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Educação do Campo

Entende-se por população do campo segundo a lei Lei 11.947, no seu Inciso
1º, os agricultores familiares, os extrativistas, os pescadores artesanais, os
ribeirinhos, os assentados e acampados da reforma agrária, os trabalhadores
assalariados rurais, os quilombolas, as caiçaras, os povos da floresta, os
caboclos e outros que produzem suas condições materiais de existência a
partir do trabalho no meio rural; e Escola do campo aquela situada em área
rural, conforme definida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, ou aquela situada em área urbana, desde que

atenda predominantemente a população do campo.

A educação do Campo está fundamentada na legislação vigente LDBEN nº


9394/96, regulamentada pelo Parecer CNE/CEB nº 36/2001 e Resolução
CNE/CEB nº 1, de 3 de abril de 2002. Nas etapas da Educação Infantil e do
Ensino Fundamental, referencia-se na Resolução CNE/CEB nº 02/2008, que
constitui normas e princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de
atendimento às populações rurais No estado da Bahia, aconteceu a
implementação da Lei n° 11.352/2008, que institui o Programa Estadual de
Apoio Técnico-Financeiro às Escolas Família Agrícola (EFAs) e Casas
Familiares Rurais (CFRs) do Estado da Bahia, normatizada pelo Decreto
Estadual nº 14.110/2012, assim como pela Lei n° 13.907/2018, que garante
aos egressos das Escolas Família Agrícola (EFAs) e Casas Familiares Rurais
(CFRs) direitos equivalentes aos egressos da Educação Estadual. Esses e
outros dispositivos jurídicos que corroboram com o reconhecimento de que
populações do campo são sujeitos de direito. De acordo com a Resolução CEE
n° 103/2015, a oferta da Educação do Campo, no Sistema Estadual de Ensino
da Bahia, a nível da Educação Básica, aplica-se à formação integral das
comunidades do campo, em escolas do campo, entendidas como unidades de
ensino estabelecidas na área rural ou aquelas situadas em áreas urbanas,
desde que atendam, prioritariamente, às populações do campo (Art. 1º – CEE
n°103/2015).
Ante ao exposto, conclui-se que, a compreensão de Educação do Campo
conjetura romper com a proposta de educação tradicional que estabelece o
currículo em modelagens da educação urbana, confirmando com Caldart
(2002), como se a escola do campo fosse uma extensão da escola urbana.

Portanto se faz necessário construir uma Política de Educação do Campo que


considere os princípios e valores, definidos nas diretrizes curriculares
nacionais em consonância com a realidade e as necessidades do campo, suas
necessidades soci0economicas, históricas e culturais. 

As áreas rurais são habitadas por pessoas, que dedicam parte do seu tempo
em atividades agrícolas e pecuárias, por conseguinte, têm menor tempo para
dedicarem-se aos estudos, sendo assim as atividades propostas pela escola
devem ser elaboradas e desenvolvidas a partir da realidade local onde estão
inseridas, podem ofertar atividades escolares em horário de aulas normais ou
em forma de estudos dirigidos e complementares de acordo com o calendário
das atividades rurais desenvolvida na comunidade, desde que estejam
integradas ao projeto pedagógico da instituição, para assegurar que os direitos
de aprendizagem dos alunos sejam atendidos. Nos estados e municípios onde
existam conselhos de educação escolar indígenas e quilombolas, estes devem
ser consultados e suas deliberações consideradas nos processos de
normatização das atividades. É estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação que a oferta da Educação Básica para a população rural deve
acontecer com adaptações necessárias às peculiaridades da vida rural e de
cada região. O Decreto 7.352/2010 dispõe sobre a política da educação do
campo, e nele, estão elencadas as diretrizes a serem adotadas.

A interrupção das aulas presenciais por causa da pandemia imposta pelo


Corona vírus escancarou assustadoramente as dificuldades enfrentadas pela a
educação do campo e deixou um número, até então incerto, de crianças sem
acesso aos estudos.

Os sistemas e redes de ensino passaram a empregar as estratégias remotas


através do uso das tecnologias digitais de informação e comunicação como forma de
ofertar a educação durante este período de pandemia, entretanto dentre outros
problemas enfrentados pela educação do campo um deles é o acesso à
internet. Nas áreas rurais este acesso é baixíssimo ou zero, quer pela ausência
do serviço, ou pelas circunstâncias de vulnerabilidade econômica das famílias
situadas nestas localidades. Certo dessa realidade, a presente propostas tem
como objetivo primaz ampliar o acesso a internet a essas comunidades, bem
como disponibilizar outras ferramentas de ensino remoto como as radio-aulas
que serão transmitidas pela rádio local.

Os matérias impressos ferramenta também utilizadas nesse processo de


ensino remoto serão entregues pessoalmente pela equipe gestoras as famílias
para instruções e orientações pedagógicas, uma vez que aos índices de
analfabetismo no Brasil especificamente nas áreas rurais ainda são muito
elevados e muitas dessas famílias ainda não possuem o conhecimento
necessário e ou suficiente para auxiliar e acompanhar o processo educativo de
seus filhos em casa, cabe salientar que tal aproximação da equipe gestora dará
se sob todas as orientações se recomendações dos órgão de saúde para
prevenção a covid-19.

Assim que possível e ou liberados pelos órgãos de saúde, mediante a garantia


do direito da saúde e a educação, serão adotadas as atividades hibridas, com
horários flexíveis de alternação de alunos ao espaço físico da escola, e
atividades pedagógicas que ponderem a demanda de cada comunidade onde
a escola está inserida, suas especificidades serão discutidas por cada unidade
educativa dentro do seu projeto político pedagógico, considerando que são
múltiplas e divergentes as características de cada realidade rural.

Quanto as atividades presenciais (quando houver), seguirão as orientações


propostas pelas modalidades abrangentes e o Projeto Político Pedagógico de
cada unidade educativa, onde devem constar as peculiaridades relevantes para
o ensino aprendizagem em cada contexto rural.

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