieur Paul”) ne se rencontre que
dans des contextes bien particuliers, car elle exprime à la fois la familiarité
et la déférence,36 ce qui est aujourd’hui perçu, en France, comme une
combinaison passablement étrange (voir conclusion).
Les facteurs impliqués dans la sélection du terme d’adresse sont aussi
nombreux et hétérogènes que ceux qui président au choix du pronom
personnel. Ce sont en gros les mêmes dans les deux cas, mais certains
facteurs propres aux noms d’adresse interviennent également, comme la
nature des savoirs sur l’allocutaire qu’exige l’usage de la forme – sur son
nom par exemple: comme je demandais à un ouvrier pourquoi il appelait
son collègue “électricien”, il m’a répondu sur un ton de candide évidence:
“Mais je ne connais pas son nom!” –37 et ce phénomène d’encodage se
répercute au décodage, étant en partie responsable de la valeur que va
recevoir le TA (celle par exemple d’une certaine “familiarité” en cas
d’emploi d’un nom “personnel”). Au demeurant, notre objectif est certes de
voir quels types de TAs sont utilisés en français et avec quelles valeurs,
l’hypothèse à ce niveau étant que si le paradigme des noms d’adresse est
relativement fourni, cette richesse est en partie illusoire car bon nombre de
ces formes sont réservées à un emploi très particulier (par exemple, les
“labels” et les noms de métier ne s’emploient guère que pour interpeller
autrui), les seules catégories vraiment productives étant
“monsieur/madame” d’une part, et le prénom d’autre part. Mais il s’agit
d’abord, en amont, de voir dans quel cas on utilise un TA, c’est-à-dire dans
quel type d’interaction, à quel moment de cette interaction, accompagnant
quel acte de langage, etc., l’hypothèse à cet autre niveau étant que la
fréquence des termes d’adresse varie considérablement selon ces différents
facteurs, et en particulier, que ces unités sont extrêmement sensibles au
genre interactionnel.
C’est ce que nous allons regarder de plus près en comparant deux types bien
différents de situations communicatives, sur lesquels nous avons plus
particulièrement travaillé: les échanges dans les petits commerces d’une
part, et les débats politiques télévisés d’autre part.
LES TERMES D’ADRESSE DANS LES PETITS COMMERCES
Notre corpus38 est constitué d’interactions enregistrées dans les sites
suivants: boulangerie, boucherie, librairie-presse, bureau de tabac, fleuriste,
marché urbain, magasin de chaussures, garage, agence de voyages, magasin
Décathlon. Ces sous-corpus sont de dimension variable par le nombre (de
12 à 120) et la longueur (de quelques secondes à plus d’une heure) des
interactions qui les composent.
Seuls sont envisagés les échanges entre commerçant-e (Co) et client-e (Cl).
Fréquence des noms d’adresse
Elle varie d’un site à l’autre, mais elle est toujours relativement réduite:
tous corpus confondus, on dénombre autour de deux TAs en moyenne par
interaction (Co en produisant sensiblement plus que Cl).
Les types de TAs représentés dans le corpus
(1) La catégorie la mieux représentée de loin est
“monsieur/madame/mademoiselle”, termes toujours associés au pronom
“Vous”: cette combinaison constitue le système d’adresse non marqué dans
ce type de site.
Remarque sur “mademoiselle”: la forme n’a pas disparu complètement de
notre paysage appellatif, mais son choix de préférence à “madame” repose
moins aujourd’hui sur le statut marital de la personne (car on ne dispose pas
toujours d’une telle information, dont la pertinence peut en outre être
contestée au nom du principe d’égalité de traitement des personnes des
deux sexes), que sur un autre critère (qui a le mérite d’exploiter une
information subjective certes, mais immédiatement disponible), à savoir
l’apparente jeunesse de son destinataire. On pourrait donc s’attendre à
rencontrer de nombreux “mademoiselle” dans le corpus, étant donné le
jeune âge de plusieurs vendeuses (dont certaines sont en même temps des
étudiantes), mais il n’en est rien: la forme est d’un usage plutôt rare. Elle se
prête d’autre part à des emplois ludiques, comme on le voit par exemple
dans le corpus “Garage”: on y trouve sept occurrences de “mademoiselle”;
quatre d’entre elles concernent effectivement une jeune fille, mais les trois
autres, des femmes d’une cinquantaine d’années: emploi ludique donc,
d’ailleurs accueilli par des rires partagés.
