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TOMOGRAFIA
DOMINE A
TOMOGRAFIA
CURRÍCULO:
ENDODONTIA 02
ÍNDICE
Introdução 04.
Morfologia complexa 11.
2.1.2 Detecção de rarefações ósseas periapicais 16.
2.1.3 Sinusopatias odontogênicas 19.
2.1.5 Trauma dentários 25.
2.1.6 Reabsorções Dentárias 28.
Referências 45.
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Utilização da Tomografia Computadorizada
por Feixe Cônico (TCFC) em Endodontia
ENDODONTIA 04
Por isto, a Associação Americana de Identificação de anormalidades do sistema
Endodontia (AAE) e a Academia Americana de de canais radiculares e determinação da
Radiologia oral e maxilofacial (AAOMR) curvatura das raízes antes do tratamento e
desenvolveram uma declaração em 2011, que foi retratamento endodôntico.
revisada em 2015, objetivando guiar os clínicos
em relação às aplicações da TCFC nos Diagnóstico de patologias periapicais em
tratamentos endodônticos como um pacientes que apresentam sinais e sintomas
coadjuvante ao planejamento. Logo após, no ano clínicos contraditórios e não específicos
de 2014, a Sociedade Européia de Endodontia, associados a dentes tratados ou não
também publicou a sua declaração de posição endodonticamente sem evidências de patologia
sobre este tema. Segundo as diretrizes identificada pelas imagens convencionais e nos
estabelecidas por estas entidades, seguem as casos onde as sobreposições das raízes ou áreas
indicações da utilização da tomografia: do complexo maxilofacial são determinantes
para realizar o tratamento.
Identificação de potenciais canais acessórios
em dentes com suspeita de morfologia Diagnóstico de patologias não endodônticas
complexa baseada em imagens convencionais. e determinação da extensão da lesão e seus
efeitos sobre as estruturas adjacentes.
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Avaliação intra ou pós operatório de Sendo assim, seguindo as indicações e
complicações tais como: sobreobturações necessidades inerentes para cada indivíduo, o
endodônticas, instrumentos endodônticos objetivo deste capítulo é elucidar as diferentes
fraturados , identificação de canais calcificados e vantagens que a Tomografia computadorizada
localização de perfurações. por Feixe Cônico pode oferecer ao endodontista,
uma vez que, esta especialidade é diretamente
Diagnóstico e conduta de trauma dependente da utilização de exames por
dentoalveolar, especialmente fraturas imagem.
radiculares, luxações e/ou deslocamento de
dentes e fraturas alveolares.
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2.1 Indicações Clínicas da Tomografia
em Endodontia
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Anatomia Molar Inferior
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Anatomia Molar Superior
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Anatomia de Pré-molar
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MORFOLOGIA COMPLEXA
Legenda: Na figura 01 observam-se rarefações
periapicais associadas aos dentes 37 e 34. Nas
imagens axiais e coronais (figuras 2, 3 e 4) pode-se
observar a existência de um conduto lingual sem
material obturador na raiz do dente 34 (sinalizado
com seta amarela).
01 02
03 04
ENDODONTIA 11
A ausência de tratamento e material endodôntico
neste conduto pode ter sido a causa da existência
da rarefação óssea associada a este dente. Já nas
figuras 5 e 6, observa-se que a lesão periapical
associada a raiz distal do dente 37 promoveu
reabsorção radicular externa em terço apical desta
raiz (seta amarela).
05 06
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Legenda: Por meio das imagens axiais
(figuras 01 a 03), pode-se observar que o 01 02
dente 48 apresenta sua raiz em forma de
C (C Shaped). A seta amarela na figura 02,
destaca esta variação anatômica.
Já as setas amarelas da figura 04
apontam para os três forames existentes
na raiz deste dente.
03 04
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Interconduto em Molar Superior
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Caso Anatomia - Dens in Dente
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2.1.2 Detecção de Rarefações Ósseas Periapicais
A lesão periapical é uma inflamação local Já nos anos 60, Bender demonstrou que as
associada ao periápice dentário decorrente da alterações na angulação do feixe de raios X
formação de subprodutos de bactérias que podem aumentar, diminuir ou mascarar uma
causam uma resposta inflamatória nos rarefação periapical, demonstrado assim, a
tecidos periapicais e, consequentemente a limitação deste exame em relação a este
reabsorção do osso alveolar decorrente de diagnóstico tão importante na prática clínica.
traumas, irritações ou infecções. Esta, por sua
vez, representa a principal indicação para o Este mesmo pesquisador ressalta a
tratamento endodôntico e, por isto, a importância do percentual de perda óssea
avaliação por meio de exames de imagem necessária para que a radiografia periapical
norteia o planejamento e o tratamento detecte a rarefação e a proximidade da
endodôntico (Tsesis et al., 2020). rarefação às corticais ósseas.
