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INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA
1 EXPERIMENTAL

Na pesquisa em ciências agrárias, a Estatística Experimental é uma ferramenta


indispensável aos pesquisadores na elucidação de princípios biológicos e na solução de
problemas agropecuários; para empregá-la eficientemente é essencial uma completa
compreensão do assunto na qual se vai aplicá-la. Desse modo, as considerações práticas
são tão importantes como os requisitos teóricos, para determinar o enfoque estatístico ao
problema.

1.1 Considerações Gerais

A Estatística Experimental é a parte da matemática aplicada aos dados


experimentais obtidos de experimentos.
Os experimentos ou ensaios são pesquisas planejadas para obter novos fatos,
negar ou confirmar hipóteses ou resultados obtidos anteriormente. Em outras palavras,
são pesquisas planejadas, que seguem determinados princípios básicos, com o objetivo de
fazer comparações dos efeitos dos tratamentos.
Os experimentos, quanto ao número de tratamentos, podem ser:
a) Absoluto - quando tem apenas um tratamento;
b) Comparativo - quando possui mais de um tratamento.
Os tratamentos são as condições impostas às parcelas cujos efeitos desejam-se
medir ou comparar em um experimento. Eles podem ser qualitativos ou quantitativos.
Os tratamentos são denominados qualitativos quando não podem ser ordenados
segundo algum critério numérico e se diferenciam por suas qualidades. Por exemplo:
espécies de eucalipto; variedades de cana-de-açúcar; métodos de preparo de solo na
cultura da batata-doce; métodos de irrigação na cultura do melão; tipos de adubos
químicos na cultura da soja; tipos de adubos orgânicos na cultura do capim elefante; tipos
de poda na cultura da maçã; sistemas de plantio na cultura do milho; fitohormônios para
quebrar dormência de bulbos de cebola; fungicidas para controlar o agente causador da
mancha púrpura em alho; herbicidas para controlar plantas invasoras na cultura do
tomate; inseticidas para controlar a vaquinha na cultura do pimentão; espécies de peixe;
raças de caprino de corte; rações para alimentação de suínos; vermífugos no controle de
verminose em ovinos; vacinas para controle da aftosa em bovino de corte; tipos de
manejo em bovino de leite; etc..
Os tratamentos são quantitativos quando podem ser ordenados segundo algum
critério numérico. Por exemplo: níveis de nitrogênio para a cultura do trigo;
espaçamentos entre fileiras para a cultura do arroz; épocas de plantio para a cultura da
ervilha; doses de um inseticida para controlar a lagarta do cartucho na cultura do milho;
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 1
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doses de um herbicida para controlar plantas invasoras na cultura do sorgo; densidades de
semeadura na cultura da soja; doses de um vermífugo no controle de verminose em
caprinos; níveis de lisina na nutrição de frangos de corte; níveis de caseína iodada na
nutrição de vacas leiteiras; etc..
Quando os tratamentos são escolhidos pelo pesquisador, de modo que o
experimento possa ser repetido com os mesmos tratamentos, são denominados de efeito
fixo. Quando, porém, os tratamentos são obtidos como uma amostra aleatória de uma
população de tratamentos, de modo que o experimento não possa ser repetido com os
mesmos tratamentos, são denominados de efeito aleatório.
A classificação dos tratamentos em efeito fixo ou efeito aleatório tem implicação
direta na interpretação dos resultados da pesquisa. Para tratamentos de efeito fixo as
conclusões são válidas somente para os tratamentos estudados, enquanto para tratamentos
de efeito aleatório as conclusões são para toda a população de onde os tratamentos foram
retirados aleatoriamente.
As parcelas são as unidades em que é feita a aplicação casualizada dos
tratamentos, de modo a fornecer os dados experimentais que deverão refletir seus efeitos.
Em outras palavras, são as menores porções do material experimental onde os
tratamentos são avaliados. Por exemplo, uma parcela pode ser: uma folha de uma planta;
uma parte da copa de uma árvore ou a copa inteira; uma única planta ou um grupo delas;
uma área de terreno com plantas; um lote de sementes; um vaso de barro; um frasco; uma
caixa de madeira; uma placa de petri; um tubo de ensaio; uma gaiola; uma baia; um boxe;
uma parte do animal; um único animal ou um grupo deles; etc..
De um modo geral, o número de indivíduos ou área de uma parcela depende do
grau de heterogeneidade do material a ser pesquisado, ou seja, quanto maior for a
heterogeneidade, maior deverá ser o número de indivíduos, a fim de bem representar o
tratamento.
O estudo dos experimentos, desde o seu planejamento até o relatório final,
constitui o objetivo da Estatística Experimental.

1.2 Classificação dos Experimentos

Os experimentos são classificados em:


a) Aleatórios – são aqueles em cujo planejamento entra o acaso. Os mais
importantes são: Delineamento Inteiramente Casualizado, Delineamento em Blocos
Casualizados e Delineamento em Quadrado Latino.
b) Sistêmicos – são aqueles em cujo planejamento não entra o acaso, ou seja, são
aqueles em que os tratamentos a serem avaliados são colocados juntos.
Os experimentos sistêmicos eram muito usados antes da Ciência Estatística. Eles
só tinham o princípio básico da repetição. Em função disso, tais experimentos levavam a
um erro experimental muito grande, devido aos fatores aleatórios (solo, topografia,
manchas de solo, água, etc.).
A diferença entre os experimentos aleatório e sistêmico encontra-se na FIGURA
1.1. Observa-se que no experimento aleatório todos os três tratamentos encontram-se nas
mesmas condições, ou seja, numa faixa de alta fertilidade, numa faixa intermediária de
fertilidade e numa faixa de baixa fertilidade. Já no experimento sistêmico, o tratamento A
está sendo favorecido e o tratamento C está sendo prejudicado. Se potencialmente o
tratamento C fosse superior ao tratamento A, no caso do experimento sistêmico, ele não
poderia manifestar todo o seu potencial, por não estar sendo comparado em condições de
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igualdade. É por isso que os experimentos sistêmicos apresentam um erro experimental
muito alto e as conclusões obtidas desses experimentos não são confiáveis.
FIGURA 1.1 – DIFERENÇA ENTRE OS EXPERIMENTOS ALEATÓRIO E SISTÊMICO

Experimento Aleatório Experimento Sistêmico


+F
A C B A A A
de Fertilidade
Gradiente

B A C B B B

A B C C C C
-F

1.3 Tipos de Experimentos

Existem três tipos de experimentos:


a) Preliminar – é aquele conduzido dentro de estações experimentais para a
obtenção de novos fatos. É científico, mas apresenta baixa precisão. Próprio para ensaios
de introdução de variedades de espécies cultivadas, ou quando se dispõe de um elevado
número de tratamentos e é necessário fazer uma triagem.
b) Crítico – é aquele que tem por objetivo negar ou confirmar uma hipótese
obtida no experimento preliminar e é conduzido dentro ou fora das fronteiras das estações
experimentais. É científico e apresenta maior precisão que o experimento anterior. Serve
para comparar vários tratamentos por meio dos delineamentos experimentais, usando as
técnicas estatísticas recomendadas.
c) Demonstrativo – é aquele lançado pela rede de extensão rural. É de cunho
demonstrativo, pois tem por objetivo demonstrar junto aos agricultores e/ou pecuaristas
os melhores resultados do experimento crítico. Geralmente é apenas comparativo, pois
compara uma nova técnica agropecuária com uma tradicional.
Nas FIGURAS 1.2 e 1.3 encontram-se, esquematicamente, os três tipos de
experimentos nas culturas do feijão e do gado bovino de corte, respectivamente.

FIGURA 1.2 – ESQUEMA MOSTRANDO OS TRÊS TIPOS DE EXPERIMENTOS NA CULTURA


DO FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.)
Introdução de Variedades de Feijão
Experimental
Estação

... Experimento
Preliminar
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 100
Seleção das 10 Melhores Variedades
BLOCO
Experimental

7 89 2 27 VL 54 33 64 29 93 15 I
Estação

BLOCO Experimento
VL 29 33 7 93 2 27 15 89 54 64 II
Crítico
BLOCO
27 54 64 15 33 89 29 93 VL 7 2 III
Fazenda

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 3


VL 7 64
4

Experimento
Demonstrativo

FIGURA 1.3 – ESQUEMA MOSTRANDO OS TRÊS TIPOS DE EXPERIMENTOS NA CULTURA


DO GADO BOVINO DE CORTE
Experimental

Introdução de Raças de Gado Bovino de Corte


Estação

Experimento
1 2 3 4 5 6 7 8 . . . 50 Preliminar

Seleção das 10 Melhores Raças


BLOCO
Experimental

7 39 2 27 RL 50 33 46 29 13 15
I
Estação

BLOCO Experimento
RL 29 33 7 13 2 27 15 39 50 46 II
Crítico
BLOCO
27 50 46 15 33 39 29 13 RL 7 2
III
Fazenda

Experimento
RL 7 46 Demonstrativo

Na FIGURA 1.2, inicialmente foram introduzidas 100 variedades de feijão e


selecionadas as dez melhores (Experimento Preliminar), posteriormente as dez melhores
variedades de feijão mais a variedade local (VL) foram avaliadas no delineamento em
blocos casualizados com três repetições (Experimento Crítico) e, em seguida, as duas
melhores variedades de feijão foram comparadas com a variedade local junto aos
agricultores (Experimento Demonstrativo).
Na FIGURA 1.3, inicialmente foram introduzidas 50 raças de gado bovino de
corte e selecionadas as dez melhores (Experimento Preliminar), posteriormente as dez
melhores raças de gado bovino de corte mais a raça local (RL) foram avaliadas no
delineamento em blocos casualizados com três repetições (Experimento Crítico) e, em
seguida, as duas melhores raças de gado bovino de corte foram comparadas com a raça
local junto aos pecuaristas (Experimento Demonstrativo).

1.4 Tipos de Variações

Na experimentação agropecuária ocorrem três tipos de variações nos dados


experimentais, a saber:
a) Variação premeditada – é aquela que se origina dos diferentes tratamentos,
deliberadamente introduzidos pelo pesquisador, com o propósito de fazer comparações.
Por exemplo, num estudo de competição de variedades de milho e/ou de avaliação de
raças de gado bovino de leite já existe uma variação entre elas devido à própria natureza
dos tratamentos, o que irá refletir nos dados experimentais. Outro exemplo, num estudo
de avaliação de inseticidas no controle da lagarta do cartucho do milho e/ou de avaliação
de carrapaticidas no controle de carrapatos de vacas leiteiras já existe, também, uma
variação entre eles devido à constituição química dos tratamentos, o que irá provocar
uma variação nos dados experimentais.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 4


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b) Variação externa – é aquela devido a variações não intencionais de causas
conhecidas, que agem de modo sistemático, podendo ser controlada pelo pesquisador
através do uso de blocos. Caso não seja controlada, esta variação ficará embutida no
resíduo, aumentando, assim, o erro experimental e, em conseqüência, diminuindo a
precisão experimental e tornando os testes de hipóteses menos sensíveis para detectar
diferenças significativas entre os tratamentos. Por exemplo, a heterogeneidade do solo é
uma variação desse tipo, pois as parcelas localizadas em solos mais férteis produzem
mais que as localizadas em terrenos pobres. Outro exemplo, dentro de uma casa-de-
vegetação, as condições de temperatura, umidade e insolação podem variar
consideravelmente de uma posição para outra, alterando o comportamento das plantas.
Ainda, um outro exemplo, dentro de um estábulo, ocorrendo uma variação na
temperatura e na luminosidade, as baias localizadas nas faixas de menor temperatura e de
maior luminosidade produzem mais leite do que as localizadas nas faixas de maior
temperatura e de menor luminosidade.
c) Variação acidental – é aquela devido a variações não intencionais de causas
desconhecidas, que agem de modo aleatório, não estando sob o controle do pesquisador.
Tal variação é que constitui o chamado erro experimental. Esta variação promove
diferença entre as parcelas que recebem o mesmo tratamento. Entre as variações
acidentais podem-se citar: diferença na constituição genética das plantas, variações
ligeiras no espaçamento, na profundidade de semeadura, na quantidade de adubos
aplicados, na quantidade de água de irrigação aplicada, etc., para o caso dos vegetais;
diferença na constituição genética dos animais, variações ligeiras na quantidade de ração
ministrada, na quantidade de água fornecida, na quantidade de vermífugo aplicado, na
quantidade de carrapaticida aplicado, etc., para o caso dos animais.
Os efeitos da variação acidental, sempre presentes, não podem ser conhecidos
individualmente e alteram, pouco ou muito, os resultados obtidos experimentalmente.
Assim, ao comparar, no campo, a produção de duas variedades de cana-de-açúcar, a
inferior poderá por simples acaso exceder a melhor variedade, por ter sido favorecida por
uma série de pequenos fatores não controlados. E ao comparar duas rações
potencialmente semelhantes na alimentação de leitoas, uma delas pode promover um
maior ganho de peso em relação à outra. Em virtude disso, o pesquisador tem obrigação
de fazer tudo o que for possível para reduzir o erro experimental, a fim de não incorrer
em resultados dessa natureza. Cabe a ele, pois, verificar se as diferenças observadas no
experimento têm ou não valor, ou seja, se são significativas ou não-significativas.
Uma diferença significativa indica que os tratamentos avaliados são
potencialmente diferentes, enquanto que uma diferença não-significativa indica que os
tratamentos avaliados são potencialmente semelhantes e que a diferença observada entre
eles foi devido à variação acidental.
Para que um experimento estivesse livre das variações acidentais, seria
necessário realizá-lo em condições inteiramente uniformes de solo, plantas com a mesma
constituição genética, o mesmo número de plantas por parcela, plantas com a mesma
idade, irrigação uniforme, ausência de insetos-praga, doenças e plantas invasoras,
adubação uniforme, etc., para o caso dos vegetais; e animais com mesma constituição
genética, o mesmo número de animais por parcela, animais com o mesmo peso, sexo e
idade, mesma quantidade de água e de ração administradas, mesma quantidade de
vermífugo aplicado, ambiente inteiramente uniforme, etc., para o caso dos animais.
Todavia, isso é praticamente impossível, e independe do local onde se está conduzindo o
experimento (campo, estábulo, laboratório, casa-de-vegetação, etc.). Em função disso, a
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única alternativa do pesquisador é aplicar todo o seu conhecimento para minimizar as
variações acidentais no experimento.

1.5 Pontos Considerados na Redução do Efeito da Variação Acidental

A fim de reduzir o efeito da variação acidental nos experimentos, o pesquisador


deve dar especial importância aos seguintes pontos: forma da parcela, tamanho da
parcela, orientação das parcelas, efeito bordadura entre as parcelas, falhas de plantas nas
parcelas, número de repetições dos experimentos, delineamentos experimentais e forma
de condução dos experimentos.

1.5.1 Forma da parcela

A forma da parcela refere-se à razão entre o comprimento e a largura da parcela.


A melhor forma da parcela será, para cada caso, a que melhor controle as variações
acidentais e a que se adapte à natureza dos tratamentos a estudar.
No delineamento em blocos casualizados, o melhor é que a forma da parcela seja
retangular, para que cada bloco tenha a forma a mais quadrática possível; enquanto que,
ao contrário, no delineamento em quadrado latino, a parcela deve aproximar-se o mais
possível da forma quadrática, para que todas as repetições, no conjunto, se aproximem do
quadrado.
Tratando-se de parcelas pequenas, a forma tem pouca ou nenhuma influência
sobre o erro experimental. Em parcelas grandes, a forma tem uma influência notável. Em
geral, as parcelas longas e estreitas são as mais recomendáveis: assim, as parcelas de uma
repetição tenderão a participar de todas as grandes manchas de fertilidade do terreno que
ocupam, e também, quando for grande o número de tratamentos, o bloco não se afastará
muito da forma quadrática, que é outra recomendação para diminuir o efeito da variação
ambiental.
A forma da parcela também é influenciada pelo efeito bordadura e pela
heterogeneidade do solo. No primeiro caso, em experimentos onde tal efeito possa ser
apreciável, parcelas quadradas são desejáveis porque elas possuem um perímetro
mínimo, para um dado tamanho da parcela. Por exemplo, uma parcela retangular com
área de 9 m x 4 m = 36 m2 terá perímetro igual a 26 m. Por outro lado, uma parcela
quadrática com a mesma área de 6 m x 6 m = 36 m2 apresentará perímetro de apenas 24
m. Isso implica num menor número de plantas a serem eliminadas e, consequentemente,
numa maior área útil de parcela (área onde são coletados os dados experimentais), o que
irá representar melhor o tratamento. Quanto ao segundo caso, a escolha da forma da
parcela não é crítica quando a variação do solo é grande, tanto em uma direção como em
outra. Por outro lado, se existe um gradiente, as parcelas deverão ser retangulares.
Quando o padrão de fertilidade da área experimental for desconhecido, é mais seguro
usar as parcelas quadráticas (elas não darão a melhor precisão, mas também não darão a
pior).
Existe uma série de métodos utilizados para determinar a forma ideal de parcela,
os quais serão abordados no próximo item.

1.5.2 Tamanho da parcela

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O tamanho da parcela compreende não apenas a área colhida, mas toda a área
que recebeu o tratamento. O melhor tamanho da parcela será aquele que proporcione uma
menor variação acidental, desde que não afete a precisão do experimento. Geralmente, tal
variação diminui com o aumento do tamanho da parcela. Contudo, se for aumentado
demais o tamanho das parcelas, o número das mesmas será diminuído, havendo uma
diminuição na precisão do experimento. Por exemplo, na determinação do caráter
produção, usualmente se registra uma diminuição na precisão mediante o emprego de
parcelas maiores que 400 m2; para a maioria das plantas cultivadas, as áreas
compreendidas entre 20 - 40 m2 registram uma boa precisão.
No caso dos animais, a variação acidental também diminui com o número
crescente de indivíduos por parcela. Todavia, se for aumentado demais o número de
indivíduos por parcela, o número das mesmas poderá ser diminuído, pela dificuldade de
se encontrar um lote homogêneo, ocorrendo, assim, uma redução na precisão
experimental. Por outro lado, se os animais podem ser manipulados individualmente,
recomenda-se, para se ter uma maior precisão experimental, a utilização de um maior
número de repetições do que um maior número de indivíduos por parcela.
Convém frisar que se utiliza, geralmente, um indivíduo por parcela no caso de
animais de grande porte, como búfalos, bovinos de corte e de leite, avestruzes, etc., e,
geralmente, mais de um indivíduo por parcela no caso de animais de médio e pequeno
portes. No caso de animais de médio porte, como ovinos, caprinos de corte e de leite e
suínos, se utiliza de um a quatro indivíduos por parcela, predominando dois indivíduos
por parcela. Já no caso de animais de pequeno porte, encontra-se uma variação muito
grande na literatura especializada em relação ao número de indivíduos por parcela, tanto
entre como dentro das espécies. Por exemplo, em frangos de corte o número de animais
por parcela varia de > 10 < 20; em codorna, varia de > 5 < 25 animais por parcela; em
peixes, a variação é bem maior entre as espécies: tilápia – > 4 < 60, predominando em
torno de 10 animais por parcela; tambaqui – > 4 < 25 animais por parcela; piauçu – > 4
< 15 animais por parcela.
Além de que já foi discutido, existem outros fatores que devem ser considerados
na escolha do tamanho da parcela. São eles:
a) Tipo de experimento – As práticas culturais relacionadas ao experimento
podem determinar o tamanho da parcela nos vegetais. Ensaios com fertilizantes requerem
parcelas maiores que estudos de avaliação de cultivares. Experimentos com irrigação ou
com práticas de preparo do solo requerem parcelas ainda maiores. No caso dos animais,
experimentos com animais no pasto requerem parcelas maiores do que experimentos com
animais confinados.
b) Espécie em estudo – Tanto nas espécies vegetais como nas espécies animais,
mesmo usando o mesmo número de indivíduos por parcela, o tamanho das parcelas
depende do porte das espécies em estudo. Por exemplo, experimentos com as culturas da
alface, cenoura, cebolinha, etc. requerem parcelas menores que experimentos com as
culturas do milho, trigo, sorgo, etc., que por sua vez requerem parcelas menores que
experimentos com as culturas do coqueiro, mangueira, eucalipto, etc.; experimentos com
codornas, peixes ornamentais, escargot, etc. requerem parcelas menores que
experimentos com frangos de corte, galinhas poedeiras, coelhos, etc. que por sua vez
requerem parcelas menores que experimentos com vacas leiteiras, bovinos de corte,
búfalos, etc..

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c) Heterogeneidade do solo – Quando a heterogeneidade do solo é do tipo “em
retalhos”, isto é, quando a correlação entre produtividade de áreas adjacentes é baixa,
uma grande parcela deve ser usada.
d) Efeito bordadura – Quando tal efeito é grande, o tamanho da parcela também
deve ser maior, para possibilitar que algumas fileiras externas sejam descartadas.
e) Disponibilidade de recursos – Se a disponibilidade de recursos for limitada,
como por exemplo, pequena quantidade de sementes e/ou propágulos vegetativos, poucos
animais, área experimental reduzida, etc., forçosamente, as parcelas deverão ser menores.
f) Características avaliadas – Quando diversas características devem ser
medidas, o pesquisador pode necessitar de muitas plantas adicionais para amostragens,
especialmente quando a avaliação requer a destruição de plantas nos estágios iniciais de
crescimento. Nesse caso, a área da parcela deve ser grande o bastante para se dispor de
proteção contra a competição intraparcela, que ocorrerá quando as plantas amostradas
forem retiradas.
Neste momento, é oportuno fazer um comentário sobre amostragem de
parcelas. A amostragem de parcela é um procedimento para seleção de uma fração de
plantas ou animais de uma parcela experimental, para a representação dessa parcela com
precisão. Uma técnica de amostragem de parcelas é considerada boa, se os valores das
características medidos na amostra estão muito próximos daqueles que teriam sido
obtidos, se as mensurações tivessem sido efetuadas em todas as plantas ou animais da
parcela. A amostragem de parcela é usada quando o processo de mensuração em toda a
parcela é muito caro e trabalhoso. Alguns fatores devem ser levados em conta, quando da
amostragem de parcelas. São eles: unidade amostral, tamanho amostral e método de
amostragem.
A unidade amostral refere-se à unidade na qual serão feitas as mensurações. Essa
unidade pode ser uma planta ou um animal, um grupo de plantas ou de animais, etc.. O
tamanho amostral refere-se ao número de unidades amostrais que serão tomadas em cada
parcela. O método de amostragem é a maneira pela qual às unidades amostrais são
escolhidas na parcela. Se possível, essas unidades devem ser tomadas ao acaso.
Quando o procedimento da amostragem requer, para o caso dos vegetais, à
destruição das plantas amostradas e visitas freqüentes às parcelas, deve-se procurar
separar a área amostrada do tamanho da parcela. Isso pode ser feito deixando-se uma área
no centro da parcela para colheita, uma para amostragem, outra mais externa da parcela
para bordadura, e a área entre a do centro e a da amostragem também como bordadura.
Para a mensuração do mesmo caráter, como altura da planta, em diferentes estádios de
crescimento, as mesmas plantas devem ser usadas em todos os estádios de observação. Se
a amostragem é muito freqüente, deve-se mudar um terço ou um quarto das amostras, em
cada estádio de observação, para se evitar possíveis efeitos de freqüentes manuseios das
plantas amostradas.
Quanto aos métodos utilizados para determinação da forma e tamanho ideais de
parcela, a precisão experimental é o principal critério de escolha dos mesmos. Por outro
lado, dois tipos de ensaios têm fornecido dados para uso destes métodos. São eles:
ensaios de uniformidade e ensaios experimentais.
Para a condução de um ensaio de uniformidade, uma área experimental é
semeada com um tratamento uniforme, se possível uma linhagem ou um híbrido simples,
e recebe, uniformemente, as mesmas práticas agrícolas. Na colheita, ela é dividida em
muitas pequenas parcelas, sendo todas com as mesmas dimensões.

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Entre os métodos que utilizam dados oriundos de ensaios de uniformidade, tem-
se o Método da Máxima Curvatura. Nele, dados do rendimento das unidades básicas
são combinados, de modo a simularem rendimentos de parcelas de vários tamanhos. Para
os vários tamanhos de parcela, calcula-se um índice qualquer de variabilidade que pode
ser a variância, o coeficiente de variação ou o erro padrão da média. O índice de
variabilidade e os tamanhos das parcelas são plotados em um sistema de eixos
coordenados. Uma curva a mão-livre é traçada através das coordenadas resultantes, e o
ponto de curvatura máxima é determinado a partir do qual o índice de variabilidade se
estabilizará. É este o ponto que irá determinar a forma e tamanho ideais da parcela, como
exemplifica a FIGURA 1.4.
FIGURA 1.4 – RELAÇÃO ENTRE O COEFICIENTE DE VARIAÇÃO E O NÚMERO DE
PARCELAS PARA DETERMINAR O PONTO DE CURVATURA MÁXIMA, A
PARTIR DE DADOS FICTÍCIOS DE RENDIMENTO

C.V. (%) 100


90
80
70
60
50
40
30
20
10

2 4 6 8 10 12 14 16 18

Número de Parcelas

O método em referência apresenta dois inconvenientes. Primeiro, não considera


os custos relativos de vários tamanhos de parcela e, segundo, o ponto de curvatura
máxima não é independente da menor unidade selecionada ou da escala de mensuração
usada.
O fato dos ensaios de uniformidade serem dispendiosos e trabalhosos tem levado
diversos pesquisadores a sugerir métodos para a determinação de tamanho e forma
ótimos de parcela, baseados em dados experimentais.
Entre os métodos que utilizam dados oriundos de ensaios experimentais, tem-se o
Método da Máxima Curvatura Modificado por Sanchez. O autor sugeriu uma
modificação do método da máxima curvatura, utilizando dados experimentais. Ele
chamou a atenção para o fato de que o ponto de máxima é determinado, em geral, por
inspeção visual, mas que é possível obter-se uma curva teórica do parâmetro em questão,
que seja função do tamanho da parcela. Assim, o tamanho ótimo corresponderá à abscissa
na qual a derivada da tal função seja igual a – 1, isto é, depois deste ponto, o aumento de
uma nova unidade da variável independente (a unidade mínima de tamanho da parcela ou
o número de plantas) produzirá uma redução de variável dependente (por exemplo, o
coeficiente de variação) menor que a unidade, pelo que não seria viável efetuar aumentos
adicionais.

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Mais detalhes sobre métodos usados na determinação da forma e tamanho ideais
de parcela, baseados em dados oriundos de ensaios de uniformidade e de ensaios
experimentais, podem ser obtidos em SILVA (1981).

1.5.3 Orientação das parcelas

A orientação das parcelas refere-se à escolha da direção ao longo do qual os


comprimentos das parcelas serão colocados. Tal orientação, evidentemente, não é
definida para parcelas quadradas.
A orientação das unidades experimentais pode reduzir ou aumentar os efeitos dos
gradientes de fertilidade do campo. Se o terreno tem um gradiente de fertilidade
conhecido, as parcelas de cada repetição ou bloco devem ser colocadas com sua maior
dimensão no sentido paralelo a tal gradiente. Veja-se a comprovação matemática desta
recomendação. Na FIGURA 1.5 o gradiente de fertilidade tem a direção da flecha. Se for
colocado nesse terreno as parcelas nas formas: A, B e C, veja-se o que se sucede:
Na distribuição A, em que a maior dimensão das parcelas é perpendicular ao
gradiente de fertilidade, verifica-se que algumas parcelas têm maior fertilidade do que
outras; enquanto que na distribuição B, todas as parcelas participam por igual das
diferentes fertilidades do solo, pois todas terão um extremo fértil e outro pobre. Na
distribuição C, três parcelas participam da parte mais fértil, três da parte intermediária e
três da parte pobre.

FIGURA 1.5 - INFLUÊNCIA DA FORMA DE COLOCAÇÃO DAS PARCELAS NO BLOCO,


QUANDO O CAMPO TEM UM GRADIENTE DE FERTILIDADE CONSTANTE

NOTA: As flechas indicam o sentido do gradiente de fertilidade.

Se a variação do gradiente de fertilidade é constante (caso ideal) e igual a q de


uma faixa ou parcela à outra, as estimativas do desvio padrão para as distribuições A, B e
C, obtidas através da seguinte fórmula:

SQD
s=
N 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página


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onde:
SQD = soma dos quadrados dos desvios;
N = número de observações ou de parcelas;

são:

SQD
sA 
N 1

=
 42   32   22   12  02  12  22  32  42
9 1

16  9  4  1  0  1  4  9  16
=
8

60
=
8

= 7,5  2,7386 g

SQD
sB 
N 1

=
02  02  02  02  02  02  02  02  02
9 1

0 0 00 0 0 0 0 0
=
8

0
=
8

= 0  0,0000 g

SQD
sC 
N 1

=
 32   32   32  02  02  02  32  32  32
9 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página


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12

9990 0 0999
=
8

54
=
8

= 6,75  2,5981 g

Verifica-se, assim, que a distribuição A tem o maior desvio padrão, segue-se C e


por último B.
Portanto, se é conhecido o gradiente de fertilidade do terreno, as parcelas devem
ser colocadas no campo com o lado mais comprido paralelo a direção de tal gradiente. Se
não for possível adotar a distribuição B por dificuldades de ordem prática, então se deve
adotar a distribuição C, sendo a distribuição A, a menos recomendável.

1.5.4 Efeito bordadura entre as parcelas

Denomina-se efeito bordadura à diferença em comportamento entre plantas ao


longo dos lados ou extremidades de uma parcela e as plantas do centro dessa parcela.
Essa diferença pode ser medida pela altura da planta, resistência às doenças e aos insetos-
praga, rendimento de grãos e de frutos, etc.. O efeito bordadura pode ocorrer quando um
espaço não plantado é deixado entre blocos e entre parcelas. Estes espaços proporcionam
maior aeração, luz e nutrientes às plantas de bordaduras, e contribuem para aumentar por
este motivo a colheita, com isto o rendimento dos tratamentos ficam superestimados em
razão da maior produção das plantas de bordadura. Esta influência é tanto maior, quanto
maior é a área que circunda a parcela, e menor é a parcela.
As áreas livres não só aumentam o rendimento, como também, o que é pior, os
tratamentos não apresentam por igual esta influência; assim nos experimentos de
competição de variedades, algumas variedades tendem a aproveitar melhor que outras as
áreas livres, conforme apresentado na FIGURA 1.6. Desse modo, alguns tratamentos
podem estar inconvenientemente em vantagem sobre outros nos experimentos, e dar
lugar a conclusões erradas.

FIGURA 1.6 – EFEITO BORDADURA EM VARIEDADES DE MILHO DEVIDO A ÁREAS NÃO


PLANTADAS ENTRE PARCELAS ADJACENTES

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página


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13

O efeito bordadura também pode ocorrer quando determinados tratamentos


influenciam nocivamente no comportamento dos tratamentos vizinhos, como por
exemplo: experimentos com competição de variedades, principalmente se as variedades
apresentam hábito de crescimento e maturidade diferentes; experimentos com
fertilizantes, inseticidas, fungicidas, bactericidas, herbicidas; experimentos com sistemas
de irrigação, etc.. A FIGURA 1.7 ilustra muito bem como esse efeito pode ocorrer, se for
utilizada num experimento variedade de hábito de crescimento diferente, por exemplo.

FIGURA 1.7 - EFEITO BORDADURA EM VARIEDADES DE MILHO DEVIDO A TRATAMENTOS


ADJACENTES DIFERENTES

Para minimizar o efeito bordadura, o pesquisador deve tomar as seguintes


precauções:
a) Evitar o uso de áreas não-plantadas para separar parcelas experimentais.
b) O número de ruas no experimento deve reduzir-se ao máximo.
c) Não medir caracteres agronômicos em fileiras-bordadura que, provavelmente,
sofreram os efeitos de competição entre parcelas.
d) Plantar umas poucas fileiras de um genótipo uniforme ao redor do perímetro
do experimento, para minimizar o efeito de bordos não-plantados sobre parcelas
localizadas ao longo dos lados do campo experimental.
e) Quando as variedades a serem avaliadas diferem bastante quanto ao hábito de
crescimento, escolher um delineamento experimental que permita o agrupamento de
variedades homogêneas, particularmente pela altura. Isto reduzirá o número de fileiras
necessárias como bordadura, contra o efeito de competição varietal.
f) A quantidade de fileiras a excluir depende do tipo de efeito bordadura. Quando
houver dúvida e quando o tamanho da parcela for bastante grande, excluir pelo menos
duas fileiras.
No que pese todas as precauções anteriores, o pesquisador deve ter consciência
que, no caso de experimentos de competição de variedades as parcelas experimentais
devem ter, no mínimo, três fileiras, de modo que se possa efetuar a colheita apenas na
fileira central, a qual é denominada de área útil. Além disso, ele deve eliminar as plantas
cabeceiras, plantas estas que se localizam nas extremidades da fileira, conforme ilustra a
FIGURA 1.8. O ideal é que ele tenha uma amostra mais representativa dos tratamentos
avaliados.

FIGURA 1.8 – ÁREA ÚTIL DE UMA PARCELA DE NOVENTA COVAS

X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
Autor: PAULO VANDERLEI
X
X
FERREIRA – XXCECA-UFAL, 2011.
X
X
Página
13 X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
14

A recomendação acima se fundamenta em resultados experimentais obtidos na


literatura especializada em diversas culturas, onde mostram que, em geral:
a) Existe competição entre variedades, na maioria dos estudos.
b) A competição, usualmente, é confinada a uma fileira de cada lado da parcela.
c) A competição entre variedades de hábitos de crescimento semelhantes é
desprezível.
d) Uma variedade altamente produtiva é usualmente, um forte competidor.
e) A competição é complexa e varia com as condições ambientais.
Consequentemente, não se pode classificar variedades, quanto ao valor da competição.
f) Os rendimentos de fileiras não-competitivas (fileira central de parcelas de três
fileiras) são menos variáveis que os rendimentos de fileiras competitivas (parcela de uma
única fileira).

1.5.5 Falhas de plantas nas parcelas

Pode-se dizer que uma parcela experimental apresenta falhas quando ela possui
um stand reduzido em relação ao inicial, isto é, apresenta covas sem plantas, conforme se
observa na FIGURA 1.9. As falhas de plantas nas unidades experimentais são uma das
principais causas do erro experimental. Contudo, nem todas as falhas influem no erro
experimental, só aquelas extrínsecas aos tratamentos são as que influem, tal é o caso de
morte de plantas devida às doenças e aos insetos-praga, ao empoçamento de água em
virtude dos desníveis do terreno, etc.. Por outro lado, as causas intrínsecas devido aos
tratamentos, tais como morte de plantas por um dos tratamentos, queima ou maltrato das
plantas, etc., não influem no erro experimental.

FIGURA 1.9 – FALHAS EM UMA PARCELA EXPERIMENTAL DE SORGO

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página


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A presença de falhas em uma parcela significa que nem todas as plantas da


parcela estão sujeitas ao mesmo espaçamento e competição. Além disso, existe uma
correlação positivas entre número de plantas e produção, ou seja, quanto maior o número
de plantas, maior será a produção; se ocorrer falhas de plantas nas parcelas experimentais
de um determinado tratamento, o mesmo será prejudicado porque não poderá expressar
todo o seu potencial, ainda que as plantas vizinhas às falhas desenvolvam mais que as
outras, como mostra a FIGURA 1.9. Desse modo, a presença de falhas contribui para
aumentar o erro experimental, já que elas levam à falta de uniformidade das condições
experimentais.
Muitas vezes, contudo, em que pese todas as precauções possíveis, ocorrem
falhas em alguns experimentos, que podem ser de pequena ou grande monta. Se forem de
pequena monta, até 5%, em geral não constituem um fator sério. Porém, se estiverem no
intervalo de > 5% < 30%, é necessário recorrer aos métodos de correção de falhas. Se
as falhas são mais de 30% da população de plantas, é preferível repetir o experimento.
Alguns métodos usados na correção de falhas são apresentados a seguir:
a) Ausência de correção – O pesquisador ignora a presença de falhas e
determina o rendimento da parcela com base na área colhida. Aqui é assumido que o
rendimento de uma falha é totalmente compensado pelo aumento em rendimento das
covas vizinhas. Contudo, deve-se ressaltar que, na prática, a compensação não é total. Em
virtude disso, o rendimento da parcela fica subestimado.
b) Regra de três – O pesquisador considera que o rendimento de uma falha é
igual ao rendimento médio das outras covas na parcela. Por esse método, admite-se que a
presença de uma ou mais falhas não afeta a performance das plantas vizinhas. Todavia,
isso não ocorre na prática, ou seja, plantas vizinhas a uma falha sempre produzem mais
que plantas completamente competitivas. Desse modo, o rendimento da parcela fica
superestimado.
c) Regra de três, considerando-se a colheita apenas das plantas competitivas
– Por esse método, admite-se que a presença de uma ou mais falhas afeta a performance
das plantas vizinhas. Dessa forma, todas as plantas imediatamente a uma falha serão
eliminadas e o rendimento da parcela é obtido considerando-se apenas as plantas
competitivas. Nesse método, a estimativa do rendimento da parcela corrigida ficaria
muito próximo do valor que seria obtido na parcela sem a presença de falhas.
d) Uso de fórmulas de correção – Por esse método, utilizam-se fórmulas para
efetuar a correção dos pesos de grãos provenientes de parcelas com falhas. Com essa
finalidade, vários Estatísticos desenvolveram fórmulas para correção de stands de plantas
cultivadas. Por exemplo, ZUBER (1942), e LENG e FINLEY (1957) desenvolveram,
respectivamente, as seguintes fórmulas para correção de stands de milho:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página


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 H  0,3M 
CW =   FW
 H M 

 0,6M 
CW = 1   FW
 H 

onde:
CW = peso corrigido;
FW = peso de campo;
M = número de falhas;
H = stand inicial.

Todavia, torna-se impossível o estabelecimento de qualquer fórmula confiável,


para correção de stands de plantas cultivadas, pois a porcentagem de aumento em
rendimento de grãos rodeando uma falha varia com a variedade, o espaçamento, o nível
de fertilidade do solo, a época de plantio, etc..
e) Análise de covariância – A análise de covariância é um método estatístico
que combina os conceitos da análise de variância e da regressão, de maneira a fornecer
uma análise mais discriminatória do que qualquer um desses métodos isoladamente. Ela
envolve duas variáveis concorrentes e correlacionadas as quais, no presente caso, são o
rendimento e o número de plantas por parcela.
Tal método envolve conhecimentos de análise de variância e de regressão.
Contudo, se as pressuposições da análise de covariância forem satisfeitas, ela é,
provavelmente, o melhor procedimento de ajuste de stands. Mais detalhes, ver capítulo
específico sobre o assunto.

1.5.6 Número de repetições dos experimentos

A necessidade de repetições foi reconhecida pelos pesquisadores a partir do ano


de 1846 e atualmente não se discute mais a sua importância em quase todos os
experimentos. A repetição é um dos princípios de experimentação de que se vale o
pesquisador para controlar a variabilidade do meio.
De um modo geral, o número de repetições de um experimento depende dos
seguintes fatores:
a) Variabilidade do meio em que se realiza o experimento – Quanto maior a
variabilidade do meio, maior deve ser o número de repetições. A variabilidade do meio
pode influir mais sobre algumas características em estudo do que sobre outras. Eis alguns
exemplos: a heterogeneidade do solo influi mais sobre os rendimentos do algodão do que
sobre o peso e o comprimento da fibra; a variação de luz influi mais sobre o consumo de
ração e ganho de peso de frangos de corte do que sobre a pigmentação da carcaça; a
variação de temperatura interfere mais na produção de leite de vacas leiteiras do que no
teor de gordura.
b) Número de tratamentos em estudo – Experimentos com poucos tratamentos
necessitam de maior número de repetições, para se ter uma boa precisão na estimativa do

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página


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erro experimental. Por exemplo, na avaliação de dois sistemas de produção de batata-
doce são necessárias, no mínimo, dez repetições. Quando, porém, o experimento
apresenta muitos tratamentos, como por exemplo, avaliação de 100 progênies de meios
irmãos de milho em relação à produção de grãos, poucas repetições são usadas, em torno
de duas a três repetições.
c) Natureza dos tratamentos – Se, pela natureza dos tratamentos em estudo,
espera-se que haja poucas diferenças entre eles, o número de repetições deverá ser o
maior possível para que se possa medi-las com maior precisão. Caso contrário, o número
de repetições poderá ser diminuído dentro de certos limites prudentes.
d) Disponibilidade do material experimental – Quando se dispõe de grande
quantidade do material experimental, tanto animal quanto vegetal, pode-se aumentar o
número de repetições do experimento, pois, com certeza, aumentará a precisão
experimental. Por outro lado, quando há uma limitação do material experimental em
função de uma série de fatores, tais como: pouca quantidade de sementes e/ou de
propágulos vegetativos, poucos animais, limitação de recursos financeiros, etc.,
logicamente o número de repetições deve ser reduzido.
e) Disponibilidade de área experimental – A área das parcelas também limita o
número de repetições, pois quando se dispõem de uma grande área experimental pode-se
aumentar o número de repetições do experimento, tendo, como conseqüência, o aumento
da precisão experimental. Por outro lado, quando há uma limitação de área experimental,
logicamente o número de repetições deve-se ser reduzido. Todavia, isso não deve ser
proporcional, pois é preferível sacrificar a área da parcela em favor do número de
repetições, dentro de certos limites prudentes.
f) Espécie a ser estudada – O pesquisador, no caso de espécies animais de
médio e grande portes, terá dificuldade de contar com um grande grupo de animais
homogêneos (mesma raça, mesmo sexo, mesmo peso, mesma idade, etc.), o que resultará
num menor número de repetições do experimento. Já no caso das espécies animais de
pequeno porte, essa dificuldade praticamente não existe, possibilitando ao pesquisador
aumentar o número de repetições do experimento para alcançar uma melhor precisão
experimental. Quanto às espécies vegetais, as de grande porte, principalmente as árvores
frutíferas e florestais, demandam parcelas maiores, o que resultará num menor número de
repetições do experimento; enquanto que as de pequeno porte requerem parcelas
menores, o que permitirá ao pesquisador aumentar o número de repetições do
experimento para melhorar a precisão experimental.
g) Custo de execução das etapas do experimento – O número de repetições
também é afetado pelo custo de execução das etapas do experimento. Quanto maior o
custo das etapas do experimento, menor será, logicamente, o número de repetições.
O número ideal de repetições em um experimento pode ser determinado por meio
de ensaios de uniformidade ou por meio de métodos baseados em resultados conseguidos
em ensaios anteriores. Tais meios são trabalhosos e nem sempre chegam a resultados
satisfatórios.
Uma regra prática para se determinar o número de repetições de um experimento,
que tem surtido bons resultados na experimentação agropecuária, é a de que os
experimentos devem ter, no mínimo, 20 parcelas. Como o número de parcelas de um
experimento (N) depende do número de tratamentos (t) e do número de repetições (r), ou
seja, N = t x r, então, dessa forma, conhecendo-se o número de tratamentos chega-se ao
número de repetições. Por exemplo, se num experimento têm-se dez tratamentos, deve-se
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ter duas repetições para se ter 20 parcelas, que é o número mínimo exigido. Da mesma
forma, se o experimento têm dois tratamentos precisam-se de dez repetições para se ter
20 parcelas. Ainda, se o experimento têm cinco tratamentos, para se ter 20 parcelas são
necessárias quatro repetições.
Também, uma outra forma bastante prática, que pode ser usada para se
determinar o número de repetições de um experimento, é através do número de graus de
liberdade do resíduo ou erro experimental da análise de variância, sendo dez graus de
liberdade do resíduo o valor mínimo para se ter, de um modo geral, uma boa precisão
experimental. Por exemplo, se num experimento inteiramente casualizado têm-se dez
tratamentos, deve-se ter duas repetições para se ter, no mínimo, dez graus de liberdade do
resíduo, pois o GL Resíduo = t (r – 1), onde t corresponde ao número de tratamentos e r o
número de repetições. Da mesma forma, se o experimento inteiramente casualizado
tivesse dois tratamentos seriam necessárias seis repetições para se ter dez graus de
liberdade do resíduo. Ainda, se um experimento em blocos casualizados tivesse cinco
tratamentos seriam necessárias quatro repetições em vez de três repetições, pois o GL
Resíduo = (t – 1)(r – 1).
De um modo geral, a regra prática baseada no número de parcelas conduz a uma
maior precisão experimental do que a regra baseada no número de graus de liberdade do
resíduo. Contudo, se o pesquisador atender as duas regras ao mesmo tempo, logicamente
aumentará ainda mais a precisão experimental. Por exemplo, se um experimento
inteiramente casualizado tivesse dois tratamentos seriam necessárias seis repetições para
se ter dez graus de liberdade do resíduo, o que atenderia plenamente a regra baseada no
número de graus de liberdade do resíduo. Por outro lado, não atenderia a regra baseada
no número de parcelas, pois o experimento só teria 12 parcelas em vez de 20 parcelas,
que seria o mínimo exigido. Entretanto, se o número de repetições fosse igual a dez, o
experimento teria 20 parcelas e 18 graus de liberdade do resíduo. Nessa situação, o
experimento seria muito mais preciso.

1.5.7 Delineamentos experimentais

Existe grande quantidade de delineamentos experimentais apropriados para os


mais diversos tipos de experimentos, tendo todos eles como finalidade a redução do erro
experimental; destes, os mais utilizados são os delineamentos: inteiramente
casualizado, blocos casualizados e quadrado latino.
O inteiramente casualizado é o delineamento básico, sendo os outros
modificações deste, cada um dos quais tem uma ou mais restrições na distribuição dos
tratamentos. Entre os delineamentos mais empregados, o quadrado latino é geralmente, o
de maior precisão, sendo o inteiramente casualizado o de menor precisão. Contudo, sob o
ponto de vista prático, o delineamento em blocos casualizados é o mais utilizado na
experimentação de campo e em outros ambientes heterogêneos, enquanto que o
delineamento inteiramente casualizado é o mais utilizado em experimentos conduzidos
em laboratório, viveiro, casa-de-vegetação, galpão, estábulo, etc., desde que as condições
experimentais sejam homogêneas.
Os principais delineamentos experimentais utilizados na pesquisa agropecuária
serão vistos em capítulos separados, posteriormente.
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página
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1.5.8 Forma de condução dos experimentos

A execução de um experimento inicia-se com a eleição do terreno, para o caso de


espécies vegetais. É fundamental que nesta eleição se tenha presente que o terreno eleito
deve ser o reflexo fiel das condições médias da região ao qual se pretende estender as
conclusões obtidas do experimento. Já para o caso de espécies animais, a execução do
experimento inicia-se com a eleição do ambiente de estudo (campo, galpão, tanque, etc.),
que também deve refletir as condições médias da região para a qual se pretende estender
as conclusões obtidas do experimento.
Vê-se que, a fim de reduzir o erro experimental nos experimentos, é necessário
escolher terrenos e/ou ambientes o mais uniforme possível, pela mesma razão, a
execução dos diferentes trabalhos agropecuários devem ser realizados também com a
maior uniformidade.
Se ao realizar o plantio, umas parcelas são semeadas a maior profundidade do
que as outras, ou se aduba, irriga, amontoa, etc., umas mais que às outras, isto tudo
redundará no aumento da variabilidade e do erro experimental. Pelo mesmo motivo deve-
se cuidar para que haja uniformidade do tamanho das parcelas.
Para evitar diferenças nos sulcos deve-se uniformizar o trabalho das máquinas e
dos homens que serão empregados nas diferentes operações culturais e manter uma
estreita vigilância durante o trabalho em toda sua execução.
No caso dos animais, ao se iniciar o experimento, umas parcelas recebem mais
água do que outras, ou se coloca mais ração em umas do que em outras, tudo isto também
redundará no aumento da variabilidade e do erro experimental.
Também se deve evitar que o mesmo homem seja empregado no trabalho de
todas as parcelas de um mesmo tratamento, pois, no que pese as precauções que se
tomem, pode haver diferenças notáveis na forma de trabalho das pessoas; neste caso, se
não são tomadas às precauções necessárias, o operário que melhor trabalhar colocará em
vantagem aquele tratamento em todas as repetições. O recomendável, então, seria
permutar os operários entre os tratamentos ao passar de um bloco a outro.
Se por algum motivo há necessidade de suspender os trabalhos para continuar no
dia seguinte, deve-se ter o cuidado de não interromper o trabalho até que haja terminado
o serviço já iniciado em determinado bloco, caso contrário, isso pode influir aumentando
o erro experimental, desde que variem as condições ambientais no momento de continuar
a operação.
De modo geral, é importante quando se executam experimentos de adubação,
espécies, variedades, inseticidas, fungicidas, bactericidas, antibióticos, herbicidas,
vermífugos, vacinas, raças, rações, inibidores, vitaminas, aminoácidos, etc., conhecer a
procedência de cada um dos produtos a ser estudado, fórmulas químicas, concentrações e
demais características. Em experimentos de competição de variedades e/ou espécies,
devem-se determinar previamente a natureza e o poder germinativo da semente. Já em
experimentos de comportamento de raças e/ou espécies, devem-se avaliar previamente o
estado de saúde dos animais.
Todos os experimentos devem ser semeados na época propicia ao cultivo sem
nunca esquecer de incluir os tratamentos testemunhos, que no caso especial de adubação
devem ser dois: a adubação normal feita pelo agricultor e o tratamento sem adubo.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página


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Nos experimentos com árvores frutíferas ou florestais, deve-se evitar o emprego
de árvores provenientes de sementes, pois, provavelmente, a população haverá de ser
mais heterogênea do que quando provém do mesmo tipo de enxerto. Quando isto não é
possível, então se deve selecionar no campo as árvores da mesma variedade, idade e
vigor, para conduzir o experimento. Ajudará muito a selecionar as árvores o exame da
produção de cada árvore antes de se iniciar o experimento. Nos experimentos com
culturas perenes deve-se redobrar a atenção para manter a maior uniformidade possível
no campo experimental, já que esses experimentos demandam mais tempo e dinheiro que
as culturas anuais.
Nos experimentos com árvores, o número de plantas por parcela pode variar de
duas a dez, desde que haja regularidade no vigor, idade, produtividade, estado sanitário,
etc., das árvores. Em caso contrário, é preciso selecionar as plantas que tenham essa
característica, porém isso trará como conseqüência o fato de as árvores selecionadas
ficarem intercaladas com as não selecionadas. Nestas condições já não é possível
prosseguir com o conceito de parcela experimental, devendo-se então considerar cada
árvore como uma unidade, distribuindo-se os tratamentos ao acaso entre as unidades no
campo.
É necessário que o próprio pesquisador colete os dados do experimento e não o
capataz ou auxiliar, como muitas vezes ocorre sob pretexto de que são trabalhos de
rotina. Ao fazê-lo, o próprio pesquisador terá mais confiança nos dados coletados, ao
mesmo tempo em que poderá tomar conhecimento de fatos imprevistos, que bem podem
servir para explicar resultados finais inesperados.
O pesquisador deve anotar pessoalmente os dados e observações do experimento
em uma caderneta de campo e não em folhas soltas; em forma clara e ordenada que possa
ser entendida por qualquer outro pesquisador, para o caso de que tenha de ausentar-se.
Deve-se lembrar o pesquisador que sua tarefa é tirar conclusões que beneficiem a
agropecuária e que desta forma fiquem justificados os recursos e tempo empregados.

1.6 Qualidades de um Bom Experimento

As qualidades de um bom experimento são:


a) Simplicidade de execução - No planejamento do experimento o pesquisador
deve ser bastante claro e objetivo, de modo que qualquer outro pesquisador possa
conduzi-lo normalmente no caso de ocorrer algum imprevisto, como por exemplo, se
alguns dias após a instalação do experimento o pesquisador teve que se ausentar por
motivo superior. Caso contrário, os recursos e o tempo empregados serão inúteis.
b) Não apresentar erros sistemáticos - Na instalação do experimento o
pesquisador deve evitar erros sistemáticos na demarcação das parcelas, de modo a
proporcionar condições de igualdade para todos os tratamentos no experimento. Por
exemplo, na cultura do pimentão, se o espaçamento entre fileiras for de 0,80 m, o
pesquisador deve iniciar a demarcação das fileiras na parcela a partir de 0,40 m, que
corresponde à metade do espaçamento utilizado, de modo que fique faltando à mesma
distância no final da parcela. Da mesma forma, se o espaçamento, na mesma cultura, for
de 0,40 m entre as plantas dentro da fileira, o pesquisador deve iniciar a demarcação das
plantas dentro das fileiras a partir de 0,20 m, que corresponde a metade do espaçamento
utilizado, de modo que fique faltando a mesma distância no final da fileira.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página


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c) Ter alta precisão - Quanto maior a precisão do experimento, menor será o
erro experimental e as conclusões obtidas terão maior credibilidade. É através do
coeficiente de variação que o pesquisador estima a precisão experimental, ou seja, quanto
menor for o coeficiente de variação maior será a precisão experimental.
d) Ser exato - Quanto mais próximos os dados experimentais estiverem dos
valores verdadeiros, ou seja, se a média estimada dos tratamentos estiver bem próxima da
média verdadeira, o experimento será mais exato. É através do erro padrão da média que
o pesquisador avalia a exatidão do seu experimento, ou seja, quanto menor for o erro
padrão da média, mais precisa será a estimativa da média e o experimento será mais
exato.
e) Fornecer amplos resultados - O experimento deve fornecer amplos
resultados, de modo que as conclusões tiradas beneficiem a agropecuária e justifiquem os
recursos e tempo empregados. Por isso, ele deve ser bem planejado e executado, para
gerar dados experimentais precisos que possam ser analisados e interpretados
adequadamente, visando o alcance dos objetivos propostos. Se o experimento foi mal
planejado, geralmente não haverá mais solução para a análise estatística e os resultados
obtidos não permitem alcançar os objetivos propostos, com perda de tempo, de recursos e
prejuízos para todos. Da mesma forma, se o experimento não foi bem conduzido não
produzirá dados experimentais confiáveis e os prejuízos serão os mesmos.

1.7 Qualidades de um Bom Pesquisador

Um bom pesquisador deve apresentar, entre outras, as seguintes características:


a) Ser capaz de estabelecer prioridades, traçar metas e gerenciar os recursos
humanos, físicos e econômicos, de forma a atingir os objetivos da pesquisa;
b) Ter conhecimento do material que irá trabalhar (planta, animal, etc.) e da
região onde irá desenvolver a pesquisa, pois, caso contrário, não atingirá plenamente os
objetivos, nem tão pouco tirará conclusões que beneficiem a agropecuária;
c) Ter bons conhecimentos de estatística experimental, pois só assim ele poderá
planejar e conduzir bem seus experimentos com a maior precisão possível, analisar os
dados experimentais adequadamente e interpretar os seus resultados com coerência;
d) Ler periodicamente para se manter atualizado, pois não é possível realizar
pesquisa que realmente contribua para o desenvolvimento da agropecuária sem
informação, além de evitar perda de tempo e de recursos com pesquisas cujos problemas
que já foram solucionados por outros pesquisadores;
e) Ser futurista, no sentido de se antecipar na solução do problema, objeto da
pesquisa, antes que ocorra a sua difusão em nível de propriedade rural, sob pena do tema
da pesquisa não ter mais sentido, uma vez que o problema já pode ter sido resolvido pelos
produtores, com perda de tempo e de recursos para a sociedade;
f) Ser questionador, no sentido de nunca se acomodar, acreditando sempre que é
possível fazer algo de novo, mantendo a capacidade criativa em pleno funcionamento;
g) Ter dedicação e persistência, mesmo encontrando alguns problemas
desanimadores;
h) Ter paciência, pois a pressa poderá conduzir a resultados indesejados;
i) Ser observador, pois muitas descobertas de impacto para a agropecuária
resultaram do senso de observação de muitos pesquisadores, além de servir para explicar
resultados inesperados na pesquisa;
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página
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j) Fazer uso do raciocínio e do bom senso, pois nem sempre o pesquisador
encontra as condições ótimas para conduzir suas pesquisas;
l) Ser honesto, antes de tudo, pois a sociedade precisa do seu trabalho digno para
se desenvolver bem.

1.8 Princípios Básicos da Experimentação

A pesquisa científica está constantemente se utilizando de experimentos para


provar suas hipóteses. É claro que os experimentos variam de uma pesquisa para outra,
porém, todos eles são regidos por alguns princípios básicos, dos quais depende a maior
ou menor validez das conclusões obtidas. Tais princípios são: repetição, casualização e
controle local.

1.8.1 Repetição

A repetição corresponde ao número de vezes que o tratamento aparece no


experimento. Quanto maior o número de repetições de um experimento, menor
probabilidade de erro ele terá. Normalmente, em quase todos os experimentos, usa-se de
quatro a seis repetições. Contudo, o número de repetições de um experimento depende de
uma série de fatores, os quais já foram vistos anteriormente (ver item 1.5.6 Número de
repetições dos experimentos).
O princípio da repetição tem por finalidade:
a) Permitir a estimativa do erro experimental;
b) Aumentar a precisão das estimativas;
c) Aumentar o poder dos testes estatísticos.
Ao comparar-se, por exemplo, duas variedades de milho (A e B), semeadas em
duas parcelas dimensionalmente iguais, o simples fato de A produzir mais do que B não é
suficiente para concluir-se que A é mais produtiva. Isso poderá ter ocorrido por simples
acaso ou por fatores acidentais.
Porém, se forem semeadas várias parcelas com as variedades A e B, mesmo
assim verifica-se que a variedade A apresenta maior produtividade, já é um indício de
que ela seja mais produtiva.
Também, ao comparar-se, por exemplo, duas raças de gado bovino de leite (X e
Y), colocadas em duas parcelas (baias) com as mesmas dimensões, o simples fato de X
produzir mais leite do que Y não é suficiente para concluir-se que X é mais produtiva.
Isso poderá ter ocorrido por simples acaso, ou seja, a vaca que representou a raça X se
encontrava bem acima da média da raça em termos de produção de leite e a vaca que
representou a raça Y se encontrava no limite inferior da produção de leite da raça, visto
que é normal haver diferença na constituição genética dos animais de uma mesma raça.
Como nenhuma das vacas estava representando fielmente o potencial produtivo de suas
raças, a conclusão não merece credibilidade.
Porém, se forem colocadas várias parcelas com as raças X e Y e a raça Y
apresenta-se com a maior produção de leite, já é um indício de que ela seja mais
produtiva.

1.8.2 Casualização

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página


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A casualização consiste em se distribuir aleatoriamente os tratamentos nas
parcelas, de modo que cada um tenha a mesma chance de ocupar qualquer parcela na área
experimental. A casualização assegura a validade da estimativa do erro experimental,
pois permite uma distribuição independente do erro experimental.
Embora considerando diversas parcelas de A e outras de B do exemplo anterior,
poderá ocorrer que A foi mais produtiva por ter sido favorecida por algum fator qualquer,
como, por exemplo, todas as suas parcelas estarem agrupadas numa parte mais fértil do
solo.
Para evitar que uma das variedades, no caso em consideração, seja favorecida
sistematicamente por qualquer fator externo, procede-se à casualização das parcelas.
Se, mesmo assim, a variedade A é mais produtiva, é mais um indicativo de que
ela seja mais produtiva.
Também, mesmo considerando diversas parcelas de X e outras de Y do exemplo
com as raças de gado bovino de leite, poderá ocorrer que Y foi mais produtiva por ter
sido favorecida por algum fator qualquer, como, por exemplo, todas as suas parcelas
estarem agrupadas num ambiente onde a temperatura foi mais favorável.
Para evitar que uma das raças, no caso em consideração, seja favorecida
sistematicamente por qualquer fator externo, procede-se à casualização das parcelas.
Se, mesmo assim, a raça Y apresentou a maior produção de leite, é mais um
indicativo de que ela seja mais produtiva.

1.8.3 Controle Local

O controle local é usado quando as parcelas, antes de receberem os tratamentos,


apresentam diferenças entre si. Dessa maneira, deve-se fazer o agrupamento das parcelas
homogêneas em blocos, que têm por finalidade diminuir o erro experimental. Os critérios
para o agrupamento das parcelas homogêneas em blocos podem ser: idade, sexo,
produção, peso, textura do solo, declividade, localização geográfica, etc..
Algumas observações se fazem necessárias:
a) Quando o ambiente é reconhecidamente homogêneo, dispensam-se os blocos;
entretanto, se houver dúvidas quanto à homogeneidade, recomenda-se a sua utilização.
b) Em certos tipos de experimentos, os blocos não contêm todos os tratamentos;
são os chamados blocos incompletos.
c) Nos blocos, cada tratamento só aparece uma única vez; em certos casos, os
blocos são constituídos de mais de uma repetição dos tratamentos.
d) A variação dentro dos blocos deve ser a menor possível, ao passo que a
variação entre os blocos pode ser grande ou pequena, isto não importa.
e) Em experimentos de alimentação animal, principalmente de vacas leiteiras,
cada animal representa um conjunto de parcelas (bloco); são os experimentos
alternativos, onde se toma cada animal como um bloco, sobre o qual se consideram várias
parcelas, que são períodos sucessivos de produção de leite, de ovos, etc., cada um deles
com algumas semanas de duração, tendo-se o cuidado de desprezar a produção do animal
na primeira semana que se segue à mudança de tratamento, para eliminar o efeito residual
de um tratamento sobre o tratamento subseqüente.
Ainda que as variedades A e B de milho, do exemplo citado anteriormente,
tivessem sido semeadas em várias parcelas, todas elas casualizadas na área experimental,
poderá acontecer que A foi mais produtiva por ter sido favorecida por algum fator
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página
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qualquer, como por exemplo, a maioria de suas parcelas ficou, por acaso, numa parte
mais fértil do solo.
Para evitar que isso aconteça, procede-se o controle local.
Se ainda assim, a variedade A foi a mais produtiva, é de se esperar que essa
conclusão seja realmente válida.
Também, mesmo que as raças X e Y de gado bovino de leite, do exemplo citado
anteriormente, tivessem sido colocadas em várias parcelas, todas elas casualizadas na
área experimental, poderá acontecer que Y apresentou a maior produção de leite por ter
sido favorecida por algum fator qualquer, como por exemplo, a maioria de suas parcelas
ficou, por acaso, num ambiente onde a temperatura foi mais favorável.
Para evitar que isso aconteça, aplica-se o princípio do controle local.
Se ainda assim, a raça Y apresentou a maior produção de leite, é de se esperar
que essa conclusão seja realmente válida.

1.9 Exercícios

a) Pretende-se avaliar o comportamento de seis espécies de leguminosas no


Município de Maceió-AL, com o objetivo de melhorar a fertilidade do solo da região de
tabuleiro, através da adubação verde, e você foi o escolhido para realizar essa pesquisa.
Mostre, de maneira esquemática, como você instalaria o experimento no campo, se o
mesmo fosse do tipo aleatório. E como ficaria se fosse do tipo sistêmico. Qual dos tipos
de experimentos proporcionaria uma menor variação acidental? Justifique.

b) Dê exemplo de um ensaio e identifique os três tipos de variações.

c) Por que no procedimento de amostragem de parcelas deve-se separar a área


amostrada do restante da parcela, no caso dos vegetais?

d) Mostre, de maneira esquemática, como a orientação das parcelas e o efeito


bordadura são fontes de erro experimental. O que deve ser feito para minimizar estas
fontes de erro experimental?

e) Cite cinco tipos de experimentos onde o pesquisador não deve de modo algum
esquecer do efeito bordadura no seu planejamento. Mostre, de maneira esquemática, o
efeito bordadura em cada um dos tipos de experimentos citados.

f) Por que, nos experimentos de competição de variedades, as parcelas


experimentais devem ter, no mínimo, três fileiras?

g) Para que servem os métodos de correção de falhas? Dê um exemplo fictício,


aplique cada um dos métodos de correção de falhas, com exceção da análise de
covariância, compare os resultados obtidos e tire as devidas conclusões.

h) Mostre, de maneira esquemática, a importância de cada um dos princípios


básicos da experimentação.

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ETAPAS DE UM
2 EXPERIMENTO

O pesquisador das ciências agrárias está constantemente se utilizando de


experimentos para obter novos fatos, negar ou confirmar hipóteses ou resultados obtidos
anteriormente. Tais experimentos, conforme já visto no capítulo anterior, são pesquisas
planejadas, que tomam por base determinados princípios básicos, para resolver
problemas da agropecuária. Em função disso, eles apresentam as seguintes etapas:
elaboração do projeto, instalação do experimento, execução do experimento, análise
estatística dos dados experimentais, interpretação dos resultados e relatório final.

2.1 Elaboração do Projeto

Todo pesquisador durante sua vida profissional elabora vários projetos de


pesquisa. Tais projetos têm por objetivo obter recursos para a condução da pesquisa, além
de orientar as atividades durante o decorrer do trabalho.
A elaboração de um projeto de pesquisa não é uma empreitada simples, pois
exige conhecimento e dedicação por parte do pesquisador. Ele normalmente deve possuir
um profundo conhecimento da espécie que irá trabalhar em vários aspectos, tais como:
botânica, fisiologia vegetal, genética vegetal, manejo da cultura, problemas de insetos-
praga e doenças e exigência de mercado, para o caso de espécies vegetais; e anatomia,
fisiologia animal, genética animal, manejo do animal, problemas de parasitos e doenças e
exigências de mercado, para o caso de espécies animais. Segundo RAMALHO,
FERREIRA e OLIVEIRA (2000), esse conhecimento é importante para a escolha do
assunto que deve ser pesquisado, na identificação da melhor alternativa para solucionar o
problema e ter informações do que já foi realizado por outros pesquisadores na solução
do problema, evitando, assim, que se repita o que outros já fizeram.
A dedicação na elaboração do projeto de pesquisa também é importante. É
preciso ter sempre em mente que a sua capacidade profissional e a sua instituição estão
sendo avaliadas pelo que está contido no projeto de pesquisa. Como normalmente há
necessidade de se elaborar o projeto de pesquisa dentro de um período muito curto de
tempo, por exigência da instituição financiadora do projeto, cabe ao pesquisador ter uma
atenção redobrada.
Além do que foi visto, é conveniente ressaltar que um projeto de pesquisa deve
ser muito bem elaborado, para que a análise estatística possa ser efetuada de forma
adequada e conduza a conclusões válidas; pois de nada adianta um experimento bem
conduzido, se ele estiver baseado em um planejamento inadequado.
Portanto, todo pesquisador deve desenvolver a capacidade de elaborar projetos de
pesquisa, pelo menos para atender a seus interesses pessoais ou do grupo em que está
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 25
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inserido. As instituições financiadoras de projetos, tanto públicas como privadas,
possuem, geralmente, um roteiro próprio com instruções específicas para montagem do
projeto. O pesquisador deve então se submeter àquele modelo. Em alguns casos,
sobretudo quando se trata de pesquisas importantes, o pesquisador deve recorrer aos
técnicos em planejamento para auxiliá-lo na elaboração do projeto.
Na elaboração do projeto, devem geralmente ser especificados os seguintes itens:
a) Título - O título do trabalho experimental deve ser o mais simples possível, de
forma a não deixar dúvida sobre o objetivo da experimentação. Na realidade, o título é
uma síntese dos objetivos do trabalho experimental.
Na definição do título, o pesquisador deve evitar generalidades ou idéias vagas.
Por exemplo, não se deve utilizar: "Estudo de relações fisiológicas em sorgo sacarino" e
sim "Avaliação do espaçamento sobre a produção de álcool etílico em três cultivares de
sorgo sacarino"; “Estudo de relações fisiológicas em gado bovino de leite” e sim
“Avaliação da temperatura sobre a produção de leite em quatro raças de gado bovino de
leite”.
b) Responsável e Colaboradores - Indicar as pessoas que elaboraram o projeto e
as que irão trabalhar na execução do experimento, com as respectivas titulações, bem
como as instituições envolvidas. O responsável principal, ou seja, o coordenador do
projeto, deve ser o primeiro da lista.
c) Resumo - O resumo é a apresentação concisa e freqüentemente seletiva do
projeto, pondo em relevo os elementos de maior interesse e importância, ou seja, a
importância do assunto a ser pesquisado, os objetivos a serem alcançados, a metodologia
a ser usada e os resultados esperados.
d) Introdução - Nela deve conter, pela ordem: importância do assunto a ser
pesquisado, descrição do problema e justificativa do trabalho.
Na importância do assunto a ser pesquisado, deve ser ressaltado o aspecto
econômico e social do mesmo.
Na descrição do problema, o mesmo deve ser identificado e caracterizado de
forma clara, além de manter coerência com os objetivos e metas do projeto.
Na justificativa do trabalho, as razões para a condução do projeto devem ser
explicitadas, deve indicar a contribuição que o mesmo dará para a solução do problema,
bem como devem ser abordados os aspectos técnicos e econômicos relacionados ao
entendimento do problema.
e) Objetivos - O pesquisador deve expor claramente as questões que devem ser
respondidas pela pesquisa. Os objetivos devem ser realistas, compatíveis com os meios e
métodos disponíveis, e manter coerência com o problema que deu origem ao projeto.
Um projeto de pesquisa, quando bem sucedido, normalmente dá uma pequena
contribuição à informação existente sobre o tema. Assim, projetos com objetivos
ambiciosos demais dificilmente são aprovados, pois os consultores têm vivência no
assunto e sabem que a proposta é de baixa viabilidade. Muitas vezes, os objetivos são
viáveis, porém são em número excessivo. Nesse caso, embora eles sejam viáveis, o
pesquisador pode se perder no manuseio de toda a informação que é gerada, e o projeto
reduz sua eficiência. Portanto, os objetivos devem ser bem pensados, avaliando-se a
probabilidade de sucesso.
Devem ser enumerados os objetivos como: determinar..., avaliar..., comparar...,
encontrar..., relacionar..., selecionar..., recomendar..., etc..

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 26


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f) Metas - O pesquisador deve evitar metas que extrapolam a performance do
projeto de pesquisa, ou seja, metas ilusórias, pois depõe contra o projeto de pesquisa,
mostrando falta de conhecimento do pesquisador sobre o assunto pesquisado.
É nesse tópico onde o pesquisador detalha, quantifica e localiza os objetivos no
tempo.
Sempre que possível explicitar as metas no cronograma de execução para
facilitar o acompanhamento.
g) Hipótese Científica - A formulação da hipótese científica no projeto deve ser
bem fundamentada em conhecimentos teóricos e raciocínios lógicos.
A principal arma do pesquisador não é o conhecimento existente nem a revisão
de literatura, mas sim a forma de como ele as utiliza para raciocinar e deduzir criando sua
hipótese científica.
A hipótese científica é a proposição testável do projeto. Em função disso, ela
deve ser coerente com os objetivos e com a metodologia, isto é, a hipótese científica deve
conter a proposta testável dos objetivos, e a metodologia apresentada deve ser capaz de
testá-la.
h) Revisão de Literatura - Nesse tópico o pesquisador deve expor claramente o
que já é conhecido acerca do problema para o qual se procura a resposta, quais as
questões já respondidas por outras pesquisas e se esse conhecimento acumulado não é
suficiente para ter a solução via difusão/transferência de conhecimento ou tecnologia.
Para responder a essas questões, a revisão de literatura deve ter uma abrangência
ampla, permitindo ainda verificar a adequação dos materiais e métodos do projeto para o
alcance dos objetivos e metas propostas, bem como a função de fornecer subsídios para a
formulação da hipótese científica e de auxiliar a interpretação dos resultados.
A revisão de literatura não deve ser uma simples seqüência de outros trabalhos.
Ela deve incluir também uma contribuição do autor, para mostrar que os trabalhos não
foram meramente catalogados, mas sim examinados e criticados objetivamente.
Deve-se incluir somente os trabalhos mais importantes desenvolvidos sobre o
assunto, dando preferência àqueles publicados nos últimos dez anos.
É sempre aconselhável referir-se somente aos assuntos que possuam relação
direta e específica com os objetivos da pesquisa.
Deve-se evitar citações referentes a assuntos já amplamente divulgados,
rotineiros ou de domínio público, bem como de natureza didática (apostilas, por
exemplo) que reproduzam de forma resumida os trabalhos originais. Nestes casos, é
aconselhável, sempre que possível, consultar e citar o original. Isto não impede que sejam
citados trabalhos didáticos, quando ofereçam contribuições originais.
A citação dos trabalhos é feita da seguinte maneira: No caso de um autor, os
trabalhos são citados com o sobrenome do autor em letras maiúsculas, seguido do ano de
publicação entre parênteses, como por exemplo, FERREIRA (1983). No caso de dois
autores, mencionam-se os sobrenomes dos dois com letras maiúsculas unidos por "e" ou
";", como por exemplo, FERREIRA e COSTA (1984) ou (FERREIRA; COSTA, 1984).
No caso de três autores, mencionam-se os sobrenomes dos três com letras maiúsculas
unidos por ", e e" ou por "; e ;", como por exemplo, BANZATTO, BENINCASA e
ORTOLANI (1986) ou (BANZATTO; BENINCASA; ORTOLANI, 1986), porém se
forem mais de três autores, deve-se citar apenas o sobrenome do primeiro em letras
maiúsculas, seguindo pela expressão et al. e do ano entre parênteses. Ex.: RAMALHO et
al. (1983). Em caso de citação de outra citação, o autor do trabalho original (não
consultado) deve aparecer em letra maiúscula, seguindo-se, entre parênteses, o
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 27
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sobrenome em letras maiúsculas do autor consultado, precedido pela expressão "apud" ou
"citado por" e acompanhado do ano de publicação, como por exemplo, BARROS (apud
SILVA, 1989) ou BARROS (citado por SILVA, 1989).
i) Material e Métodos - Devem ser definidos em função das hipóteses
formuladas. É aqui onde o pesquisador deve colocar o maior número possível de
detalhes, porém sem exagero. Nesse tópico deve conter, pela ordem:
i.1) O lugar onde se realizará o experimento, se no laboratório, casa-de-
vegetação, estábulo ou campo, especificando para qualquer um dos três primeiros locais
as condições ambientais, em termos de temperatura ambiente, umidade relativa do ar,
luminosidade, etc., e no campo, o tipo do solo, o pH, topografia, clima, coordenadas
geográficas, etc.;
i.2) Os tratamentos a serem avaliados, sendo indicados da forma mais completa
possível;
i.3) O delineamento experimental que será utilizado e o número de repetições do
experimento. Além disso, a área total e a área útil da parcela, o número de plantas por
parcela, o espaçamento a ser utilizado, o número de sementes ou mudas por cova ou por
metro de sulco, para o caso dos vegetais, a área da parcela, o número de animais por
parcela, para o caso dos animais;
i.4) Manejo da cultura e/ou do animal, indicando, para o caso dos vegetais, a
época de semeadura, o sistema de plantio, a forma, época e tipo de adubação, o sistema e
época de irrigação, os tipos e épocas dos tratos culturais, os controles preventivos contra
os insetos-praga e às doenças, a forma e época de colheita, etc., e, para o caso dos
animais, a idade, a raça, o sexo e o peso dos mesmos, a ração utilizada e a forma de
administrá-la, os controles preventivos contra os parasitos e doenças, etc.;
i.5) As variáveis a serem determinadas, indicando claramente como as mesmas
serão realizadas e a metodologia a ser utilizada na sua determinação;
i.6) Os procedimentos estatísticos, indicando como será feita a análise dos dados
experimentais e os testes a serem utilizados, além do modelo matemático das referidas
análises.
j) Bibliografia - Relacionar toda literatura utilizada efetivamente na elaboração
do projeto de pesquisa, obedecendo às normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT).
l) Orçamento - Nesse tópico o pesquisador deve fornecer uma estimativa dos
gastos a serem realizados com materiais de consumo, mão-de-obra, serviços de terceiros,
equipamentos, combustíveis, manutenção de equipamentos, diárias, construções, etc., o
que não é uma tarefa fácil.
Se houver uma instabilidade econômica no país poderá comprometer a execução
do experimento, pois os recursos que foram previstos com dois a três anos de
antecedência poderão sofrer uma defasagem quando a inflação atinge níveis elevados.
Por outro lado, mesmo não ocorrendo inflação no país, o pesquisador deve solicitar
apenas o necessário, atendendo aos itens de despesa que a fonte financiadora
normalmente exige, pois, caso contrário, se a solicitação for subestimada indica
desconhecimento do assunto, e se for superestimada cai-se no ridículo.
Sempre que possível, o pesquisador deve justificar a aquisição de cada
equipamento, procurando evidenciar a sua importância na execução do experimento para
o alcance dos objetivos propostos. Da mesma forma, se for solicitado a construção de um
laboratório, casa-de-vegetação, galpão, tanque, etc., o pesquisador deve ressaltar a sua
importância na execução do experimento para o alcance dos objetivos propostos.
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 28
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m) Cronograma de Execução - O pesquisador deve escalonar, no tempo, as
fases e tarefas do experimento com muita precisão. Mesmo não se dando muita atenção a
esse tópico, um projeto de pesquisa bem planejado terá naturalmente um cronograma de
execução bem definido.
A seguir será apresentado um modelo de projeto de pesquisa.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Avaliação de Clones de Batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam), em Rio Largo - AL.