(2) En deuxième position vient le prénom, toujours associé au “Tu”.
Sa fréquence varie beaucoup selon la nature du site, et plus précisément
selon que celui-ci accueille une clientèle de passage ou une clientèle
d’habitués: dans le corpus “Bureau de tabac” enregistré dans un petit
village, près de la moitié des TAs sont des prénoms, qui marquent une
relation de grande familiarité. Mais cette situation est exceptionnelle.
Reste à se demander ce qui se passe lorsque les interlocuteurs “se
connaissent” (et connaissent mutuellement leurs noms), mais sans être pour
autant des “familiers”.
(3) La séquence “monsieur/madame” + patronyme est en principe dévolue
à cet emploi. Elle est en effet bien attestée dans certains sites, comme le
garage:
Co alors monsieur Gérard est-ce que je vous mets tout séparément/
Cl bonjour madame Ancey
[…]
Co merci monsieur Bartas au revoir
Toutefois, cet usage réputé caractéristique du parler commercial n’est pas
aussi fréquent que l’on pourrait s’y attendre vu les avantages qu’il présente
(il marque une relation intermédiaire entre “monsieur” et le prénom,
signalant que l’on reconnaît son interlocuteur, et qu’on l’identifie comme un
“habitué”). Mais outre qu’il implique la connaissance du nom de
l’interlocuteur (or on peut fort bien “connaître” quelqu’un sans connaître
son nom), il se peut que cette forme n’ait pas complètement perdu sa
connotation un brin “populaire”, ce qui inhiberait dans une certaine mesure
son usage.
(4) De façon beaucoup plus isolée, on va rencontrer des formes affectives
(comme “ma p’tite Martine [à bientôt]”, ou “[merci] mon p’tit”), ainsi que
des emplois ludiques, dont une des principales ressources est l’âge de la
personne interpellée – on l’a vu avec “mademoiselle”, mais “jeune homme”
se prête au même genre de jeu.39 On voit aussi apparaître dans certains sites
quelques “pépère”, “mon lapin”, “la miss”, “mistinguette”, “chef” ou
“maestro”, ou diverses formes de badinage galant (“belle dame”, “[ma]
beauté”, “ma jolie”), mais ces fantaisies appellatives restent relativement
exceptionnelles.
(5) Disons pour terminer quelques mots de l’iloiement, supposé lui aussi
typique du parler des commerçants: cette “énallage de personne” consiste à
désigner à la troisième personne son allocutaire, clairement identifiable
comme tel par l’orientation du corps et la direction du regard du locuteur;
on a donc en surface une forme désignative, comme “la dame”, mais qui est
en réalité l’équivalent du vocatif “madame”:
Co et la p’tite dame qu’est-ce qu’elle veut/
Cl j’aurais voulu des roses
Co qu’est-ce qu’elle dit ma petite cliente/
Cl j’ai pas mes lunettes
Co qu’est-ce qu’elle veut la dame/
Cl la dame voudrait du mimosa
Mais on ne rencontre ce procédé que de façon éparse dans les corpus. En
outre, le dernier exemple (et quelques autres similaires), dans lequel la
cliente reprend ironiquement l’iloiement de la vendeuse, montre assez que
cet usage répertorié comme familier est perçu comme étant à la limite de
l’acceptabilité, et ne relevant pas vraiment du registre sérieux. Il est en tout
état de cause réservé à la vendeuse (c’est même le seul procédé d’adresse
qui soit spécifique de l’un des deux rôles interactionnels).