ENDODONTIA 16
Atualmente, muitos estudos têm sido Estudos como o de Velvart et al 2007. Afirmam
realizados demonstrando a limitação do que todas as lesões detectadas cirurgicamente
diagnóstico da região periapical por meio da também foram detectadas por meio de imagens
radiografia periapical em comparação à de TCFC. Logo, é indispensável uma avaliação
Tomografia. Em um deles (Uraba et al.), a taxa de cautelosa quando as radiografias periapicais são
detecção entre rarefações periapicais por meio de utilizadas com o objetivo de detectar rarefações
radiografia periapical e da tomografia foi de 31,5% periapicais pela possibilidade de ocorrência de
e de 52,2%, respectivamente. um resultado falso-negativo. Portanto, a TCFC é o
método considerado como padrão-ouro neste
Uma atenção especial deve ser dada à maior diagnóstico.
discrepância na região posterior das arcadas
superior e inferior, provavelmente isto se deva à
maior sobreposição de estruturas da arcada
superior e a alta densidade da cortical óssea
observada na arcada inferior.
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Legenda: A figura 01 é uma radiografia
01 02
periapical de uma paciente que
apresentava fístula em região de
tuberosidade direita. Um cone de guta
percha foi inserido por esta fístula e este
apontava para a região do terceiro molar.
Entretanto, nenhuma rarefação óssea
periapical fora observada neste exame
radiográfico. Por este motivo, esta
paciente foi encaminhada para a
03 04
realização de uma Tomografia
Computadorizada onde se nota uma
lesão periapical associada às suas raízes
vestibulares se estendendo à região de
tuberosidade (figuras 02, 03 e 04).
01 02
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2.1.3 Sinusopatias Odontogênicas
ENDODONTIA 19
Legenda: Nas figuras 01 e 02, por meio das
imagens axial e coronal, observam-se dois
condutos radiculares na raiz
mésiovestibular do dente 16 (sinalizado em
setas amarelas) e lesão endoperiodontal
associada a mesma.
01 02
ENDODONTIA 20
Nas Figuras 03 e 04 e 05 nota-se
reabsorção alveolar severa em região 03 04
dos dentes 17 e 16 e além disso, nota-se
que a lesão periapical associada a raiz
mésiovestibular do dente 16 promove
abaulamento e rompimento da
cortical inferior do seio maxilar direito.
Sendo assim, há uma grande chance
do velamento total deste seio maxilar
(rinossinusite), observado nestas
figuras, ter causa odontogênica.
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Sinusopatia
ENDODONTIA 22
Sinusopatia 2
ENDODONTIA 23
A
Lesão em Pré Molar Superior com possível
Sinusopatia Odontogênica
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2.1.5 Trauma Dentário
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Legenda: Neste caso, onde o paciente
jovem sofreu um trauma em região
anterior da maxila, podemos observar o
deslocamento do dente 11 além de
fraturas em rebordo alveolar em região
vestibular deste elemento dentário.
01 02 05
03 04
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Luxação
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2.1.6 Reabsorções Dentárias
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2.1.6.1 Reabsorção Interna
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Reabsorção Interna em Molar Inferior
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2.1.6.2 Reabsorção Externa
É o processo patológico que ocorre por dano ao O exame de TCFC é indicado em casos severos
cemento. A sua etiologia frequentemente está para avaliar a real extensão da reabsorção ou
relacionada a processos inflamatórios ou quando as raízes apresentam formato irregular
traumatismos que afetam o ligamento em dentes adjacentes a cistos/tumores ou dentes
periodontal como: movimentação ortodôntica impactados.
excessiva, má oclusão e traumastimo dentário
(avulsão ou luxação). Além disso, a reabsorção Reabsorção externa inflamatória: Esse
externa pode ser classificada de acordo com a sua processo patológico é associado frequentemente
patogênese: a dentes que apresentem o canal radicular
infectado/necrótico como resultado de lesões de
Reabsorção externa de superfície: Reabsorção cárie extensas. No entanto, o início da reabsorção
induzida por pressão de incidência comum, radicular externa também pode se caracterizar
observada na porção apical de dentes submetidos pela combinação de danos causados à superfície
à movimentação ortodôntica. Radiograficamente radicular e ao periodonto; após graves traumas
(radiografias periapicais) são observados dentes dentários.
com ápices radiculares arredondados e/ou com A progressão da reabsorção externa
raízes mais curtas, decorrente de uma aplicação inflamatória é associada diretamente pela
de pressão excessiva na movimentação vitalidade do dente afetado. Isto significa que um
ortodôntica. canal radicular infectado é capaz de disseminar
toxinas bacterianas para a área de reabsorção,
resultando na progressão da reabsorção externa.
