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ANÁLISE DO 1º CENSO NACIONAL DE ESTUDANTES E

PROFISSIONAIS DE MUSICOTERAPIA
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ANÁLISE DO 1º CENSO NACIONAL DE ESTUDANTES E


PROFISSIONAIS DE MUSICOTERAPIA

UBAM / Comissão de Políticas de Organização Profissional


Relatoria: Camila Acosta Gonçalves, Lázaro Castro e Magali Dias
Presidente: Eber Marques Jr.

13 de dezembro de 2020
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Índice

Análise do 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia .........4

2. PROFISSIONAIS MUSICOTERAPEUTAS ..............................................................5

2.1 Dados sociodemográficos ...................................................................................5

2.2 Dados quanto à associação a Associações Estaduais e à formação .................7

2.3 Dados quanto à atuação profissional ............................................................... 16

3. ESTUDANTES DE MUSICOTERAPIA ................................................................. 25

3.1 Dados sociodemográficos ................................................................................ 25

3.2 Dados quanto às Instituições de Ensino Superior ........................................... 30

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 35

5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 38
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Análise do 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia

Os dados abaixo analisados são referentes ao levantamento do 1º Censo


Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018) organizado pela
União Brasileira das Associações de Musicoterapia (UBAM) e aqui apresentada sua
análise quantitativa. O levantamento dos dados foi organizado pela Comissão de
Políticas de Organização Profissional (Comissão POP/UBAM) em parceria com
integrantes da Diretoria da UBAM. A análise dos dados foi organizada pela
Comissão POP/UBAM.
Foram levantados os dados sociodemográficos, local de origem, situação
das/os respondentes em relação às Associações Estaduais de Musicoterapia, a
formação das/dos estudantes de graduação em Musicoterapia e pós-graduação,
locais de estágio curricular supervisionado, Instituições de Ensino Superior (IES) a
que pertenciam e provável data de conclusão de curso para estudantes.
Durante o período de 1º a 21 de outubro de 2018, participaram do censo 986
respondentes, sendo que 658 se identificaram como profissionais Musicoterapeutas
e 328 como estudantes de Musicoterapia. O formulário online com os dados do
censo foi amplamente divulgado entre as Associações Estaduais de Musicoterapia,
nas mídias digitais da UBAM e entre Musicoterapeutas e estudantes de
Musicoterapia. O trabalho de divulgação foi realizado pela Comissão de Divulgação
& Marketing da UBAM. Como incentivo, foram sorteados brindes aos respondentes
do Censo, tais como livros e cursos de Musicoterapia.
Neste documento são apresentadas separadamente as análises por
categorias de respondentes: inicialmente a análise dos dados das/dos profissionais
Musicoterapeutas e em seguida das/dos estudantes de Musicoterapia.
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2. PROFISSIONAIS MUSICOTERAPEUTAS
2.1 Dados sociodemográficos

Os dados sociodemográficos das/dos respondentes Musicoterapeutas aqui


apresentados são referentes ao país de sua origem, Estado em que atuam e idade.
No que diz respeito à nacionalidade, as respostas das/dos 658 profissionais
Musicoterapeutas se distribuíram da seguinte maneira: 651 respondentes nasceram
no Brasil, 3 na Alemanha, 1 na Colômbia, 1 na Itália, 1 no Uruguai e 1 na Argentina
conforme gráfico abaixo:

Gráfico 1 – Nacionalidade das/dos profissionais Musicoterapeutas respondentes

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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Quanto à distribuição geográfica, foi possível identificar que as/os


profissionais Musicoterapeutas encontram-se com concentração maior na Região
Sul e na Região Sudeste, provavelmente este fato se dê por as Instituições de
Ensino Superior (IES) com cursos de graduação e pós-graduação em Musicoterapia
terem sido instaladas nestas áreas entre os anos 1970 e 1980. Vale destacar que
nos últimos 5 anos, 2015 a 2019, a Região Norte iniciou a oferta de pós-graduação
em Musicoterapia, ampliando o número de profissionais nesta região. Os dados
das/dos Musicoterapeutas respondentes estão distribuídos da seguinte maneira por
Estados Brasileiros:

Gráfico 2 – Distribuição geográfica (por Estado) das/dos profissionais


Musicoterapeutas respondentes

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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Ao analisarmos os dados referentes à idade das/dos profissionais


