Você está na página 1de 15

CURSO:

Design de Interiores

DISCIPLINA:
Processo Criativo

ALUNA:
Brenda Guerber Telles

R.A.:
20043231-5
Fases
do desenvolvimento estético
DESCRITIVO NARRATIVO CONSTRUTIVO
1º O quê?
2º Como?

CLASSIFICATIVO INTERPRETATIVO
3º Quem e por quê?
4º Quando?

RECREATIVO
5º Todas.
“ Eu sonho minha pintura, e então
eu pinto o meu sonho. ”
— Vincent Van Gogh
As quoted in Marry Your Muse: Making a Lasting Commitment to Your Creativity (1997) by Jan Phillips, p. 176
Etapa 1. texto 01:
texto descritivo narrativo, construtivo,
classificativo, e interpretativo sobre a obra.
Logo ao observar a obra notamos de primeira vista o intitulado Dr. Gachet com uma
expressão melancólica e/ou pensativa em seu rosto; e sua posição sobre a mesa lhe apresenta
cansaço e, de certa forma, tédio. Se formos levar o título da obra como referência interpretativa,
poderíamos imaginar que o Dr. Gachet é um Médico — dada pela erva em sua mesa —, ou
então um Professor — visto que há dois livros empilhados ao seu lado —, e que provavelmente
teve um dia exaustivo, e ao chegar em casa repousou-se em uma cadeira e se apoiou sobre a
mesa, abstraído em suas próprias angústias pessoais e reflexões.

As cores utilizadas na obra, entretanto, se contradizem em sua psicologia visual. Os tons


vibrantes de amarelo e vermelho se chocam com os sombrios e cinzentos de azul. A face
deprimida do Dr. Gachet pincelada com cores alegres e solares criam um contraste interessante
e, ao analisar melhor a obra, interpretei seu retrato como mais do que uma contradição color;
uma representação da confusão emocional e/ou psicológica do artista para com o
personagem.
Ao longo de sua vida, Vincent Willem Van Gogh
(1853-1890), criou mais de duas mil obras — incluindo
nessas, pinturas e desenhos. — Nascido na Holanda, no dia
30 de março de 1853, em Groot Zundert, Van Gogh sempre
se interessou por arte, e começou a desenhar desde
pequeno. Sua instabilidade psicológica e emocional o
acompanhou durante praticamente toda a sua vida, e
começou a pintar por volta de 1881, quando voltou para a
casa de seus pais, com seu irmão mais novo, Theo, o
ajudando financeiramente.

Denise Maia resumiu em seu artigo (2018): “Em cada um dos


seus mais de 40 autorretratos, Vincent van Gogh confirma a
necessidade contínua de exploração de aspectos de sua
própria identidade. Cada vez que ele olhava seu rosto,
esforçava-se para se compreender melhor. Vincent viveu o
extremo artístico e existencial. Sua obra jamais se encaixou
em um único movimento artístico. Seu estilo, absolutamente
único, se alterava de acordo com seu instável estado de
espírito. Ele inspirou-se exacerbadamente em sua própria
imagem; expressou por meio dela um mundo em
fragmentação e procurou uma moldura que contivesse seus
conteúdos internos buscando, assim, integração psíquica.”.
A pintura escolhida, “O Retrato do Dr.
Gachet”, foi pintada no mesmo ano de
sua morte, em 1890, na época pós-
impressionista, tendo a obra duas
versões — que são facilmente
distinguidas pelas suas notáveis
diferenças em suas “pinceladas”.
Ambas pintadas com tinta a óleo
sobre uma tela de 68 cm por 57 cm.
— O personagem retratado nela, o
Dr. Paul Gachet, foi inspirado no
médico psiquiatra do mesmo nome
cujo o próprio artista obteve
tratamento durante suas últimas
semanas de vida. — O Doutor era um
grande amante das artes, e possuí o
seu próprio repertório artístico,
intitulado de Paul van Ryssel. — A
obra foi arrematada 100 anos depois
da morte de Van Gogh, em 1990, por
US$ 82,3 milhões.
Depois de estudar a história do artista e suas obras, consegui enxergar e
identificar um padrão em suas técnicas, e ao menos tentar compreender
seu contexto emocional e psíquico, seja no uso das cores ou expressões.
É emocionante imaginar o que realmente levou Van Gogh a retratar seu
psiquiatra, em sua fase tão intensa e produtiva, e infelizmente breve.
Gosto de imaginar a obra como se Van Gogh estivesse, através de
Gachet, transmitindo sua ansiedade ao aguardar angustiado pela
aprovação social de suas obras; coisa que ele só conseguiu após seu
suicídio.

