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1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 Título: Arte, mercado e Estado: uma analise das lutas de classes nos meios de
distribuição de obras no sistema das artes visuais no Brasil ou Crítica da
economia politica ao sistema da arte contemporânea no brasil: Uma analise das
lutas de classes nos sistemas de distribuição.
1.4 Sub-área: Fundamentos e Crítica das Artes [80301002]; Teoria da Arte [80301010]; Artes
Plásticas [80302009];
O presente projeto de pesquisa de mestrado propõe uma investigação acerca dos modos
de produção no sistema das artes visuais, enfocando as lutas de classes existentes no sistema
de distribuição de obras de arte. Tal recorte acadêmico visa problematizar as relações de
produção que decorrem desse sistema, por meio de uma abordagem conceitual da economia
politica. Dessa forma, a presente proposta de pesquisa de mestrado intenciona analisar, em
especial, o papel da exploração na reprodução socioeconômica e cultural do sistema da arte
contemporânea; bem como, analisar novos contextos socioeconômicos que surgem na
atualidade brasileira, com a perspectiva da pesquisa setorial Latitude
A motivação para essa pesquisa surge da pesquisa abordada no TCC do curso de artes
visuais sobre a estrutura e o funcionamento do mercado de arte no brasil e no mundo. Uma
das conclusões daquela pesquisa é que no sistema das artes, ficam ocultados os mecanismos
sociais que permitem a reprodução socioecômica e cultural das práticas e comportamentos
artísticos, por sua vez o insight para esse trabalho consiste no reconhecimento de que se a
obra de arte adquire a forma mercadoria no sistema das artes, então há lutas de classes neste
mesmo sistema de distribuição. Assim, o presente projeto de pesquisa de mestrado define seu
objeto de estudo, a partir da situação problema descrita acima que se encontra circunscrita às
relações entre arte, economia e sociedade, perpassando pela análise da arte contemporânea,
do mercado e das práticas artísticas profissionais.
Dessa forma, a presente proposta de investigação apresenta as seguintes perguntas que
nortearão o desenvolvimento dessa pesquisa de iniciação científica:
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PROJETO DE PESQUISA DE MESTRADO
Na terminologia do cientista politico Bastiat (p.18) No âmbito social, ações humanas assim
como hábitos e medidas institucionais não causam somente um efeito, causam vários efeitos.
Porém em uma analise descuidada de um cientista social pode levar sua atenção somente
para os efeitos imediatos de um evento. Já os efeitos posteriores ao ocorrido não são tão
nítidos como os efeitos imediatos. Para Bastiat o bom cientista social não é aquele atento as
variáveis visíveis de um fenômeno social, mas, aqueles que levam em conta os efeitos que
são visíveis e os que não são visíveis. Baseado nos dizeres de Bastiat buscarei explicitar os
efeitos que se vê e os que não se vê na produção da obra de arte.
Logo o que será explicito neste trabalho é a forma mercadoria. Uma forma que não se vê ao
confrontar a obra de arte enquanto objeto estético passível de apreciação ou de interação
como proposto por algumas estéticas contemporâneas. Porem, a forma mercadoria na arte se
torna visível pelos mecanismos de distribuição escolhido pelo artista em uma economia
capitalista.
A riqueza das sociedades onde reina o modo de produção capitalista
aparece como uma enorme coleção de mercadorias, e a mercadoria
individual como sua forma elementar. (...) A mercadoria é, antes de
tudo, um objeto externo, uma coisa que, por meio de suas propriedades,
satisfaz as necessidades humanas de um tipo qualquer. A origem
dessas necessidades – se, por exemplo, elas provêm do estomago ou
imaginação - não altera em nada a questão (p.158)
De acordo com Catani (p.20) O capitalismo na visão do filosofo Karl Marx é fundamentada
tanto pela propriedade privada quanto pela divisão do trabalho. Por outro lado as trocas são
características essenciais desse sistema, pois nesse tipo de sociedade os indivíduos não
possui todas as habilidade para satisfazer todas as suas necessidades. O individuo na
sociedade capitalista só possui uma profissão particular e por isso demanda produtos feitos
pelo trabalho de alguém, e assim nessa sociedade todos dependem um dos outros, e isso
decorre a produção pela divisão do trabalho. Logo o produto do trabalho na sociedade
capitalista é denominado de mercadoria. Tal produto só se torna mercadoria se as condições
sociais dominantes forem a divisão do trabalho e propriedade privada.