Musicoterapeutas respondentes, foi possível observar que há profissionais com mais
de 70 anos atuando ou envolvidas/dos com a profissão (14 profissionais) e a
concentração mais expressiva de faixa etária está em profissionais entre 30 e 40
anos. A divisão percentual se deu da seguinte maneira: 19,5% com faixa etária entre
50 e 60 anos; 26,6% com faixa etária entre 40 a 50 anos; 31,3% com faixa etária
entre 30 e 40 anos. Abaixo, o Gráfico 3 demonstra estes dados por faixa etária:

Gráfico 3 – Distribuição de profissionais Musicoterapeutas respondentes por faixa


etária (por décadas)

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)

2.2 Dados quanto à associação a Associações Estaduais e à formação

Quanto à associação às Associações Estaduais de Musicoterapia, 163


profissionais Musicoterapeutas (24,7%) informaram não estarem associadas/os a
nenhuma Associação Estadual no momento da coleta de dados. Apesar de ser
possível que estas/estes profissionais não estivessem associadas/os por não
8

estarem atuando na área, vale ressaltar que estar associada/o às Associações


Estaduais de Musicoterapia é uma orientação prevista no Código Nacional de Ética,
Orientação e Disciplina do Musicoterapeuta (UBAM, 2018).
A maior concentração da amostra quanto à associação a Associações
Estaduais de Musicoterapia foi na Região Sudeste, com 236 profissionais (35,86%),
seguida pela Região Sul com 107 profissionais (16,33%) e pela Região Nordeste
com 72 profissionais (10,94%), e por fim a Região Centro-Oeste com 58
profissionais (8,81%) e a Região Norte com 22 profissionais (3,34%). O Gráfico 4
apresenta esses dados, por Associações Estaduais de Musicoterapia:

Gráfico 4 – Distribuição de profissionais Musicoterapeutas respondentes por


Associação Estadual de Musicoterapia

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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No que tange à formação acadêmica das/dos profissionais Musicoterapeutas


respondentes, 451 informaram ter graduação (bacharelado) em Musicoterapia e 207,
pós-graduação lato sensu (especialização) em Musicoterapia. O Gráfico 5, abaixo,
apresenta esses resultados:

Gráfico 5 – Distribuição das/dos profissionais Musicoterapeutas respondentes


quanto à formação acadêmica em Musicoterapia

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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O Gráfico 6 mostra a distribuição entre as Instituições de Ensino Superior


(IES) de origem das/dos Musicoterapeutas respondentes, quando graduadas/os em
Musicoterapia. Do total da amostra, 234 respondentes não especificaram suas
instituições, 244 respondentes informaram terem estudado em IES privadas e 180
respondentes informaram que concluíram seus estudos em IES públicas (Estadual e
Federais):

Gráfico 6 – Distribuição das/dos profissionais Musicoterapeutas respondentes por


Instituições de Ensino Superior

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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O Gráfico 7 mostra o número de profissionais Musicoterapeutas respondentes


quanto ao período de formação, por décadas. Destes, 11 profissionais se formaram
nos anos 1970; 29 profissionais, nos anos 1980; 71 profissionais, nos anos 1990;
159 profissionais, nos anos 2000; e 176 profissionais, nos anos de 2010 a 2018.
Estes dados demonstram um crescente número de formandas/dos na área.

Gráfico 7 – Distribuição de profissionais Musicoterapeutas respondentes quanto ao


período de formação (por décadas)

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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O Gráfico 8 demonstra que 24,2% das/dos Musicoterapeutas respondentes


possuem mais de uma formação em nível superior, 43,9% apenas formação em
Musicoterapia, e 31,9% não responderam à questão em análise.

Gráfico 8 – Distribuição das/dos profissionais Musicoterapeutas respondentes


quanto à graduação em outras áreas

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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Abaixo há o gráfico em que são especificadas as áreas de segunda


graduação das/dos Musicoterapeutas respondentes, tanto por grande área quanto
por área de conhecimento específica. É importante salientar que 11% das/dos
Musicoterapeutas respondentes não responderam à essa questão.

Gráfico 9 – Área de formação ou conhecimento da segunda graduação das/dos


Musicoterapeutas respondentes

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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O Gráfico 10 mostra o número de profissionais Musicoterapeutas


respondentes com pós graduação lato sensu -- especialização. De acordo com os
dados, 46% das/dos Musicoterapeutas têm cursos de especialização, além da
formação em Musicoterapia.