Emplois et fonctions
Les termes d’adresse se concentrent essentiellement dans la séquence
d’ouverture, et dans une moindre mesure dans la séquence de clôture (ils
sont en revanche exceptionnels dans le corps de l’interaction).
- Dans la séquence d’ouverture, le TA est quasi-systématique venant de Co
(il apparaît dans 5 cas sur 6 en moyenne, tous sites confondus), en relation
avec le fait que c’est lui/elle qui le plus souvent ouvre l’échange (du moins
verbalement, car l’interaction démarre en réalité avec l’entrée de Cl dans le
site). Le client fait du terme d’adresse un usage plus modéré: un cas sur
deux en moyenne.
Le TA peut apparaître seul, ou en accompagnement de la salutation. Dans le
premier cas, l’énoncé a presque toujours une intonation montante qui lui
donne clairement la valeur d’une offre de service assortie d’une question
(“Je suis à vous, que désirez-vous?”), à laquelle d’ailleurs Cl réagit en
général directement par la formulation de sa requête:
Co monsieur/
Cl je voudrais une rose rouge s’il vous plaît
Quand le TA accompagne une salutation (généralement suivie d’une
salutation en retour), il vient surtout renforcer la politesse de cette
salutation:
Co bonjour madame\
Cl bonjour (.) je voudrais un pain aux raisins
• Dans la séquence de clôture, le TA vient toujours en complément d’actes
rituels comme la salutation, le vœu, ou le remerciement: son emploi relève
donc essentiellement de la politesse. Cet emploi est loin d’être
systématique, et il caractérise principalement le discours des vendeurs (il
s’agit pour eux de laisser une bonne impression au client, peut-être dans
l’espoir de le fidéliser).
Pour conclure sur ce premier type de situation d’interaction, on dira que
notre corpus fait d’abord apparaître le caractère fortement stéréotypé des
termes d’adresse, en ce qui concerne aussi bien leurs formes (peu
fantaisistes) que leur placement (presque exclusivement dans les séquences
liminaires) ainsi que leurs valeurs et fonctions.
En ce qui concerne la fréquence des termes d’adresse: leur relative rareté
s’explique peut-être en partie (mais en partie seulement) par le caractère
lacunaire de notre paradigme de TAs. Par exemple lorsque l’interlocutrice a
une vingtaine d’années, étant donné la difficulté qu’il y a à lui donner du
“madame” et la défaveur qui pour diverses raisons affecte “mademoiselle”,
on en est réduit à “l’appellatif zéro” – c’est sans doute ce qui explique, dans
le corpus “Boulangerie”, le très faible taux de TAs utilisés par les client-e-s
à l’adresse de la jeune vendeuse, ce qui fait chuter le chiffre global des TAs
dans ce sous-corpus particulier.
Pour ce qui est des fonctions des termes d’adresse: ils jouent un rôle à deux
niveaux, organisationnel et relationnel, et à ce deuxième niveau, ils servent
à la fois à marquer un certain type de relation et à rendre l’échange plus
“poli”. Toutefois, il serait inexact d’assimiler TA et politesse: le temps n’est
plus où un simple “Bonjour”, “Au revoir” ou “Merci” était considéré
comme impoli, et sévèrement repris (“Merci qui?”) – on le voit par exemple
avec le corpus Décathlon: dans cette chaîne de magasins, les vendeuses
doivent absolument se montrer polies sous peine de sanction; elles sont
“dressées” à l’être, et soumises à la tyrannie du BAM (“Bonjour – Au
revoir – Merci”), qu’elles appliquent scrupuleusement (voire
mécaniquement). Or de tous nos sous-corpus c’est celui qui comporte le
moins de termes d’adresse (il n’y en a même quasiment aucun).
