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CORRENTES DE CURTO

CIRCUITO NA REDE DE
DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA
Profa. Ms. MARIA HELENA KELLES
CORRENTES DE CURTO
CIRCUITO NA REDE DE
DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA
Faltas é o termo que se aplica a todo fenômeno acidental que impede o funcionamento de
um sistema ou equipamento elétrico.
Os curtos-circuitos são anomalias ocorridas num sistema elétrico que podem causar
grandes danos aos componentes que integram o sistema.
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
A análise de curtos-circuitos representa vital importância para a proteção de
sistemas elétricos, tendo em vista que os cálculos de redes em curto são
fundamentais no dimensionamento e ajuste dos diversos componentes de
proteção.

O estudo de curtos-circuitos tem por finalidade:


✓ Permitir o dimensionamento dos diversos componentes do sistema quando
sujeitos às solicitações dinâmicas e efeitos térmicos decorrentes do curto;
✓ Possibilitar a seleção de disjuntores;
✓ Permitir a execução da coordenação de relés de proteção;
✓ Por fim, possibilitar a especificação de pára-raios.
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
O quê é um curto-circuito?
– Um curto-circuito consiste em um contato entre condutores sob potenciais diferentes. Tal contato
pode ser direto (impedância) ou indireto (arco voltáico)
– Os curtos-circuitos são geralmente chamados “defeitos” ou “faltas” e ocorrem de maneira aleatória
nos sistemas elétricos.

Quais são as conseqüências dos curtos-circuitos?


– Suas conseqüências podem ser extremamente danosas aos sistemas elétricos, se não forem
prontamente eliminados pelos dispositivos de proteção.
• Principalmente devido às altas correntes de curto-circuito
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Quais são as causas dos curtos-circuitos?
As causas mais frequentes da ocorrência de curtos-circuitos em sistemas de
potência são:
✓ descargas atmosféricas;
✓ Falhas em cadeias de isoladores;
✓ Fadiga e/ou envelhecimento de materiais;
✓ Ação de vento, neve e similares;
✓ Poluição e queimadas;
✓ Queda de árvores sobre as linhas aéreas;
✓ Inundações e desmoronamentos;
✓ Ação de animais em equipamentos do sistema;
✓ Manobras incorretas, etc.
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Classificação dos curtos quanto à permanência
Dependendo da maneira como ocorre o restabelecimento do sistema após a
ocorrência de uma falta, os curtos-circuitos podem ser classificados em
Temporários ou permanentes
• Os curtos temporários são caracterizados por desaparecerem após a atuação da
Proteção e imediato desaparecerem após atuação da proteção e imediato
restabelecimento do sistema
• Os curtos permanentes exigem a intervenção de equipes de manutenção antes
que se possa religar o sistema.
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
A figura (a) mostra a incidência direta de um raio em uma rede de distribuição primária de energia

Na figura (b) é apresentada a formação de um arco elétrico


curto-circuitando um isolador em particular
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Locais de ocorrência dos curtos no sistema elétrico

As linhas de transmissão constituem a parte mais vulnerável, pois estão expostas, são muito extensas e colocadas
em diversas condições geográficas e climáticas. As ferragens, cabos e estruturas estão dispostos em série em
grandes comprimentos, o que implica em menor confiabilidade.
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Um curto-circuito pode ocorrer em:
• Barramentos das subestações, quadros elétricos: geralmente devido à ação de
elementos externos, como animais, por exemplo;
• Linhas aéreas: devido a sobretensões de descargas atmosféricas ou ação de elementos
externos (como aves, ramos de árvores), ruptura de condutores, isoladores e apoios;
• Cabos subterrâneos, transformadores e máquinas rotativas: devido a falhas de
isolamento (aquecimento, efeitos mecânicos, envelhecimento, campos elétricos
elevados, entre outros)
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Representação de um curto-circuito na rede elétrica pelo chaveamento de um circuito R-L

Onde:

E pela lei de Kirchoff, tem-se:

A solução da equação acima

Onde:
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
A corrente i(t), é a corrente de curto-circuito e essa pode ser dividida em duas
componentes.
• Uma componente periódica simétrica, que varia
senoidalmente com o tempo e possui a frequência da rede.
• E uma componente contínua, que é responsável pelas
características assimétricas da corrente, como mostra a
figura abaixo e decai exponencialmente com o tempo em
função da relação X/R da rede, de forma que quanto maior
for essa relação, mais lento será o decaimento da corrente.
• É possível observar que essa assimetria que a corrente de
curto-circuito pode apresentar possui uma relação direta
com o valor da tensão no ponto onde ocorre o defeito. Ou
seja, caso a tensão seja nula, a assimetria será máxima e
caso a tensão seja máxima, a assimetria é anulada e a
corrente torna-se simétrica
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Resposta transitória da corrente para uma rede RL