ENDODONTIA 31
Reabsorção Externa
ENDODONTIA 32
Reabsorção Cervical Externa em
Incisivo Central Superior
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Radiograficamente, as raízes dos dentes Nas imagens radiográficas bidimensionais
acometidos são mais curtas ou com extremidades frequentemente é observada a ausência do
irregulares contígua a presença de imagem espaço do ligamento periodontal na face
radiolúcida associado ao terço apical da raiz. As proximal radicular. Por isto, indica-se a TCFC para
imagens de TCFC devem ser indicadas para avaliar a extensão da RES no dente acometido.
diagnosticar e avaliar a verdadeira extensão da
reabsorção externa. Assim, o tratamento
endodôntico poderá ser mais previsível, uma vez
que o clínico terá todas as informações
tridimensionais essenciais para realizá-lo.
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Reabsorção cervical invasiva (RCI): É uma
modalidade de reabsorção externa onde células
clásticas se aderem à dentina exposta, abaixo do
epitélio juncional e passam a destruir o tecido
mineralizado de fora para dentro do dente, com
um padrão irregular e “evitando” o contato com a
polpa dentária.
ENDODONTIA 35
Os dentes mais acometidos são os incisivos A RCI pode ser caracterizada clinicamente pela
centrais superiores, no entanto, a reabsorção presença de uma mancha rósea (pink spot), em
cervical invasiva (RCI) pode ocorrer em qualquer dentes com polpa vital, sangramento excessivo à
dente, desde que o cemento ou o ligamento sondagem e alteração do contorno gengival. No
periodontal esteja ausente ou danificado por entanto, só o exame de imagem associado ao
uma injúria ou por um defeito na junção histórico clínico do paciente, é capaz de propiciar
cemento esmalte (JCE). Esta dentina exposta um diagnóstico assertivo. Deve-se levar em
pode ser vulnerável às células clásticas que consideração o aspecto irregular desta reabsorção,
iniciarão um processo de reabsorção, porém se sua propagação circunferencial ao redor da
nenhuma estimulação adicional existir, o câmara pulpar e do canal radicular, além de sua
processo de cicatrização (formação de tecido característica direção corono-apical, sendo
semelhante ao osso) ocorrerá normalmente. considerados aspectos particulares desta lesão.
Entretanto, se um fator de estímulo citado acima,
se tornar presente por um tempo suficiente, as Hoje, sabe-se que o padrão irregular desta
células clásticas serão ativadas e iniciarão a reabsorção se deva à alteração da tensão de
reabsorção cervical invasiva. oxigênio naquele microambiente e que a
não-invasão da polpa nos estágios iniciais desta
reabsorção, se deva à formação da dentina
pericanalar.
ENDODONTIA 36
Para a avaliação das RCI iniciais ou avançadas, a
TCFC têm sido o exame de escolha para
determinar a presença e realizar um mapeamento
tridimensional do tecido reabsorvido, além de
avaliar o possível envolvimento pulpar. Com isso, o
profissional, poderá avaliar a possibilidade de
reabilitação dos dentes acometidos.
ENDODONTIA 37
Heithersay (1999):
03 04
ENDODONTIA 38
Mavridou et al. (2016):
03
ENDODONTIA 39
Patel et al. (2018):
Extensão da RCI:
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Progressão circunferencial:
A 90º
B 90º até ≤ 180º
C 180º até ≤ 270º
D 270º
ENDODONTIA 41
Proximidade da RCI com o canal radicular:
d: Lesão confinada à dentina;
p: Provável envolvimento pulpar.
ENDODONTIA 42
Reabsorção Cervical Invasiva em
Fase de Reabsorção
ENDODONTIA 43
Reabsorção Cervical Invasiva em
Fase de Reparação
Reabsorção cervical invasiva em fase reparativa.
Observa-se na imagem sagital a porta de
entrada, localizada na face vestibular da raiz, em
terço cervical e se estendendo ao terço médio
radicular. Nos cortes axial (B) e coronal (C)
nota-se que esta lesão se propaga em 360 graus
ao redor da polpa dentária, tem provável
comunicação com a mesma e se encontra em
fase reparativa. Classe 4 de Heithersay e classe
3Dp de Patel.
ENDODONTIA 44
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