Gráfico 10 – Musicoterapeutas com cursos de Pós-graduação: Lato Sensu

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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Quanto à pós-graduação stricto sensu (Mestrado e Doutorado), 136 das/dos


Musicoterapeutas respondentes informaram ter titulação de mestrado. Destes, 45
obtiveram a titulação de mestrado na área de Música, incluindo Educação Musical,
e outros 45 estão distribuídos nas áreas da Psicologia e outras de Saúde, incluindo
Medicina, Ciências da Reabilitação e Enfermagem. Até este momento, não há
cursos de pós stricto sensu em Musicoterapia no Brasil, mas há pesquisa em
programas de áreas correlatas -- dessa maneira, as titulações em Musicoterapia
identificadas no censo correspondem a programas fora do Brasil. Dados presentes
no Gráfico 11.

Gráfico 11 – Distribuição das/dos Musicoterapeutas respondentes com Mestrado e


suas áreas de titulação

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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De forma similar, abaixo são apresentados os dados das/dos 43 profissionais


Musicoterapeutas respondentes quanto à titulação de doutorado e suas respectivas
áreas. Destas/destes, a maioria (58%) têm doutorado nas áreas de Saúde, como
Psicologia e Ciências da Saúde. A análise não considerou doutorados em
andamento, somente os identificados como concluídos. Ao todo, são 179 titulações
de mestrado e de doutorado.

Gráfico 12 – Distribuição das/dos Musicoterapeutas respondentes com Doutorado e


suas áreas de titulação

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)

2.3 Dados quanto à atuação profissional

Nesta seção são apresentados e discutidos os dados no que tange ao


aspecto da atuação profissional das/dos Musicoterapeutas respondentes. Tais dados
se referem ao tempo e à área de atuação, aos locais e enquadres de atendimento, e
aos cargos de gestão. A maioria das/dos respondentes está em atividade como
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Musicoterapeuta, representando 97% da amostra. Seguem os dados demonstrados


no Gráfico 13.

Gráfico 13 – Distribuição das/dos profissionais Musicoterapeutas respondentes


quanto à atuação na área de Musicoterapia

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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O Gráfico 14 apresenta os dados referentes ao tempo de exercício como


Musicoterapeutas pelas/pelos respondentes da categoria profissional quinquênio. A
maioria dos respondentes está em atividade profissional entre 05 e 10 anos.
Importante ressaltar que 234 respondentes não especificaram o tempo de atuação
em Musicoterapia, representando 35% da amostra.

Gráfico 14 – Distribuição das/dos Musicoterapeutas respondentes quanto ao tempo


de atuação em Musicoterapia

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)

Seguindo a mesma direção dos gráficos anteriores, foram organizados os


dados abaixo no Gráfico 15 quanto às áreas de atuação, em que as/os respondentes
poderiam escolher mais de uma opção. Estes dados revelam que as/os
Musicoterapeutas respondentes posicionaram centralmente seus atendimentos nas
áreas de Saúde Mental e Saúde da Criança e da/do Adolescente, seguidas pelo
campo da Reabilitação Neurológica.
Historicamente, vale um destaque ao desenvolvimento da área de Assistência
Social na última década brasileira visto o reconhecimento e a inserção do
profissional musicoterapeuta como trabalhador do Sistema Único de Assistência
19

Social (SUAS), além da ampliação do trabalho na área de gerontologia, a qual,


segundo pesquisas recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
é uma das mais promissoras.

Gráfico 15 – Distribuição das/dos Musicoterapeutas respondentes quanto às áreas


de atendimento em Musicoterapia

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)

As/os respondentes puderam identificar os tipos de instituições para as quais


já trabalharam ou trabalham enquanto Musicoterapeutas, incluindo múltiplas
respostas. De acordo com os dados, há ou houve serviço de Musicoterapia em 347
instituições privadas, seguidas de 299 instituições públicas e 166 instituições
públicas de direito privado (ONG / OSCIP). Apesar da alta taxa de respostas em
branco para essa questão, vale o destaque às instituições públicas, confirmando a
atuação de musicoterapeutas contratadas/os ou estatutárias/os, uma vez em que a
20

Comissão POP/UBAM compilou mais de 40 editais de concurso público para


profissionais Musicoterapeutas até o ano de 2018 em território nacional.1

Gráfico 16 – Distribuição das/dos Musicoterapeutas respondentes quanto ao


enquadre legal das empresas/instituições contratantes

1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)