Correntes de Curto-Circuito: simetria e assimetria das correntes


Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
São definidos três períodos relativos à variação no tempo da componente fundamental
da corrente de curto-circuito:
• Período sub-transitório: é o período inicial, no qual a corrente diminui rapidamente de
valor;
• Período transitório: é o período seguinte, que corresponde a uma diminuição mais
lenta da corrente de curto-circuito até que o valor permanente seja atingido;
• Período permanente: período em que a corrente de curto-circuito apresenta seu valor
estacionário.
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Tipos de Faltas ou formas de curtos-circuitos:
a) Curto-circuito Trifásico ou Simétrico
• O tipo que ocorre com menor freqüência;
• Nesta situação, admite-se que todos os condutores da rede são solicitados de modo idêntico e
conduzem o mesmo valor eficaz de corrente de curto, e por isso é classificado como curto
simétrico
• Seu cálculo pode ser efetuado por fase, considerando apenas o circuito equivalente de
seqüência positiva ou seqüência direta, sendo indiferente se o curto envolve ou não o condutor
neutro (ou terra)

:
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
b) Curto-circuito Bifásico, sem contato de terra
• é um curto-circuito assimétrico, isto é, desequilibrado;
• desse modo as correntes de curto nos 3 condutores não serão iguais;
• o cálculo deste tipo de curto é realizado através de componente simétricas,
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
c) Curto-circuito Bifásico, com contato de terra
• um curto-circuito assimétrico, assim como o anterior;
• As componentes simétricas também são utilizadas nos cálculos dest tipo de curto.

d) Curto-circuito Monofásico ou Curto para a terra:


• é um curto-circuito assimétrico;
• é o tipo de falta com maior ocorrência em SEPs
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Ocorrência de curtos circuitos
Através de análise estatística dos dados sobre curtos-circuitos, foram constatados
os seguintes valores médios para a ocorrência dos tipos de defeitos:
– Curtos-circuitos trifásicos: 5%;
– Curtos-circuitos bifásicos, sem contato de terra: 15%
– Curtos-circuitos bifásicos, com contato de terra: 10%;
– Curtos-circuitos monofásicos: 70%.
▪ Em sistemas elétricos de grande porte, de o geral, a maior corrente de curto se
verifica nos curtos-circuitos entre linha (bifásico) ou entre linha e terra.
▪ Já em sistemas industriais a maior corrente normalmente se verifica em curtos
trifásicos.
▪ Em termos de estabilidade transitória e dinâmica, o curto trifásico é o mais
prejudicial à estabilidade e sincronismos dos geradores síncronos
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Curto – circuito no Quadro de Distribuição Geral – QDG

Cálculo da impedância do condutor

Cálculo da Impedância do Transformador:


Representação do sistema
FATOR DE ASSIMETRIA
No momento do curto – circuito, a corrente sofre uma alteração brusca de intensidade e após um
determinado instante de tempo ela retorna ao seu estado nominal. Para isso tem-se um fator de
correção denominado fator de impulso, que é referente a assimetria da corrente ao período
transiente.

Onde:
IK= Corrente de Impulso do Curto Circuito
presumido;
Icc = Corrente de curto – circuito;
fi = fator de assimetria;
Icc= Corrente de curto-circuito;
R = resistência total do percurso do
transformador até o ponto de curto – circuito;
XL = Reatância indutiva total do percurso do
transformador até o ponto de curto – circuito;
CÁLCULO DO FATOR DE ASSIMETRIA
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Teoremas Básicos Utilizados nas Análises
• Como ferramentas para os cálculos de curtos-circuitos, costuma- se empregar
o Teorema de Thevènin.
Análise de Curtos-Circuitos ou Faltas
Conclusões
✓ O envelhecimento gradual do SE, o crecimento do numero de agentes de geração cada vez
mais próximos dos centros de carga, o qu desafia a superação das características elétricas
nominais dos equipamentos são algumas das causas do aumento do nível de curto circuito na
rede elétrica;
✓ O aumento de demanda energética leva a uma constante alteração do Sistema Elétrico
Brasileiro, elevando assim os níveis de curto-circuito nele como um todo. É notória a
importância do acompanhamento da superação de equipamentos em qualquer sistema, visto
que o funcionamento dos mesmos visa garantir a integridade do sistema e permitir que ele
possa operar com qualidade, atendendo aos requisitos estabelecidos por normas nacionais e
internacionais visando a segurança de todos os envolvidos em sua operação
✓ Os SE são projetados de forma a ser possível a limitação dos CC à área mais restrita possível,
mediante a utilização de equipamento apropriado que pode ser operado em condições de CC
sem sofrer degradação das suas condições físicas.

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