“ Pois é, realmente só podemos


falar através de nossos quadros. ”
— Vincent Van Gogh
Sua carta para Theodore. 1958/1991, p. 298, carta 652.
› selecionando o figurino,
fundo, e objetos

Etapa 2. › colocando o fundo

recreativo;
releitura temática da obra.
› organizando os objetos
“ A tristeza durará para sempre. ”
— Vincent Van Gogh
“La tristesse durera toujours.”. Suas últimas palavras, ditas ao seu irmão, Theodore.
Etapa 2. texto 2:
Quando vi O Retrato do Dr. Gachet entre as opções de imagem, minha escolha foi
praticamente imediata. — Apesar de já o conhecer, pouco sabia sobre a história de Van Gogh e
todo o repertório por trás de suas obras. — Achei a obra, ao noto, sua expressão e o “ar” que o
retrato revela ao olhar, bem condizente com os sentimentos e o “estado de espírito” da maioria
das pessoas com reação a respeito da quarentena; essa melancolia do isolamento social, e da
primeira interpretação que eu tive da obra: o tédio.

Minha releitura da obra focou exatamente nesse conceito de solidão causado pela quarentena.
Não pensei em nenhuma crítica ou reflexão complexa, para ser honesta; apenas no identificável.
Substituí alguns elementos da obra original pelos objetos mais importantes de prevenção do
vírus, como uma representação mais cômica: o álcool gel pela planta medicinal, e a máscara
pelo chapéu.

Quis repetir a expressão melancólica e a pose de tédio, já que foi esse sentimento que vi na obra que
me chamou a atenção com relação a essa situação; e através de poucas edições na foto, puxei um pouco
da cor amarela para a imagem, a fim de transferir um pouco mais do artista original.
IMAGENS E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Figura 1 e 4: GOGH, Vincent Van. Retrato de Dr. Gachet, primeira versão. 1890. Pintura, óleo sobre a tela, 67 cm x
56 cm. Museu de Orsay, Paris. Fonte: Google Arts and Culture. Disponível em:
<https://artsandculture.google.com/asset/portrait-of-dr-gachet-1828-1909-vincent-willem-van-gogh-1853-1890-paris-
mus%C3%A9e-d-orsay/kwHv-u9NtAdHdw>. Acesso em: 29 de jul. de 2020.

Figura 2: GOGH, Vincent Van. Autorretrato com Chapéu de Palha. 1887. Pintura, óleo sobre a tela, 44 cm x 37 cm.
Van Gogh Museum, Amsterdam. Fonte: Google Arts and Culture. Disponível em:
https://artsandculture.google.com/asset/self-portrait-with-grey-felt-hat-vincent-van-gogh/PgEJ1hPIzqsM2w. Acesso em:
29 de jul. de 2020.

Figura 3: GOGH, Vincent Van. Retrato de Dr. Gachet, segunda versão. 1890. Pintura, óleo sobre a tela, 67 cm x 56
cm. Museu de Orsay, Paris. Fonte: Google Arts and Culture. Disponível em:
<https://artsandculture.google.com/asset/portrait-of-dr-gachet-1828-1909-vincent-willem-van-gogh-1853-1890-paris-
mus%C3%A9e-d-orsay/kwHv-u9NtAdHdw>. Acesso em: 29 de jul. de 2020.

Site de Internet – https://artsandculture.google.com/entity/vincent-van-gogh/m07_m2?categoryId=artist

Site da Internet – http://www.vangoghgallery.com

CARVALHO, Letícia Vidal de. Vincent Van Gogh: uma narrativa ficcional. Universidade Federal de São Paulo, 2018.
Disponível em: <https://core.ac.uk/display/294814636>. Acesso em: 21 de jul. de 2020.

FONSECA, Annelise Nani da; FONSECA, Carina Seron da; PEREIRA, Clauciane; VALLIM, Cibelle. Processo Criativo.
Maringá: Unicesumar, 2019.
MAIA, Denise Diniz. O retrato genial de Vincent van Gogh: um processo de individuação. Self - Revista do Instituto
Junguiano de São Paulo, v. 3, 9 de nov. 2018. Disponível em: <https://self.ijusp.org.br/self/article/view/36>. Acesso em:
20 de jul. de 2020.

RIBEIRO, Claudete. Arte e resistência: Vincent Willem Van Gogh. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes,
2000. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/116108. Acesso em: 20 de jul. de 2020.

FONTES E CORES UTILIZADAS:

Parisienne
(https://fonts.google.com/specimen/Parisienne)

Crimson Text
(https://fonts.google.com/specimen/Crimson+Text)

#DCB441 #262526 #88A19C #89AD76

Você também pode gostar