Introdução à Modelagem Matemática em Biologia

Instituto de Física de São Carlos

Júlia Nonato Croce - 10817570

Projeto 3

Modelagem matemática da Influenza A (H1N1)

1- Sobre a doença
O vírus Influenza A transita pelo mundo há séculos e, de tempos em tempos, um novo
surto epidemiológico ocorre. Responsável pelo surto da gripe suína em 2009, e pela gripe
espanhola, que vitimou mais de 20 milhões de pessoas ao redor do mundo, é um vírus com
diversas variantes, que se transmite por via aérea e causa febre, coriza, tosse, cefaléia e
mal-estar. Mortalidade é possível durante epidemias, em particular entre pacientes de alto risco (p.
ex., aqueles que são institucionalizados, em idades extremas, com insuficiência cardiopulmonar ou
em gestação avançada); durante pandemias até mesmo pacientes jovens e saudáveis podem
morrer. O diagnóstico é normalmente clínico e depende dos padrões de epidemiologia locais.

2 - Modelagem da doença
De modo geral, a modelagem matemática da Influenza será feita através do modelo SIRS,
onde os indivíduos são separados em 3 subgrupos:
➢ S: Suscetíveis - população propensa a desenvolver a doença
➢ I: Infectados - parcela da população que está atualmente infectada pela doença
➢ R: Removidos - parcela da população que foi infectada mas não está mais (ou que não é
Suscetível)
Diferente do modelo SIR, no modelo SIRS é considerada a possibilidade de reinfecção de
indivíduos que já pegaram a doença previamente (ou até da infecção de indivíduos vacinados).
Como o vírus da Influenza tem diversas variantes, é possível que a população se infecte mais de
uma vez, o que faz com que o modelo SIRS seja mais adequado para a modelagem da doença
em questão.
 Onde:
➢ Ψ:taxa de nascimento
➢ β: taxa de contato entre a população
➢ µ:taxa de mortalidade natural (mortalidade que independe da doença)
➢ Ω: taxa de mortalidade devida à doença
➢ υ: taxa de vacinação
➢ γ: taxa de recuperação
➢ ξ: taxa de indivíduos que perdem a imunidade e podem ser re-infectados
➢ N: população total 𝑁 = 𝑆 + 𝐼 + 𝑅
Nesse caso, adicionamos ao grupo dos Removidos os indivíduos que foram vacinados,
pois esses também desenvolvem imunidade ao vírus.
Com base no fluxograma da doença visto acima, são escritas as equações para a
modelagem da doença
∆𝑆 = Ψ − β𝑆𝐼/𝑁 − µ𝑆 + ξ𝑅 − υ𝑆
(1)
∆𝐼 = β𝑆𝐼/𝑁 − µ𝐼 − Ω𝐼 − γ𝐼
(2)
∆𝑅 = γ𝐼 − µ𝑅 + υ𝑆 (3)

Em curto prazo e em situações que não fogem da normalidade, é possível estabelecer que
o número da população total N será fixo. Portanto, iremos considerar que a taxa de mortalidade é
equivalente à taxa de natalidade, a fim de simplificar os cálculos. Com isso, temos:
Ψ = μ𝑁 + Ω𝐼
 3 - Calculando e analisando os pontos fixos e suas estabilidades
O ponto de equilíbrio é encontrado quando ∆𝑆 = ∆𝐼 = ∆𝑅 = 0. Foram encontrados 2
pontos que satisfazem essa condição:

Dos pontos citados acima, podemos observar que o segundo não possui sentido físico,
portanto, não há necessidade de analisá-lo. Vamos então concluir a análise da estabilidade do
primeiro ponto fixo.
O Jacobiano das equações que modelam a doença no ponto fixo em questão é:

𝐽=
 Os autovalores dessa matriz são . Portanto, como as
constantes arbitrárias em questão tem valores muito pequenos e os autovalores são negativos,
temos que o equilíbrio é estável.
Vale observar que o único ponto fixo com valor físico encontrado ocorre quando I = 0, ou
seja, quando não há indivíduos infectados
Por fim, segue o gráfico para a modelagem dessa doença.

Observa-se que o número de indivíduos no grupo de Removidos cresce rapidamente no

começo, devido ao fato de que a maioria dos indivíduos Infectados se curam - a mortalidade da
doença não é alta. Porém, mesmo com a vacinação, os indivíduos perdem a imunidade com o
tempo, e assim a quantidade de indivíduos Suscetíveis aumenta novamente

4 - Referências

1. http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/307205/1/Caetano_MarcoTulioPeres
_M.pdf
2. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6852135/
3. https://www.researchgate.net/publication/286929289_Modelagem_matematica_do_m
odelo_SIRS_aplicado_a_Influenza_AH1N1