Projeto de pesquisa apresentado pelo


aluno de pós-graduação, Jair Tenório
Cavalcante, à Coordenação do Curso
de Mestrado em Agronomia: Produção
Vegetal do CECA/UFAL, referente à
sua Dissertação de Mestrado.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 29


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Rio Largo/Alagoas
Setembro de 1999
Avaliação de Clones de Batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam), em Rio Largo - AL.

Jair Tenório Cavalcante (1)


Paulo Vanderlei Ferreira (2)
Lailton Soares (3)

1 – RESUMO

Apesar da batata-doce ser uma das hortaliças mais consumidas no Brasil e


especialmente em Alagoas, apresenta baixa produtividade em função dos seguintes
fatores: ocorrência de pragas e doenças, tecnologia de produção inadequada e falta de
cultivares selecionadas para a região. Em função destes fatos e da extrema necessidade
do Estado de Alagoas expandir o seu potencial produtivo de hortigranjeiro, faz-se
necessárias pesquisas no sentido de obter para a região cultivares de batata-doce
adaptadas, com boas características agronômicas, elevada capacidade produtiva e
resistência às principais pragas e doenças que assolam a cultura. Com esse objetivo
pretende-se avaliar 14 clones de batata-doce desenvolvidos em Alagoas, mediante análise
de variância, comparação de médias e coeficiente de determinação genotípica para oito
caracteres, nas condições de solo e clima de Rio Largo-AL. Serão avaliados os seguintes
clones da batata-doce: CL - 01, CL - 03, CL - 04, CL - 05, CL - 10, CL - 11 e CL - 12,
provenientes da cultivar Co Copinha; CL - 09, provenientes da cultivar Paulistinha
Branca; CL - 13 e CL - 14, provenientes da cultivar Roxa de Rama Fina; CL - 02,
proveniente da cultivar Co Branca; CL - 06, proveniente da cultivar 60 Dias; CL - 07,
proveniente da cultivar Copinha; e CL - 08, proveniente da cultivar Pixaim I. Será
utilizado o delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições. A partir dos 90
dias após o plantio e até a colheita dos tubérculos serão observados quinzenalmente os
danos causados pela presença de pragas e doenças, caso venham a ocorrer, para avaliação
do grau de resistência dos referidos clones de batata-doce. Aos 130 dias após o plantio,
na ocasião da colheita, será avaliado o rendimento dos clones (em kg ha-1), bem como
será feita uma caracterização dos tubérculos em termos de: peso (em g), diâmetro (em
cm) e comprimento (em cm). Com a pesquisa espera-se aumentar a produtividade de
batata-doce em Alagoas através da seleção de cultivares produtivas e adaptadas para a
região.

2 – INTRODUÇÃO

A batata-doce é a quarta hortaliça mais consumida no Brasil. É uma cultura


tropical e subtropical, rústica, de fácil manutenção. Apresenta boa resistência à seca e
ampla adaptação. O custo de produção é relativamente baixo, com investimentos
mínimos e de retornos elevados. É também uma das hortaliças com maior capacidade de
produzir energia por unidade de área e tempo (kcal ha-1 dia-1) (MIRANDA et al., 1995).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 30


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Fatores como a ocorrência de pragas e doenças, tecnologia de produção
inadequada e a falta de cultivares selecionadas são responsáveis pela baixa produtividade
média brasileira, que está em torno de 8,7 t ha-1 (SILVA e LOPES, 1995). Por outro lado,
_______________________
(1) Engo. Agro. Professor da Escola Agrícola de Jundiaí da UFRN. Aluno do Curso de Mestrado em
Agronomia: Produção Vegetal da UFAL.
(2) Engo. Agro., M. Sc., Dr. Professor Adjunto 4 do FIT-CECA/UFAL. Orientador.
(3) Engo. Agro. M. Sc., Dr. Professor Adjunto 4 do FIT-CECA/UFAL. Co-Orientador.

a situação em Alagoas é mais crítica, pois apresenta produtividade média de 7,7 t ha-1 e
não existem cultivares selecionadas para a região (FIBGE, 1999).
São poucos os trabalhos de pesquisas visando selecionar e recomendar cultivares
de batata-doce para diferentes regiões do país (SILVA e LOPES, 1995). Sabe-se que
tanto a introdução como a obtenção de novas cultivares, de qualquer espécie cultivada,
constitui um trabalho contínuo e dinâmico, pois as novas cultivares selecionadas
permanecem em uso durante um número variável de anos, para por sua vez serem
substituídas por outras superiores.
Por outro lado, a avaliação de genótipos superiores é feita geralmente a partir de
uma análise de variância e comparação de médias para cada variável. Contudo, seria
importante também incluir a análise de um parâmetro genético que venha dar suporte aos
resultados alcançados. Um dos parâmetros genéticos mais usados é o coeficiente de
determinação genotípica, pois o seu conhecimento para um dado caráter permite a
quantificação da relação entre o desempenho das plantas-mães e suas progênies em
gerações subseqüentes. Além disso, o seu conhecimento permite estabelecer os objetivos
principais a serem alcançados em programas de melhoramento de plantas
(GONÇALVES et al., 1983).
Considerando-se estes fatos e a extrema necessidade do Estado de Alagoas
expandir o seu potencial produtivo de hortigranjeiro, faz-se necessário um estudo no
sentido de obter para a região, através do melhoramento genético de plantas, cultivares de
batata-doce adaptadas, com boas características agronômicas, elevada capacidade
produtiva e resistência às principais pragas e doenças que assolam a cultura. Isto decerto,
irá contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico da região.

3 – OBJETIVO

Avaliar clones de batata-doce desenvolvidos em Alagoas, mediante análise de


variância, comparação de médias e coeficiente de determinação genotípica para cada
caráter, nas condições de solo e clima de Rio Largo-AL.

4 – META

Avaliar 14 clones de batata-doce desenvolvidos em Alagoas, mediante análise de


variância, comparação de médias e coeficiente de determinação genotípica para oito
caracteres, nas condições de solo e clima de Rio Largo-AL, no ano de 1999.

5 – HIPÓTESE CIENTÍFICA

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 31


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A baixa produtividade de batata-doce em Alagoas é conseqüência da ausência de
cultivares produtivas e adaptadas para a região.

6 – REVISÃO DE LITERATURA

6.1 – Aspectos Gerais da Cultura da Batata-Doce

A batata-doce tem sua origem muito discutida, no entanto a maioria das


autoridades opina pela origem americana (BRAGA, 1976).
Pertence a classe das dicotiledôneas, família das convolvuláceas, gênero Ipomoea
e espécie Ipomoea batatas (L.) Lam. (BARRERA, 1989)
É uma planta herbácea, de crescimento rasteiro, podendo suas ramas atingir de
dois a três metros, em algumas variedades pode chegar até dez metros de comprimento,
com coloração que variam de verde claro, escuro a roxo e diâmetro variando de cinco a
oito milímetros. Suas folhas podem ser classificadas como lobos profundos, lobos rasos e
folhas inteiras, com coloração de verde claro, escuro e até roxo. O comprimento do
pecíolo varia de sete a 25 cm. As flores são grandes com cinco pétalas, apresentando
coloração branca, rósea ou arroxeada. O fruto é uma cápsula em forma de globo,
contendo quatro lóculos onde se localizam as sementes, que possuem forma achatada,
angulosa e negra, medindo cerca de três milímetros de comprimento, coberta por uma
película escura e resistente, causando um baixo poder germinativo. O sistema radicular é
formado por uma raiz principal não tuberosa, e por um número pequeno de raízes
secundárias, laterais, sendo que algumas dessas últimas se transformam em raízes
tuberosas. As cultivares que têm maior aceitação no comércio, são aquelas que
apresentam epiderme rosa, roxa ou branca e a polpa branca ou creme (BARRERA,
1989).
O crescimento e desenvolvimento da batata-doce são constituídos por três fases:
Uma fase inicial, caracterizada pelo crescimento lento da parte aérea (ramos e folhas) e
raízes absorventes; uma fase intermediária, onde a taxa de crescimento da parte aérea e
das raízes absorventes é elevado e onde também ocorre o início da formação e
crescimento das raízes tuberosas e uma fase final, caracterizada pela redução na taxa de
crescimento da parte aérea e das raízes absorventes e um rápido crescimento das raízes
tuberosas (SILVA e LOPES, 1995).
É uma planta tropical, preferindo clima quente, alta luminosidade, fotoperíodo
longo e com temperaturas em torno de 24 0C e não tolera geadas; produz bem em regiões
onde ocorrem precipitações entre 750 a 1.000 mm/ano ou 500 a 600 mm bem distribuídos
durante o ciclo da cultura. Entretanto, não tolera encharcamento, pois pode causar raízes
tuberosas finas e alongadas, quando há excesso de umidade (MIRANDA et al., 1995).
Estudos desenvolvidos por MIRANDA et al. (1995) mostram que a batata-doce
desenvolve-se bem em qualquer tipo de solo, entretanto consideram-se como ideais os
solos mais leves, soltos, bem drenados, de média a alta fertilidade, bem estruturados e
com boa aeração. Nesses solos as raízes são mais uniformes, apresenta pouca aderência a
terra na superfície e tendo melhor aparência. Os solos argilosos, excessivamente
compactados, úmidos e frios, provocam deformações nos tubérculos. Um excesso de
nitrogênio no solo provoca um crescimento vegetativo exagerado. Sendo muito tolerante
a acidez do solo, produz bem em solos com pH entre 5,6 a 6,5. As exigências minerais da
cultura são em ordem decrescente: potássio, nitrogênio, fósforo, cálcio e magnésio.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 32


33
A propagação da batata-doce se dá através de sementes botânicas, batatas, ramas,
mudas, enraizamento de folhas destacadas ou cultura de tecidos. A formação de viveiros
para a produção de mudas ou ramas é o método mais recomendado comercialmente,
segundo SILVA e LOPES (1995).
Existe um grande número de cultivares de batata-doce no Brasil como em outros
países. Em quase todos os estados brasileiros somam-se dezenas de cultivares desses
tubérculos (BARRERA, 1989). A recomendação dessas cultivares estão estreitamente
relacionadas ao local e época de plantio, à adubação, à finalidade do cultivo e à
preferência do mercado consumidor. Algumas regiões têm indicações próprias, tais
como: Balão, Três Quinas e Jambo (Manaus, AM); Gonçalves, Variedade 14, Arroba e
Peçanha Branca (MG); Americana e Rama Roxa (Porto Alegre e regiões próximas, RS);
Rosinha do Verdan (RJ); Ourinho e Batata-Salsa (SE); Rainha e Japonesa (PA);
Brasilândia Rosada e Coquinho (Brasília, DF), entre outras. É comum encontrar uma
cultivar com nomes diferentes, ou diferentes cultivares com o mesmo nome. Existem, por
exemplo, dezenas de cultivares com o nome de rainha (MIRANDA et al., 1995).
A época de plantio varia em função das condições locais (temperatura,
luminosidade, fotoperíodo) e da cultivar (precocidade, vigor e tipo de planta). Deve-se
considerar ainda a disponibilidade ou não de equipamento de irrigação. Os espaçamentos
mais utilizados para o plantio variam de 80 a 100 cm entre leiras e 25 a 45 cm entre
plantas, com leiras de 20 a 30 cm de altura (SILVA e LOPES, 1995).
As ramas ou pedaços de hastes utilizados para o plantio comercial de batata-
doce, devem ter de oito a dez entrenós e serem obtidas de viveiros feitos com batatas ou
lavouras novas (até 90 dias), enterrando de três a quatro entrenós da base da rama no topo
da leira (MIRANDA et al., 1995).
A irrigação é recomendada quando os plantios forem feitos em épocas de seca ou
quando ocorrerem longos períodos de estiagem. O período crítico da cultura é os
primeiros 40 dias após o plantio, quando a superfície do solo deve estar com um bom teor
de umidade para promover um bom pegamento das ramas e um bom desenvolvimento
vegetativo. Também nos últimos 40 dias antes da colheita, não deve faltar água no solo
para haver uma boa formação das raízes tuberosas. A irrigação poderá ser feita tanto por
aspersão como por sulcos, observando certos cuidados neste último (declividade, tipo de
solo, etc.) (SILVA e LOPES, 1995).
Segundo SILVA e LOPES (1995), o replantio deve ser feito até 15 dias após o
plantio, quando ocorrer mais de 12 a 15 % de falhas. Deve-se manter a plantação livre de
plantas invasoras, principalmente nos primeiros 45 dias após o plantio, época de maior
competição por água, luz, nutrientes e espaço físico entre a cultura e as ervas. Evitar
plantios sucessivos de batata-doce em um mesmo local por mais de dois anos, pois
aumenta a incidência de pragas e doenças e provocam queda de produtividade devido ao
desbalanceamento dos minerais no solo. E na destruição da soqueira após a colheita,
orientam aplicar 2 kg/ha do ingrediente ativo de glifosato, promove um bom controle. A
adição de uréia a 0,5 % à calda melhora a atividade do herbicida. Após três a quatro
semanas fazer catação manual dos tubérculos e raizames remanescentes.
A época de colheita depende da finalidade da cultura, mesa, indústria ou
alimentação animal, geralmente se colhe entre quatro e cinco meses. Esta pode ser feita
manual (enxadas, enxadões) ou mecanizada com equipamentos próprios acoplados a
tratores. De início, faz-se a retirada da ramagem, posteriormente procede-se o arranquio
dos tubérculos, deixando-os expostos ao sol por meia a três horas para secar, quanto
maior a temperatura, menor será o tempo de exposição. Depois, leva-se os tubérculos
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 33
34
para o galpão onde se procede o escovamento para a retirada da terra aderida,
classificação, embalamento e armazenamento. Sendo necessário a prática da cura para
uma melhor conservação do produto. Nesta, a temperatura ambiente deve está entre 28 a
30 oC e alta umidade relativa do ar (85 a 90 %) por quatro a sete dias, após este período
as batatas podem ser conservadas em locais com temperaturas mais amenas (13 a 16 oC),
e alta umidade relativa do ar (85 a 90 %) e boa aeração. Com esse tratamento a batata
pode ser conservada por 100 dias ou mais (MIRANDA et al., 1995).
De acordo com SILVA e LOPES (1995), as principais pragas que afetam a
cultura da batata-doce são:
Broca da raiz (Euscepes postfasciatus) - os adultos medem de três a cinco
milímetros de comprimento, têm coloração geral marrom ou castanha, com uma mancha
transversal sobre os élitros. Este inseto pode aparecer durante todo ciclo da cultura. Suas
larvas são de cor branca ligeiramente encurvadas e ápodas, danificando as raízes tanto
interna como externamente, desvalorizando-as para o comércio. As galerias abertas pelas
larvas alteram o aspecto físico, odor e o sabor das raízes, tornando-as imprestáveis para o
consumo humano e até mesmo animal.
Vaquinha ou bicho-alfinete (Diabrótica speciosa) – o adulto é um besourinho de
cor verde, com cinco a oito milímetros de comprimento, que se caracteriza pelas manchas
amarelas localizadas nos élitros. As larvas são geralmente brancas, chegam a alcançar até
dez milímetros de comprimento, fazendo pequenos furos superficiais na raiz tuberosa,
depreciando-a comercialmente, além de facilitar a entrada de patógenos como fungos e
bactérias. Os adultos eventualmente podem danificar as folhas pela destruição do limbo
folias.
Existem outras espécies de vaquinhas como: Sternocolaspis quatuordecimcosta,
Diabrotica bivitula. Os danos são os mesmos causados pela D. speciosa.
Besouro „Larva-arame‟ (Conoderus sp.) – os besouros têm coloração castanha ou
marrom, corpo alongado e achatado e média de 15 a 25 mm, As larvas são marrom-claras
ou escuras, cilíndricas fortemente quitinizadas, (duras como couraças), medem até 20
mm, provocando furos de até cinco milímetros de diâmetro, que são relativamente
fundos, diminuindo o valor comercial e facilitando a entrada de fungos e bactérias.
Broca-do-coleto (Megastes pusialis) – os adultos são mariposas pardo-escuras e
medem até 45 mm de envergadura. As fêmeas depositam seus ovos no caule e haste da
planta. Ao eclodirem, as larvas penetram no interior das ramas, escavando galerias. No
último ínstar, as larvas alcançam 40 a 50 mm de comprimento e têm coloração
predominantemente rosada, com pontuações dorsais negras. Geralmente as lagartas
empupam dentro das hastes. Um sintoma visual característico é o murchamento das
folhas e ramas.
Existem outros insetos como besourinhos, pulgões, bicho-bolo, cigarrinhas,
lagarta rosca e outras lagartas da folhagem que causam danos eventuais, de importância
econômica secundária.
Como medidas gerais de controle das pragas, citam-se: plantar cultivares
resistentes a pragas do solo; fazer rotação de cultura; plantar ramas produzidas em
viveiros; fazer amontoa adequada para diminuir os danos causados pelos insetos do solo;
colher as batatas antes de 130 dias após o plantio para evitar danos de insetos do solo,
roedores e eliminar ou queimar os restos culturais para evitar a proliferação dos insetos.
Com relação às principais doenças da batata-doce, SILVA e LOPES (1995)
citam as seguintes:
a) Doenças provocadas por fungos:
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 34
35
Mal-do-pé (Plenodomus destruens) – inicialmente os sintomas aparecem no
caule ao nível do solo, com pequenos pontos escuros, que vão aumentando de tamanho
até tomar toda base da planta que fica enegrecida. Como conseqüência, a planta murcha e
morre.
Ferrugem branca (Albugo ipomoea – panduratae) – se manifesta com pequenas
manchas amareladas na parte superior das folhas e com pústulas esbranquiçadas na parte
inferior. Posteriormente as áreas afetadas ficam deformadas, como se fossem bolhas. O
sintoma também pode aparecer no caule.
Mancha-de-alternária (Alternária spp.) – o sintoma principal é o amarelecimento
das folhas, ocasionado pela toxina liberada pelo fungo em desenvolvimento, lesões no
limbo e pecíolo foliares.
Mancha-parda (Phyllosticta batatas) – ataca somente as folhas formando
manchas arredondadas com bordas marrons e centro cor de palha, onde podem ser
observados pequenos pontos negros, que são estrutura do fungo. As vezes as lesões se
desprendem deixando a folha furada.
Sarna (Monilochaestes infuscans) – ataca somente as raízes, deixando manchas
escuras na película, não atingindo a polpa, no entanto diminui o seu valor comercial.
Podridão-mole (Rhizopus sp.) – ocorre principalmente após a colheita, podendo
também se apresentar antes. A raiz afetada pode ser facilmente quebrada e não apresenta
mal cheiro. No armazém as batatas atacadas apresentam um mofo preto que se propaga
facilmente para outras raízes.
b) Doenças provocadas por vírus:
Mosaico comum (Feathery mottle ou vírus do mosqueado) – os sintomas são
pequeno crescimento das folhas, folhas estreitas e amareladas. O pulgão é o principal
transmissor do vírus.
Micoplasmose (Conhecida como doença do enraizamento) – a planta apresenta
superbrotação e deformação do limbo foliar.
c) Doenças provocadas por nematóides:
Rachaduras longitudinais em raízes são sintomas do ataque do nematóide do
gênero Meloidogyne, embora não sejam os únicos causadores dessas doenças.
Como medidas gerais de controle das doenças, citam-se: plantar apenas ramas ou
mudas sadias; fazer viveiro para produção de mudas a partir de mudas sadias e
selecionadas; eliminar as plantas que possam ainda aparecer doentes no viveiro; plantar
cultivares resistentes e bem adaptados à região; na retirada das ramas evitar aquelas
próximas ao colo da planta mãe; fazer tratamento sanitário do viveiro com fungicidas e
inseticidas; evitar o plantio em local muito úmido ou mal drenado e adubar as plantas de
forma balanceada, evitando principalmente o excesso de nitrogênio.
d) Distúrbios fisiológicos:
Rachaduras – causadas por alta umidade do solo, seguida por longos períodos de
seca;
Escaldadura – causada pela exposição das raízes ao sol ou geadas;
Coração duro – raízes expostas a temperatura menores de 8 – 10 oC causa polpa
dura após o cozimento.
Fasciação – fatores ainda desconhecidos causam achatamento do caule.

6.2 – Melhoramento Genético na Cultura da Batata-Doce:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 35


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Apesar do aumento da produtividade agrícola ter se tornado o objetivo principal
do melhoramento genético de plantas, não se pode desprezar a qualidade dos produtos
agrícolas produzidos, nem tão pouco os outros objetivos relacionado com as necessidades
do ser humano.
No caso da batata-doce, como ela pode ser utilizada para diversas finalidades,
segundo COSTA e PINTO (1977), os objetivos irão variar de acordo com a finalidade,
mas de um modo geral os seguintes caracteres devem ser considerados: alto rendimento
de raízes tuberosas; grande conteúdo de beta-caroteno; boas qualidades culinárias que
incluem condições para panificação, cozimento, doces, etc.; obtenção de raízes com
formato ideal; boa capacidade de armazenamento; alto conteúdo de matéria seca; com
resistência as principais pragas e doenças; resistência a nematóides; entre outros.
Existe, no Brasil, um número elevado de cultivares de batata-doce, com enorme
diversidade genética entre elas. Esta diversidade costuma se apresentar não só de uma
cultivar para outra, como também entre diferentes campos de lavoura de uma mesma
cultivar e algumas vezes, até mesmo dentro de uma mesma planta – que não raro pode
apresentar no mesmo pé, folhas diferentes, no começo e na ponta da rama. Essa
capacidade de sofrer mudanças é dada através de mutações genéticas (mutações-
somáticas) e também através de cruzamentos espontâneos. É exatamente neste ponto que
o papel do pesquisador-melhorista pode ser de máxima importância. Estudando as
mutações que ocorrem na natureza e muitas vezes tentando cruzar as diferentes cultivares
que já provaram ser de alta produtividade e resistência, poderá desenvolver em poucos
anos aquilo que dentro da natureza levaria décadas ou até mesmo séculos (BARRERA,
1989).
Segundo ALLEM (1988), a substituição regional de variedades primitivas por
variedades comerciais já é uma realidade para um sem número de grãos, especialmente
cereais. A mesma tendência começa a esborçar-se para culturas de raízes e tubérculos,
tradicionalmente propagadas por via clonal. A sugestão de que o agricultor adote formas
vegetais melhoradas está correta em tese, mas é importante reconhecer-se que tal política
implica numa redução da variabilidade genética da cultura, a não ser que medidas
paliativas sejam tomadas para minorar o problema. E a principal delas é a multiplicação,
caracterização e conservação deste germoplasma em vias de perda em coleção de
germoplasma.
ALLEM (1988) cita ainda que a maioria das cultivares de batata-doce é auto-
estéril, apresentando alta percentagem de auto-incompatibilidade. A polinização natural
por abelhas permite que dois progenitores auto-incompatíveis possam produzir sementes
(JONES, 1980). E a maneira de se preservar a variabilidade genética a longo prazo é
melhor conseguida através do armazenamento de sementes verdadeiras (YEN, 1970), as
quais conservam-se bem por períodos de até 20 anos (JONES, 1980; JONES e DUKES,
1982). Além disso, programas de melhoramento genético baseiam-se principalmente na
seleção de variedades clonais produzidas a partir de plântulas (MARTIN, 1983).
Em relação aos métodos de melhoramento, nas espécies propagadas
assexuadamente são utilizados os seguintes: seleção clonal, autofecundação, hibridação e
policruzamento. No caso particular da batata-doce, por ser uma espécie auto-
incompatível, o método mais adequado de melhoramento parece ser o da hibridação. O
referido método consiste no cruzamento entre duas populações clonais, plantio das
sementes botânicas e seleção das plantas individuais, retirada das mesmas dos órgãos
vegetativos usados na multiplicação da espécie, avaliação dos clones em ensaios de
campo e seleção dos mais satisfatórios, os quais irão constituir as novas variedades. Este
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 36
37
método se baseia no fato de que o cruzamento praticado em plantas propagadas
assexualmente já libera a variabilidade genética presente na população na geração
seguinte, uma vez que tais plantas são altamente heterozigóticas, dando imediata
oportunidade à seleção. Além disso, conforme BORÉM (1997), o trabalho do
fitomelhorista pode ser facilitado, uma vez que identificado um tipo superior, ele pode ser
perpetuado, mantendo a sua identidade genética. Por essa razão, segundo ALLARD
(1971), o melhoramento das espécies propagadas assexuadamente é, em certos aspectos,
menos complicado do que o melhoramento de outras espécies.

7 – MATERIAL E MÉTODOS:

O experimento será realizado no Centro de Ciências Agrárias da Universidade


Federal de Alagoas, localizado no Campus Delza Gitaí, BR 104 Norte, km 85, Rio Largo
– Alagoas, no ano de 1999. O solo é classificado como Latossolo Vermelho de acordo
com JACOMINE et al. (1975). O município está situado a uma latitude de 9o 27‟S,
longitude de 35o 27‟W e uma altitude de 127 m acima do nível do mar, com temperaturas
médias de máxima 29 oC e mínima de 21 oC, e pluviosidade média anual de 1.267,7 mm
(CENTENO e KISHI, 1994).
Serão avaliados 14 clones da batata-doce, obtidos a partir de sementes botânicas
de populações de polinização livre, em novembro/97. São eles: CL - 01, CL - 03, CL -
04, CL - 05, CL - 10, CL - 11 e CL - 12, provenientes da cultivar Co Copinha; CL - 09,
proveniente da cultivar Paulistinha Branca; CL - 13 e CL - 14, provenientes da cultivar
Roxa de Rama Fina; CL - 02, proveniente da cultivar Co Branca; CL - 06, proveniente da
cultivar 60 Dias; CL - 07, proveniente da cultivar Copinha; e CL - 08, proveniente da
cultivar Pixaim I.
Será utilizado o delineamento em blocos casualizados, com 14 tratamentos e
quatro repetições. As parcelas experimentais serão constituídas por três leiras de 6,0 m de
comprimento com 0,30 m de altura cada, com 15 plantas por leira, no espaçamento de
0,80 m x 0,40 m, considerando-se como área útil a fileira central, avaliando-se sete
plantas alternativas e competitivas, a partir da segunda.
Antes do plantio, serão retiradas amostras do solo para análise química, visando a
correção da acidez, caso necessário; não será utilizado adubação química ou orgânica
para melhor caracterizar a situação atual do cultivo na região.
No plantio serão utilizadas ramas sadias com oito a dez entrenós, dos quais três a
quatro serão enterrados no topo da leira.
Serão efetuadas irrigações por aspersão quando necessárias, visto que tais clones
de batata-doce serão plantados no período de inverno.
As parcelas experimentais serão mantidas livres de ervas daninhas, através de
capinas manuais à enxada.
Não serão efetuados os controles de pragas e doenças que por ventura apareçam.
A partir dos 90 dias após o plantio e até a colheita dos tubérculos serão
observados quinzenalmente os danos causados pela presença de pragas e doenças, caso
venham a ocorrer, para avaliação do grau de resistência dos referidos clones de batata-
doce.
Aos 130 dias após o plantio, na ocasião da colheita, será avaliado o rendimento
dos clones (em kg ha-1), bem como será feito uma caracterização dos tubérculos em
termos de: peso (em g), diâmetro (em cm) e comprimento (em cm).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 37


38
As análises da variância do ensaio no delineamento em blocos casualizados
seguirão as recomendações de FERREIRA (1996). As comparações entre médias de
clones de batata-doce serão feitas pelo Teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.
Já as análises dos coeficientes de determinação genotípica serão feitas de acordo com
CRUZ (1994).

8 – BIBLIOGRAFIA

ALLARD. R. W. Princípios do melhoramento genético de plantas. Rio de Janeiro:


Editora Edgard Blucher Ltda.. 1971. 381p.
ALLEM, A. C. Recursos genéticos da batata-doce: situação atual e perspectivas. In:
SEMINÁRIO SOBRE A CULTURA DA BATATA-DOCE. 1988, Brasília. Anais.
Brasília: EMBRAPA, 1988. p. 37-54.
BARRERA, P. Batata doce. 2. ed. São Paulo: ÍCONE Editora Ltda. 1989. 93p.
BORÉM, A. Melhoramento de plantas. Viçosa: UFV. 1997. 547p.
BRAGA, R. Plantas do nordeste, especialmente do Ceará. 3. ed. Mossoró: Coleção
Mossoroense . v. XLII, 1976. p. 77-79.
COSTA, C. P. da e PINTO, C. A. B. P. Melhoramento de hortaliças. Piracicaba:
Departamento de Genética da ESALQ/USP. 1977. 319p. (Apostila).
CENTENO, J. A. S.; KISHI, R. T. Recursos hídricos do Estado de Alagoas. Maceió:
Secretaria de Planejamento, Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos. 1994.
41p.
CRUZ, C. D. Métodos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa, MG:
UFV, Imprensa Universitária. 1994. 390p.
FERREIRA, P. V. Estatística experimental aplicada à agronomia. 2. ed. Maceió:
EDUFAL. 1996. 606p.
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: Secretaria de Planejamento da Presidência
da República. v.59, p. 3-36, 1999.
GONÇALVES, P. de S.; ROSSETTI, A. G.; VALOIS, A. C. C.; VEIGAS, I. de J. M.
Coeficiente de determinação genotípica e possíveis ganhos genéticos para caracteres
utilizados na seleção de seringueira. Manaus: SUDHEVEA/EMBRAPA, 1983. 15p.
JACOMINE, P. K. T.; CAVALCANTE, A. C.; PESSOA, S. C. C.; SILVEIRA, C. O. da.
Levantamento exploratório-reconhecimento dos solos do Estado de Alagoas. Recife:
EMBRAPA, Centro de Pesquisas Pedológicas. 1975. 532p. (Boletim técnico, 35).
JONES, A. Sweet potato. In: FEHR, W. R. e HADLEY, H. H. (eds.) Hybridization of
crop plants. Madison: American Society of Agronomy, 1980. p. 645-655.
JONES A. e DUKES, P. D. Longevity of stored seed of sweet potato. Hortiscience. v.17,
p. 756-757, 1982.
MARTIN, F. W. Diferences in yield betweem potato seedlings and their derived clones.
Prop. Root & Tuber Crops Newsl.. v.14, p. 41-43, 1983.
MIRANDA, J. E. C.; FRANÇA, F. H.; CARRIJO, O. A.; SOUZA, A. F. PEREIRA, W.;
LOPES, C. A. e SILVA, J. B. C. A cultura da batata-doce. Brasília: EMBRAPA. 1995.
94p. (Coleção Plantar).
SILVA, J. B. C. e LOPES, C. A. Cultivo da batata-doce. 3. ed. Brasília:
EMBRAPA.1995. 18p. (Instruções Técnicas de CNPHortalilças–7).
YEN, D. E. Sweet potato. In: FRANKEL, O. H. e BENNETT, E. (eds.), Genetic
Resources in Plants. London: Brlackweel. 1970. p. 341-351.
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 38
39

9 - ORÇAMENTO DO PROJETO – ANO: 1999


1999 Valor Total (R$)
Natureza da Despesa
Quantidade Valor Unitário (R$)
Placa de identificação 01 5,00 5,00
Plaquetas 56 0,50 28,00
Preparo do solo 1,25 h/trat. 40,00 50,00
Plantio 5 d/h 8,00 40,00
Tratos culturais 3,25 d/h 8,00 26,40
Colheita 5,5 d/h 8,00 44,00
Kit irrigação 01 1.000,00 1.000,00
Total 1.193,40
Legenda: h/trat. : hora trator; d/h: dia homem.

10 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Atividades jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov dez
Revisão de Literatura
X X X
Elaboração do Projeto
X
Implantação do Projeto
X X
Tratos Culturais
X X X X

Coleta de Dados
X X X
Análise de Dados
X
Interpretação de Dados
X
Relatório Final
X

2.2 Instalação do Experimento

A instalação do experimento nada mais é do que o transporte para a prática


(campo, laboratório, casa-de-vegetação, estábulo, etc.) do que foi idealizado, estudado e
planejado. Esta etapa constitui o início da fase prática do experimento e deve ser
realizada com os mesmos cuidados e atenção com que foi elaborado o projeto
experimental.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 39


40
Na instalação do experimento, o pesquisador deve seguir à risca o que consta no
croqui, conforme apresentado na FIGURA 2.1. Contudo, quando algum fator (por
exemplo, condições locais de solo, topografia, etc.) impede a sua instalação da forma
como foi planejado, o pesquisador deve usar o bom senso para direcionar os trabalhos,
indicando a forma de instalação do experimento, sem afetar os objetivos básicos do
mesmo e sem reduzir a sua precisão.

FIGURA 2.1 – CROQUI DO EXPERIMENTO SOBRE “AVALIAÇÃO DE CLONES DE BATATA-


DOCE (Ipomoea batatas (L.) Lam.), EM RIO LARGO - ALAGOAS

33,6 m

BLOCO I
14 5 4 7 11 6 2 8 13 3 12 1 9 10 6,0 m

1,0 m

9 11 13 12 8 6 14 1 3 10 7 5 2 4 BLOCO II

12 5 3 10 1 13 8 2 4 7 6 9 14 11 BLOCO III

3 13 9 7 14 5 4 8 2 12 11 6 10 1 BLOCO IV

NOTAS: Tratamentos: 1 – CL 01; 2 – CL 02; 3 – CL 03; 4 – CL 04; 5 – CL 05; 6 – CL 06; 7 – CL 07;


8 – CL 08; 9 – CL 09; 10 – CL 10; 11 – CL 11; 12 – CL 12; 13 – CL 13; 14 – CL 14.
Área Total do Experimento: 907,2 m2. BLOCO V
2
Área do Bloco: 201,6 m .
Área da Parcela: 14,4 m2.
Número de Fileiras/Parcela: 3.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. BLOCO VI Página 40


41
Espaçamento: 0,80 m x 0,40 m.

Sempre que qualquer alteração seja feita no projeto para possibilitar a sua
instalação, a mesma deve ser transportada para o plano inicial, a fim de que o mesmo
sempre represente o que está sendo executado no campo, para possibilitar a interpretação
e divulgação dos resultados, principalmente nos projetos de longa duração.
Como a instalação do experimento constitui o início da sua fase prática, todo o
cuidado é pouco por parte do pesquisador, para se alcançar uma boa precisão do
experimento. Dessa forma, ele deve evitar os erros sistemáticos, aplicar corretamente os
princípios da experimentação e usar toda sua experiência para obter tal precisão
experimental.

2.3 Execução do Experimento

A execução do experimento é a forma de conduzir, no campo, laboratório, casa-


de-vegetação, estábulo, etc., o plano experimental. Esta etapa não obedece a normas
fixas, pelo contrário, é extremamente maleável, devendo adaptar-se às condições
encontradas, procurando obter sempre o máximo de informações e de eficiência.
Na execução do experimento, o pesquisador deve anotar pessoalmente os dados e
observações do experimento em fichas, anexadas em um caderno de campo para não
perdê-los. Alguns modelos dessas fichas serão apresentados a seguir.

Ficha de Observação de Campo

Ano Agrícola: ________


Projeto: __________________________________________________________________
Experimento: ______________________________________________________________
Local de
Execução:_________________________________________________________________
(contagem após

(contagem após
Plântulas (data)
Emergência de

Aparecimento

Aparecimento
dos 1os Frutos
das 1as Flores

(mensurações
Nº da Parcela

Altura Média
Stand Inicial

Stand Final

no final da
colheitas)
desbaste)

de Planta

colheita)

Tratamento
(data)

(data)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 41


42

Ficha de Manejo Cultural


Ano Agrícola ______

Projeto: _________________________________________________________
Experimento: _____________________________________________________
Local de Execução: ________________________________________________
Textura do Solo: ________________________ pH do Solo: ______________
Análise de Nutrientes do Solo:________________________________________
Exposição do Campo: ______________________________________________
Semeadura (data): ______ Transplante (data):______ Desbaste (data): _______

Controle de Pragas

Data Produto Praga Combatida (Nomes Eficiência de


Utilizado vulgar e científico) Controle
I R B

Controle de Doenças

Data Produto Doença Combatida (Nome Eficiência de


Utilizado da doença e agente causal) Controle
I R B

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 42


43

Ficha de Tabulação
Ano Agrícola ________
Projeto: _________________________________________________________
Experimento: _____________________________________________________
Local de Execução: ________________________________________________

Períodos (dias) Produção (em g)


Nº de Parcela

Rendimento
Emergência à

Emergência à

Emergência à
de Plântulas

Frutificação
Emergência

Tratamento
1a Colheita

2a Colheita

3a Colheita
Floração

kg/ha
Colheita
Última

Total

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 43


44

Ficha de Acompanhamento Mensal de Projeto de Pesquisa

Mês/Ano:_______

Título:_____________________________________________________
Elaborador do Projeto: ________________________________________
Executor do Projeto: _________________________________________
Ano de Início: ___ Experimentos: a) Previstos: ____ b) Instalados:____
__________________________________________________________

Resumo descritivo das realizações no mês - por experimento


(observações realizadas, dificuldades encontradas, providências tomadas,
aspectos técnicos mais importantes, sugestões e outras informações).
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
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Mais detalhes a respeito da execução do experimento poderá ser obtido no


capítulo anterior.

2.4 Análise Estatística dos Dados Experimentais

A análise estatística dos dados experimentais é uma fase muito importante do


experimento, pois é nela que se verifica se os tratamentos avaliados são ou não
diferentes.
Vários métodos são utilizados na análise estatística de experimentos, os quais
serão objeto de outros capítulos.
Independentemente do método a ser utilizado na análise estatística do
experimento, o pesquisador deve ter em mente os seguintes pontos:
a) Antes de efetuar a análise de variância nos dados experimentais, ele deve
verificar se os mesmos atendem às suposições da análise de variância (os efeitos devem
ser aditivos, os erros devem ser independentes, devem apresentar distribuição normal e as
suas variâncias devem ser homogêneas), sob pena das conclusões obtidas não terem
validade.
b) No processo de análise estatística dos dados experimentais, o sistema de
aproximação dos dados poderá aumentar o erro experimental. Em função disso, não é
recomendado aproximar os dados durante a análise estatística, e sim no final da mesma,
deixando-se no mínimo, quatro casas decimais.
c) Quando analisar quaisquer dados deverá dar ênfase aos resultados biológicos e
não aos métodos estatísticos. Não incluir no trabalho detalhes matemáticos
desnecessários.

2.5 Interpretação dos Resultados

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 45


46
A interpretação dos resultados experimentais submetidos à análise estatística
constitui uma das etapas fundamentais do plano de pesquisa.
Através do exame dos resultados parciais verifica-se se a pesquisa está se
desenvolvendo satisfatoriamente, ou se existe algo errado e que deve ser corrigido. Por
exemplo, em um experimento na cultura do milho, o crescimento das plantas, a coloração
e a turgescência das folhas, a umidade do solo, a temperatura ambiente, as precipitações
pluviais, a ocorrência de insetos-praga e doenças nos diferentes tratamentos, etc.,
fornecem informações muito valiosas sobre o desenrolar do experimento. A interpretação
desses resultados parciais, no momento em que ocorrem, permite melhor compreensão do
fato e facilita as conclusões finais.
A exposição pura e simples dos resultados obtidos no experimento, mesmo
quando acompanhados de análise estatística, não merece o título de pesquisa. Para que
isso ocorra, é necessário que se faça a interpretação dos resultados para se chegar a um
fato novo; é necessário que se chegue a uma conclusão nova, que venha solucionar um
problema técnico ou prático.
A interpretação de resultados que conduza somente a conclusões específicas, sem
possibilidades de generalização, indica que a pesquisa ainda não terminou, devendo
serem pesquisados outros aspectos. Por exemplo, no caso da irrigação na cultura do
milho, os dados disponíveis até o momento se mostram desfavoráveis a essa prática, da
forma e nas condições em que vem sendo realizada. Tal pesquisa estará concluída apenas
quando, analisados e interpretados os dados de irrigação, temperatura, precipitação
pluvial, etc., se puder concluir sobre os fatores que tornam a irrigação desaconselhável no
lugar e nas condições em que vem sendo realizada, e em que condições de solo e clima a
irrigação na cultura de milho poderia ser economicamente praticada.
Os resultados de qualquer pesquisa devem ser profunda e meticulosamente
analisados e interpretados, constituindo as conclusões e sua meta fundamental.

2.6 Elaboração do Relatório Final

Um projeto de pesquisa somente poderá ser considerado concluído quando gerar


algum produto ou as informações obtidas tenham domínio público. Em função disso, o
pesquisador deve elaborar o relatório final, tanto para atender as exigências da instituição
financiadora do projeto de pesquisa como para ser publicado numa revista especializada,
bem como apresentá-lo em reuniões científicas, congresso ou similares.
De um modo geral, na elaboração do relatório final, deve ser especificado os
seguintes itens:
a) Título - Deve ser redigido com bastante cuidado para indicar precisamente
qual o conteúdo do trabalho científico. É aqui onde mais se exige clareza e concisão por
parte do pesquisador. Lembre-se que o título deve ser bem ajustado ao objetivo do
trabalho científico.
Os serviços de indexação e de publicação de resumos (abstracts) solicitam títulos
curtos e específicos, incluindo a natureza do estudo e os organismos envolvidos.
Algumas revistas não permitem mais que dez palavras, outras limitam o título a noventa
caracteres e espaços. Se for necessário ultrapassar esses limites, desdobre-o em título e
subtítulo.
Deve ser evitadas generalidades ou idéias vagas, conforme visto na etapa
“Elaboração do Projeto”. Também, deve ser evitado expressões supérfluas como:
“investigação sobre ...”, “estudo de ...”, “efeito de ...”, “influência da ...”, “contribuição
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 46
47
para ...”, “sobre a natureza de ...”, “aspectos de ...”, “introdução ao estudo de ...”, “análise
preliminar de ...”, etc..
Sugere-se não inclui: nome científico da espécie juntamente com nome vulgar,
especialmente se essa já é bem conhecida, optar pelo nome vulgar; abreviaturas; época
em que foi desenvolvido o experimento (data), a não ser que faça parte dos objetivos;
fórmulas químicas; uso de aspas, barras ou versus (x).
b) Autoria - O nome do autor (ou autores) deve constar logo abaixo do título, à
direita do mesmo. Deve ser iniciado, preferencialmente, pelo sobrenome todo em letras
maiúsculas, seguido pelas iniciais do nome. Há revistas que publicam o título do autor
(ou autores), o nome da Instituição onde foi realizado o trabalho, ou ambos, logo abaixo
do nome do mesmo. Outras preferem trazer essas indicações em rodapé, na primeira
página do relatório de pesquisa (artigo científico), o que assegura certa economia de
espaço. Nesse caso, faz-se uma chamada por meio de asteriscos, ou melhor, de números-
indíces entre parênteses.
Parece-nos supérfluo acrescentar que os nomes figurando no cabeçalho de um
relatório de pesquisa devem ser estritamente os dos autores efetivos do trabalho; aqueles
que participam do planejamento, instalação e execução do experimento, análise
estatística dos dados experimentais e interpretação dos resultados são, em maior ou
menor grau, autores intelectuais do trabalho. Essa classificação depende da importância
da contribuição no trabalho científico, ou seja, o pesquisador que mais contribuiu tem seu
nome em primeiro lugar. Consentir na inclusão de seu nome em outras circunstâncias ou
a outro título, ou colocar nomes de terceiros que não preencham aqueles requisitos, é
infringir a ética do trabalho científico e contribuir para a corrupção dos costumes nesse
domínio.
Toda colaboração, ajuda material, apoio moral, críticas, etc., recebidos de outras
pessoas devem ser referidos nos “Agradecimentos”, no fim do trabalho científico e antes
das referências bibliográficas, de uma forma clara e objetiva.
c) Resumo - O resumo é a apresentação concisa e freqüentemente seletiva do
texto, pondo em relevo os elementos de maior interesse e importância, ou seja, a natureza
do assunto pesquisado, os resultados importantes obtidos e as conclusões principais a que
se chegou.
A finalidade do resumo é difundir o mais amplamente as informações (quer
diretamente, quer através de sua reprodução nos periódicos especializados em resumos,
ou de sua incorporação ao acervo dos serviços de comunicação) e permitir a quem lê,
decidir sobre a conveniência de consultar o texto completo. Por isso, ele deve ser bem
redigido, até porque se espera que ele seja lido cerca de 50 a 500 vezes mais do que o
trabalho científico na íntegra.
Deve ser redigido na forma impessoal do tratamento gramatical, bem como deve
ser evitado usar frases como: são descritos e será apresentado. Quanto à sua extensão,
não deve ir além de duzentas palavras, para permitir que, depois de impresso, possa
constar de uma ficha de 12,5 cm por 7,5 cm.
d) Abstract - O abstract corresponde à tradução do resumo para o inglês, em
função da necessidade de uma língua de grande penetração nos meios especializados. Se
o trabalho científico for apresentado em língua estrangeira (que não o espanhol), esse
resumo será em português.
Este tópico assume o papel de divulgador internacional das contribuições
científicas.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 47


48
e) Introdução - Nela deve conter, pela ordem: natureza e importância do assunto
pesquisado, evolução e situação do problema, e identificação dos objetivos do trabalho
científico. Quase todas as observações sobre a redação da introdução do projeto de
pesquisa são válidas aqui.
Quanto à natureza e importância do assunto pesquisado, deve ser focalizados o
problema com indicação daqueles fatos ou situações que evidenciem sua importância.
Por exemplo, se o assunto é aumento da proteína em milho, mostrar porque é importante
que esse cereal tenha maior teor de proteína.
Na evolução e situação do problema, deve ser feito um levantamento dos estudos
já feitos sobre o problema por outros pesquisadores, (revisão bibliográfica), de modo que
mostre a real situação do problema na literatura nacional e estrangeira, na época em que
se planejou a pesquisa. Contudo, extensas revisões da literatura não têm sentido, devendo
ser substituídas por referências aos trabalhos mais recentes e mais importantes. Quando é
um assunto muito pesquisado e há inúmeras literaturas a esse respeito, cite três, no
máximo quatro delas.
Na identificação dos objetivos do trabalho científico, deve ser exposto
claramente as questões que foram respondidas pela pesquisa.
f) Material e Métodos - O material e métodos deve ser feito da mesma maneira
como visto na etapa “Elaboração do Projeto”, alterando apenas o tempo do verbo, do
futuro para o passado. Além disso, a descrição dos métodos usados deve ser breve, porém
suficiente para possibilitar a outros pesquisadores repetir a investigação; processo e
técnicas já publicados devem ser apenas referidos por citação, sendo necessário detalhar
no caso de serem novos ou pouco usual.
g) Resultados e Discussão - Primeiramente, deve ser apresentado os resultados
que se encontram em uma tabela (ou quadro) ou figura (gráfico, desenho, mapa,
fotografia, etc.) de forma objetiva, exata, clara e lógica, com o mínimo possível de
discussão ou interpretação pessoal.
As tabelas e/ou figuras poderão vir logo após a apresentação dos resultados ou no
final do trabalho científico.
Posteriormente, é feita a discussão dos dados obtidos e dos resultados alcançados
à luz da experiência do pesquisador, ligando os novos achados aos conhecimentos
anteriores.
Lembre-se de que, na apresentação dos resultados, se os dados forem numéricos,
os mesmos devem vir acompanhados de análise estatística, sempre que conveniente.
Não apresente separadamente os resultados de uma grande número de
observações similares ou experiências equivalentes, tal como analisar as características
de uma população. As informações adequadas podem estar todas compreendidas, via de
regra, quando se fornecem: o número de observações; a média aritmética dos valores; o
desvio padrão e/ou erro padrão da média.
Tais informações podem constar do texto ou das tabelas, da seguinte forma: 275
 2,8 (12), onde 275 representa a média,  2,8 representa o desvio padrão ou erro
padrão da média (indicar qual) e (12) corresponde ao número de observações, caso esse
já não conste de outra coluna da tabela.
Quando forem apresentadas diferenças entre médias (ou outros dados
estatísticos) de tratamentos, aplique o teste de significância mais adequado.
Na discussão dos resultados, o autor (ou autores) deve:
g.1) estabelecer relações entre causas e efeitos;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 48


49
g.2) deduzir as generalizações e princípios básicos que tenham comprovação nas
observações experimentais;
g.3) esclarecer as exceções, modificações e contradições das hipóteses, teorias e
princípios diretamente relacionados com o trabalho realizado;
g.4) indicar as aplicações teóricas ou práticas dos resultados obtidos, bem como
as suas limitações;
g.5) procurar elaborar, quando possível, uma teoria para explicar certas
observações ou resultados obtidos;
g.6) sugerir, quando for o caso, novas pesquisas, tendo em vista à experiência
adquirida no desenvolvimento do trabalho e visando à sua complementação.
Além da discussão dos resultados entre si, cabe a discussão diante da literatura,
isto é, a comparação dos resultados obtidos com os dos autores citados. Cabe ao autor (ou
autores) definir se seus resultados confirmam, eqüivalem ou desmentem os dos outros
trabalhos mencionados.
Jamais ofereça argumentos ou provas que se baseiam em comunicações privadas
ou publicações de caráter restrito. Ainda que se tolerem alusões e entrevistas orais ou a
comunicações pessoais, elas não devem justificar afirmações ou conclusões apoiadas em
fatos não comprovados pelo autor (ou autores).
h) Conclusões - Nela deve ser colocado os principais resultados obtidos com a
experimentação, de uma forma clara, objetiva, lógica e breve.
É aqui onde estão situadas as contribuições do autor (ou autores) para o avanço
da ciência, além do que elas poderão abrir perspectivas de novas pesquisas.
As conclusões, obviamente, têm que se basear somente em fatos comprovados.
Na redação dessa parte do trabalho científico devem ser evitadas expressões que
indiquem reserva ou ressalva, tais como: houve indícios, provavelmente, possivelmente,
etc..
Em alguns periódicos não consta o item Conclusões, sendo que as mesmas
aparecem em Resultados e Discussão.
i) Agradecimentos (Opcional) - Os agradecimentos devem ser feitos a pessoas
ou instituições que realmente colaboraram para o desenvolvimento do trabalho
científico.
Também, aqui, o estilo deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas quais se
fazem os agradecimentos.
Devem ser omitidos os agradecimentos a colaborações rotineiras, tais como:
datilografia, desenhos eventuais, trabalhos de impressão, etc..
j) Literatura Citada - As informações citadas pelo autor (ou autores) de um
trabalho científico, com o propósito de fundamentar, de comentar ou ilustrar as asserções
do texto e que já tenham sido publicadas (ou que estejam sabidamente em publicação),
deverão ser acompanhadas de referências, permitindo ao autor comprovar os fatos ou
ampliar seu conhecimento do assunto mediante a consulta nas fontes.
Evidentemente, essa finalidade só será atingida na medida em que a referência
for correta e apresentada de forma inequívoca para o leitor, devendo ainda atender às
conveniências dos serviços de bibliografia e bibliotecas, para evitar perda de tempo e
dificuldades na localização do artigo para consulta ou reprodução. Siga para isso as
normas internacionais instituídas pela Organização Internacional de Normalização e pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas e editadas pelo Instituto Brasileiro de
Bibliografia e Documentação.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 49


50
O próprio autor (ou autores) é quem deve compilar a bibliografia que irá citar,
nela incluindo os trabalhos que efetivamente consultou e na medida em que sejam
necessários à exposição de suas idéias ou resultados.
A seguir serão apresentados exemplos dos casos mais comuns de referenciação.
Na citação de artigos de periódicos, os seguintes elementos deverão aparecer,
pela ordem: sobrenome do(s) autor(es), iniciais do prenome (tudo em letras maiúsculas);
título do artigo; título do periódico (em negrito); local de publicação do periódico;
volume; número; páginas inicial e final do artigo; ano de publicação. Exemplo:

LOPES, M. E. B. M.; KIMATI, H. Avaliação da resistência de genótipos de girassol


(Helianthus annus L.) a Macrophomina phaseolina (Tass.) Goid. no Estado de São
Paulo. Summa Phytopathologica, Piracicaba, v. 13, n. 1/2, p. 133-141, 1987.

No caso de um livro, a citação deverá conter os seguintes elementos, pela


ordem: sobrenome do(s) autor(es) do capítulo, iniciais do pronome (tudo em letras
maiúsculas); título do livro (em negrito); número da edição (exceto a 1a); local da
publicação do livro; editora; ano de publicação; número do volume (quando houver);
número total de páginas. Exemplo:

BANZATTO, D. A.; KRONKA, S. N. Experimentação agrícola. Jaboticabal: FUNEP,


1989. 247p.

No caso de capítulo de livro, os seguintes elementos deverão constar na citação,


pela ordem: sobrenome do (s) autor (es), iniciais do prenome (tudo em letras maiúsculas);
título do capítulo ou parte referenciada; palavra In:; sobrenome do autor ou editor do
livro, iniciais do prenome (tudo em letras maiúsculas); título do livro (em negrito);
número da edição (exceto a 1a); local de publicação do livro; editora; ano de publicação;
número do volume (quando houver); número do capítulo e/ou página inicial e final da
parte referenciada. Exemplo:

BANDEL, B. Genética. In: PATERNIANI, E. Melhoramento e produção de milho


no Brasil. Piracicaba: Fundação Cargill, 1980. p. 97-121.

No caso de dissertação ou tese, a citação deverá conter os seguintes elementos,


pela ordem: sobrenome do autor, iniciais do prenome (tudo em maiúsculo); título da
dissertação ou tese (em negrito); local de apresentação (cidade); instituição onde a
dissertação ou tese foi defendida; ano da defesa; número de páginas; dissertação ou tese;
grau. Exemplo:

FERREIRA, P.V. Aspectos fisiológicos e implicações genéticas da cerosidade foliar


em cebola ( Allium cepa L.) Piracicaba: ESALQ, 1983. 101 p. Tese, Doutoramento.

No caso de eventos (congressos, simpósios, reuniões, etc.), a citação deverá


conter os seguintes elementos, pela ordem: nome do evento (todo em letras maiúsculas);
número, ano e local de realização do evento; título (em negrito); local de publicação;
editora; ano de publicação; número de páginas ou número de volumes. Exemplo:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 50


51
CONGRESSO BRASILEIRO DE NEMATOLOGIA, 12, 1988. Dourados. Resumos.
Dourados: Sociedade Brasileira de Nematologia, EMBRAPA/UEPAE de Dourados,
1988, 42 p.

No caso de parte de eventos, os seguintes elementos deverão aparecer, pela


ordem: sobrenome do(s) autor(es) do trabalho, iniciais do prenome (tudo em letras
maiúsculas); título do trabalho, palavra In:; nome do evento (todo em letras maiúsculas);
número, ano e local de realização do evento; título (em negrito); local de publicação;
editora; ano de publicação; página inicial e final da parte referenciada. Exemplo:

MELO, I.S. de. Controle biológico de doenças de raiz. In: REUNIÃO SOBRE
CONTROLE BIOLÓGICO DE DOENÇAS DE PLANTAS, 1,1986, Piracicaba. Anais.
Campinas: Fundação Cargil, 1986. p. 7-12.

No caso de abstracts, a citação deverá conter os seguintes elementos, pela ordem:


sobrenome do(s) autor(es) do artigo científico, iniciais do prenome (tudo em letras
maiúsculas); título do artigo; título do periódico (em negrito); local de publicação;
volume (número do fascículo); página inicial e final da parte referenciada; ano de
publicação do artigo científico seguido pela expressão “apud” e título do abstracts (em
negrito apenas o título do abstracts); volume; número de referência do artigo; número da
página; ano de publicação do abstracts. Exemplo:

KATIS, N.; GIBSON, R. W. Transmission of potato virus y by cereal aphids. Potato


Research, Wageningen, v. 28, n.1, p. 65-70, 1985 apud Review of Plant Pathology, v.
65, n.1, p. 4038. 1986.

Mais detalhes sobre bibliografia, bem como sobre os outros itens de um relatório
de pesquisa, consultar, entre outros, IPARDES (2000).
A seguir será apresentado um modelo de relatório de pesquisa:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 51


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Avaliação de Clones de Batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam), em Rio Largo - AL.

Jair Tenório Cavalcante


Paulo Vanderlei Ferreira
Lailton Soares

Relatório de pesquisa apresentado à


Revista Magistra da Escola de Agronomia
da Universidade Federal da Bahia para
publicação.

Rio Largo/Alagoas
Janeiro/ 2002
AVALIAÇÃO DE CLONES DE BATATA-DOCE
(Ipomoea batatas (L.) Lam.), EM RIO LARGO – AL 1
Jair Tenório Cavalcante 2; Paulo Vanderlei Ferreira 3; Lailton Soares 3
2
Escola Agrícola de Jundiaí/Universidade Federal do Rio Grande do Norte, CEP: 59280-000, Macaiba-
RN. E-mail: jairtc@bol.com.br
3
Universidade Federal de Alagoas, BR 104 Norte, km 14, CEP: 57100-000, Rio Largo-AL.

RESUMO: Considerando-se que são poucos os trabalhos de pesquisa com batata-doce


para o Estado de Alagoas, faz-se necessário estudos no sentido de se obter para a região,
através do melhoramento genético de plantas, cultivares adaptadas, com boas

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 52


53
características agronômicas, elevada capacidade produtiva e resistência às principais
pragas e doenças que assolam esta cultura. O experimento foi realizado em Rio Largo –
Alagoas, em 1999, objetivando avaliar clones de batata-doce, mediante análise de
variância, comparação das médias e do coeficiente de determinação genotípica. Utilizou-
se o delineamento experimental em blocos casualizados, com 14 tratamentos e quatro
repetições, analisando-se as variáveis: produtividade de raízes comerciais, produtividade
de raízes não comerciais, comprimento da raiz, diâmetro médio da raiz e número de
raízes comerciais; peso da parte aérea; resistência à broca do coleto e resistência à
ferrugem branca. O clone 13 apresentou o maior rendimento de raízes comerciais (19,97 t
ha-1), maior diâmetro médio de raiz (7,05 cm) e menor percentual de sintomas da broca
do coleto. As estimativas dos coeficientes de determinação foram elevadas (acima de
70%); havendo assim pouca influência do ambiente na expressão das variáveis. Os clones
13, 14, 03, 09 e 06 apresentaram os melhores desempenhos, superando a produtividade
média de raízes comerciais de batata-doce no Estado de Alagoas.

Palavras-chave: produtividade, raízes, coeficiente de determinação genotípica.

EVALUATION OF SWEET POTATOES CLONES (Ipomoea batatas (L.) Lam.), IN


RIO LARGO – AL

ABSTRACT: Since very little research has been done with sweet potato in the State of
Alagoas, Brazil, studies are necessary in order to obtain for this region, through plant
breeding, adapted cultivars, with good agronomic characteristics, high productive
capacity and resistance to the main plagues and diseases that destroy this crop. The
experiment was carried out in Rio Largo – countryside of Alagoas/Brasil, in 1999,
with the purpose of evaluating sweet potato clones through the analyses of variance,
comparison of means and genotype coefficient determination. The experimental design
was in randomised blocks with fourteen treatments and four repetitions. The following
variables were analysed: marketable tuber yield, tuber length, tuber diameter, number of
marketable tuber, plant aerial parts dry weight, non-marketable tuber yield, resistance to
stem drill, and resistance to white rust. The clone 13 presented the largest marketable
tuber yield (19.97 t ha-1), largest mean tuber diameter (7.05 cm) and the lowest
percentage of stem drill symptoms. The estimates of coefficient determination were high
(above 70%). Therefore, the environment has little influence in the expression of the
____________
1
Parte da Dissertação do primeiro autor, apresentada à Universidade Federal de Alagoas.
Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 15, n.1, p. 13-17, jan./jun. 2003.

variables. The clones 13, 14, 03, 09 and 06 presented the best results, overcoming the
average productivity of marketable tubers of sweet potato in the State of Alagoas.

Key words: production, roots, genotypes coefficients determination.

INTRODUÇÃO

A batata-doce é a quarta hortaliça mais consumida no Brasil. É uma cultura


tropical e subtropical, rústica, de fácil manutenção. Apresenta boa resistência à seca e
ampla adaptação. O custo de produção é relativamente baixo, com investimentos
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 53
54
mínimos e de retornos elevados. É também uma das hortaliças com maior capacidade de
produzir energia por unidade de área e tempo (kcal ha-1 dia-1) (MIRANDA et al., 1995).
Fatores como a ocorrência de pragas e doenças, tecnologia de produção
inadequada e a falta de cultivares selecionadas são responsáveis pela baixa produtividade
média brasileira, que está em torno de 8,7 t ha-1 (SILVA e LOPES, 1995). Por outro lado,
a situação em Alagoas é mais crítica, pois apresenta produtividade média de 7,7 t ha-1 e
não existem cultivares selecionadas para a região (FIBGE, 1999).
São poucos os trabalhos de pesquisas visando selecionar e recomendar cultivares
de batata-doce para diferentes regiões do país (SILVA e LOPES, 1995). Sabe-se que
tanto a introdução como a obtenção de novas cultivares, de qualquer espécie cultivada,
constitui um trabalho contínuo e dinâmico, pois as novas cultivares selecionadas
permanecem em uso durante um número variável de anos, para por sua vez serem
substituídas por outras superiores.
Em programas de melhoramento genético de plantas, além de estudos
relacionados à análise de variância e comparação de médias, também deve-se proceder à
análise de um parâmetro genético que venha dar suporte aos resultados alcançados. Um
dos parâmetros genéticos mais usados é o coeficiente de determinação genotípica, pois o
seu conhecimento para um dado caráter permite a quantificação da relação entre o
desempenho das plantas-mães e suas progênies em gerações subseqüentes. Além disso, o
seu conhecimento permite estabelecer os objetivos principais a serem alcançados em
programas de melhoramento de plantas (GONÇALVES et al., 1983).
Considerando-se estes fatos, o presente trabalho teve como objetivo avaliar
clones de batata-doce desenvolvidos em Alagoas, mediante análise de variância,
comparação das médias e do coeficiente de determinação genotípica, nas condições de
clima e solo de Rio Largo-AL.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Centro de Ciências Agrárias, Universidade


Federal de Alagoas, localizado no Campus Delza Gitaí, BR 104 Norte, km 85, Rio Largo
– Alagoas, no ano de 1999. O solo é classificado como Latossolo Vermelho de acordo
com JACOMINE et al. (1975). O município está situado a uma latitude de 9o 27‟S,
longitude de 35o 27‟W e uma altitude de 127 m, com temperaturas médias de máxima 29
o
C e mínima de 21 oC, e pluviosidade média anual de 1.267,7 mm (CENTENO e KISHI,
1994).
Foram avaliados 14 clones da batata-doce, obtidos a partir de sementes botânicas
de populações de polinização livre, em novembro/97. São eles: CL - 01, CL - 03, CL -
04, CL - 05, CL - 10, CL - 11 e CL - 12, provenientes da cultivar Co Copinha; CL - 09,
provenientes da cultivar Paulistinha Branca; CL - 13 e CL - 14, provenientes da cultivar
Roxa de Rama Fina; CL - 02, proveniente da cultivar Co Branca; CL - 06, proveniente da
cultivar 60 Dias; CL - 07, proveniente da cultivar Copinha; e CL - 08, proveniente da
cultivar Pixaim I.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com 14
tratamentos e quatro repetições. As unidades experimentais foram constituídas por três
leiras de 6,0 m de comprimento com 0,30 m de altura cada, com 15 plantas por leira, no
espaçamento de 0,80 m x 0,40 m, considerando-se como área útil a fileira central,
avaliando-se sete plantas alternativas e competitivas, a partir da segunda.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 54


55
Após análise de solo, procedeu-se o preparo do mesmo, onde foram efetuadas
duas gradagens: uma antes e outra após a aplicação do corretivo; não foi aplicado adubo
químico, visto que o solo apresentou uma boa fertilidade e também para melhor
caracterizar o cultivo na região. Decorridos 30 dias, levantaram-se as leiras com sulcador
tratorizado. Para o plantio, foram utilizadas ramas novas de até 90 dias, sadias, com oito a
dez entrenós, dos quais três a quatro enterrados no topo da leira, este executado em
11/06/1999. Utilizou-se irrigação por aspersão, visto que ocorreram veranicos nos
primeiros 60 dias após o plantio.
As parcelas experimentais foram mantidas livres de ervas daninhas, através de
capinas à enxada e não foram efetuados os controles de pragas e doenças que ocorreram,
pois um dos objetivos do presente trabalho foi a avaliação da resistência dos referidos
clones de batata-doce às moléstias.
A partir dos 90 dias após o plantio e até a colheita das raízes tuberosas, foram
quinzenalmente observados os danos causados pela presença de pragas e doenças,
anotando-se a percentagem de danos, para avaliação do grau de resistência dos referidos
clones de batata-doce. Aos 130 dias após o plantio, foi efetuada a colheita das raízes
tuberosas na leira central.
As variáveis relacionadas a seguir referem-se às médias de sete plantas
competitivas da leira central de cada parcela experimental:
1 – Produtividade de Raízes Comerciais (PRC): refere-se ao peso (t ha-1) das
raízes comerciais (acima de 80 g), com uso de balança de precisão.
2 – Diâmetro Médio da Raiz (DMR): refere-se ao diâmetro (cm), da parte
intermediária transversal da raiz, utilizando-se 20 tubérculos tomados aleatoriamente.
Nesta medição utilizou-se um paquímetro.
3 – Comprimento da Raiz (CR): refere-se ao comprimento da raiz (cm),
utilizando-se os mesmos 20 tubérculos avaliados no DMR. Medição feita com régua
milimétrica.
4 – Número de Raízes Comerciais por Planta (NRC): refere-se à quantidade de
raízes comerciais (acima de 80 g), por planta.
5 – Produtividade de Raízes Não Comerciais (PRNC): refere-se ao peso (t ha-1)
das raízes não comerciais (de 40 a 80 g), com uso de balança de precisão.
6 – Peso da Parte Aérea das Plantas (PPA): refere-se ao peso (t ha-1) da parte
aérea das plantas, retirando-se a três cm do solo, usando-se balança de precisão.
7 – Resistência à Broca do Coleto (RBC): quinzenalmente foram atribuídas notas
de 1 a 5, à percentagem de plantas atacadas pela Broca do coleto (Megastes pusialis) por
parcela experimental. Sendo 1 - (0 - 10%) Resistente (R); 2 - (11 - 25%) Moderadamente
Resistente (MR); 3 - (26 - 35%) Moderadamente Suscetível (MS); 4 - (36 - 50%)
Suscetível (S) e 5 - (> 50%) Altamente Suscetível (AS). Esta escala foi idealizada por
AZEVEDO et al. (1996).
8 – Resistência à Ferrugem Branca (RFB): quinzenalmente foram atribuídas
notas de 1 a 5, à percentagem de área foliar atacada pela Ferrugem branca (Albugo
ipomoea - panduratae) nas plantas. Sendo 1 - (0 - 1%) Resistente (R); 2 - (2 - 10%)
Moderadamente Resistente (MR); 3 - (11 - 25%) Moderadamente Suscetível (MS); 4 -
(26 - 50%) Suscetível (S) e 5 - (> 50%) Altamente Suscetível (AS). Esta escala foi
idealizada por PEIXOTO et al. (1989).
Os resultados obtidos foram submetidos a análise da variância, comparação das
médias pelo teste de Tukey (FERREIRA, 1996) e ao estudo do coeficiente de
determinação genotípica (CRUZ, 1994).
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 55
56

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de variância revelou existência de diferenças significativas a 1% de


probabilidade pelo teste F em todas as variáveis, rejeitando-se a hipótese de nulidade
(Tabela 1). Deste modo, pelo menos dois tratamentos (clones) possuem efeitos diferentes
sobre a variável analisada, a este nível de probabilidade, com um grau de confiança
superior a 99% de probabilidade.
A maioria dos coeficientes de variação apresentou valores acima de 20%, como
foram os casos das variáveis PRC, PPA, NRC, PRNC e RBC, enquanto que os demais
variaram entre 7,77% e 13,28%. É comum encontrarem-se valores de coeficientes de
variação elevados em variáveis relacionadas a órgãos e/ou estruturas subterrâneas, pois o
controle do ambiente é dificultado. Resultados semelhantes foram encontrados por Soares
(1991), com batata-baroa (Arracacia xanthorrhiza Bancroft.), cenoura (Daucus carota
L.), mandioca (Manihot esculenta Crantz), batatinha (Solanum tuberosum L.) e inhame
(Colocasia esculenta (L.) Schott.).

Tabela 1 – Resumo da análise de variância de oito variáveis avaliadas em 14 clones de batata-doce


(Ipomoea batatas (L.) Lam.) no delineamento em blocos casualizados. Rio Largo-AL, 1999.
_____________________________________________________________________________________
FV GL PRC CR DMR PPA NRC PRNC RBC RFB
(t ha-1) (cm) (cm) (t ha-1) (unid.) (t ha-1) (nota de 1 a 5) (nota de 1 a 5)
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Blocos 3 18,6995 7,4778 0,3116 0,4490 0,6157 1,1814 1,9762 0,0695


Clones 13 64,9676** 13,0502** 3,1025** 1,7548** 1,0662** 2,9525** 3,0659** 2,6636**
Resíduo 39 11,5739 1,8254 0,2398 0,5146 0,2763 0,5455 0,6044 0,0318
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Média 11,46 17,38 4,78 1,55 2,12 2,05 3,61 1,34


C.V.(%) 29,69 7,77 10,25 46,39 24,74 36,08 21,55 13,55
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

**: Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.


PRC: Produtividade de Raízes Comerciais; CR: Comprimento da Raiz; DMR: Diâmetro Médio da Raiz;
PPA: Peso da Parte Aérea; NRC: Número de Raízes Comerciais; PRNC: Produtividade de Raízes Não
Comerciais; RBC: Resistência à Broca do Coleto; RFB: Resistência à Ferrugem Branca.

Na Tabela 2 consta as diferenças significativas pelo teste de Tukey a 5% de


probabilidade entre as médias dos 14 clones para cada variável.
Com relação à variável PRC, o clone 13 apresentou a maior produtividade de
raízes comerciais (19,97 t ha-1) e diferiu dos clones 02, 04, 05, 07, 08, 10 e 11que
produziram em média 8,26 t ha-1. Observa-se que os resultados são animadores, visto que
PEIXOTO et al. (1989) avaliaram clones de batata-doce provenientes de sementes
botânicas em Formosa-GO e obtiveram resultados inferiores ao presente trabalho (clone
mais produtivo - BDI 006 - 16,7 t ha-1), com ciclo de 146 dias e em condições mais
favoráveis, pois foi utilizada adubação mineral. Observa-se também, que apenas dois
clones apresentaram produtividades inferiores à média estadual, são eles: o clone 07
(5,35 t ha-1) e o clone 11 (7,07 t ha-1).