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http://ubammusicoterapia.com.br/justificativa-para-projetos-de-musicoterapia/
21

A coleta de dados trouxe informações sobre os atendimentos de


Musicoterapia em domicílio. Os Gráficos 17 e 18 mostram que 18% das/dos
Musicoterapeutas realizam atendimento domiciliar vinculado ao consultório, e 5%
das/dos profissionais realizam atendimento domiciliar ligado à instituição. Esse é um
dado pertinente, visto que o procedimento do SUS número 0305050147 -- Visita
Domiciliar por Profissional de Nível Superior2 -- pode ser realizado por
Musicoterapeutas em equipamentos de Saúde Pública no Brasil.

Gráfico 17 – Profissionais Musicoterapeutas respondentes quanto ao Atendimento


Domiciliar Vinculado ao Consultório

1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)

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http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/procedimento/exibir/0301050147/06/201
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Gráfico 18 - Profissionais Musicoterapeutas respondentes quanto ao Atendimento


Domiciliar Vinculado à Instituição

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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O gráfico 19 se refere à experiência profissional das/dos respondentes em


cargos de gestão, representando 20% da amostra. Pode-se inferir um número
considerável de profissionais que atuam ou já atuaram como coordenadores,
supervisores, diretores em instituições. É um dado promissor para a defesa de
resoluções, leis e portarias que incluam a/o profissional Musicoterapeuta não
somente na assistência, bem como na gestão de instituições de Saúde, Assistência
Social e Escolares, dentre outras.

Gráfico 19 - Profissionais Musicoterapeutas respondentes em Cargos de Gestão

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)

Finalizando os dados analisados referentes às respostas das/dos


Musicoterapeutas, são apresentadas as suas respostas quanto à supervisão. De
maneira geral, é possível inferir que há uma baixa adesão das/dos profissionais à
supervisão na área de Musicoterapia. A maioria dos profissionais respondentes,
51,4%, declarou não fazer supervisão com Musicoterapeutas mais experientes, e
32,8% declarou fazer apenas esporadicamente. Somente 13,8% das/dos
24

Musicoterapeutas respondentes declararam realizar supervisão em Musicoterapia


com frequência.

Gráfico 20 – Distribuição das/dos Musicoterapeutas respondentes quanto à


realização de supervisão em Musicoterapia

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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3. ESTUDANTES DE MUSICOTERAPIA
3.1 Dados sociodemográficos

Quanto à nacionalidade das/dos 328 estudantes de Musicoterapia que


responderam ao censo: 322 são do Brasil, 2 da Colômbia, 2 dos Estados Unidos, 1
do Paraguai e 1 de Portugal, conforme Gráfico 21.

Gráfico 21 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes quanto


à nacionalidade

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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A média de idade das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes é de


33,7 anos, sendo que as/os de pós-graduação estão entre a maioria das pessoas
com idade superior a 40 anos. Quanto à distribuição geográfica, as/os respondentes
estudantes aparecem mais presentes na Região Sudeste (176), em seguida na
Região Sul (62), e em seguida com quantitativos bem semelhantes na Região Norte
(30), na Região Nordeste (27) e na Região Centro-Oeste (25), como apresentado no
Gráfico 22.

Gráfico 22 – Distribuição geográfica por região das/dos estudantes de Musicoterapia


respondentes

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


27

Nesta mesma direção, os Estados brasileiros com maior concentração de


estudantes de Musicoterapia respondentes do censo foram: São Paulo (117),
Paraná (35), Rio de Janeiro (30) e Minas Gerais (21), conforme demonstrado no
Gráfico 23.

Gráfico 23 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes por


Estado

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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Do total de 328 estudantes, 272 estudantes de Musicoterapia respondentes


não estão associadas/dos a Associações Estaduais de Musicoterapia, ao passo que
apenas 56 informaram estarem associadas/dos. O Gráfico 24 mostra o quantitativo
de associadas/dos e não-associadas/dos, e o Gráfico 25, a distribuição das/dos
associadas/dos por Estado e Associação Estadual de Musicoterapia. Vale lembrar
que, até o momento, nem toda Associação Estadual de Musicoterapia tem no seu
estatuto a possibilidade de associar estudantes de Musicoterapia, o que impossibilita
essa filiação em alguns locais.