Dans nos commerces, la politesse repose principalement sur d’autres
procédés (comme la formulation adoucie de la requête ou le remerciement);
inversement, les termes d’adresse jouent bien d’autres rôles que l’on peut
même estimer plus importants, comme celui de faire démarrer l’échange
(rôle qui découle de la valeur “phatique” du terme d’adresse, voir infra). Ce
qui explique d’une part qu’on les rencontre surtout au début de
l’interaction, et d’autre part que les Co en produisent plus: c’est peut-être
parce qu’ils sont encore plus soumis que les Cl aux obligations de la
politesse, mais c’est surtout parce qu’ils jouent un rôle plus actif dans la
gestion de d’interaction.
LES TERMES D’ADRESSE DANS DEUX DÉBATS MÉDIATIQUES
Le corpus est constitué de deux extraits de l’émission 100 minutes pour
convaincre (France 2, 20 novembre 2003) dont l’invité d’honneur était
Nicolas Sarkozy, et plus précisément des séquences où il débat, sous la
houlette de l’animateur Olivier Mazerolle (OM), avec Tariq Ramadan (TR)
d’une part et Jean-Marie Le Pen (LP) d’autre part.
Fréquence
Il apparaît immédiatement que par rapport à ce que l’on a observé dans le
corpus “Commerces”, les TAs sont à la fois nettement plus nombreux et
plus disséminés, leur distribution étant très différente (et beaucoup plus
irrégulière: après de longues séquences dépourvues de tout terme d’adresse,
ils se mettent soudain à proliférer); différentes sont aussi, corrélativement,
les valeurs dont ils sont susceptibles de se charger.
Les types de TAs représentés dans le corpus
Les débatteurs recourent presque exclusivement aux deux procédés
appellatifs suivants,40 à savoir:
(1) “monsieur” (tous les participants étant ici de sexe masculin) +
patronyme, procédé largement dominant dans ce contexte – ce qui contredit
l’idée selon laquelle il s’agirait là d’un usage essentiellement commercial,
et à tonalité “populaire”.
(2) “monsieur”, qui apparaît dans des conditions plus restreintes.
Le corpus comporte en outre un exemple d’un troisième procédé attesté
exceptionnellement dans ce type d’interaction:
(3) “monsieur” + titre
C’est à Le Pen que l’on doit cet emploi singulier: alors qu’il vient d’entrer
en scène et de nous asséner une petite tirade dans laquelle il s’en prend au
monde politico-médiatique qui le traite comme un “paria”, il se tourne vers
son interlocuteur, et après une forte inspiration il passe à l’attaque:
monsieur le Ministre de l’Intérieur vous me donnez l’impression::/
On ne peut pas dire qu’ici le recours au titre (qui est d’ailleurs plutôt en
l’occurrence un “nom de fonction”) ait une quelconque valeur déférentielle.
Il s’explique plutôt par l’application de la maxime de pertinence: je
m’adresse à vous en tant que ministre de l’Intérieur – et pour mettre en
cause votre efficacité dans ce rôle, comme on le constate aussitôt après,
l’appellatif étant chargé d’une valeur ironique d’ailleurs immédiatement
identifiable par le “ton” sur lequel il est énoncé.
Tout différent est le cas d’un débat antérieur entre Mitterrand (alors
président de la république) et Chirac (alors premier ministre) lors de la
campagne pour les élections présidentielles de 1988: Mitterrand s’obstinant
à désigner son interlocuteur à l’aide de l’expression “monsieur le Premier
ministre” (laquelle lui permet de rappeler et souligner le statut inférieur de
son rival), Chirac de protester: nous sommes ici, admoneste-t-il, “deux
candidats à égalité”, c’est pourquoi je vous appelle quant à moi “monsieur
Mitterrand” (sous-entendu: c’est aussi pourquoi vous devez symétriquement
m’appeler “monsieur Chirac”). C’est alors que Mitterrand décoche cette
boutade devenue célèbre: “Vous avez tout à fait raison… monsieur le
Premier ministre”.41 Le titre est donc bien utilisé, dans ce cas, pour sa
capacité à marquer une relation de type hiérarchique; et le terme d’adresse
fonctionne comme le moyen par excellence de négocier la nature, égalitaire
ou inégalitaire, de la relation interpersonnelle.