Tabela 2 – Médias1 de oito variáveis dos 14 clones de batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.). Rio
Largo-AL, 1999.
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 56


57
Clones PRC CR DMR PPA NRC PRNC RBC RFB
(t ha-1) (cm) (cm) (t ha -1) (unid.) (t ha-1) (nota de 1 a 5) (nota de 1 a 5)
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

CL - 01 13,52 abcd 20,78 a 4,38 cde 1,88 ab 2,47 abc 1,64 bcd 3,75 abcd 1,00 b
CL - 02 8,63 bcd 19,08 ab 4,23 de 3,06 a 1,75 abc 3,16 abc 3,75 abcd 1,00 b
CL - 03 14,43 abc 17,18 bcd 5,78 b 1,13 b 1,97 abc 1,13 d 4,00 abc 3,03 a
CL - 04 10,37 bcd 16,15 bcd 4,83 bcde 1,06 bc 1,97 abc 1,31 cd 4,00 abc 3,48 a
CL - 05 7,68 cd 17,80 abc 4,03 e 0,98 b 1,61 bc 1,69 bcd 2,50 cd 1,00 b
CL - 06 12,71 abcd 16,60 bcd 5,28 bcd 0,86 b 2,47 abc 1,83 bcd 4,50 ab 1,00 b
CL - 07 5,35 d 16,45 bcd 4,50 cde 1,19 b 1,25 c 1,39 cd 4,75 a 1,00 b
CL - 08 9,10 bcd 17,10 bcd 4,33 cde 0,92 b 1,82 abc 3,45 ab 4,00 abc 1,00 b
CL - 09 13,54 abcd 19,35 ab 4,05 de 2,16 ab 2,89 ab 2,25 abcd 2,25 cd 1,28 b
CL - 10 9,65 bcd 17,48 abc 4,80 bcde 0,94 b 1,75 abc 1,45 cd 2,75 bcd 1,03 b
CL - 11 7,07 cd 18,68 ab 3,68 e 2,29 ab 1,82 abc 3,88 a 4,50 abc 1,00 b
CL - 12 11,43 abcd 18,00 abc 4,48 cde 1,59 ab 2,36 abc 1,99 bcd 4,00 abc 1,00 b
CL - 13 19,97 a 13,78 cd 7,05 a 2,06 ab 2,65 ab 1,35 cd 2,00 d 1,00 b
CL - 14 17,01 ab 14,98 cd 5,50 bc 1,54 ab 3,00 a 2,15 abcd 3,75 abcd 1,00 b
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1
Médias seguidas de pelo menos uma mesma letra, em cada coluna, não diferem entre si a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey.
PRC: Produtividade de Raízes Comerciais; CR: Comprimento da Raiz; DMR: Diâmetro Médio da Raiz;
PPA: Peso da Parte Aérea; NRC: Número de Raízes Comerciais; PRNC: Produtividade de Raízes Não
Comerciais; RBC: Resistência à Broca do Coleto; RFB: Resistência à Ferrugem Branca.

Quanto à variável CR, o clone 01 apresentou o maior comprimento (20,78 cm) e


diferiu dos clones 03, 04, 06, 07, 08, 13 e 14 que apresentaram os menores valores, com
média de 16,03 cm.
Para a variável DMR, o clone 13 apresentou o maior diâmetro de raiz (7,05 cm),
diferindo estatisticamente de todos os outros clones.
Com relação à variável PPA, o clone 02 apresentou o maior peso da parte aérea
(3,06 t ha-1), diferindo estatisticamente dos clones 03, 04, 05, 06, 07, 08 e 10 que
apresentaram, em média, 1,01 t ha-1.
Quanto à variável NRC, o clone 14 apresentou o maior número de raízes
comerciais por planta (3,0) e diferiu estatisticamente apenas dos clones 05 e 07 que
apresentaram, em média, 1,43 unidades.
O clone 11 apresentou a maior produtividade de raízes não comerciais (3,88 t ha-
1
), o que é indesejável, e diferiu estatisticamente dos clones 01, 03, 04, 05, 06, 07, 10, 12
e 13, cuja média foi de 1,53 t ha-1. Resultados semelhantes também foram obtidos por
PEIXOTO et al. (1989), em experimentos realizados em Goiás. Todos os clones
produziram mais de uma t ha-1 de raízes não comerciais. RESENDE e COSTA (1991),
obtiveram com a cultivar Brazilândia Roxa um PRNC de 6,9 t ha-1, resultado este que
ultrapassa em cerca de 77,84% o clone 11 deste trabalho. Por outro lado, considerando o
PRNC em relação a produtividade total de raízes, verifica-se que o CL - 13 foi o que
mais destacou-se, pois obteve apenas 6, 32% de PRNC, vindo em seguida o CL - 03 com
7,23%; os clones 01, 04, 06, 07, 09, 10, 12 e 14 ficaram entre 10 e 15%; e os demais
acima de 18,04% de PRNC.
Para a variável RBC, o clone 13 apresentou o menor percentual de plantas
atacadas pela broca do coleto, sendo classificado como moderadamente resistente (MR) à
praga e diferiu estatisticamente dos clones 03, 04, 06, 07, 08, 11 e 12, que apresentaram
os maiores percentuais de ataque desta praga.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 57


58
Quanto à variável RFB, os clones 03 e 04 apresentaram os maiores percentuais
de sintomas da ferrugem branca, sendo classificados como moderadamente suscetíveis
(MS) e diferiram estatisticamente dos demais clones, os quais foram classificados como
resistentes (R), visto que apresentaram um percentual de sintoma da referida doença em
torno de 1%.
Na Tabela 3 encontram-se as estimativas dos coeficientes de determinação
genotípica, parâmetro genético indispensável na avaliação do ganho genético por seleção.
De maneira geral, as estimativas foram elevadas (acima de 70%), indicando que para
todas as variáveis, o componente genético é expressivo. Os maiores ganhos são obtidos
quando se dispõe de altas estimativas de coeficiente de determinação genotípica (H2).

Tabela 3 – Estimativas dos coeficientes de determinação genotípica (H2) em clones de batata-doce


(Ipomoea batatas (L.) Lam.). Rio Largo-AL, 1999.
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Variáveis Coeficiente de Determinação Genotípica (H2) em %


___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Produtividade de Raízes Comerciais 82


Comprimento da Raiz 86
Diâmetro Médio da Raiz 92
Peso da Parte Aérea 71
Número de Raízes Comerciais 74
Produtividade de Raízes Não Comerciais 82
Resistência à Broca do Coleto 80
Resistência à Ferrugem Branca 99
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

As estimativas de H2 para todas as variáveis estudadas mostraram que estes


sofreram pouca influência do ambiente, indicando que facilmente poderão ser utilizados
em programas de melhoramento genético. VENCOVSKY (1973) atribui os altos valores
encontrados para as variáveis à multiplicação vegetativa dos clones, em que o genótipo é
totalmente transmitido integralmente aos descendentes. Resultados semelhantes foram
obtidos por RIBEIRO et al. (1984), estudando nove variáveis de seringueira.
De acordo com os resultados, uma simples seleção fenotípica dará bons
resultados, visto que a propagação dos clones é vegetativa.
Assim, espera-se que os clones que apresentaram os melhores desempenhos
fenotípicos para as variáveis com maiores H2, sejam também genotipicamente superiores.
.
Bibliografia

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Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 58


59
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FERREIRA, P. V. Estatística experimental aplicada à agronomia. 2. ed. Maceió:
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FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
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2.7 Exercícios

a) Planeje um experimento na área de produção vegetal, apresente o título e os


objetivos, defina os tratamentos, o delineamento estatístico, o número de repetições e a
forma e tamanho das parcelas, apresente o croqui do experimento, mostre como o mesmo
será instalado e como será conduzido e coletados os dados.
b) Faça o mesmo para a área de produção animal.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 59


59

MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL E


3 DE VARIABILIDADE DE DADOS

Na pesquisa agropecuária, os pesquisadores utilizam a Estatística Experimental


para obter, analisar e interpretar dados experimentais, obtidos de experimentos, visando à
elucidação de princípios biológicos bem como a solução de problemas agropecuários.
Na elucidação de tais princípios e na solução de tais problemas, o pesquisador
define quais as características que irá utilizar para avaliar os tratamentos, de modo que
possa atingir os objetivos da pesquisa. Por exemplo, na avaliação de variedades de milho
e na avaliação de raças bovinas de leite, o pesquisador pode definir as seguintes
características: resistência à lagarta do cartucho, período de maturação da espiga e
rendimento de grãos (kg/ha), no caso do milho, e resistência a carrapato, consumo
alimentar e rendimento de leite (kg/dia), no caso de bovino de leite, para avaliar seus
tratamentos. Cada característica é medida nas parcelas e é denominada de variável.
Uma variável pode ser discreta ou contínua. Variável discreta é aquela que
somente pode ter certos valores da amplitude de variação, ou seja, valores inteiros que se
originam de contagens. Por exemplo, número de plantas doentes por parcela, número de
sementes por fruto, número de ovos por galinha em determinado período, número de
carrapatos por cavalo, etc.. Variável contínua é aquela que pode assumir qualquer valor
dentro da amplitude de variação, ou seja, valores decimais que se originam de medições.
Altura e rendimento de grãos de plantas de milho, peso e produção de leite de vacas
leiteiras são exemplos desse tipo de variável.
No linguajar estatístico, uma população é um conjunto de medições, de uma
única variável, efetuadas sobre todos os indivíduos pertencentes a uma classe. No nosso
caso, por exemplo, o rendimento de grãos (kg/ha) de todos os campos de milho no Brasil,
cultivados com a variedade CENTRALMEX, constituiu uma população. Da mesma
forma, o rendimento de leite (kg/dia) de todas as vacas holandesas criadas no Estado de
Alagoas constitui uma população. As medições individuais de uma variável recebem o
nome de elemento.
Uma amostra é um conjunto de medições que constitui parte de uma população.
A partir da amostra obtêm-se informações e fazem-se inferências acerca da população.
Por esta razão, é importante que a amostra seja representativa da população.
As populações são descritas mediante características denominadas parâmetros.
Os parâmetros são valores fixos; por exemplo, a média aritmética de todos os elementos
de uma população é um parâmetro. As amostras são descritas pelas mesmas
características, mas recebem a denominação de estatístico. A média de uma amostra é
um estatístico. Calculam-se os estatísticos das amostras para estimarem-se os parâmetros
da população. Obviamente, os estatísticos variam de amostra para amostra enquanto que
os parâmetros têm apenas um valor.
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 59
60

3.1 Organização de Dados

Diferentes valores de uma variável apresentam distintas freqüências de


incidência em sua população. Para caracterizar convenientemente uma população, os
dados provenientes de uma amostra grande, como, por exemplo, os dados brutos de altura
de planta (cm) de sorgo granífero da TABELA 3.1 e os dados brutos de peso corporal (g)
de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade da TABELA 3.2, são
organizados mediante a construção de uma tabela de freqüência, um histograma de
freqüência ou um polígono de freqüência.

TABELA 3.1 – DADOS BRUTOS DE ALTURA DE PLANTA (cm) DE SORGO GRANÍFERO


___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

90,60 79,30 95,90 75,35 99,10 46,00


87.90 87,60 78,30 79,80 104,80 68,00
74,92 86,75 93,78 75,50 57,13 84,18
100,80 99,80 65,90 74,65 95,40 58,65
94,20 71,80 85,00 73,70 81,60 66,20
84,80 82,50 81,30 106,90 64,20 48,20
63,90 76,45 59,50 83,90 80,80 110,00
79,20 68,70 82,60 70,30 81,30 77,51
68,70 89,10 77,60 93,79 108,00 82,00
74,35 89,70 98,45 71,75 55,10 56,20
74,10 64,50 90,80 78,88 75,80 78,61
88,16 88,00 55,80 71,35 60,30 71,80
70,15 79,20 79,90 96,80 75,65 73,05
78,67 79,10 73,10 69,90 74,00 75,60
85,00 67,00 76,50 64,05 71,30 52,40
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

TABELA 3.2 – DADOS BRUTOS DE PESO CORPORAL (g) DE UM LOTE MISTO DE FRANGOS
DE CORTE COM 15 DIAS DE IDADE
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

485,6 482,0 476,7 473,8 482,8 495,5


482,1 478,5 484,8 522,0 459,0 498,3
470,7 479,5 469,0 472,9 468,9 439,1
490,2 499,1 464,4 418,0 462,6 502,8
455,0 482,0 442,9 460,3 449,0 499,2
482,8 481,8 501,6 468,9 452,4 470,0
463,1 527,8 506,8 494,8 503,8 488,6
469,0 487,3 452,8 469,0 502,0 469,5
444,4 484,7 459,0 438,7 530,0 499,1
442,9 460,3 488,9 494,2 429,5 462,0
501,6 468,9 507,4 484,7 499,1 471,8
500,8 484,0 506,8 481,9 475,7 527,8
456,3 481,6 427,8 486,4 469,4 466,5
459,2 473,0 436,9 453,2 484,2 474,2
476,9 478,9 488,0 507,1 451,7 485,0
460,5 454,3 475,9 467,3 467,2 466,9
469,1 487,1 453,1 465,9 468,2 453,2
439,7 436,9 507,5 487,2 469,4 459,7
477,9 458,2 502,8 489,5 458,0 477,4

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 60


61

475,3 477,9 469,0 499,3 452,9 477,2


___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.1.1 Tabela de freqüência

A tabela de freqüência proporciona ao pesquisador um meio eficaz de


organização dos dados para estudo do comportamento de variáveis de interesse.
Na construção de uma tabela dessa natureza, devem-se levar em conta certas
considerações importantes:
a) O intervalo de classe será de amplitude uniforme e de tamanho que se
manifestem as linhas características da distribuição. Assim, o intervalo de classe não
deve ser tão grande para não se cometer um erro considerável ao supor que o ponto
médio do intervalo é o valor médio da classe. Não deve ser tão pequeno para não
aparecerem demasiadas classes com freqüência zero ou muito pequenas.
b) Se possível, é conveniente fazer com que o ponto médio da classe seja um
número inteiro.
c) As freqüências das classes podem ser absoluta, relativa ou relativa acumulada.
Cabe ao pesquisador escolher a que mais lhe convier. A freqüência absoluta da uma
classe corresponde a quantidade de valores de uma determinada variável que pertence a
referida classe. Esse tipo de freqüência informa apenas o número absoluto de valores de
um determinado intervalo de classe. Já a freqüência relativa de uma classe corresponde a
freqüência absoluta da referida classe dividida pela soma de todas as freqüências
absolutas, sendo expressa em porcentagem. Ela é útil quando se quer conhecer à
proporção de valores situados em um determinado intervalo de classe ou quando se
querem comparar conjuntos de dados que contenham números desiguais de observações.
Enquanto que a freqüência relativa acumulada de uma classe corresponde à soma da
freqüência relativa da referida classe e todas as outras freqüências relativas anteriores.
Esse tipo de freqüência é útil quando se querem comparar conjuntos de dados que
contenham números desiguais de observações.
Para a construção de uma tabela de freqüência, primeiramente define-se o
número de classes, normalmente por meio da seguinte Fórmula de STURGES (citada por
IPARDES, 2000):

k = 1 + 3,32 x log N

onde:
k = número de classes;
N = número total de observações.

Sem considerar a fórmula acima para se definir o número de classes, SPIEGEL


(1993) recomenda, como regra geral, que o número de classes esteja entre cinco e 20. Por
outro lado, MAGALHÃES e LIMA (2005), sem adotarem nenhuma regra formal quanto
ao número de classes, utilizam, em geral, de cinco a oito classes.
Em seguida, determina-se a amplitude total dos dados, que é a diferença entre o
maior e o menor valor da série.
De posse desses valores, define-se o intervalo de classe, dividindo a amplitude
total pelo número de classes. Em seguida, são estabelecidos os limites inferiores e
superiores das classes, onde o limite inferior da segunda classe é igual ao limite superior

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 61


62

da primeira, e assim sucessivamente, observando-se que todos os dados devem estar entre
o limite inferior da primeira classe e o limite superior da última classe.
Como exemplo têm-se as tabelas de freqüência de altura de planta (cm) de sorgo
granífero (TABELA 3.3) e de peso corporal (g) de um lote misto de frangos de corte com
15 dias de idade (TABELA 3.4) contendo os três tipos de freqüências (absoluta, relativa e
relativa acumulada).

TABELA 3.3 – TABELA DE FREQÜÊNCIAS ABSOLUTA, RELATIVA E RELATIVA


ACUMULADA DE ALTURA DE PLANTA (cm) DE SORGO GRANÍFERO
_____________________________________________________________________________________
Freqüência Freqüência Freqüência Relativa
Intervalo de Classe Ponto Médio Absoluta Relativa (%) Acumulada (%)
_____________________________________________________________________________________

46,00 – 54,00 50,00 3 3,33 3,33


54,00 – 62,00 58,00 7 7,78 11,11
62,00 – 70,00 66,00 11 12,22 23,33
70,00 – 78,00 74,00 24 26,67 50,00
78,00 – 86,00 82,00 22 24,44 74,44
86,00 – 94,00 90,00 11 12,22 86,66
94,00 – 102,00 98,00 8 8,89 95,55
102,00 – 110,00 106,00 4 4,45 100,00
_____________________________________________________________________________________

TABELA 3.4 – TABELA DE FREQÜÊNCIAS ABSOLUTA, RELATIVA E RELATIVA


ACUMULADA DE PESO CORPORAL (g) DE UM LOTE MISTO DE
FRANGOS DE CORTE COM 15 DIAS DE IDADE
_____________________________________________________________________________________
Freqüência Freqüência Freqüência Relativa
Intervalo de Classe Ponto Médio Absoluta Relativa (%) Acumulada (%)
_____________________________________________________________________________________

418,0 – 432,0 425,0 3 2,50 2,50


432,0 – 446,0 439,0 8 6,67 9,17
446,0 – 460,0 453,0 17 14,17 23,34
460,0 – 474,0 467,0 30 25,00 48,34
474,0 – 488,0 481,0 32 26,66 75,00
488,0 – 502,0 495,0 17 14,17 89,17
502,0 – 516,0 509,0 9 7,50 96,67
516,0 – 530,0 523,0 4 3,33 100,00
_____________________________________________________________________________________________

A TABELA 3.3 fornece um quadro global de como os dados de altura de planta


de sorgo granífero estão distribuídos pelos intervalos de classe. Nota-se que as
observações variam de 46,00 até 110,00 cm, com relativamente poucas medidas nas
extremidades do intervalo e uma grande proporção dos valores situados entre 62,00 e
94,00 cm. Os intervalos 70,00 – 78,00 cm e 78,00 – 86,00 cm contém as maiores
freqüências, ou seja, 24 plantas de sorgo granífero que corresponde a 26,67%, e 22
plantas de sorgo granífero que corresponde a 24,44%, respectivamente. Por outro lado,

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 62


63

metade das plantas de sorgo granífero (50,00%) tem uma altura menor ou igual a 78,00
cm.
A TABELA 3.4 também fornece um quadro global de como os dados de peso
corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade estão distribuídos
pelos intervalos de classe. As observações variam de 418,0 até 530,0 g, com
relativamente poucas medidas nas extremidades do intervalo e uma grande proporção dos
dados situados entre 446,0 e 502,0 g. Os intervalos 460,0 – 474,0 g e 474,0 – 488,0 g
contém as maiores freqüências, ou seja, 30 frangos de corte que corresponde a 25,00%, e
32 frangos de corte que corresponde a 26,66%, respectivamente. Por outro lado,
aproximadamente metade do lote misto de frangos de corte (48,34%) tem um peso
corporal menor ou igual a 474,0 g.
Pelo visto, as TABELAS 3.3 e 3.4 proporcionam um entendimento muito melhor
dos dados que as TABELAS 3.1 e 3.2, fornecendo informações importantes que auxiliam
a entender a distribuição de altura de plantas de sorgo granífero e a distribuição de peso
corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade.

3.1.2 Histograma de freqüência

O histograma de freqüência, tipo de gráfico mais comumente usado, também


proporciona ao pesquisador um meio eficaz de organização dos dados para estudo do
comportamento de variáveis de interesse. Embora freqüentemente forneçam menor grau
de detalhe que as tabelas de freqüências, são mais fáceis de ler, proporcionando ao
pesquisador um ganho no entendimento dos dados.
Esse tipo de gráfico consiste em um conjunto de retângulos que tem as bases
sobre um eixo horizontal (eixo dos X) com centro no ponto médio e as larguras iguais às
amplitudes dos intervalos das classes; e o eixo vertical (eixo dos Y), as áreas
proporcionais às freqüências das classes, podendo ser as freqüências absolutas ou
relativas.
Para a construção de um histograma de freqüência, inicialmente traçam-se as
escalas dos eixos. A escala do eixo vertical deve começar do zero; se isso não é feito, as
comparações visuais entre os intervalos podem ficar distorcidas. Uma vez que os eixos
tenham sido desenhados, uma barra vertical centrada no ponto médio é colocada sobre
cada intervalo. A altura da barra demarca a freqüência associada com o intervalo.
Como exemplo têm-se os histogramas de freqüências absoluta e relativa de altura
de planta (cm) de sorgo granífero (FIGURAS 3.1 e 3.2) e de peso corporal (g) de um lote
misto de frangos de corte com 15 dias de idade (FIGURAS 3.3 e 3.4).

FIGURA 3.1 – HISTOGRAMA DE FREQÜÊNCIA ABSOLUTA DE ALTURA DE PLANTA (cm) DE


SORGO GRANÍFERO

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 63


64

FIGURA 3.2 – HISTOGRAMA DE FREQÜÊNCIA RELATIVA DE ALTURA DE PLANTA (cm) DE


SORGO GRANÍFERO

FIGURA 3.3 – HISTOGRAMA DE FREQÜÊNCIA ABSOLUTA DE PESO CORPORAL (g) DE UM


LOTE MISTO DE FRANGOS DE CORTE COM 15 DIAS DE IDADE

FIGURA 3.4 – HISTOGRAMA DE FREQÜÊNCIA RELATIVA DE PESO CORPORAL (g) DE UM


LOTE MISTO DE FRANGOS DE CORTE COM 15 DIAS DE IDADE

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 64


65

As FIGURAS 3.1 e 3.2 fornecem as mesmas informações da TABELA 3.3 para


as freqüências absoluta e relativa da altura de planta de sorgo granífero, enquanto que as
FIGURAS 3.3 e 3.4 fornecem as mesmas informações da TABELA 3.4 para as
freqüências absoluta e relativa do peso corporal de um lote misto de frangos de corte com
15 dias de idade. Pelo visto, as FIGURAS 3.1 e 3.2 e as FIGURAS 3.3 e 3.4
proporcionam um entendimento melhor dos dados que as TABELAS 3.3 e 3.4,
facilitando o entendimento da distribuição de altura de plantas de sorgo granífero e da
distribuição de peso corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade.

3.1.3 Polígono de freqüência

O polígono de freqüência, gráfico de linha comumente usado, é muito


semelhante ao histograma de freqüência, pois usa os mesmos dois eixos que um
histograma de freqüência e transmitem essencialmente as mesmas informações quando
são usadas as freqüências absolutas ou relativas. A diferença básica entre o histograma e
o polígono de freqüência está no fato de este utilizar os pontos médios das classes,
enquanto o histograma considera os limites reais das classes. Por outro lado, os polígonos
de freqüência, por poderem ser facilmente superpostos, são superiores aos histogramas
quando se quer comparar dois ou mais conjuntos de dados.
Para a construção de um polígono de freqüência, tanto para freqüência absoluta
como para freqüência relativa, basta apenas unir os pontos médios de cada classe de um
histograma de freqüência, conforme FIGURAS 3.5 e 3.6, para altura de planta (cm) de
sorgo granífero e FIGURAS 3.7 e 3.8, para peso corporal (g) de um lote misto de frangos
de corte com 15 dias de idade.

FIGURA 3.5 – POLÍGONO DE FREQÜÊNCIA ABSOLUTA DE ALTURA DE PLANTA (cm) DE


SORGO GRANÍFERO

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 65


66

FIGURA 3.6 – POLÍGONO DE FREQÜÊNCIA RELATIVA DE ALTURA DE PLANTA (cm) DE


SORGO GRANÍFERO

FIGURA 3.7 – POLÍGONO DE FREQÜÊNCIA ABSOLUTA DE PESO CORPORAL (g) DE UM


LOTE MISTO DE FRANGOS DE CORTE COM 15 DIAS DE IDADE

FIGURA 3.8 – POLÍGONO DE FREQÜÊNCIA RELATIVA DE PESO CORPORAL (g) DE UM LOTE


MISTO DE FRANGOS DE CORTE COM 15 DIAS DE IDADE

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 66


67

As FIGURAS 3.5 e 3.6 fornecem essencialmente as mesmas informações das


FIGURAS 3.1 e 3.2 para as freqüências absoluta e relativa da altura de planta de sorgo
granífero.
As FIGURAS 3.7 e 3.8 também fornecem essencialmente as mesmas
informações das FIGURAS 3.3 e 3.4 para as freqüências absoluta e relativa do peso
corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade.
Pelo visto, as FIGURAS 3.5 e 3.6 e as FIGURAS 3.7 e 3.8 proporcionam o
mesmo entendimento dos dados da distribuição de altura de plantas de sorgo granífero e
da distribuição de peso corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de
idade que as FIGURAS 3.1 e 3.2 e as FIGURAS 3.3 e 3.4, respectivamente.
Também, para a construção de um polígono de freqüência pode-se usar a
freqüência relativa acumulada, o qual é chamado de polígono de freqüência relativa
acumulada ou Ogiva de Galton. Embora seu eixo horizontal seja o mesmo de um
polígono de freqüência padrão, o seu eixo vertical utiliza-se das freqüências relativas
acumuladas. Um ponto é colocado no limite superior de cada intervalo de classe; a altura
do ponto representa a freqüência relativa acumulada associada ao intervalo de classe. Os
pontos são então conectados por linhas retas. Como os polígonos de freqüência, os
polígonos de freqüência relativa acumulada podem ser usados para comparar conjuntos
de dados.
Como exemplos têm-se os polígonos de freqüência relativa acumulada de altura
de planta (cm) de sorgo granífero (FIGURA 3.9) e de peso corporal (g) de um lote misto
de frangos de corte com 15 dias de idade (FIGURA 3.10).

FIGURA 3.9 – POLÍGONO DE FREQÜÊNCIA RELATIVA ACUMULADA DE ALTURA DE


PLANTA (cm) DE SORGO GRANÍFERO

FIGURA 3.10 – POLÍGONO DE FREQÜÊNCIA RELATIVA ACUMULADA DE PESO CORPORAL


(g) DE UM LOTE MISTO DE FRANGOS DE CORTE COM 15 DIAS DE IDADE

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 67


68

As FIGURAS 3.9 e 3.10 fornecem as mesmas informações das TABELAS 3.3 e


3.4 para, respectivamente, as freqüências relativas acumuladas de altura de planta de
sorgo granífero e de peso corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de
idade, porém proporcionam um entendimento melhor dos dados que as referidas tabelas.

3.1.4 Curva normal

Se fossem construídos gráficos a partir de freqüências, por exemplo, do número


de frutos por planta de 200 progênies de pimentão, de leituras refractométricas de
diversas cebolas, da altura de planta de sorgo granífero, do peso corporal de frangos de
corte, da produção de leite de vacas leiteiras, etc., os mesmos mostrariam diversas
características importantes em comum. Todas as curvas teriam seu ponto mais alto
próximo ao meio, representando a classe mais comum. Estas poderiam desviar-se
bastante, simetricamente, sobre qualquer de seus lados em direção às classes raras. A
maioria dos dados biológicos apresenta curva deste tipo, conhecida como curva normal,
representadas pelas FIGURAS 3.11 e 3.12.

FIGURA 3.11 – CURVA NORMAL DA DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA DE ALTURA DE


PLANTA (cm) DE SORGO GRANÍFERO

FIGURA 3.12 – CURVA NORMAL DA DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA DE PESO CORPORAL


(g) DE UM LOTE MISTO DE FRANGOS DE CORTE COM 15 DIAS DE IDADE

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 68


69

As curvas de distribuição normal podem diferir quanto à posição do ponto médio


(o ponto de maior freqüência) e à dispersão dos dados, conforme FIGURAS 3.11 e 3.12,
porém todas podem ser descritas, somente, mediante os parâmetros média e desvio
padrão. Os métodos de estimá-los serão descritos nas seções seguintes.

3.2 Medidas de Tendência Central

Após serem os dados tabulados, é necessário encontrar valores típicos que


possam representar a distribuição como um todo. Esses valores tendem a se localizar em
um ponto central e reproduzirá as características da população, quanto mais homogêneos
forem os seus componentes.
Esses valores são chamados de medidas de tendência central ou medidas de
posição.
Entre as medidas de tendência central de uma distribuição de freqüência, as mais
conhecidas são: a média, a mediana e a moda.

3.2.1 Média

A média é a mais importante das medidas de tendência central. Entre os vários


tipos de médias, a média aritmética, ou simplesmente média, é a que mais nos interessa,
do ponto de vista estatístico, por ser a mais representativa de uma amostra de dados. Ela
apresenta as seguintes características:
a) É medida exata e rigorosamente definida;
b) Como medida de tendência central é de fácil compreensão e descreve todos os
dados da série;
c) Serve de apoio a cálculos posteriores como o das probabilidades, desvio
padrão, coeficiente de variação, etc.;
d) É a medida de tendência central de maior emprego no campo da análise
quantitativa.
A média aritmética pode ser simples ou ponderada. Quando nada se especifica,
significa estar-se tratando de média simples.
Numa série de dados não agrupados, isto é, dados que não estejam relacionados
com distribuições de freqüências, a média aritmética simples é a razão entre o somatório
dos valores da amostra (Xi) e o número de observações (N).
Assim, numa amostra de dados X1, X2, ... XN , tem-se:

X 1  X 2  ...  X N
m̂ =
N

=
X i

Deve-se distinguir, neste caso, a média verdadeira, que é obtida quando se


tomam todos os dados de uma população, e a média estimada, que é obtida a partir de
dados de uma amostra.
Exemplo 1: Calcular a média aritmética simples a partir de dados da TABELA
3.5.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 69


70

TABELA 3.5 – DADOS DE PRODUTIVIDADE (kg/ha) DE ALGODÃO HERBÁCEO, VARIEDADE


ALLEN – 333/57, NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-AL, NO ANO DE 1977
_____________________________________________________________________________________
Área Produtividade (kg/ha)
_____________________________________________________________________________________
1 273,0
2 660,0
3 675,0
4 355,0
5 315,0
6 453,0
_____________________________________________________________________________________
FONTE: FERREIRA (1977).

A média será:

m̂ =
X
N

273,0  660,0  ...  453,0


=
6

2.731,0
=  455,17 kg/ha
6

O valor m̂  455,17 kg/ha é uma estimativa de produtividade da população de


algodão herbáceo, variedade ALLEN – 333/57, no Município de Viçosa-AL, no ano de
1977, que é desconhecida.
Exemplo 2: Calcular a média aritmética simples a partir de dados da TABELA
3.6.

TABELA 3.6 – DADOS DE PESO AO NASCER (kg) DE BEZERROS MACHOS DA RAÇA


CHAROLESA
_____________________________________________________________________________________
Bezerro Peso ao Nascer (kg)
_____________________________________________________________________________________
1 47,0
2 41,0
3 34,0
4 45,0
5 45,0
6 46,0
7 25,0
8 48,0
9 37,0
10 47,0
11 40,0
12 40,0
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 70
71
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

FONTE: GOMES (1985).


A média será:

m̂ =
X
N

47,0  41,0  ...  40,0


=
12

495,0
= = 41,25 kg
12

Também, o valor m̂ = 41,25 kg é uma estimativa de peso ao nascer da população


de bezerros machos da raça Charolesa que é desconhecida.
Numa série de dados grupados em classes, portanto numa distribuição de
freqüência, a média aritmética simples é a razão entre o somatório dos produtos dos
pontos médios pelas freqüências [ (Pm x f)] e o somatório das freqüências (f).
Assim, tem-se:

mˆ 
 ( Pm x f)
f
Exemplo 3: Calcular a média aritmética simples a partir de dados da TABELA
3.3.

A média será:

mˆ 
 ( Pm x f)
f

=
50,0 x 3  58,0 x 7  ...  106,0 x 4
3  7  ...  4

=
150,0  406,0  ...  424,0
90

7.060,0
=  78,44 cm
90

O valor m̂  78,44 cm é uma estimativa de altura de planta da população de sorgo


granífero que é desconhecida. Esse valor, que se localiza em um ponto central, representa
a amostra de 90 dados da distribuição de altura de planta de sorgo granífero.
Exemplo 4: Calcular a média aritmética simples a partir de dados da TABELA
3.4.
A média será:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 71


72

mˆ 
 ( Pm x f)
f

=
425,0 x 3  439,0 x 8  ...  523,0 x 4
3  8  ...  4

=
1.275,0  3.512,0  ...  2.092,0
120

56.978,0
=  474,82 g
120

O valor m̂  474,82 g é uma estimativa de peso corporal de uma população mista


de frangos de corte com 15 dias de idade que é desconhecida. Esse valor, que também se
localiza em um ponto central, representa a amostra de 120 dados da distribuição de peso
corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade.
Em certos casos não próprios de distribuições de freqüências, em que os dados
não possuem identidade de significação, devem-se equiparar os dados entre si para
obtenção da média aritmética. Esse tipo de média se chama, especificamente, média
aritmética ponderada, ou às vezes, simplesmente, média ponderada. A ponderação é a
única forma que proporciona um resultado capaz de traduzir a realidade.
Ponderar, significa pesar. Isto quer dizer que se devem pesar os dados para se
obter a média, que será uma razão entre o somatório dos produtos de cada valor pelo peso
respectivo [ (P x X)] e o somatório dos pesos (P).
Assim, tem-se:

m̂p 
 P x X 
P
Exemplo 5: Calcular a média aritmética ponderada a partir de dados da TABELA
3.7.

TABELA 3.7 – DADOS DE STAND FINAL E DE NÚMERO DE FRUTOS DE ABACAXI (Ananas


comosus (L.) Merrill, VARIEDADE PÉROLA, EM ÁREAS DE 42 m2, NO
MUNICÍPIO DE ARAPIRACA-AL, NO ANO DE 1985

Lote Stand Final Número de Frutos

1 129,0 73,0
2 139,0 101,0
3 138,0 102,0
4 132,0 87,0
5 129,0 79,0
6 112,0 69,0

FONTE: FERREIRA e MARTINS, 1985.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 72


73

A média será:

m̂p 
 P x X 
P


129,0 x 73,0  139,0 x 101,0  ...  112,0 x 69,0
129,0  139,0  ...  112,0


9.417,0  14.039,0  ...  7.728,0
779,0

66.935,0
=  85,92 frutos
779,0

O valor m̂p  85,92 frutos é uma estimativa de número de frutos por lote de 42
2
m da população de abacaxi, variedade PÉROLA, no Município de Arapiraca-AL, que é
desconhecida. Esse valor representa melhor a amostra de seis lotes de 42 m2 da
distribuição de número de frutos da população de abacaxi, variedade PÉROLA, no
Município de Arapiraca-AL, do que a média aritmética simples ( m̂  85,17 frutos), pois é
levado em conta o número de plantas por lote no cálculo da média do número de frutos
de abacaxi, enquanto que na média aritmética simples isso não ocorre. Sabe-se que numa
mesma área, quanto maior o número de plantas maior será o número de frutos. Portanto,
o valor m̂p  85,92 frutos traduz melhor a realidade.
Exemplo 6: Calcular a média aritmética ponderada a partir de dados da TABELA
3.8.

TABELA 3.8 – DADOS DE NÚMERO DE POEDEIRAS ISA BROWN POR PARCELA E DE


NÚMERO DE OVOS PRODUZIDOS DURANTE UM PERÍODO DE 60 DIAS

Parcela Número de Aves Produção de Ovos

1 8,0 468,0
2 7,0 410,0
3 7,0 416,0
4 6,0 351,0
5 8,0 460,0

A média será:

m̂p 
 P x X 
P

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 73


74


8,0 x 468,0  7,0 x 410,0  ...  8,0 x 460,0
8,0  7,0  ...  8,0


3.744,0  2.870,0  ...  3.680,0
36,0

15.312,0
=  425,33 ovos
36,0

O valor m̂p  425,33 ovos também é uma estimativa de número de ovos por
parcela da população de poedeiras Isa Brown durante um período de 60 dias, que é
desconhecida. Esse valor representa melhor a amostra de cinco parcelas da distribuição
de número de ovos por parcela de poedeiras Isa Brown durante um período de 60 dias, do
que a média aritmética simples ( m̂  421,0 ovos), pois é levado em conta o número de
aves por parcela no cálculo da média do número de ovos de poedeiras Isa Brown,
enquanto que na média aritmética simples isso não ocorre. Sabe-se que numa mesma
área, quanto maior o número de galinhas poedeiras maior será o número de ovos.
Portanto, o valor m̂p  425,33 ovos traduz melhor a realidade.

3.2.2 Mediana

A mediana de um conjunto ordenado de dados é o valor que ocupa exatamente o


centro da série ou a média aritmética dos dois valores centrais, sendo insensível ao valor
de cada observação, o que pode ser uma vantagem, quando a distribuição dos dados for
assimétrica. Esta medida de tendência central serve para representar e analisar uma série
de dados grupados ou não, dividindo a série em duas partes iguais, isto é, forma uma
dicotomia de área.
Numa série de dados não agrupados, a mediana é facilmente localizável, tanto
quanto as demais medidas de tendência central. Neste caso específico, como foi dito, a
mediana (me) ficará no centro da série.
Considerando os dados do Exemplo 1, a mediana será:

me = X 3  X 4
2

355,0  453,0
=
2

808,0
= = 404,0 kg/ha
2

O valor me = 404,0 kg/ha é uma estimativa de produtividade da população de


algodão herbáceo, variedade ALLEN – 333/57, no Município de Viçosa-AL, no ano de
1977, que é desconhecida. Esse valor foi bem inferior ao valor da média aritmética
( m̂  455,17 kg/ha), tendo uma diferença de 51,17 kg/ha. Como houve uma variação
muito grande entre os dados de produtividade de algodão herbáceo, onde o maior valor
(675,0 kg/ha) foi, aproximadamente, 2,5 vezes maior que o menor valor (273,0 kg/ha) e a
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 74
75

média aritmética é sensível a esse tipo de variação, a mediana, nesse caso, seria a medida
de tendência central que traduz melhor a realidade por ser mais robusta, ou seja, muito
menos sensível a esse tipo de variação.
Considerando, também, os dados do Exemplo 2, a mediana será:
X6  X7
me =
2

41,0  45,0
=
2

86,0
= = 43,0 kg
2

O valor me = 43,0 kg é uma estimativa de peso ao nascer da população de


bezerros machos da raça Charolesa que é desconhecida. Esse valor foi ligeiramente
superior ao valor da média aritmética ( m̂ = 41,25 kg), tendo uma diferença de apenas 1,75
kg por animal. Nesse caso, tanto a mediana como à média aritmética traduzem a
realidade.
Numa série de dados grupados em classes, a mediana (me) é obtida através da
seguinte fórmula:

N 
   f '
me = Li   2  x Ic
 fm e 
 
 

onde:
Li = limite inferior da classe mediana;
N = total de freqüência;
f’ = soma de todas as freqüências das classes inferiores à mediana;
fme = freqüência da classe mediana;
Ic = amplitude do intervalo da classe mediana.

Considerando os dados do Exemplo 3, a mediana será:

N 
   f '
me = Li   2  x Ic
 fm e 
 
 

 90 
  45 
= 74,0   2  x 8,0
 23 
 
 

 45  45 
= 74,0    x 8,0
 23 
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 75
76

 0
= 74,0    x 8,0
 23 

= 74,0 + (0) x 8,0

= 74,0 + 0 = 74,0 cm

O valor me = 74,0 cm é uma estimativa de altura de planta da população de sorgo


granífero que é desconhecida. Esse valor foi ligeiramente inferior ao valor da média
aritmética ( m̂  78,44 cm), tendo uma diferença de apenas 4,44 cm por planta. Nesse
caso, tanto a mediana como à média aritmética traduzem a realidade.
Considerando, também, os dados do Exemplo 4, a mediana será:

N 
   f '
me = Li   2  x Ic
 fm e 
 
 

 120 
  58 
= 467,0   2  x 14,0
 31 
 
 

 60  58 
= 467,0    x 14,0
 31 

2
= 467,0    x 14,0
 31 

= 467,0 + (0,0645) x 14,0

= 467,0 + 0,903  467,90 g

O valor me  467,90 g é uma estimativa de peso corporal da população de um lote


misto de frangos de corte com 15 dias de idade que é desconhecida. Esse valor foi
ligeiramente inferior ao valor da média aritmética ( m̂  474,82 g), tendo uma diferença
de apenas 6,92 g por frango. Também, nesse caso, tanto a mediana quanto a média
aritmética traduzem a realidade.

3.2.3 Moda

A moda de um conjunto de dados é o valor que ocorre com maior freqüência, ou


seja, é o valor mais comum. A moda pode não existir e, mesmo que exista, pode não ser
única.
Numa série de dados não grupados, quando todos os valores da série ocorrem
com a mesma freqüência, como no Exemplo 1, a moda (mo) não existe. Quando a série
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 76
77

possuir apenas um valor como sendo o mais freqüente, este será a moda, denominando-se
unimodal. Contudo, quando a série possuir mais de um valor como sendo os mais
freqüentes, ela pode possuir mais de uma moda, denominando-se bimodal, trimodal, etc..
Exemplo 7: Calcular a moda a partir dos dados da TABELA 3.9.

TABELA 3.9 – DADOS DE EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS, DE EMERGÊNCIA DA 1a VAGEM E


DE MATURAÇÃO DE VAGENS DE CULTIVARES DE SOJA (Glicine max (L.)
Merrill) NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-AL, NO ANO DE 1984

Cultivar Emergência de Plântulas Emergência da Maturação de Vagens


a
(em dias) 1 Vagem (em dias) (em dias)

BOSSIER 6 45 93
BR – 2 5 36 85
FOSCARIN – 31 8 36 95
IAC – 2 6 42 97
IAC – 4 6 41 99
IAC – 6 5 42 112
IAC – 9 6 44 101
IAC – 10 6 42 101
IAC – 12 4 39 93
PARANÁ 5 35 85
PÉROLA 4 37 97
PLANALTO 4 37 109
PRATA 4 35 90
TROPICAL 6 54 117
UFV – 1 5 40 99
UFV – 4 5 37 95
UFV – 5 6 41 99
VIÇOJA 7 36 93

FONTE: FERREIRA e OLIVEIRA (1985).

No caso da emergência de plântulas, a moda será:

mo = 6 dias

No caso da emergência da 1a vagem, as modas serão:

mo = 36 dias

mo = 37 dias

mo = 42 dias

E, no caso da maturação de vagens, as modas serão:

mo = 93 dias

mo = 99 dias
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 77
78

No caso da emergência de plântulas, o valor mo = 6,0 dias é uma estimativa da


população de soja no Município de Viçosa-AL, no ano de 1984, que é desconhecida. Esse
valor foi bastante próximo do valores da média aritmética ( m̂  5,44 dias) e da mediana
(me = 5,5 dias). Assim sendo, qualquer uma dessas medidas de tendência central traduz a
realidade quanto à emergência de plântulas de soja em Viçosa-AL.
Também, no caso da emergência da 1a vagem, os valores: mo = 36,0 dias, mo =
37,0 dias e mo = 42,0 dias são estimativas da população de soja no Município de Viçosa-
AL, no ano de 1984, que são desconhecidas. Esses valores foram bastante diferentes do
valor da média aritmética ( m̂  39,94 dias) e do valor da mediana (me = 39,5 dias). Por
outro lado, a média aritmética e a mediana apresentaram valores bem próximos. Desse
modo, apenas a média aritmética e a mediana, nesse caso, como medidas de tendência
central, traduzem melhor a realidade quanto à emergência da 1a vagem de soja em
Viçosa-AL.
Ainda, no caso de maturação de vagens, os valores: mo = 93,0 dias e mo = 99,0
dias são estimativas da população de soja no Município de Viçosa-AL, no ano de 1984,
que são desconhecidas. Esses valores foram bastante diferentes do valor da média
aritmética ( m̂  97,78 dias) e do valor da mediana (me = 97,0 dias). Por outro lado, a
média aritmética e a mediana apresentaram valores bem próximos. Desse modo, como no
caso anterior, apenas a média aritmética e a mediana, como medidas de tendência central,
traduzem melhor a realidade quanto à maturação de vagens de soja em Viçosa-AL.
Considerando os dados do Exemplo 2, as modas serão:

m0 = 40,0 kg

m0 = 45,0 kg

m0 = 47,0 kg

Os valores: mo = 40,0 kg, mo = 45,0 kg e mo = 47,0 kg são estimativas de peso ao


nascer da população de bezerros machos da raça Charolesa que são desconhecidas. Esses
valores foram bastante diferentes do valor da média aritmética ( m̂ = 41,25 kg) e do valor
da mediana (me = 43,0 kg). Por outro lado, a média aritmética e a mediana apresentaram
valores bem próximos. Então, dessa forma, tanto a média aritmética quanto à mediana
traduzem melhor a realidade em relação ao peso ao nascer de bezerros machos da raça
Charolesa.
Numa série de dados grupados em classes, chama-se classe modal a classe que
possui a maior freqüência. Neste caso, existem vários processos para se determinar à
moda (mo). Contudo, serão vistos os mais utilizados:
a) Processo de KING – A moda (mo) é calculada através da seguinte fórmula:

 fp 
mo  Li'    x Ic
 fa  fp 

onde:
Li’= limite inferior da classe modal;
fp = freqüência posterior à classe modal;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 78


79

fa = freqüência anterior à classe modal;


Ic = amplitude do intervalo da classe modal.

Considerando os dados do Exemplo 3, a moda será:

 fp 
mo  Li'    x Ic
 fa  fp 
 22 
= 70,0    x 8,0
 11  22 

 22 
= 70,0    x 8,0
 33 

= 70,0 + (0,6667) x 8,0

= 70,0 + 5,3336  75,33 cm

Considerando, também, os dados do Exemplo 4, a moda será:

 fp 
mo  Li'    x Ic
 fa  fp 

 17 
= 474,0    x 14,0
 30  17 

 17 
= 474,0    x 14,0
 47 

= 474,0 + (0,3617) x 14,0

= 474,0 + 5,0638  479,06 g

b) Processo de CZUBER - A moda (mo) é calculada através da seguinte


fórmula:

 fm  fa 
mo = Li’ +  o
 x Ic
 2 x fm o  ( fa  fp ) 

onde:
Li’= limite inferior da classe modal;
fp = freqüência posterior à classe modal;
fa = freqüência anterior à classe modal;
fmo= freqüência da classe modal;
Ic = amplitude do intervalo da classe modal.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 79


80

Considerando os dados do Exemplo 3, a moda será:

 fm  fa 
mo = Li’ +  o
 x Ic
 2 x fm o  ( fa  fp ) 

 24  11 
= 70,0 +   x 8,0
 2 x 24  (11  22) 

 13 
= 70,0 +   x 8,0
 48  (33) 

13 
= 70,0 +   x 8,0
15 

= 70,0 + (0,8667) x 8,0

= 70,0 + 6,93360 = 76,93 cm

Considerando, também, os dados do Exemplo 4, a moda será:

 fm  fa 
mo = Li’ +  o
 x Ic
 2 x fm o  ( fa  fp ) 

 32  30 
= 474,0 +   x 14,0
 2 x 32  (30  17) 

 2 
= 474,0 +   x 14,0
 64  (47) 

2
= 474,0 +   x 14,0
17 

= 474,0 + (0,1176) x 14,0

= 474,0 + 1,6464  475,65 g

Observe-se que há uma diferença entre os valores encontrados, por ambos os


processos, tanto para altura de planta de sorgo granífero (Processo de King – mo  75,33
cm e Processo de Czuber – mo = 76,93 cm) quanto para peso corporal de um lote misto
de frangos de corte com 15 dias de idade (Processo de King – mo  479,06 g e Processo
de Czuber – mo  475,65 g), mas que em termos de moda não tem importância.
Por outro lado, as estimativas da moda, pelo Processo de Czuber, para os dois
tipos de distribuição de freqüência ficaram mais próximas das estimativas da média
aritmética (Altura de planta de sorgo granífero: m̂  78,44 cm e mo  76,93 cm; Peso

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 80


81

corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade: m̂  474,82 g e mo


 475,65 g), enquanto que pelo Processo de King, apenas a estimativa da moda da Altura
de planta de sorgo granífero (mo = 75,33cm) ficou próxima da mediana (me = 74,0 cm).
Assim sendo, como as estimativas da média aritmética e da mediana para os dois
tipos de distribuição em estudo foram muito próximas e que as estimativas da moda pelos
dois processos estão em torno delas apenas para Altura de planta de sorgo granífero,
enquanto que para o Peso corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de
idade as estimativas da moda pelos dois processos foram muito próximas das estimativas
da média aritmética, qualquer uma das medidas de tendência central traduz a realidade
para altura de planta de sorgo granífero e para peso corporal de um lote misto de frangos
de corte com 15 dias de idade.
Por fim, vale ressaltar que na pesquisa agropecuária, as medidas de tendência
central são utilizadas, de um modo geral, isoladamente, cabendo ao pesquisador verificar
qual delas é mais conveniente para auxiliar a análise dos seus dados. Entretanto, em
determinadas situações, elas podem ser utilizadas em conjunto.
A melhor medida de tendência central para um determinado conjunto de dados
depende freqüentemente da distribuição dos valores:
a) Se a distribuição de valores é simétrica e unimodal, a média, a mediana e a
moda são aproximadamente as mesmas, onde, nesta situação, qualquer uma delas poderá
ser usada convenientemente para analisar os dados, conforme FIGURA 3.13 (a).
b) Se a distribuição de valores é simétrica e bimodal, a média e a mediana são
aproximadamente as mesmas, porém não convenientes para analisar os dados, pois se
tratam de medidas improváveis de ocorrer, já que seus valores se encontrariam entre os
dois picos, segundo FIGURA 3.13 (b). Uma distribuição bimodal indica freqüentemente
que a população da qual os valores são tomados consiste realmente de dois subgrupos
distintos que diferem na característica medida, onde a moda seria a medida de tendência
central mais conveniente para analisar os dados ou então analisar os dois subgrupos
separadamente.
c) Quando os dados são assimétricos, tanto à direita quanto à esquerda, a
mediana é freqüentemente a melhor medida de tendência central. Por ser sensível às
observações extremas, a média é puxada em direção dos valores atípicos e,
conseqüentemente, poderia terminar excessivamente aumentada ou reduzida, em excesso.
Quando os dados são assimétricos à direita, a média se encontra à direita da mediana
[FIGURA 3.13 (c)]; e quando os dados são assimétricos à esquerda, a média se encontra
à esquerda da mediana [FIGURA 3.13 (d)].

FIGURA 3.13 – TIPOS DE DISTRIBUIÇÃO DE VALORES DE UM DETERMINADO CONJUNTO


DE DADOS: (a) SIMÉTRICA E UNIMODAL; (b) SIMÉTRICA E BIMODAL; (c)
ASSIMÉTRICA À DIREITA; (d) ASSIMÉTRICA À ESQUERDA

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 81


82

3.3 Medidas de Variabilidade de Dados

Na seção anterior, foi visto que entre as medidas de tendência central, a média é a
mais importante, do ponto de vista estatístico, por ser a mais representativa de uma
amostra de dados. Contudo, ela não diz como os dados de uma amostra se distribuem em
torno dela. Por exemplo, sejam as seguintes amostras de dados:

(1) 10, 10, 10, 10, 10 m̂ = 10,0

(2) 8, 10, 12, 9, 11 m̂ = 10,0

(3) 10, 3, 9, 17, 11 m̂ = 10,0

(4) 17, 15, 7, 3, 8 m̂ = 10,0

Ver-se que as amostras (1), (2), (3) e (4) têm a mesma média, mas observa-se que
na amostra (1) todos os valores são iguais a 10, ou seja, igual a média aritmética, logo
todos os valores estão concentrados na média, não existindo qualquer diferença entre
cada valor e a média, consequentemente não existe variabilidade dos dados, o que na
prática é improvável de ocorrer. Ao passo que nas outras amostras existem diferenças em
relação à média. Assim pode-se dizer que na mostra (1) não existe variabilidade nos
dados, havendo para todas as outras, sendo a amostra (4) a de maior variabilidade.
Portanto, além da média, necessita-se de uma medida estatística complementar
para melhor caracterizar cada amostra apresentada.
As medidas estatísticas responsáveis pela variação ou dispersão dos valores de
uma série são as medidas de variabilidade ou medidas de dispersão, onde se destacam,
em nosso caso, a amplitude total, a variância, o desvio padrão, o erro padrão da
média e o coeficiente de variação.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 82


83

3.3.1 Amplitude total

A amplitude total (At) é a diferença entre os valores maior (ma) e menor (me) de
um conjunto de dados de uma determinada variável.
Assim, numa amostra de dados X1 , X2 , ... , XN , tem-se:

At = Xma – Xme

Considerando todas as amostras com média m̂ = 10, do exemplo citado


anteriormente, ver-se que a média m̂ = 10 não dá por si só, uma completa informação a
respeito do comportamento dos dados. Entretanto, se for tomado a diferença entre o
maior e o menor deles, dentro de cada amostra, isto é, a amplitude total, ter-se-á
respectivamente:

At (1) = X ma – X me

= 10 – 10 = 0,0

At ( 2 ) = X ma – X me
= 12 – 8 = 4,0

At ( 3) = X ma – X me

= 17 – 3 = 14,0

At ( 4 ) = X ma – X me

= 17 – 3 = 14,0

De imediato conclui-se que as amostras (3) e (4) são as mais dispersas. No


entanto, elas são bem distintas, faltando, consequentemente, alguma informação a mais,
que permita diferenciá-las.
É por isso que a amplitude total, mesmo sendo fácil de calcular, é uma medida de
dispersão de utilidade limitada, por depender somente dos valores extremos de um
conjunto de dados, desprezando assim os valores intermediários, o que a torna insensível
à dispersão dos demais valores entre o maior e o menor.
Considerando os dados do Exemplo 1, a amplitude total será:

At = Xma – Xme

= 675,0 – 273,0 = 402,0 kg/ha

O valor At = 402,0 kg/ha é uma estimativa de variabilidade dos dados de


produtividade de algodão herbáceo, variedade ALLEN – 333/57, no Município de
Viçosa-AL, no ano de 1977, em torno da média aritmética ( m̂  455,17 kg/ha). Houve

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 83


84

uma variação muito grande nos dados de produtividade de algodão herbáceo, em relação
à média aritmética.
Considerando, também, os dados do Exemplo 2, a amplitude total será:

At = Xma – Xme

= 48,0 – 25,0 = 23,0 kg

O valor At = 23,0 kg é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso ao


nascer de bezerros machos da raça Charolesa, em torno da média aritmética ( m̂ = 41,25
kg). Houve uma variação grande nos dados de peso ao nascer de bezerros machos, em
relação à média aritmética.
Considerando, ainda, os dados do Exemplo 3, a amplitude total será:

At = Xma – Xme

= 110,0 – 46,0 = 64,0 cm

O valor At = 64,0 cm é uma estimativa de variabilidade dos dados de altura de


planta de sorgo granífero, em torno da média aritmética ( m̂  78,44 cm). Houve uma
variação muito grande nos dados de altura de planta, em relação à média aritmética.
Considerando, por fim, os dados do Exemplo 4, a amplitude total será:
At = Xma – Xme

= 530,0 – 418,0 = 112,0 g

O valor At = 112,0 g é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso


corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade, em torno da média
aritmética ( m̂  474,82 g). Houve uma variação relativamente grande nos dados de peso
corporal, em relação à média aritmética.

3.3.2 Variância

A variância é uma medida de variabilidade que leva em conta todos os valores de


um conjunto de dados. É, indiscutivelmente, a melhor medida de dispersão.
Numa amostra de dados não grupados, como por exemplo, numa amostra de
dados X1, X2 , ... , XN , a variância (s2) é obtida através da seguinte fórmula:

SQD
s2 =
N 1

onde:
SQD = soma dos quadrados dos desvios em relação à média aritmética;
N = número de observações.

É oportuno observar que o denominador da fórmula da variância acima é


equivalente ao número de graus de liberdade envolvido.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 84


85

O número de graus de liberdade é utilizado no cálculo da variância e de outras


medidas de variabilidade, quando as mesmas são obtidas a partir de uma amostra de
dados e a teoria prova que, quando a média verdadeira não é conhecida e faz-se o cálculo
de s2 a partir de uma estimativa m̂ , isto eqüivale exatamente à perda de uma das
observações.
O número de graus de liberdade é conceituado como o número de valores num
conjunto de dados que pode ser designado arbitrariamente. Por exemplo, suponha que um
pesquisador vai distribuir, através de sorteio, dez vacas holandesas em um galpão
contendo dez baias, para avaliar duas rações comerciais em relação à produção de leite.
No primeiro sorteio, a chance de qualquer uma das dez vacas ocupar a baia n o 1 é a
mesma, pois têm-se dez opções de escolha. Depois de sorteada a baia no 1, passa-se ao
segundo sorteio, onde a chance de qualquer uma das nove vacas ocupar a baia n o 2 é a
mesma, pois têm-se nove opções de escolha. Depois de sorteada a baia no 2, passa-se ao
terceiro sorteio, onde a chance de qualquer uma das oito vacas ocupar a baia no 3 é a
mesma, pois têm-se oito opções de escolha, e assim sucessivamente. Quando só restarem
duas baias, passa-se ao nono sorteio, onde a chance de qualquer uma das duas vacas
ocupar a baia no 9 é a mesma, pois têm-se duas opções de escolha. Porém, depois de
sorteada a baia no 9, a última vaca já não tem mais opção de escolha, ou seja, ela ficará na
baia no 10. Portanto, o número de opções é igual a 9, isto é, N – 1.
Considerando os dados das amostras do exemplo anterior, tem-se:

SQD
s2 =
(1)
N 1

=
02  02  02  02  02
5 1

=
0  0  0  0  0
4

0
= = 0,0
4

SQD
s2 =
( 2)
N 1

=
 2  0  2   1  1
2 2 2 2 2

5 1

=
4  0  4  1  1
4

10
= = 2,5
4

SQD
s2 =
( 3)
N 1
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 85
86

=
0   7    1  7   1
2 2 2 2 2

5 1

=
0  49  1  49  1
4

100
= = 25,0
4

SQD
s2 =
( 4)
N 1

=
7   5   3   7    2
2 2 2 2 2

5 1

=
49  25  9  49  4
4

136
= = 34,0
4

Um modo mais prático de calcular a SQD é o que se segue:

 X  2

SQD = X 2

N

Assim, a fórmula da variância fica:

 X  2

X 2

N
s2 =
N 1

Considerando o mesmo exemplo, tem-se:

 X  2

X 2

N
s2 (1) =
N 1

10  10  10  10  10 


2 2 2 50
2
2 2

= 5
5 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 86


87

100  100  100  100  100  .2.500


= 5
4

500  500
=
4

0
= = 0,0
4

 X 2

2
X 2

N
s (2) =
N 1

82  102  122  92  112  50


2

= 5
5 1

64  100  144  81  121  2.500


= 5
4

510  500
=
4

10
= = 2,5
4
 X 2

2
X 2

N
s (3) =
N 1

102  32  92  172  112  50


2

= 5
5 1

100  9  81  289  121  2.500


= 5
4

600  500
=
4

100
= = 25,0
4

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 87


88

 X  2

2
X 2

N
s (4) =
N 1

17  15  7   3  8 


2 2 2 50
2
2 2

= 5
5 1

289  225  49  9  64  2.500


= 5
4

636  500
=
4

136
= = 34,0
4

A vantagem deste método é que se trabalha diretamente com os dados originais,


não havendo, pois, necessidade de calcular-se previamente a média e os desvios em
relação a ela.
É interessante observar que as amostras (3) e (4) já referidas, embora não
pudessem ser diferenciadas pela amplitude total, podem perfeitamente ser identificadas
através da variância. Neste caso, observa-se que a amostra (4) é mais dispersa que a
amostra (3).
Considerando os dados do Exemplo 1, a variância será:

 X  2

2
X 2

N
s =
N 1

273,02  660,02    453,02  2.731,0


2

= 6
6 1

74.529,0  435.600,0    205.209,0  (7.458.361,0)


= 6
5

=
74.529,0  435.600,0    205.209,0  1.243.060,167
5

1.396.213,0  1.243.060,167
=
5

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 88


89

153.152,833
= = 30.630,5666 (kg/ha)2
5

O valor s2 = 30.630,5666 (kg/ha)2 é uma estimativa de variabilidade dos dados de


produtividade de algodão herbáceo, variedade ALLEN – 333/57, no Município de
Viçosa-AL, no ano de 1977, em torno da média aritmética ( m̂  455,17 kg/ha). Mesmo
sendo uma unidade quadrática, verifica-se que houve uma variação relativamente grande
nos dados de produtividade de algodão herbáceo em torno da média aritmética.
Considerando, também, os dados do Exemplo 2, a variância será:

 X  2

X 2

N
s2 =
N 1

47,02  41,02    40,02  495,0


2

= 12
12  1

2.209,0  1.681,0    1.600,0  245.025,0


= 12
11

=
2.209,0  1.681,0    1.600,0  20.418,75
11

20.919,0  20.418,75
=
11

500,25
=  45,4773 kg2
11

O valor s2  45,4773 kg2 é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso ao


nascer de bezerros machos da raça Charolesa, em torno da média aritmética ( m̂ = 41,25
kg). Mesmo sendo uma unidade quadrática, verifica-se que houve uma variação
relativamente pequena nos dados de peso ao nascer de bezerros machos em torno da
média aritmética.
Numa série de dados grupados em classes, a variância (s2) é obtida através da
seguinte fórmula:

2
s =
 d 2
x f 
N 1

onde:
d = desvio de cada ponto médio em relação à média aritmética da série (Pm – m̂ );
f = freqüência de cada classe;
N = número de observações.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 89


90

Considerando os dados do Exemplo 3, a variância será:

2
s =
 d 2
x f 
N 1

=
50,0  78,44 x 3  58,0  78,44 x 7    106,0  78,44 x 4
2 2 2

90  1

=
 28,44 x 3   20,44 x 7    27,56 x 4
2 2 2

89

=
808,8336 x 3  417,7936 x 7    759,5536 x 4
89

=
2.426,5008  2.924,5552    3.038,2144
89

15.374,2240
= = 172,7440899 cm2
89

O valor s2 = 172,7440899 cm2 é uma estimativa de variabilidade dos dados de


altura de planta de sorgo granífero, em torno da média aritmética ( m̂  78,44 cm).
Mesmo sendo uma unidade quadrática, verifica-se que houve uma variação pequena nos
dados de altura de planta, em torno da média aritmética.
Considerando, também, os dados do Exemplo 4, a variância será:

2
s =
 d 2
x f 
N 1

=
425,0  474,82 2
x 3  439,0  474,82 x 8    523,0  474,82 x 4
2 2

120  1

=
 49,82 x 3   35,82 x 8    48,18 x 4
2 2 2

119

=
2.482,0324 x 3  1.283,0724 x 8    2.321,3124 x 4
119

=
7.446,0972  10.264,5792    9.285,2496
119

55.583,9680
= = 467,0921681 g2
119

O valor s2 = 467,0921681 g2 é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso


corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade, em torno da média

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 90


91

aritmética ( m̂  474,82 g). Mesmo sendo uma unidade quadrática, verifica-se que houve
uma variação muito pequena nos dados de peso corporal, em torno da média aritmética.

3.3.3 Desvio padrão

A variância, pela sua natureza, tem uma unidade quadrática. A sua raiz quadrada,
que ainda é uma medida de variabilidade, é denominada desvio padrão.
O desvio padrão é uma medida de dispersão muito usada pelo fato de que
permite a interpretação direta da variação dos dados, pois o mesmo apresenta a mesma
unidade dos dados originais e, consequentemente, da média. O seu cálculo é muito
importante, porque através dele o pesquisador estima a variação acidental que ocorre nos
dados experimentais.
Numa série de dados não grupados, como por exemplo, numa amostra de dados
X1 , X2 , ... , XN , o desvio padrão (s) é obtido através das seguintes fórmulas:

SQD
s=  s2
N 1

ou

( X ) 2
X 2

N
s= = s2
N 1

Considerando os dados das amostras do exemplo anterior, tem-se:

s (1) = s2

= 0,0 = 0,0000
s ( 2) = s2

= 2,5  1,5811

s ( 3) = s2

= 25,0 = 5,0000

s ( 4) = s2

= 34,0  5,8310

Também, aqui, as amostras (3) e (4) podem perfeitamente ser identificadas


através do desvio padrão, continuando a amostra (4) como sendo a mais dispersa.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 91


92

Considerando os dados do Exemplo 1, o desvio padrão será:

s = s2

= 30.630,5666  175,0159 kg/ha

O valor s  175,0159 kg/ha é uma estimativa de variabilidade dos dados de


produtividade de algodão herbáceo, variedade ALLEN – 333/57, no Município de
Viçosa-AL, no ano de 1977, em torno da média aritmética ( m̂  455,17 kg/ha). Houve
uma variação relativamente grande nos dados de produtividade de algodão herbáceo, em
relação à média aritmética.
Considerando, também, os dados do Exemplo 2, o desvio padrão será:

s= s2

= 45,4773  6,7437 kg

O valor s  6,7437 kg é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso ao


nascer de bezerros machos da raça Charolesa, em torno da média aritmética ( m̂ = 41,25
kg). Houve uma variação relativamente pequena nos dados de peso ao nascer de bezerros
machos, em relação à média aritmética.
Numa série de dados grupados em classes, o desvio padrão (s) é obtido através da
seguinte fórmula:

d 2x f
s=  s2
N 1

Considerando os dados do Exemplo 3, o desvio padrão será:

s = s2
= 172,7440899  13,1432 cm

O valor s  13,1432 cm é uma estimativa de variabilidade dos dados de altura de


planta de sorgo granífero, em torno da média aritmética ( m̂  78,44 cm). Houve uma
variação pequena nos dados de altura de planta, em relação à média aritmética.
Considerando, também, os dados do Exemplo 4, o desvio padrão será:

s = s2

= 467,0921681  21,6123 g

O valor s  21,6123 g é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso


corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade, em torno da média
aritmética ( m̂  474,82 g). Houve uma variação muito pequena nos dados de peso
corporal, em relação à média aritmética.
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 92
93

3.3.4 Erro padrão da média

Se ao invés de uma amostra tivessem várias, provenientes de uma mesma


população, seriam obtidas também diversas estimativas da média, porém, distintas entre
si.
A partir dessas diversas estimativas de média, pode-se estimar uma variância da
média, considerando os desvios de cada média em relação à média de todas elas.
Entretanto, demonstra-se que a partir de uma única amostra pode-se estimar essa
variância [s2 ( m̂ )], através da fórmula:

s2
s2 ( m̂ ) =
N

onde:
s2 = variância de uma amostra de dados;
N = número de observações.

A sua raiz quadrada é denominada erro padrão da média, s ( m̂ ), ou seja:

s
s ( m̂ ) =
N

onde:
s = desvio padrão de uma amostra de dados;
N = número de observações.

O erro padrão da média dá uma perfeita idéia da precisão da média, isto é, quanto
menor ele for, maior precisão terá a média.
Considerando os dados das amostras do exemplo anterior, tem-se:

s
s ( m̂ )(1) =
N

0,0
=
5

0,0
= = 0,0000
2,236068

s
s ( m̂ )(2) =
N

1,581139
=
5

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 93


94

1,581139
=  0,7071
2,236068

s
s ( m̂ )(3) =
N

5,0
=
5

5,0
=  2,2361
2,236068

s
s ( m̂ )(4) =
N

5,830952
=
5

5,830952
=  2,6077
2,236068

Sempre que se cita uma média deve-se fazê-la acompanhar-se de seu erro padrão.
Assim, no caso das amostras de (1) a (4) exemplificadas, quando acompanhadas de seus
erros padrões ficam:

(1) 10,0  0,0000

(2) 10,0  0,7071

(3) 10,0  2,2361

(4) 10,0  2,6077

o que mostra a menor precisão da média, na amostra (4).


Considerando os dados do Exemplo 1, o erro padrão da média será:

s
s ( m̂ ) =
N

175,0159
=
6

175,0159
=  71,4499 kg/ha
2,449490

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 94


95

O valor s ( m̂ )  71,4499 kg/ha é uma estimativa de variabilidade dos dados de


produtividade de algodão herbáceo, variedade ALLEN – 333/57, no Município de
Viçosa-AL, no ano de 1977, em torno da média aritmética ( m̂  455,17 kg/ha). Houve
uma variação muito grande entre a média aritmética dos dados de produtividade de
algodão herbáceo e seu erro padrão, indicando uma precisão muito baixa da mesma.
Considerando, também, os dados do Exemplo 2, o erro padrão da média será:

s
s ( m̂ ) =
N

6,7437
=
12

6,7437
=  1,9467 kg
3,464102

O valor s ( m̂ )  1,9467 kg é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso


ao nascer de bezerros machos da raça Charolesa, em torno da média aritmética
( m̂ = 41,25 kg). Houve uma variação relativamente pequena entre a média aritmética dos
dados de peso ao nascer de bezerros machos e seu erro padrão, indicando uma precisão
relativamente alta da mesma.
Considerando, ainda, os dados do Exemplo 3, o erro padrão da média será:

s
s ( m̂ ) =
N

13,1432
=
90

13,1432
=  1,3854 cm
9,486833

O valor s ( m̂ )  1,3854 cm é uma estimativa de variabilidade dos dados de


altura de planta de sorgo granífero, em torno da média aritmética ( m̂  78,44 cm). Houve
uma variação pequena entre a média aritmética dos dados de altura de planta e seu erro
padrão, indicando uma alta precisão da mesma.
Considerando, por fim, os dados do Exemplo 4, o erro padrão da média será:

s
s ( m̂ ) =
N

21,6123
=
120

21,6123
=  1,9729 g
10,954451

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 95


96

O valor s ( m̂ )  1,9729 g é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso


corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade, em torno da média
aritmética ( m̂  474,82 g). Houve uma variação muito pequena entre a média aritmética
dos dados de peso corporal e seu erro padrão, indicando uma precisão muito alta da
mesma.
Como foi visto anteriormente, a média sempre deve vir acompanha de seu erro
padrão. Assim, no caso dos Exemplos de 1 a 4, têm-se:

Exemplo 1: 455,17 kg/ha  71,45 kg/ha

Exemplo 2: 41,25 kg  1,95 kg

Exemplo 3: 78,44 cm  1,39 cm

Exemplo 4: 474,82 g  1,97 g

3.3.5 Coeficiente de variação

O coeficiente de variação (CV) é uma medida de variabilidade que mede


percentualmente a relação entre o desvio padrão (s) e a média aritmética ( m̂ ), ou seja:

100 x s
CV =

Como s e m̂ são expressos na mesma unidade, o coeficiente de variação é um


número abstrato, isto é, não tem unidade.
Esta medida de variabilidade pode ser empregada tanto em dados grupados como
não grupados. Se o desvio padrão for calculado sobre a mediana ou sobre a moda (que é
possível, mas não se usa), outros coeficientes poderão ser obtidos.
Considerando os dados das amostras do exemplo anterior, tem-se:

100 x s
CV (1) =

100 x 0,0
=
10

0,0
= = 0,0%
10

100 x s
CV (2) =

100 x 1,581139
=
10

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 96


97

158,1139
=  15,81%
10

100 x s
CV (3) =

100 x 5,0
=
10

500,0
= = 50,00%
10

100 x s
CV (4) =

100 x 5,830952
=
10

583,0952
=  58,31%
10

Aqui, também, as amostras (3) e (4) podem, perfeitamente, ser identificadas


através do coeficiente de variação, mostrando novamente que a amostra (4) é a mais
dispersa.
Considerando os dados do Exemplo 1, o coeficiente de variação será:

100 x s
CV =

100 x 175,0159
=
455,17

17.501,59
=  38,45%
455,17

O valor CV  38,45% é uma estimativa de variabilidade dos dados de


produtividade de algodão herbáceo, variedade ALLEN – 333/57, no Município de
Viçosa-AL, no ano de 1977.
Considerando, também, os dados do Exemplo 2, o coeficiente de variação será:

100 x s
CV =

100 x 6,7437
=
41,25

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 97


98

674,37
=  16,35%
41,25

O valor CV  16,35% é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso ao


nascer de bezerros machos da raça Charolesa.
Considerando, ainda, os dados do Exemplo 3, o coeficiente de variação será:

100 x s
CV =

100 x 13,1432
=
78,44

1.314,32
=  16,76%
78,44

O valor CV  16,76% é uma estimativa de variabilidade dos dados de altura de


planta de sorgo granífero.
Considerando, por fim, os dados do Exemplo 4, o coeficiente de variação será:

100 x s
CV =

100 x 21,6123
=
474,82

2.161,23
=  4,55%
474,82

O valor CV  4,55% é uma estimativa de variabilidade dos dados de peso


corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade.
O coeficiente de variação serve também para análise comparativa envolvendo
unidades e séries diferentes. Por exemplo, considerando os dados dos Exemplos 1, 2, 3 e
4 têm-se:
Exemplo 1: Distribuição de produtividade de algodão herbáceo:

m̂  455,17 kg/ha

s  175,0159 kg/ha

CV  38,45%

Exemplo 2: Distribuição de peso ao nascer de bezerros machos da raça


Charolesa:

m̂ = 41,25 kg

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 98


99

s  6,7437 kg

CV  16,35%

Exemplo 3: Distribuição de altura de planta de sorgo granífero:

m̂  78,44 cm

s  13,1432 cm

CV  16,76%

Exemplo 4: Distribuição de peso corporal de um lote misto de frangos de corte:

m̂  474,82 g

s  21,6123 g

CV  4,55%

Verifica-se, assim, que entre as distribuições comparadas, a distribuição de peso


corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade é mais homogênea
(menos dispersa), enquanto que a distribuição de produtividade de algodão herbáceo é a
mais dispersa.
Uma desvantagem do coeficiente de variação é que ele deixa de ser útil quando a
média esta próxima de zero.
O coeficiente de variação dá uma idéia de precisão do experimento, ou seja,
quanto menor o coeficiente de variação maior será a precisão do experimento.
De um modo geral, quando o coeficiente de variação for inferior a 10%, diz-se
que o experimento apresentou uma ótima precisão experimental; quando variar de 10 a
15%, diz-se que o experimento apresentou uma boa precisão experimental; quando
estiver no intervalo de  15%  20%, diz-se que o experimento apresentou uma precisão
experimental regular ou aceitável; quando estiver no intervalo de  20%  30%, diz-se
que o experimento apresentou uma péssima precisão experimental; e quando for superior
a 30%, diz-se que o experimento apresentou uma precisão experimental muito péssima.
Por conta disso, espera-se que os coeficientes de variação dos ensaios agropecuários,
principalmente aqueles conduzidos ao nível de campo, não ultrapassem a casa dos 20%,
de modo que as conclusões obtidas de tais ensaios tenham credibilidade perante a
comunidade científica.
Contudo, é preciso ressaltar que nem sempre um coeficiente de variação superior
à casa dos 20% significa que as conclusões obtidas não tenham credibilidade perante a
comunidade científica. Isso depende muito do tipo de experimento. Por exemplo, nos
experimentos com consorciação de culturas, o coeficiente de variação é geralmente alto
em comparação com os experimentos com culturas isoladas. Neste caso, os coeficientes
de variação de 20 a 30% são racionais e aceitáveis perante a comunidade científica.
Também em experimentos de campo na área de Entomologia, coeficientes de variação

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 99


100

superiores a 20% são normais e aceitáveis, pois em função do comportamento dos insetos
é muito raro obter coeficientes de variação baixos.
Por outro lado, nem sempre se consegue uma ótima precisão experimental, com
CV < 5%, nos ensaios de laboratório, casa-de-vegetação ou galpão, visto que geralmente
são mais precisos do que os ensaios de campo. Mais uma vez, isso depende muito do tipo
de experimento. Por exemplo, dados de análise de solo não raro apresentam coeficientes
de variação superiores a 20% e em alguns casos superiores a 30%, especialmente no caso
de solos pobres, como os de cerrado.
Portanto, cabe ao pesquisador avaliar e justificar a precisão de seus dados
experimentais baseando-se nesses fatos.