Gráfico 24 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes


quanto à associação a Associações Estaduais de Musicoterapia

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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Gráfico 25 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes


associadas/dos por Associação Estadual

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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3.2 Dados quanto às Instituições de Ensino Superior

De acordo com o 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de


Musicoterapia (2018), as/os estudantes de Musicoterapia respondentes distribuíram-
se em cursos de graduação e pós-graduação, de acordo com o gráfico 26.

Gráfico 26 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes


quanto à modalidade de ensino

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)

Quanto às áreas de formação das/dos estudantes de Musicoterapia


respondentes em nível de pós-graduação, foi possível perceber que suas respostas
informavam áreas correlatas à Musicoterapia, como Música, Ciências Sociais e da
Saúde. Vale dizer também que 30 estudantes de graduação em Musicoterapia
respondentes também informavam que possuem outra graduação.
No caso de estudantes de graduação respondentes, estes informavam terem
graduações nas áreas de Licenciatura em Música e Educação Artística, seguidas
31

pelos cursos de Pedagogia, Psicologia, Ciências da Saúde e Educação. Segue uma


representação no Gráfico 27, observando-se que no tópico “Humanas” foram
incluídos cursos com apenas 1 estudante por curso nessa área.

Gráfico 27 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes quanto


à graduação anterior à Musicoterapia

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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No tópico que investigava sobre estágios, os dados mostram que 175


estudantes de Musicoterapia respondentes realizaram estágio supervisionado em
pelo menos uma área. A maioria (66 respondentes) realizou estágio curricular
supervisionado dentro da própria instituição de ensino em suas clínicas-escolas de
Musicoterapia (como por exemplo: FMU, EST, UNESPAR, UFMG e UFG). Seguem
os dados coletados no Gráfico 28.

Gráfico 28 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes


quanto às áreas de estágio supervisionado

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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De acordo com os dados coletados, foi observado que a grande maioria


das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes (86 respostas) estava na fase
inicial de estágios, com menos de 6 meses de atuação supervisionada, sendo estes
supervisionados por docentes dos cursos de Musicoterapia. Segue o Gráfico 29 com
a distribuição da amostra de estudantes por tempo de estágio.

Gráfico 29 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes quanto


ao tempo de prática supervisionada (estágio)

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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Os últimos dados analisados aqui dizem respeito aos anos de ingresso e


previsão de término do curso em Musicoterapia, seja em nível de graduação ou pós-
graduação. A maior concentração de respondentes havia iniciado o curso em 2018
(54 respostas), seguidos de 2017 (46 respostas) e 2015 (34 respostas). De acordo
com o Gráfico 30, 146 respondentes não informaram este dado.

Gráfico 30 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes quanto


ao ano de ingresso no curso de Musicoterapia

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)


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Gráfico 31 – Distribuição das/dos estudantes de Musicoterapia respondentes quanto


à previsão para término do curso

Fonte: 1º Censo Nacional de Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018)

Não é sabido quais as motivações para que um quantitativo tão grande de


estudantes de Musicoterapia respondentes (149 respostas) não tenha informado o
ano previsto de conclusão de curso. Assim, vale ressaltar que esta análise necessita
mais explorações em algum momento.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com esta análise quantitativa dos dados coletados no 1º Censo Nacional de


Estudantes e Profissionais de Musicoterapia (2018) espera-se trazer um panorama
da Musicoterapia brasileira, dentro das devidas proporções, quanto às/aos
Musicoterapeutas profissionais e estudantes de Musicoterapia, especialmente neste
momento em que buscamos coletivamente o reconhecimento e a regulamentação da
profissão de Musicoterapeuta no Brasil, com o PL 6379/2019 em tramitação no
Congresso Nacional.
36