Emplois et fonctions
(1) Dans un tel contexte, les termes d’adresse jouent d’abord un rôle
fondamental dans la gestion de l’alternance des tours de parole. Ils sont
utilisés pour ce faire aussi bien par le modérateur que par les débatteurs
eux-mêmes.
Le modérateur y recourt:
pour allouer le tour à l’un ou l’autre des débatteurs, comme dans cet
exemple où OM donne la parole à TR tout en la contingentant
(“rapidement”):
OM alors monsieur Ramadan rapidement/ parce que le temps (.) s’est beaucoup écoulé
est-ce que vous êtes prêt à
OM merci monsieur Ramadan:/ (.) ce débat a a duré eu::h le moment qu’il fallait je pense
TR [et mon mon mon:: souci/ monsieur (.) monsieur (.) monsieur
NS [oui mais pour qu’on (.) monsieur Ramadan (.) pour qu’on n’les ex-(.) juste un mot
OM: [monsieur Ramadan vous (…) euh: monsieur Sarkozy
Dans tous les cas le modérateur utilise la formule complète ““monsieur” +
patronyme”, car il ne doit y avoir aucune ambiguïté sur la nature de
l’adressé. En outre, la formule présente l’intérêt d’informer l’auditeur de
l’identité de la personne ainsi nommée (c’est-à-dire appelée “par son
nom”): le même segment est donc employé en fonction vocative pour les
participants présents sur le plateau, mais aussi indirectement, pour les
auditeurs, en fonction désignative.42
De leur côté, les débatteurs recourent systématiquement au terme d’adresse
pour tenter d’imposer leur voix en cas de conflit pour la prise ou la
conservation de la parole:
NS parce que quand on veut réussir l’intégration: (.) il faut qu’des deux côtés/ on fasse un effort (.)
c’est [pas à la République de s’adapter
TR [mais vous avez parfait- monsieur monsieur (.) monsieur Sarkozy vous avez parfaitement
raison
NS est-ce qu’on [doit retirer le voile/
TR: [non monsieur monsieur (.) monsieur Sarkozy (.) vous êtes en train de de d’appuyer sur un fait
(.) qui ne correspond pas à la loi de 1905/ (.)
On voit que dans cette fonction le simple “monsieur” alterne avec
l’expression développée ““monsieur” + patronyme”. Ces exemples sont par
ailleurs représentatifs d’un schéma fréquent en ce qui concerne la
répartition des deux types de TA lorsqu’ils sont mis au service de la
tentative de récupération du tour: le simple “monsieur” est répété durant
toute la durée du chevauchement, et lorsque le terrain est enfin dégagé la
formule développée ““monsieur” + patronyme” fait son apparition, après
une petite pause marquant le coup (ce principe semble toutefois parfois
concurrencé par un autre principe, qui consiste à préférer “monsieur” pour
la protestation de l’interrompu, et “monsieur Ramadan” pour une tentative
de l’interrupteur).
(2) Deuxième emploi massif des termes d’adresse dans le corpus (emploi
qui est, lui, propre aux débatteurs): ils apparaissent dans des énoncés qui
sont à quelque titre “menaçants” pour la “face” du destinataire43 –
réfutations, accusations, défis, coups de semonce, sommations, menaces,
attaques en tous genres – et se mettent à proliférer dans les séquences à
caractère polémique. Quelques exemples prélevés dans le discours de
Nicolas Sarkozy:
NS monsieur Ramadan ce n’était pas une maladresse c’était une faute
NS un moratoire (.) monsieur Ramadan est-ce que vous vous rendez compte/
NS monsieur Ramadan quand on veut/ s’intégrer\ […]
NS vous auriez la vie du:re monsieur Le Pen
NS: attend- (.) puis-je/ puis-je pe/ puis-je continuer (.) mais je veux (.) euh face à face/ (.) démontrer
pourquoi/ vous avez tort (.) premièrement/ (.) les banlieues\ (.) vous me dites (.) je n’y vais pas\ (.)