3.3.6 Intervalo de confiança para a média

Foi visto até agora que as médias obtidas das amostras dos Exemplos 1, 2, 3 e 4
representam suas médias populacionais, onde o único valor obtido de cada amostra
estima esse parâmetro de interesse. Tal método de estimação é chamado de estimação
por ponto, o qual é comumente usado. Contudo, como a média de uma amostra é um
estatístico e os mesmos variam de amostra para amostra, o problema é que se tivessem
duas ou mais amostras para cada um dos exemplos citados acima é muito provável que os
resultados de suas médias não seriam iguais, havendo um grau de incerteza envolvido.
Uma estimativa por ponto não fornece nenhuma informação sobre a variabilidade
inerente do estimador, ou seja, não se sabe se a média estimada está próxima ou distante
da média verdadeira.
Por outro lado, existe um outro método de estimação muito usado, conhecido
como estimação por intervalo, que é freqüentemente preferido em relação ao método
anterior, pois fornece um intervalo de valores razoável no qual se presume que esteja o
parâmetro de interesse (a média verdadeira) com certo grau de confiança. Esse intervalo
de valores é chamado intervalo de confiança.
O intervalo de confiança (IC) para a média é obtido através da seguinte fórmula:

IC = m̂ + t (5%) x s ( m̂ )

onde:
m̂ = estimativa da média;
t (5%) = valor tabelado do teste t no nível de 5% de probabilidade (TABELA A.7);
s ( m̂ ) = erro padrão da média.

Considerando os dados do Exemplo 1, o intervalo de confiança da média será:

IC = m̂ + t (5%) x s ( m̂ )
= 455,17 + 2,57 x 71,4499

= 455,17 + 183,63 

IC = (271,54 kg/ha; 638,80 kg/ha)

Os valores de IC = (271,54 kg/ha; 638,80 kg/ha) indicam o intervalo de


confiança, com 95% de probabilidade, onde se encontra a média verdadeira para os dados
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 100
101

de produtividade de algodão herbáceo, variedade ALLEN – 333/57, no Município de


Viçosa-AL, no ano de 1977. Houve uma variação muito grande no intervalo de confiança
dos dados de produtividade de algodão herbáceo, indicando uma precisão muito baixa da
estimativa da média ( m̂  455,17 kg/ha).
Considerando, também, os dados do Exemplo 2, o intervalo de confiança da
média será:

IC = m̂ + t (5%) x s ( m̂ )

= 41,25 + 2,20 x 1,9467

= 41,25 + 4,28 

IC = (36,97 kg; 45,53 kg)

Os valores de IC = (36,97 kg; 45,53 kg) indicam o intervalo de confiança, com


95% de probabilidade, onde se encontra a média verdadeira para os dos dados de peso ao
nascer de bezerros machos da raça Charolesa. Houve uma variação relativamente
pequena no intervalo de confiança dos dados de peso ao nascer de bezerros machos,
indicando uma precisão relativamente alta da estimativa da média ( m̂ = 41,25 kg).
Considerando, ainda, os dados do Exemplo 3, o intervalo de confiança da média
será:

IC = m̂ + t (5%) x s ( m̂ )

= 78,44 + 1,99 x 1,3854

= 78,44 + 2,76 

IC = (75,68 cm; 81,20 cm)

Os valores de IC = (75,68 cm; 81,20 cm) indicam o intervalo de confiança, com


95% de probabilidade, onde se encontra a média verdadeira para os dados de altura de
planta de sorgo granífero. Houve uma variação pequena no intervalo de confiança dos
dados de altura de planta de sorgo granífero, indicando uma alta precisão da estimativa da
média ( m̂  78,44 cm).
Considerando, por fim, os dados do Exemplo 4, o intervalo de confiança da
média será:

IC = m̂ + t (5%) x s ( m̂ )
= 474,82 + 1,98 x 1,9729

= 474,82 + 3,91 

IC = (470,91 g; 478,82 g)

Os valores de IC = (470,91 g; 478,82 g) indicam o intervalo de confiança, com


95% de probabilidade, onde se encontra a média verdadeira para os dados de peso
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 101
102

corporal de um lote misto de frangos de corte com 15 dias de idade. Houve uma variação
muito pequena no intervalo de confiança dos dados de peso corporal, indicando uma
precisão muito alta da estimativa da média ( m̂  474,82 g).

3.4 Exercícios

a) Num ensaio sobre competição de variedades de algodão herbáceo, foram


obtidos os seguintes resultados de peso de 20 capulhos (gramas):
_____________________________________________________________________________________
V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8

78 75 100 85 102 85 72 88 98 85 88 102 98 100 102 100


90 70 65 92 95 80 85 80 70 88 83 88 90 85 92 102
90 88 78 90 102 98 98 85 85 80 138 85 95 95 88 85

Pede-se:
a.1) Determine, para cada variedade, o peso médio de 20 capulhos, o erro padrão
da média, o coeficiente de variação e o intervalo de confiança da média.
a.2) Sem levar em conta a variedade, determine o peso médio de 20 capulhos, o
erro padrão da média, a mediana, a moda, o coeficiente de variação e o intervalo de
confiança da média.

b) Admitindo-se que seja de 18% o coeficiente de variação relativo ao peso de


ovos de galinha, perguntam-se quantos ovos devem ser pesados para obter-se um erro
padrão da média igual a 3% dela.

c) Numa amostra de 30 dados de pesos ao nascer de bezerros machos da raça


nelore obteve-se a média m̂ = 52 kg, com um erro padrão da média s( m̂ ) = 3,2 kg. Pede-
se o coeficiente de variação referente a estes dados.

d) A fim de se obter a produção média de algodão em uma fazenda, foi tomada


ao acaso as produções de 20 pequenas parcelas de 100 m2, cujo resultado, em gramas, foi
o seguinte:

2.730 6.750 3.150 7.230


3.800 4.350 2.980 3.300
2.370 3.100 4.370 2.330
3.770 3.850 3.330 6.420
2.930 3.500 8.200 3.400

Pede-se:
d.1) A produção média, em kg/ha, com seu respectivo erro padrão.
d.2) O coeficiente de variação.
d.3) Admitindo-se que a área da fazenda destinada ao plantio de algodão seja de
180 ha, qual a produção esperada e seu erro padrão?

e) Na determinação da altura de planta de soja, em cm, foram analisadas 15


amostras, obtendo-se o resultado que se segue:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 102


103

62,0 76,3 69,7 57,7 50,0


49,7 51,0 77,0 51,7 56,7
64,7 79,0 66,0 55,0 96,3

Pede-se:
e.1) Calcular a altura média de planta de soja, em cm, e o seu erro padrão.
e.2) Obter a mediana e a moda.
e.3) Determinar o coeficiente de variação.
e.4) Determinar o intervalo de confiança da média.
f) Considerando a série de dados a seguir, referente ao consumo acumulado de
ração (g) de frangos de corte com 25 dias de idade:

1.530 1.750 1.350 1.430


1.400 1.350 1.680 1.360
1.370 1.400 1.370 1.330
1.570 1.780 1.330 1.420
1.330 1.500 1.500 1.300
1.730 1.750 1.550 1.530
1.800 1.350 1.580 1.600
1.370 1.400 1.370 1.630
1.770 1.800 1.330 1.420
1.630 1.500 1.500 1.500
1.530 1.750 1.550 1.630

Pede-se:
f.1) Construir uma tabela de freqüência, um histograma de freqüência e um
polígono de freqüência.
f.2) Calcular o consumo médio acumulado de ração (g) de frangos de corte com
25 dias de idade e o seu erro padrão.
f.3) Obter a mediana e a moda.
f.4) Determinar a amplitude total, o coeficiente de variação e o intervalo de
confiança da média.

g) Considerando a série de dados a seguir, referente ao número de sementes na


espiga de progênies de meios irmãos de milho (PMI):

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

NO de PMI NO de Sementes NO de PMI NO de Sementes NO de PMI NO de Sementes


____________________________________________________________________________________________________________________

1 313 18 412 35 392


2 596 19 358 36 370
3 350 20 627 37 599

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 103


104

4 440 21 392 38 409


5 426 22 354 39 486
6 476 23 522 40 519
7 326 24 348 41 416
8 385 25 474 42 344
9 490 26 410 43 430
10 418 27 412 44 551
11 457 28 411 45 573
12 394 29 482 46 602
13 344 30 495 47 407
14 483 31 405 48 355
15 399 32 370 49 431
16 523 33 405 50 372
17 413 34 433
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Pede-se:
g.1) Construir uma tabela de freqüência, um histograma de freqüência e um
polígono de freqüência.
g.2) Calcular o número médio de sementes na espiga de milho e o seu erro
padrão.
g.3) Obter a mediana e a moda.
g.4) Determinar a amplitude total e o coeficiente de variação.

h) Um estudo realizado com dois tipos de adubos orgânicos na cultura do capim


elefante revelou os seguintes resultados de produção de matéria verde por ano (t/ha):

AO1 AO2
Média 485,6 360,0
Mediana 242,4 359,1
Moda 210,0 359,8

Pede-se:
h.1) Interpretar e discutir os resultados obtidos desse estudo, considerando que
uma cultura do capim elefante conduzida normalmente permite seis colheitas por ano, em
torno de 60 t/ha por corte.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 104


105

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 105


105

ANÁLISE DE
4 VARIÂNCIA

Um problema que se apresenta com maior freqüência do que qualquer outro na


análise estatística é o de avaliar se duas ou mais amostras diferem significativamente com
relação a alguma variável.
Este tipo de problema ocorre tão freqüentemente porque os pesquisadores muitas
vezes propõem experimentos para comparar dois ou mais tratamentos (amostras) entre si.
Por exemplo, uma nova técnica de aplicação de vermífugo em caprino é comparada com
a técnica tradicional, diferentes tipos de adubos orgânicos são avaliados na cultura do
tomate, diferentes variedades de milho forrageiro são avaliadas numa determinada região,
etc..
Em função disso, é necessário um método estatístico para solucionar problemas
dessa natureza. Um dos métodos mais utilizados para resolver tais problemas é conhecido
como análise de variância.

4.1 Análise de Variância

A análise de variância foi introduzida por Fisher e é essencialmente um processo


baseado na decomposição da variação total existente entre uma série de observações, em
partes que podem ser atribuídas a causas conhecidas e numa parte devida a causas
desconhecidas ou não suscetíveis de controle. Como exemplo das causas conhecidas,
pode-se citar o efeito de diferentes inseticidas no controle do pulgão em batata (Solanum
tuberosum L.) cv. RADOSA, e como exemplo das causas desconhecidas, as diferenças
existentes entre as plantas (parcelas), condicionando um tipo diferente de resposta a um
mesmo inseticida. Os efeitos dessas causas desconhecidas, ou não controláveis,
contribuem para uma porção da variação total, que é isolada na análise de variância,
recebendo a denominação de Erro ou Resíduo.
A variação que contribui para o erro experimental pode ser de dois tipos:
a) Inerente à própria variabilidade do material experimental;
b) Proveniente da falta de uniformidade do ambiente em que é conduzido o
experimento.
Na análise de variância, quando a variação total é decomposta, as causas
conhecidas e desconhecidas representam, respectivamente, a variação entre amostragens
(tratamentos) e a variação dentro de amostragens (erro ou resíduo).
Como a variação total é medida em termos de variância, é calculada a soma de
quadrados total, bem como o número de graus de liberdade, as quais representam,
respectivamente, o numerador e o denominador de equação da variância. Através do

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 105


106

desdobramento da soma de quadrados total de duas ou mais amostras de dados, obtém-se


as suas respectivas somas de quadrados entre amostragens e dentro de amostragens.
Tais somas de quadrados divididas pelos seus respectivos graus de liberdade
fornecem os quadrados médios (variâncias) entre amostragens e dentro de amostragens,
respectivamente, os quais são confrontados através de um teste de hipótese (por exemplo,
o teste F) para verificar se as amostras avaliadas diferem significativamente ou não com
relação a alguma variável.
Os dados relativos às somas de quadrados e aos graus de liberdade, bem como os
quadrados médios serão colocados numa tabela, chamada de Quadro de Análise de
Variância. A composição desta tabela está explicitada na TABELA 4.1.

TABELA 4.1 – QUADRO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA SEGUNDO UM ÚNICO CRITÉRIO*

Causa de Graus de Soma de Quadrados Quadrados Médios F Calculado


Variação Liberdade (GL) (SQ) (QM)

Entre t–1 SQ1 SQ1 QM 1


Amostragens QM1 = F =
t 1 QM 2

Dentro de t (r – 1) SQ 2 = SQ Total – SQ1 SQ 2


QM 2 =
t r  1
Amostragens

Total txr–1 SQ Total

*: A análise de variância é denominada “segundo um único critério”, porque, no caso apresentado, foi
levado em consideração apenas um critério, representado pelos efeitos das várias amostragens
(tratamentos). Os experimentos planejados com base neste tipo de análise são denominados
“experimentos inteiramente casualizados”.

As fórmulas matemáticas e o processo de análise de variância para cada tipo de


experimento serão vistos em capítulos posteriores, quando for feita uma abordagem sobre
cada delineamento estatístico.

4.2 Suposições da Análise de Variância

Além de aprender as regras para efetuar uma análise de variância, todo


pesquisador deve buscar o domínio e a compreensão dos princípios inerentes à mesma,
para não se defrontar com sérios problemas, como por exemplo, chegar a conclusões que
não têm justificativas ou não alcançar conclusões importantes porque os dados não foram
analisados adequadamente.
Desse modo, para que a análise de variância possa ter validade, o pesquisador
deve atender às seguintes suposições:
a) Os efeitos principais devem ser aditivos – Nos experimentos, os vários
efeitos devem ser aditivos, tanto é que para cada delineamento estatístico existe um
modelo matemático denominado modelo linear aditivo. Para o delineamento
inteiramente casualizado, este modelo é Xij = m̂ + ti + eij, onde expressa que o valor de
qualquer unidade experimental é resultante de uma média geral, mais um efeito de

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 106


107

tratamentos e mais um efeito do erro experimental. O modelo correspondente ao


delineamento em blocos casualizados é: Xij = m̂ + ti + bj + eij, onde o valor de qualquer
unidade experimental é resultante de uma média geral, mais um efeito de tratamentos,
mais um efeito de blocos e mais um efeito do erro experimental. Para o delineamento em
quadrado latino, este modelo é: Xijk = m̂ + t(k)ij + lj + cj + eijk, onde o valor de qualquer
unidade experimental é resultante de uma média geral, mais um efeito de tratamentos,
mais um efeito de linhas, mais um efeito de colunas e mais um efeito do erro
experimental. O aspecto importante, que deve notar-se nestes modelos, é que os efeitos se
somam; daí o nome de modelo linear aditivo.
O modelo para o delineamento em blocos casualizados, por exemplo, implica que
um efeito de tratamento é o mesmo para todos os blocos e que o efeito de bloco é o
mesmo para todos os tratamentos. Em outras palavras, encontra-se que um tratamento
aumenta a produção em certa quantidade acima da média geral, supomos que este tenha o
mesmo efeito tanto nos blocos de alta produção como nos blocos de baixa produção.
Caso o que foi exposto acima não se verifique, é necessário transformar os dados
experimentais para ajustá-los ao modelo aditivo.
b) Os erros de observação devem ser independentes – Cada observação possui
um erro que deve ser independente dos demais. O princípio da casualização assegura a
validade da estimativa do erro experimental, pois permite uma distribuição independente
do mesmo. A casualização evita que todas as parcelas que recebem o mesmo tratamento
ocupem posições adjacentes na área experimental, visto que as parcelas adjacentes,
principalmente no campo, tendem a estar mais relacionadas entre si do que as parcelas
distribuídas aleatoriamente.
c) Os erros de observação devem ser normalmente distribuídos – A única
fonte de variação dentro de amostragens são os erros aleatórios. Estes devem ter
distribuição normal (ou aproximadamente normal) com média igual a zero e variância
igual a S2. Felizmente, as variações da suposição de normalidade não afetam muito
seriamente a validade da análise de variância.
A normalidade dos dados pode ser verificada por um teste de normalidade, como
por exemplo, o teste do quiquadrado, desde que o número de amostras com as quais estão
trabalhando seja definitivamente grande.
Quando se verifica que falta normalidade aos dados, usam-se as transformações
para que os mesmos sejam normalmente distribuídos. De modo geral, dados médios de
parcelas têm distribuição normal.
d) As variâncias das diferentes amostras devem ser homogêneas – Na análise
de variância, o valor do Quadrado Médio do Resíduo, que corresponde à estimativa da
variância do erro experimental, é utilizado nas fórmulas matemáticas dos testes de
hipóteses. Tais testes são utilizados para verificar se existe ou não diferença significativa
entre os tratamentos avaliados. Assim sendo, é importante que as estimativas das
variâncias dos diferentes tratamentos (amostras) sejam homogêneas, ou seja, não deve
haver uma variação muito grande entre suas estimativas, de modo que os resultados
obtidos dos testes de hipóteses tenham validade. Vale ressaltar que, no delineamento
inteiramente casualizado, o Quadrado Médio do Resíduo corresponde exatamente a
média das estimativas das variâncias de cada tratamento. Já nos outros delineamentos
estatísticos (delineamento em blocos casualizados e delineamento em quadrado latino) o
Quadrado Médio do Resíduo é menor que a média das estimativas das variâncias de cada
tratamento, em função das outras fontes de variação provocadas pela variação externa
que são isoladas do resíduo através do uso do princípio do controle local (blocos no
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 107
108

delineamento em blocos casualizados e linhas e colunas no delineamento em quadrado


latino).
Entre os vários testes estatísticos utilizados para verificar a homogeneidade de
variâncias, têm o teste F-máximo, proposto por Hartley.
O teste F-máximo é simples e rápido, porém apresenta menor precisão quando as
amostras têm graus de liberdade diferentes.
A fórmula do referido teste é a seguinte:

s 2 máxima
F-máximo =
s 2 mínima

onde:
s2 máxima = maior valor das estimativas das variâncias entre as amostras;
s2 mínima = menor valor das estimativas das variâncias entre as amostras.

O valor calculado de F-máximo é confrontado com o valor de F-máximo


tabelado, com K = número de estimativas das variâncias das diferentes amostras e (N – 1)
graus de liberdade associados a cada estimativa de variância, sendo N = número de
observação de cada amostra (TABELA A.1).
Logo tem-se:
F-máximo calculado > F-máximo tabelado (1%) - ** (as estimativas das
variâncias são estatisticamente diferentes no nível de 1% de probabilidade, isto é, não há
homogeneidade de variâncias);
F-máximo calculado < F-máximo tabelado (1%) - recorre-se no nível de 5% de
probabilidade;
F-máximo calculado > F-máximo tabelado (5%) - * (as estimativas das
variâncias são estatisticamente diferentes no nível de 5% de probabilidade, isto é, não há
homogeneidade de variâncias);
F-máximo calculado < F-máximo tabelado (5%) - ns (as estimativas das
variâncias não diferem estatisticamente entre si no nível de 5% de probabilidade, isto é,
as variâncias são homogêneas).
Quando os graus de liberdade para cada amostra são diferentes, toma-se a média
aritmética dos mesmos para usar a TABELA A.1.
Exemplo 1: Verificar se as variâncias são homogêneas pelo teste F-máximo a
partir dos dados da TABELA 4.2.

TABELA 4.2 – PESOS DE 20 CAPULHOS, EM GRAMAS, DE VARIEDADES DE ALGODÃO


HERBÁCEO NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-AL

Variedades I II III IV V VI Totais de Variedades

1 – ALLEN - 333/57 78,0 90,0 90,0 75,0 70,0 88,0 491,0

2 – AFC - 65/5236 100,0 65,0 78,0 92,0 85,0 90,0 510,0

3 – IAC - 13.1 102,0 95,0 102,0 85,0 80,0 98,0 562,0

4 – IPEANE – SU – 01 98,0 70,0 85,0 85,0 88,0 80,0 506,0

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 108


109

FONTE: FERREIRA (1977).

As variâncias de cada variedade são:

 X  2

X 2

N
s  2

N 1
1

(491,0) 2
(78,0) 2  (90,0) 2  (90,0) 2  (75,0) 2  (70,0) 2  (88,0) 2 
= 6
6 1

241.081,0
6.084,0  8.100,0  8.100,0  5.625,0  4.900,0  7.744,0 
= 6
5

40.553,0  40.180,1667
=
5

372,8333
=  74,5667
5

 X  2

X 2

N
s 22 
N 1

(510,0) 2
(100,0) 2  (65,0) 2  (78,0) 2  (92,0) 2  (85,0) 2  (90,0) 2 
= 6
6 1

260.100,0
10.000,0  4.225,0  6.084,0  8.464,0  7.225,0  8.100,0 
= 6
5

44.098,0  43.350,0
=
5

748,0
= = 149,6000
5

 X  2

X 2

N
s32 
N 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 109


110

(562,0) 2
(102,0) 2  (95,0) 2  (102,0) 2  (85,0) 2  (80,0) 2  (98,0) 2 
= 6
6 1

315.844,0
10.404,0  9.025,0  10.404,0  7.225,0  6.400,0  9.604,0 
= 6
5

53.062,0  52.640,6667
=
5

421,3333
=  84,2667
5

 X  2

X 2

N
s  2

N 1
4

(506,0) 2
(98,0) 2  (70,0) 2  (85,0) 2  (85,0) 2  (88,0) 2  (80,0) 2 
= 6
6 1

256.036,0
9.604,0  4.900,0  7.225,0  7.225,0  7.744,0  6.400,0 
= 6
5

43.098,0  42.672,6667
=
5

452,3333
=  85,0667
5

s 2 máxima
F-máximo =
s 2 mínima

149,6000
=  2,01
74,5667

F-máximo tabelado (K = 4; N – 1 = 5): 1% = 28,0; 5% = 13,7.


Logo, F-máximo = 2,01 ns. Assim, chega-se à conclusão de que as estimativas
das variâncias do peso de 20 capulhos de variedades de algodão herbáceo são
homogêneas.
Uma regra prática e rápida para verificar a homogeneidade de variâncias é que a
relação entre a maior e a menor delas não pode ser superior a mais de quatro vezes para
que elas sejam homogêneas.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 110


111

Quando às variâncias das diferentes amostras não são homogêneas, têm-se


diversos cursos a seguir. Primeiro, pode-se separar as amostras em grupos, de modo que
as variâncias dentro de cada grupo sejam homogêneas. Assim, a análise de variância
poderá ser efetuada para cada grupo. Segundo, pode-se utilizar um método descrito em
textos mais avançados de estatística, o qual contempla um procedimento bastante
complicado para ponderar médias de acordo com suas variâncias. Terceiro, pode-se
transformar os dados de tal forma que eles fiquem homogêneos. Este método é o mais
utilizado na prática.

4.3 Transformações de Dados

Conforme foi visto, na análise de variância, algumas condições são exigidas para
que os testes de hipóteses tenham validade. Contudo, como tais condições raramente são
verificadas na prática, vários procedimentos são utilizados com o fim de reparar (pelo
menos aproximadamente) a falta de verificação dessas condições. Dentre os
procedimentos, geralmente utilizam-se transformações de dados.
Uma transformação é qualquer alteração sistemática num conjunto de dados onde
certas características são mudadas e outras permanecem inalteradas.
As principais transformações são:
a) Raiz quadrada – Própria para certos tipos de dados em que a média é
aproximadamente igual à variância, ou seja, para dados oriundos de uma distribuição de
Poisson (tipo de distribuição em que os dados apresentam uma probabilidade muito baixa
de ocorrência em qualquer indivíduo – os fenômenos naturais são os exemplos mais
óbvios desse tipo de ocorrência). Tais tipos de dados ocorrem quando as variáveis são
oriundas de contagem como: número de sementes por planta ou por parcela, número de
dias para enraizamento de bulbos por parcela, número de insetos por planta ou por
parcela, número de plantas atacadas por um determinado patógeno por parcela, número
de carrapatos por animal ou por parcela, número de animais doentes por parcela, etc.. Os
dados provenientes de uma escala de notas também devem ser transformados através da
raiz quadrada. Também os dados de porcentagens, referentes às contagens, quando
variam de 0 a 20% ou de 80 a 100%, podem ser transformados através da raiz quadrada.
Neste caso, as porcentagens entre 80 e 100% devem ser, de preferência, subtraídas de
100, antes de se fazer à transformação. A transformação da raiz quadrada é, ainda,
indicada no caso de porcentagens, fora dos limites acima considerados, quando as
observações estão claramente numa escala contínua.
Neste caso tem-se: x .
Quando nesse tipo de transformação os dados variam de 0 a 10, trabalha-se com
x  0,5 ou x  1 , em lugar de x , pois evita-se o problema dos valores de X iguais a
zero.
b) Logarítmica – É usada sempre que se têm dados em que os desvios padrões
das amostras são aproximadamente proporcionais às médias, ou seja, todas as amostras
apresentam o mesmo coeficiente de variação. Também quando os efeitos principais são
multiplicativos, em vez de aditivos, os dados devem ser transformados através desse tipo
de transformação. Essa transformação é satisfatória quando os dados se referem à
contagem de bactérias, de esporos, de grãos de pólen, de ovos de insetos, de ácaros, etc..
Dados provenientes de adição de vitaminas em animais também devem ser transformados
através da transformação logarítmica. É utilizada, ainda, quando os dados são

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 111


112

apresentados por porcentagens que abrangem uma grande amplitude de variação. Esse
tipo de transformação resolve tanto o problema de heterogeneidade de variâncias como a
falta de aditividade no modelo.
Nesse caso tem-se: log x.
Na transformação logarítmica, quando a amostra possui dados iguais a zero ou
muito próximos de zero, trabalha-se com log (x + 1), pois se evita que se usem números
negativos na análise, além de resolver o problema de valores de X iguais a zero.
Essa transformação deve ser usada quando as variâncias de cada amostra
possuem, no mínimo, 12 observações.
c) Arcoseno ou angular – Própria para dados em que a média é proporcional à
variância, ou seja, para dados oriundos de uma distribuição binomial (tipo de distribuição
em que os dados apresentam uma probabilidade calculável de ocorrência ou não em
qualquer indivíduo). Tais tipos de dados ocorrem quando as variáveis são oriundas de
proporção como: porcentagem de germinação de sementes, porcentagem de mortalidade
de plantas infectadas com vírus, porcentagem de sobrevivência de bezerros da raça
Nelore, etc..
Nesse caso tem-se: arco seno x (%) .
Na transformação arco seno, quando todos os dados estão entre 30 e 70% não
precisa usar a transformação. Se os dados extrapolam esta amplitude, usa-se então a
transformação.
Quando o número de observações for menor que 50 (N < 50), a proporção 0%
1 1
deve ser substituída por N e a proporção 100% para 100 – N, antes de transformar
4 4
os dados em arco seno x (%) .
Existe uma tabela própria para esta transformação (TABELA A.2).

4.3.1 Escolha da melhor transformação

Em alguns casos fica-se sem saber qual seria a transformação mais adequada.
Quando se defrontar com tais situações, têm-se várias maneiras para escolher a melhor
transformação. Entre as várias maneiras, uma das mais simples é por meio de gráficos,
onde se coloca no eixo dos x e y as médias e variâncias respectivas de cada amostra para
cada transformação e seleciona-se a que apresentar menor dispersão.
Outro procedimento é aplicar cada transformação para o maior e o menor dado
de cada amostra. A amplitude dentro de cada amostra é determinada e a razão entre a
maior e a menor amplitude é calculada. A transformação que produz a menor razão é a
selecionada.
Exemplo 2: Escolher a melhor transformação a partir de dados da TABELA 4.3.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 112


113

TABELA 4.3 – PERÍODO DE ENRAIZAMENTO (EM DIAS) DE CULTIVARES DE CEBOLA


(Allium cepa L.) DE DIAS CURTOS. PIRACICABA – SP

Cultivares I II Totais de Cultivares

01 – BAIA PERFORME 48,0 33,4 81,4


02 – BAIA DO CEDO SMP-V 18,4 10,2 28,6
03 – BAIS TRIUNFO SMJ-II 46,6 42,8 89,4
04 – BARREIRO SMJ-II 14,0 32,0 46,0
05 – COJUMATLAN L. 2691 10,6 2,4 13,0
06 – CREOLA CATARINENSE 64,0 44,7 108,7
07 – EXCEL BEMUDAS 986 31,0 14,8 45,8
08 – IPA – 2 17,0 10,8 27,8
09 – PIRA OURO A/R 16,8 26,8 43,6
10 – PIRA TROPICAL A/C 15,2 9,8 25,0
11 – TEXAS GRANO 11,4 2,5 13,9
12 – WHITE CREOLE 26,0 18,4 44,4
13 – BAIA DO CEDO SMJ-III 24,2 8,4 32,6
14 – BAIA SETE VOLTAS 19,4 18,2 37,6
15 – BARREIRO ROXA SMP-IV 8,0 14,2 22,2
16 – BARREIRO SMP-III 22,0 36,2 58,2
17 – CIGANINHA 4,6 6,2 10,8
18 – CREOLA 19,8 28,4 48,2
19 – PIRA COUTO 16,2 22,2 38,4
20 – PIRA GRANA 32,6 21,4 54,0
21 – PIRA LOPES A/R 25,8 5,0 30,8
22 – PIRA PERA A/C 19,4 16,0 35,4
23 – PIRA LOPES A/C 18,6 8,0 26,6
24 – ROXA CHATA SMP – IV 13,0 5,4 18,4
25 – TUBARÃO 19,2 13,2 32,4

FONTE: FERREIRA (1982).

Os resultados estão contidos no quadro a seguir:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 113


114

Raiz Quadrada Logarítmica


Cultivares
Maior Menor Amplitude Maior Menor Amplitude

1 6,9282 5,7793 1,1489 1,6812 1,5237 0,1575


2 4,2895 3,1937 1,0958 1,2648 1,0086 0,2562
3 6,8264 6,5422 0,2842 1,6684 1,6314 0,0370
4 5,6569 3,7417 1,9152 1,5052 1,1461 0,3591
5 3,2558 1,5492 1,7066 1,0253 0,3802 0,6451
6 8,0000 6,6858 1,3142 1,8062 1,6503 0,1559
7 5,5678 3,8471 1,7207 1,4914 1,1703 0,3211
8 4,1231 3,2863 0,8368 1,2304 1,0334 0,1970
9 5,1769 4,0988 1,0781 1,4281 1,2253 0,2028
10 3,8987 3,1305 0,7682 1,1818 0,9912 0,1906
11 3,3764 1,5811 1,7953 1,0569 0,3979 0,6590
12 5,0990 4,2895 0,8095 1,4150 1,2648 0,1502
13 4,9193 2,8983 2,0210 1,3838 0,9243 0,4595
14 4,4045 4,2661 0,1384 1,2878 1,2601 0,0277
15 3,7683 2,8284 0,9399 1,1523 0,9031 0,2492
16 6,0166 4,6904 1,3262 1,5587 1,3424 0,2163
17 2,4900 2,1448 0,3452 0,7924 0,6628 0,1296
18 5,3292 4,4497 0,8795 1,4533 1,2967 0,1566
19 4,7117 4,0249 0,6868 1,3464 1,2095 0,1369
20 5,7096 4,6260 1,0836 1,5132 1,3304 0,1828
21 5,0794 2,2361 2,8433 1,4116 0,6990 0,7126
22 4,4045 4,0000 0,4045 1,2878 1,2041 0,0837
23 4,3128 2,8284 1,4844 1,2695 0,9031 0,3664
24 3,6056 2,3238 1,2818 1,1139 0,7324 0,3815
25 4,3818 3,6332 0,7486 1,2833 1,1206 0,1627

Amp. máx. 2,8433 0,7126


Razão =  20,54  25,73
Amp. mín. 0,1384 0,0277

Pelos resultados apresentados acima, verifica-se que a transformação mais


adequada é a raiz quadrada, pois a mesma apresentou o menor coeficiente entre as
amplitudes (20,54).

4.3.2 Coeficiente de variação como indicativo para o uso de transformações

De um modo geral, uma indicação razoável do efeito favorável das


transformações de dados é o coeficiente de variação (CV). Quando o valor do CV dos
dados transformados for menor que o valor do CV dos dados originais ou não

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 114


115

transformados, indica que a transformação foi válida. Em caso contrário, não se justifica
o seu uso.
Considerando os dados do Exemplo 2, tem-se:

Dados originais CV = 38,26%

Dados transformados em x CV = 21,35%

Dados transformados em log x CV = 32,49%


Realmente, as transformações de dados foram válidas, pois houve uma redução
muito significativa nos coeficientes de variação em relação aos dados originais,
indicando que os dados experimentais foram ajustados de acordo com as exigências da
análise de variância. Contudo, a transformação da raiz quadrada foi novamente
confirmada como sendo a melhor transformação para tais dados.

4.3.3 Algumas considerações

Quando é utilizada uma transformação de dados, todas as comparações entre


médias de tratamentos são feitas na escala transformada. Quando se achar preferível não
apresentar os resultados na escala transformada, os dados finais devem ser transformados
novamente para a escala original. Isto é feito elevando-se ao quadrado, no caso de x ;
achando o antilogarítmo, no caso de log x; e procurando o valor correspondente na tabela
de arco seno x (%) , no caso de transformação angular.
Em certos casos, não existe nenhuma transformação que possibilite o uso da
análise de variância. Isto ocorre quando:
a) As médias são aproximadamente iguais e as variâncias heterogêneas;
b) As variâncias são homogêneas, porém os níveis dos tratamentos são
heterogêneos em forma;
c) As médias variam independentemente das variâncias.
Se alguns destes casos ocorrem, a análise dos dados é feita através de métodos
não-paramétricos.

4.4 Exercício

a) Considerando-se os dados da TABELA 4.4, pede-se:


a.1) Verifique se as variâncias dos tratamentos são homogêneas pelo teste F –
máximo;
a.2) Transforme os dados originais através da transformação raiz quadrada;
a.3) Transforme os dados originais em porcentagem e, em seguida, na
transformação arco seno;
a.4) Verifique qual é a transformação mais adequada para estes dados;
a.5) Comprove através do coeficiente de variação a necessidade do uso de
transformação nestes dados.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 115


116

TABELA 4.4 – DADOS DE GERMINAÇÃO DE 20 SEMENTES, APÓS 21 DIAS, REFERENTE AO


USO DE DIFERENTES TRATAMENTOS PARA QUEBRA DE DORMÊNCIA EM
TAMBORIL (Enterolobium confortisiliquum)

Tratamentos I II III IV Totais de Tratamentos

1 – Ácido Sulfúrico Concentrado 8 8 7 6 29

2 – Ácido/água em 3:1 3 3 4 4 14

3 – Ácido/água em 2:1 5 5 6 4 20

4 – Ácido/água em 1:1 8 9 6 9 32

5 – Ácido/água em 1:2 10 10 8 10 38

6 – Ácido/água em 1:3 2 3 2 3 10

7 – Água Quente 5 5 7 5 22

8 – Testemunha 1 2 1 1 5

FONTE: Adaptado de SILVA e SILVA (1982).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 116


117

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 117


117

TESTES DE
5 HIPÓTESES

A retirada de conclusões sobre uma ou mais populações é feita através da


estimação de parâmetros ou pelos testes de hipóteses. A estimação de parâmetros (a
média, a variância, o desvio padrão, etc.) é feita por diversos métodos, os quis já foram
vistos no Capítulo 3. Quanto aos testes de hipóteses, os mesmos são usados pelos
pesquisadores para decidir sobre a aceitação ou rejeição de hipóteses. Hipóteses são
suposições acerca dos parâmetros de uma ou mais populações. Por exemplo, pode-se
estar interessado em testar a hipótese de que não há diferença entre a produção média de
duas variedades do sorgo granífero sujeitas às mesmas condições climáticas, ou testar se
três tipos de rações proporcionam o mesmo ganho de peso em bezerros da raça Nelore.
Os referidos testes são utilizados para tomar tais decisões, das quais são tiradas as
conclusões.
Antes de aplicar tais testes, devem-se formular as hipóteses estatísticas. Podem-
se considerar duas hipóteses, são elas: H0 é a hipótese que determina a ausência de efeito
de tratamentos, ou seja, indica que não existe diferença significativa entre os tratamentos
(ela é chamada de hipótese de nulidade); e H1, chamada de hipótese alternativa, é a que
determina a presença de efeito de tratamentos, ou seja, indica a existência de diferença
significativa entre os tratamentos. A rejeição de H0 implica na aceitação da hipótese
alternativa H1.
Considerando o exemplo das variedades de sorgo granífero, tem-se:

H0 : m̂ A = m̂ B

H1: m̂ A  m̂ B 

H1 : m̂ A > m̂ B

ou

H1 : m̂ A < m̂ B

Ao testarem-se as hipóteses podem-se cometer geralmente dois tipos de erros, os


quais são: rejeitar H0, quando ela é verdadeira, ou seja, aceitar, como diferentes,
tratamentos que são semelhantes (erro tipo I); aceitar H0, quando ela é falsa, ou seja,
aceitar, como semelhantes, tratamentos que são diferentes (erro tipo II).
Destes dois tipos de erros o que é controlado pelo pesquisador é o do tipo I, o
qual, nos procedimentos de comparações múltiplas, pode ser medido de duas maneiras, a
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 117
118

saber: A primeira, refere-se à avaliação da probabilidade de se rejeitar uma hipótese


verdadeira em todas as possíveis combinações dos níveis dos tratamentos tomados dois a
dois, sendo conhecida por taxa de erro tipo I por comparação. A segunda, refere-se à
medida do erro tipo I como a probabilidade de se realizar pelo menos uma inferência
errada por experimento e é conhecida por taxa de erro tipo I por experimento. A
probabilidade de cometer-se o erro tipo I é chamada nível de significância (α).
Existe um outro tipo de erro, quase nunca considerado, que se refere à
probabilidade de classificar um nível de tratamento como superior ao outro, quando de
fato o segundo nível supera o primeiro (erro tipo III). Esse tipo de erro tem muita
importância para a área do melhoramento genético de plantas, pois poderá alterar a
classificação dos genótipos e fazer com que o fitomelhorista recomende uma linhagem ou
cultivar de pior desempenho.
O pesquisador deve analisar cuidadosamente as conseqüências de se tomar
decisões erradas, tanto do ponto de vista econômico quanto social. Essa análise refere-se
principalmente ao nível de significância adotado, pois é o único tipo de erro sob o
controle do pesquisador. É preciso ter sempre em mente que os erros tipos I e II são
inversamente correlacionados e que o pesquisador tem controle apenas no erro tipo I, por
meio da fixação do nível de significância α. Em função disso, o bom senso deve
prevalecer à luz das conseqüências de se tomar decisões erradas. É por isso que nas
condições dos ensaios agropecuários, o nível de significância de 5% é o mais usado na
prática nos procedimentos de comparações múltiplas, pois é necessário certo equilíbrio
entre os erros tipo I e II. Quando se aplica o nível de significância de 1% ou 0,1% para
diminuir o erro tipo I, por exemplo, aumenta, automaticamente, a probabilidade do erro
tipo II, isto é, de aceitar como iguais médias de tratamentos realmente diferentes. No
entanto, em condições de ensaios de grande precisão (por exemplo, CV < 1%), o nível de
significância de 0,1% seria indicado. Ao contrário, em condições de ensaios de pequena
precisão (por exemplo, CV > 25%), o nível de significância de 10% seria recomendado,
especialmente no caso de ensaios com N < 20 parcelas.
Para que um teste de hipótese seja considerado um bom teste deve-se ter uma
pequena probabilidade de rejeitar H0 se esta for verdadeira, mas também, uma grande
probabilidade de rejeitá-la se ela for falsa. A probabilidade de rejeitar H0, quando ela for
falsa, é chamada poder do teste.
O quadro seguinte resume a natureza dos erros tipo I e tipo II envolvidos no
processo de decisão quando se testam as hipóteses:

H0 Verdadeira H0 Falsa

Rejeição H0 Erro Tipo I Decisão Correta

Aceitação H0 Decisão Correta Erro Tipo II

Na execução de um teste de hipótese estatística, para que o mesmo tenha


validade, devem-se levar em consideração as seguintes etapas:
a) Formulação das hipóteses – Deve-se, inicialmente, formular as hipóteses de
nulidade (H0) e alternativa (H1).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 118


119

b) Especificação do nível de significância (α) – A escolha do nível de


significância deve ser feita antes de realizar os experimentos. Usa-se, geralmente, α igual
a 5% de probabilidade, de maneira a ter-se o erro tipo I o menor possível. Salvo em
algumas situações, conforme já visto, usam-se outros níveis de significância.
c) Escolha do teste estatístico – Em função das hipóteses que vão ser testadas,
pode-se usar o teste F, t, χ2, etc., a partir dos dados de observação. O teste escolhido deve
ser adequado ao material e ao tipo de dados.
d) Determinação da região crítica – Dependendo do teste escolhido
determinam-se às regiões de aceitação e rejeição da hipótese de nulidade. Geralmente
quando o valor calculado for menor que a probabilidade específica por  na tabela,
aceita-se a hipótese de nulidade, enquanto que quando o valor calculado for igual ou
maior que a probabilidade específica por  na tabela, rejeita-se a hipótese de nulidade.
e) Decisão final – Baseados no valor obtido pelo teste estatístico e no valor
tabelado, toma-se à decisão final com respeito às hipóteses. Geralmente as conclusões
sobre os tratamentos são feitas observando-se as médias identificadas ou não por mesma
letra. Quando não há um tratamento controle ou testemunha convém responder as
seguintes perguntas: (1) Qual é o melhor tratamento? (2) Quais são os tratamentos que
não diferem significativamente do melhor? (3) Qual é o pior tratamento? (4) Quais são os
tratamentos que não diferem significativamente do pior? Por outro lado, quando um dos
tratamentos é o controle ou testemunha as conclusões são feitas em relação a este
tratamento e, em geral, procura-se responder às seguintes perguntas: (1) Quais são os
tratamentos melhores que o controle? (2) Quais são os tratamentos que não diferem
significativamente do controle? (3) Quais são os tratamentos piores que o controle?
Vale ressaltar que os testes de hipóteses para comparar médias de tratamentos só
devem ser usados quando se tratar de tratamentos qualitativos ou quando se têm apenas
dois níveis de tratamentos quantitativos, pois quando os mesmos são quantitativos e se
têm mais de dois níveis o uso da regressão é o procedimento recomendado.

5.1 Teste F

O teste F tem seu maior emprego nas análises de variância dos delineamentos
experimentais. Ele é usado para comparar variâncias.
Como foi visto anteriormente, o F calculado é o quociente do quadrado médio de
tratamentos (QMT) pelo quadrado médio do resíduo (QMR), ou seja:

QM T
F=
QM R

Por que o teste F é o quociente entre o QMT pelo QMR?


Se se calcular, por exemplo, a esperança matemática dos quadrados médios [E
(QM)] da análise de variância de um delineamento inteiramente casualizado, admitindo-
se o modelo matemático aleatório, tem-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 119


120

Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL QM E(QM)

Tratamentos t–1 s 12 s 2 + r x s t2

Resíduo t (r – 1) s 22 s2

Total txr–1

De onde se obtém:

s 2 = s 22 que é a estimativa da variância do erro experimental;

s 2 + r x s 2t = s 12 

s12  s 2
s 2t = que é a estimativa da variância de tratamentos.
r

Por essa observação vê-se o porquê do teste F ser o quociente entre QMT pelo
QMR, ou seja,

QM T
F=
QM R

s 12
=
s 22

s 2  r x st2
=
s2

Nesta expressão está-se comparando a variância de tratamentos com a variância


do erro experimental.
Verifica-se, portanto, que tanto o QMT como o QMR estimam variâncias, e
interpreta-se:
QMR = variância do erro experimental;
QMT = variância do erro experimental acrescida de uma possível variância
devida aos tratamentos.
O valor de F calculado é comparado com o valor de F tabelado (F > 1), com n1 =
graus de liberdade de tratamentos e n2 = graus de liberdade do resíduo (TABELAS A.3 e
A.4).
Logo, tem-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 120


121

F calculado > F tabelado (1%) - ** (existe diferença significativa entre os


tratamentos no nível de 1% de probabilidade, ou seja, com mais de 99% de probabilidade
deve existir pelo menos um contraste entre médias de tratamentos que difere de zero);
F calculado < F tabelado (1%) - recorre-se no nível de 5% de probabilidade;
F calculado > F tabelado (5%) - * (existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com mais de 95% de probabilidade
deve existir pelo menos um contraste entre médias de tratamentos que difere de zero);
F calculado < F tabelado (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade não
existe nenhum contraste entre médias de tratamentos que difere de zero).
Quando se aplica o teste F na análise de variância está-se testando as seguintes
hipóteses:
a) H0 : os tratamentos não diferem entre si;
b) H1: pelo menos dois deles diferem entre si.
No teste, sempre se aceita uma hipótese e rejeita-se a outra.
Obviamente, se não há efeito de tratamentos, os dois quadrados médios estimam
a mesma variância e, conseqüentemente, qualquer diferença em ordem de grandeza entre
eles será devido ao acaso.
Exemplo 1: Verificar pelo teste F se existe ou não diferença significativa entre os
tratamentos referentes aos dados da TABELA 5.1.

TABELA 5.1 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DA REAÇÃO DE


RESISTÊNCIA DE POPULAÇÕES DE Cucurbita ssp. A Colletotrichum
gloeosporioides f. sp. cucurbitae. DADOS TRANSFORMADOS EM x.
PIRACICABA, SP

Causa da Variação GL SQ
QM F

Populações 12 1,188133 0,099011 3,24


Resíduo 26 0,794191 0,030546

Total 38 1,982327

Coeficiente de Variação: % 10,09

FONTE: MELO e FERREIRA (1983).

As tabelas de F com n1 = 12 e n 2 = 26 fornecem os seguintes valores: 1% = 2,96


e 5% = 2,15.
Logo, F calculado (3,24) > F tabelado (1%) (2,96) - **. Assim, chega-se à
conclusão que existe diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, pelo teste
F, na reação de populações de Cucurbita ssp. a Colletotrichum gloeosporioides f. sp.
cucurbitae.
Quando se faz a análise de variância de um experimento com apenas dois
tratamentos, pelo próprio teste F pode-se chegar ao melhor deles, simplesmente
observando as médias dos mesmos. Quando, porém, tem-se mais de dois tratamentos, não
se pode chegar ao melhor deles pelo referido teste. Neste caso, há necessidade de

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 121


122

aplicação de um teste de comparação de médias de tratamentos para chegar-se a tal


conclusão.
Como foi visto, espera-se quase sempre na análise de variância que todos os
quadrados médios de tratamentos obtidos sejam iguais ou superiores ao que se obtém do
resíduo. Nestas condições, só se justifica o uso das tabelas de limites unilaterais de F
(TABELAS A.3 e A.4). Quando, porém, esta situação não se verifica, ou seja, quando o
quadrado médio de tratamentos é menor que o quadrado médio do resíduo, aconselhar-se-
á o uso das tabelas de limites bilaterais de F (TABELAS A.5 e A.6).
Este fato, embora não deva ser esperado, pode ocorrer, e às vezes é sintoma de
defeitos na análise da variância. Uma das explicações possíveis é a presença de erros
grosseiros no cálculo das somas de quadrados ou dos números de graus de liberdade.
Outra explicação bem comum é a de que o resíduo inclua alguma importante causa de
variação que foi controlada, mas não foi isolada na análise da variância.
Às vezes, porém, nenhuma destas explicações serve, mas isto não é causa de
preocupação porque, do ponto de vista do Cálculo de Probabilidades, o caso, embora
pouco provável, não é impossível, logo deverá ocorrer uma vez ou outra.
Neste caso, quando se comparar o valor de F calculado com o valor de F tabelado
( F < 1), com n1 = graus de liberdade de tratamentos e n2 = graus de liberdade do resíduo
(TABELAS A.5 e A.6), basta apenas inverter os sinais do caso anterior, ou seja:
F calculado < F tabelado (1%) - ** (existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 1% de probabilidade, ou seja, com mais de 99% de probabilidade
deve existir pelo menos um contraste entre médias de tratamentos que difere de zero);
F calculado > F tabelado (1%) - recorre-se no nível de 5% de probabilidade;
F calculado < F tabelado (5%) - * (existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com mais de 95% de probabilidade
deve existir pelo menos um contraste entre médias de tratamentos que difere de zero);
F calculado > F tabelado (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade não
existe nenhum contraste entre médias de tratamentos que difere de zero).
Exemplo 2: Verificar pelo teste F se existe ou não diferença significativa entre os
tratamentos referentes aos dados da TABELA 5.2.

TABELA 5.2 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DA REAÇÃO DE


POPULAÇÕES SEGREGANTES DE PIMENTÃO (Capsicum annuum L.) EM
RELAÇÃO AO VÍRUS Y. DADOS TRANSFORMADOS EM x  0,5 .
PIRACICABA, SP

Causa da Variação GL SQ QM F

Populações 1 0,0092681 0,0092681 0,597


Resíduo 18 0,2794557 0,0155253

Total 19 0,2887238

Coeficiente de Variação: % 13,90

FONTE: FERREIRA e MELO (1983).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 122


123

As tabelas de F com n 1 = 1 e n2 = 18 fornecem os seguintes valores: 1% =


0,0000404 e 5% = 0,0010.
Logo, F calculado (0,597) > F tabelado (5%) (0,0010) - ns. Assim, chega-se à
conclusão de que não existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade,
pelo teste F, na reação de populações segregantes de pimentão em relação ao vírus Y.
O teste F também pode ser utilizado quando se quer comparar as variâncias de
duas amostras (s 12 e s 22 ), supostas independentes.
Assim, admitindo-se s 12 , calculada com N1 dados e s 22 , com N2 dados. Diz-se,
então, que s 12 tem N1 – 1 graus de liberdade e, analogamente, s 22 tem N2 – 1 graus de
liberdade.
O F neste caso é o quociente entre as duas variâncias, ou seja:

s12
F=
s 22

Admite-se sempre s 12 > s 22 , de modo que tem-se F > 1.


O valor de F calculado é comparado com o F tabelado, o qual é obtido em função
dos números de graus de liberdade N1 – 1 e N2 – 1, respectivamente, de s 12 e s 22 .
Neste caso, quando se aplica o teste F está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0: S 12 = S 22 , isto é, a hipótese de nulidade admite que as duas populações têm
a mesma variância;
b) H1: S 12 > S 22 , isto é, a hipótese alternativa admite que a população 1 tem maior
variância do que a população 2.
Exemplo 3: Verificar pelo teste F se existe ou não diferença significativa entre as
variâncias dos dois tratamentos a partir de dados da TABELA 5.3.

TABELA 5.3 – GANHOS DE PESO (kg), DE LEITOAS DUROC JERSEY ALIMENTADAS COM
FENO DE ALFAFA E FENO DE QUICUIO POR UM PERÍODO DE TRÊS MESES

Feno de Alfafa Feno de Quicuio

67,5 kg 65,0 kg
70,5 kg 58,5 kg
76,0 kg 65,0 kg
67,5 kg 64,0 kg

Médias 70,4 kg 63,1 kg

FONTE: GOMES (1985).

Logo, tem-se:

 X 2

X 2

N
s12 =
N 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 123


124

67,52  70,52  76,02  67,52  281,5


2

= 4
4 1

79.242,25
4.556,25  4.970,25  5.776,00  4.556,25 
= 4
3

19.858,75  19.810,5625
=
3

48,1875
= = 16,0625
3

 X 2

2
X 2

N
s =
N 1
2

65,02  58,52  65,02  64,02  252,5


2

= 4
4 1

63.756,25
4.225,00  3.422,25  4.225,00  4.096,00 
= 4
3

15.968,25  15.939,0625
=
3

29,1875
= = 9,7292
3

s 12
F= 2
s2

16,0625
=  1,65
9,7292

As tabelas de F com n1 = 3 e n2 = 3 fornecem os seguintes valores: 1% = 29,46


e 5% = 9,28.
Desse modo, F calculado (1,65) < F tabelado (5%) (9,28) - ns. Assim, chega-se à
conclusão de que não existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade,
pelo teste F, entre as variâncias dos tratamentos, ou seja, as duas rações proporcionam o
mesmo ganho de peso em leitoas Duroc Jersey.

5.2 Teste t
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 124
125

O teste t é um teste clássico usado para comparar médias de tratamentos. É mais


complexo que o teste de Scheffé, porém é o teste de menor rigor. Por conta disso, o
pesquisador deve ter muita cautela no seu uso, ou seja, não deve ser empregado
indiscriminadamente.
Na aplicação do referido teste devem-se levar em conta os seguintes requisitos:
a) As comparações feitas pelo teste t devem ser escolhidas antes de serem
examinados os dados experimentais;
b) As comparações feitas devem ser, no máximo, iguais ao número de graus de
liberdade de tratamentos, o que nem sempre fornece ao pesquisador todas as
comparações de interesse;
c) O teste t exige que as comparações definidas sejam contrastes ortogonais.
Mas o que se deve entender por contraste e o que são contrastes ortogonais?
Se m̂1 , m̂ 2 , m̂ 3 e m̂ 4 são as médias de quatro tratamentos de um experimento,
Ŷ1 = m̂1 – m̂ 2 , Ŷ2 = m̂1 + m̂ 2 – 2 m̂ 3 e Ŷ3 = m̂1 + m̂ 2 + m̂ 3 – 3 m̂ 4 são exemplos de
contrastes. O que caracteriza um contraste é que se as médias que nele ocorrem forem
todas iguais, o contraste deverá ser nulo. Para que isto aconteça, a soma algébrica dos
coeficientes das médias deve ser nula.
De fato, com m̂1 = m̂ 2 = m̂ 3 = m̂ 4 = 1, tem-se:

Ŷ1 = 1 – 1 = 0

Ŷ2 = 1 + 1 – 2 (1) = 0

Ŷ3 = 1 + 1 + 1 – 3 (1) = 0

Os contrastes podem ser:


a) simples – quando envolve apenas dois tratamentos;
b) múltiplos – quando mais de dois tratamentos estão envolvidos.
Os contrastes são ortogonais quando o somatório da multiplicação dos
coeficientes de cada média em cada contraste é igual a zero.
Considerando o exemplo a seguir, tem-se:
_______________________________________________________________________
Ŷ m̂1 m̂ 2 m̂ 3 m̂ 4

Ŷ1 1 –1 0 0

Ŷ2 1 1 –2 0
Ŷ3
1 1 1 –3

 = 1 –1 0 0= 0
_____________________________________________________________________________________

Diz-se então que os contrastes Ŷ1 , Ŷ2 e Ŷ3 são ortogonais.


Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 125
126

Pode-se tolerar o uso do teste t para alguns contrastes não ortogonais, desde que
o seu número não exceda o número de graus de liberdade de tratamentos.
Na análise de variância, quando se tem mais de dois tratamentos e o teste F for
significativo, pode-se utilizar o teste t na comparação de médias de tratamentos, cuja
fórmula é a seguinte:

Yˆi  0
t=

s 2 Yˆ
onde:
Yˆi = constante qualquer;

s2 Ŷ = estimativa da variância da estimativa de um contraste.


O valor de s2 Ŷ é obtido através da seguinte fórmula:
a) Para o caso do delineamento inteiramente casualizado, tem-se:

 C2 C2
s2 Ŷ =  1  2  ... 
CN 2 
 s 2
 r1 r 2 rN 

onde:
C = coeficiente de cada média do contraste;
r = número de repetições da média;
s2 = estimativa da variância do erro experimental, que corresponde ao quadrado médio do
resíduo.

Como, geralmente, na área da agropecuária os pesquisadores têm mais interesse



pelos contrastes simples, a fórmula de s2 Ŷ fica da seguinte maneira:


s2 Ŷ = 
1 1
  s2
 r1 r 2 

onde:
r = número de repetições da média;
s2 = estimativa da variância do erro experimental, que corresponde ao quadrado médio do
resíduo.

b) Para o caso do delineamento em blocos casualizados, tem-se:


b.1) Quando nos contrastes simples as médias dos tratamentos avaliados
apresentam o mesmo número de repetições (sem parcela perdida), a fórmula de s2 Ŷ 
fica da seguinte maneira:

  2
s2 Ŷ =   s 2
r

onde:
r = número de repetições da média;
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 126
127

s2 = estimativa da variância do erro experimental, que corresponde ao quadrado médio do


resíduo.


b.2) Quando se tem apenas uma parcela perdida, a fórmula de s2 Ŷ fica assim:

 2
s2 Ŷ =  
  
t
 

s
2

 r r r 1 t 1 

onde:
t = número de tratamentos do experimento;
r = número de repetições do experimento;
s2 = estimativa da variância do erro experimental, que corresponde ao quadrado médio do
resíduo.

Esta fórmula é usada para comparar contrastes envolvendo a média do tratamento


com uma parcela perdida e a média de qualquer um dos tratamentos sem parcela perdida.

b.3) Quando se tem mais de uma parcela perdida, a fórmula de s2 Ŷ fica assim:


s2 Ŷ = 
1 1
  s2
 r1 r 2 

onde:
r = número efetivo de repetições;
s2 = estimativa da variância do erro experimental, que corresponde ao quadrado médio do
resíduo.

Os valores de r, número efetivo de repetições, são obtidos através da regra prática


de Taylor, ou seja, considerando-se o contraste Ŷ  m̂1  m̂ u , entre as médias dos
tratamentos i e u. O tratamento i terá o seguinte número efetivo de repetições: valor 1
t2
para os blocos onde os tratamentos i e u aparecem; valor nos blocos onde o
t 1
tratamento i aparece e o tratamento u não aparece, sendo t = número de tratamentos do
experimento; valor 0 nos blocos onde o tratamento i não aparece (o tratamento u pode
aparecer ou não). A soma dos valores de todos os blocos constituirá o número efetivo de
repetições do tratamento i. Para o tratamento u segue-se a mesma regra.
Esta fórmula é usada para comparar contrastes envolvendo a média do tratamento
com uma parcela perdida e a média de qualquer um dos tratamentos sem parcela perdida,
bem como contraste envolvendo duas médias de tratamentos com parcelas perdidas.
c) Para o caso do delineamento em quadrado latino, tem-se:
c.1) Quando nos contrastes simples as médias dos tratamentos avaliados
apresentam o mesmo número de repetições (sem parcela perdida), a fórmula de s2 Ŷ 
fica da seguinte maneira:

  2
s2 Ŷ =   s 2
r

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 127


128

onde:
r = número de repetições da média;
s2 = estimativa da variância do erro experimental, que corresponde ao quadrado médio do
resíduo.


c.2) Quando se tem apenas uma parcela perdida, a fórmula de s2 Ŷ fica assim:

 2
s2 Ŷ =  
  
1
 

s
2

 r r 1 r 2 
onde:
r = número de repetições do experimento;
s2 = estimativa da variância do erro experimental, que corresponde ao quadrado médio do
resíduo.

Esta fórmula é usada para comparar contrastes envolvendo a média do tratamento


com uma parcela perdida e a média de qualquer um dos tratamentos sem parcela perdida.
c.3) Quando se tem mais de uma parcela perdida, deve-se seguir o mesmo
procedimento visto para o delineamento em blocos casualizados.
Para verificar a significância estatística dos contrastes, compara-se o valor de t
calculado de cada contraste com o valor de t tabelado, com n1 = nível de significância (o
nível de 5% de probabilidade é o mais utilizado na prática) e n2 = graus de liberdade do
resíduo (TABELA A.7).
Logo, tem-se:
t calculado  t tabelado (5%) - * (existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de
95% de que o contraste seja diferente de zero);
t calculado < t tabelado (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade o
contraste não difere de zero).
Quando se aplica o teste t está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Y = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Y  0 (tratamentos diferentes).
Exemplo 4: Verificar pelo teste t se existe ou não diferença significativa em um
grupo escolhido de contrastes ortogonais a partir de dados da TABELA 5.4.

TABELA 5.4 – PRODUÇÃO MÉDIA (kg DE AÇÚCAR/t DE CANA), E VALORES DE GLR, QMR
E F DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum officinarum L.).
PIRACICABA-SP

Variedades Médias 1/

1 – Co 775 133,75
2 – Co 740 133,10
3 – Co 421 120,43
4 – Co 678 118,46
5 – Co 419 114,77
6 – Co 413 113,92

GL Resíduo 18

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 128


129

QM Resíduo 83,3753

F 3,77 *

FONTE: CAMPOS (1984).


NOTA: (1/) Dados médios provenientes de quatro repetições no delineamento inteiramente casualizado.

Podem-se organizar diversos grupos de contrastes ortogonais com os seis


tratamentos, sendo que cada grupo deverá ter, no máximo, cinco contrastes.
Por exemplo, pode-se ter os seguintes contrastes ortogonais:

ˆ1  m
Ŷ1 = m ˆ2  m
ˆ3  m
ˆ4  m
ˆ5  m
ˆ6

ˆ3  m
Ŷ2 = 2m ˆ5  m
ˆ6

Ŷ 3 = mˆ 5  mˆ 6

ˆ1  m
Ŷ4 = m ˆ 2  2m
ˆ4

Ŷ5 = mˆ 1  mˆ 2

Considerando-se que eles foram estabelecidos a priori, isto é, não foram


sugeridos pelos próprios resultados, então se pode aplicar o teste t.
Para o contraste Ŷ1 tem-se:

ˆ1  m
Ŷ1 = m ˆ2  m
ˆ3  m
ˆ4  m
ˆ5  m
ˆ6

= 133,75 + 133,10 – 120,43 + 118,46 – 114,77 – 113,92 = 36,19

s2
  C12 C 22

Ŷ =    ... 
CN 2  2
 s
 r1 r 2 rN 

 12 12   12  12   12   12  83,3753


=   
 4 4 4 4 4 4 

1 1 1 1 1 1
=       83,3753
4 4 4 4 4 4

 6 
=   83,3753
 4 

= (1,5) 83,3753  125,0630

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 129


130

Yˆi  0
t=

s 2 Yˆ

36,19  0
=
125,0630

36,19
=  3,24
11,1832

O procedimento é o mesmo para os demais contrastes, cujos resultados estão


contidos na tabela a seguir:

Contraste Valor S2 ( Ŷ ) t calculado

Ŷ 1 36,19 125,0630 3,24 *


Ŷ 2 12,17 125,0630 1,09 ns
Ŷ 3 0,85 41,6877 0,13 ns
Ŷ 4 29,93 125,0630 2,68 *
Ŷ 5 0,65 41,6877 0,10 ns

t tabelado (5%) 2,10

De acordo com os resultados do teste t, pode-se concluir:


a) O contraste Yˆ 1 foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja, a
média dos rendimentos de açúcar das variedades Co 775, Co 740 e Co 678 é
significativamente maior do que a média dos rendimentos de açúcar das demais
variedades.
b) O contraste Ŷ 2 não foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja,
o rendimento médio de açúcar da variedade Co 421 não difere da média dos rendimentos
de açúcar das variedades Co 419 e Co 413.
c) O contraste Ŷ 3 não foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja,
as variedades Co 419 e Co 413 apresentam rendimentos médios de açúcar semelhantes.
d) O contraste Ŷ 4 foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja, a
média dos rendimentos de açúcar das variedades Co 775 e Co 740 é significativamente
maior do que o rendimento médio de açúcar da variedade Co 678.
e) O contraste Ŷ 5 não foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja,
as variedades Co 775 e Co 740 apresentam rendimentos médios de açúcar semelhantes.
O teste t também pode ser utilizado quando se quer comparar as médias de duas
amostras ( m̂ 1 e m̂ 2).
Assim, m̂ 1 é calculada com N1 dados e m̂ 2 , com N2 dados. Diz-se, então, que
m̂ 1 tem N1 – 1 graus de liberdade e, analogamente, m̂ 2 tem N2 – 1 graus de liberdade.
O valor de t é dado pela fórmula:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 130


131

m̂1  m̂ 2
t
 1 1 
s 2m̂   
 N1 N 2 

onde:
s 2m̂ = média das variâncias das duas amostras (s 12 e s 22 ).

O valor de s 2m̂ é dado pela fórmula:


 X 
2
 X
2
 
  X 
2
 X
2


 N1   N2 
 N1  1  N2 1 
   
s 12  s 22    
2
s =
m̂ = 
2 2

Neste caso, o valor de t calculado é comparado com o de t tabelado da mesma


forma como foi visto anteriormente. Contudo, o valor de t tabelado é obtido na tabela
(TABELA A.7) com n1 = nível de significância (o nível de 5% de probabilidade é o mais
utilizado na prática) e n2 = graus de liberdade, que é igual a N1 + N2 – 2.
Quando se aplica o teste t, nesta situação, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : m̂1 = m̂ 2 , isto é, a hipótese de nulidade admite que as duas populações
têm a mesma média;
b) H1 : m̂ 2  m̂ 2 , isto é, a hipótese alternativa admite que as duas populações têm
médias diferentes.
Exemplo 5: Verificar pelo teste t se existe ou não diferença significativa entre as
médias dos dois tratamentos a partir de dados da TABELA 5.5.

TABELA 5.5 – PRODUÇÃO MÉDIA (t/ha) DE DUAS VARIEDADES DE BATATINHA (Solanum


tuberosum L.) DURANTE CINCO ANOS

Variedades Ano Médias


1o 2o 3o 4o 5o

A 3,81 3,36 4,60 2,80 5,04 3,92


B 3,36 1,91 3,70 2,80 2,80 2,91

FONTE: Adaptado de CENTENO (1982).

Logo, tem-se:

 X  2

X 2

N
s 
2

N 1
A

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 131


132

3,812  3,362  4,602  2,802  5,042  19,61


2

 5
5 1

384,5521
14,5161  11,2896  21,1600  7,8400  25,4016 
= 5
4

80,2073  76,91042
=
4

3,29688
= = 0,82422
4

 X  2

X 2

N
s 2

N 1
B

3,36  1,91  3,70  2,80  2,80 


2 2 2 14,57 
2
2
2

 5
5 1

212,2849
11,2896  3,6481  13,6900  7,8400  7,8400 
= 5
4

44,3077  42,45698
=
4

1,85072
= = 0,46268
4

s 2A  s B2
s 2m̂ =
2

0,82422  0,46268

2

1,2869
= = 0,64345
2

19,61
m̂ A = = 3,92
5

14,57
m̂ B = = 2,91
5
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 132
133

mˆ A  mˆ B
t
 1 1 
s m2ˆ   
 1
N N 2 

3,92  2,91

1 1
0,64345   
 5 5

1,01
=
 2
0,64345  
5

1,01
=
0,64345 0,4

1,01
=
0,25738

1,01
=  1,99 ns
0,50733

t tabelado (5%) = 2,31

De acordo com o resultado obtido pode-se concluir que o contraste não foi
significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja, as duas variedades de batatinha
são igualmente produtivas.

5.3 Teste de Bonferroni (tB)

O teste de Bonferroni é um aperfeiçoamento do teste t e para a sua aplicação o


pesquisador deve levar em conta os mesmos requisitos deste.
Esse aperfeiçoamento se deve ao fato de que o teste t aplicado para dois ou mais
contrastes num mesmo experimento não é exato. Por exemplo, na aplicação do teste t,
onde se usaram os dados da TABELA 5.4 (Exemplo 4), foi de 5% o nível de
significância adotado para cada um dos cinco contrastes. A probabilidade de que um,
pelo menos, seja significativo, por simples acaso, é, aproximadamente, de 5 x 5 = 25%.
No geral, se o nível de probabilidade for  para cada contraste, a probabilidade de que
pelo menos um dos n contrastes ortogonais seja significativo é de n.
Para resolver esse problema, o teste de Bonferroni indica o uso, para cada

contraste, de um nível de probabilidade ’ = , pois então, para o conjunto tem-se n x
n
’ = . No Exemplo 4, com  = 5% e n = 5, o valor de tB para cada contraste deve
5
corresponder a uma probabilidade de = 1%. O resultado efetivo desse procedimento é
5
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 133
134

a alteração do nível de significância para a determinação do valor tabelado de t


(TABELA A.7), dividindo-se o nível nominal (o nível de 5% de probabilidade é o mais
utilizado na prática) pelo número de contrastes ortogonais. Contudo, quanto maior o
número de contrastes, menor será o nível de significância para cada um dos contrastes em
questão, de modo que este teste só será útil se o número de tratamentos do experimento
não for muito elevado.
Na análise de variância, quando se tem mais de dois tratamentos e o teste F for
significativo, pode-se utilizar o teste de Bonferroni na comparação de médias de
tratamentos, cuja fórmula é a seguinte:

Yˆi  0
tB =

s 2 Yˆ

onde:
Yˆi = constante qualquer;

s2 Ŷ = estimativa da variância da estimativa de um contraste (ver teste t).

Para verificar a significância estatística dos contrastes, compara-se o valor de tB


calculado de cada contraste com o valor de tB tabelado, com n1 = nível de significância ’

= e n2 = graus de liberdade do resíduo (TABELA A.7).
n
Logo, tem-se:
tB calculado  tB tabelado (’) - existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível ’ de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 100 -
’% de que o contraste seja diferente de zero;
tB calculado < tB tabelado (’) - ns (não existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível ’ de probabilidade, ou seja, com 100 - ’% de probabilidade o
contraste não difere de zero).
Quando se aplica o teste tB está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Y = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Y  0 (tratamentos diferentes).
Considerando os dados do Exemplo 4, têm-se os seguintes resultados que estão
contidos na tabela a seguir:

Contraste Valor s2 ( Ŷ ) tB calculado

Ŷ 1 36,19 125,0630 3,24 **


Ŷ 2 12,17 125,0630 1,09 ns
Ŷ 3 0,85 41,6877 0,13 ns
Ŷ 4 29,93 125,0630 2,68 ns
Ŷ 5 0,65 41,6877 0,10 ns

tB tabelado (1%) 2,88

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 134


135

De acordo com os resultados do teste t de Bonferroni, pode-se concluir:


a) O contraste Yˆ 1 foi significativo no nível de 1% de probabilidade, ou seja, a
média dos rendimentos de açúcar das variedades Co 775, Co 740 e Co 678 é
significativamente maior do que a média dos rendimentos de açúcar das demais
variedades.
b) O contraste Ŷ 2 não foi significativo no nível de 1% de probabilidade, ou seja,
o rendimento médio de açúcar da variedade Co 421 não difere da média dos rendimentos
de açúcar das variedades Co 419 e Co 413.
c) O contraste Ŷ 3 não foi significativo no nível de 1% de probabilidade, ou seja,
as variedades Co 419 e Co 413 apresentam rendimentos médios de açúcar semelhantes.
d) O contraste Ŷ 4 não foi significativo no nível de 1% de probabilidade, ou seja,
a média dos rendimentos de açúcar das variedades Co 775 e Co 740 não difere do
rendimento médio de açúcar da variedade Co 678.
e) O contraste Ŷ 5 não foi significativo no nível de 1% de probabilidade, ou seja,
as variedades Co 775 e Co 740 apresentam rendimentos médios de açúcar semelhantes.
Observa-se o rigor do teste de Bonferroni neste exemplo em relação ao teste t,
pois ele detectou diferença significativa entre os tratamentos apenas no contraste Ŷ 1,
enquanto que o teste “t” encontrou diferença significativa nos contrastes Ŷ 1 e Ŷ 4.