De um modo geral, a partir das informações da amostra colhida, pode-se


perceber serviços de Musicoterapia em instituições públicas, privadas e público-
privadas. Profissionais de Musicoterapia trabalham em diversas áreas na Saúde, na
Educação e na Assistência Social, inclusive assumindo cargos de gestão. O
atendimento domiciliar é uma modalidade de atendimento presente na prática
profissional, bem como o atendimento mais “convencional”, em consultório.
A grande maioria das/dos respondentes que se identificaram como
Musicoterapeutas atua na área, e a maior parte trabalha entre 01 a 10 anos na área.
Quase 50% dos profissionais respondentes têm um certificado de especialização,
pós graduação lato sensu, além da sua formação que as/os qualifica como
Musicoterapeutas. Dentre as pós strictu sensu, aproximadamente 21% de
respondentes Musicoterapeutas relataram titulação de mestrado, enquanto 6%
relataram ter completado seu doutorado.
Das/dos respondentes que se identificaram como estudantes de
Musicoterapia, foi possível mapear respostas de todas as regiões geopolíticas do
Brasil. Como ocorreu com as/os profissionais, foi possível identificar áreas de
estágios concernentes à Saúde, Educação e Assistência Social. A maioria das/dos
estudantes graduadas/dos têm formação nas áreas de Música, Educação e
Humanas. Isso mostra que cada vez mais pessoas ligadas à educação e ao
desenvolvimento infantil estão percebendo os benefícios das intervenções
musicoterapêuticas para os mais diversos fins em saúde.
Cerca de um quinto das/dos estudantes estão associadas/dos a uma
Associação de Musicoterapia, em nível estadual. Em relação à previsão de término
de curso, quase 50% das/dos estudantes não responderam à essa questão, o que
sugere-se ser explorado em outros estudos.
Outra resposta significativa foi a quantidade de respondentes não
associadas/dos às Associações Estaduais de Musicoterapia, tanto de profissionais
(25% não são associadas/dos) e de estudantes (83% não são associadas/dos). Ao
passo que nem todas/todos estudantes têm a possibilidade de se associar às
Associações de Musicoterapia, pois isso varia de estatuto a estatuto regional,
todas/os as/os profissionais Musicoterapeutas são incentivadas/dos a obterem seu
registro nas AMTs, com renovação anual, sendo esse um compromisso ético
profissional previsto no Código de Ética (UBAM, 2018). Vale a reflexão às gestões
da UBAM e das AMTs para buscar o aumento no número de indivíduos
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interessadas/dos e engajadas/dos nas associações de classe. Isso certamente


contribui nos processos de regulamentação e de reconhecimento da profissão de
Musicoterapeuta, e na integração desse coletivo de Musicoterapeutas no Brasil.
Pontos fortes desse Censo incluem a iniciativa de um trabalho detalhado que
envolve profissionais e estudantes de Musicoterapia em território brasileiro,
centralizado pela UBAM. Desafios incluem respostas incompletas e um alcance
ainda limitado à totalidade de profissionais e estudantes no Brasil.
Dessa maneira, a ausência de respostas em vários itens não permite um
aprofundamento de análises, considerando que apenas uma média de 30% das/dos
respondentes informaram respostas completas, havendo muitas lacunas nos dados
levantados. Uma análise mais aprofundada seria sem confiabilidade estatística
devido à grande abstenção de dados. Algumas considerações precisam ser feitas: 1)
o censo esteve disponível durante um período muito curto de tempo (de 1º a 21 de
outubro de 2018 apenas); 2) um levantamento assim em território nacional jamais
havia sido feito; 3) existem motivações diversas na participação do censo, não sendo
possível compreender quais eram estas para que as/os respondentes informem
respostas incompletas e inacabadas.
Sobre o quantitativo de respondentes, importante salientar que houve uma
taxa muito baixa para generalizações de dados de forma mais robusta. No momento,
o quantitativo de estudantes regularmente matriculadas/dos em Musicoterapia em
cursos de graduação e pós-graduação é desconhecido.
Pontos positivos foram também observados como o aumento de IES
interessadas em colocar em seu quadro de formação a Musicoterapia, seja como
pós-graduação ou como graduação. O eixo Centro-Oeste e Norte vem se
destacando neste movimento.
Sobre o processo de coleta e de análise desse primeiro censo, a Comissão
POP/UBAM recomenda um segundo censo daqui mais 3 anos, ou seja, depois de 5
anos da coleta desse primeiro censo. Percebemos que o envolvimento de colegas
na secretaria da UBAM, tanto na primeira quanto na segunda gestão, foi muito
importante por seus perfis de sistematização e de conhecimento do movimento
organizado de Musicoterapeutas para colaborar na formulação dos questionários e
na análise dos dados. Consideramos, para que o processo de coleta e de análise
seja mais breve: 1) haja um grupo de trabalho na UBAM que realize prioritariamente
atividades relacionadas ao censo; 2) que o questionário seja mais curto (ao menos
38