je vous mets au défi monsieur Le Pen (.) de m’citer un/ quartier où j’n’ai pas été\ (.) où j’aurais pas
l’droit d’entrer/ (.) et où si j’rentrais/ (.) ça provoquerait/ (.) une émeute\ (.) première remarque\ (.)
deuxième/ remarque monsieur Le Pen\ (.) ça fait dix-neuf mois qu’j’ai la responsabilité lourde de
ministre de l’Intérieur\ (.) je ne dis pas/ qu’tout ç’que j’fais est bien/ naturellement/ (.) je n’doute
pas/ que tout est réglé:/ (.) mais vous-même vous avez r’connu quelques succès (.) mais monsieur
Le Pen (.) qu’est-ce que dans tout/ ç’que j’ai fait\ (.) je n’aurais pas dû faire/ (.) et vous/ (.) qui
connaissez tant/ de choses\ (.) dites/-moi ç’que j’devrais faire (.) pour être plus efficace\ (.) parce
que monsieur le Pen c’est une chose/ de parler\ (.) comme vous parlez depuis tant/d’années\ (.) de
désigner des adversaires (.) de protester/ d’éructer/ (.) de désigner des ennemis à la nation (.) de
jouer/ sur les peurs (.) c’en est une autre/ d’essayer d’faire çque j’fais […] et vous monsieur Le Pen
qu’est-ce que vous proposez pour résoudre le problème
Si dans cette fonction le terme d’adresse peut apparemment occuper tous les
emplacements possibles au sein de l’énoncé, sa forme est en revanche plus
stable: il s’agit le plus souvent de la formule complète “monsieur” +
patronyme”, qui augmente le poids de l’attaque par son caractère plus
“nominatif” et plus emphatique à la fois.
Insistons à ce sujet sur le fait que l’effet interactionnel produit par un TA
résulte à la fois de sa nature, de son emplacement, et de son
accompagnement prosodique et mimo-gestuel. Si dans l’exemple précédent
la multiplication des TAs dans la bouche de Sarkozy contribue à construire
de lui un éthos pugnace et offensif, il n’en est pas de même dans un autre
débat, plus récent et plus célèbre encore, où Sarkozy affronte Ségolène
Royal à la veille du deuxième tour des élections présidentielles (2 mai
2007). Débat caractérisé entre autres par une dissymétrie spectaculaire dans
l’emploi des TAs: Royal en utilise 6 en tout et pour tout, Sarkozy plus de
cent. Or tous les commentateurs du débat ont souligné le fait que face à une
Royal agressive et pugnace, Sarkozy avait manifesté ce soir-là une attitude
pondérée et conciliante. C’est que la plupart de ses TAs apparaissent en
début de tour, souvent en chevauchement, accompagnés d’une intonation et
d’une mimique signifiant quelque chose comme: “S’il vous plaît madame,
calmez-vous, et laissez-moi parler!” Ils permettent alors à Sarkozy
d’apparaître plutôt comme une victime de la nervosité mal contrôlée de son
interlocutrice –44 comme quoi la multiplication des TAs peut avoir pour
effet, non de caractériser comme agressif leur utilisateur, mais de projeter
sur l’adversaire cet attribut “éthique”.
LES TERMES D’ADRESSE, POUR QUOI FAIRE?
Dans quels cas recourt-on à un terme d’adresse? Il va de soi que les deux
types de corpus que nous avons étudiés ne couvrent pas tous les emplois des
TAs (pas plus qu’ils ne sont représentatifs de l’ensemble des catégories
disponibles). En attendant de disposer de corpus plus diversifiés, on peut
faire l’hypothèse que les termes d’adresse peuvent intervenir dans
l’interaction à trois niveaux, avec à chaque niveau toute une panoplie de
fonctions.