5.4 Teste LSD

O teste da diferença mínima significativa (LSD), apesar de sujeito a severas


restrições, ainda é um teste que pode ser empregado na comparação de médias de
tratamentos. Apesar desse teste se basear no teste t, sua aplicação é muito mais simples,
por ter apenas um valor do LSD para comparar com todos os contrastes, o que não ocorre
com o teste t. Desde que seja utilizado com cuidado, não conduz a erros demasiados.
Na análise de variância, quando o teste F for significativo e se tem mais de dois
tratamentos, o teste LSD é o mais utilizado quando se deseja fazer comparações
planejadas (são comparações definidas antes de serem examinados os dados
experimentais) de médias pareadas. Neste caso, cada média aparece em somente uma
comparação.
Sua fórmula é a seguinte:

LSD (5%) = t (5%) s ( Ŷ )

onde:
t (5%) = valor tabelado do teste t no nível de 5% de probabilidade (TABELA A.7);
s ( Ŷ ) = estimativa do desvio padrão da estimativa de um contraste, que corresponde à

raiz quadrada da estimativa da variância da estimativa de um contraste [s2 Ŷ ],
ver teste t.

Quando as médias dos tratamentos avaliados apresentarem número de repetições


diferentes (caso de parcelas perdidas), o valor de s ( Ŷ ) depende do delineamento
estatístico utilizado (ver teste “t”).
O valor de cada contraste ( Ŷ ) é comparado com o valor de LSD. Logo, tem-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 135


136

Ŷ  LSD (5%) - * (existe diferença significativa entre os tratamentos no nível de


5% de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 95% de que o contraste seja
diferente de zero);
Ŷ < LSD (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os tratamentos no
nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade o contraste não difere
de zero).
Quando se aplica o teste LSD, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Ŷ  0 (tratamentos diferentes).
Exemplo 6: Verificar pelo teste LSD se existe ou não diferença significativa
entre as médias pareadas a partir de dados da TABELA 5.6.

TABELA 5.6 – EFEITO DA CEROSIDADE FOLIAR NA REAÇÃO DE VARIEDADES DE CEBOLA


(Allium cepa L.) A HERBICIDAS DE PÓS-EMERGÊNCIA EM PLANTAS
AVALIADAS AOS 54 DIAS APÓS A SEMEADURA, EXPRESSO ATRAVÉS DE
UMA ESCALA DE NOTAS, E VALORES DE GL RESÍDUO, QM RESÍDUO, F E CV.
PIRACICABA-SP

Variedades BENTAZON 1/ PROMETRIN 1/


________________________ ________________________
A B A B

1 - BARREIRO SMP-IV 2,7 + 4,1 3,2 4,3


2 - ROXA CHATA SMP-IV 3,0 3,6 3,2 3,9
3 - BAIA PERIFORME 2,9 4,0 3,1 4,0
4 – RED CREOLE 3,1 4,4 3,2 4,4

GL Resíduo 60

QM Resíduo 0,17154

F Variedades 14,07 **

Coeficiente de Variação: % 11,50

FONTE: FERREIRA e COSTA (1982).


NOTAS: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.
(1/) Herbicidas de pós-emergência.
(A) Cerosidade foliar mantida.
(B) Cerosidade foliar removida.
(+) Dados médios provenientes de quatro repetições no delineamento inteiramente casualizado.

Considerando-se que os contrastes foram estabelecidos a priori, então se pode


aplicar o teste LSD.
Para o herbicida BENTAZON tem-se:

ˆA m
Ŷ1 = m ˆB

= 2,7 – 4,1 = 1,4

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 136


137

Yˆ2 = m
ˆA m
ˆB

= 3,0 – 3,6 = 0,6

Yˆ3 = m
ˆA m
ˆB

= 2,9 – 4,0 = 1,1

Yˆ4 = m
ˆA m
ˆB

= 3,1 – 4,4 = 1,3

Para o herbicida PROMETRIN tem-se:


ˆA m
Ŷ1 = m ˆB

= 3,2 – 4,3 = 1,1

Yˆ2 = m
ˆA m
ˆB

= 3,2 – 3,9 = 0,7

Yˆ3 = mˆ A  m
ˆB

= 3,1 – 4,0 = 0,9

Yˆ4 = m
ˆA m
ˆB

= 3,2 – 4,4 = 1,2

LSD (5%) = t (5%) s ( Ŷ )

2,0 x 0,17154
= 2,0
4

0,34308
= 2,0
4

= 2,0 0,08577

= 2,0 (0,29287)  0,586

Os resultados obtidos estão contidos na tabela a seguir:

Variedades BENTAZON PROMETRIN

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 137


138

A B Ŷ A B Ŷ

BARREIRO SMP-IV 2,7 4,1 1,4 * 3,2 4,3 1,1 *


ROXA CHATA SMP-IV 3,0 3,6 0,6 * 3,2 3,9 0,7 *
BAIA PERIFORME 2,9 4,0 1,1 * 3,1 4,0 0,9 *
REF CREOLE 3,1 4,4 1,3 * 3,2 4,4 1,2 *

LSD (5%) 0,586 0,586

NOTA: (*) Significativo no nível de 5% de probabilidade pelo teste LSD.

De acordo com os resultados do teste LSD, pode-se concluir:


a) Com relação ao herbicida de pós-emergência BENTAZON, todos os
contrastes foram significativos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, em todas as
variedades de cebola avaliadas, a cerosidade foliar mantida apresentou menor índice de
injúrias foliares do que a cerosidade foliar removida.
b) Com relação ao herbicida de pós-emergência PROMETRIN, todos os
contrastes foram significativos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, em todas as
variedades de cebola avaliadas, a cerosidade foliar mantida apresentou menor índice de
injúrias foliares do que a cerosidade foliar removida.
O teste LSD pode também ser utilizado na comparação de todas as médias com
um tratamento controle ou testemunha, ou na comparação de todas as médias entre si.
Porém, recomenda-se o uso do teste LSD em comparações planejadas de médias
pareadas, visto que têm testes específicos e mais rigorosos para os outros tipos de
comparação.

5.5 Teste LSDB

O teste da diferença mínima significativa de Bonferroni (LSDB) é um


aperfeiçoamento do teste LSD e para a sua aplicação o pesquisador deve levar em conta
os mesmos requisitos deste.
Na análise de variância, quando o teste F for significativo e se tem mais de dois
tratamentos, o teste LSDB é o mais utilizado quando se deseja fazer comparações
planejadas de médias pareadas. Neste caso, cada média aparece em somente uma
comparação.
Sua fórmula é a seguinte:

LSDB (’) = tB (’) s ( Ŷ )

onde:
tB (’) = valor tabelado do teste t no nível ’ de probabilidade, obtido com n1 = nível de

significância ’ = , onde  é o nível de 5% de probabilidade, que é o mais
n
utilizado na prática, e n o número de contrastes ortogonais, e n2 = graus de
liberdade do resíduo (TABELA A.7);

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 138


139

s ( Ŷ ) = estimativa do desvio padrão da estimativa de um contraste, que corresponde à



raiz quadrada da estimativa da variância da estimativa de um contraste [s2 Ŷ ],
ver teste t.

Quando as médias dos tratamentos avaliados apresentarem número de repetições


diferentes (caso de parcelas perdidas), o valor de s ( Ŷ ) depende do delineamento
estatístico utilizado (ver teste “t”).
O valor de cada contraste ( Ŷ ) é comparado com o valor de LSDB. Logo, tem-se:
Ŷ  LSDB (’) - existe diferença significativa entre os tratamentos no nível ’
de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 100 - ’% de que o contraste
seja diferente de zero;
Ŷ < LSDB (’) - ns (não existe diferença significativa entre os tratamentos no
nível ’ de probabilidade, ou seja, com 100 - ’% de probabilidade o contraste não difere
de zero).
Quando se aplica o teste LSDB, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Ŷ  0 (tratamentos diferentes).
Considerando os dados do Exemplo 6, têm-se:
Para o herbicida BENTAZON:

ˆA m
Ŷ1 = m ˆB

= 2,7 – 4,1 = 1,4

Yˆ2 = m
ˆA m
ˆB

= 3,0 – 3,6 = 0,6

Yˆ3 = mˆ A  m
ˆB

= 2,9 – 4,0 = 1,1

Yˆ4 = m
ˆA m
ˆB

= 3,1 – 4,4 = 1,3

Para o herbicida PROMETRIN:

ˆA m
Ŷ1 = m ˆB

= 3,2 – 4,3 = 1,1

Yˆ2 = m
ˆA m
ˆB

= 3,2 – 3,9 = 0,7


Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 139
140

Yˆ3 = mˆ A  m
ˆB

= 3,1 – 4,0 = 0,9

Yˆ4 = m
ˆA m
ˆB

= 3,2 – 4,4 = 1,2

LSDB (’) = tB (’) s ( Ŷ )


’ =
n

5%
= = 1,25%
4

tB = 2,5925

2,0 x 0,17154
= 2,5925
4

0,34308
= 2,5925
4

= 2,5925 0,08577

= 2,5925 (0,29287)  0,759

Os resultados obtidos estão contidos na tabela a seguir:

Variedades BENTAZON PROMETRIN


A B Ŷ A B Ŷ

BARREIRO SMP-IV 2,7 4,1 1,4 ** 3,2 4,3 1,1 **


ROXA CHATA SMP-IV 3,0 3,6 0,6 ns 3,2 3,9 0,7 ns
BAIA PERIFORME 2,9 4,0 1,1 ** 3,1 4,0 0,9 **
REF CREOLE 3,1 4,4 1,3 ** 3,2 4,4 1,2 **

LSDB (1,25%) 0,759 0,759

NOTA: (**) Significativo no nível de 1,25% de probabilidade pelo teste LSDB.

De acordo com os resultados do teste LSDB, pode-se concluir:


a) Com relação ao herbicida de pós-emergência BENTAZON, apenas um
contraste foi não significativo no nível de 1,25% de probabilidade, ou seja, na variedade
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 140
141

de cebola ROXA CHATA SMP-IV, a cerosidade foliar mantida apresentou o mesmo


índice de injúrias foliares que a cerosidade foliar removida. Por outro lado, os demais
contrastes foram significativos no nível de 1,25% de probabilidade, ou seja, nas outras
variedades de cebola avaliadas, a cerosidade foliar mantida apresentou menor índice de
injúrias foliares do que a cerosidade foliar removida.
b) Com relação ao herbicida de pós-emergência PROMETRIN, apenas um
contraste foi não significativo no nível de 1,25% de probabilidade, ou seja, na variedade
de cebola ROXA CHATA SMP-IV, a cerosidade foliar mantida apresentou o mesmo
índice de injúrias foliares que a cerosidade foliar removida. Por outro lado, os demais
contrastes foram significativos no nível de 1,25% de probabilidade, ou seja, nas outras
variedades de cebola avaliadas, a cerosidade foliar mantida apresentou menor índice de
injúrias foliares do que a cerosidade foliar removida.
Observa-se o rigor do teste LSDB neste exemplo em relação ao teste LSD, pois
ele detectou diferença significativa entre os tratamentos apenas em três contrastes dos
quatro avaliados para cada herbicida de pós-emergência, enquanto que o teste LSD
encontrou diferença significativa em todos os contrastes avaliados dentro de cada
herbicida de pós-emergência.
O teste LSDB pode também ser utilizado na comparação de todas as médias com
um tratamento controle ou testemunha, ou na comparação de todas as médias entre si.
Porém, recomenda-se o uso do teste LSDB em comparações planejadas de médias
pareadas, visto que têm testes específicos e mais rigorosos para os outros tipos de
comparação.

5.6 Teste de Dunnett

O teste de Dunnett (d’) é usado na análise de variância quando se procura


comparar todas as médias de tratamentos com um controle ou testemunha, desde que o
teste F seja significativo e se tenha mais de dois tratamentos. Sua aplicação é muito
simples, por ter apenas um valor de d’ para comparar com todos os contrastes.
Sua fórmula é a seguinte:

d’(5%) = t’ (5%) s ( Ŷ )

onde:
t’ (5%) = valor tabelado do teste de Dunnett no nível de 5% de probabilidade (TABELAS
A.8 e A.9);
s ( Ŷ ) = estimativa do desvio padrão da estimativa de um contraste, que corresponde à

raiz quadrada da estimativa da variância da estimativa de um contraste [s2 Ŷ ],
ver teste t.

No caso de se querer usar o teste de Dunnett no nível de 1% de probabilidade,


tem-se as mesmas tabelas (TABELAS A.8 e A.9) para se obter o valor de t’. A TABELA
A.8 é usada para as comparações unilaterais, ou seja, quando todas as médias dos
tratamentos forem inferiores ou superiores ao controle, enquanto a TABELA A.9 é usada
para comparações bilaterais, ou seja, quando algumas médias de tratamentos forem
inferiores e outras superiores ao controle.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 141


142

Quando as médias dos tratamentos avaliados apresentarem número de repetições


diferentes (caso de parcelas perdidas), o valor de s ( Ŷ ) depende do delineamento
estatístico utilizado (ver teste “t”).
O valor de cada contraste ( Ŷ ) é comparado com o valor de d’. Logo, tem-se:
Ŷ  d’(5%) - * (existe diferença significativa entre os tratamentos no nível de
5% de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 95% de que o contraste seja
diferente de zero);
Ŷ < d’(5%) - ns (não existe diferença significativa entre os tratamentos no nível
de 5% de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade de 95% de que o contraste não
difere de zero).
Quando se aplica o teste de Dunnett, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (tratamento semelhante ao controle);
b) H1 : Ŷ  0 (tratamento diferente do controle).
Exemplo 7: Verificar pelo teste de Dunnett se existe ou não diferença
significativa dos tratamentos em relação ao controle a partir de dados da TABELA 5.7.

TABELA 5.7 – GANHOS DE PESO (kg), E VALORES DE GL RESÍDUO, QM RESÍDUO E F DE


PORCOS ALIMENTADOS COM QUATRO RAÇÕES

Rações Média 1/

A 26,0
B 39,0
C 32,0
D (Controle) 22,0

GL Resíduo 16

QM Resíduo = s2 68,75

F 3,99 *

FONTE: Adaptado de GOMES (1985).


NOTA: (1/) Dados médios provenientes de cinco repetições no delineamento inteiramente casualizado.

Logo, tem-se:

d’(5%) = t’ (5%) s ( Ŷ )

2 x 68,75
= 2,23
5

137,50
= 2,23
5

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 142


143

= 2,23 27,5

= 2,23 (5,244044)  11,69

Yˆ1  m
ˆA m
ˆD

= 26,0 –22,0 = 4,0 ns

Yˆ2  m
ˆB  m
ˆD

= 39,0 – 22,0 = 17,0 *

Yˆ3  m
ˆ C  mˆ D

= 32,0 – 22,0 = 10,0 ns

De acordo com os resultados do teste de Dunnett, pode-se concluir que apenas o


contraste Yˆ2 foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja, a ração B diferiu
da ração D (controle) proporcionando um maior ganho de peso em porcos, enquanto que
as rações A e C foram semelhantes ao controle.

5.7 Teste de Tukey

O teste de Tukey (  ) é usado na análise de variância para comparar todo e


qualquer contraste entre duas médias de tratamentos. É o teste de comparação de médias
de tratamentos mais usado na experimentação agropecuária, por ser bastante rigoroso e
de fácil aplicação. Contudo, quando o experimento tem um número elevado de
tratamentos, não é aconselhável o seu uso. Ele é mais exato quando o número de
repetições das médias dos tratamentos avaliados é igual.
Quando o teste F não for significativo, é norma geral não se aplicar o teste de
Tukey ou qualquer teste de comparação de médias de tratamentos (se estiver próximo da
significância é aconselhável a aplicação). Por outro lado, pode ocorrer que o teste F tenha
sido significativo e o teste de Tukey não acuse nenhum contraste significativo. Nestes
casos tem-se três alternativas a seguir, são elas:
a) Substitui-se o teste de Tukey pelo teste de Duncan que é menos rigoroso;
b) Aplica-se o teste de Tukey no nível de 10% de probabilidade;
c) Simplesmente aceita-se o resultado (não significativo) admitindo-se que o (s)
contraste(s) significativo(s) que o teste F diz existir, envolve mais de duas médias, sendo
portanto, geralmente, de pouco interesse prático.
Quando as médias de tratamentos apresentam o mesmo número de repetições,
sua fórmula é a seguinte:

s
 (5%) = q
r

onde:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 143


144

q = valor da amplitude total estudentizada no nível de 5% de probabilidade (TABELA


A.10);
s = estimativa do desvio padrão do erro experimental, que corresponde à raiz quadrada
do quadrado médio do resíduo;
r = número de repetições do experimento e/ou da média.

No caso de querer-se usar o teste de Tukey no nível de 1% de probabilidade,


tem-se a TABELA A.11 para obter-se o valor de q.
O valor de cada contraste ( Ŷ ) é comparado com o valor de  . Logo, tem-se:
Ŷ   (5%) - * (existe diferença significativa entre os tratamentos no nível de
5% de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 95% de que o contraste seja
diferente de zero);
Ŷ <  (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os tratamentos no nível
de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade o contraste não difere de
zero).
Quando se aplica o teste de Tukey, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Ŷ  0 (tratamentos diferentes).
Exemplo 8: Verificar pelo teste de Tukey se existe ou não diferença significativa
entre os tratamentos a partir dos dados da TABELA 5.8.
TABELA 5.8 – NÚMERO TOTAL DE FOLHAS POR PLANTA EM TRÊS CULTIVARES DE
ALFACE (Lactuca sativa L.), E VALORES DE GL RESÍDUO, QM RESÍDUO E F

Cultivares Número total de folhas por planta 1/

1. MARAVILHA DE QUATRO ESTAÇÕES 25,80


2. MARAVILHA DE INVERNO 29,53
3. REPOLHUDA SEM RIVAL 25,73

GL Resíduo 11

QM Resíduo 6,673264

F 5,69 *

FONTE: SILVA e FERREIRA (1985).


NOTA: (1/) Dados médios provenientes de oito repetições no delineamento em blocos casualizados.

Logo, tem-se:

s
(5%)  q
r

6,673264
= 3,82
8

= 3,82 0,834158

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 144


145

= 3,82 (0,913323)  3,49

Yˆ1  m
ˆ1  m
ˆ2

= 25,80 – 29,53 = 3,73 *

Yˆ2  m
ˆ1  m
ˆ3

= 25,80 – 25,73 = 0,07 ns

Yˆ3  mˆ 2  m
ˆ3

= 29,53 – 25,73 = 3,80 *

De acordo com os resultados do teste de Tukey, pode-se concluir:


a) Apenas um contraste foi não significativo no nível de 5% de probabilidade, ou
seja, as cultivares de alface MARAVILHA DE QUATRO ESTAÇÕES e REPOLHODA
SEM RIVAL são semelhantes quanto ao número de folhas por planta.
b) Os demais contrastes foram significativos no nível de 5% de probabilidade, ou
seja, a cultivar de alface MARAVILHA DE INVERNO apresenta um maior número de
folhas por planta do que as cultivares MARAVILHA DE QUATRO ESTAÇÕES e
REPOLHUDA SEM RIVAL.
Quando as médias de tratamentos apresentam número de repetições diferentes
(caso de parcelas perdidas), a fórmula do teste de Tukey é a seguinte:

(5%)  q

s 2 Yˆ
2

onde:
q = valor da amplitude total estudentizada no nível de 5% ou de 1% de probabilidade
(TABELAS A.10 e A.11);
2
s = estimativa da variância da estimativa de um contraste, que dependerá do
delineamento estatístico utilizado (ver teste “t”).

5.8 Teste de Duncan

O teste de Duncan (D) é também usado na análise de variância para comparar


todo e qualquer contraste entre duas médias de tratamentos. É, porém, menos rigoroso do
que o teste de Tukey, pois detecta diferença significativa entre duas médias quando o
teste de Tukey não o faz, de modo que não deve ser empregado indiscriminadamente.
Além disso, sua aplicação é um pouco mais trabalhosa, pois, levando em conta o número
de médias abrangidas em cada contraste, deve-se calcular um valor de D para cada grupo
de contrastes. Na sua aplicação deve-se ordenar as médias de tratamentos em ordem
crescente ou decrescente e formar os grupos de contrastes cujos intervalos abrangem duas
médias, três médias e assim por diante, de modo a obterem, respectivamente, os valores
tabelados de z para cada grupo de contrastes. Quando o número de médias de tratamentos

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 145


146

for elevado, por exemplo superior a dez, a aplicação do referido teste se torna muito
trabalhosa. É um teste bastante usado em trabalhos de sementes e de laboratório. Tal
como o teste de Tukey, ele exige, para ser exato, que todos os tratamentos tenham o
mesmo número de repetições.
Quando as médias de tratamentos apresentam o mesmo número de repetições,
sua fórmula é a seguinte:

s
D (5%) = z
r

onde:
z = valor da amplitude total estudentizada no nível de 5% de probabilidade (TABELA
A.12);
s = estimativa do desvio padrão do erro experimental, que corresponde à raiz quadrada do
quadrado médio do resíduo;
r = número de repetições do experimento e/ou da média.

No caso de querer-se usar o teste de Duncan no nível de 1% de probabilidade,


tem-se a TABELA A.13 para obter-se os valores de z.
Como se deve ter vários valores de D, os valores dos contrastes com o mesmo
número de médias abrangidas pelos mesmos são comparados com o seu respectivo valor
de D. Logo, tem-se:
Ŷ  D (5%) - * (existe diferença significativa entre os tratamentos no nível de
5% de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 95% de que o contraste seja
diferente de zero);
Ŷ < D (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os tratamentos no nível
de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade o contraste não difere de
zero).
Quando se aplica o teste de Duncan, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Ŷ  0 (tratamentos diferentes).
Exemplo 9: Verificar pelo teste de Duncan se existe ou não diferença
significativa entre os tratamentos a partir dos dados da TABELA 5.9.

TABELA 5.9 – GERMINAÇÃO DE SEMENTES ESCARIFICADAS DE SEIS ESPÉCIES DE


Stylosanthes, E VALORES DE GL RESÍDUO, QM RESÍDUO E F. DADOS
TRANSFORMADOS EM ARCO SENO % / 100

Espécies Médias 1/

1 – Stylosanthes humilis 67,54


2 – Stylosanthes scabra 83,74
3 – Stylosanthes leiocarpa 84,75
4 – Stylosanthes hamata 87,97
5 – Stylosanthes viscose 88,98
6 – Stylosanthes debilis 90,00

GL Resíduo 72

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 146


147

QM Resíduo 20,6518

F 300,32 **

FONTE: REIS (1984).


NOTA: (1/) Dados médios provenientes de oito repetições no delineamento inteiramente casualizado.

Logo, tem-se:

s
D2 (5%) = z 2
r

20,6518
= 2,821
8

= 2,821 2,581475

= 2,821 (1,606697)  4,53

Yˆ1  m
ˆ1  m
ˆ2

= 67,54 – 83,74 = 16,20 *


Yˆ2  m
ˆ2 m
ˆ3

= 83,74 – 84,75 = 1,01 ns

Yˆ3  mˆ 3  mˆ 4

= 84,75 – 87,97 = 3,22 ns

Yˆ4  m
ˆ4 m
ˆ5

= 87,97 – 88,98 = 1,01 ns

Yˆ5  m
ˆ5 m
ˆ6

= 88,98 – 90,00 = 1,02 ns

s
D3 (5%) = z 3
r

20,6518
= 2,971
8

= 2,971 2,581475
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 147
148

= 2,971 (1,606697)  4,77

Y6  m
ˆ1  m
ˆ3

= 67,54 – 84,75 = 17,21 *

Yˆ7  m
ˆ 2  mˆ 4

= 83,74 – 87,97 = 4,23 ns

Yˆ8  mˆ 3  mˆ 5

= 84,75 – 88,98 = 4,23 ns

Yˆ9  mˆ 4  mˆ 6

= 87,97 – 90,00 = 2,03 ns

s
D4 (5%) = z 4
r

20,6518
= 3,071
8

= 3,071 2,581475

= 3,071 (1,606697)  4,93

Yˆ10  mˆ 1  m
ˆ4

= 67,54 – 87,97 = 20,43 *

Yˆ11  m
ˆ2 m
ˆ5

= 83,74 – 88,98 = 5,24 *

Yˆ12  m
ˆ3 m
ˆ6

= 84,75 – 90,00 = 5,25 *

s
D5 (5%) = z 5
r

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 148


149

20,6518
= 3,134
8

= 3,134 2,581475

= 3,134 (1,606697)  5,04

Yˆ13  m
ˆ1  m
ˆ5

= 67,54 – 88,98 = 21,44 *

Yˆ14  m
ˆ 2  mˆ 6

= 83,74 – 90,00 = 6,26 *

s
D6 (5%) = z 6
r

20,6518
= 3,194
8

= 3,194 2,581475

= 3,194 (1,606697)  5,13

Yˆ15  mˆ 1  m
ˆ6

= 67,54 – 90,00 = 22,46 *

De acordo com os resultados do teste de Duncan, pode-se concluir:


a) Apenas sete contrastes foram não significativos no nível de 5% de
probabilidade, ou seja, a germinação de sementes escarificadas foi semelhante entre as
seguintes espécies de Stylosanthes: S. scabra com S. leiocarpa e S. hamata, S. leiocarpa
com S. hamata e S. viscosa, S. hamata com S. viscosa e S. debilis, e S. viscosa com S.
debilis.
b) Os demais contrastes foram significativos no nível de 5% de probabilidade, ou
seja, a germinação de sementes escarificadas foi diferente entre as seguintes espécies de
Stylosanthes: S. humilis com todas as outras, S. scabra com S. viscosa e S. debilis, e S.
leiocarpa com S. debilis.
c) A espécie Stylosanthes humilis apresentou a menor germinação de sementes
escarificadas.
d) A espécie Stylosanthes debilis apresentou a maior germinação de sementes
escarificadas, apesar de não diferir estatisticamente das espécies Stylosanthes viscosa e
Stylosanthes hamata.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 149


150

Quando as médias de tratamentos apresentam número de repetições diferentes


(caso de parcelas perdidas), a fórmula do teste de Duncan é a seguinte:

D (5%)  z

s 2 Yˆ
2

onde:
z = valor da amplitude total estudentizada no nível de 5% ou de 1% de probabilidade
(TABELAS A.12 e A. 13);
s (Yˆ ) = estimativa da variância da estimativa de um contraste, que dependerá do
2

delineamento estatístico utilizado (ver teste “t”).

5.9 Teste de Student-Newman-Keuls (SNK)

O teste SNK pode ser usado na análise de variância para comparar todo e
qualquer contraste entre duas médias de tratamentos. Em termos de rigor é intermediário
entre os testes de Tukey e de Duncan. Ele utiliza a metodologia de Duncan com a tabela
de Tukey. Do mesmo modo que tais testes, ele exige, para ser exato, que todos os
tratamentos tenham o mesmo número de repetições.
Quando as médias de tratamentos apresentam o mesmo número de repetições,
sua fórmula é a seguinte:

s
SNK (5%) = q
r

onde:
q = valor da amplitude total estudentizada no nível de 5% de probabilidade (TABELA
A.10);
s = estimativa do desvio padrão do erro experimental, que corresponde à raiz quadrada do
quadrado médio do resíduo;
r = número de repetições do experimento e/ou da média.

No caso de querer-se usar o teste SNK no nível de 1% de probabilidade, tem-se a


TABELA A.11 para obter-se os valores de q.
Como se deve ter vários valores de SNK, o valor dos contrastes com o mesmo
número de médias abrangidas pelos mesmos são comparados com o seu respectivo valor
de SNK. Logo, tem-se:
Ŷ  SNK (5%) - * (existe diferença significativa entre os tratamentos no nível de
5% de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 95% de que o contraste seja
diferente de zero);
Ŷ < SNK (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os tratamentos no
nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade o contraste não difere
de zero).
Quando se aplica o teste de SNK, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Ŷ  0 (tratamentos diferentes).
Considerando os dados do Exemplo 9, tem-se:
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 150
151

s
NSK2 (5%) = q 2
r

20,6518
= 2,824
8

= 2,824 2,581475

= 2,824 (1,606697)  4,54

Yˆ1  m
ˆ1  m
ˆ2

= 67,54 – 83,74 = 16,20 *

Yˆ2  m
ˆ2 m
ˆ3

= 83,74 – 84,75 = 1,01 ns

Yˆ3  mˆ 3  mˆ 4

= 84,75 – 87,97 = 3,22 ns

Yˆ4  m
ˆ4 m
ˆ5

= 87,97 – 88,98 = 1,01 ns

Yˆ5  m
ˆ5 m
ˆ6

= 88,98 – 90,00 = 1,02 ns

s
NSK3 (5%) = q3
r

20,6518
= 3,392
8

= 3,392 2,581475

= 3,392 (1,606697)  5,45

Y6  m
ˆ1  m
ˆ3

= 67,54 – 84,75 = 17,21 *

Yˆ7  m
ˆ 2  mˆ 4

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 151


152

= 83,74 – 87,97 = 4,23 ns

Yˆ8  mˆ 3  mˆ 5

= 84,75 – 88,98 = 4,23 ns

Yˆ9  mˆ 4  mˆ 6

= 87,97 – 90,00 = 2,03 ns

s
NSK4 (5%) = q 4
r

20,6518
= 3,730
8

= 3,730 2,581475

= 3,730 (1,606697)  5,99

Yˆ10  mˆ 1  m
ˆ4

= 67,54 – 87,97 = 20,43 *

Yˆ11  m
ˆ2 m
ˆ5

= 83,74 – 88,98 = 5,24 ns

Yˆ12  m
ˆ3 m
ˆ6

= 84,75 – 90,00 = 5,25 ns

s
NSK5 (5%) = q5
r

20,6518
= 3,968
8

= 3,968 2,581475

= 3,968 (1,606697)  6,38

Yˆ13  m
ˆ1  m
ˆ5

= 67,54 – 88,98 = 21,44 *

Yˆ14  m
ˆ 2  mˆ 6
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 152
153

= 83,74 – 90,00 = 6,26 ns

s
NSK6 (5%) = q 6
r

20,6518
= 4,148
8

= 4,148 2,581475

= 4,148 (1,606697)  6,66

Yˆ15  mˆ 1  m
ˆ6

= 67,54 – 90,00 = 22,46 *

De acordo com os resultados do teste SNK, pode-se concluir:


a) Apenas dez contrastes foram não significativos no nível de 5% de
probabilidade, ou seja, a germinação de sementes escarificadas foi semelhante entre as
seguintes espécies de Stylosanthes: S. scabra com S. leiocarpa, S. hamata, S. viscosa e S.
debilis, S. leiocarpa com S. hamata, S. viscosa e S. debilis, S. hamata com S. viscosa e S.
debilis, e S. viscosa com S. debilis.
b) Os demais contrastes foram significativos no nível de 5% de probabilidade, ou
seja, a germinação de sementes escarificadas foi diferente entre as seguintes espécies de
Stylosanthes: S. humilis com todas as outras.
c) A espécie Stylosanthes humilis apresentou a menor germinação de sementes
escarificadas.
d) A espécie Stylosanthes debilis apresentou a maior germinação de sementes
escarificadas, apesar de não diferir estatisticamente das espécies Stylosanthes viscosa,
Stylosanthes hamata, Stylosanthes leiocarpa e Stylosanthes scabra.
Observa-se o rigor do teste SNK neste exemplo em relação ao teste de Duncan,
pois ele detectou diferença significativa entre os tratamentos em apenas cinco contrastes,
enquanto que o teste de Duncan encontrou diferença significativa entre os tratamentos em
oito contrastes.
Quando as médias de tratamentos apresentam número de repetições diferentes
(caso de parcelas perdidas), a fórmula do teste SNK é a seguinte:

SNK (5%)  q

s 2 Yˆ
2

onde:
q = valor da amplitude total estudentizada no nível de 5% ou de 1% de probabilidade
(TABELAS A.10 e A. 11);
2 ˆ
s (Y ) = estimativa da variância da estimativa de um contraste, que dependerá do
delineamento estatístico utilizado (ver teste “t”).
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 153
154

5.10 Teste de Scott e Knott (SK)

O teste SK é um teste de agrupamento de médias de tratamentos que tem por


objetivo dividir o grupo original em subgrupos, cujas médias de tratamentos não diferem
estatisticamente entre si. Estes subgrupos são bem definidos e não apresentam a
ambigüidade dos demais testes de comparação de médias de tratamentos.
Mas o que é ambigüidade? Ambigüidade é quando uma média de tratamento
não difere estatisticamente da média de tratamento de valor inferior e nem da média de
tratamento de valor superior, mas a média de valor superior difere estatisticamente da
média de valor inferior, o que é inconcebível do ponto de vista matemático.
Na formação dos subgrupos, quando o número de tratamentos é pequeno, o
número possível de subgrupos é dado por 2 g  1  1 . Por exemplo, com quatro tratamentos
(A, B, C, D), têm-se: 2 4  1  1  23  1  8  1  7 subgrupos, ou seja, A vs B, C e D; B vs
A, C e D; C vs A, B e D; D vs A, B e C; A e B vs C e D; A e C vs B e D; e A e D vs B e
C. Contudo, quando o número de tratamentos é grande, o número de subgrupos cresce
exponencialmente, dificultando a aplicação do teste SK. Neste caso, para contornar essa
situação, ordenam-se as médias de tratamentos e o número possível de subgrupos é dado
por g – 1.
Quando as médias de tratamentos apresentam o mesmo número de repetições,
sua fórmula é a seguinte:

 B0
SK (5%) 
2 (  2) s 02

onde:
π = número irracional, cujo valor aproximado é 3,1416;
B0 = estimativa da soma de quadrados entre grupos obtida através da fórmula:

T12 T22 (T1  T2 ) 2


B0   
k1 k2 k1  k 2

onde:
T = total das médias de tratamentos de cada grupo;
k = número de tratamentos de cada grupo;
s02 = estimativa da variância obtida através da fórmula:

1   QM Re síduo 
s02  (Y 1  Y )  (Y 2  Y )  ...  (Y g  Y )  v 
2 2 2

gv   r 

onde:
g = número de médias de tratamentos avaliados nos dois grupos;
v = número de graus de liberdade do resíduo;
Y i = média do tratamento i (i = 1, 2, ... g);
Y = média geral dos tratamentos avaliados nos dois grupos;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 154


155

r = número de repetições do experimento e/ou da média.

A regra de decisão para estabelecer os grupos é a seguinte:


SK (5%)   2 (5%) - * (existe diferença significativa entre os dois grupos de
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de
95% de que as médias dos dois grupos de tratamentos sejam diferentes de zero);
SK (5%) <  2 (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os dois grupos de
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade as
médias dos dois grupos de tratamentos não diferem de zero).
Quando o valor de SK (5%) for igual ou maior que o valor tabelado de  2 (5%)
(TABELA A.14), os dois grupos devem ser testados, separadamente, para novas
possíveis divisões. O teste prossegue até que sejam encontrados grupos com apenas uma
média de tratamento e/ou grupos de médias de tratamentos homogêneas.
O valor do qui-quadrado referencial (  2 ) é estabelecido em função do nível de
significância α preestabelecido (o nível de 5% de significância é o mais usado na prática)
e do número de graus de liberdade, que é dado por

g
v
 2

Este grau de liberdade será um número fracionário, uma vez que é função do
número irracional π.
Quando se aplica o teste SK, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (os dois grupos de tratamentos são semelhantes);
b) H1 : Ŷ  0 (os dois grupos de tratamentos são diferentes).
Exemplo 10: Verificar pelo teste SK se existe ou não diferença significativa entre
os tratamentos a partir dos dados da TABELA 5.10.

TABELA 5.10 – DADOS MÉDIOS DE TCH (TONELADAS DE CANA POR HECTARE) DE 26


GENÓTIPOS DE CANA-DE-AÇÚCAR AVALIADOS NA USINA CAETÉ, NO
MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS, NO ANO DE 1999

Genótipos TCH (+) Genótipos TCH

1 – RB 931521 90,56 14 – RB 83102 110,17

2 – RB 931578 92,45 15 – RB 931598 110,72

3 – RB 931569 93,78 16 – RB 931565 111,06

4 – RB 931556 95,22 17 – RB 931580 112,67

5 – RB 931595 100,00 18 – RB 931529 112,78

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 155


156

6 – RB 931530 101,95 19 – RB 931602 113,33

7 – RB 931559 103,94 20 – RB 931542 115,61

8 – RB 72454 104,67 21 – SP 79-1011 115,89

9 – RB 931587 105,83 22 – RB 931533 117,06

10 – RB 931506 106,61 23 – RB 931566 117,45

11 – RB 931604 107,06 24 – RB 931011 118,17

12 – RB 931513 107,39 25 – RB 931611 118,50

13 – RB 931515 107,67 26 – RB 931555 125,67

GL Resíduo 75

QM Resíduo 91,271

F 3,43 **

FONTE: SILVA (2004).


NOTAS: (+) Dados médios provenientes de quatro repetições no delineamento em blocos casualizados.
(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.
Logo, têm-se as somas de quadrados da partição 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,
12 e 13 vs 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 26:

T12 T22 (T1  T2 ) 2


B0   
k1 k2 k1  k 2

=
90,56  92,45  ...  107,67 
2

110,17  110,72  ...  125,67 
2

13 13

90,56  92,45  ...  107,67  110,17  110,72  ...  125,672


13  13

=
1.317,132 
1.499,082 
1.317,13  1.499,082
13 13 26

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 156


157

=
1.317,132 
1.499,082 
2.816,212
13 13 26

1.734.831,437 2.247.240,846 7.931.038,764


=  
13 13 26

= 133.448,5721 + 172.864,6805 – 305.039,9525 = 1.273,3001

__
Y
T
k
1.317,13  1.499,08
=
13  13

2.816,21
=  108,32
26

1   QM Re síduo 
s02  (Y 1  Y )  (Y 2  Y )  ...  (Y g  Y )  v 
2 2 2

gv   r 

1 
 90,56  108,322  92,45  108,322  ...  125,67  108,322  75  91,271 
26  75   4 

=
1
101

 17,762   15,872  ...  17,352  75 22,81775 

=
1
315,4176  251,8569  ...  301,0225  1.711,33125
101

3.668,40795
= = 36,32087079
101

 B0
SK (5%) 
2 (  2) s 02

3,1416 x 1.273,3001
=
2 3,1416  2 x 36,32087079

3,1416 x 1.273,3001
=
2 1,1416 x 36,32087079

4.000,199594
=  48,23713
82,92781219

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 157


158

O valor de  2 26 
é 34,89. Como SK (5%) > 34,89, existe diferença
 0 , 05; 
 3,1416  2 

significativa entre os dois grupos de tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou


seja, há uma probabilidade acima de 95% de que as médias dos dois grupos de
tratamentos sejam diferentes de zero. Neste caso, os dois grupos devem ser testados,
separadamente, para novas possíveis divisões.
Logo, tem-se as somas de quadrados da partição 1 vs 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,
12 e 13:

T32 T42 (T3  T4 ) 2


B0   
k3 k4 k3  k 4


90,562 
92,45  93,78  ...  107,672 
90,56  92,45  93,78  ...  107,672
1 12 1  12

=
90,562 
1.226,572 
1.317,132
1 12 13

8.201,1136 1.504.473,965 1.734.831,437


=  
1 12 13

= 8.201,1136 + 125.372,8304 – 133.448,5721 = 125,3719

__
Y1 
T 1

k 1

1.317,13
=  101,32
13

1   QM Re síduo 
s02  (Y 1  Y1 )  (Y 2  Y1 )  ...  (Y g1  Y1 )  v 
2 2 2

g1  v   r 

1 
 90,56  101,322  92,45  101,322  ...  107,67  101,322  75  91,271 
13  75   4 

=
1
88

 10,762   8,872  ...  6,352  75 22,81775 

=
1
115,7776  78,6769  ...  40,3225  1.711,33125
88

2.178,51275
= = 24,7558267
88

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 158


159

 B0
SK (5%) 
2 (  2) s 02

3,1416 x 125,3719
=
2 3,1416  2 x 24,7558267

3,1416 x 125,3719
=
2 1,1416 x 24,7558267

393,868361
=  6,96835
56,52250352

O valor de  2 13 
é 20,20. Como SK (5%) < 20,20, não existe diferença
 0 , 05; 
 3,1416  2 

significativa entre os dois grupos de tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou


seja, com 95% de probabilidade as médias dos dois grupos de tratamentos não diferem de
zero
Logo, tem-se as somas de quadrados da partição 14 vs 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21,
22, 23, 24, 25 e 26:

T52 T62 (T5  T6 ) 2


B0   
k k6 k5  k6


110,17 
2

110,72  111,06  ...  125,67 
2

1 12

110,17  110,72  111,06  ...  125,672


1  12

=
110,17 
2

1.388,91
2

1.499,08
2

1 12 13
12.137,4289 1.929.070,988 2.247.240,846
=  
1 12 13

= 12.137,4289 + 160.755,9157 – 172.864,6805 = 28,6641

__
Y2 
T 2

k 2

1.499,08
=  115,31
13

1   QM Re síduo 
s02  (Y 14  Y2 )  (Y 15  Y2 )  ...  (Y g 2  Y2 )  v 
2 2 2

g2  v   r 
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 159
160

1 
 110,17  115,312  110,72  115,312  ...  125,67  115,312  75  91,271 
13  75   4 

=
1
88

 5,142   4,592  ...  10,362  75 22,81775 

=
1
26,4196  21,0681  ...  107,3296  1.711,33125
88

216,5949
= = 2,461305682
88

 B0
SK (5%) 
2 (  2) s 02

3,1416 x 28,6641
=
2 3,1416  2 x 2,461305682

3,1416 x 28,6641
=
2 1,1416 x 2,461305682

90,05113656
=  16,02432
5,619653133

O valor de  2 13 
é 20,20. Como SK (5%) < 20,20, não existe diferença
 0 , 05; 
 3,1416  2 

significativa entre os dois grupos de tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou


seja, com 95% de probabilidade as médias dos dois grupos de tratamentos não diferem de
zero.
De acordo com os resultados do teste SK, pode-se concluir:
a) Os genótipos de cana-de-açúcar avaliados na Usina Caeté, localizada no
Município de São Miguel dos Campos-AL, pertencentes ao grupo 1: 1 – RB 931521,
2 – RB 931578, 3 – RB 931569, 4 – RB 931556, 5 – RB 931595, 6 – RB 931530,
7 – RB 931559, 8 – RB 72454, 9 – RB 931587, 10 – RB 931506, 11 – RB 931604,
12 – RB 931513 e 13 – RB 931515 não diferem entre si e apresentaram os menores
rendimentos de TCH.
b) Os genótipos de cana-de-açúcar avaliados na Usina Caeté, localizada no
Município de São Miguel dos Campos-AL, pertencentes ao grupo 2: 14 – RB 83102,
15 – RB 931598, 16 – RB 931565, 17 – RB 931580, 18 – RB 931529, 19 – RB 931602,
20 RB 931542, 21 – SP 79-1011, 22 – RB 931533, 23 – RB 931566, 24 – RB 931011,
25 – RB 931611 e 26 – RB 931555 não diferem entre si, mas diferem dos genótipos do
grupo 1, e apresentaram os maiores rendimentos de TCH.
Verifica-se que o teste SK, além de terem os grupos de tratamentos bem
definidos e não apresentarem a ambigüidade dos demais testes de comparação de médias,
difere dos mesmos porque compara as médias dos grupos de tratamentos entre si e não
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 160
161

impede que alguns tratamentos de um grupo não defiram estatisticamente de outros


tratamentos do outro grupo quando for usado qualquer outro teste de hipótese. Pois bem,
no exemplo acima a média do grupo 1 foi 101,32 TCH com amplitude de 17,11 TCH
(107,67 – 90,56) e a média do grupo 2 foi 115,31 TCH com amplitude de 15,50 TCH
(125,67 – 110,17), enquanto que a diferença entre a média do genótipo de limite superior
do grupo 1 e a média do genótipo de limite inferior do grupo 2 foi de apenas 2,50 TCH,
que corresponde a 17,87% da diferença entre as médias dos dois grupos (13,99 TCH). Se
fosse usado neste experimento, por exemplo, o teste de Tukey para comparar os
genótipos de cana-de-açúcar entre si, que é um dos testes mais rigorosos de comparação
de médias já visto, dos 325 contrastes possíveis apenas nove seriam significativos, visto
que superariam o valor da diferença mínima significativa do teste (∆ (5%)  25,89).
Em função disso, o teste SK, mesmo sendo um dos testes de maior poder, não
deve ser empregado indiscriminadamente, sendo mais adequado para a área de
melhoramento genético de plantas quando o fitomelhorista dispõe de uma quantidade
enorme de genótipos e precisa agrupá-los para fazer uma triagem.

5.11 Teste de Scheffé

O teste de Scheffé é usado na análise de variância de uma forma mais abrangente


que os testes de Tukey, SNK e Duncan, pois permite julgar qualquer contraste, ou seja,
pode ser usado tanto para contrastes simples (contrastes que envolvem apenas duas
médias) como para contrastes múltiplos (contrastes que envolvem mais de duas médias).
Nos casos em que se têm contrastes múltiplos, o referido teste é o mais indicado. Não é
recomendado o seu uso para comparar médias duas a duas. Quanto ao rigor, ele é mais
rigoroso que o teste de Tukey.
Este teste de comparação de médias de tratamentos só deve ser usado quando o
teste F for significativo. Se o valor de F obtido não for significativo, nenhum contraste
poderá sê-lo, e, pois, a aplicação do teste de Scheffé não se justifica. Quando, porém, o
valor de F for significativo, pelo menos um dos contrastes sê-lo-á. Mas o contraste em
questão pode ser muito complicado ou sem interesse prático. E pode ainda acontecer que
nenhum dos contrastes entre duas médias seja significativo:
Sua fórmula é a seguinte:

S (5%)  (t  1) F (5%) s 2 (Yˆ )

onde:
t = número de tratamentos do experimento;
F = valor de F tabelado no nível de 5% de probabilidade (TABELAS: A.3 para F > 1;
A.5 para F < 1);
2 ˆ
s (Y ) = estimativa da variância da estimativa de um contraste, cujo valor é obtido
através de uma fórmula, que depende do delineamento estatístico utilizado
(ver teste “t”).

No caso de querer-se usar o teste de Scheffé no nível de 1% de probabilidade,


tem-se as TABELAS A.4 e A.6 a fim de obter-se os valores de F, para, respectivamente,
F > 1 e F < 1.
O valor de cada contraste( Yˆ ) é comparado com o valor de S. Logo, tem-se:
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 161
162

Ŷ  S (5%) - * (existe diferença significativa entre os tratamentos no nível de 5%


de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 95% de que o contraste seja
diferente de zero);
Ŷ  S (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os tratamentos no nível
de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade o contraste não difere de
zero).
Quando se aplica o teste de Scheffé está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Ŷ  0 (tratamentos diferentes).
Considerando os dados do Exemplo 4, tem-se:

S1  (t  1) F (5%) s 2 (Yˆ )

= 6  1 x 2,77 x 125,0630

= 5 x 2,77 x 125,0630

= 1.732,12255  41,62

S 2  (t  1) x F (5%) x s 2 (Yˆ )

= 6  1 x 2,77 x 125,0630

= 5 x 2,77 x 125,0630

= 1.732,12255  41,62

S 3  (t  1) x F (5%) x s 2 (Yˆ )

= 6  1 x 2,77 x 41,6877

= 5 x 2,77 x 41,6877

= 577,374645  24,03

S 4  (t  1) x F (5%) x s 2 (Yˆ )

= 6  1 x 2,77 x 125,0630

= 5 x 2,77 x 125,0630

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 162


163

= 1.732,12255  41,62

S 5  (t  1) x F (5%) x s 2 (Yˆ )

= 6  1 x 2,77 x 41,6877

= 5 x 2,77 x 41,6877

= 577,374645  24,03

Ŷ 1 = 36,19 ns

Ŷ 2 = 12,17 ns

Ŷ 3 = 0,85 ns

Ŷ 4 = 29,93 ns

Ŷ 5 = 0,65 ns

De acordo com os resultados do teste de Scheffé, pode-se concluir:


a) O contraste Ŷ 1 não foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja,
a média dos rendimentos de açúcar das variedades Co 775, Co 740 e Co 678 não difere
da média dos rendimentos de açúcar das demais variedades.
b) O contraste Ŷ 2 não foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja,
o rendimento médio de açúcar da variedade Co 421 não difere da média dos rendimentos
de açúcar das variedades Co 419 e Co 413.
c) O contraste Ŷ 3 não foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja,
as variedades Co 419 e Co 413 apresentam rendimentos médios de açúcar semelhantes.
d) O contraste Ŷ 4 não foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja,
a média dos rendimentos de açúcar das variedades Co 775 e Co 740 não difere do
rendimento médio de açúcar da variedade Co 678.
e) O contraste Ŷ 5 não foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou seja,
as variedades Co 775 e Co 740 apresentam rendimentos médios de açúcar semelhantes.
Observa-se o rigor do teste de Scheffé neste exemplo, pois em nenhum dos
contrastes ele detectou diferença significativa entre os tratamentos, enquanto que o teste
“t” encontrou diferença significativa nos contrastes Ŷ 1 e Ŷ 4 e o teste de Bonferroni
encontrou diferença significativa no contraste Ŷ 1.

5.12 Interpolação Linear e Harmônica

Muitas vezes quando se vai aplicar os testes de hipóteses na avaliação de


tratamentos, não se dispõem dos valores tabelados de F, t, q, z, etc.. Quando defrontar-se

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 163


164

com tais situações, faz-se necessário a utilização da interpolação para obtenção de tais
valores.
Tem-se dois tipos de interpolação: interpolação linear e interpolação
harmônica.
A interpolação linear é de aplicação mais simples que a harmônica, porém é
menos precisa.
Exemplo 14: Calcular o valor de F no nível de 1% de probabilidade, para o caso
de F > 1, através da interpolação linear, sendo n1 = 5 graus de liberdade de tratamentos e
n2 = 34 graus de liberdade do resíduo.
A TABELA A.4 fornece o seguinte:
Para n1 = 5 e n2 = 30 .......3,70;
Para n1 = 5 e n2 = 40 .......3,51.
Como vê-se, o valor n1 = 5 existe na tabela, mas o valor n2 = 34 não consta na
mesma. Então, tem-se:
Para 30 graus de liberdade do resíduo - 3,70;
Para 40 graus de liberdade do resíduo - 3,51.
Logo, uma diferença de 10 graus de liberdade do resíduo dá uma variação de
0,19. Então, arma-se a seguinte regra de três:

10 -------------- 0,19
4 -------------- X

logo:

4 x 0,19
X=
10

0,76
= = 0,076
10

donde se deduz que o limite buscado é 3,70 – 0,076 = 3,624.


A interpolação harmônica, por ser mais precisa, é a mais indicada e, em alguns
casos, é a única que pode ser utilizada quando o valor procurado não consta na tabela e
estiver abaixo de infinitos graus de liberdade. Neste tipo de interpolação, usa-se a
recíproca do número de graus de liberdade para armar a regra de três.
Exemplo 15: Calcular o valor de t no nível de 5% de probabilidade através da
interpolação harmônica correspondente a 48 graus de liberdade do resíduo.
A TABELA A.7 fornece o seguinte:
Para 40 graus de liberdade do resíduo - 2,02;
Para 60 graus de liberdade do resíduo - 2,00.
Logo, uma diferença de 20 graus de liberdade do resíduo dá uma variação de
0,02.
Arma-se, então, a seguinte regra de três:

1 1 1
  - 0,02
40 60 120

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 164


165

1 1 1
  - X
40 48 240

logo:

1
0,02
X  240
1
120

0,0041667 (0,02)
=
0,0083333

0,0000833
=  0,01
0,0083333

donde resulta que o limite buscado é 2,02 – 0,01 = 2,01.


Exemplo 16: Calcular o valor de q no nível de 5% de probabilidade através da
interpolação harmônica, sendo n = 10 tratamentos e n’ = 130 graus de liberdade do
resíduo.
A TABELA A.10 fornece o seguinte:
Para n = 10 e n’ = 120 .......4,56;
Para n = 10 e n’ = ∞ ..........4,47.
Como vê-se, o valor n = 10 existe na tabela, mas o valor n’ = 130 não consta na
mesma. Então, tem-se:
Para 120 graus de liberdade do resíduo - 4,56;
Para ∞ graus de liberdade do resíduo - 4,47.
Logo, uma diferença de infinitos graus de liberdade do resíduo dá uma variação
de 0,09. Então, arma-se a seguinte regra de três:

1 1 1
  - 0,09
120  120

1 1 1
  - X
120 130 1.560

logo:

1
0,09
X  1.560
1
120

0,000641 (0,09)
=
0,0083333

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 165


166

0,00005769
=  0,007
0,0083333

donde resulta que o limite buscado é 4,56 – 0,007 = 4,553.

5.13 Exercícios

a) Considerando-se os dados da TABELA 5.11, pede-se:


a.1) Calcule o valor de F e interprete-o;
a.2) Aplique o teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade na comparação de
médias de cerosidade foliar dentro de tempo;
a.3) Aplique, também, o teste LSD no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias de cerosidade foliar dentro de tempo;
a.4) Aplique, ainda, o teste LSDB no nível α de probabilidade na comparação de
médias de cerosidade foliar dentro de tempo;
a.5) Compare os resultados obtidos pelos testes de Tukey, LSD e LSDB e tire as
devidas conclusões.

TABELA 5.11 – PERÍODO DE REPOSIÇÃO DE CEROSIDADE FOLIAR EM CEBOLA (Allium cepa


L.), EXPRESSO ATRAVÉS DE UMA ESCALA DE NOTAS VARIANDO DE 0
(AUSÊNCIA DE INJÚRIAS FOLIARES) ATÉ 5 (90 – 100% DE QUEIMA DAS
FOLHAS), E VALORES DE GL RESÍDUO, QM CEROSIDADE FOLIAR E QM
RESÍDUO

Cerosidade Foliar
Tempo (em dias)
Mantida Removida

0 1,8 (x) 4,7


1 1,4 2,7
2 1,5 2,6
3 1,6 2,2
5 1,5 1,8
7 1,6 1,8
9 1,8 1,8

GL Resíduo 126

QM Cerosidade Foliar 33,12595

QM Resíduo 0,08333

FONTE: FERREIRA (1983).


NOTA: (x) Dados médios provenientes de 12 repetições no delineamento inteiramente casualizado.

b) Considerando-se os dados da TABELA 5.12, pede-se:


b.1) Calcule o valor de F e interprete-o;
b.2) Aplique o teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade na comparação de
médias de cultivares de milho;
b.3) Aplique, também, o teste de Duncan no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias de cultivares de milho;
b.4) Aplique, ainda, o teste SNK no nível de 5% de probabilidade na comparação
de médias de cultivares de milho;
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 166
167

b.5) Compare os resultados obtidos pelos testes de Tukey, Duncan e SNK e tire
as devidas conclusões.
b.6) Organize um grupo de contrastes ortogonais, aplique o teste “t” no nível de
5% de probabilidade e tire as devidas conclusões.
b.7) Aplique, também, o teste de Scheffé no nível de 5% de probabilidade nos
contrastes do item anterior e tire as devidas conclusões.
b.8) Considere a cultivar H – 7974 como testemunha, aplique o teste de Dunnett
no nível de 5% de probabilidade e tire as devidas conclusões.

TABELA 5.12 – PESOS DE ESPIGAS COMERCIALIZÁVEIS DE CULTIVARES DE MILHO (Zea


maysL.) EM “ESTADO VERDE”, E VALORES DE GL RESÍDUO, QM
CULTIVARES E QM RESÍDUO

Cultivares Peso de Espigas Comercializáveis (kg/ha)

Ag IGE 9.293,4 (x)


Ag IMS 10.600,4
ESALQ O 2 SACARINO 9.574,0
ESALQ VD-2 8.288,0
ESALQ VD-2 SACARINO 8.426,0
ESALQ VF-1 8.596,3
ESALQ VF-1 SACARINO 8.223,2
H – 7974 7.273,3

GL Resíduo 35

QM Cultivares 6.162.019,6

QM Resíduo 1.366.317,9

FONTE: SILVA (1982).


NOTA: (x) Dados médios provenientes de seis repetições no delineamento em blocos casualizados.

c) Em um experimento inteiramente casualizado com 45 tratamentos e 45 graus


de liberdade do resíduo, pede-se para calcular os valores de F, t e q no nível de 5% de
probabilidade.
d) Considerando-se os dados da TABELA 5.13, pede-se:
d.1) Aplique o teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade na comparação de
médias de cultivares de cebola com o controle e tire as devidas conclusões;
d.2) Aplique, também, o teste de Dunnett no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias de cultivares de cebola com o controle e tire as devidas
conclusões.
d.3) Aplique, ainda, o teste de Bonferroni no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias de cultivares de cebola com o controle e tire as devidas
conclusões.
d.4) Compare os resultados obtidos pelos testes de Tukey, Dunnett e Bonferroni
e tire as devidas conclusões.
TABELA 5.13 – COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE CEBOLA (Allium cepa L.) EM
RELAÇÃO À DORMÊNCIA DE BULBO, EXPRESSO PELO CARÁTER

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 167


168

BROTAMENTO, AVALIADO COM BULBINHOS TENDO A PARTE BASAL


IMERSA EM ÁGUA. PIRACICABA-SP

Cultivares Caráter Brotamento (em dias) 1/

1. BARREIRO SMP-IV (Controle) 42,0


2. PIRA COUTO 49,1
3. PIRA DURA A/C 40,1
4. PIRA GRANA 27,7
5. PIRA LOPES A/C 45,2
6. PIRANA A/C 52,4
7. PIRANA ROXA 71,2
8. PIRA OURO A/C 59,9
9. PIRA ROSA A/C 62,1
10. ROXA BARREIRO 51,4

C.V. (%) 7,93

GL Resíduo 40,00

FONTE: Adaptado de FERREIRA e COSTA (1984).


NOTA: (1/) Dados médios provenientes de três repetições no delineamento inteiramente casualizado.

e) Considerando-se os dados da TABELA 5.14, aplique o teste de Dunnett no


nível de 5% de probabilidade na comparação de médias de tratamentos com a testemunha
dentro de cada cultivar de tomate e tire as devidas conclusões.

TABELA 5.14 – REAÇÃO DE CULTIVARES DE TOMATE (Lycopersicum esculentum Mill.) A


HERBICIDAS DE PÓS-EMERGÊNCIA EM DIVERSOS ESTÁDIOS DE
DESENVOLVIMENTO, EXPRESSA ATRAVÉS DE UMA ESCALA DE NOTAS
VARIANDO DO 0 (AUSÊNCIA DE MANCHAS) ATÉ 5 (QUEIMA TOTAL DAS
FOLHAS E DO CAULE, CAUSANDO A MORTE RÁPIDA DA PLANTA), E
VALORES DE GL RESÍDUO, QM RESÍDUO E F

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 168


169

Cultivares de Tomate
Tratamentos 1/
MARGLOBE SANTA CRUZ GIGANTE IPA-3
KADA NACIONAL

1 – Testemunha 1,47 2/ 0,00 0,37


2 – Herbicida 1 no Estádio 1 5,00 5,00 5,00
3 – Herbicida 1 no Estádio 2 5,00 4,93 5,00
4 – Herbicida 2 no Estádio 1 5,00 4,86 4,71
5 – Herbicida 2 no Estádio 2 4,80 3,73 4,83

GL Resíduo 41

QM Resíduo 0,020629

F 20,24 **

FONTE: Adaptado de SILVA e FERREIRA (1985).


NOTAS: (1/) Herbicida 1 (ROUNDAP – 2 litros/ha em 100 litros de água); Herbicida 2 (CENTION 80 –
2 kg/ha em 500 litros de água); Estádio 1 (61 dias após a semeadura); Estádio 2 (72 dias
após a semeadura).
(2/) Dados médios provenientes de duas repetições no delineamento em blocos
casualizados.

f) Considerando os dados da TABELA 5.15, aplique o teste SK no nível de 5%


de probabilidade na comparação de médias de tratamentos e tire as devidas conclusões.

TABELA 5.15 – DADOS MÉDIOS DE TPH (TONELADAS DE POL POR HECTARE) DE 26


GENÓTIPOS DE CANA-DE-AÇÚCAR AVALIADOS NA USINA CAETÉ, NO
MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS, NO ANO DE 1999

Genótipos TCH (+) Genótipos TCH

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 169


170

1 – RB 931521 11,29 14 – RB 83102 15,17

2 – RB 931578 12,39 15 – RB 931598 12,81

3 – RB 931569 12,71 16 – RB 931565 14,77

4 – RB 931556 13,02 17 – RB 931580 14,94

5 – RB 931595 13,21 18 – RB 931529 14,74

6 – RB 931530 14,89 19 – RB 931602 14,64

7 – RB 931559 12,52 20 – RB 931542 12,75

8 – RB 72454 14,02 21 – SP 79-1011 16,12

9 – RB 931587 13,35 22 – RB 931533 12,90

10 – RB 931506 14,06 23 – RB 931566 14,75

11 – RB 931604 14,29 24 – RB 931011 15,75

12 – RB 931513 13,33 25 – RB 931611 14,60

13 – RB 931515 13,73 26 – RB 931555 16,44

GL Resíduo 75

QM Resíduo 2,6096

F 2,43 *

FONTE: SILVA (2004).


NOTAS: (+) Dados médios provenientes de quatro repetições no delineamento em blocos casualizados.
(*) Significativo no nível de 5% de probabilidade.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 170


171

DELINEAMENTO INTEIRAMENTE
6 CASUALIZADO

O delineamento inteiramente casualizado é o mais simples de todos os


delineamentos experimentais. É considerado o delineamento estatístico básico, sendo os
demais modificações deste. Os experimentos instalados de acordo com este delineamento
são denominados de experimentos inteiramente casualizados.
Os experimentos inteiramente casualizados são aqueles que levam em conta
somente os princípios da repetição e da casualização, não tendo, portanto, o princípio do
controle local. Desse modo, os tratamentos são localizados nas parcelas de uma maneira
totalmente aleatória. Pelo fato de não apresentarem o princípio do controle local, exige-se
que o ambiente, local onde os experimentos serão conduzidos, seja o mais uniforme
possível. É por isso que eles não são recomendados na experimentação de campo, e sim
nos ensaios conduzidos em laboratório, casa-de-vegetação, viveiro, ripado, estábulo, etc.,
desde que as condições experimentais possam ser perfeitamente controladas.
Este delineamento experimental apresenta certas vantagens importantes em
relação aos demais, tais como:
a) Qualquer número de tratamentos ou de repetições pode ser usado - Ele é
bastante flexível, pois depende apenas do número de parcelas disponíveis. O mesmo não
ocorre com os outros delineamentos, por exemplo, no delineamento em quadrados latino,
o número de tratamentos tem que ser igual ao número de repetições; no delineamento em
blocos casualizados o número de tratamentos e/ou de repetições não pode ser muito
elevado, pois dificultará o controle local, principalmente na experimentação de campo.
b) O número de repetições pode variar de um tratamento para o outro - O
ideal é que os tratamentos apresentem o mesmo número de repetições. Entretanto, a
morte de animais ou plantas, ou outras causas que levem à perda de parcelas, podem
reduzir o número de repetições de alguns dos tratamentos. Isso, porém, nenhuma
dificuldade trará na análise de variância de um experimento inteiramente casualisado, o
que não acontece com os outros delineamentos.
c) A análise estatística é a mais simples - Os cálculos efetuados são menores,
mesmo quando os tratamentos apresentam número de repetições diferentes. O mesmo
não acontece com os outros delineamentos, principalmente quando ocorrem parcelas
perdidas, que exigem o uso de fórmulas e/ou métodos especiais para estimá-las, a fim de
se poder efetuar a análise de variância.
d) O número de graus de liberdade para o resíduo é o maior possível - A
estimativa da variância do erro experimental (se2), que é utilizada no cálculo do
coeficiente de variação e dos testes de hipóteses, é calculada dividindo-se a soma de
quadrados do resíduo pelo número de graus de liberdade do resíduo. Portanto, quanto
maior o número de graus de liberdade do resíduo, menor será se2, o que proporcionará
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 171
172
uma maior precisão do experimento, além de tornar os testes de hipóteses mais sensíveis
para detectar diferença significativa entre os tratamentos avaliados.
Apesar das vantagens acima citadas, o delineamento inteiramente casualizado
apresenta as seguintes desvantagens:
a) Exige homogeneidade total das condições experimentais - Quando o
experimento é conduzido no laboratório, casa-de-vegetação, etc., onde as condições
sejam mais uniformes, não há problema em se utilizar este delineamento experimental.
Também se pode utilizar este delineamento sem maiores problemas em pesquisas com
animais, quando se tem um rebanho muito uniforme, ou no caso de experimentos em
vasos, quando os mesmos são constantemente mudados de posição, de forma
inteiramente casual. Entretanto, pode acontecer como no caso de ensaios com animais,
estes, embora homogêneos, podem esta em baias com diferenças importantes de
iluminação, exposição ao calor ou aos ventos frios, etc.. Nestas situações, se não se
dispuser de informações prévias a respeito da homogeneidade das condições
experimentais, deve-se utilizar o delineamento em blocos casualizados, que será de
grande valor se revelar heterogeneidade entre os blocos e, em nada prejudicará as
conclusões do experimento, se não detectar diferença alguma.
b) Conduz a estimativas elevadas do erro experimental - Levando-se em conta
a não utilização do princípio do controle local, todas as variações entre as unidades
experimentais, exceto as devidas a tratamentos (variação premeditada), são consideradas
como variações acidentais. Os outros delineamentos experimentais, pelo fato de se ter o
princípio do controle local, conduzem a estimativas menos elevadas do erro
experimental, pois conseguem isolar do resíduo as variações resultantes da
heterogeneidade das condições experimentais (variação externa).

6.1 Instalação do Experimento

A instalação do experimento constitui o início da parte prática do mesmo. Desse


modo, o pesquisador deve seguir à risca o que consta no croqui do experimento, que no
caso de delineamento inteiramente casualizado seria o seguinte:
Considere-se um experimento com quatro tratamentos (A, B, C, D) e cinco
repetições, que dá um total de 20 parcelas (que é o número mínimo de parcelas exigindo
por ensaio). Então, tem-se:

AI AIII DII BI DIV BII BIV AIV BV CIV

CII DI AV CI CV DV CIII DIII BIII AII

Observa-se que todos os tratamentos com suas respectivas repetições foram


distribuídos aleatoriamente nas parcelas. Para que isto acontecesse, foram tomados, por
exemplo, 20 pedacinhos de papel e neles escreveram-se as letras A, B, C, D, cinco vezes
cada uma. Em seguida, tiraram-se esses papeizinhos ao acaso. O resultado obtido é
chamado de croqui do experimento.
Na instalação do experimento o pesquisador deve seguir as seguintes etapas:
a) Definir o local onde o experimento será conduzido, que neste caso seria, por
exemplo, o laboratório, a casa-de-vegetação, o estábulo, a pocilga, o galpão, etc.;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 172


173
b) Identificar as parcelas experimentais com etiquetas, plaquetas, etc., seguindo o
que consta no croqui do experimento. As parcelas, neste caso, poderiam ser, por
exemplo, placas de Petri, vasos, caixas de madeiras, baias, gaiolas, etc.;
c) Distribuir as parcelas experimentais no local onde o experimento será
conduzido, conforme o croqui do experimento;
d) E, finalmente, colocar as plantas e/ou animais correspondente ao seu
respectivo tratamento em cada parcela.

6.2 Esquema da Análise da Variância

Considerando o exemplo anterior, ou seja, um experimento com quatro


tratamentos (A, B, C, D) e cinco repetições, então se têm o seguinte quadro auxiliar da
análise da variância:

Quadro Auxiliar da ANAVA

Tratamentos Repetições Totais de


Tratamentos
I II III IV V

A XAI XAII XAIII XAIV XAV TA

B XBI XBII XBIII XBIV XBV TB

C XCI XCII XCIII XCIV XCV TC

D XDI XDII XDIII XDIV XDV TD

O esquema da análise da variância é dado por:

Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL SQ QM F

QM Tratamentos
Tratamentos t–1 SQ Tratamentos QM Tratamentos
QM Re síduo
Resíduo t (r – 1) SQ Resíduo QM Resíduo

Total txr–1 SQ Total

onde:
GL = número de graus de liberdade;
SQ = soma de quadrados;
QM = quadrado médio;
F = valor calculado do teste F;
t = número de tratamento;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 173


174
r = número de repetições do experimento;
SQ Total =   2

 
2

onde:
X = valor de cada observação;
N = número de observações, que corresponde ao número de tratamentos (t) multiplicado
pelo número de repetições do experimento (r);

  2   
2
SQ Tratamentos = 
r 

onde:
T = total de cada tratamento;

SQ Resíduo = SQ Total – SQ Tratamentos

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

O QM Resíduo corresponde à estimativa da variância do erro experimental (se2),


cujo valor é utilizado nos testes de hipóteses, objetivando verificar se existe ou não
diferença significativa entre os tratamentos avaliados.

6.3 Exemplo sem Parcela Perdida

A fim de apresentar-se a análise da variância e a interpretação dos resultados


neste tipo de delineamento, será discutido, a seguir, um exemplo sem parcela perdida.
Exemplo 1: A partir dos dados da TABELA 6.1, pede-se:
a) Fazer a análise da variância;
b) Obter o coeficiente de variação;
c) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, na
comparação de médias de tratamentos.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 174


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TABELA 6.1 – ALTURA DE MUDAS DE Eucalyptus spp (EM METROS) COM UM ANO DE IDADE
EM FUNÇÃO DO USO DE CINCO TIPOS DE RECIPIENTES

Repetições Totais de Tipos de


Tipos de Recipientes Recipientes
I II III IV V VI

A – Laminado de Madeira 1,5 1,4 1,6 1,7 1,8 1,9 9,9

B – Torrão Paulista 1,4 1,4 1,3 1,2 1,3 1,2 7,8

C – Saco Plástico 1,0 1,1 0,9 1,0 1,1 1,0 6,1

D – Tubo de Papel 1,1 1,3 1,0 1,2 1,1 1,1 6,8

E – Fértil Pote 1,4 1,3 1,3 1,2 1,0 1,0 7,2

Total - - - - - - 37,8

FONTE: Adaptado de SILVA e SILVA (1982).