Dentro dessa visão econômica a arte por decorrer na sociedade capitalista adquire a forma
mercadoria, por outro lado o artista pode ser caracterizado como sendo uma profissão
especializada que busca satisfazer algumas necessidades humanas.
Por sua vez conforme a afirmação de Becker (p.99) os mecanismos de distribuição são vários
e serve para agregar o artista a economia da sociedade. Tal integração chama atenção dos
apreciadores concentrados à arte contemporânea pelos altos preços logrados por uma obra de
arte. Caso seja realizado por um artista ainda vivo, o panorama em torno dessa façanha será
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PROJETO DE PESQUISA DE MESTRADO
tão extenso, que seu nome tornará um instrumento de fetiche altamente reproduzido pelas
mídias especializadas nas artes.
Ou seja, na sociedade capitalista a integração entre artista e economia se dá pela
mercantilização em torno da figura do artista. Mas devo ressaltar que a integração entre artista
e economia pode fazer a obra de arte se comportar de maneira diferentemente de bens
essenciais como arroz, carros, roupas etc. E portanto tal teoria do valor trabalho desenvolvida
por Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx não se aplica a este trabalho. A obra de arte no
sistema capitalista se comportam semelhante ao que os economistas chamam de bens de
Veblen que são bens de “status” na qual provam socialmente que os ricos são realmente ricos.
A obra de arte adquire esta característica pois no sistema capitalista global os maiores
demandantes de obras de arte são os muitos ricos como Charles Saatchi
Por sua vez essa economia da arte contemporânea tem a sua hierarquia conforme explicitado
por Sarah Thornton (2011, p.29-34) o mercado da arte contemporânea global é dividido entre
mercado primário e secundário. O primário, é o mercado que vai focar na implantação e na
consolidação da carreira do artista, ou seja, o mercado de arte primário, produz artistas como
mercadoria de acordo com as leis de oferta e procura. Porém é mais arriscado pois o artista
pode não arrancar na carreira. O marchand primário mercador desse mercado legitimará
estratégias com o artista para que o mesmo seja valorizado e mais visível na rede de galerias,
e os dois dividindo o lucro normalmente em 50% pra cada, a estratégia consiste em não vender
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meio da força o Estado o estado expande sua função para outras aréas além da defesa
de um território.
Para Becker (p.152) os estados e seus representantes assim como os outros atores
sociais agem em função dos seus interesses. E esses interesses nem sempre
coincidem com os interesses da classe de produtores de obras de arte. O interesse do
estado na arte é aquele que fundamenta os interesses e ideologias de seus
representantes. Por sua vez esse interesse pode ser um obstáculo em certos tipos de
produção. No Brasil, as politicas publicas através do edital é um incentivo a produção,
mas em determinadas sociedade o estado pode utilizar a censura.
Assim, conforme afirmado por Hoppe na tese (3) fica a duvida de como o estado impõe
uma determinada lutas de classe se numa sociedade democrática como a sociedade
brasileira o estado estimula sua produção através de um mecanismo de distribuição
que lhe é próprio? Segundo o ministério da cultura, a lei 8313/91 1 foi uma referencia
para o incentivo à cultura brasileira, tendo chegado a investir cerca de 8 bilhões no
setor. Sendo seu principal meio de subsidio foi a renuncia fiscal. Porém de acordo com
os dados de 2007 o subsídio governamental concentra na região sul e sudeste atráves
de 80% da captação via incentivos fiscais. Porém segundo Hoppe a democracia
dispersa a consiencia de classe. Por outro lado, fica a duvida de que se essa tal
estratégia do estado é uma forma de domesticação do artista.
4. OBJETIVOS
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http://www.cultura.gov.br/leis/-/asset_publisher/aQ2oBvSJ2nH4/content/lei-de-fomento-a-cultura-
222272/10895
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5. METODOLOGIA
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6. CRONOGRAMA
7. REFERÊNCIAS
8. BIBLIOGRAFIA
8.1
8.1.1
8.1.1.1
8.1.1.1.1
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9. CAPITULOS
10. ARTE COMO AÇÃO
10.1.1.1 AÇÃO SIMBÓLICA
10.1.1.2 CATEGORIAS DE MEIOS E FINS
1.2ARTE E VALOR DE USO SUBJETIVO
1.3 Arte como bem de Veblen