Rôle dans l’organisation de l’interaction
À ce niveau, mentionnons, entre autres, les fonctions suivantes:
(1) L’interpellation (fonction phatique)
Nous n’avons pas encore évoqué ce qui est pourtant généralement considéré
comme la fonction première des TAs: ils servent à “interpeller”, c’est-à-dire
à attirer l’attention d’une personne pour engager avec elle un début
d’échange (ou pour le relancer en cas de “désengagement” de l’allocutaire:
“Pierre tu m’écoutes?”); à (r)établir le contact avec cette personne, qui
devient de ce fait “adressée” (le TA transforme en allocutaire quelqu’un qui
ne l’était pas auparavant), et tenue de réagir à l’interpellation.45
Certains types de TAs (noms de métiers, “labels”) sont quasiment confinés
dans cet emploi.
Lorsque le TA est employé en isolation, il peut avoir cette seule valeur de
hélage (“Taxi!”, “Garçon!”) ou comporter aussi d’autres valeurs
additionnelles apportées par l’intonation ou le contexte (un énoncé comme
“Pierre!” peut exprimer une réaction de surprise, un reproche, une
sommation…). Mais le TA interpellatif peut aussi être suivi ou précédé
d’éléments précisant les attentes du locuteur (“Pierre, viens ici!”).
(2) La sélection de l’allocutaire et la gestion des tours de parole
Dans les interactions dont le cadrage est complexe et fluctuant, les TAs
servent tout au long de leur déroulement à redessiner le format participatif,
en permettant au locuteur en place de sélectionner son destinataire principal
parmi d’autres candidats possibles. Cela vaut pour toutes sortes de
situations polylogales (classes, sessions parlementaires, réunions de travail
etc.), avec des modalités chaque fois différentes.
Dans les débats, l’utilisation “disciplinaire” que l’animateur fait des termes
d’adresse relève typiquement de ce dernier type d’emploi. Le cas des
commerces est un peu particulier car ils hébergent un flux continu de “sous-
interactions” successives et parfois entremêlées; on se trouve donc dans un
cas de figure en quelque sorte intermédiaire entre (1) et (2): dans les
emplois de type “Madame?” le TA fonctionne comme un signe démarcatif
instaurant une relation avec une nouvelle cliente à laquelle la vendeuse
signifie en substance: “C’est entre nous deux que cela se passe dorénavant”.
Les TAs comme procédés de renforcement du lien interlocutif et de l’acte
de langage
Lorsque la nature de l’allocutaire est clairement établie, à quoi servent les
termes d’adresse? Dans une conversation par exemple, le TA s’impose en
cas de changement de relation interlocutive (ainsi pour prendre un tiers à
témoin: “Michèle qu’est-ce que tu en dis?”); mais on en rencontre
également, de façon éparse, à des moments de l’interaction où
l’interlocuteur reste inchangé. Il semble qu’alors, en rappelant de manière
explicite la nature de la relation interlocutive, le TA ait pour effet de
renforcer l’impact de l’énoncé – sans disparaître complètement, la valeur de
base du TA se trouve tout de même sensiblement atténuée: on peut alors
parler de valeur interpellative diluée, c’est-à-dire réduite à une simple
valeur d’insistance ou de renforcement.
À partir de cette valeur générale commune, le TA peut se charger de toutes
sortes de valeurs particulières en fonction de l’acte de langage auquel il se
trouve associé; quelques exemples:
(2) Axe “vertical” (ou du Power): les deux interlocuteurs peuvent instaurer
entre eux, via le terme d’adresse, une relation d’égalité ou au contraire de
hiérarchie. Comme la relation horizontale, la relation verticale peut être
négociée entre les interactants, ainsi qu’on l’a vu en 4.2. (conflit entre
Chirac préconisant la formule égalitaire ““monsieur” + patronyme”, et
Mitterrand préférant le titre qui marque la hiérarchie).