Resolução:
a) Análise da Variância:

   1,5  1,4  ...  1,0  37,8

  2  (1,5)2 + (1,4)2 + ...+ (1,0)2

= 2,25 + 1,96 + ... + 1,0 = 49,46

t = 5

r = 6

N = txr

= 5 x 6 = 30

GL Tratamentos = t – 1

=5–1= 4

GL Resíduo = t (r – 1)

= 5 (6 – 1)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 175


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= 5 (5 ) = 25

GL Total = N – 1
= 30 – 1 = 29

SQ Total =   2

 
2

= 49,46 
37,8
2

30

1.428,84
= 49,46 –
30

= 49,46 – 47,628 = 1,832

  2   
2
SQ Tratamentos = 
r 

(9,9) 2  (7,8) 2  ...  (7,2) 2 (37,8) 2


= 
6 30

98,01  60,84  ...  51,84 1.428,84


= 
6 30

294,14 1.428,84
= 
6 30

= 49,0233 – 47,628 = 1,3953

SQ Resíduo = SQ Total – SQ Tratamentos

= 1,832 – 1,3953 = 0,4367

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

1,3953
=  0,348825
4

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 176


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SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

0,4367
=  0,017468
25

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

0,348825
=  19,97
0,017468

F Tabelado (1%) = 4,18

F Tabelado (5%) = 2,76

TABELA 6.2 - ANÁLISE DA VARIÂNCIA DA ALTURA DE MUDAS DE Eucalyptus spp (EM


METROS) COM UM ANO DE IDADE EM FUNÇÃO DO USO DE CINCO TIPOS
DE RECIPIENTES

Causa de Variação GL SQ QM F

Tipos de Recipientes 4 1,3953 0,348825 19,97 **

Resíduo 25 0,4367 0,017468

Total 29 1,8320

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, houve diferença significativa, no nível de 1% de


probabilidade, entre os tipos de recipientes quanto à altura de mudas de Eucalyptus spp
com um ano de idade.
b) Coeficiente de Variação:

m̂ =
 X 

37,8
= = 1,26
30

s = QM Re síduo

= 0,017468 = 0,1321665

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 177


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100 x s
CV =

100 x 0,1321665
=
1,26

13,21665
=  10,49%
1,26

O coeficiente de variação foi 10,49%, indicando uma boa precisão experimental.


c) Teste de Tukey:
m̂ A = 1,650

m̂ B = 1,300

m̂ C  1,017

m̂ D  1,133

m̂ E = 1,200

 5%  q
s
r

4,1583 x 0,1321665
=
6

0,5495879
=  0,224
2,4494897

Pode-se estruturar uma tabela ilustrativa das comparações entre as médias,


conforme se verifica a seguir:

TABELA 6.3 - ALTURA DE MUDAS DE Eucalyptus spp (EM METROS) COM UM ANO DE IDADE
EM FUNÇÃO DO USO DE CINCO TIPOS DE RECIPIENTES

m̂ A m̂ B m̂ C m̂ D m̂ E

m̂ A 1,650 1/ 0,350 * 0,633 * 0,517 * 0,450 *

m̂ B 1,300 0,283 * 0,167 ns 0,100 ns

m̂ C 1,017 0,116 ns 0,183 ns

m̂ D 1,133 0,067 ns

m̂ E 1,200

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 178


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NOTAS: (*) Significativo pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.
(ns) Não significativo pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.
(1/) Médias: m̂ A = Laminado de Madeira; m̂ B = Torrão Paulista; m̂ C = Saco Plástico;
m̂ D = Tubo de Papel; m̂ E = Fértil Pote.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


O laminado de madeira difere estatisticamente de todos os outros tipos de
recipientes avaliados e proporcionou a maior altura de mudas de Eucalyptus spp com um
ano de idade.
O torrão paulista difere estatisticamente do saco plástico e proporcionou uma
maior altura de mudas de Eucalyptus spp com um ano de idade do que este, mas não
difere estatisticamente dos tipos de recipientes tubo de papel e fértil pote.
O saco plástico não difere estatisticamente do tubo de papel e do fértil pote e
proporcionou uma mesma altura de mudas de Eucalyptus spp com um ano de idade.
O tubo de papel não difere estatisticamente do fértil pote e proporcionou uma
mesma altura de mudas de Eucalyptus spp com um ano de idade.
Pode-se, também, apresentar os resultados das comparações entre as médias pelo
teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, através do uso de letras, gráficos, etc.,
sem alterar as conclusões já obtidas anteriormente. Então, veja-se:
a) No caso do uso de letras, que é um método comumente usado por ser mais
prático, procede-se da seguinte maneira:
a.1) Ordenam-se as médias da menor para maior ou vice-versa, para facilitar o
trabalho das comparações;
a.2) Coloca-se a primeira letra do alfabeto na primeira média e passa-se a
compará-la com as demais. Quando não houver diferença significativa entre a primeira
média e qualquer uma delas, coloca-se a mesma letra nessas médias, ou seja, a primeira
letra do alfabeto. Quando houver diferença significativa entre a primeira média e
qualquer uma, troca-se de letra, ou seja, coloca-se a segunda letra do alfabeto nessa
média. Agora essa média será comparada com todas as outras, com exceção da primeira.
Quando não houver diferença significativa entre essa média e qualquer uma, coloca-se a
segunda letra do alfabeto e, em caso contrário, muda-se de letra, ou seja, coloca-se a
terceira letra do alfabeto. Segue-se o mesmo critério até efetuar todas as comparações.
Então, tem-se:

TABELA 6.3 - ALTURA DE MUDAS DE Eucalyptus spp (EM METROS) COM UM ANO DE IDADE
EM FUNÇÃO DO USO DE CINCO TIPOS DE RECIPIENTES

Tipos de Recipientes Médias (em metros) 1/

C – Saco Plástico 1,017 a

D – Tubo de Papel 1,133 ab

E – Fértil Pote 1,200 ab

B – Torrão Paulista 1,300 b

A – Laminado de Madeira 1,650 c

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 179


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NOTA: (1/) As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra não diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade.

Observa-se que este método é realmente prático, simples, menos trabalhoso e


torna mais fácil a interpretação dos resultados.
b) No caso do uso de gráficos, que é um método também usado por ser prático e
visualizar melhor os resultados, tem-se:

FIGURA 6.1 - ALTURA DE MUDAS DE Eucalyptus spp (EM METROS) COM UM ANO DE IDADE
EM FUNÇÃO DO USO DE CINCO TIPOS DE RECIPIENTES

NOTAS: (1) Tipos de Recipientes: A – Laminado de Madeira; B – Torrão Paulista; C – Saco de Plástico;
D – Tubo de Papel; E – Fértil Pote.
(2) A linha vertical representa a diferença mínima significativa pelo teste de Tukey, no
nível de 5% de probabilidade.

Nota-se que qualquer um dos métodos, que venha a ser utilizado na apresentação
dos resultados das comparações de médias de tratamentos, chega-se às mesmas
conclusões. A escolha fica por conta da conveniência do pesquisador.

6.4 Exemplo com Parcelas Perdidas

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 180


181
Já foi visto anteriormente que no delineamento inteiramente casualizado, o
número de repetições pode variar de um tratamento para outro. Essa variação é
provocada intencionalmente pela falta de material ou de unidades experimentais ou
acidentalmente pela morte de animais ou plantas, ou então, obtiveram-se informações
(dados) das parcelas, mas o resultado não é fidedigno, sendo então descartado.
No caso de perda de dados de uma ou mais parcelas, estas são descartadas, o
experimento é redimensionado, e procede-se à análise de variância com os dados
remanescentes sem qualquer dificuldade, uma vez que ela é feita da maneira usual,
apenas levando-se em consideração o número de observações de cada tratamento.
Contudo, algumas considerações serão necessárias:
a) Para cada parcela perdida, perde-se um grau de liberdade do resíduo ;
b) A fórmula da SQ Tratamentos fica da seguinte maneira:

SQ Tratamentos =
1 2

 
2 2
 ... 
 2 X 2

r1 r2 r 

c) Na aplicação dos testes de hipóteses, para comparação de médias de


tratamentos, deve-se estar alerta para a determinação da estimativa da variância da
estimativa de um contraste qualquer entre médias, pois a mesma depende de
delineamento estatístico utilizado (ver teste "t");
d) A precisão do experimento é, geralmente, diminuída, em função da
diminuição do número de graus de liberdade do resíduo;
e) Os testes de Tukey, de Duncan e SNK quando comparam contrastes
envolvendo as médias de tratamentos com parcelas perdidas, são, como já foi visto,
apenas aproximados.
A seguir, apresentar-se-á um exemplo com parcelas pedidas neste tipo de
delineamento, a fim de que se possa efetuar a análise da variância e interpretar os
resultados.
Exemplo 2: A partir dos dados da TABELA 6.4, pede-se:
a) Fazer a análise da variância;
b) Obter o coeficiente de variação;
c) Aplicar, se necessário, o teste de Dunnett, no nível de 5% de probabilidade, na
comparação de médias de tratamentos com o controle.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 181


182

TABELA 6.4 - PERÍODO DE BROTAMENTO DE CULTIVARES DE CEBOLA (Allium cepa L.),


AVALIADO COM BULBINHOS PLANTADOS EM SUBSTRATO DE MISTURA
DE SOLO COM AREIA. DADOS TRANSFORMADOS EM nde dias.

Cultivares Repetições Totais de


I II III IV Cultivares

1. BARREIRO SMP-IV 6,6558245 6,0745370 5,7706152 4,7644517 23,265428

2. PIRA COUTO A/C 7,1414284 6,2128898 6,1237244 5,5407581 25,018801

3. PIRA DURA A/C 6,5421709 6,7823300 6,1562976 5,6745044 25,155303

4. PIRA GRANA - 6,9498201 6,0827625 - 13,032583

5. PIRA LOPES A/C 6,4807407 5,2535702 5,7183914 5,7965507 23,249253

6. PIRA LOPES A/R 6,8992753 5,9160798 5,9329588 4,8887626 23,637077

7. PIRA LOPES R/C 5,8991525 6,0083276 5,1283526 5,4772256 22,513058

8. PIRA LOPES R/R 6,1237244 4,9193496 5,1283526 - 16,171427

9. PIRANA A/C 6,8992753 6,5115282 5,0695167 6,1806149 24,660935

10. PIRANA ROXA 7,3006849 7,3348483 6,7156534 5,7183914 27,069578

11. PIRA OURO A/C 6,3007936 6,2369865 5,6302753 5,9916609 24,159716

12. PIRA OURO A/R 7,1274119 6,8264193 6,7823300 6,6783231 27,414492

13. PIRA OURO R/C 6,3482281 6,1562976 5,5767374 5,7965507 23,877814

14. PIRA OURO R/R 5,7619441 5,3944416 4,7434165 5,8137767 21,713579

15. PIRA ROSA A/C 6,1481705 6,0249481 5,4037024 6,4342832 24,011104

16. PIRA ROSA A/R 5,5677644 6,2209324 5,9833101 6,4575537 24,229561

17. PIRA ROSA R/C 5,7358522 6,3953108 5,3291650 5,5136195 22,973948

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 182


183
18. PIRA ROSA R/R 6,7082039 6,8774995 6,5268675 4,9799598 25,092531

19. PIRA TROPICAL A/R - 5,0497525 4,5825757 5,5045436 15,136872

20. ROXA BARREIRO 6,5802736 6,3245553 5,9665736 6,2529993 25,124402

Total - - - - 457,50746

FONTE: FERREIRA e COSTA (1984).

Resolução:
a) Análise da Variância:

  = 6,6558245 + 6,0745370 +...+ 6,2529993 = 457,50746

  2 = (6,6558245)2 + (6,0745370)2 +...+ (6,2529993)2

= 44,29999977 + 36,89999976 + ... + 39,10000025 = 2.785,5000

t = 20

r= 4

Número de Parcelas Perdidas = 4

N = (t x r) – Nº de Parcelas Perdidas

= (20 x 4) – 4

= 80 – 4 = 76

GL Total = N – 1

= 76 – 1 = 75

GL Tratamentos = t – 1

= 20 – 1 = 19

GL Resíduo = t (r – 1) – Nº de Parcelas Perdidas

= 20 (4 – 1) – 4

= 20 (3) – 4

= 60 – 4 = 56

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 183


184

SQ Total =   2 
   2

= 2.785,5000 
457,507462
76

209.313,08
= 2.785,5000 –
76

= 2.785,5000 – 2.754,1194 = 31,3806

SQ Tratamentos =
12  22  ... 
2   X 2
r1 r2 r 

=
23,2654282  25,0188012 + ... + 25,1244022  457,507462
4 4 4 76

541,28014 625,9404035 631,2355759 209.313,076


=   ...  
4 4 4 76

= 135,320035 + 156,4851009 +...+ 157,808894 – 2.754,119421

= 2.767,5118 – 2.754,119421 = 13,3924

SQ Resíduo = SQ Total – SQ Tratamento

= 31,3806 – 13,3924 = 17,9882

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

13,3924
=  0,7048632
19

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

17,9882
= = 0,3212179
56

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

0,7048632
=  2,19
0,3212179

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 184


185

F Tabelado (1%) = 2,264

F Tabelado (5%) = 1,783

TABELA 6.5 - ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO PERÍODO DE BROTAMENTO DE CULTIVARES


DE CEBOLA (Allium cepa L.), AVALIADO COM BULBINHOS PLANTADOS EM
SUBSTRATO DE MISTURA DE SOLO COM AREIA. DADOS
TRANSFORMADOS EM nde dias . PIRACICABA- SP , 1984

Causa de Variação GL SQ QM F

Cultivares 19 13,3924 0,7048632 2,19 *

Resíduo 56 17,9882 0,3212179

Total 75 31,3806

NOTA: (*) Significativo no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste F, houve diferença significativa, no nível de 5% de


probabilidade, entre as cultivares de cebola quanto ao período de brotamento.
b) Coeficiente de Variação:

m̂ 
  

457,50746
= = 6,019835
76

s  QM Re síduo

= 0,3212179 = 0,56676

100 x s
CV 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 185
186

100 x 0,56676
=
6,019835

56,676
=  9,41%
6,019835

O coeficiente de variação foi 9,41%, indicando uma ótima precisão experimental.


c) Teste de Dunnett:

m̂ 1 = 5,8163570 m̂ 6 = 5,9092693 m̂ 11 = 6,039929 m̂ 16 = 6,0573903

m̂ 2 = 6,2547003 m̂ 7 = 5,6282645 m̂ 12 = 6,853623 m̂ 17 = 5,7434870

m̂ 3 = 6,2888258 m̂ 8 = 5,3904757 m̂ 13 = 5,.9694535 m̂ 18 = 6,2731328

m̂ 4 = 6,5162915 m̂ 9 = 6,1652338 m̂ 14 = 5,4283948 m̂ 19 = 5,0456240

m̂ 5 = 5,8123133 m̂ 10 = 6,7673945 m̂ 15 = 6,0027760 m̂ 20 = 6,2811005

d’(5%) = t5% x s Ŷ  
t5 % = 2,004

 1 1
s Yˆ   
 2
 s
 r1 r2 

s2 = QM Resíduo

Como se tem um tratamento com duas repetições, dois tratamentos com três
repetições e os demais com quatro repetições, inclusive o controle, então ter-se-á três
valores de d’(5%):

  1 1
s Yˆ    .0,3212179
 4 3

= 0,25  0,33 0,3212179

= 0,58 0,3212179

= 0,186306382 = 0,43163

d’ (5%) = 2,004 x 0,43163 = 0,8650

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 186


187
O valor de d’ (5%) acima é usado para comparar o controle com os tratamentos
que têm três repetições.

 1 1
s Yˆ     . 0,3212179
4 2

= 0,25  0,50 0,3212179

= 0,75 0,3212179

= 0,240913425 = 0,49083

d’ (5%) = 2,004 x 0,49083 = 0,9836

Este valor de d’ (5%) é usado para comparar o controle com o tratamento que
têm duas repetições.

 1 1
s Yˆ     .0,3212179
4 4

= 0,25  0,25 0,3212179

= 0,50 0,3212179

= 0,16060895 = 0,40076

d’ (5 %) = 2,004 x 0,40076 = 0,8031

Este valor de d’ (5%) é usado para comparar o controle com os tratamentos que
têm quatro repetições.
Na apresentação dos resultados (médias), substituem-se os valores transformados
pelos dados originais. Contudo, a comparação entre o controle e os demais tratamentos,
através do teste d’ (5%), deve ser feita usando os valores transformados.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 187


188

TABELA 6.6 - PERÍODO DE BROTAMENTO DE CULTIVARES DE CEBOLA (Allium cepa L.),


AVALIADO COM BULBINHOS PLANTADOS EM SUBSTRATO DE MISTURA DE
SOLO COM AREIA. PIRACICABA-SP. 1984

Cultivares Média

1.BARREIRO SMP-IV (controle) 34,3

2. PIRA COUTO A/C 39,5 ns

3. PIRA DURA A/C 39,7 ns

4. PIRA GRANA 42.7 ns

5. PIRA LOPES A/C 34,0 ns

6. PIRA LOPES A/R 35,4 ns

7. PIRA LOPES R/C 31,8 ns

8. PIRA LOPES R/R 29,3 ns

9. PIRANA A/C 38,5 ns

10. PIRANA ROXA 46,2 *

11. PIRA OURO A/C 36,6 ns

12. PIRA OURO A/R 47,0 *

13. PIRA OURO R/C 35,7 ns

14. PIRA OURO R/R 29,7 ns

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 188


189

15. PIRA ROSA A/C 36,2 ns

16. PIRA ROSA A/R 36,8 ns

17. PIRA ROSA R/C 33,2 ns

18. PIRA ROSA R/R 39,9 ns

19. PIRA TROPICAL A/R 25,6 ns

20. ROXA BARREIRO 39,5 ns

NOTAS: (ns) Não significativo pelo teste d’ no nível de 5% de probabilidade em relação ao controle.
(*) Significativo pelo teste d’ no nível de 5% de probabilidade em relação ao controle.

De acordo com o teste d’, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


Apenas as cultivares de cebola PIRANA ROXA e PIRA OURO A/R diferiram
estatisticamente do controle BARRERIO SMP-IV e apresentaram um período de
brotamento superior ao mesmo.
As demais cultivares de cebola apresentaram um período de brotamento
semelhante ao controle BARREIRO SMP-IV.
A cultivar PIRA TROPICAL A/R, apesar de não diferir estatisticamente do
controle BARREIRO SMP-IV, apresentou o menor período de brotamento.
6.5 Exercícios

a) Considerando-se que os dados da TABELA 6.7 foram resultantes de um


ensaio conduzido no delineamento inteiramente casualizado, pede-se:
a.1) Utilizar os dados originais para:
a.1.1) Fazer a análise da variância;
a.1.2) Obter o coeficiente de variação;
a.1.3) Aplicar, se necessário, o teste de Dunnett no nível de 5% de probabilidade
na comparação de médias de cultivares em relação ao controle;
a.2) Repetir os cálculos do item (1) para os dados transformados em x .
a.3) Comparar os resultados obtidos em (1) e (2).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 189


190

TABELA 6.7 - PERÍODO DE ENRAIZAMENTO (EM DIAS) DE CULTIVARES DE CEBOLA (Allium


cepa L.) DE DIAS CURTOS. PIRACICABA-SP

Cultivares I II Totais de Cultivares

1. BAIA PERIFORME (Controle) 48,0 33,4 81,4

2. BAIA DO CEDO SMP – V 18,4 10,2 28,6

3. BAIA DO CEDO SMJ – III 24,2 8,4 32,6

4. BAIA SETE VOLTAS 19,4 18,2 37,6

5. BAIA TRIUNFO SMJ – II 46,6 42,8 89,4

6. BARREIRO ROXA SMP – IV 8,0 14,2 22,2

7. BARREIRO SMJ – II 14,0 32,0 46,0

8. BARREIRO SMP – III 22,0 36,2 58,2

9. CIGANINHA 4,6 6,2 10,8

10. COJUMATLAN L. 2691 10,6 2,4 13,0

11. CREOLA 19,8 28,4 48,2

12. CREOLA CATARINENSE 64,0 44,7 108,7

13. EXCEL BERMUDAS 986 31,0 14,8 45,8

14. IPA – 2 17,0 10,8 27,8

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 190


191
15. PIRA COUTO 16,2 22,2 38,4

16. PIRA GRANA 32,6 21,4 54,0

17. PIRA LOPES A/C 18,6 8,0 26,6

18.PIRA LOPES A/R 25,8 5,0 30,8

19. PIRA OURO A/R 16,8 26,8 43,6

20. PIRA PERA A/C 19,4 16,0 35,4

21. PIRA TROPICAL A/C 15,2 9,8 25,0

22. ROXA CHATA SMP – IV 13,0 5,4 18,4

23. TEXAS GRANO 11,4 2,5 13,9

24. TUBARÃO 19,2 13,2 32,4

25. WHITE CREOLE 26,0 18,4 44,4

FONTE: FERREIRA (1982).

b) Considerando-se que os dados da TABELA 6.8 foram de um ensaio conduzido


no delineamento inteiramente casualizado e que foram perdidas duas parcelas, pede-se:
b.1) Fazer a análise da variância;
b.2) Obter o coeficiente de variação;
b.3) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias de tratamentos;
b.4) Aplicar o teste de Duncan no nível de 5% de probabilidade na comparação
de médias de tratamentos e comparar os resultados com o teste de Tukey;
b.5) Supondo que o tratamento F fosse a testemunha, aplicar o teste de Dunnett
no nível de 5% de probabilidade.

TABELA 6.8 - NOTAS (MÉDIAS DE SEIS FRUTOS) ATRIBUÍDAS À PODRIDÃO MOLE DE


FRUTO DE MANGA (Mangifera indica L.) SOB DIFERENTES TRATAMENTOS
TÉRMICOS

Tratamentos I II III IV Totais de Tratamentos

“A” 1,6 1,7 1,3 1,4 6,0

“B” 1,2 - 1,5 1,1 3,8

“C” 1,8 1,4 1,2 1,4 5,8

“D” 2,1 2,0 1,8 1,5 7,4

“E” 1,4 1,7 1,8 1,7 6,6

“F” 2,6 2,2 1,5 - 6,3

“G” 1,8 2,5 2,3 1,6 8,2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 191


192
FONTE: BARBIN (1982).

c) Num experimento inteiramente casualizado foi estudado o efeito de micorrízas


vesículo-arbusculares na murcha de Verticillium em berinjela (Solanum melongena L.).
O experimento teve cinco tratamentos (quatro espécies de fungos microrrízicos e o
controle) e três repetições. Pede-se:
c.1) Completar os dados da análise da variância referente à TABELA 6.9,
verificar se os valores de F calculado são significativos e tirar as devidas conclusões;
c.2) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias de tratamentos. As médias dos tratamentos foram: Peso Fresco da
Parte Aérea: G. leptotichum + Verticillium – 12,91; G. macrocarpum + Verticillium –
11,69; G. heterogama + Verticillium – 6,94; G. margarita + Verticillium – 6,20;
Verticillium albo-atrum – 5,63; Altura da Planta (cm): G. leptotichum + Verticillium –
19,08; G. macrocarpum + Verticillium – 18,21; G. heterogama + Verticillium – 13,50; G.
margarita + Verticillium – 12,83; Verticillium albo-atrum – 12,37.

TABELA 6.9 – ANÁLISES DA VARIÂNCIA E COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DO EFEITO DE


micorrizas vesículo-arbusculares NA MURCHA DE Verticillium EM BERINJELA
(Solanum melongena L.). PIRACICABA-SP

Peso Fresco da Parte Aérea Altura da Planta


Causa de
Variação
GL SQ QM F GL SQ QM F

Tratamentos

Resíduo 0,6792 0,4008

Total 143,068 125,816

Coeficiente de
Variação (%)

Média 8,673 5,197

FONTE: MELO (1984).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 192


193

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 193


193

DELINEAMENTO EM BLOCOS
7 CASUALIZADOS

O delineamento em blocos casualizados, também denominado de delineamento


em blocos completos casualizados, se constitui no delineamento estatístico mais utilizado
na pesquisa agropecuária devido a sua simplicidade, flexibilidade e alta precisão. Os
experimentos instalados de acordo com este delineamento são denominados
experimentos em blocos casualisados.
Os experimentos em blocos casualizados levam em consideração os três
princípios básicos da experimentação: repetição, casualização e controle local. Contudo,
o controle local é usado na sua forma mais simples possível e é aqui representado pelos
blocos, cada um dos quais inclui todos os tratamentos. Dentro de cada bloco os
tratamentos são atribuídos às parcelas aleatoriamente. Para que o experimento seja
eficiente, cada bloco deverá ser o mais uniforme possível, porém os blocos poderão
diferir bastante uns dos outros. Por exemplo, se há interesse em estudar a adubação dos
arrozais no Vale do São Francisco escolhe-se para cada bloco um terreno bem uniforme,
mas podem-se espalhar os blocos por toda a região, obtendo-se, assim, conclusões válidas
para toda a área cultivada, e não apenas para um determinado local.
Nos experimentos zootécnicos, cada bloco será constituído de animais de
características semelhantes. Por exemplo, se se tem interesse em estudar rações para
galinhas poedeiras, colocam-se no mesmo bloco animais da mesma raça, da mesma
idade, da mesma época de postura e de produção de ovos semelhantes. E para ter-se
conclusões gerais podem-se colocar num bloco as melhores galinhas, noutro as piores e
noutros galinhas de produção de ovos intermediária.
Quando se tem dúvida sobre a homogeneidade do ambiente onde o experimento
será conduzido ou se tem certeza de sua heterogeneidade, deve-se utilizar o delineamento
em blocos casualizados que, nestas condições, é mais eficiente do que o delineamento
inteiramente casualizado. Localizam-se as áreas que possivelmente são homogêneas e,
em cada uma, coloca-se um ou mais blocos. Cada bloco, como se sabe, deve ser bem
homogêneo (oferecer as mesmas condições a todos os tratamentos) e conter os
tratamentos uma única vez, que é, praticamente, a forma mais utilizada. Por outro lado,
há casos raros, em que cada bloco, inclui todos os tratamentos duas ou mais vezes.
Quando se utiliza o delineamento em blocos casualizados ao nível de campo, é
recomendável que as parcelas tenham uma forma alongada, para que cada bloco seja o
mais quadrado possível. Contudo, muitas vezes os blocos são instalados de forma
retangular ou irregular, para que possam apresentar homogeneidade nas parcelas. Assim,
dependendo da uniformidade da área experimental, num experimento com quatro
tratamentos, por exemplo, podem-se ter as seguintes formas para os blocos:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 193


194

A C B D A C A C B

B D D

Quanto à distribuição dos blocos no campo, eles podem ficar juntos ou serem
espalhados por toda a área em estudo. Porém, eles são, geralmente, colocados uns
próximos aos outros, visando com isto uma maior facilidade nos trabalhos de campo,
durante a execução do experimento.
O delineamento em blocos casualizados apresenta certas vantagens em relação
aos outros delineamentos, tais como:
a) A perda total de um ou mais blocos ou de um ou mais tratamentos em
nada dificulta a análise estatística – Se, por exemplo, fosse considerado um
experimento com oito tratamentos e quatro repetições (blocos) e fosse perdido um dos
blocos, restariam os outros três, tendo-se, agora, um experimento em blocos casualizados
com oito tratamentos e três repetições. Analogamente, se fossem perdidas todas as
parcelas de um dos tratamentos, restariam os outros sete, tendo-se, agora, um
experimento em blocos casualizados com sete tratamentos e quatro repetições. Por outro
lado, quando isso ocorre no delineamento em quadrado latino, a análise de variância é
relativamente difícil.
b) Conduz a estimativas menos elevada do erro experimental – Pelo fato de
se ter o princípio do controle local, o delineamento em blocos casualizados conduz a
estimativas menos elevadas do erro experimental do que o delineamento inteiramente
casualizado, pois consegue isolar do resíduo as variações resultantes da heterogeneidade
das condições experimentais. O mesmo não acontece com o delineamento inteiramente
casualizado, pois todas as variações entre as parcelas, exceto as devidas a tratamentos,
ficam embutidas no resíduo.
c) A análise estatística é relativamente simples – Os cálculos efetuados são
menores do que o delineamento em quadrado latino, tendo em vista que no experimento
em quadrado latino existe mais uma causa de variação que deve ser isolada do resíduo,
tornando a análise estatística um pouco mais demorada.
d) Permite, dentro de certos limites, utilizar qualquer número de
tratamentos, e de blocos – Ele apresenta certa flexibilidade quanto ao número de
tratamentos ou/e blocos (repetições). Por exemplo, num experimento com dez
tratamentos devem-se ter, no mínimo, duas repetições a fim de atender-se à exigência de
que qualquer experimento deve ter, no mínimo, 20 parcelas, o que é perfeitamente viável.
Já no delineamento em quadrado latino isso não ocorre, porque o mesmo exige que o
número de tratamentos deva ser igual ao número de repetições, o que, no exemplo
apresentado, inviabilizaria praticamente o experimento.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 194


195

e) Controla a heterogeneidade do ambiente onde o experimento será


conduzido – Pelo fato de se ter o princípio do controle local, consegue controlar as
variações do ambiente onde o experimento será conduzido através do uso de blocos. O
mesmo não acontece com o delineamento inteiramente casualizado porque não tem o
princípio do controle local.
f) Apresenta um número razoável de graus de liberdade para o resíduo – Ele
se encontra numa faixa intermediária entre o delineamento inteiramente casualizado, que
apresenta um maior número de grau de liberdade para o resíduo, e o delineamento em
quadrado latino, que apresenta um menor número de graus de liberdade para o resíduo.
Sabe-se que quanto maior o número de graus de liberdade para o resíduo, maior
sensibilidade terá os testes de hipóteses para detectar diferença significativa entre os
tratamentos avaliados, além de proporcionar maior precisão experimental. Portanto, o
delineamento em blocos casualizados apresenta essa vantagem em relação ao
delineamento em quadrado latino.
Apesar das vantagens acima citadas, o delineamento em blocos casualizados
apresenta as seguintes desvantagens em relação aos outros delineamentos:
a) Exige que o quadro auxiliar da análise da variância esteja completo para
poder efetuar a análise estatística – No delineamento em blocos casualizados, quando
ocorrem parcelas perdidas, é necessário o uso de fórmulas e/ou métodos especiais para
estimá-las, a fim de poder efetuar a análise de variância. Muitas vezes, quando o número
de parcelas perdidas é muito alto, há necessidade de se repetir o experimento. Isso,
porém, não acontece com o delineamento inteiramente casualizado, onde permite que os
tratamentos tenham número de repetições diferentes e a análise de variância pode ser
efetuada do mesmo modo sem parcela perdida.
b) O princípio do controle local é usado com pouca precisão – Ele beneficia
determinados tratamentos, porque os mesmos aparecem nas extremidades com maior
freqüência que os outros, tendo em vista que o controle local neste delineamento
estatístico é feito apenas na horizontal (nas linhas). O mesmo não acontece no
delineamento em quadrado latino, já que o controle local é efetuado tanto na horizontal
(linhas) como na vertical (colunas), fazendo com que cada tratamento só apareça uma
única vez em cada linha e em cada coluna.
c) Há uma redução do número de graus de liberdade para o resíduo, pela
utilização do principio do controle local – Quando existe homogeneidade das
condições experimentais, é um desperdício utilizar o delineamento em blocos
casualizados, pelo fato de reduzir o número de graus de liberdade para o resíduo e, em
conseqüência, diminuir a precisão experimental, além dos testes de hipóteses ficarem
menos sensíveis para detectar diferença significativa entre os tratamentos avaliados.
Nestas condições, é preferível usar o delineamento inteiramente casualizado que tem um
maior número de graus de liberdade associado ao resíduo.

7.1 Instalação do Experimento

Como a instalação do experimento constitui o início da parte prática do mesmo,


deve-se, então, seguir à risca o que consta no croqui do experimento, que no caso do
delineamento em blocos casualizados seria o seguinte:
Considere-se um experimento com cinco tratamentos (A, B, C, D, E) e quatro
repetições. Então, tem-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 195


196

A C D B E C E A B D E A C D B D A E B C
A C D B E C E A B D E A C D B D A E B C
A C D B E C E A B D E A C D B D A E B C
A

BLOCO I BLOCO II BLOCO III BLOCO IV

Observa-se que em cada bloco os tratamentos foram distribuídos aleatoriamente


nas parcelas. Também, observa-se que os mesmos só aparecem uma única vez por bloco.
Para que isto acontecesse, foram tomados, por exemplo, cinco pedacinhos de papel e
neles escreveram-se as letras A, B, C, D, E. Em seguida, tiraram-se esses papeizinhos ao
acaso, obtendo-se o Bloco I. O mesmo procedimento é feito para os Blocos II, III e IV,
sempre através de sorteio. O resultado obtido é chamado de croqui do experimento.
Na instalação do experimento em blocos casualizados o pesquisador deve seguir
as etapas já discutidas no experimento inteiramente casualizado.

7.2 Esquema da Análise da Variância

Considerando o exemplo anterior, ou seja, um experimento com cinco


tratamentos (A, B, C, D, E) e quatro repetições, então se têm o seguinte quadro auxiliar
da análise da variância:

Quadro Auxiliar da ANAVA

Blocos
Tratamentos Totais de Tratamentos
I II III IV

A XAI XAII XAIII XAIV TA

B XBI XBII XBIII XBIV TB

C XCI XCII XCIII XCIV TC

D XDI XDII XDIII XDIV TD

E XEI XEII XEIII XEIV TE

Totais de Blocos BI BII BIII BIV

O esquema da análise da variância é dado por:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 196


197

Quadro da ANAVA

Causa de GL SQ QM F
Variação

QM Tratamentos
Tratamentos t–1 SQ Tratamentos QM Tratamentos
QM Re síduo
QM Blo cos
Blocos r –1 SQ Blocos QM Blocos
QM Re síduo

Resíduo (t – 1) (r – 1) SQ Resíduo QM Resíduo

Total txr –1 SQ Total

onde:
GL = número de graus de liberdade;
SQ = soma de quadrados;
QM = quadrado médio;
F = valor calculado do teste F;
t = número de tratamento;
r = número de repetições do experimento;

SQ Total =   2

 
2

onde:
X = valor de cada observação;
N = número de observações, que corresponde ao número de tratamento (t) multiplicado
pelo número de repetições do experimento (r);

  2   
2
SQ Tratamentos = 
r 

onde:
T = total de cada tratamento;

  2   
2
SQ Blocos = 
t 

onde:
B = total de cada bloco;

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 197


198

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos
SQ Blo cos
QM Blocos =
GL Blo cos

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

O QM Resíduo corresponde à estimativa da variância do erro experimental (s 2e),


cujo valor é utilizado nos testes de hipóteses, objetivando verificar se existe ou não
diferença significativa entre os tratamentos avaliados.

7.3 Exemplo sem Parcela Perdida

A fim de apresentar-se a análise da variância e a interpretação dos resultados


neste tipo de delineamento, será discutido, a seguir, um exemplo sem parcela perdida.
Exemplo 1: A partir dos dados da TABELA 7.1, pede-se:
a) Fazer a análise da variância;
b) Obter o coeficiente de variação;
c) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, na
comparação de médias de tratamentos.

TABELA 7.1 – COMPORTAMENTO DE CLONES DE SERINGUEIRA (Hevea sp.) EM RELAÇÃO


AO DESENVOLVIMENTO DO TRONCO (cm) NO ESTADO DA BAHIA

Clones I II III IV V Totais de Clones

1. Fx 2804 68,61 + 69,69 70,21 72,49 74,85 355,85

2. Fx 4425 56,39 53,38 54,21 56,27 61,57 281,82

3. Fx 567 63,51 63,63 64,91 67,87 69,75 329,67

4. Fx 652 62,28 59,26 60,90 64,19 68,77 315,40

5. Fx 3032 57,11 56,11 57,20 60,01 61,38 291,81

6. Fx 86 49,83 43,50 43,58 43,76 46,66 227,33

7. Fx 516 54,09 48,09 49,86 47,52 50,01 250,38

8. Fx 4109 56,01 44,71 45,60 47,93 49,96 244,21

9. Fx 3635 61,49 63,10 63,94 66,70 69,37 324,60

10. Fx 232 62,01 62,58 63,31 65,08 68,05 321,03

11. Fx 25 58,94 57,96 59,56 62,32 64,42 303,20

Totais de Blocos 650,27 622,82 633,28 654,14 684,79 3.245,30

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 198


199

FONTE: CALDAS (1975).


NOTA: (+) Média de oito plantas do desenvolvimento transversal do tronco a 1 m acima do ponto de
enxertia, durante o período de um ano.
Resolução:
a) Análise da Variância:

   68,61 + 69,69 +...+ 64,42 = 3.245,30

  2 = (68,61)2 + (69,69)2 +...+ (64,42)2

= 4.707,3321 + 4.856,6961 +...+ 4.149,9364 = 195.142,15

t = 11

r= 5

N=txr

= 11 x 5 = 55

GL Tratamentos = t – 1

= 11 – 1 = 10

GL Blocos = r – 1

=5–1= 4

GL Resíduo = (t – 1) (r – 1)

= (11 – 1) (5 – 1)

= (10) (4) = 40

GL Total = N – 1

= 55 – 1 = 54

SQ Total =   2 
  2

 195.142,15 
3.245,302
55

10.531.972,09
= 195.142,15 
55

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 199


200

= 195.142,15 – 191.490,40 = 3.651,75

  2   
2
SQ Tratamentos = 
r 

=
355,85  281,82  ...  303,20
2 2 2

3.245,302
5 55

126.629,2225  79.422,5124  ...  91.930,2400 10.531.972,09


= 
5 55

973.727,53 10.531.972,09
= 
5 55

194.745,51 – 191.490,40 = 3.255,11

  2   
2
SQ Blocos = 
t 

=
650,27   622,82  ...  684,79
2 2 2

3.245,302
11 55

422.851,0729  387.904,7524  ...  468.937,3441 10.531.972,09


= 
11 55

2.108.635,9 10.531.972,09
= 
11 55

= 191.694,17 – 191.490,40 = 203,77

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

= 3.651,75 – (3.255,11 + 203,77)

= 3.651,75 – 3.458,88 = 192,87

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

3.255,11
=  325,511
10

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 200


201

SQ Blo cos
QM Blocos =
GL Blo cos

203,77
=  50,9425
4

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

192,87
=  4,82175
40

QM Tratamentos
F Calculado de Tratamentos =
QM Re síduo

325,511
=  67,51
4,82175

QM Blo cos
F Calculado de Blocos =
QM Re síduo

50,9425
=  10,57
4,82175

F Tabelado (1%) para Tratamentos = 2,80

F Tabelado (5%) para Tratamentos = 2,08

F Tabelado (1%) para Blocos = 3,83

F Tabelado (5%) para Blocos = 2,61

TABELA 7.2 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO COMPORTAMENTO DE CLONES DE


SERINGUEIRA (Hevea sp.) EM RELAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO
TRONCO (cm) NO ESTADO DA BAHIA. PIRACICABA-SP.1975

Causa de Variação GL SQ QM F

Clones 10 3.255,11 325,51100 67,51 **

Blocos 4 203,77 50,94250 10,57 **

Resíduo 40 192,87 4,82175

Total 54 3.651,87

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 201


202

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre os clones
de seringueira, em relação ao desenvolvimento do tronco no Estado da Bahia.
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre os blocos,
ou seja, o desenvolvimento transversal do tronco de seringueira a um metro do ponto de
enxertia varia entre os blocos.
Raramente interessa testar o efeito de blocos, de sorte que, em geral, não é
preciso calcular o quadrado médio e o valor de F respectivo, pois o que mais interessa aos
pesquisadores é o efeito de tratamentos, que é inteiramente independente de ser
significativo o efeito de blocos.
b) Coeficiente de Variação:

m̂ 
  

3.245,30
= = 59,005
55

s  QM Re síduo

= 4,82175 = 2,1958484

100 x s
CV =

100 x 2,1958484
=
59,005

219,58484
=  3,72%
59,005

O coeficiente de variação foi 3,72%, indicando uma ótima precisão experimental.


c) Teste de Tukey:

m̂ 1  71,17 m̂ 7  50,08

m̂ 2  56,36 m̂ 8  48,84

m̂ 3  65,93 m̂ 9  64,92

m̂ 4  63,08 m̂ 10  64,21

m̂ 5  58,36 m̂ 11  60,64

m̂ 6  45,47
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 202
203

s
 5%  q
r

4,82 x 2,1958484
=
5

10,583989
=  4,73
2,236068

Pode-se estruturar uma tabela ilustrativa das comparações entre as médias,


conforme se verifica a seguir:

TABELA 7.3 – COMPORTAMENTO DE CLONES DE SERINGUEIRA (Hevea sp.) EM RELAÇÃO


AO DESENVOLVIMENTO TRANSVERSAL DO TRONCO (cm) NO ESTADO DA
BAHIA. PIRACICABA-SP, 1975

Clones Médias (cm/planta) /1

6. Fx 86 45,47 a

8. Fx 4109 48,84 a

7. Fx 516 50,08 a

2. Fx 4425 56,36 b

5. Fx 3032 58,36 bc

11. Fx 25 60,64 bcd

4. Fx 652 63,08 cde

10. Fx 232 64,21 de

9. Fx 3635 64,92 de

3. Fx 567 65,93 e

1. Fx 2804 71,17 f

NOTA: (1/) As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra não diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


Os clones Fx 86, Fx 4109 e Fx 516 não diferiram estatisticamente entre si, porém
diferem dos demais, e apresentaram um desenvolvimento transversal do tronco inferior a
todos os outros clones de seringueira avaliados.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 203


204

O clone Fx 2804 difere estatisticamente de todos os outros clones de seringueira


avaliados, e apresentou o maior desenvolvimento transversal do tronco.
O clone Fx 567 apresentou o segundo melhor desenvolvimento transversal do
tronco, apesar de não diferir estatisticamente dos clones de seringueira Fx 3635, Fx 232
e Fx 625.
Os clones Fx 3032, Fx 25 e Fx 625 não diferiram estatisticamente entre si, e
apresentaram um desenvolvimento transversal do tronco intermediário entre todos os
clones de seringueira avaliados.

7.4 Exemplo com uma Parcela Perdida

Algumas vezes, durante a condução de um experimento em blocos casualizados,


ocorre a perda de uma parcela por motivos alheios à vontade do pesquisador. Essa perda
pode ser provocada por uma série de fatores. Por exemplo, o(s) animal(is) pode(m)
morrer; a(s) planta(s) pode(m) ser atacada(s) por inserto(s); faltou colher os dados
resultantes da mesma; os dados foram colhidos, mas o resultado não é fidedigno, sendo
então descartado; etc.. Como neste delineamento, todos os tratamentos devem ter o
mesmo número de repetições, ou seja, o quadro auxiliar da análise da variância deve estar
completo para poder efetuar a análise da variância, então se deve levar em conta o
seguinte:
a) Em primeiro lugar, estima-se o valor da parcela perdida, através da formula:

Y
r x B   t x T   G
r  1t  1
onde:
r = número de repetições do experimento;
t = número de tratamentos avaliados;
T = total do tratamento onde ocorreu a parcela perdida;
B = total do bloco onde ocorreu a parcela perdida;
G = total geral das parcelas existentes no experimento.

Deve-se salientar que o valor obtido de Y dificilmente será igual àquele perdido
(que se obteria no experimento). Por outro lado, é um valor que permitirá a execução da
análise da variância pelo processo comum e que dará como resultado, para essa análise, o
mesmo que se obteria por processos mais complicados.
b) O valor de Y é colocado no quadro auxiliar da análise da variância, no lugar da
parcela perdida, os cálculos são refeitos e a análise da variância é feita da maneira usual,
tomando-se o cuidado, porém, de se diminuir 1 GL do Resíduo, correspondente à parcela
perdida.
c) Como a SQ Tratamentos fica ligeiramente superestimada, isto é, obtém-se um
valor pouco acima do correto (daquele que se deveria obter) deve-se, então, proceder à
correção desta soma de quadrados subtraindo-a do valor de U dado pela fórmula:

t 1  
2

U= Y  
t  t  1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 204


205

onde:
t = número de tratamentos avaliados;
Y = estimativa da parcela perdida;
B = total do bloco onde ocorreu a parcela perdida.

Essa correção, em geral, influi pouco, de sorte que muitas vezes se dispensa.
Porém, quando o valor de F calculado, sem correção, for significativo e estiver próximo
do valor de F tabelado, essa correção poderá, em alguns casos, fazer com que a
significância deixe de existir, sendo necessário fazê-la. Quando o valor de F calculado,
sem correção, for não significativo, a correção é desnecessária, porque ela sempre
diminui o valor de F.
d) Na comparação de médias de tratamentos, se for utilizado os testes de Tukey,
de Duncan ou SNK, as fórmulas a serem usadas na comparação da média do tratamento
que perdeu uma parcela com uma média qualquer devem ser, respectivamente:

q

s 2 Yˆ
2

Dz

s 2 Yˆ
2

ou

SNK  q
s 2 Yˆ 
2

A seguir, apresentar-se-á um exemplo com uma parcela perdida neste tipo de


delineamento, a fim de que se possa efetuar a análise da variância e interpretar os
resultados.
Exemplo 2: A partir dos dados da TABELA 7.4, pede-se:
a) Estimar o valor da parcela perdida;
b) Fazer a análise da variância;
c) Obter o coeficiente de variação;
d) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, na
comparação de médias de tratamentos.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 205


206

TABELA 7.4 – COMPORTAMENTO DE PORTA-ENXERTOS PARA A LARANJA (Citrus sinensis


(L.) Osbeck.), CULTIVAR VALÊNCIA, EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE FRUTOS
POR PLANTA

Blocos Totais de
Tratamentos
I II III Tratamentos

1. TANGERINEIRA SUNKI 145 155 166 466

2. LIMOEIRO RUGOSO NACIONAL 200 190 190 580

3. LIMOEIRO RUGOSO DA FLORIDA 183 186 208 577

4. TANGERINEIRA CLEÓPATRA 190 175 186 551

5. CITRANGE TROYER 180 160 156 496

6. TRIFOLIATA 130 160 130 420

7. TANGERINEIRA CRAVO 206 Y 170 376 + Y

8. LARANJEIRA CAIPIRA 250 271 230 751

9. LIMOEIRO CRAVO 164 190 193 547

Totais de Blocos 1.648 1.487 + Y 1.629 4.764 + Y

BARBIN (1982).

Resolução:
a) Estimativa da Parcela Perdida:

r= 3

t= 9

T = 376

B = 1.487

G = 4.764

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 206


207

Y
r x B   t x T   G
r  1t  1
(3 x 1.487)  (9 x 376)  4.764

3  19  1
4.461  3.384  4.764
=
2 x8
3.081
=  193
16

TABELA 7.5 – COMPORTAMENTO DE PORTA-ENXERTOS PARA A LARANJA (Citrus sinensis


(L.) Osbeck.), CULTIVAR VALÊNCIA, EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE FRUTOS
POR PLANTA

Blocos Totais de
Tratamentos
I II III Tratamentos

1. TANGERINEIRA SUNKI 145 155 166 466

2. LIMOEIRO RUGOSO NACIONAL 200 190 190 580

3. LIMOEIRO RUGOSO DA FLORIDA 183 186 208 577

4. TANGERINEIRA CLEÓPATRA 190 175 186 551

5. CITRANGE TROYER 180 160 156 496

6. TRIFOLIATA 130 160 130 420

7. TANGERINEIRA CRAVO 206 193 170 569

8. LARANJEIRA CAIPIRA 250 271 230 751

9. LIMOEIRO CRAVO 164 190 193 547

Totais de Blocos 1.648 1.680 1.629 4.957

BARBIN (1982).

b) Análise da Variância:

   145 + 155 + ... + 193 = 4.957

  2  (145)2 + (155)2 +... + (193)2

= 21.025 + 24.025 +...+ 37.249 = 936.883

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 207


208

t= 9

r= 3

N= txr

= 9 x 3 = 27

GL Tratamentos = t – 1

= 9 – 1 = 8

GL Blocos = r – 1

=3–1= 2

GL Resíduo = (t – 1) (r – 1) – Nº de Parcelas Perdidas

= (9 – 1) (3 – 1) – 1

= (8) (2) – 1

= 16 – 1 = 15

GL Total = N – 1 – Nº de Parcelas Perdidas

= (27 – 1) – 1

= 26 – 1 = 25

SQ Total =   2 
  2

= 936.883 –
4.957 
2

27

24.571.849
= 936.883 –
27

= 936.8883 – 910.068,48 = 26.814,52

  2   
2
SQ Tratamentos = 
r 

=
4662  5802  ...  5472 – 4.957  2
3 27

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 208


209

217.156  336.400  ...  299.209 24.571.849


= 
3 27

2.799.473 24.571.849
= 
3 27

= 933.157,67 – 910.068,48 = 23.089,19

  2   
2
SQ Blocos = 
t 

=
1.648  1.680  1.629
2 2 2

4.957 
2

9 27

2.715.904  2.822.400  2.653.641 24.571.849


= 
9 27

8.191.945 24.571.849
= 
9 27

= 910.216,11 – 910.068,48 = 147,63

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

= 26.814,52 – (23.089,19 + 147,63)

= 26.814,52 – 23.236,82 = 3.577,70

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

23.089,19
=  2.886,1488
8

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

3.577,70
=  238,51333
15

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

2.886,1488
=  12,10
238,51333

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 209


210

F Tabelado (1%) = 4,00

F Tabelado (5%) = 2,64

TABELA 7.6 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO COMPORTAMENTO DE PORTA-ENXERTOS


PARA A LARANJA (Citrus sinensis (L.) Osbeck.), CULTIVAR VALÊNCIA, EM
RELAÇÃO AO NÚMERO DE FRUTOS POR PLANTA. PIRACICABA-SP, 1982

Causa de Variação GL SQ QM F

Porta-enxertos 8 23.089,19 2.886,14880 12,10 **

Blocos 2 147,63 - -

Resíduo 15 3.577,70 238,51333

Total 25 26.814,52

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo como teste F, houve diferença significativa, no nível de 1% de


probabilidade, entre os porta-enxertos para a laranja VALÊNCIA quanto ao número de
frutos por planta.
c) Coeficiente de Variação:

m̂ 
  

4.957
=  183,59
27

s  QM Re síduo

= 238,51333 = 15,443877

100 x s
CV =

100 x 15,443877
=
183,59

1.544,3877
=  8,41%
183,59

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 210


211

O coeficiente de variação foi 8,41%, indicando uma ótima precisão experimental.


d) Teste de Tukey:

m̂ 1  155,33 m̂ 6 = 140,00

m̂ 2  193,33 m̂ 7  189,67

m̂ 3  192,33 m̂ 8  250,33

m̂ 4  183,67 m̂ 9  182,33

m̂ 5  165,33

1 5%  q
s
r

5,08 x 15,443877
=
3

78,454895
=  45,30
1,7320508

 2 5%  q

s 2 Yˆ
2

1 2 t 
= q 
2  r r r  1t  1
 QM Re síduo

1 2 9 
= 5,08 
2  3 33  19  1
 238,51333

1 2 9 
= 5,08 
2  3 328
 238,51333

1 2 9 
= 5,08  238,51333
2  3 48 

1  32 9 
= 5,08  238,51333
2  48 48 

1  41 
= 5,08 238,51333
2  48 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 211


212

0,85417 x 238,51333
= 5,08
2

203,73093
= 5,08
2

= 5,08 101,86547
= 5,08 x 10,09284  51,27

O valor de 1 é usado para comparar contrastes entre duas médias de tratamentos


para as quais não houve perda de parcela, enquanto que o valor de 2 é usado par
comparar contrastes envolvendo a média do tratamento para a qual ocorreu perda de
parcela e outra qualquer (sem perda de parcela).

TABELA 7.7 – COMPORTAMENTO DE PORTA-ENXERTOS PARA A LARANJA (Citrus sinensis


(L.) Osbeck.), CULTIVAR VALÊNCIA, EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE FRUTOS
POR PLANTA. PIRACICABA-SP

Porta-enxertos Média 1/

6. TRIFOLIATA 140,00 a

1. TANGERINEIRA SUNKI 155,33 ab

5. CITRANGE TROYER 165,33 ab

9. LIMOEIRO CRAVO 182,33 ab

4. TANGERINEIRA CLEÓPATRA 183,67 ab

7. TANGERINEIRA CRAVO 189,67 ab

3. LIMOEIRO RUGOSO DA FLORIDA 192,33 b

2. LIMOEIRO RUGOSO NACIONAL 193,33 b

8. LARANJEIRA CAIPIRA 250,33 c

FONTE: BARBIN (1982).


NOTA: (1/) As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra não diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


O porta-enxerto LARANJEIRA CAIPIRA difere estatisticamente de todos os
outros porta-enxertos e proporcionou à copa VALÊNCIA a maior produção de frutos.
O porta-enxerto TRIFOLIATA proporcionou à copa VALÊNCIA a menor
produção de frutos, apesar de não diferir estatisticamente dos porta-enxertos

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 212


213

TANGERINEIRA SUNKI, CITRANGE TROYER, LIMOEIRO CRAVO,


TANGERINEIRA CLEÓPATRA e TANGERINEIRA CRAVO.
Os porta-enxertos LIMOEIRO RUGOSO NACIONAL e LIMOEIRO RUGOSO
DA FLÓRIDA diferem estatisticamente do porta-enxerto TRIPOLIATA, e
proporcionaram à copa VALÊNCIA a segunda maior produção de frutos.
Os porta-enxertos TANGERINEIRA SUNKI, CITRANGE TROYER,
LIMOEIRO CRAVO, TANGERINEIRA CLEÓPATRA e TANGERINEIRA CRAVO
não diferem estatisticamente do porta-enxerto TRIFOLIATA, nem dos porta-enxertos
LIMOEIRO RUGOSO DA FLÓRIDA e LIMOEIRO RUGOSO NACIONAL, e
proporcionaram à copa VALÊNCIA uma produção intermediária de frutos entre estes.

7.5 Exemplo com mais de uma Parcela Perdida

Como foi visto no item anterior, durante a condução de um experimento em


blocos casualizados, ocorrem, em algumas vezes, perdas de parcelas por motivos alheios
à vontade do pesquisador. Quando isso ocorrer, deve-se proceder da seguinte maneira
para poder-se efetuar a análise da variância:
a) Em primeiro lugar, devem-se estimar os valores das parcelas perdidas –
Quando, nos experimentos em blocos casualizados, ocorrem duas parcelas perdidas (ou
mais) não se tem fórmulas para obterem suas estimativas. Vários são os processos de se
obterem as estimativas, dentre os quais se citam o da minimizarão da Soma de
Quadrados do Resíduo, através de derivadas parciais, e o processo iterativo, o qual
será apresentado a seguir:
Este processo consiste em se atribuir um valor qualquer a uma das parcelas
perdidas (X) e a seguir estima-se a outra pela fórmula, já conhecida, de uma parcela
perdida:

Y
r x B   t x T   G
r  1t  1
A seguir, leva-se este valor de Y na 2ª parcela perdida e com isso estima-se a 1ª
delas (X) pela mesma fórmula, ou seja:

X 
r x B   t x T   G
r  1t  1
Confronta-se este valor com aquele inicial, p/X, que foi completamente
arbitrário. Se for igual (caso raro) o processo iterativo se encerra e os valores de X e de Y,
são as estimativas das parcelas perdidas. Se for diferente, volta-se a estimar Y usando
agora o 2º valor de X no lugar da 1ª parcela perdida. Confronta-se este valor com a sua
1ªestimativa. Se for igual ela é considerado o valor da 2ª parcela perdida e será usada na
análise. Com este valor, calcula-se novamente o X, através da fórmula, que, neste caso,
será o valor definitivo. Se for diferente o processo continua.
Quando ocorrem mais de duas parcelas perdidas, o processo iterativo tem
aplicação semelhante ao já visto par o caso de duas parcelas perdidas. Suponha-se que
foram perdidas K parcelas, onde K > 2. Atribuí-se valores arbitrários a (K – 1) delas e
com isso estima-se a K ésima através da fórmula, já conhecida, que é

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 213


214

Y
r x B   t x T   G
r  1t  1
Com esta estimativa parte-se para obter a estimativa de uma das (K –1) parcelas,
às quais foram atribuídos valores arbitrários. Usa-se, para isso, a mesma fórmula. Com
estas duas, estima-se uma terceira e assim sucessivamente até obterem-se as K
estimativas. Volta-se, a seguir, a obter uma nova estimativa para a K ésima parcela. O
processo se repete até que se obtenham duas estimativas iguais para a mesma parcela.
b) Os valores das estimativas das parcelas perdidas são colocados no quadro
auxiliar da análise da variância, nos respectivos lugares das parcelas perdidas, os cálculos
são refeitos e a análise da variância é feita da maneira usual, tomando-se o cuidado,
porém, de se diminuir 1 GL do Resíduo para cada parcela perdida.
c) Vê-se que quando se perdem parcelas a SQ Tratamentos fica ligeiramente
superestimada, isto é, obtém-se um valor pouco acima do correto (daquele que se deveria
obter), devendo, então, proceder-se à correção. Vê-se, também, que a correção, em geral,
influi pouco, de sorte que muitas vezes se dispensa. Porém, quando o valor de F
calculado, sem correção, for significativo e estiver próximo do valor de F tabelado, essa
correção poderá, em alguns casos, fazer com que a significância deixe de existir, sendo
necessário fazê-la. Quando o valor de F calculado, sem correção, for não significativo, a
correção é desnecessária, porque ela sempre diminui o valor de F.
Quando houver necessidade de se fazer à correção, um dos métodos usados é o
do Resíduo Condicional, que consiste no seguinte, para o caso de blocos:
Obtêm-se as Somas de Quadrados Totais, de Blocos e de Resíduo, a partir dos
dados originais, não se levando em conta as estimativas das parcelas perdidas. Com isso,
como SQ Resíduo (1) = SQ Total – SQ Blocos, esta SQ Resíduo (1) irá conter a S.Q
Tratamentos. Então, a SQ Tratamentos Corrigida = SQ Resíduo (1) – SQ Resíduo, onde
SQ Resíduo é obtida da análise, em blocos, onde se levaram em conta as estimativas das
parcelas perdidas.
d) Na comparação de médias de tratamentos, se se utilizar os testes de Tukey, de
Duncan ou SNK, as fórmulas a serem usadas em contrastes envolvendo uma das médias
com parcela perdida e outra qualquer (onde não ocorreu parcela perdida) e/ou em
contrastes envolvendo as duas médias para as quais ocorreram as parcelas perdidas
devem ser, respectivamente:

q
s 2 Yˆ 
2

Dz

s 2 Yˆ
2

ou

SNK  q

s 2 Yˆ
2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 214


215

A seguir, apresentar-se-á um exemplo com duas parcelas perdidas neste tipo de


delineamento, a fim de que se possa efetuar a análise da variância e interpretar os
resultados.
Considerando os dados do Exemplo 2, onde se supõem que na TABELA 7.4
perderam-se duas parcelas: a 1ª parcela no Tratamento 4 (TANGERINEIRA
CLEÓPATRA) no Bloco I e a 2ª parcela no Tratamento 7 (TANGERINEIRA CRAVO)
no Bloco II, pede-se:
a) Estimar os valores das parcelas perdidas;
b) Fazer a análise da variância;
c) Obter o coeficiente de variação;
d) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, na
comparação de médias de tratamentos.

TABELA 7.4 – COMPORTAMENTO DE PORTA-ENXERTOS PARA A LARANJA (Citrus sinensis


(L.) Osbeck.), CULTIVAR VALÊNCIA, EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE FRUTOS
POR PLANTA

Blocos Totais de
Tratamentos Tratamentos
I II III
1. TANGERINEIRA SUNKI 145 155 166 466

2. LIMOEIRO RUGOSONACIONAL 200 190 190 580

3. LIMOEIRO RUGOSO DA FLORIDA 183 186 208 577

4. TANGERINEIRA CLEÓPATRA X 175 186 361 + X

5. CITRANGE TROYER 180 160 156 496

6. TRIFOLIATA 130 160 130 420

7. TANGERINEIRA CRAVO 206 Y 170 376 + Y

8. LARANJEIRA CAIPIRA 250 271 230 751

9. LIMOEIRO CRAVO 164 190 193 547

Totais de Blocos 1.458 + X 1.487 + Y 1.629 4.574 + X + Y

FONTE: BARBIN (1982).

Resolução:
a) Estimativa das Parcelas Perdidas:
Inicia-se atribuindo um valor arbitrário para X.
Seja X0 = 175, com ele obtém-se uma estimativa para Y através da fórmula:

Y0 
r x B   t x T   G
r  1t  1
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 215
216

(3 x 1.487)  (9 x 376)  (4.574  175)



3  19  1
4.461  3.384  4.749
=
2 x8

3.096
= = 193,5
16

Este valor, 193,5, é colocado na TABELA 7.4 em lugar de Y e passa-se a calcular


X, pela fórmula (esquecendo-se do seu valor inicial).

X1 
r x B   t x T   G
' ' '

r  1t  1
(3 x 1.458)  (9 x 361)  4.574  193,5

3  19  1
4.374  3.249  4.767,5
=
2 x8

2.855,5
=  178,47
16

Confrontando-se este valor com o inicial, vê-se que são diferentes. Ele é
colocado na TABELA 7.4 e torna-se a calcular Y pela fórmula,

Y1 
r x B   t x T   G ' '
r  1t  1
(3 x 1.487)  (9 x 376)  4.574  178,47 

3  19  1
4.461  3.384  4.752,47
=
2x8

3.092,53
=  193,28
16

Este valor ainda não é igual ao anterior. Logo, ele deve ser levado à TABELA
7.4 e recalcula-se X:

X2 
r x B   t x T   G
' ' '''

r  1t  1
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 216
217

(3 x 1.458)  (9 x 361)  4.574  193,28



3  19  1
4.374  3.249  4.767,28
=
2 x8

2.855,72
=  178,48
16

Confrontando-se este valor (178,48) com o anterior (178,47) verifica-se que são
praticamente iguais. Então se toma como estimativa da 1ª parcela perdida, o valor 178,5.
Leva-se o valor X = 178,48 na TABELA 7.4 e recalcula-se Y, obtendo-se o valor:
Y2  193,28, pois

Y2 
r x B   t x T   G ' ' ' '
r  1t  1


r x B   t x T   G ' '
r  1t  1
O único valor que muda nas expressões de Y é G e tem-se, neste caso, G’’ = 4.574
+ 178,47 e G’’’’= 4.574 + 178,48.
Então, o valor que se deve usar para a 2ª parcela perdida é Y = 193,3.

TABELA 7.8 – COMPORTAMENTO DE PORTA-ENXERTOS PARA A LARANJA (Citrus sinensis


(L.) Osbeck.), CULTIVAR VALÊNCIA, EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE FRUTOS
POR PLANTA

Blocos Totais de
Tratamentos Tratamentos
I II III

1. TANGERINEIRA SUNKI 145 155 166 466

2. LIMOEIRO RUGOSONACIONAL 200 190 190 580

3. LIMOEIRO RUGOSO DA FLORIDA 183 186 208 577

4. TANGERINEIRA CLEÓPATRA 178,5 175 186 539,5

5. CITRANGE TROYER 180 160 156 496

6. TRIFOLIATA 130 160 130 420

7. TANGERINEIRA CRAVO 206 193,3 170 569,3

8. LARANJEIRA CAIPIRA 250 271 230 751

9. LIMOEIRO CRAVO 164 190 193 547

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 217


218

Totais de Blocos 1.636,5 1.680,3 1.629 4.945,8

FONTE: BARBIN (1982).

b) Análise da Variância:

   145 + 155 + ... + 193 = 4.945,8

  2  (145)2 + (155)2 + ... + (193)2

= 21.025 + 24.025 +...+ 37.249 = 932.761,14

t=9

r=3

N = txr

= 9 x 3 = 27

GL Tratamentos = t – 1

= 9–1= 8

GL Blocos = r – 1

= 3–1= 2

GL Resíduo = (t – 1) (r – 1) – Nº de Parcelas Perdidas

= (9 – 1) (3 – 1) – 2

= (8) (2) – 2

= 16 – 2 = 14

GL Total = N – 1 – Nº de Parcelas Perdidas

= (27 – 1) – 2

= 26 – 2 = 24

SQ Total =   2 
  2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 218


219

= 932.761,14 
4.945,82
27

24.460.937,6
= 932.761,14 –
27

= 932.761,14 – 905.960,65 = 26.800,49

  2   
2
SQ Tratamentos = 
r 

=
466,0  580,0  ...  547,0 4.945,8
2 2 2

2

3 27
217.156,0  336.400,0  ...  299.209,0 24.460.937,6
= 
3 27

2.787.273,7 24.460.937,6
= 
3 27

= 929.091,25 – 905.960,65 = 23.130,60

  2   
2
SQBlocos = 
r 

=
1.636,5  1.680,3  1.629,0
2 2 2

4.945,8
2

9 27

2.678.132,3  2.823.408,1  2.653.641,0 24.460.937,6


= 
9 27

8.155.181,3 24.460.937,6
= 
9 27

= 906.131,26 – 905.960,65 = 170,61

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

= 26.800,49 – (23.130,60 + 170,61)

= 26.800,49 – 23.301,21 = 3.499,28

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

23.130,60
=  2.891,325
8
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 219
220

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

3.499,28
=  249,94857
14

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

2.891,325
=  11,57
249,94857

F Tabelado (1%) = 4,14

F Tabelado (5%) = 2,70

TABELA 7.9 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO COMPORTAMENTO DE PORTA-ENXERTOS


PARA A LARANJA (Citrus sinensis (L.) Osbeck.), CULTIVAR VALÊNCIA, EM
RELAÇÃO AO NÚMERO DE FRUTOS POR PLANTA. PIRACICABA-SP, 1982

Causa de Variação GL SQ QM F

Porta-enxertos 8 23.130,60 2.891,32500 11,57 **

Blocos 2 170,61 - -

Resíduo 14 3.499,28 249,94857

Total 24 26.800,49

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo como teste F, houve diferença significativa, no nível de 1% de


probabilidade, entre os porta-enxertos para a laranja VALÊNCIA quanto ao número de
frutos por planta.
c) Coeficiente de Variação:

m̂ 
  

4.945,8
=  183,18
27

s  QM Re síduo

= 249,94857 = 15,809762

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 220


221

100 x s
CV =

100 x 15,809762
=
183,18

1.580,9762
=  8,63%
183,18

O coeficiente de variação foi 8,63%, indicando uma ótima precisão experimental.

d) Teste de Tukey :

m̂ 1  155,33 m̂ 6  140,00

m̂ 2  193,33 m̂ 7  189,77

m̂ 3  192,33 m̂ 8  250,33

m̂ 4  179,83 m̂ 9  182,33

m̂ 5  165,33

Na aplicação do teste de Tukey devem-se levar em conta todos os possíveis tipos


de comparações das médias duas a duas. Não há, como no caso de uma só parcela
perdida, uma fórmula para se calcular a estimativa da variância da estimativa de um
contraste envolvendo médias com parcelas perdidas.
Um processo que se usa, é o chamado de número efetivo de repetições (já visto
no Capítulo 5, ver teste t) e após o seu cálculo utiliza-se a seguinte fórmula:

 1 1
s 2 Yˆ     s 2
 r1 r2 

Os possíveis casos de comparações, neste exemplo, são:


1) Contrastes envolvendo médias onde não houve perda de parcelas.

1 5%  q
QM Re síduo
r

249,94857
= 5,13
3

= 5,13 83,31619

= 5,13 x 9,1277703  46,83


Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 221
222

2) Contrastes envolvendo uma das médias com parcela perdida e outra qualquer
(onde não ocorreu parcela perdida).
Este caso envolve o método do número efetivo de repetições. Então, veja-se:
Tome-se o contraste Yˆ  mˆ 1  mˆ 4 , onde em lugar de m̂1 poderia entrar qualquer
outra média onde não ocorreu parcela perdida, e em lugar de m̂4 poderia entrar m̂7 .

Bloco Tratamento 1 Tratamento 4 r1

7
1º Bloco Aparece Não aparece
8

2º Bloco Aparece Aparece 1

3º Bloco Aparece Aparece 1

23
Total
8

O número efetivo de repetições para o tratamento 1 (ou 2, 3, 5, 6, 8 e 9) é igual a


23
em relação ao tratamento 4 (ou 7).
8

Bloco Tratamento 4 Tratamento 1 r4

1º Bloco Não aparece Aparece 0

2º Bloco Aparece Aparece 1

3º Bloco Aparece Aparece 1

Total 2

O número efetivo de repetições para o tratamento 4 (ou 7) é igual a 2 em relação


ao tratamento 1 (ou 2, 3, 5, 6, 8 e 9).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 222


223

Então, a estimativa da variância da estimativa do contraste Yˆ  mˆ 1  mˆ 4 (ou outras


alternativas) é obtida por:

 1 1
s 2 Yˆ     QM Resíduo
 r1 r2 

 
 1 1
=    249,94857
 23 2 
 
 8 

 8 1
=    249,94857
 23 2

= (0,34782 + 0,5) 249,94857

= (0,84782) 249,94857 = 211,9114

Logo, tem-se:

 2 5%  q

s 2 Yˆ
2

211,9114
 5,13
2

= 5,13 105,9557

= 5,13 x 10,293479  52,81

3) Contraste envolvendo as duas médias para as quais ocorreram as parcelas


perdidas.
Ainda aqui se deve levar em conta o número efetivo de repetições. Neste caso,
trata-se do contraste Yˆ  mˆ 4  mˆ 7 .

Bloco Tratamento 4 Tratamento 7 r7

1º Bloco Não aparece Aparece 0

7
2º Bloco Aparece Não aparece 8

3º Bloco Aparece Aparece 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 223


224

Total 15
8

15
O número efetivo de repetições para o tratamento 4 é igual a em relação ao
8
tratamento 7.

Bloco Tratamento 7 Tratamento 4 r4

7
1º Bloco Aparece Não aparece 8

2º Bloco Não aparece Aparece 0

3º Bloco Aparece Aparece 1

15
Total 8
15
O número efetivo de repetições para o tratamento 7 também é igual a em
8
relação ao tratamento 4.
Sendo assim, a estimativa da variância da estimativa do contraste Yˆ  mˆ 4  mˆ 7 ,
será:

 1 1
s 2 Yˆ     QM Resíduo
 r4 r7 

 
 1 1 
=    249,94857
 15 15 
 
 8 8 

8 8
=    249,94857
 15 15 

= (0,53333 + 0,53333) 249,94857

= (1,06666) 249,94857 = 266,61014

Logo, tem-se:

 3 5%  q

s 2 Yˆ
2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 224


225

266,61014
= 5,13
2

= 5,13 133,30507

= 5,13 x 11,545781  59,23

TABELA 7.10 – COMPORTAMENTO DE PORTA-ENXERTOS PARA A LARANJA (Citrus sinensis


(L.) Osbeck.), CULTIVAR VALÊNCIA, EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE FRUTOS
POR PLANTA. PIRACICABA-SP

Porta-enxertos Média 1/

6. TRIFOLIATA 140,00 a

1. TANGERINEIRA SUNKI 155,33 ab

5. CITRANGE TROYER 165,33 ab

9. LIMOEIRO CRAVO 179,83 ab

4. TANGERINEIRA CLEÓPATRA 182,33 ab

7. TANGERINEIRA CRAVO 189,67 ab

3. LIMOEIRO RUGOSO DA FLORIDA 192,33 b

2. LIMOEIRO RUGOSO NACIONAL 193,33 b

8. LARANJEIRA CAIPIRA 250,33 c

FONTE: BARBIN (1982).


NOTA: (1/) As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra não diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, temos:


O porta-enxerto LARANJEIRA CAIPIRA difere estatisticamente de todos os
outros porta-enxertos e proporcionou à copa VALÊNCIA a maior produção de frutos.
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 225
226

O porta-enxerto TRIFOLIATA proporcionou à copa VALÊNCIA a menor


produção de frutos, apesar de não diferir estatisticamente dos porta-enxertos
TANGERINEIRA SUNKI, CITRANGE TROYER, TANGERINEIRA CLEÓPATRA,
LIMOEIRO CRAVO e TANGERINEIRA CRAVO.
Os porta-enxertos LIMOEIRO RUGOSO NACIONAL e LIMOEIRO RUGOSO
DA FLÓRIDA diferem estatisticamente do porta-enxerto TRIPOLIATA, e
proporcionaram à copa VALÊNCIA a segunda maior produção de frutos.
Os porta-enxertos TANGERINEIRA SUNKI, CITRANGE TROYER,
TANGERINEIRA CLEÓPATRA, LIMOEIRO CRAVO e TANGERINEIRA CRAVO
não diferem estatisticamente do porta-enxerto TRIFOLIATA, nem dos porta-enxertos
LIMOEIRO RUGOSO DA FLÓRIDA e LIMOEIRO RUGOSO NACIONAL, e
proporcionaram à copa VALÊNCIA uma produção intermediária de frutos entre estes.

7.6 Experimentos em Blocos Casualizados com K Repetições por Bloco

Não muito raro, ao planejar-se um experimento em blocos casualizados, ocorre


que o número de tratamentos é muito pequeno, acarretando, consequentemente, um
número excessivo de blocos comprometendo a precisão experimental.
Considere-se, por exemplo, um experimento com dois tratamentos e 12
repetições. No esquema usual têm-se 12 blocos de duas parcelas, com o seguinte
esquema de análise:
Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL

Tratamentos 1

Blocos 11

Resíduo 11

23
Total

Se, ao invés, fossem estruturados blocos de quatro parcelas, com duas repetições
por bloco, seria reduzido o número deles para seis e teria-se o seguinte esquema de
análise.

Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL

Tratamentos 1

Blocos 5

Repetições dentro de Blocos 6

Resíduo 11

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 226


227

Total 23

Neste caso, sem grandes implicações, podem-se juntar ao resíduo tradicional, a


causa de variação “Repetições dentro de Blocos”, ganhando-se, com isso, seis graus de
liberdade. Assim, tem-se:

Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL

Tratamentos 1

Blocos 5

Resíduo 17

Total 23

Verifica-se que este procedimento de análise tem a vantagem de, com o mesmo
número de parcelas, trazerem maior número de graus de liberdade para o resíduo,
promovendo, assim, maior precisão experimental, além de tornar os testes de hipóteses
mais sensíveis par detectarem diferença significativa entre os tratamentos avaliados.
Exemplo 3: A partir dos dados da TABELA 7.11, pede-se:
a) Fazer a análise da variância;
b) Obter o coeficiente de variação;
c) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, na
comparação de médias de tratamentos.

TABELA 7.11 – PORCENTAGEM DE AÇÚCAR PROVÁVEL EM VARIEDADES DE CANA-DE-


AÇÚCAR (Saccharum officinarum L.)