25% deste questionário, que foi demasiado longo). Por fim, que o questionário possa
englobar mais sobre a área de pesquisa e publicação de estudantes e profissionais
Musicoterapeutas, o que enriquecerá esse panorama, e que haja maneiras de
alcançar uma maior amostra, seja com maior divulgação, mais tempo na coleta,
dentre outras.
Deixamos como reflexão final a partir das análises apresentadas: o que
podemos fazer para melhorar a Musicoterapia no Brasil como profissão e área de
conhecimento? Quanto maior a quantidade de pessoas envolvidas nesta missão,
maiores nossas chances de sucesso.
A Comissão de Políticas de Organização Profissional (Comissão POP) agrade
a todas e a todos que participaram do 1º Censo Nacional de Estudantes e
Profissionais de Musicoterapia,às/aos colegas que doaram os prêmios sorteados e
às diretorias da UBAM das gestões de 2015/2018 e de 2019/2020 pela colaboração
e pelo apoio na elaboração desse censo.

5. REFERÊNCIAS

UNIÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE MUSICOTERAPIA. Código Nacional


de Ética, Orientação e Disciplina do Musicoterapeuta. Relatoria: Carmen
Vasconcelos, Mariane N. Oselame, Nydia Cabral Coutinho do Rêgo Monteiro e
Paula de Marchi Scarpin Hagemann. 2018. Disponível em
http://ubammusicoterapia.com.br/wp-content/uploads/2018/07/codigo_de_etica-
orientacao-e-disciplina-do-musicoterapeuta.pdf Acesso em 10 de dezembro de 2020.
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Documento produzido pela Comissão de Políticas de Organização Profissional


(Comissão POP) da União Brasileira das Associações de Musicoterapia

Equipe
Criação do Questionário
Mt. Camila Acosta Gonçalves CPMT 197/07 PR
Mt. Marcello da Silva Santos AMT-RJ 463/1
Mt. Mauro Anastacio APEMESP 1-010512

Testagem do Questionário
Mt. Viviane Magalhães APEMESP 1-140007

Divulgação
Mt. Lázaro Castro CPMT 346/20 PR
Mt. Mariane Oselame AMT-RJ 548/1
Mt. Camila Gonçalves CPMT 197/07 PR

Coleta de Dados
Mt. Mauro Anastacio APEMESP 1-010512
Mt. Camila Acosta Gonçalves CPMT 197/07 PR
Mt. Mariane Oselame AMT-RJ 548/1

Sorteio e Envio dos Prêmios


Mt. Nathalya Avelino APEMESP 3-170043

Prêmios Sorteados e seus Doadores


Curso Online de Avaliação em Musicoterapia
Mt. Gustavo Gattino AMT-RS 491/2020
Livro As Cores do Som: O Potencial Musical do Surdo
Mt. Igor Ortega APEMESP 1-010453
Livro Memórias Autobiográficas e Música em Idosos
Mt. José Davison da Silva Jr AMT-PE 003/1
Livro Música na Contemporaneidade: Ações e Reflexões
Mt. Cláudia Zanini AGMT 003
40

Livro Musicoterapia: Abordaje Plurimodal


Mt. Diego Schapira MN 307 (Argentina)
Livro Musicoterapia Músico-centrada
Mt. André Brandalise AMT-RS 486/2020
Livro Musicoterapia e Promoção da Saúde
Mt. Mariane Oselame AMT-RJ 548/1
Livro Pautas de Investigação Musical
Mt. Nydia do Rego Monteiro CPAMT-PI-3-001/08
Livro Vozes da Musicoterapia Brasileira
Mt. Renato Sampaio APEMEMG 1-0008

Análise dos Dados


Mt. Magali Dias CPMT 249/09 PR
Mt. Lázaro Castro CPMT 346/20 PR
Mt. Camila Acosta Gonçalves CPMT 197/07 PR

Gráficos
Mt. Magali Dias CPMT 249/09 PR
Zenilde Aparecida Acosta (Bacharel em Estatística)
Mt. Camila Gonçalves CPMT 197/07 PR

Relatoria
Mt. Magali Dias CPMT 249/09 PR
Mt. Lázaro Castro CPMT 346/20 PR
Mt. Camila Acosta Gonçalves CPMT 197/07 PR

Coordenação Geral
Mt. Camila Acosta Gonçalves CPMT 197/07 PR

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