(3) Axe définissant le caractère consensuel ou au contraire conflictuel de la
relation interpersonnelle
– où l’on retrouve le problème précédemment évoqué, à savoir que les TAs
peuvent être mis au service d’une relation courtoise et harmonieuse aussi
bien qu’agressive et hostile, le plus intriguant dans cette affaire étant que
dans certains types d’interaction ils apparaissent de façon privilégiée dans
les épisodes conflictuels et les moments de “tension”. On l’a vu dans le cas
des débats; il semble qu’il en soit de même dans les interviews, par exemple
celle de Jeanne Moreau sur France Inter le 24 mai 2003: sur 40 minutes
d’entretien l’interviewée ne produit qu’un seul “monsieur”, qui a pour effet
de clouer le bec à l’intervieweur:
Journaliste d’accord mais vous ne vous êtes jamais engagée vraiment dans le mou vement fémi [niste
J.M. [je ne suis pas une militante monsieur je suis une solitaire (silence de 3 sec.)
Il semble également que dans les conversations familières le prénom
survienne de préférence après un “mais”, un “attends” ou quelque autre
“agonème”, associé à l’expression d’un désaccord, une formule de
protestation, ou une manifestation d’agacement. La chose mériterait d’être
regardée de plus près, car il se pourrait que cette connotation polémique
dont se charge volontiers le terme d’adresse soit responsable d’un certain
nombre de malentendus dans la communication interculturelle.46
Il est sûr en tout cas que les termes d’adresse sont fondamentalement
ambivalents: impliquant la prise en compte personnelle d’autrui, on peut y
voir une marque de “considération” (c’est la facette polie); mais on peut
aussi voir dans cette prise à partie directe et explicite une marque
d’agression (c’est la facette brutale). Corrélativement, la charge
émotionnelle que supportent souvent les TAs peut correspondre à des
affects positifs (sollicitude, empathie, effusion…) aussi bien que négatifs
(hostilité, hargne, agressivité). La tâche de l’analyste consiste donc à tenter
de démêler l’écheveau des facteurs qui interviennent dans la genèse de ces
effets opposés, à savoir, outre le contexte externe:
Les mots de ma fille et de ma mère s’échangeaient tout le long du jour, accompagnés d’un
petit frémissement des lèvres, chacune lançant des paroles douces d’une voix tremblante de
colère. (FLAUBERT. Madame Bovary. Le Livre de Poche, 1983. p. 76)
Tâche d’autant moins aisée que les termes d’adresse se prêtent à toutes
sortes d’emplois décalés: dès lors qu’une forme n’est pas totalement “à sa
place”, elle peut prendre des valeurs particulières, ludiques (on l’a vu pour
“mademoiselle” ou “jeune homme”, c’est aussi le cas des termes
excessivement cérémonieux comme “éminent collègue”, “cher Président”,
etc.) ou agressives (en cas d’utilisation d’un terme trop familier ou au
contraire trop distant);47 et même à des emplois carrément inversés, comme
on le voit dans l’exemple précédent de Flaubert, ou encore celui-ci:
Sa façon au juge d’appeler les gens mon ami, ça voulait dire qu’en vérité on ne l’était pas
du tout, son ami. (Philippe Claudel, Les âmes grises, Paris, Stock, 2003: 110.
une plus grande variété et instabilité des termes d’adresse: dans une
épicerie par exemple, le commerçant pourra appeler successivement un
même client “docteur”, “mon frère”, ou “ami de toujours”;
un emploi souvent dissymétrique (alors qu’en français, où l’on répugne
comme on l’a vu à marquer la relation comme hiérarchique, l’emploi
des termes d’adresse est généralement symétrique), ainsi qu’une
grande importance accordée au facteur “sexe” des
interlocteurs/interlocutrices. Par exemple, dans son corpus de phone-in
Traverso relève les usages suivants (2006, p. 122-126):