Blocos
Variedades Totais de Variedades
I II III

13,03 13,20 13,30


1 13,72 13,84 12,33 120,48
14,16 13,11 13,79
15,73 15,13 15,40
2 15,62 15,52 15,57 140,56
15,55 16,27 15,77
14,69 14,75 14,95
3 15,65 15,54 15,72 134,46
14,52 14,13 14,51
Totais de Blocos 132,67 131,49 131,34 395,50
FONTE: CAMPOS (1984).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 227


228

Resolução:
a) Análise da Variância:

   13,03 + 13,20 + ... + 14,51 = 395,50

  2  (13,03)2 + (13,20)2 + ... + (14,51)2

= 169,7809 + 174,24 +...+ 210,5401 = 5.822,6844

t=3

r=3

r’ = 3

N = t x r x r’

= 3 x 3 x 3 = 27

GL Tratamentos = t – 1

= 3– 1 = 2

GL Blocos = r – 1

= 3 –1 = 2

GL Total = N – 1

= 27 – 1 = 26

GL Resíduo = GL Total – (GL Tratamentos + GL Blocos)

= 26 – (2 + 2)

= 26 – 4 = 22

SQ Total =   2 
  2

= 5.822,6844 
395,502
27
156.420,25
= 5.822,6844 –
27

= 5.822,6844 – 5.793,3426 = 29,3418

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 228


229

  2   
2
SQ Tratamentos = 
r x r' 

=
120,482  140,562  134,462  395,50 2
3x3 27

14.515,4304  19.757,1136  18.079,4916 156.420,25


= 
9 27

52.352,0356 156.420,25
= 
9 27

= 5.816,8928 – 5.793,3426 = 23,5502

  2   
2
SQ Blocos = 
t x r' 

=
132,67   131,49  131,34
2 2 2

395,50
2

3x3 27

17.601,3289  17.289,6201  17.250,1956 156.420,25


= 
9 27

52.141,1446 156.420,25
=  = 0,1179
9 27

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

= 29,3418 – (23,.5502 + 0,1179)

= 29,3418 – 23,6681 = 5,6737

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

23,5502
=  11,7751
2

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

5,6737
=  0,25789
22

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 229


230

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

11,7751
=  45,66
0,25789

F Tabelado (1%) = 5,72

F Tabelado (5%) = 3,44

TABELA 7.12 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DA PORCENTAGEM DE AÇÚCAR PROVÁVEL EM


VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum officinarum L.).
PIRACICABA-SP, 1984

Causa de Variação GL SQ QM F

Variedades 2 23,5502 11,77510 45,66 **

Blocos 2 0,1179 -

Resíduo 22 5,6737 0,25789

Total 26 29,3418

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, houve diferença significativa, no nível de 1% de


probabilidade, entre as variedades de cana-de-açúcar quanto à porcentagem de açúcar
provável.
b) Coeficiente de Variação:

m̂ 
  

395,50
=  14,648
27

s  QM Re síduo

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 230


231

= 0,25789 = 0,50782

100 x s
CV =

100 x 0,50782
=
14,648

50,782
=  3,47%
14,648

O coeficiente de variação foi 3,47%, indicando uma ótima precisão experimental.


c) Teste de Tukey:

m̂ 1  13,39 m̂ 3  14,94

m̂ 2  15,62

 5%  q
s
r

3,555 x 0,50782
=
9

1,80353
=  0,60
3

Pode-se estruturar uma tabela ilustrativa das comparações entre as médias,


conforme se verifica a seguir:

TABELA 7.13 – PORCENTAGEM MÉDIA DE AÇÚCAR PROVÁVEL EM VARIEDADES DE


CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum officinarum L.). PIRACICABA-SP, 1984

Variedades Média (%) 1/

1 13,39 a

3 14,94 b

2 15,62 c

NOTA: (1/) As médias com letras diferentes apresentam diferença significativa pelo teste de Tukey, no
nível de 5% de probabilidade.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 231


232

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


A variedade 2 de cana-de-açúcar difere estatisticamente de todas as outras, e
apresentou a maior porcentagem de açúcar provável.
A variedade 1 de cana-de-açúcar difere estatisticamente da variedade 3, e
apresentou a menor porcentagem de açúcar provável.
A variedade 3 de cana-de-açúcar apresentou uma porcentagem de açúcar
provável intermediária entre as variedades 1 e 2.

7.7 Exercícios

a) Considerando-se que os dados da TABELA 7.14 foram resultantes de um


ensaio conduzido no delineamento em blocos casualizados, pede-se:
a.1) Fazer a análise da variância;
a.2) Obter o coeficiente de variação;
a.3) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na
comparação de médias de progênies;
a.4) Considerando que a parcela 637 no Bloco III foi perdida, obter sua
estimativa e, em seguida, a análise da variância;
a.5) Obter o coeficiente de variação;
a.6) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na
comparação de médias de progênies;
a.7) Considerando que a parcela 637 no Bloco III e a parcela 9559 no Bloco II
foram perdidas, obter suas estimativas e, em seguida, a análise da variância;
a.8) Obter o coeficiente de variação;
a.9) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na
comparação de médias de progênies;
a.10) Comparar os três coeficientes de variação e tirar as devidas conclusões.

TABELA 7.14 – ALTURAS (EM METROS, MÉDIA DE 25 PLANTAS/PARCELA) DE PLANTAS DE


PROGÊNIES DE Eucaliptus grandis, COM 7 ANOS DE IDADE. PIRACICABA-SP

Progenies I II III IV Totais de Progênies

PRETÓRIA + 22,7 21,4 22,9 22,0 89,0

637 ++ 22,6 21,4 20,7 20,8 85,5

2093 ++ 21,4 21,7 22,5 19,4 85,0

2094 ++ 25,0 23,6 23,3 24,8 96,7

9559 +++ 26,4 26,4 28,0 27,3 108,1

9575 +++ 20,6 23,5 19,4 21,9 85,4

Totais de Blocos 138,7 138,0 136,8 136,2 549,7

FONTE: BARBIN (1982).


NOTAS: (+) Procedente da África do Sul.
(++) Procedente de Rio Claro – São Paulo.
(+++) Procedente da Austrália.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 232


233

b) Considerando-se os dados da TABELA 7.15, pede-se:


b.1) Fazer a análise da variância;
b.2) Obter o coeficiente de variação;
b.3) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na
comparação de médias de tratamentos.

TABELA 7.15 – COMPORTAMENTO DE CLONES DE SERINGUEIRA (Hevea sp.) EM RELAÇÃO


À PRODUÇÃO DE BORRACHA SECA NO ESTADO DA BAHIA

Blocos
Clones Totais de Clones
I II III IV V

1. Fx 2804 26,91 27,47 29,49 28,17 27,35 139,39

2. Fx 4425 24,36 12,98 8,14 6,47 6,82 58,77

3. Fx 567 17,36 20,17 17,27 17,09 16,56 88,45

4. Fx 652 15,62 16,24 17,18 15,37 17,19 81,60

5. Fx 3032 14,55 18,13 17,10 15,74 15,92 81,44

6. Fx 86 14,35 13,71 12,03 9,87 11,18 61,14

7. Fx 516 11,79 9,12 6,08 7,88 9,05 43,92

11,17 16,57 18,95 20,35 28,35 95,39


8. Fx 4109
10,05 12,94 13,31 12,39 15,17 63,86
9. Fx 3635
9,49 11,47 14,54 14,77 17,45 67,72
10.Fx 232
7,89 14,13 19,23 20,91 24,49 86,65
11.Fx 25
163,54 172,93 173,32 169,01 189,53 868,33
Totais de Blocos

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 233


234

FONTE: CALDAS (1975).

c) Considerando-se que os dados da TABELA 7.16 foram de um ensaio


conduzido no delineamento em blocos casualizados com duas repetições por bloco, pede-
se:
c.1) Fazer a análise de variância e tirar as devidas conclusões;
c.2) Obter o coeficiente de variação.

TABELA 7.16 – EFEITO DA PROFUNDIDADE DE ARADURA NA PRODUÇÃO DE MILHO (Zea


mays L.) EM kg POR PARCELA DE 200 m2

Blocos
Tratamento Totais de Tratamentos
I II III IV V VI

ARADURA 5,5 6,8 4,6 6,4 7,7 6,2

PROFUNDA 7,0 6,2 6,0 6,8 8,8 5,8 77,8

ARADURA 6,0 5,2 4,4 7,2 7,1 7,6

SUPERFICIAL 6,8 5,9 4,7 5,6 6,4 4,5 71,4

Totais de Blocos 25,3 24,1 19,7 26,0 30,0 24,1 149,2

GOMES (1985).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 234


235

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 235


237

DELINEAMENTO EM
8 QUADRADO LATINO

O delineamento em quadrado latino, apesar de sua alta eficiência, é pouco


utilizado na pesquisa agropecuária por ter uma flexibilidade muito menor que os outros,
ou seja, ele exige que o número de tratamentos seja igual ao número de repetições.
Devido a isso, geralmente não se usam quadrados latinos no caso de ter-se mais de oito
tratamentos, pois então o número de repetições seria, não raro, um pouco exagerado. Por
outro lado, os quadrados latinos de 3 x 3 e 4 x 4 encerram tão poucas parcelas que só
podem ser usados se o experimento incluir vários quadrados latinos, e se fizer uma
análise conjunta. Tais experimentos instalados de acordo com este delineamento são
denominados de experimentos em quadrado latino.
Os experimentos em quadrado latino também levam em consideração os três
princípios básicos da experimentação: repetição, casualização e controle local. Contudo,
o controle local é mais eficiente que o delineamento em blocos casualizados, pois
controla a heterogeneidade do ambiente tanto na horizontal como na vertical, ou seja, os
blocos são organizados de duas maneiras diferentes, uns constituindo as linhas, outros as
colunas.
Quanto à casualização, neste delineamento os tratamentos são distribuídos nos
blocos de tal forma que cada um apareça uma só vez em cada linha e em cada coluna. O
procedimento é o seguinte: parte-se de um quadrado latino sistemático, que é obtido
colocando-se as letras que representam os tratamentos numa mesma ordem na linha e
coluna, no qual se numera os blocos, tanto na horizontal como na vertical, conforme
indicado a seguir:

1’ 2’ 3’ 4’ 5’
A B C D E
1 A B C D E
1
B C D E A
2 B C D E A
2
C D E A B
3 C D E A B
3
D E E B C
4 D E A B C
4
E A B C D
5 E A B C D
5

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 237


238

Quadrado I
A seguir procede-se a uma casualização das linhas (ou colunas) do Quadrado I,
obtendo-se o Quadrado II, que apresenta as linhas casualizadas.

1’ 2’ 3’ 4’ 5’
4 D E A B C
4 D E A B C

5 E A B C D
5 E A B C D

2 A C D E A
2 B C D E A

1 B B C D E
1 A B C D E

3 C D E A B
3 C D E A B

Quadrado I I

Neste Quadrado II, casualizam-se as colunas (ou linhas) e obtém-se o Quadrado


III, que apresenta a dupla casualização, tendo assim concluído a casualização do
delineamento em quadrado latino.

3’ 1’ 4’ 5’ 2’
4 A D B C E
4 A D B C E

5 A E C D A
5 B E C D A

2 D B E A C
2 D B E A C

1 C A D E B
1 C A D E B

3 E C A B D
3 E C A B D

Quadrado I I I

Após ter concluído a casualização neste delineamento, se a ordem da 1a linha for


igual à ordem da 1a coluna chama-se de Quadrado Latino Padrão.
Este delineamento experimental apresenta certas vantagens em relação aos outros
delineamentos, tais como:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 238


239
a) Controla a heterogeneidade das condições experimentais onde o
experimento será conduzido – Como este delineamento apresenta o princípio do
controle local, o controle da heterogeneidade das condições experimentais é feito através
do uso de blocos em duas direções, na horizontal e na vertical, como por exemplo:
fertilidade e declividade, luz e temperatura, operador de máquinas agrícolas e nível de
fadiga, idade de planta e forma de poda, período de lactação de vacas leiteiras e peso,
idade de animal e sexo, etc., o que não acontece no delineamento inteiramente
casualizado, pois o mesmo não tem o princípio do controle local.
b) Conduz a estimativas menos elevadas do erro experimental – Pelo fato do
controle local ser mais eficiente do que o delineamento em blocos casualizados, conduz a
estimativas menos elevadas do erro experimental, pois consegue isolar do resíduo as
variações resultantes da heterogeneidade das condições experimentais, tanto na
horizontal como na vertical; enquanto que o delineamento em blocos casualizados só
consegue isolar do resíduo as variações resultantes da heterogeneidade das condições
experimentais que ocorrem na horizontal.
Apesar das vantagens acima citadas, o delineamento em quadrado latino
apresenta as seguintes desvantagens em relação aos outros delineamentos:
a) A análise estatística é mais demorada – Os cálculos efetuados são maiores
do que os outros delineamentos estatísticos, tendo em vista que neste delineamento
existem mais causas de variação que devem ser isoladas do resíduo, tornando a análise
estatística um pouco mais demorada.
b) Exige que os blocos fiquem num mesmo local da área experimental –
Neste delineamento, todos os blocos devem ficar no mesmo local da área experimental
formando um quadrado, enquanto que no delineamento em blocos casualizados, os
blocos poderão ser espalhados por toda uma região, obtendo, assim, conclusões válidas
para toda a área cultivada, e não apenas para um determinado local.
c) Exige que o número de tratamentos seja igual ao número de repetições –
Em função disso, só pode-se usar, praticamente, este delineamento quando os
experimentos tiverem de cinco a oito tratamentos, principalmente na experimentação de
campo, enquanto que os outros delineamentos permitem utilizar, dentro de certos limites,
qualquer número de tratamentos e de repetições.
d) Apresenta um número menor de graus de liberdade para o resíduo –
Sabe-se que quanto maior o número de graus de liberdade para o resíduo, maior
sensibilidade terá os testes de hipóteses para detectar diferença significativa entre os
tratamentos avaliados, além de proporcionar maior precisão experimental. Este
delineamento apresenta, portanto, essa desvantagem em relação aos outros delineamentos
estatísticos.
e) Exige que o quadrado auxiliar da análise da variância esteja completo
para poder efetuar a análise estatística – Neste delineamento, quando ocorrem parcelas
perdidas, como no caso do delineamento em blocos casualizados, é necessário, também,
o uso de fórmulas e/ou métodos especiais para estimá-las, a fim de poder efetuar a
análise de variância. Muitas vezes, quando o número de parcelas perdidas é muito alto, há
necessidade de se repetir o experimento. Isso, porém, não acontece com o delineamento
inteiramente casualizado, onde permite que os tratamentos tenham número de repetições
diferentes e a análise de variância pode ser efetuada do mesmo modo sem parcela
perdida.
f) Há uma redução do número de graus de liberdade para o resíduo, pela
utilização do princípio do controle local – Quando existe homogeneidade das
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 239
240
condições experimentais, é um desperdício utilizar o delineamento em quadrado latino,
pelo fato de reduzir ainda mais o número de graus de liberdade para o resíduo do que o
delineamento em blocos casualizados, e, em conseqüência, diminuir a precisão
experimental, além dos testes de hipóteses ficarem menos sensíveis para detectar
diferença significativa entre os tratamentos avaliados. Nestas condições, é preferível usar
o delineamento inteiramente casualizado que tem um maior número de graus de liberdade
associado ao resíduo.

8.1 Instalação do Experimento

Como a instalação do experimento constitui o início da parte prática do ensaio, o


pesquisador deve seguir à risca o que consta no croqui do ensaio, que no caso do
delineamento em quadrado latino seria o seguinte:
Considere-se um experimento com cinco tratamentos (A, B, C, D, E) e cinco
repetições. Então, tem-se:

A D B C E

B E C D A

D B E A C

C A D E B

E C A B D

Observa-se que em cada bloco, tanto na horizontal como na vertical, os


tratamentos foram distribuídos aleatoriamente nas parcelas, de modo que cada um
aparece uma só vez em cada linha e em cada coluna. Para que isto acontecesse, partiu-se
de um quadrado latino sistemático, que é obtido colocando-se as letras que representam
os tratamentos (A, B, C, D, E) numa mesma ordem na linha e coluna, no qual se numera
os blocos, tanto na horizontal como na vertical, formando o Quadrado I, conforme já
visto anteriormente. A seguir procede-se a uma casualização das linhas (ou colunas) do
Quadrado I, obtendo-se o Quadrado II, que apresenta as linhas casualizadas. Neste
Quadrado II, casualizam-se as colunas (ou linhas) e obtém-se o Quadrado III, que
apresenta a dupla casualização, tendo assim concluído o processo, cujo resultado obtido é
chamado de croqui do experimento.
Na instalação do experimento em quadrado latino o pesquisador deve seguir as
etapas já discutidas no experimento inteiramente casualizado.

8.2 Esquema da Análise da Variância

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 240


241
Considerando o exemplo anterior, ou seja, um experimento com cinco
tratamentos (A, B, C, D, E) e cinco repetições, então se têm o seguinte quadro auxiliar da
análise da variância.

Quadro Auxiliar da ANAVA

Colunas
Linhas Totais de Linhas
1 2 3 4 5

1 XA XD XB XC XE L1

2 XB XE XC XD XA L2

3 XD XB XE XA XC L3

4 XC XA XD XE XB L4

5 XE XC XA XB XD L5

Totais de Colunas C1 C2 C3 C4 C5

O esquema da análise da variância é dado por:

Quadro da ANAVA

Causa de Variação
GL SQ QM F

QM Tratamentos
Tratamentos t–1 SQ Tratamentos QM Tratamentos
QM Re síduo

Linhas t–1 SQ Linhas - -

Colunas t–1 SQ Colunas - -

Resíduo (t – 1) (t – 2) SQ Resíduo QM Resíduo

Total t2 – 1 SQ Total

onde:
GL = número de graus de liberdade;
SQ = soma de quadrados;
QM = quadrado médio;
F = valor calculado do teste F;
t = número de tratamentos;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 241


242

SQ Total =   2 
  2

onde:
X = valor de cada observação;
N = número de observações, que corresponde ao número de tratamentos (t) ao quadrado;
  2   2
SQ Tratamentos = 
r 

onde:
T = total de cada tratamento, o qual é obtido somando-se os valores de cada tratamento
isoladamente;
r = número de repetições do experimento, que é igual ao número de tratamentos (t );

 L2   
2
SQ Linhas = 
t 

onde:
L = total de cada linha;

 C 2   
2
SQ Colunas = 
t 

onde:
C = total de cada coluna;

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Linhas + SQ Colunas)

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

O QM Resíduo corresponde à estimativa da variância do erro experimental (s e2),


cujo valor é utilizado nos testes de hipóteses, objetivando verificar se existe ou não
diferença significativa entre os tratamentos avaliados.
Não serão apresentadas as fórmulas dos quadrados médios e dos Fs’ calculados
de linhas e colunas no quadro do esquema da análise de variância, pois raramente
interessa testar os efeitos de linhas e colunas, de sorte que, em geral, não é preciso
calcular tais valores, tendo em vista que interessa apenas aos pesquisadores o efeito de
tratamentos, que é inteiramente independente de serem ou não significativos os efeitos de
linhas e colunas.

8.3 Exemplo sem Parcela Perdida

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 242


243
A fim de apresentar-se a análise da variância e a interpretação dos resultados
neste tipo de delineamento, será discutido, a seguir, um exemplo sem parcela perdida.
Exemplo 1: A partir dos dados da TABELA 8.1, pede-se:
a) Fazer a análise da variância;
b) Obter o coeficiente de variação;
c) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, na
comparação de médias de tratamentos.

TABELA 8.1 – PRODUÇÃO DE GRÃOS (kg/PARCELA) DE CULTIVARES DE FEIJÃO (Phaseolus


vulgaris L.)

Colunas
Linhas Totais de Linhas
1 2 3 4 5

1 B* A D E C
7,6 8,2 10,4 11,2 9,0 46,4

2 C B E A D
10,4 5,4 16,0 7,4 8,4 47,6

3 A D B C E
6,0 7,2 7,0 11,0 12,4 43,6

4 D E C B A
8,8 13,0 14,2 7,2 8,0 51,2

5 E C A D B
15,0 16,0 7,0 8,2 7,5 53,7

Totais de Colunas 47,8 49,8 54,6 45,0 45,3 242,5

FONTE: PEDROSA (1978).


NOTA: (*) A – RIM DE BOI; B – VAGEM ROXA; C – ROSINHA; D – COSTA RICA; E – RICO 23.

Resolução:
a) Análise da Variância:

 X = 7,6 + 8,2 + ... + 7,5 = 242,5

 X2 = (7,6)2 + (8,2)2 + ... + (7,5)2

= 57,76 + 67,24 +...+ 56,25 = 2.587,25

t = 5

r = 5

N = t2

= (5)2 = 25

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 243


244
GL Tratamentos = t – 1

=5 –1 = 4

GL Linhas = t – 1

= 5 – 1 = 4

GL Colunas = t – 1
= 5 – 1 = 4

GL Resíduo = (t – 1) (t – 2)

= (5 – 1) (5 – 2)

= 4 x 3 = 12

SQ Total =   2

 
2

= 2.587,25 
242,5
2

25

58.806,25
= 2.587,25 
25

= 2.587,25 – 2.352,25 = 235,00

 L2   
2
SQ Linhas = 
t 

=
46,42  47,62  ...  53,72 
242,52
5 25

2.152,96  2.265,76  ...  2.883,69 58.806,25


= 
5 25

11.824,81 58.806,25
= 
5 25

= 2.364,96 – 2.352,25 = 12,71

 C 2   
2
SQ Colunas = 
t 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 244


245

=
47,82  49,82  ...  45,32 
242,52
5 25

2.284,84  2.480,04  ...  2.052,09 58.806,25


= 
5 25

11.823,13 58.806,25
= 
5 25

= 2.364,63 – 2.352,25 = 12,38

Tratamentos:

A = 8,2 + 7,4 + 6,0 + 8,0 + 7,0 = 36,6

B = 7,6 + 5,4 + 7,0 + 7,2 + 7,5 = 34,7

C = 9,0 + 10,4 + 11,0 + 14,2 + 16,0 = 60,6

D = 10,4 + 8,4 + 7,2 + 8,8 + 8,2 = 43,0

E = 11,2 + 16,0 + 12,4 + 13,0 + 15,0 = 67,6

  2   
2
SQ Tratamentos = 
t 

=
36,62  34,72  ...  67,62 
242,52
5 25

1.339,56  1.204,09  ...  4.569,76 58.806,25


= 
5 25

12.634,77 58.806,25
= 
5 25

= 2.526,95 – 2.352,25 = 174,70

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Linhas + SQ Colunas)

= 235,00 – (174,70 + 12,71 + 12,38)

= 235,00 – 199,79 = 35,21

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 245


246
174,70
= = 43,675
4

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

35,21
= = 2,9342
12

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

43,675
=  14,88
2,9342

F Tabelado (1%) = 5,41

F Tabelado (5%) = 3,26

TABELA 8.2 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DA PRODUÇÃO DE GRÃOS (kg/PARCELA) DE


CULTIVARES DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.). MACEIÓ-AL, 1978

Causa de Variação GL SQ QM F

Cultivares 4 174,70 43,6750 14,88 **

Linhas 4 12,71 - -

Colunas 4 12,38 - -

Resíduo 12 35,21 2,9342

Total 24 235,00

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, houve diferença significativa, no nível de 1% de


probabilidade, entre as cultivares de feijão em relação à produção de grãos.
b) Coeficiente de Variação:

m̂ =
  

242,5
= = 9,7
25

s  QM Re síduo
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 246
247

= 2,9342 = 1,71295

100 x s
CV =

100 x 1,71295
=
9,7

171,295
=  17,66%
9,7

O coeficiente de variação foi 17,66%, indicando uma precisão experimental


regular.
c) Teste de Tukey:

m̂ A = 7,32 m̂ D = 8,60

m̂ B = 6,94 m̂ E = 13,52

m̂ C = 12,12

 5%  q
s
r

4,51 x 1,71295
=
5

7,7254045
=  3,45
2,236068

Pode-se estruturar uma tabela ilustrativa das comparações entre as médias,


conforme se verifica a seguir:

TABELA 8.3 – PRODUÇÃO MÉDIA DE GRÃOS (EM kg/PARCELA) DE CULTIVARES DE FEIJÃO


(Phaseolus vulgaris L.) MACEIÓ-AL, 1978

Cultivares Média (kg/parcela) 1/

VAGEM ROXA 6,94 a

RIM DE BOI 7,32 a

COSTA RICA 8,60 a

ROSINHA 12,12 b

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 247


248

RICO 23 13,52 b

NOTA: (1/) As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de
Tukey, no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


As cultivares de feijão RICO 23 e ROSINHA não diferiram estatisticamente
entre si, e apresentaram uma produção de grãos superior a todas as outras cultivares.
A cultivar VAGEM ROXA apresentou a menor produção de grãos, apesar de não
diferir estatisticamente das cultivares de feijão RIM DE BOI e COSTA RICA.

8.4 Exemplo com uma Parcela Perdida

Quando por um motivo qualquer ocorrer à perda de uma parcela, durante a


condução de um experimento em quadrado latino, deve-se proceder da seguinte maneira:
a) Em primeiro lugar, estima-se o valor da parcela perdida, através da fórmula:

r L  C     2 x G
Y
r  1r  2

onde:
r = número de repetições do experimento;
L = total da linha onde ocorreu a parcela perdida;
C = total da coluna onde ocorreu a parcela perdida;
T = total do tratamento onde ocorreu a parcela perdida;
G = total geral das parcelas existentes no experimento.

Deve-se salientar que o valor obtido de Y dificilmente será àquele perdido (que
se obteria no experimento). Por outro lado, é um valor que permitirá a execução da
análise da variância pelo processo comum e que dará como resultado, para essa análise, o
mesmo que se obteria por processos mais complicados.
b) O valor de Y é colocado no quadro auxiliar da análise da variância, no lugar da
parcela perdida. Os cálculos são refeitos e a análise da variância é feita da maneira usual,
tomando-se o cuidado, porém, de se diminuir 1 GL do Resíduo, correspondente à parcela
perdida.
c) Como a SQ Tratamentos fica ligeiramente superestimada, isto é, obtém-se um
valor acima do correto (daquele que se deveria obter), deve-se, então, proceder à correção
desta soma de quadrados subtraindo-a do valor de U dado pela fórmula:

r L  C   G 
2
 r 1 
2

U=   Y  
 r   r  12 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 248


249
onde:
r = número de repetições do experimento;
Y = estimativa da parcela perdida;
L = total da linha onde ocorreu a parcela perdida;
C = total da coluna onde ocorreu a parcela perdida;
G = total geral das parcelas existentes no experimento.

Como foi visto no capítulo anterior, essa correção, em geral, influi pouco, de
sorte que muitas vezes se dispensa. Quando, porém, o valor de F calculado, sem correção,
for significativo e estiver próximo do valor de F tabelado, essa correção poderá, em
alguns casos, fazer com que a significância deixe de existir, sendo necessário fazê-la.
Quando o valor de F calculado, sem correção, for não significativo, a correção é
desnecessária, porque ela sempre diminui o valor de F.
d) Na comparação de médias de tratamentos, se for utilizado os testes de Tukey,
de Duncan ou SNK, as fórmulas a serem usadas na comparação da média do tratamento
que perdeu uma parcela com uma média qualquer devem ser, respectivamente:

q

s 2 Yˆ
2

Dz
s 2 Yˆ 
2

ou

SNK  q
s 2 Yˆ 
2

A seguir, apresentar-se-á um exemplo com uma parcela perdida neste tipo de


delineamento, a fim de que se possa efetuar a análise da variância e interpretar os
resultados.
Considerando os dados do Exemplo 1, onde se supõe que na TABELA 8.1
perdeu-se a parcela referente ao tratamento D da 1ª linha, pede-se:
a) Estimar o valor da parcela perdida;
b) Fazer a análise da variância;
c) Obter o coeficiente de variação;
d) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, na
comparação de médias de tratamentos.

TABELA 8.1 – PRODUÇÃO DE GRÃOS (kg/PARCELA) DE CULTIVARES DE FEIJÃO (Phaseolus


vulgaris L.)

Colunas
Linhas Totais de Linhas
1 2 3 4 5

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 249


250

1 B* A D E C
7,6 8,2 Y 11,2 9,0 36,0 + Y

2 C B E A D
10,4 5,4 16,0 7,4 8,4 47,6

3 A D B C E
6,0 7,2 7,0 11,0 12,4 43,6

4 D E C B A
8,8 13,0 14,2 7,2 8,0 51,2

5 E C A D B
15,0 16,0 7,0 8,2 7,5 53,7

Totais de Colunas 47,8 49,8 44,2 + Y 45,0 45,3 232,1 + Y


FONTE: PEDROSA (1978).
NOTA: (*) A – RIM DE BOI; B – VAGEM ROXA; C – ROSINHA; D – COSTA RICA; E – RICO 23.

Resolução:
a) Estimativa da Parcela Perdida:

r = 5

L = 36,0

C = 44,2

T = 32,6

G = 232,1

r L  C     2 x G
Y
r  1r  2

5 36,0  44,2  32,6  2 x 232,1


=
5  1 5  2

5 112,8  464,2
=
4x3

564,0  464,2
=
12

99,8
=  8,3
12

TABELA 8.4 – PRODUÇÃO DE GRÃOS (kg/PARCELA) DE CULTIVARES DE FEIJÃO (Phaseolus


vulgaris L.)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 250


251

Colunas
Linhas Totais de Linhas
1 2 3 4 5
1 B* A D E C
7,6 8,2 8,3 11,2 9,0 44,3

2 C B E A D
10,4 5,4 16,0 7,4 8,4 47,6

3 A D B C E
6,0 7,2 7,0 11,0 12,4 43,6

4 D E C B A
8,8 13,0 14,2 7,2 8,0 51,2

5 E C A D B
15,0 16,0 7,0 8,2 7,5 53,7

Totais de Colunas 47,8 49,8 52,5 45,0 45,3 240,4


FONTE: PEDROSA (1978).
NOTA: (*) A – RIM DE BOI; B – VAGEM ROXA; C – ROSINHA; D – COSTA RICA; E – RICO 23.

b) Análise da Variância:

 X = 7,6 + 8,2 + ... + 7,5 = 240,4

 X2 = (7,6)2 + (8,2)2 + ... + (7,5)2

= 57,76 + 67,24 +...+ 56,25 = 2.547,98

t = 5

r = 5

N = t2

= (5)2 = 25

GL Tratamentos = t – 1

=5 –1 = 4

GL Linhas = t – 1

= 5 – 1 = 4

GL Colunas = t – 1

= 5 – 1 = 4

GL Resíduo = (t – 1) (t – 2) – Nº de Parcelas Perdidas


Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 251
252

= (5 – 1) (5 – 2) – 1

= (4) (3) – 1

= 12 – 1 = 11

GL Total = N – 1 – Nº de Parcelas Perdidas

= (25 – 1) – 1

= 24 – 1 = 23

SQ Total =   2

 
2

= 2.547,98 
240,42
25

57.792,16
= 2.547,98 –
25

= 2.547,98 – 2.311,6864 = 236,2936

 L2   
2
SQ Linhas = 
t 

=
44,32  47,62  ...  53,72 
240,42
5 25

1.962,49  2.265,76  ...  2.883,69 57.792,16


= 
5 25

11.634,34 57.792,16
= 
5 25

= 2.326,868 – 2.311,6864 = 15,1816

 C 2   
2
SQ Colunas = 
t 

=
47,82  49,82  ...  45,32 
240,42
5 25

2.284,84  2.480,04  ...  2.052,09 57.792,16


= 
5 25
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 252
253

11,598,22 57.792,16
= 
5 25

= 2.319,644 – 2.311,6864 = 7,9576

Tratamentos:

A = 8,2 + 7,4 + 6,0 + 8,0 + 7,0 = 36,6

B = 7,6 + 5,4 + 7,0 + 7,2 + 7,5 = 34,7

C = 9,0 + 10,4 + 11,0 + 14,2 + 16,0 = 60,6

D = 8,3 + 8,4 + 7,2 + 8,8 + 8,2 = 40,9

E = 11,2 + 16,0 + 12,4 + 13,0 + 15,0 = 67,6

  2   
2
SQ Tratamentos = 
r 

=
36,6  34,7  ...  67,6  240,42
2 2 2

5 25

1.339,56  1.204,09  ...  4.569,76 57.792,16


= 
5 25

12.458,58 57.792,16
= 
5 25

= 2.491,716 – 2.311,6864 = 180,0296

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Linhas + SQ Colunas)

= 236,2936 – (180,0296 + 15,1816 + 7,9576)

= 236,2936 – 203,1688 = 33,1248

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

180,0296
= = 45,0074
4

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 253


254
33,1248
=  3,011346
11

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

45,0074
=  14,95
3,011346

F Tabelado (1%) = 5,67

F Tabelado (5%) = 3,26

TABELA 8.5 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DA PRODUÇÃO DE GRÃOS (kg/PARCELA) DE


CULTIVARES DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.). MACEIÓ-AL, 1978

Causa de Variação GL SQ QM F

Cultivares 4 180,0296 45,007400 14,95 **

Linhas 4 15,1816 - -

Colunas 4 7,9576 - -

Resíduo 11 33,1248 3,011346

Total 23 236,2936

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, houve diferença significativa, no nível de 1% de


probabilidade, entre as cultivares de feijão em relação à produção de grãos.
c) Coeficiente de Variação:

m̂ =
  

240,4
= = 9,616
25

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 254


255

s  QM Re síduo

= 3,011346 = 1,735323

100 x s
CV =

100 x 1,735323
=
9,616

173,5323
=  18,05%
9,616

O coeficiente de variação foi 18,05%, indicando uma precisão experimental


regular.
d) Teste de Tukey:

m̂ A = 7,32 m̂ D = 8,18

m̂ B = 6,94 m̂ E = 13,52

m̂ C = 12,12

1 5%  q
s
r

4,57 x 1,735323
=
5

7,9304261
=  3,55
2,236068

 2 5%  q

s 2 Yˆ
2

1 2 1 
= q  r  r  1r  2 QM Re síduo
2  

1 2 1 
= 4,57  5  5  15  2 3,011346
2  

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 255


256

1 2 1 
= 4,57  5  43 3,011346
2  

1 2 1 
= 4,57  3,011346
2  5 12 

1  24 5 
= 4,57  3,011346
2  60 60 

1  29 
= 4,57   3,011346
2  60 

0,48333 x 3,011346
= 4,57
2

1,4554839
= 4,57
2

= 4,57 0,72774

= 4,57 x 0,85307  3,90

O Valor de  1 é usado para comparar contrastes entre duas médias de


tratamentos para os quais não houve perda de parcela, enquanto que o valor de  2 é
usado para comparar constantes envolvendo a média do tratamento para o qual ocorreu
perda de parcela e outra média qualquer (sem perda de parcela).

TABELA 8.6– PRODUÇÃO MÉDIA DE GRÃOS (EM kg/PARCELA) DE CULTIVARES DE FEIJÃO


(Phaseolus vulgaris L.) MACEIÓ-AL, 1978

Cultivares Média (kg/parcela) 1/

VAGEM ROXA 6,94 a

RIM DE BOI 7,32 a

COSTA RICA 8,18 a

ROSINHA 12,12 b

RICO 23 13,52 b

NOTA: (1/) As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de
Tukey, no nível de 5% de probabilidade.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 256


257
De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:
As cultivares de feijão RICO 23 e ROSINHA não diferiram estatisticamente
entre si, e apresentaram uma produção de grãos superior a todas as outras cultivares.
A cultivar VAGEM ROXA apresentou a menor produção de grãos, apesar de não
diferir estatisticamente das cultivares de feijão RIM DE BOI e COSTA RICA.
Comparando-se os resultados do Exemplo 1, com e sem parcela perdida, verifica-
se que, apesar de uma ligeira variação nos valores obtidos, não houve alteração nas
conclusões.
Vale ressaltar que quando ocorrerem duas ou mais parcelas perdidas no
delineamento em quadrado latino o procedimento a ser adotado é aquela usado para o
delineamento em blocos casualizados com as respectivas adaptações.

8.5 Exercícios

a) Considerando-se que os dados da TABELA 8.7 foram resultantes de um


ensaio conduzido no delineamento em quadrado latino, pede-se:
a.1) Fazer a análise da variância;
a.2) Obter o coeficiente de variação;
a.3) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na
comparação de médias de cultivares;
a.4) Considerando-se que a parcela B da 5ª linha foi perdida, fazer a sua
estimativa e, em seguida, a análise da variância;
a.5) Obter o coeficiente de variação;
a.6) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na
comparação de médias de cultivares;
a.7) Comparar os dois coeficientes de variação e tirar as suas conclusões.
TABELA 8.7 – DADOS DE PRODUÇÃO DE CANA-PLANTA (EM kg/PARCELA) DE
CULTIVARES DE CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum officinarum L.)

Colunas
Linhas Totais de Linhas
1 2 3 4 5

1 D* A B C E
2.322
432 518 458 583 331

2 C E A B D
2.676
724 478 524 550 400

3 E B C D A
2.146
489 384 556 297 420

4 B D E A C
2.294
494 500 313 486 501

5 A C D E B
2.325
515 660 438 394 318

Totais de Colunas 2.654 2.540 2.289 2.310 1.970 11.763

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 257


258
FONTE: GOMES (1985).
NOTA: (*) A = Co 290; B = Co 421; C = Co 419; D = POJ 2878; E = CP 3613.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 258


259

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 259


259

REGRESSÃO E
9 CORRELAÇÃO

Até então se tem estudado as medidas de variabilidade de dados somente com


uma variável. Far-se-á agora um estudo de tais medidas envolvendo simultaneamente
duas variáveis. Este estudo é realizado através da regressão e correlação. A regressão
consiste na estimação de uma variável dependente a partir de outra variável
independente. Por outro lado, a correlação determina o grau de relação entre as variáveis,
ou seja, procura determinar quão bem uma equação linear, ou de outra espécie, descreve
ou explica a relação entre as variáveis.
O estudo de regressão exerce papel relevante dentro do campo da Estatística
Experimental, devido a sua larga aplicação na interpretação de resultados experimentais,
e têm por objetivo determinar a relação existente entre uma característica qualquer de
interesse experimental, dependente, e outra característica independente, tomadas juntas.
O pesquisador, geralmente, escolhe os valores da variável independente e depois
estabelece a relação existente entre os valores das duas variáveis. Tal relação é expressa
por uma função matemática (equação de regressão), onde se diz que a variável
dependente (Y) é uma função da variável independente (X).
Veja-se, como exemplo, um experimento para determinar o efeito de doses
crescentes de nitrogênio (X) na produção de uma forrageira (Y).

Parcelas 1 2 3 4 5

Doses de Nitrogênio (kg/ha) – (X) 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0

Produção de Forragem (kg/ha) – (Y) 1.828,8 2.438,4 2.844,8 3.149,6 3.403,6

Observa-se que quando aumenta a dose de nitrogênio, aumenta a produção de


forragem. Verifica-se que a relação entre as duas variáveis é aproximadamente linear, e
pode ser representada por uma linha reta (curva de regressão), passando entre os pontos
de um diagrama de dispersão, conforme apresentado na FIGURA 9.1. Porém nem sempre
é assim, pois a regressão pode não ser linear, mas polinomial, tornando mais complexo o
seu estudo.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 259


260

FIGURA 9.1 – DIAGRAMA DE DISPERSÃO ENTRE DOSES DE NITROGÊNIO E A PRODUÇÃO


DE FORRAGEM

Para a maioria dos casos, tem-se uma regressão linear pelo menos para os valores
de X adotados em pesquisa agropecuária, cuja equação de regressão é:

Ŷ = a + bX

onde:
Ŷ = estimativa da variável dependente;
a = intercepção no eixo dos Y, ou seja, o valor de Y quando X = 0;
b = coeficiente angular da reta, isto é, b = tg  (o ângulo formado pela reta ao cortar o
eixo dos X) que determina a declividade da mesma e expressa o valor de Y para
X = 0;
X = variável independente.

As estimativas dos parâmetros a e b são obtidos pelas fórmulas:

â  Y  bX

XY  
( X )( Y )

bˆ  N
( X ) 2

X  2

onde:
Y = média de Y;
X = média de X;
N = número de observações.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 260


261
Considerando os dados do exemplo citado anteriormente, tem-se a seguinte
equação de regressão:

X = 0,0 + 50,0 + ... + 200,0 = 500,0

Y = 1.828,8 + 2.438,4 + ... + 3.403,6 = 13.665,2

N= 5

X2 = (0,0)2 + (50,0)2 + ... + (200,0)2

= 0,0 + 2.500,0 + ... + 40.000,0 = 75.000,0

XY = (0,0 x 1.828,8) + (50,0 x 2.438,4) + ... + (200,0 x 3.403,6)

= 0,0 + 121.920,0 + ... + 680.720,0 = 1.559.560,0

( X )( Y )
 XY  N
b̂ =
( X ) 2
X 2

N

(500,0)(13.665,2)
1.559.560,0 
= 5
(500,0) 2
75.000,0 
5

6.832.600,0
1.559.560,0 
= 5
250.000,0
75.500,0 
5

1.559.560,0  1.366.520,0
=
75.500,0  50.000,0

193.040,0
= = 7,570196
25.500,0

Y 
Y
N

13.665,2
= = 2.733,04
5

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 261


262

X 
X
N

500,0
= = 100,0
5
â  Y  bX

= 2.733,04  7,570196 x 100,0

= 2.733,04 – 757,0196 = 1.976,0204

Ŷ = a + bX

= 1.976,0204 + 7,570196 X

É preciso ressaltar que a determinação da equação de regressão deve ser


precedida de uma análise de variância, a fim de comprovar estatisticamente se os dados
apresentam a suposta relação linear entre as variáveis X e Y.
Quando duas variáveis não podem ser consideradas uma independente e outra
dependente, em função de ambas estarem sujeitas e erros experimentais ponderáveis,
como por exemplo, comprimento e largura de folhas de plantas, teor de potássio do solo e
aumento de produção de cana-de-açúcar, brotamento e capacidade de armazenamento de
bulbos de cebola, altura de planta e produção de forragem em capim elefante, peso e
produção de leite de vacas leiteiras, ganho de peso e rendimento de carcaça em frangos
de corte, etc., o emprego da regressão não é satisfatório e far-se-á uso, para esses casos,
da correlação.

9.1 Coeficiente de Correlação

Em casos como o que foi mencionado anteriormente, há interesse em determinar


o grau de relação entre as duas vaiáveis. Essa relação pode ser medida pelo coeficiente de
correlação, cuja estimativa é obtida através da fórmula:

( X )( Y )
 XY  N
r
 ( X ) 2
 ( Y ) 2 
 X    Y  
2 2

 N   N 

O valor de r pode variar de – 1 a + 1. Os valores – 1 e + 1 indicam o máximo


de correlação; o sinal (+ ou –) indica o sentido da correlação; o valor 0 significa
independência das variáveis, isto é, não existe correlação.
Um problema a resolver é o de provar o valor de r obtido, a fim de verificar se
difere de zero, valor que deveria assumir, teoricamente, na ausência de correlação. Há
vários métodos para isso. Um deles consiste em calcular t através da fórmula:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 262


263
r
t N 2
1 r 2

onde:
t = valor calculado do teste t com N – 2 graus de liberdade;
r = estimativa do coeficiente de correlação;
N = número de observações.
Exemplo 1: A partir dos dados da TABELA 9.1, pede-se:
a) Obter a estimativa do coeficiente de correlação;
b) Aplicar o teste “t” e verificar se o valor de r é significativo.

TABELA 9.1 – COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE CEBOLA (Allium cepa L.) EM


RELAÇÃO AO CARÁTER BROTAMENTO E AO CARÁTER CAPACIDADE DE
ARMAZENAMENTO

Cultivares Caráter brotamento Caráter Capacidade de


(em dias) Armazenamento (em %)
BAIA DO CEDO SMJ-III 76,1 30,0
BAIA DO CEDO SMP-V 68,1 65,0
BAIA PERIFORME 104,8 50,0
BAIA SETE VOLTAS 71,5 60,0
BAIA TRIUNFO SMJ-II 87,3 70,0
BARREIRO ROXA SMP-IV 73,8 35,0
BARREIRO SMJ-II 60,2 25,0
BARREIRO SMP-III 65,4 15,0
CIGANINHA 39,9 0,0
COJUMATLAN L. 2691 25,6 30,0
CREOLA 80,5 90,0
CREOLA CATARINENSE 97,5 80,0
EXCEL BERMUDAS 986 38,2 15,0
IPA-2 72,0 55,0
PIRA COUTO 61,2 50,0
PIRA GRANA 75,5 50,0
PIRA LOPES A/C 49,4 40,0
PIRA LOPES A/R 53,0 20,0
PIRA OURO A/R 73,1 25,0
PIRA PERA A/C 58,4 10,0
PIRA TROPICAL 50,0 20,0
ROXA CHATA SMP-IV 30,5 15,0
TEXAS GRANO 50,0 30,0

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 263


264
TUBARÃO 80,4 40,0
WHITE CREOLE 44,8 35,0

FONTE: FERREIRA (1982).

Resolução:
a) Estimativa do Coeficiente de Correlação:
X = caráter brotamento (em dias);
Y = caráter capacidade de armazenamento (em %);

X = 76,1 + 68,1 + ... + 44,8 = 1.587,2

Y = 30,0 + 65,0 + ... + 35,0 = 955,0

X2 = (76,1)2 + (68,1)2 + ... + (44,8)2

= 5.791,21 + 4.637,61 + ... + 2.007,04 = 110.220,82

Y2 = (30,0)2 + (65,0)2 + ... + (35,0)2

= 900,0 + 4.225,0 + ... + 1.225,0 = 48.925,0

XY = (79,1 x 30,0) + (68,1 x 65,0) + ... + (44,8 x 35,0)

= 2.373,0 + 4.426,5 + ... + 1.568,0 = 67.789,5

N = 25

( X )( Y )
 XY  N
r
 ( X ) 2   ( Y ) 2 
     
2 2
X Y
 N   N 

(1.587,2)(955,0)
67.789,5 
= 25
 (1587,2)  
2
(955,0) 2 
110.220,82   48.925,0  
 25  25 

1.515.776,0
67.789,5 
= 25
 2.519.203,8   912.025,0 
110.220,82    48.925,0  
 25  25 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 264


265
67.789,5  60.631,04
=
110.220,82  110.768,1548.925,0  36.481,0

7.158,46
=
9.452,6712.444,0
7.158,46
=
117.620.000,0

7.158,46
  0,66
10.845,692

b) Teste “t”:

r
t  N 2
1 r2

0,66 25  2
=
1  0,66
2

0,66 23
=
1  0,4356

0,66 x 4,7958315
=
0,5644

3,1652488
=  4,21
0,7512656

t Tabelado (1%) = 2,81

t Tabelado (5%) = 2,07

O valor de r (0,66**) foi significativo no nível de 1% de probabilidade pelo teste


“t”, indicando que existe uma correlação positiva entre os caracteres brotamento e
capacidade de armazenamento, ou seja, quanto maior o período de brotamento de bulbos
de cebola, maior será a capacidade de armazenamento dos mesmos.
Podem-se representar graficamente os coeficientes de correlação, bastando
apenas colocar os dados sobre dois eixos (diagrama de dispersão). A seguir, apresentar-
se-ão, através da FIGURA 9.2, diversos tipos de diagramas de dispersão com seus
coeficientes de correlação associados, os quais servirão de modelo para a interpretação
gráfica de tais coeficientes.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 265


266

FIGURA 9.2 – DIVERSOS TIPOS DE DIAGRAMAS DE DISPERSÃO COM SEUS COEFICIENTES


DE CORRELAÇÃO ASSOCIADOS

9.2 Coeficiente de Determinação

O coeficiente de determinação ( R 2 ) é uma medida estatística que representa a


porcentagem de variação em Y (variável dependente) que está sendo explicada pela
equação de regressão.
No caso de dados com repetições, a estimativa do coeficiente de determinação é
obtida através da fórmula:

SQ Re gressão x 100
R2 
SQ Tratamentos

onde:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 266


267
SQ Regressão = soma das SQ Regressão até a regressão de maior grau que apresentou
significância estatística pelo teste F na análise de variância;
SQ Tratamentos = soma de quadrados de tratamentos da análise de variância.

No caso de dados sem repetições, a sua estimativa é obtida através da fórmula:

SQ Re gressão x 100
R2 
SQ Total

onde:
SQ Regressão = soma das SQ Regressão até a regressão de maior grau que apresentou
significância estatística pelo teste F na análise de variância;
SQ Total = soma de quadrados total da análise de variância.
O R 2 assume valores entre 0 e 1. Se R 2 = 1, a equação de regressão explica
100% da variação de Y (variável dependente) em função da variação de X (variável
independente). Se R 2 = 0,5, a equação de regressão explica somente 50% da variação de
Y em função da variação de X, os outros 50% da variação não é explicado por essa
relação. Se R 2 = 0, não há uma relação entre as variáveis X e Y.
No caso de regressão linear simples, o coeficiente de determinação poderá ser
calculado através do quadrado do coeficiente de correlação (r), ou seja, r 2  R 2 .
Considerando os dados do Exemplo 1, tem-se:

R 2  r 
2

= 0,662 = 0,4356

O valor de R 2 (0,4356) explica apenas 43,56% da relação positiva entre o


período de brotamento de bulbos de cebola e a sua capacidade de armazenamento,
enquanto que o restante da variação (56,44%) não é explicado por essa relação.

9.3 Regressão Linear na Análise de Variância

Já foi visto anteriormente, no Capítulo 4, que a análise de variância só tem


validade se o pesquisador atender as suas suposições. Uma delas é que os erros de
observação devem ser independentes, consequentemente não correlacionados. Quando
esta hipótese não se verifica, a análise de variância deve refletir a dependência entre os
erros de observação, sob pena de não ser válida. Assim acontece no caso em que os
tratamentos são quantitativos (doses crescentes de um fertilizante ou de um fungicida, ou
datas de semeadura, por exemplo) com mais de dois níveis, e se justifica a existência de
uma correspondência funcional, chamada equação de regressão, que ligue os valores dos
tratamentos (X) aos dados analisados (Y).
O procedimento de análise de variância é o seguinte:
a) Analisam-se os dados experimentais da variável Y de acordo com o
delineamento estatístico utilizado;
b) Calcula-se a Soma de Quadrados de Regressão Linear através da seguinte
fórmula:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 267


268

( X )( Y ) 
2

 XY  
SQ Re gressão Linear   N 
( X )
2

X 2

N

onde:
Y = variável dependente;
X = variável independente;
N = número de observações;

c) Calcula-se a Soma de Quadrados de Desvios de Regressão pela diferença entre


a Soma de Quadrados de Tratamentos e a Soma de Quadrados de Regressão Linear;
d) Obtêm-se os Graus de Liberdade de Regressão Linear e de Desvios de
Regressão da seguinte maneira:

Regressão Linear = 1 GL

Desvios de Regressão = t – 2 GL

onde:
t = número de tratamentos (variável X);

e) Calculam-se os Quadrados Médios de Regressão Linear e de Desvios de


Regressão dividindo-se suas Somas de Quadrados pelos seus respectivos Graus de
Liberdade;
f) A significância estatística da Regressão Linear e dos Desvios de Regressão é
dada pelo teste F, sendo que os valores dos F’s calculados são obtidos da seguinte
maneira:

QM Re gressão Linear
F Calculado para Regressão Linear =
QM Re síduo

QM Desvios de Re gressão
F Calculado para Desvios de Regressão =
QM Re síduo

g) No caso de ser significativo apenas a Regressão Linear, calcula-se a equação


de regressão (Ŷ = a + bX) para se obterem os valores médios esperados de tratamentos.
Com estes valores médios esperados e as médias observadas de tratamentos podem-se
calcular os desvios, cuja soma algébrica deve ser nula;
h) Em caso contrário, ou seja, se os Desvios de Regressão forem significativos
indicam a existência de outros tipos de regressão (Regressão Quadrática, Regressão
Cúbica, etc.). Neste caso, deve-se fazer o desdobramento dos Graus de Liberdade de
Desvios de Regressão nos seus diversos tipos, através do método dos polinômios
ortogonais, o qual será visto posteriormente.
Exemplo 2: A partir dos dados da TABELA 9.2, pede-se:
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 268
269
a) Fazer a análise da variância;
b) Obter o coeficiente de variação;
c) Fazer a análise da variância levando-se em conta a regressão linear;
d) Obter a equação de regressão linear, acompanhada de tabela de médias e de
gráfico;
e) Obter o coeficiente de determinação.

TABELA 9.2 - DADOS DE ALTURA (EM CENTÍMETROS) DE PLANTAS DE ALFACE (Lactuca


sativa L.) EM RELAÇÃO AOS NÍVEIS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA (ESTERCO DE
BOI)

Tratamentos I II III IV V VI Totais de Tratamentos

0+ 8,07 12,69 6,65 7,68 8,34 8,07 51,50

20 8,17 12,96 8,85 7,61 7,60 10,84 54,03

30 13,80 8,00 9,80 9,56 8,63 10,11 59,90

40 13,27 12,71 9,22 12,10 10,60 12,21 70,11

FONTR: SILVA e FERREIRA (1985).


NOTA: (+) kg de esterco de boi/3,6 m2.

Resolução:
a)Análise da Variância:

t = 4

r = 6

N = txr

= 4 x 6 = 24

GL Tratamentos = t – 1

= 4 –1 = 3

GL Resíduo = t (r – 1)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 269


270
= 4 (6 – 1)

= 4 (5) = 20

GL Total = t x r – 1

= 4x6 – 1

= 24 – 1 = 23

Y = 8,07 + 8,17 + ... + 12,21 = 235,54

Y2 = (8,07)2 + (8,17)2 + ... + (12,21)2

= 65,1249 + 66,7489 + … + 149,0841 = 2.427,9192


( Y )
2

SQ Total   Y  2

 2.427,9192 
235,54
2

24

55.479,0916
= 2.427,9192 
24

 2.427,9192  2.311,6288  116,2904

T
2
 Y  2

SQ Tratamentos  
r N

=
51,502  54,032  59,902  70,112 
235,542
6 24

2.652,25  2.919,2409  3.588,01  4.915,4121 55.479,0916


= 
6 24

14.074,913 55.479,0916
= 
6 24

= 2.345,8188 – 2.311,6288 = 34,19

SQ Resíduo = SQ Total – SQ Tratamentos

= 116,2904 – 34,19 = 82,1004

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 270


271
SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

34,19
=  11,396667
3

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

82,1004
=  4,10502
20

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

11,396667
=  2,78
4,10502
F Tabelado (1%) = 4,94

F Tabelado (5%) = 3,10

TABELA 9.3 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA


(ESTERCO DE BOI) NA ALTURA DE PLANTAS DE ALFACE (Lactuca sativa L.)
VIÇOSA – AL. 1985

Causa de Variação GL SQ QM F

Adubação Orgânica 3 34,1900 11,396667 2,78 ns

Resíduo 20 82,1004 4,105020

Total 23 116,2904

NOTA: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste F, não houve diferença significativa, no nível de 5% de


probabilidade, entre os níveis de adubação orgânica em relação à altura de plantas de
alface.
O fato de não ser levado em conta à regressão o resultado obtido pelo teste F
estaria em desacordo com a realidade, pois se verifica uma tendência de aumento da
altura de plantas de alface com o aumento no nível de adubação orgânica. Portanto, para
que seja feita uma análise correta há necessidade do emprego da regressão na análise da
variância, pois se trata de tratamentos quantitativos e têm-se mais de dois níveis de
adubação orgânica.
b) Coeficiente de Variação:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 271


272
 Y 
mˆ 
N

235,54
=  9,814
24

s  QM Re síduo

= 4,105020 = 2,0260849

100 x s
CV 

100 x 2,0260849
=
9,814

202,60849
=  20,64%
9,814

O coeficiente de variação foi 20,64%, indicando uma precisão experimental


regular.
c) Análise da Variância com Regressão Linear:

GL de Regressão Linear = 1

GL de Desvios de Regressão = t – 2

= 4 – 2 = 2

N = txr

= 4 x 6 = 24

 X  0,0 x 6  (20,0 x 6)  (30,0 x 6)  (40,0 x 6)


= 0,0 + 120,0 + 180,0 + 240,0 = 540,0

Y  8,07  8,17  ...  12,21  235,54


X 2
       
 (0,0) 2 x 6  (20,0) 2 x 6  (30,0) 2 x 6  (40,0) 2 x 6

= (0,0 x 6)  (400,0 x 6)  (900,0 x 6)  (1.600,0 x 6)

= (0,0)  (2.400,0)  (5.400,0)  (9.600,0) = 17.400,0

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 272


273

 XY  (0,0 x 8,07)  (20,0 x 8,17)  ...  (40,0 x 12,21)


= 0,0 + 163,4 + ... + 488,4 = 5.682,0

( X )( Y ) 
2

 XY  
 N 
SQ Re gressão Linear 
( X ) 2

X2  N
2
 (540,0)(235,54) 
5.682,0  24 
=
(540,00) 2
17.400,00 
24

2
 127.191,6 
 5.682,0  
=  24 
291.600,00
17.400,00 
24

=
5.682,00  5.299,65 2
17.400,00  12.150,00

=
382,35 2
5.250,00

146.191,52
= = 27,846004
5.250,00

SQ Desvios de Regressão = SQ Tratamentos – SQ Regressão Linear

= 34,1900 – 27,846004 = 6,343996

SQ Re gressão Linear
QM Regressão Linear =
GL Re gressão Linear

27,846004
= = 27,846004
1

SQ Desvios de Re gressão
QM Desvios de Regressão =
GL Desvios de Re gressão

6,343996
= = 3,171998
2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 273


274

QM Re gressão Linear
F Calculado para Regressão Linear =
QM Re síduo

27,846004
=  6,78
4,105020

QM Desvios de Re gressão
F Calculado para Desvios de Regressão =
QM Re síduo

3,171998
=  0,773
4,105020

F Tabelado (1%) para Regressão Linear = 8,10

F Tabelado (5%) para Regressão Linear = 4,35

F Tabelado (1%) para Desvios de Regressão = 0,005

F Tabelado (5%) para Desvios de Regressão = 0,0254

Agora, a TABELA 9.3 fica da seguinte maneira:


TABELA 9.3 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA
(ESTERCO DE BOI) NA ALTURA DE PLANTAS DE ALFACE (Lactuca sativa L.).
VIÇOSA-AL, 1985

Causa de Variação GL SQ QM F

(Adubação Orgânica) (3) (34,190000) - -


Regressão Linear 1 27,846004 27,846004 6,78 *
Desvios de Regressão 2 6,343996 3,171998 0,773 ns

Resíduo 20 82,100400 4,105020

Total 23 116,290400

NOTAS: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.


(*) Significativo no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a regressão
linear, indicando que quando aumenta o nível de adubação orgânica (esterco de boi)
ocorre um incremento na altura de plantas de alface.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para os
desvios de regressão, indicando que a relação entre os níveis de adubação orgânica
(esterco de boi) e altura de plantas de alface é determinada apenas pela regressão linear.
d) Equação de Regressão Linear Acompanhada de Tabela de Médias e de
Gráfico:
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 274
275

XY  
( X )( Y )

bˆ  N

X  
2
( X)
2

(540,0)(235,54)
5.682,0 
= 24
(540,00) 2
17.400,00 
24

127.191,6
5.682,0 
= 24
291.600,00
17.400,00 
24

5.682,00  5.299,65
=
17.400,00  12.150,00

382,35
=  0,072829
5.250,0

Y 
Y
N

235,54
=  9,814167
24

X 
X
N

540,0
= = 22,5
24

aˆ  Y  bˆX

= 9,814167  0,072829 x 22,5

= 9,814167  1,638653 = 8,175514

Yˆ  a  bX

= 8,175514 + 0,072829 X

Médias Esperadas:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 275


276


m0  8,175514  0,072829 x 0,0

= 8,175514 + 0,0  8,18

ˆ 20  8,175514  0,072829 x 20,0


m

= 8,175514 + 1,45658  9,63

ˆ 30  8,175514  0,072829 x 30,0


m

= 8,175514 + 2,18487  10,36

ˆ 40  8,175514  0,072829 x 40,0


m

= 8,175514 + 2,91316  11,09

Médias Observadas:

mˆ 0 
Y 0

51,50
=  8,58
6

mˆ 20 
Y 20

54,03
=  9,01
6

mˆ 30 
Y 30

59,90
=  9,98
6

ˆ 40 
m
Y 40

70,11
=  11,69
6

TABELA 9.4 – EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA (ESTERCO DE BOI) NA


ALTURA DE PLANTAS DE ALFACE (Lactuva sativa L.). VIÇOSA-AL, 1985

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 276


277

Níveis de Adubação Orgânica Médias (cm) Desvios de

Esperada (A) Observada (B) Regressão (A – B)

0 Kg de Esterco de boi/3,6 m2 8,18 8,58 – 0,40

20 Kg de Esterco de boi/3,6 m2 9,63 9,01 0,62

30 Kg de Esterco de boi/3,6 m2 10,36 9,98 0,38

40 Kg de Esterco de boi/3,6 m2 11,09 11,69 – 0,60

FIGURA 9.3 – EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA (ESTERCO DE BOI) NA


ALTURA DE PLANTAS DE ALFACE (Lactuca sativa L.) VIÇOSA – AL. 1985

Verifica-se que quando aumenta o nível de adubação orgânica (esterco de boi)


ocorre um incremento na altura de plantas de alface de forma aproximadamente linear,
conforme TABELA 9.4 e FIGURA 9.3.
d) Coeficiente de determinação:

SQ Re gressão x 100
R2 
SQ Tratamentos
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 277
278

27,846004 x 100
=
34,190000

2.784,6004
=  81,44%
34,1900

O valor de R 2 explica 81,44% do incremento na altura média de plantas de alface


em função do aumento do nível de adubação orgânica (esterco de boi) determinado pela
equação linear.
Diante deste exemplo, fica evidente a importância da regressão na análise de
variância. Se a regressão não fosse empregada, a conclusão tirada acerca dos tratamentos
não seria condizente com a realidade.

9.4 Análise de Regressão Através de Polinômios Ortogonais

O método de regressão usado anteriormente na análise de variância é próprio


para o caso de Regressão Linear. Quando, porém, os Desvios de Regressão forem
significativos, deve-se, então, utilizar o método dos polinômios ortogonais.
Neste método, o procedimento de análise de variância é o seguinte:
a) Analisam-se os dados experimentais da variável Y de acordo com o
delineamento estatístico utilizado;
b) Calculam-se as Somas de Quadrados de Regressão através das seguintes
fórmulas:

( C 1T )
2

SQ Regressão Linear 
rK1

( C 2T )
2

SQ Regressão Quadrática 
rK 2

( C 3T )
2

SQ Regressão Cúbica 
rK 3

( C 4T )
2

SQ Regressão de 4º Grau 
rK 4

onde:
C = coeficiente para interpolação de polinômios ortogonais, obtido em tabelas (TABELA
A-14);
T = totais de tratamentos;
K = soma de quadrados dos coeficientes, obtido em tabelas (TABELA A-14);
r = número de repetições do experimento, para o caso dos experimentos simples, e
número de repetições do experimento (r) multiplicado pelo número de tratamentos

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 278


279
do outro grupo (tN), para o caso dos experimentos complexos (fatorial, parcelas
subdivididas, etc.);

c) Como, geralmente, na pesquisa agropecuária ocorre efeito significativo até a


Regressão de 4º Grau e quando existem Graus de Liberdade disponíveis, calcula-se a
Soma de Quadrados de Desvios de Regressão pela diferença entre a Soma de Quadrados
de Tratamentos e as Somas de Quadrados de Regressão;
d) Obtêm-se os Graus de Liberdade das Regressões e de Desvios de Regressão da
seguinte maneira:

Regressão Linear = 1 GL

Regressão Quadrática = 1 GL

Regressão Cúbica = 1 GL

Regressão de 4º Grau = 1 GL

Desvios de Regressão = GL Tratamentos – (GL Regressão Linear +

GL Regressão Quadrática + GL Regressão Cúbica +

GL Regressão de 4º Grau)

e) Calculam-se os Quadrados Médios de Regressão e de Desvios de Regressão


dividindo-se suas Somas de Quadrados pelos seus respectivos Graus de Liberdade;
f) A significância estatística das Regressões e de Desvios de Regressão é dada
pelo teste F, sendo que os valores dos F’s calculados são obtidos dividindo-se seus
respectivos Quadrados Médios pelo Quadrado Médio do Resíduo;
g) Calcula-se a equação de regressão a partir da regressão de maior grau que
apresentou significância estatística pelo teste F. Por exemplo, se fosse a Regressão de 4º
Grau que apresentasse significância estatística, a equação de regressão ficaria assim
constituída:

Y – Y = B1M1P1 + B2M2P2 + B3M3P3 + B4M4P4

onde:
Y = estimativa da variável dependente;
Y = estimativa da média observada da variável dependente;
B = coeficiente angular, obtido através da fórmula:

B
 CT
rK

onde:
C = coeficiente para interpolação de polinômios ortogonais, obtido em tabelas (TABELA
A-14);

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 279


280
T = totais de tratamentos;
K = soma de quadrados dos coeficientes, obtido em tabelas (TABELA A-14);
r = número de repetições do experimento, para o caso dos experimentos simples, e
número de repetições multiplicado pelo número de tratamentos do outro grupo que
não está em evidência, para o caso dos experimentos complexos (fatorial, parcelas
subdivididas, etc.);

M = constantes, obtidas em tabela (TABELA A-14);


P1 = polinômios ortogonais do 1º grau, obtidos através da fórmula:

P1 = x

sendo

XX
x
q

onde:
X = variável independente;
X = média da variável independente;
q = diferença entre dois níveis sucessivos de X;

P2 = polinômios ortogonais do 2º grau, obtidos através da fórmula:

n2 1
P2  x 2 
12

onde:
n = número de níveis de X;

P3 = polinômios ortogonais do 3º grau, obtidos através da fórmula:

3n 2  7
P3  x 3  x
20

P4 = polinômios ortogonais do 4º grau, obtidos através da fórmula:

3n 2  13 2 3(n 2  1)(n 2  9)
P4  x 4  x 
14 560

h) Com a equação de regressão obtêm-se os valores médios esperados de


tratamentos. Com tais valores médios esperados e com as médias observadas de
tratamentos podem-se calcular os desvios, cuja soma algébrica deve ser nula.
É preciso ressaltar que este procedimento só é válido quando os níveis de
tratamentos são igualmente espaçados.
Exemplo 3: A partir dos dados das TABELAS 9.5 e 9.6, pede-se:
a) Fazer a análise da variância levando-se em conta a regressão, através da
utilização do método dos polinômios ortogonais;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 280


281
b) Obter a equação de regressão, acompanhada de tabela de médias e de gráfico;
c) Obter o coeficiente de determinação.

TABELA 9.5 – DADOS DE PRODUÇÃO (em kg/parcela) DE MILHO (Zea mays L.) EM RELAÇÃO
AOS NÍVEIS DE ADUBAÇÃO FOSFATADA

Tratamentos I II III IV Totais de Tratamentos

0* 3,38 5,77 4,90 4,54 18,59

25 7,15 9,78 9,99 10,10 37,02

50 10,07 9,73 7,92 9,48 37,20

75 9,55 8,95 10,24 8,66 37,40

100 9,14 10,17 9,75 9,50 38,56

Totais de Blocos 39,29 44,40 42,80 42,28 168,77


FONTE: GOMES (1985).
NOTA: (*): kg de P2 O5/ha.

TABELA 9.6 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DO EFEITO DE


NÍVEIS DE ADUBAÇÃO FOSFATADA NA PRODUÇÃO DE MILHO (Zea mays L.)

Causa de Variação GL SQ QM F

Adubação Fosfatada 4 72,22 18,055 19,84**


Blocos 3 2,73 - -
Resíduo 12 10,92 0,910

Total 19 85,87

Coeficiente de Variação: % 11,30


FONTE: GOMES (1985).
NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

Resolução:
a) Análise da Variância com Regressão:

GL Regressão Linear = 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 281


282
GL Regressão Quadrática = 1

GL Regressão Cúbica = 1

GL Regressão de 4º Grau = 1

r = 4

K1 = 10

K2 = 14

K3 = 10

K4 = 70

Coeficientes
Totais de Tratamentos (T)
C1 C2 C3 C4

18,59 – 2 + 2 – 1 + 1

37,02 – 1 – 1 + 2 – 4

37,20 0 – 2 0 + 6

37,40 + 1 – 1 – 2 – 4

38,56 + 2 + 2 + 1 + 1

( C1T ) 2
SQ Re gressão Linear 
rK1

=
 (2 x 18,59)  (1 x 37,02)  (0 x 37,20)  (1 x 37,40)  (2 x 38,56) 2
4 x 10

=
( 37,18)  ( 37,02)  (0,00)  (37,40)  (77,12) 2
40

(40,32) 2
=
40

1.625,7024
= = 40,64256
40

( C 2T ) 2
SQ Re gressão Quadrática 
rK 2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 282


283

=
(2 x 18,59)  (1 x 37,02)  (2 x 37,20)  (1 x 37,40)  (2 x 38,56) 2
4 x 14

=
(37,18)  ( 37,02)  ( 74,40)  ( 37,40)  (77,12) 2
56

(34,52) 2
=
56

1.191,6304
= = 21,279114
56

( C3T ) 2
SQ Re gressão Cúbica 
rK 3

=
(1 x 18,59)  (2 x 37,02)  (0 x 37,20)  (2 x 37,40)  (1 x 38,56) 2
4 x 10

=
( 18,59)  (74,04)  (0,00)  ( 74,80)  (38,56) 2
40

(19,21) 2
=
40

369,0241
= = 9,225603
40
( C 4T ) 2
SQ Re gressão de 4º Grau 
rK 4

=
(1 x 18,59)  ( 4 x 37,02)  (6 x 37,20)  ( 4 x 37,40)  (1 x 38,56) 2
4 x 70

=
(18,59)  ( 148,08)  (223,20)  ( 149,60)  (38,56) 2
280

(17,33) 2
=
280

300,3289
= = 1,072603
280

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 283


284
SQ Re gressão Linear
QM Re gressão Linear 
GL Re gressão Linear

40,64256
= = 40,64256
1

SQ Re gressão Quadrática
QM Re gressão Quadrática 
GL Re gressão Quadrática

21,279114
= = 21,279114
1

SQ Re gressão Cúbica
QM Re gressão Cúbica 
GL Re gressão Cúbica

9,225603
= = 9,225603
1

SQ Re gressão de 4º Grau
QM Re gressão de 4º Grau 
GL Re gressão de 4º Grau

1,072603
= = 1,072603
1

QM Re gressão Linear
F Calculado para Regressão Linear =
QM Re síduo

40,64256
=  44,66
0,910

QM Re gressão Quadrática
F Calculado para Regressão Quadrática =
QM Re síduo

21,279114
=  23,38
0,910

QM Re gressão Cúbica
F Calculado para a Regressão Cúbica =
QM Re síduo

9,225603
=  10,14
0,910

QM Re gressão de 4º Grau
F Calculado para Regressão de 4º Grau =
QM Re síduo

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 284


285

1,072603
=  1,18
0,910

F Tabelado (1%) para as Regressões = 9,33

F Tabelado (5%) para as Regressões = 4,75

Agora, a TABELA 9.6 fica da seguinte maneira:

TABELA 9.6 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DO EFEITO DE


NÍVEIS DE ADUBAÇÃO FOSFATADA NA PRODUÇÃO DE MILHO (Zea mays
L.). PIRACICABA-SP, 1985

Causa de Variação GL SQ QM F

(Adubação Fosfatada) (4) (72,220000) - -


Regressão Linear 1 40,642560 40,642560 44,66 **

Regressão Quadrática 1 21,279114 21,279114 23,38 **

Regressão Cúbica 1 9,225603 9,225603 10,14 **

Regressão de 4º Grau 1 1,072603 1,072603 1,18 ns

Blocos 3 2,730000 - -

Resíduo 12 10,920000 0,910000

Total 19 85,870000

Coeficiente de Variação (%) 11,30

NOTAS: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.


(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, para as
Regressões Linear, Quadrática e Cúbica, indicando que a equação de 3º grau explica o
aumento da produção de milho em função dos níveis de adubação fosfatada.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a
Regressão de 4º Grau, indicando que a relação entre níveis de adubação fosfatada e
produção de milho é determinada apenas pela equação de 3º grau.
b) Equação de Regressão Acompanhada de Tabela de Médias e de Gráfico:

Y 
Y
N

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 285


286
168,77
= = 8,4385
20

B1 
C T1

rK1

(2 x 18,59)  (1 x 37,02)  (0 x 37,20)  (1 x 37,40)  (2 x 38,56)


=
4 x 10

( 37,18)  ( 37,02)  (0,00)  (37,40)  (77,12)


=
40

40,32
= = 1,008
40

B2 
C T2

rK 2

(2 x 18,59)  (1 x 37,02)  (2 x 37,20)  (1 x 37,40)  (2 x 38,56)
=
4 x 14

(37,18)  ( 37,02)  ( 74,40)  ( 37,40)  (77,12)


=
56

 34,52
= = – 0,616428571
56

B3 
C T3

rK 3

(1 x 18,59)  (2 x 37,02)  (0 x 37,20)  (2 x 37,40)  (1 x 38,56)


=
4 x 10

( 18,59)  (74,04)  (0,00)  ( 74,80)  (38,56)


=
40

19,21
= = 0,48025
40

M1 = 1

M2 = 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 286


287
5
M3 =
6

= 0,833333333

P1 = x

n2 1
P2  x 2 
12

(5) 2  1
= x2 
12

25  1
= x2 
12

24
= x2 
12

= x2 – 2

3n 2  7
P3  x 3  x
20

3 (5) 2  7
= x3  x
20

3 (25)  7
= x3  x
20

75  7
= x3  x
20

68
= x3  x
20

= x3 – 3,4 x
Y = Y + B1M1P1 + B2M2P2 + B3M3P3 + B4M4P4

= 8,4385 + [1,008 x 1 (x)] + [– 0,616428571 x 1 (x2 – 2)] +

[0,48025 x 0,833333333 (x3 – 3,4 x) ]

= 8,4385 + 1,008 x – 0,616428571 x2 + 1,232857142 +

0,400208333 x3 – 1,360708333 x

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 287


288

= 9,671357142 – 0,352708333 x – 0,616428571 x2 + 0,400208333 x3

A variável auxiliar x é dada pela equação:

XX
x
q

onde, neste caso, tem-se:

X 
X
N

=
(0,0 x 4)  (25,0 x 4)  (50,0 x 4)  (75,0 x 4)  (100,0 x 4)
20

=
0,0  100,0  200,0  300,0  400,0
20

1.000,0
= = 50,0
20

q = 25

XX
x
q

X  50,0
=
25

= 0,04 X – 2

Substituindo a variável auxiliar x na equação de regressão, tem-se:

Y = 9,671357142 – 0,352708333 (0,04 X – 2) –

0,616428571 (0,04 X – 2 )2 + 0,400208333 (0,04 X – 2 )3

= 9,671357142 – 0,014108333 X + 0,705416666 –


0,616428571 (0,0016 X2 – 0,16 X + 4) +

0,400208333 (0,000064 X3 – 0,0096 X2 + 0,48 X – 8)

= 9,671357142 – 0,014108333 X + 0,705416666 – 0,000986285 X2 +

0,098628571 X – 2,465714284 + 0,000025613 X3 –

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 288


289

0,003841999 X2 + 0,192099999 X – 3,201666664

= 4,70939286 + 0,276620237 X – 0,004828284 X2 + 0,000025613 X3

Médias Esperadas:

m̂0 = 4,70939286 + 0,276620237 (0,0) –

0,004828284 (0,0)2 + 0,000025613 (0,0)3

= 4,70939286 + 0,0 – 0,0 + 0,0  4,7094

m̂25 = 4,70939286 + 0,276620237 (25,0) –

0,004828284 (25,0)2 + 0,000025613 (25,0)3

= 4,70939286 + 6,915505925 – 0,004828284 (625) +

0,000025613 (15.625)

= 4,70939286 + 6,915505925 – 3,0176775 + 0,400203125  9,0074

m̂50 = 4,70939286 + 0,276620237 (50,0) –

0,004828284 (50,0)2 + 0,000025613 (50,0)3

= 4,70939286 + 13,83101185 – 0,004828284 (2.500) +

0,000025613 (125.000)

= 4,70939286 + 13,83101185 – 12,07071 + 3,201625  9,6713

m̂75 = 4,70939286 + 0,276620237 (75,0) –

0,004828284 (75,0)2 + 0,000025613 (75,0)3

= 4,70939286 + 20,74651778 – 0,004828284 (5.625) +

0,000025613 (421.875)

= 4,70939286 + 20,74651778 – 27,1590975 + 10,80548438  9,1023

m̂100 = 4,70939286 + 0,276620237 (100,0) –

0,004828284 (100,0)2 + 0,000025613 (100,0)3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 289


290

= 4,70939286 + 27,6620237 – 0,004828284 (10.000) +

0,000025613 (1.000.000)

= 4,70939286 + 27,6620237 – 48,28284 + 25,613  9,7016

Médias Observadas:

mˆ 0 
Y 0

18,59
=  4,6475
4

mˆ 25 
Y 25

37,02
=  9,2550
4

mˆ 50 
Y 50

37,20
=  9,3000
4

mˆ 75 
Y 75

37,40
=  9,3500
4

mˆ 100 
Y 100

38,56
= = 9,6400
4

TABELA 9.7 – EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO FOSFATADA NA PRODUÇÃO DE MILHO


(Zea mays L.). PIRACICABA – SP, 1985

Níveis de Adubação Médias (kg/parcela) Desvios de Regressão


Fosfatada Esperada (A) Observada (B) (A – B)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 290


291
O kg de P2 O5/ha 4,7094 4,6475 0,0619

25 kg de P2 O5/ha 9,0074 9,2550 – 0,2476

50 kg de P2 O5/ha 9,6713 9,3000 0,3713

75 kg de P2 O5/ha 9,1023 9,3500 – 0,2477

100 kg de P2 O5/ha 9,7016 9,6400 0,0616

FIGURA 9.4 – EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO FOSFATADA NA PRODUÇÃO DE MILHO


(Zea mays L.). PIRACICABA – SP, 1985

Recomenda-se o nível de 50 kg de P2 O5/ha como o mais indicado para se ter


uma produção de milho economicamente viável, conforme TABELA 9.7 e FIGURA 9.4.

c) Coeficiente de determinação:

SQ Re gressão x 100
R2 
SQ Tratamentos

71,147277 x 100
=
72,2200

7.114,7277
=  98,51%
72,2200
O valor de R 2 explica 98,51% do incremento na produção de milho em função
do aumento do nível de adubação fosfatada determinado pela equação de 3º grau.

9.5 Regressão Polinomial Aplicada a Dados Sem Repetição

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 291


292

Há casos, na pesquisa agropecuária, em que não há possibilidade de repetição


para os dados a serem coletados, como por exemplo, dados meteorológicos de uma
determinada região. Por outro lado, mesmo quando possível o uso de repetição, às vezes
não são utilizadas, por motivos vários. Contudo, tendo-se interesse em analisar os dados e
sabendo-se de antemão da impossibilidade de se obter uma estimativa exata do erro
experimental, o pesquisador pode utilizar o Quadrado Médio dos Desvios de Regressão
como resíduo.
Quanto ao procedimento de análise de variância, seguem-se os princípios da
análise de regressão através de polinômio ortogonais, com algumas modificações, como
será visto no exemplo a seguir:
Exemplo 4: A partir dos dados da TABELA 9.8, pede-se:
a) Fazer a análise da variância através da utilização da regressão polinomial
aplicada a dados sem repetição;
b) Obter a equação de regressão, acompanhada de tabela de médias e de gráfico;
c) Obter o coeficiente de determinação.

TABELA 9.8 – DADOS DE TEMPERATURAS MÁXIMAS MÉDIAS DOS MESES DO ANO EM


MACEIÓ–AL (ºC)*, E DOS COEFICIENTES CORRESPONDENTES AOS

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 292


293
COMPONENTES LINEAR, QUADRÁTICO E CÚBICO, ALÉM DOS VALORES DE
KEM

Meses Temperatura Coeficiente Coeficiente Coeficiente


(Y) (C1) (C2) (C3)

1 – Janeiro 30 – 11 55 – 33

2 – Fevereiro 30 –9 25 3

3 – Março 30 –7 1 21

4 – Abril 29 –5 – 17 25

5 – Maio 28 –3 – 29 19

6 – Junho 27 –1 – 35 7

7 – Julho 27 1 – 35 –7

8 – Agosto 27 3 – 29 – 19

9 – Setembro 28 5 – 17 – 25

10 – Outubro 29 7 1 – 21

11 – Novembro 29 9 25 –3

12 – Dezembro 30 11 55 33

K 572 12.012 5.148

2
M 2 3
3

FONTE: (*) Canal do Tempo.

Resolução:
a) Análise da Variância com Regressão:

GL Total = N – 1

= 12 – 1 = 11

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 293


294
GL Regressão Linear = 1

GL Regressão Quadrática = 1

GL Regressão Cúbica = 1

GL Desvios de Regressão = GL Total –

(GL Regressão Linear + GL Regressão Quadrática +

GL Regressão Cúbica)

= 11 – ( 1 + 1 + 1)

= 11 – 3 = 8

( Y ) 2
SQ Total = Y 2  N

(344) 2
= (30) 2  (30) 2  ...  (30) 2 
12

118.336
= 900 + 900 +...+ 900 –
12

 9.878  9.861,333333 = 16,666667

( C1Y ) 2
SQ Re gressão Linear 
K1


(11 x 30)  (9 x 30)  ...  (11 x 30) 2
572

=
( 330)  ( 270)  ...  (330) 2
572

( 24) 2
=
572

576
  1,006993
572

( C 2Y ) 2
SQ Re gressão Quadrática 
K2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 294


295


(55 x 30)  (25 x 30)  ...  (55 x 30) 2
12.012

=
(1.650)  (750)  ...  (1.650) 2
12.012

(380) 2
=
12.012

144.400
  12,021312
12.012

( C3Y ) 2
SQ Re gressão Cúbica 
K3


(33 x 30)  (3 x 30)  ...  (33 x 30) 2
5.148

=
( 990)  (90)  ...  (990) 2
5.148


68
2

5.148

4.624
  0,898213
5.148

SQ Desvios de Regressão = SQ Total –

(SQ Regressão Linear + SQ Regressão Quadrática + SQ Regressão Cúbica)

= 16,666667 – (1,006993 + 12,021312 + 0,898213)

= 16,666667 – 13,926518 = 2,740149

SQ Re gressão Linear
QM Re gressão Linear 
GL Re gressão Linear

1,006993
  1,006993
1

SQ Re gressão Quadrática
QM Re gressão Quadrática 
GL Re gressão Quadrática

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 295


296
12,021312
  12,021312
1
SQ Re gressão Cúbica
QM Re gressão Cúbica 
GL Re gressão Cúbica

0,898213
  0,898213
1

SQ Desvios de Re gressão
QM Desvios de Regressão =
GL Desvios de Re gressão

2,740149
= = 0,342519
8

QM Re gressão Linear
F Calculado para Regressão Linear =
QM Desvios de Re gressão

1,006993
  2,94
0,342519

QM Re gressão Quadrática
F Calculado para Regressão Quadrática =
QM Desvios de Re gressão

12,021312
  35,10
0,342519

QM Re gressão Cúbica
F Calculado para Regressão Cúbica =
QM Desvios de Re gressão

0,898213
  2,62
0,342519

F Tabelado (1%) para as Regressões Linear, Quadrática e Cúbica = 12,25

F Tabelado (5%) para as Regressões Linear, Quadrática e Cúbica = 5,59

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 296


297

TABELA 9.9 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE TEMPERATURAS MÁXIMAS MÉDIAS DOS


MESES DO ANO DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ – AL

Causa de Variação GL SQ QM F

Regressão Linear 1 1,006993 1,006993 2,94 ns

Regressão Quadrática 1 12,021312 12,021312 35,10 **

Regressão Cúbica 1 0,898213 0,898213 2,62 ns

Desvios de Regressão (Resíduo) 8 2,740149 0,342519

Total 11 16,666667

NOTAS: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.


(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para as
Regressões Linear e Cúbica.
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, para a Regressão
Quadrática, indicando que a equação de 2º grau explica o comportamento da temperatura
máxima média em Maceió – AL em função dos meses do ano.
b) Equação de Regressão Acompanhada de Tabela de Médias e de Gráfico:

Y 
Y
N

344
= = 28,66666667
12

( C1Y )
B1 
K1

(11 x 30)  (9 x 30)  ...  (11 x 30)



572

( 330)  ( 270)  ...  (330)


=
572

 24
= = – 0,041958041
572

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 297


298
( C 2Y )
B2 
K2

(55 x 30)  (25 x 30)  ...  (55 x 30)



12.012

(1.650)  (750)  ...  (1.650)


=
12.012

380
= = 0,031635031
12.012

M1 = 2

M2 = 3

P1 = x

n2 1
P2  x 2 
12

(12) 2  1
= x2 
12

144  1
= x2 
12

143
= x2 
12

= x 2 – 11,91666667

Y = Y + B1M1P1 + B2M2P2

= 28,66666667 + [– 0,041958041 x 2 ( x)] +

[0,031635031 x 3 (x2 – 11,91666667)]

= 28,66666667 – 0,083916082 x + 0,094905093 x2 – 1,130952359

= 27,53571431 – 0,083916082 x + 0,094905093 x2

A variável auxiliar x é dada pela equação:

XX
x
q

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 298


299
onde, neste caso, tem-se:

X 
X
N
1  2  ...  12
=
12

78
= = 6,5
12

q = 1

XX
x
q

X  6,5
=
1

= X – 6,5

Substituindo a variável auxiliar x na equação de regressão, tem-se:

Y = 27,53571431 – 0,083916082 (X – 6,5) + 0,094905093 (X – 6,5) 2

= 27,53571431 – 0,083916082 X + 0,545454533 +

0,094905093 (X2 – 13 X + 42,25)

= 27,53571431 – 0,083916082 X + 0,545454533 + 0,094905093 X2 –

1,233766209 X + 4,009740179

= 32,09090902 – 1,317682291 X + 0,094905093 X2

Médias Esperadas:

m̂ 1 = 32,09090902 – 1,317682291 (1) + 0,094905093 (1) 2

= 32,09090902 – 1,317682291 + 0,094905093  30,868

m̂ 2 = 32,09090902 – 1,317682291 (2) + 0,094905093 (2) 2

= 32,09090902 – 2,635364582 + 0,379620372  29,835

m̂ 3 = 32,09090902 – 1,317682291 (3) + 0,094905093 (3) 2

= 32,09090902 – 3,953046873 + 0,854145837  28,992

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 299


300

2
m̂ 4 = 32,09090902 – 1,317682291 (4) + 0,094905093 (4)

= 32,09090902 – 5,270729164 + 1,518481488  28,339


2
m̂ 5 = 32,09090902 – 1,317682291 (5) + 0,094905093 (5)
= 32,09090902 – 6,588411455 + 2,372627325  27,875
2
m̂ 6 = 32,09090902 – 1,317682291 (6) + 0,094905093 (6)

= 32,09090902 – 7,906093746 + 3,416583348  27,601


2
m̂ 7 = 32,09090902 – 1,317682291 (7) + 0,094905093 (7)

= 32,09090902 – 9,223776037 + 4,650349557  27,517


2
m̂ 8 = 32,09090902 – 1,317682291 (8) + 0,094905093 (8)

= 32,09090902 – 10,54145833 + 6,073925952  27,623


2
m̂ 9 = 32,09090902 – 1,317682291 (9) + 0,094905093 (9)

= 32,09090902 – 11,85914062 + 7,687312533  27,919

m̂ 10 = 32,09090902 – 1,317682291 (10) + 0,094905093 (10) 2

= 32,09090902 – 13,17682291 + 9,4905093  28,405


2
m̂ 11 = 32,09090902 – 1,317682291 (11) + 0,094905093 (11)

= 32,09090902 – 14,4945052 + 11,48351625  29,080

m̂ 12 = 32,09090902 – 1,317682291 (12) + 0,094905093 (12) 2

= 32,09090902 – 15,81218749 + 13,66633339  29,945

Médias Observadas:

m 1 = 30


m 2 = 30


m 3 = 30


m 4 = 29

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 300


301


m 5 = 28


m 6 = 27


m 7 = 27

m 8 = 27


m 9 = 28


m 10 = 29


m 11 = 29


m 12 = 30

TABELA 9.10 – EFEITO DE TEMPERATURAS MÁXIMAS MÉDIAS DOS MESES DO ANO NO


MUNICÍPIO DE MACEIÓ – AL

Meses do Ano no Município de Médias (°C) Desvios de Regressão


Maceió-AL Esperada (A) Observada (B) (A – B)

1 – Janeiro 30,868 30,000 0,868

2 – Fevereiro 29,835 30,000 – 0,165

3 – Março 28,992 30,000 – 1,008

4 – Abril 28,339 29,000 – 0,661

5 – Maio 27,875 28,000 – 0,125

6 – Junho 27,601 27,000 0,601

7 – Julho 27,517 27,000 0,517

8 – Agosto 27,623 27,000 0,623

9 – Setembro 27,919 28,000 – 0,081

10 – Outubro 28,405 29,000 – 0,595

11 – Novembro 29,080 29,000 0,080

12 – Dezembro 29,945 30,000 – 0,055

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 301


302

FIGURA 9.5 – EFEITO DE TEMPERATURAS MÁXIMAS MÉDIAS DOS MESES DO ANO NO


MUNICÍPIO DE MACEIÓ – AL

Verifica-se que as temperaturas máximas médias no Município de Maceió-AL


diminuem de janeiro até julho, onde alcança o seu menor valor, e volta a aumentar até
dezembro, conforme TABELA 9.10 e FIGURA 9.5.

c) Coeficiente de determinação:

SQ Re gressão x 100
R2 
SQ Total

13,028305 x 100
=
16,666667

1.302,8305
=  78,17%
16,666667

O valor de R 2 explica 78,17% do incremento nas temperaturas máximas médias


no Município de Maceió-AL em função dos meses do ano determinado pela equação de
regressão do 2º grau.

9.6 Exercícios

a) A partir dos dados da TABELA 9.11, pede-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 302


303
a.1) Obter as estimativas dos coeficientes de correlação;
a.2) Verificar pelo teste “t” se os valores de r são significativos;
a.3) Obter as estimativas dos coeficientes de determinação;
a.4) Interprete os resultados obtidos das estimativas dos coeficientes e tire as
devidas conclusões.

TABELA 9.11 – EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA (ESTERCO DE BOI) EM


ALFACE (Lactuca sativa L.) AVALIADO ATRAVÉS DAS VARIÁVEIS
DIÂMETRO DA PLANTA (X), NÚMERO TOTAL DE FOLHAS POR PLANTA
(Y) E NÚMERO DE FOLHAS COMERCIÁVEIS POR PLANTA (Z)

Níveis de Adubação Orgânica Variáveis

X Y Z

O kg de Esterco de Boi/3,6 m2 28,05 26,13 21,04

20 kg de Esterco de Boi/3,6 m2 26,06 25,49 19,28

30 kg de Esterco de Boi/3,6 m2 28,11 27,27 22,33

40 kg de Esterco de Boi/3,6 m2 28,80 29,19 23,49

FONTE: SILVA e FERREIRA (1985).

b) A partir dos dados das TABELAS 9.12 e 9.13, pede-se:


b.1) Fazer a análise da variância levando-se em conta a regressão, através da
utilização do método dos polinômios ortogonais;
b.2) Obter a equação de regressão, acompanhada de tabela de médias e de
gráfico;
b.3) Obter o coeficiente de determinação.

TABELA 9.12 - DADOS DE TOTAIS DE PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR EM RELAÇÃO


AOS NÍVEIS DE ADUBAÇÃO FOSFATADA

Níveis de Adubação Fosfatada Totais (TCH)

O kg de P2 O5/ha 445,80

50 kg de P2 O5/ha 482,70

100 kg de P2 O5/ha 508,32

150 kg de P2 O5/ha 489,78

200 kg de P2 O5/ha 463,50

FONTE: CAMPOS, 1984.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 303


304

TABELA 9.13 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO


FOSFATADA NA PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR

Causa de Variação GL SQ QM F

Adubação Fosfatada 4 387,8748 96,9687 10,92 **

Blocos 5 735,6497 - -

Resíduo 20 177,6581 8,8829

Total 29 1.301,1826

FONTE: CAMPOS, 1984.


NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 304


305

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 305


305

EXPERIMENTOS
10 FATORIAIS

Os experimentos estudados nos capítulos anteriores são denominados de


experimentos simples, porque apresentam um grupo de tratamentos, permanecendo os
demais grupos constantes. Por exemplo, quando estuda-se o comportamento de cultivares
de milho numa determinada região, todos os demais grupos de tratamentos como época
de plantio, espaçamento, adubação, tratos culturais, época de colheita, etc., são mantidos
constantes, isto é, são os mesmos para todas as cultivares de milho estudadas.
Existem, contudo, casos em que vários grupos de tratamentos são estudados
simultaneamente para que possam conduzir a resultados de interesse, como por exemplo,
o estudo de efeito de diferentes espaçamentos em cultivares de milho numa determinada
região. Para tanto, utilizam-se dos experimentos fatoriais, que são aqueles que incluem
todas as combinações possíveis entre dois ou mais grupos de tratamentos.
Nos experimentos fatoriais dois termos devem ser definidos: fator e nível. Um
fator é qualquer grupo de tratamentos avaliado, enquanto que nível é qualquer uma das
subdivisões dentro do fator. Por exemplo: pode-se, num experimento fatorial, combinar
cinco cultivares com dois espaçamentos; então, os fatores serão cultivares e
espaçamentos, sendo que o fator cultivares ocorre em cinco níveis e o fator espaçamentos
ocorre em dois níveis. Os tratamentos, nesse experimento, serão:

C1 E1 C2 E1 C3 E1 C4 E1 C5 E1

C1 E2 C2 E2 C3 E2 C4 E2 C5 E2

que são todas as combinações possíveis dos dois fatores em seus diversos níveis.
Dependendo da natureza dos fatores usados, os experimentos fatoriais podem ser:
a) qualitativo – quando os tratamentos dos dois ou mais grupos são qualitativos
como, por exemplo, cultivares, tipos de poda e tipos de adubo; cultivares e tipos de
fungicida; tipos de adubo e tipos de herbicida; raças, tipos de ração e tipos de ambiente;
raças e tipos de vermífugo; tipos de vacina e tipos de ambiente; etc.;
b) quantitativo – quando os tratamentos dos dois ou mais grupos são
quantitativos como, por exemplo, idades de planta, doses de N e doses de herbicida;
doses de N e doses de fungicida; idades de animal, doses de vermífugo e doses de
vitamina; níveis de inclusão de um alimento na ração e períodos de restrição alimentar;
etc.;
c) misto – quando se usa os dois tipos de tratamentos, ou seja, quando um grupo
é qualitativo e o outro grupo é quantitativo, como por exemplo, cultivares e doses de N;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 305


306
tipos de poda e doses de fungicida; tipos de ração e doses de vermífugo; raças e níveis de
inclusão de um alimento na ração; etc..
Quanto aos experimentos fatoriais quantitativos, tem-se especial valor, nos
experimentos de adubação, os fatoriais da série 2n e da série 3n, ou qualquer outra série
semelhante. Nestes casos, a base representa o número de níveis de cada nutriente e o
expoente n, indica o número de nutrientes a ser usado (fatores). Por exemplo, o 23 = 2 x 2
x 2 poderia ser o estudo de N, P, K, nos níveis 0 e 1. Tem-se, então, 8 combinações ou
tratamentos a saber: N0 P0 K0; N0 P0 K1; N0 P1 K0; N0 P1 K1; N1 P0 K0; N1 P0 K1; N1 P1 K0;
N1 P1 K1. Contudo, os mais comuns são os da série: 33 = 3 x 3 x 3, onde se usam três
nutrientes (N, P, K) em três níveis (0, 1, 2), cada um. Têm-se, então, 27 combinações ou
tratamentos, a saber: N0 P0 K0; N0 P0 K1; N0 P0 K2; N0 P1 K0; N0 P1 K1; N0 P1 K2; N0 P2 K0;
N0 P2 K1; N0 P2 K2; N1 P0 K0; N1 P0 K1; N1 P0 K2; N1 P1 K0; N1 P1 K1; N1 P1 K2; N1 P2 K0;
N1 P2 K1; N1 P2 K2; N2 P0 K0; N2 P0 K1; N2 P0 K2; N2 P1 K0; N2 P1 K1; N2 P1 K2; N2 P2 K0;
N2 P2 K1; N2 P2 K2. Fato semelhante ocorre com os agroquímicos, que podem ser usados
ou avaliados em doses diferentes.
Os experimentos fatoriais não constituem um delineamento estatístico e sim um
esquema orientado de desdobramento de graus de liberdade de tratamentos, e podem ser
instalados em qualquer um dos delineamentos já estudados.
As principais vantagens dos experimentos fatoriais em relação aos experimentos
simples são as seguintes:
a) Melhor utilização dos recursos dando maior eficiência – Os experimentos
fatoriais utilizam melhor os recursos do que os experimentos simples, com mão-de-obra
reduzida em função da redução da área experimental, além da redução do tempo e dos
recursos financeiros empregados, proporcionando uma maior eficiência, tendo em vista
que são estudados ao mesmo tempo dois ou mais fatores. Por exemplo, se fosse estudado
em um experimento, só competição de cultivares, sem variação de espaçamentos, e, em
outro experimento, só espaçamentos, com uma cultivar apenas, não seria permitido tirar
conclusões mais abrangentes, tendo em vista que no primeiro experimento poderia-se
chegar à conclusão que uma cultivar se destacou perante as outras somente para aquele
tipo de espaçamento utilizado, e no outro experimento, que um tipo de espaçamento
sobrepujou os demais com a utilização daquela cultivar. Se, por outro lado, fosse
estudado através de um experimento fatorial, chegaria-se, sem sombra de dúvidas, a
conclusões mais gerais a respeito destes grupos de tratamentos, pois teria-se condições de
julgar o comportamento de todas as cultivares em todos os espaçamentos em um único
experimento.
b) Permitem estudar os efeitos principais dos fatores e os efeitos das
interações entre os fatores – Como em tais experimentos dois ou mais fatores são
estudados ao mesmo tempo, pode-se estudar o efeito principal de cada um dos fatores e o
efeito da interação entre dois fatores. Por exemplo, se num experimento fatorial for
estudado o comportamento de diversas cultivares de soja em diversas épocas de plantio e
for analisado a produção de grãos (kg/parcela), pode-se avaliar, isoladamente, o efeito de
cultivares e o efeito de épocas de plantio na produção de grãos de soja, bem como avaliar
o efeito da interação cultivares x épocas de plantio na produção de grãos de soja, ou seja,
se o comportamento das cultivares de soja é ou não o mesmo dentro dos níveis de épocas
de plantio. Já nos experimentos simples isto é impossível.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 306


307
Apesar de largamente usados na pesquisa agropecuária, os experimentos fatoriais
não podem ser aplicados indiscriminadamente, pois apresentam as seguintes
desvantagens:
a) A análise estatística é mais trabalhosa - Em tais experimentos, a análise
estatística é mais trabalhosa do que os experimentos simples, tendo em vista que, além de
se fazer a análise da variância preliminar, que é feita de acordo com o delineamento
estatístico utilizado, faz-se o desdobramento dos graus de liberdade de tratamentos no
esquema fatorial. Ainda, a interpretação dos resultados se torna mais difícil à medida que
aumenta o número de fatores e/ou de níveis no experimento.
b) O número de tratamentos ou combinações cresce rapidamente,
dificultando a instalação do experimento – Quando cresce o número de fatores ou
níveis, eleva-se muito o número de parcelas, como por exemplo, um ensaio fatorial de 6 x
4 x 2 com duas repetições, que dá um total de 96 parcelas, trazendo, com isso,
dificuldades na instalação do experimento. Estas dificuldades, como se sabe, dizem
respeito a homogeneidade da área experimental, bem como da disponibilidade de
material ou elemento humano.
Para contornar esta desvantagem surgiram várias alternativas, tais como:
(b.1) Uso de blocos incompletos – são aqueles que não contém todos os
tratamentos, sendo os mais simples os blocos incompletos equilibrados, com análise
intrablocos;
(b.2) Uso da técnica do confundimento – consiste em subdividir cada bloco em
sub-blocos homogêneos, de modo que se possa confundir um ou mais efeitos de
tratamentos (geralmente interações de menor interesse) com efeito de blocos. Constitui-se
na alternativa mais usada na prática;
(b.3) Uso de fatoriais fracionários – são aqueles que usam uma fração ou uma
parte de todas as possíveis combinações do fatorial.

10.1 Instalação do Experimento

Tendo em vista que os experimentos fatoriais podem se instalados em qualquer


um dos delineamentos já estudados, em função dos mesmos não se constituírem num
delineamento estatístico e sim, num esquema orientado de desdobramento de graus de
liberdade de tratamentos, deve-se, então, definir, inicialmente, qual o delineamento
estatístico que será utilizado; posteriormente, deve-se seguir à risca o que determina tal
delineamento, no que se refere à instalação do experimento.

10.2 Esquema da Análise da Variância

Os experimentos fatoriais podem ser instalados em qualquer um dos


delineamentos estatísticos já estudados. Em função disso, será feito uma abordagem
apenas em torno do delineamento em blocos casualizados, por ser o mais utilizado na
pesquisa agropecuária. Por outro lado, toda discussão feita é válida aos outros
delineamentos.
Considerando um experimento fatorial 3 x 2, onde combinam-se três tratamentos
A (A0, A1, A2) e dois tratamentos B (B0, B1), e quatro repetições, então tem-se o seguinte
quadro auxiliar da análise da variância:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 307


308

Quadro Auxiliar da ANAVA

Blocos
Totais de
Tratamentos
I II III IV Tratamentos

A0 B0 X (A0 B0) I X (A0 B0) II X (A0 B0) III X (A0 B0) IV T A0 B0

A0 B1 X (A0 B1) I X (A0 B1) II X (A0 B1) III X (A0 B1) IV T A0 B1

A1 B0 X (A1 B0) I X (A1 B0) II X (A1 B0) III X (A1 B0) IV T A1 B0

A1 B1 X (A1 B1) I X (A1 B1) II X (A1 B1) III X (A1 B1) IV T A1 B1

A2 B0 X (A2 B0) I X (A2 B0) II X (A2 B0) III X (A2 B0) IV T A2 B0

A2 B1 X (A2 B1) I X (A2 B1) II X (A2 B1) III X (A2 B1) IV T A2 B1

Totais de Blocos BI BII BIII BIV

O quadro auxiliar da análise de variância acima é utilizado para analisar a parte


inferior do quadro da análise da variância do experimento fatorial, que na verdade
corresponde a uma análise de variância do delineamento em blocos casualizados. Este
procedimento é chamado de análise preliminar.
A parte superior do quadro da análise da variância do experimento fatorial, que
corresponde ao desdobramento dos graus de liberdade de tratamentos no esquema
fatorial, é obtida a partir de uma análise efetuada numa tabela, proveniente do quadro
auxiliar anterior, chamada de dupla entrada, conforme se verifica a seguir:

Tabela de Dupla Entrada


Tratamentos B
Tratamentos A Totais de Tratamentos A
B0 B1

A0 T A0 B0 T A0 B1 T A0
A1 T A1 B0 T A1 B1 T A1
A2 T A2 B0 T A2 B1 T A2

Totais de Tratamentos B T B0 T B1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 308


309

O esquema da análise da variância é dado por:

Quadro da ANAVA
Causa de GL SQ QM F
Variação

SQ QM QM Tratamentos A
Tratamentos A tA – 1 Tratamentos A Tratamentos A
QM Re síduo
SQ QM QM Tratamentos B
Tratamentos B tB – 1 Tratamentos B Tratamentos B
QM Re síduo
SQ QM QM Interação A x B
Interação A x B (tA – 1) (tB – 1) Interação A x B Interação A x B
QM Re síduo
Tratamentos t–1 SQ Tratamentos - -

Blocos r–1 SQ Blocos -

Resíduo (t – 1 ) (r – 1) SQ Resíduo QM Resíduo

Total txr–1

onde:
GL = número de graus de liberdade;
SQ = soma de quadrados;
QM = quadrado médio;
F = valor calculado do teste F;
t = número de tratamentos (combinações);
r = número de repetições do experimento;
tA = número de tratamentos A;
tB = número de tratamentos B;

SQ Total =   2 
  2

onde:
X = valor de cada observação;
N = número de observações, que corresponde ao número de tratamentos (t) multiplicado
pelo número de repetições do experimento (r);

SQ Tratamentos =
 T( AB
2
)

  2
r 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 309


310

onde:
T ( AB ) = total de cada combinação (AB);

  2   
2
SQ Blocos = 
t 

onde:
B = total de cada bloco;

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

SQ Tratamentos A =
T 2
A

  2
r x tB 

onde:
TA = total de cada tratamento A;

SQ Tratamentos B =
T B
2


 
2

r x t 

onde:
TB = total de cada tratamento B;

SQ Interação A x B = SQ Tratamentos – (SQ Tratamentos A + SQ Tratamentos B)

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

SQ Tratamentos A
QM Tratamentos A =
GL Tratamentos A

SQ Tratamentos B
QM Tratamentos B =
GL Tratamentos B

SQ Interação A x B
QM Interação A x B =
GL Interação A x B

Vejam-se, a seguir, algumas considerações importantes a respeito da


interpretação do teste F nos experimentos fatoriais:
a) O teste F para Tratamentos A irá dizer se eles diferem entre si, sem levar em
conta os Tratamentos B;
b) O teste F para Tratamentos B irá dizer se eles diferem entre si, sem levar em
conta os Tratamentos A;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 310


311
c) O teste F para a Interação A x B irá dizer se o comportamento dos
Tratamentos A é influenciado pelo tipo de Tratamento B ou de modo análogo, se os
Tratamentos B apresentam resultados diferentes conforme o Tratamento A utilizado;
d) A Interação A x B apresentando F não significativo, indica que o
comportamento dos Tratamentos A independe dos Tratamentos B e vice-versa. Neste
caso, quando o fatorial for qualitativo, deve-se aplicar um teste de comparação de médias
adequado para cada um dos efeitos principais (fator A e B), desde que o teste F seja
significativo e se tenha mais de dois níveis. Quando o fatorial for quantitativo, deve-se
usar, para cada um dos efeitos principais (fator A e B), a regressão polinomial na análise
de variância e, em seguida, para cada fator, calcula-se a equação de regressão, a partir da
regressão de maior grau que apresentou significância estatística pelo teste F,
acompanhada de um gráfico. E quando o fatorial for misto, deve-se aplicar, para o efeito
principal qualitativo (fator A ou B), um teste de comparação de médias adequado, desde
que o teste F seja significativo e se tenha mais de dois níveis, e para o efeito principal
quantitativo (fator B ou A), a regressão polinomial na análise de variância e, em seguida,
calcula-se a equação de regressão, a partir da regressão de maior grau que apresentou
significância estatística pelo teste F, acompanhada de um gráfico;
e) A Interação A x B apresentando F significativo, indica que há influência dos
Tratamentos A sobre os Tratamentos B e vice-versa. Neste caso, não há necessidade de
se aplicar um teste de comparação de médias para os efeitos principais (fator A e B) se
eles forem qualitativos ou a regressão polinomial na análise de variância se eles forem
quantitativos e nem os dois procedimentos se o fatorial for misto, mas deve-se efetuar o
desdobramento dos graus de liberdade da Interação A x B sob uma das duas formas:
e.1) Entre Níveis de Tratamentos A Dentro de um Mesmo Nível de Tratamento
B:

Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL

Tratamentos B tB – 1

Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0 tA – 1

Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1 tA – 1

(Tratamentos) (t – 1)

Blocos r–1

Resíduo (t – 1) (r – 1)

Total txr–1
_____________________________________________________________________________________________

onde:

SQ Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 311


312

  Dentro de  02 ( 0 )
2

= 
r r x t

SQ Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1

  Dentro de 12 (1 )


2

= 
r r x t

QM Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0


SQ Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0
=
t 1

QM Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1

SQ Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1


=
t 1

F Calculado Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0

QM Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0


=
QM Re síduo

F Calculado Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1

QM Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1


=
QM Re síduo

e.2) Entre Níveis de Tratamentos B Dentro de um Mesmo Nível de Tratamento


A:

Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL

Tratamentos A tA – 1

Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0 tB – 1

Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1 tB – 1


Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2 tB – 1

(Tratamentos) (t – 1)

Blocos r–1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 312


313
Resíduo (t – 1) (r – 1)

Total txr–1

onde:

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0

  Dentro de  02 ( 0 )
2

= 
r r x t
SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1

  Dentro de 12 (1 )


2

= 
r r x t

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2

  Dentro de  22 ( 2 )
2

= 
r r x t

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0


=
tB 1

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1


=
tB 1

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2


=
tB 1

F Calculado Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0


=
QM Re síduo

F Calculado Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1


=
QM Re síduo
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 313
314

F Calculado Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2


=
QM Re síduo

f) Também, quando a Interação A x B apresenta F significativo, deve-se proceder


da seguinte maneira: se o fatorial for qualitativo, deve-se aplicar um teste de comparação
de médias adequado para comparar apenas um dos efeitos principais (fator A ou B)
dentro de cada nível do outro, sob uma das formas de desdobramento dos graus de
liberdade da Interação A x B, desde que o teste F seja significativo e se tenha mais de
dois níveis. Se o fatorial for quantitativo, deve-se usar apenas para um dos efeitos
principais (fator A ou B) dentro de cada nível do outro, sob uma das formas de
desdobramento dos graus de liberdade da Interação A x B, a regressão polinomial na
análise de variância e, em seguida, calcula-se a equação de regressão, para cada nível do
outro fator, a partir da regressão de maior grau que apresentou significância estatística
pelo teste F, acompanhada de um gráfico. Neste caso, recomenda-se, também, o uso de
superfície de resposta. E se o fatorial for misto, deve-se aplicar, apenas para o efeito
principal qualitativo (fator A ou B) dentro de cada nível do outro (fator quantitativo), um
teste de comparação de médias adequado, desde que o teste F seja significativo e se tenha
mais de dois níveis, ou apenas para o efeito principal quantitativo (fator B ou A) dentro
de cada nível do outro (fator qualitativo), a regressão polinomial na análise de variância
e, em seguida, calcula-se a equação de regressão para cada nível do outro, a partir da
regressão de maior grau que apresentou significância estatística pelo teste F,
acompanhada de um gráfico.

10.3 Exemplo com Interação Não Significativa

A fim de apresentar-se a análise de variância e a interpretação dos resultados de


um experimento fatorial, será discutido, a seguir, um exemplo com interação não
significativa.
Exemplo 1: A partir dos dados da TABELA 10.1, pede-se:
a) Fazer a análise da variância no esquema fatorial de 11 x 3, inclusive levando-
se em conta a regressão polinomial para épocas de plantio;
b) Obter o coeficiente de variação;
c) Obter a equação de regressão, acompanhada de tabela de médias e de gráfico,
e o coeficiente de determinação para épocas de plantio;
d) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na comparação
de médias de cultivares.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 314


315

TABELA 10.1 – EFEITO DE ÉPOCAS DE PLANTIO NA RESISTÊNCIA DE CULTIVARES DE ALHO (Allium


sativum L.) À Alternaria porri (Ell.) Cif., AGENTE CAUSAL DA MANCHA PÚRPURA, NO
MUNICÍPIO DE VIÇOSA-AL

Tratamentos * I II Totais de Tratamentos


A1 B1 1,73205 ** 1,73205 3,46410
A1 B2 1,73205 1,73205 3,46410
A1 B3 1,73205 1,41421 3,14626
A2 B1 2,23606 2,23606 4,47212
A2 B2 2,23606 2,23606 4,47212
A2 B3 2,00000 1,73205 3,73205
A3 B1 1,41421 1,41421 2,82842
A3 B2 1,41421 1,41421 2,82842
A3 B3 1,00000 1,41421 2,41421
A4 B1 2,23606 2,23606 4,47212
A4 B2 2,00000 2,23606 4,23606
A4 B3 2,00000 1,73205 3,73205
A5 B1 1,41421 1,41421 2,82842
A5 B2 1,41421 1,73205 3,14626
A5 B3 1,41421 2,00000 3,41241
A6 B1 2,00000 2,23606 4,23606
A6 B2 2,23606 2,00000 4,23606
A6 B3 2,00000 1,73205 3,73205
A7 B1 2,23606 2,23606 4,47212
A7 B2 2,00000 2,00000 4,00000
A7 B3 1,72205 1,41421 3,14626
A8 B1 2,23606 2,23606 4,47212
A8 B2 2,23606 2,23606 4,47212
A8 B3 2,23606 2,23606 4,47212
A9 B1 2,00000 2,23606 4,23606
A9 B2 2,00000 2,00000 4,00000
A9 B3 1,73205 1,73205 3,46410
A10 B1 2,00000 2,00000 4,00000
A10B2 2,23606 1,73205 3,96410
A10B3 1,41421 1,73205 3,14626
A11 B1 1,73205 1,73205 3,46410
A11 B2 1,73205 1,73205 3,46410
A11 B3 1,41421 1,41421 2,82842
Totais de Blocos 61,14435 61,31262 122,45697
FONTE: FERRREIRA e SILVA (1995).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 315


316
NOTAS: (*) Cultivares: A1 – CATETO ROXO; A2 – BRANCO MINEIRO; A3 – DOURADA; A4 – JURÉIA; A5 –
CENTENÁRIO; A6 – GIGANTE ROXO; A7 – GIGANTE INCONFIDENTES; A8 – PERUANO; A9
– MEXICANO; A10 – CHINÊS; A11 – AMARANTE; Épocas de Plantio: B1 – 1ª Época (22/04/86); B2
– 2ª Época (06/05/86 = 14 dias após a 1ª época ); B3 - 3ª Época (20/05/86 = 28 dias após a 1ª época).
(**) Dados referentes a notas, variando de 0 (ausência da manchas) a 5 (murcha e enrugamento das folhas
de 90 a 100%, com morte conseqüente), os quais foram transformados em nota.

Resolução:
a) Análise da Variância no Esquema Fatorial 11 x 3 com Regressão Polinomial
para Épocas de Plantio:

 X = 1,73205 + 1,73205 + ... + 1,41421 = 122,45697

 X = (1,73205) + (1,73205) + ... + (1,41421)


2 2 2 2

= 2,999997 + 2,999997 +…+ 1,999990 = 233,98121

t = 33

tA = 11

tB = 3

r = 2

N = txr

= 33 x 2 = 66

GL Tratamentos = t – 1

= 33 – 1 = 32

GL Blocos = r – 1

= 2–1 = 1

GL Resíduo = (t – 1) (r – 1)

= (33 – 1) (2 – 1)

= (32) (1) = 32

GL Total = t x r – 1

= 33 x 2 – 1

= 66 – 1 = 65
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 316
317

GL Cultivares = tA – 1

= 11 – 1 = 10

GL Épocas de Plantio = tB – 1

= 3 – 1 = 2

GL Regressão Linear = 1

GL Regressão Quadrática = 1

GL Interação C x EP = (tA – 1) (tB – 1)

= (11 – 1) (3 – 1)

= (10) (2) = 20

SQ Total =   2 
  2

= 233,98121 
122,456972
66

14.995,7095
= 233,98121 –
66

= 233,98121 – 227,20772 = 6,77349

SQ Tratamentos =
 T( AB
2
)

 
2

r 

=
3,464102  3,464102  ...  2,828422  122,456972
2 66

11,9999888  11,9999888  ...  7,9999597 149.995,7095


= 
2 66

466,35532 149.995,7095
= 
2 66

= 233,17766 – 227,20772 = 5,96994

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 317


318

  2   
2
SQ Blocos = 
t 

=
61,144352  61,312622  122,45697 2
33 66

3.738,631537  3.759,237371 149.995,7095


= 
33 66

7.497,868908 149.995,7095
= 
33 66

= 227,20815 – 227,20772 = 0,00043

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

= 6,77349 – (5,96994 + 0,00043)


= 6,77349 – 5,97037 = 0,80312

Tabela de Dupla Entrada

Épocas de Plantio
Cultivares Totais de Cultivares
B1 B2 B3

A1 3,46410 (2) 3,46410 3,14626 10,07446 (6)

A2 4,47212 4,47212 3,73205 12,67629

A3 2,82842 2,82842 2,41421 8,07105

A4 4,47212 4,23606 3,73205 12,44023

A5 2,82842 3,14626 3,41421 9,38889

A6 4,23606 4,23606 3,73205 12,20417

A7 4,47212 4,00000 3,14626 11,61838

A8 4,47212 4,47212 4,47212 13,41636

A9 4,23606 4,00000 3,46410 11,70016

A10 4,00000 3,96410 3,14626 11,11036

A11 3,46410 3,46410 2,82842 9,75662

Totais de Épocas 42,94564 (22) 42,28334 37,22799 122,45697


de Plantio

 T2   2
SQ Cultivares = 
r x t 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 318


319

=
10,07446  12,67629  ...  9,75662
2 2 2

122,45697 
2

2 x3 66

101,4947443  160,6883282  ...  95,1916338 14.995,7095


= 
6 66

1.389,6882 14.995,7095
= 
6 66

= 231,6147  227,20772 = 4,40698

 T2   2
SQ Épocas de Plantio = 
r x t 

=
42,94564  42,28334  37,22799
2 2 2

122,45697 
2

2 x 11 66
1.844,327995  1.787,880842  1.385,923239 14.995,7095
= 
22 66

5.018,132076 14.995,7095
= 
22 66

= 228,09691  227,20772  0,88919

Coeficientes
Totais de Épocas de Plantio (T)
C1 C2

42,94564 (22) – 1 + 1

42,28334 0 – 2

37,22799 +1 + 1

K 2 6

M 1 3

( C1T ) 2
SQ Re gressão Linear 
rK1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 319


320

=
 (1 x 42,94564)  (0 x 42,28334)  ( 1 x 37,22799) 2
22 x 2

=
( 42,94564  (0,00000)  (37,22799) 2
44

( 5,71765) 2
=
44

32,69152152
=  0,74299
44

( C 2T ) 2
SQ Re gressão Quadrática 
rK 2

=
 (1 x 42,94564)  ( 2 x 42,28334)  ( 1 x 37,22799) 2
22 x 6

=
(42,94564  ( 84,56668)  (37,22799) 2
132
( 4,39305) 2
=
132

19,2988883
=  0,14620
132

SQ Interação C x EP =
 T
2

  2 –
r 

(SQ Cultivares + SQ Épocas de Plantio)

= 5,96994 – (4,40698 + 0,88919)

= 5,96994 – 5,29617 = 0,67377

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

0,80312
=  0,025098
32

SQ Culti var es
QM Cultivares =
GL Culti var es

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 320


321
4,40698
=  0,440698
10

SQ Re gressão Linear
QM Re gressão Linear 
GL Re gressão Linear

0,74299
= = 0,74299
1

SQ Re gressão Quadrática
QM Re gressão Quadrática 
GL Re gressão Quadrática

0,14620
= = 0,14620
1

SQ Interação C x EP
QM Interação C x EP =
GL Interação C x EP

0,67377
=  0,0336885
20

QM Culti var es
F Calculado para Cultivares =
QM Re síduo

0,440698
=  17,56
0,025098

QM Re gressão Linear
F Calculado para Regressão Linear =
QM Re síduo

0,74299
=  29,60
0,025098

QM Re gressão Quadrática
F Calculado para Regressão Quadrática =
QM Re síduo

0,14620
=  5,83
0,025098

QM Interação C x EP
F Calculado para Interação C x EP =
QM Re síduo

0,0336885
=  1,34
0,025098

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 321


322

F Tabelado (1%) para Cultivares = 2,944

F Tabelado (5%) para Cultivares = 2,144

F Tabelado (1%) para as Regressões = 7,510

F Tabelado (5%) para as Regressões = 4,152

F Tabelado (1%) para Interação C x EP = 2,514

F Tabelado (5%) para Interação C x EP = 1,912

TABELA 10.2 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO EFEITO DE ÉPOCAS DE PLANTIO NA


RESISTÊNCIA DE CULTIVARES DE ALHO (Allium sativum L.) À Alternaria
porri (Ell.) Cif., AGENTE CASUAL DA MANCHA PÚRPURA, NO MUNICÍPIO
DE VIÇOSA-AL, AVALIADO ATRAVÉS DE UMA ESCALA DE NOTAS,
VARIANDO DE 0 (AUSÊNCIA DE MANCHAS) A 5 (MURCHA E
ENRUGAMENTO DAS FOLHAS DE 90 A 100%, COM MORTE
CONSEQÜENTE). DADOS TRANSFORMADOS EM nota. MACEIÓ –AL,
1995

Causa de Variação GL SQ QM F

Cultivares – C 10 4,40698 0,4406980 17,56 **

(Épocas de Plantio - EP) (2) (0,88919) - -


Regressão Linear 1 0,74299 0,7429900 29,60 **
Regressão Quadrática 1 0,14620 0,1462000 5,83 *

Interação C x EP 20 0,67377 0,0336885 1,34 ns

(Tratamentos) (32) (5,96994) - -

Blocos 1 0,00043 - -

Resíduo 32 0,80312 0,0250980

Total 65 6,77349

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 322


323

NOTAS: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.


(* e **) Significativo nos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre as
cultivares de alho em relação à resistência a Alternaria porri (Ell.) Cif., agente causal da
mancha púrpura.
Houve diferença significativa, nos níveis de 1% e 5% de probabilidade, para as
regressões linear e quadrática, respectivamente, indicando que a equação de 2º grau
explica a incidência de A. porri em função das épocas de plantio em alho no Município
de Viçosa-AL.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a
Interação C x ED, indicando que a resistência das cultivares de alho à A. porri
independente das épocas de plantio.
b) Coeficiente de Variação:

m̂ =
Y 

122,45697
  1,855408636
66

s  QM Re síduo

= 0,025098 = 0,158423483

100 x s
CV =

100 x 0,158423483
=
1,855408636

15,8423483
=  8,54%
1,855408636

O coeficiente de variação foi 8,54%, indicando uma ótima precisão experimental.


c.1) Equação de Regressão para Épocas de Plantio Acompanhada de Tabela de
Médias e de Gráfico:

Y 
Y
N

122,45697
= = 1,855408636
66
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 323
324

B1 
C T 1

rK1

(1 x 42,94564)  (0 x 42,28334)  ( 1 x 37,22799)


=
22 x 2

( 42,94564)  (0,00000)  (37,22799)


=
44

 5,71765
= = – 0,12994659
44

B2 
C T 2

rK 2

(1 x 42,94564)  ( 2 x 42,28334)  ( 1 x 37,22799)


=
22 x 6

(42,94564)  ( 84,56668)  (37,22799)


=
132

 4,39305
= = – 0,033280681
132

M1 = 1

M2 = 3

P1 = x

n2 1
P2  x  2

12

(3) 2  1
= x2 
12

9 1
= x2 
12

8
= x2 
12

= x2 – 0,666666667

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 324


325

Y = Y + B1M1P1 + B2M2P2

= 1,855408636 + [– 0,12994659 x 1 (x)] +

[– 0,033280681 x 3 (x2 – 0,666666667)]

= 1,855408636 – 0,12994659 x – 0,099842043 x2 + 0,066561362

= 1,921969998 – 0,12994659 x – 0,099842043 x2

A variável auxiliar x é dada pela equação:

XX
x
q

onde, neste caso, tem-se:

X 
X
N

=
(0 x 22)  (14 x 22)  (28 x 22)
66

=
0  308  616
66

924
= = 14
66

q = 14

XX
x
q

X  14
=
14

= 0,071428571 X – 1

Substituindo a variável auxiliar x na equação de regressão, tem-se:

Y = 1,921969998 – 0,12994659 (0,071428571 X – 1) –

0,099842043 (0,071428571 X – 1)2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 325


326
= 1,921969998 – 0,009281899 X + 0,12994659 –

0,099842043 (0,00510204 X2 – 0,142857142 X + 1)

= 1,921969998 – 0,009281899 X + 0,12994659 –

0,000509398 X2 + 0,014263148 X – 0,099842043

= 1,952074545 + 0,004981248 X – 0,000509398 X2

Médias Esperadas:
2
m̂0 = 1,952074545 + 0,004981248 (0) – 0,000509398 (0)

= 1,952074545 + 0,000000000 – 0,000000000 = 1,952074545


2
m̂14 = 1,952074545 + 0,004981248 (14) – 0,000509398 (14)

= 1,952074545 + 0,069737472 – 0,000509398 (196)

= 1,952074545 + 0,069737472 – 0,099842008 = 1,921970009


2
m̂28 = 1,952074545 + 0,004981248 (28) – 0,000509398 (28)

= 1,952074545 + 0,139474944 – 0,000509398 (784)


= 1,952074545 + 0,139474944 – 0,399368032 = 1,692181457

Médias Observadas:

mˆ 0 
Y 0

42,94564
= = 1,952074545
22

mˆ 14 
Y 14

42,28334
=  1,92197
22

mˆ 28 
Y 28

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 326


327
37,22799
=  1,692181364
22

TABELA 10.4 – EFEITO DE ÉPOCAS DE PLANTIO NA INCIDÊNCIA DE Alternaria porri (Ell.)


Cif., AGENTE CASUAL DA MANCHA PÚRPURA, EM ALHO (Allium sativum L.)
NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-AL, AVALIADO ATRAVÉS DE UMA ESCALA DE
NOTAS, VARIANDO DE 0 (AUSÊNCIA DE MANCHAS) A 5 (MURCHA E
ENRUGAMENTO DAS FOLHAS DE 90 A 100%, COM MORTE
CONSEQÜENTE). DADOS TRANSFORMADOS EM nota. MACEIÓ –AL, 1995

Épocas de Plantio Médias ( nota ) Desvios de Regressão


Esperada (A) Observada (B) (A – B)

1ª Época (22/04/86) 1,952074545 1,952074545 0,000000000

2ª Época (06/05/86) = 14 dias 1,921970009 1,921970000 + 0,000000009


após a 1ª época
3ª Época (20/05/86) = 28 dias 1,692181457 1,692181364 + 0,000000093
após a 1ª época

FIGURA 10.1 – EFEITO DE ÉPOCAS DE PLANTIO NA INCIDÊNCIA DE Alternaria porri (Ell.)


Cif., AGENTE CASUAL DA MANCHA PÚRPURA, EM ALHO (Allium sativum L.)
NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-AL, AVALIADO ATRAVÉS DE UMA ESCALA DE
NOTAS, VARIANDO DE 0 (AUSÊNCIA DE MANCHAS) A 5 (MURCHA E
ENRUGAMENTO DAS FOLHAS DE 90 A 100%, COM MORTE CONSEQÜENTE).
DADOS TRANSFORMADOS EM nota. MACEIÓ –AL, 1995

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 327


328

Verifica-se que o plantio efetuado no dia 20/05/86 (3ª época de plantio), que
corresponde a 28 dias após a 1ª época de plantio, apresentou uma queda acentuada na
incidência de Alternaria porri (Ell.) Cif., agente casual da mancha púrpura, em alho
(Allium sativum L.) no Município de Viçosa-AL, conforme TABELA 10.4 e FIGURA
10.1.
c.2) Coeficiente de Determinação para Épocas de Plantio:

SQ Re gressão x 100
R2 
SQ Épocas de Plantio

0,88919 x 100
=
0,88919

88,919
= = 100,00%
0,88919

O valor de R 2 explica 100,00% da queda acentuada na incidência de Alternaria


porri (Ell.) Cif., agente casual da mancha púrpura, em alho (Allium sativum L.) no
Município de Viçosa-AL, com o plantio efetuado aos 28 dias após a 1ª época de plantio
(22/04/86) determinado pela equação de 2º grau.
d) Teste de Tukey:
Cultivares:

m̂ 1 = 1,6790767 m̂ 7 = 1,9363967

m̂ 2 = 2,1127150 m̂ 8 = 2,2360600

m̂ 3 = 1,3451750 m̂ 9 = 1,9500267

m̂ 4 = 2,0733717 m̂ 10 = 1,8517267

m̂ 5 = 1,5648150 m̂ 11 = 1,6261033

m̂ 6 = 2,0340283

 5%  q
s
r

4,9 x 0,158423483
=
6

0,776275066
=  0,3169130
2,449489743

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 328


329
TABELA 10.5 – RESISTÊNCIA DE CULTIVARES DE ALHO (Allium sativum L.) À Alternaria porri
(Ell.) Cif., AGENTE CAUSAL DA MANCHA PÚRPURA, NO MUNICÍPIO DE
VIÇOSA-AL. MACEIÓ-AL, 1995

Cultivares Médias de Cultivares 1,2/

DOURADA 1,3451750 a

CENTENÁRIO 1,5648150 ab

AMARANTE 1,6561033 abcd

CATETO ROXO 1,6790767 bcd

CHINÊS 1,8517267 bcde

GIGANTE INCONFIDENTES 1,9363967 cdef

MEXICANO 1,9500267 def

GIGANTE ROXO 2,0340283 ef

JURÉIA 2,0340283 ef

BRANCO MINEIRO 2,1127150 ef

PERUANO 2,2360600 f

NOTAS: (1/) Dados transformados em x referentes a notas, variando de 0 (ausência de manchas) a 5


(murcha e enrugamento das folhas de 90 a 100% com morte conseqüente).
(2/) As médias de cultivares seguida de pelo menos uma mesma letra não diferem entre si pelo
teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


A cultivar DOURADA, apesar de não diferir estatisticamente das cultivares
CENTENÁRIO e AMARANTE, apresentou o maior nível de resistência à Alternaria
porri.
As cultivares PERUANO, BRANCO MINEIRO, JURÉIA e GIGANTE ROXO,
apesar de não diferirem estatisticamente das cultivares MEXICANO e GIGANTE
INCONFIDENTES, apresentaram os menores índices de resistência à A. porri.
As cultivares CATETO ROXO e CHINÊS apresentaram um nível de resistência
à A. porri intermediário entre todas as outras cultivares avaliadas.
É conveniente substituir-se os valores transformados em x da TABELA 10.5
pelos valores biológicos, mantendo-se as diferenças significativas detectadas pelo teste de
Tukey, no nível de 5% de probabilidade, com os valores transformados, conforme se
verifica a seguir, pois desta forma fica mais fácil de analisar-se os dados.

TABELA 10.5 – RESISTÊNCIA DE CULTIVARES DE ALHO (Allium sativum L.) À Alternaria porri
(Ell.) Cif., AGENTE CAUSAL DA MANCHA PÚRPURA, NO MUNICÍPIO DE
VIÇOSA-AL. MACEIÓ-AL, 1995
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 329
330

Cultivares Médias de Cultivares 1,2/

DOURADA 1,83 a

CENTENÁRIO 2,50 ab

AMARANTE 2,67 abcd

CATETO ROXO 2,83 bcd

CHINÊS 3,50 bcde

GIGANTE INCONFIDENTES 3,83 cdef

MEXICANO 3,83 def

GIGANTE ROXO 4,17 ef

JURÉIA 4,33 ef

BRANCO MINEIRO 4,50 ef

PERUANO 5,00 f

NOTAS: (1/) Dados médios referentes a notas, variando de 0 (ausência de manchas) a 5 (murcha e
enrugamento das folhas de 90 a 100% com morte conseqüente).
(2/) As médias de cultivares seguida de pelo menos uma mesma letra não diferem entre si pelo
teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

10.4 Exemplo com Interação Significativa

Agora, apresentar-se-á, para discussão, a análise da variância e a interpretação


dos resultados de um experimento fatorial com interação significativa.
Exemplo 2: A partir dos dados da TABELA 10.6, pede-se:
a) Fazer a análise da variância no esquema fatorial de 6 x 5;
b) Obter o coeficiente de variação;
c) Fazer o desdobramento do número de graus de liberdade de cultivares mais o
da interação cultivares x concentração;
d) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na comparação
de médias de cultivares dentro de cada concentração.

TABELA 10.6 – EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO NA REAÇÃO DE


CULTIVARES DE CEBOLA (Allium cepa L.) DOS GRUPOS CEROSO E NÃO
CEROSO. DADOS MÉDIOS REFERENTES A NOTAS, VARIANDO DE 0
(AUSÊNCIA DE INJÚRIAS FOLIARES) A 5 (90 – 100 % DE QUEIMA DAS
FOLHAS). PLANTAS AVALIADAS AOS 46 DIAS APÓS A SEMEADURA
Tratamentos * I II III IV Totais de Tratamentos
A1 B1 1,7 2,0 1,9 2,0 7,6
A1 B2 2,9 2,7 3,2 3,3 12,1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 330


331
A1 B3 2,0 2,0 2,6 3,0 9,6
A1 B4 3,0 2,7 3,1 3,3 12,1
A1 B5 4,9 4,4 4,2 4,7 18,2
A2 B1 2,4 2,0 2,0 1,9 8,3
A2 B2 2,2 2,2 2,0 3,0 9,4
A2 B3 3,1 2,5 2,3 2,4 10,3
A2 B4 4,0 3,9 3,6 3,4 14,9
A2 B5 4,0 3,8 4,3 4,6 16,7
A3 B1 1,8 1,8 2,0 1,4 7,0
A3 B2 2,5 2,3 2,8 2,5 10,1
A3 B3 2,9 2,3 2,0 1,4 8,6
A3 B4 4,0 4,0 3,6 4,0 15,6
A3 B5 4,6 4,9 4,2 5,0 18,7
A4 B1 2,4 3,4 3,3 3,3 12,4
A4 B2 4,0 3,8 4,2 4,4 16,4
A4 B3 3,7 4,1 2,9 5,0 15,7
A4 B4 4,8 5,0 5,0 5,0 19,8
A4 B5 5,0 5,0 5,0 5,0 20,0
A5 B1 2,6 2,3 2,4 2,0 9,3
A5 B2 2,9 3,6 3,6 3,4 13,5
A5 B3 3,3 4,0 3,4 4,0 14,7
A5 B4 4,4 4,8 4,9 4,4 18,5
A5 B5 4,6 5,0 5,0 5,0 19,6
A6 B1 1,9 1,7 2,3 2,1 8,0
A6 B2 3,5 2,8 3,3 3,3 12,9
A6 B3 3,7 3,8 4,0 3,6 15,1
A6 B4 4,0 4,6 4,1 4,4 17,1
A6 B5 4,9 5,0 4,3 4,9 19,1
FONTE: FERREIRA (1983).
NOTA: (*) Cultivares: A1 – BARREIRO SMP – IV (Grupo Ceroso); A2 – BAIA DO CEDO SMP – V (Grupo
Ceroso); A3 – BAIA x BARREIRO (F1) (Grupo Ceroso); A4 – EXCEL BERMUDAS 986 (Grupo Não
Ceroso); A5 – GRANEX (Grupo Não Ceroso); A6 – TEXAS GRANO (Grupo Não Ceroso);
Concentrações: B1 – 0,5%; B2 – 1%; B3 – 2%; B4 – 5%; B5 – 10%.

Resolução:
a) Análise da Variância no Esquema Fatorial de 6 x 5:

 X = 1,7 + 2,0 + ... + 4,9 = 411,3

 X 2 = (1,7) 2 + (2,0) 2 + ... + (4,9) 2

= 2,89 + 4,00 +…+ 24,01 = 1.546,83

t = 30

tA = 6

tB = 5

r = 4

N = txr

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 331


332

= 30 x 4 = 120

GL Tratamentos = t – 1

= 30 – 1 = 29

GL Resíduo = t (r – 1)

= 30 ( 4 – 1)

= 30 (3) = 90

GL Total = t x r – 1

= 30 x 4 – 1

= 120 – 1 = 119

GL Cultivares = tA – 1

= 6 –1 = 5

GL Concentrações = tB – 1

= 5 –1 = 4

GL Interação C x Con. = (tA – 1) (tB – 1)

= (6 – 1) (5 – 1)

= (5) (4) = 20

SQ Total =   2 
  2

= 1.546,83 
411,3 2

120

169.167,69
= 1.546,83 –
120

= 1.546,83 – 1.409,73075 = 137,09925

SQ Tratamentos =
 T( AB
2
)

  2
r 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 332


333

=
7,62  12,12  ...  19,12  411,32
4 120

57,76  146,41  ...  364,81 169.167,69


= 
4 120

6.144,37 169.167,69
= 
4 120

= 1.536,0925 – 1.409,73075 = 126,36175

SQ Resíduo = SQ Total – SQ Tratamentos

= 137,09925 – 126,36175 = 10,73750

Tabela de Dupla Entrada

Concentrações
Cultivares Totais de Cultivares
B1 B2 B3 B4 B5

A1 7,6 (4) 12,1 9,6 12,1 18,2 59,6 (20)

A2 8,3 9,4 10,3 14,9 16,7 59,6

A3 7,0 10,1 8,6 15,6 18,7 60,0

A4 12,4 16,4 15,7 19,8 20,0 84,3

A5 9,3 13,5 14,7 18,5 19,6 75,6

A6 8,0 12,9 15,1 17,1 19,1 72,2

Totais de 52,6 (24) 74,4 74,0 98,0 112,3 411,3


Concentrações

 T2   2
SQ Cultivares = 
r x t 

59,6  59,6  ...  72,2 2  411,3


2 2 2
= 
4 x5 120

3.552,16  3.552,16  ...  5.212,84 169.167,69


= 
20 120

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 333


334
28.739,01 169.167,69
= 
20 120

= 1.436,9505 – 1.409,73075 = 27,21975

 T2   2
SQ Concentrações = 
r x t 

=
52,62  74,42  ...  112,32  411,32
4 x6 120

2.766,76  5.535,36  ...  12.611,29 169.167,69


= 
24 120

35.993,41 169.167,69
= –
24 120

= 1.499,725417  1.409,73075  89,99467

SQ Interação C x Con. =
 T
2

   2

r 

(SQ Cultivares + SQ Concentrações)

= SQ Tratamentos – (SQ Cultivares + SQ Concentrações)

= 126,36175 – (27,21975 + 89,99467)

= 126,36175 – 117,21442 = 9,14733

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

10,73750
=  0,119306
90

SQ Culti var es
QM Cultivares =
GL Culti var es

27,21975
=  5,443950
5

SQ Concentraç ões
QM Concentrações =
GL Concentraç ões

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 334


335

89,99467
=  22,498668
4

SQ Interação C x Con.
QM Interação C x Con. =
GL Interação C x Con.

9,14733
=  0,457367
20

QM Culti var es
F Calculado para Cultivares =
QM Re síduo

5,443950
=  45,63
0,119306

QM Concentraç ões
F Calculado para Concentrações =
QM Re síduo

22,498668
=  188,58
0,119306

QM Interação C x Con.
F Calculado para Interação C x Con. =
QM Re síduo

0,457367
=  3,83
0,119306

F Tabelado (1%) para Cultivares = 3,255

F Tabelado (5%) para Cultivares = 2,33

F Tabelado (1%) para Concentrações = 3,565

F Tabelado (5%) para Concentrações = 2,49

F Tabelado (1%) para Interação C x Con. = 2,115

F Tabelado (5%) para Interação C x Con. = 1,705

TABELA 10.7 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE ÁCIDO


SULFÚRICO NA REAÇÃO DE CULTIVARES DE CEBOLA (Allium cepa L.) DOS
GRUPOS CEROSO E NÃO CEROSO. PLANTAS AVALIADAS AOS 46 DIAS
APÓS A SEMEADURA. PIRACICABA-SP, 1983

Causa de Variação GL SQ QM F

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 335


336

Cultivares (C) 5 27,21975 5,443950 45,63 **

Concentrações (Con.) 4 89,99467 22,498668 188,58 **

Interação C x Con. 20 9,14733 0,457367 3,83 **

(Tratamentos) (29) (126,36175) - -

Resíduo 90 10,73750 0,119306

Total 119 137,09925

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre as
cultivares de cebola em relação à porcentagem de queima das folhas, provocada pelo
ácido sulfúrico;
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre as
concentrações de ácido sulfúrico em relação à porcentagem de queima das folhas em
cebola.
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, para a Interação
C x Con., indicando que a porcentagem de queima das folhas das cultivares de cebola dos
grupos ceroso e não ceroso depende da concentração de ácido sulfúrico.
b) Coeficiente de Variação:

m̂ =
  

411,3
= = 3,4275
120

s  QM Re síduo

= 0,119306 = 0,345407006

100 x s
CV =

100 x 0,345407006
=
3,4275

34,5407006
=  10,08%
3,4275

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 336


337
O coeficiente de variação foi 10,08%, indicando uma boa precisão experimental.
c) Desdobramento do Número de Graus de Liberdade de Cultivares Mais o da
Interação Cultivares x Concentrações:

SQ Cultivares Dentro da Concentração 0,5%

=
  Dentro de 12

1 
2

r r x t

=
7,6  8,3  ...  8,0
2 2 2

52,62
4 4x6

57,76  68,89  ...  64,00 2.766,76


= 
4 24

479,9 2.766,76
 
4 24

= 119,975 – 115,28167 = 4,69333

SQ Cultivares Dentro da Concentração 1,0%

  Dentro de  22

 2 
2

=
r r x t

=
12,12  9,42  ...  12,92 –
74,42
4 4x6

146,41  88,36  ...  166,41 5.535,36


= 
4 24

954,4 5.535,36
 
4 24

= 238,6 – 230,64 = 7,96000

SQ Cultivares Dentro da Concentração 2,0%

  Dentro de  32 3 2
= 
r r x t

=
9,62  10,32  ...  15,12 –
74,02
4 4x6

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 337


338
92,16  106,09  ...  228,01 5.476,0
= 
4 24

962,8 5.476,0
 
4 24

= 240,7 – 228,16667 = 12,53333

SQ Cultivares Dentro da Concentração 5,0%

=
  Dentro de  24

4 2
r r x t

=
12,12  14,92  ...  17,12 –
98,02
4 4x6

146,41  222,01  ...  292,41 9.604,0


= 
4 24

1.638,48 9.604,0
 
4 24

= 409,62 – 400,16667 = 9,45333

SQ Cultivares Dentro da Concentração 10,0%

  Dentro de  52 5 2
= 
r r x t

=
18,22  16,72  ...  19,12 –
112,32
4 4x6

331,24  278,89  ...  364,81 12.611,29


= 
4 24

2.108,79 12.611,29
= 
4 24

= 527,1975 – 525,4704167  1,72708


QM Cultivares Dentro da Concentração 0,5%

SQ Culti var es Dentro da Concentraç ão 0,5%


=
t 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 338


339
4,69333
=
6 1

4,69333
= = 0,938666
5

QM Cultivares Dentro da Concentração 1,0%

SQ Culti var es Dentro da Concentraç ão 1,0%


=
t 1

7,96000
=
6 1

7,96000
= = 1,592000
5

QM Cultivares Dentro da Concentração 2,0%

SQ Culti var es Dentro da Concentraç ão 2,0%


=
t 1

12,53333
=
6 1

12,53333
= = 2,506666
5

QM Cultivares Dentro da Concentração 5,0%

SQ Culti var es Dentro da Concentraç ão 5,0%


=
t 1

9,45333
=
6 1

9,45333
= = 1,890666
5

QM Cultivares Dentro da Concentração 10,0%

SQ Culti var es Dentro da Concentraç ão 10,0%


=
t 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 339


340
1,72708
=
6 1

1,72708
= = 0,345416
5

F Calculado para Cultivares Dentro da Concentração 0,5%

QM Culti var es Dentro da Concentraç ão 0,5%


=
QM Re síduo

0,938666
=  7,87
0,119306

F Calculado para Cultivares Dentro da Concentração 1,0%

QM Culti var es Dentro da Concentraç ão 1,0%


=
QM Re síduo

1,592000
=  13,34
0,119306

F Calculado para Cultivares Dentro da Concentração 2,0%

QM Culti var es Dentro da Concentraç ão 2,0%


=
QM Re síduo

2,506666
=  21,01
0,119306

F Calculado para Cultivares Dentro da Concentração 5,0%

QM Culti var es Dentro da Concentraç ão 5,0%


=
QM Re síduo

1,890666
=  15,85
0,119306

F Calculado para Cultivares Dentro da Concentração 10,0%

QM Culti var es Dentro da Concentraç ão 10,0%


=
QM Re síduo

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 340


341
0,345416
=  2,90
0,119306

F Tabelado (1%) para Cultivares Dentro das Concentrações = 3,255

F Tabelado (5%) para Cultivares Dentro das Concentrações = 2,33

Agora, a TABELA 10.7 fica da seguinte maneira:

TABELA 10.7 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE ÁCIDO


SULFÚRICO NA REAÇÃO DE CULTIVARES DE CEBOLA (Allium cepa L.) DOS
GRUPOS CEROSO E NÃO CEROSO. PLANTAS AVALIADAS AOS 46 DIAS
APÓS A SEMEADURA. PIRACICABA-SP,1983

Causa de Variação GL SQ QM F

Concentrações 4 89,99467 - -

Cultivares dentro da Concentração 0,5% 5 4,69333 0,938666 7,87 **

Cultivares dentro da Concentração 1,0% 5 7,96000 1,592000 13,34 **

Cultivares dentro da Concentração 2,0% 5 12,53333 2,506666 21,01 **

Cultivares dentro da Concentração 5,0% 5 9,45333 1,890666 15,85 **

Cultivares dentro da Concentração 10,0% 5 1,72708 0,345416 2,90 *

(Tratamentos) (29) (126,36175) - -

Resíduo 90 10,73750 0,119306

Total 119 137,09925

NOTAS: (*) Significativo no nível de 5% de probabilidade.


(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre as
cultivares de cebola dentro das concentrações de 0,5, 1,0, 2,0 e 5,0% em relação à
porcentagem de queima das folhas.
Houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, entre as
cultivares de cebola dentro da concentração de 10,0% em relação à porcentagem de
queima das folhas.
d) Teste de Tukey:
Cultivares Dentro da Concentração 0,5%:

m̂ 1 = 1,90 m̂ 4 = 3,10

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 341


342
m̂ 2 = 2,08 m̂ 5 = 2,33

m̂ 3 = 1,75 m̂ 6 = 2,00

Cultivares Dentro da Concentração 1,0%:


m̂ 1 = 3,03 m̂ 4 = 4,10

m̂ 2 = 2,35 m̂ 5 = 3,38

m̂ 3 = 2,53 m̂ 6 = 3,23

Cultivares Dentro da Concentração 2,0%:

m̂ 1 = 2,40 m̂ 4 = 3,93

m̂ 2 = 2,58 m̂ 5 = 3,68

m̂ 3 = 2,15 m̂ 6 = 3,78

Cultivares Dentro da Concentração 5,0%:

m̂ 1 = 3,03 m̂ 4 = 4,95

m̂ 2 = 3,73 m̂ 5 = 4,63

m̂ 3 = 3,90 m̂ 6 = 4,28

Cultivares Dentro da Concentração 10,0%:

m̂ 1 = 4,55 m̂ 4 = 5,00

m̂ 2 = 4,18 m̂ 5 = 4,90

m̂ 3 = 4,68 m̂ 6 = 4,78

 5%  q
s
r

4,13 x 0,345407006
=
4

1,426530935
=  0,71
2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 342


343

TABELA 10.8 – EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO NA REAÇÃO DE


CULTIVARES DE CEBOLA (Allium cepa L.) DOS GRUPOS CEROSO E NÃO
CEROSO. PLANTAS AVALIADAS AOS 46 DIAS APÓS A SEMEADURA,
ATRAVÉS DE UM ESCALA DE NOTAS VARIANDO DE 0 (AUSÊNCIA DE
INJÚRIAS FOLIARES) A 5 (90-100 % DE QUEIMA DAS FOLHAS).
PIRACICABA-SP, 1983

Cultivares * Concentrações (%)

0,5 1/ 1,0 2,0 5,0 10,0

BARREIRO SMP – IV 1,90 a 3,03 abc 2,40 a 3,03 a 4,55 ab


BAIA DO CEDO SMP – V 2,08 a 2,35 a 2,58 a 3,73 ab 4,18 a
BAIA X BARREIRO (F1) 1,75 a 2,53 ab 2,15 a 3,90 b 4,68 ab
EXCEL BERMUDAS 986 3,10 b 4,10 d 3,93 b 4,95 c 5,00 b
GRANEX 2,33 a 3,38 c 3,68 b 4,63 c 4,90 b
TEXAS GRANO 2,00 a 3,23 bc 3,78 b 4,28 bc 4,78 ab
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

NOTAS: (*) As três primeiras cultivares são do grupo ceroso e as três últimas são do grupo não ceroso.
(1/) Nas colunas, as médias de cultivares dentro de concentração seguidas de pelo menos uma
mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


Na concentração de 0,5% de ácido sulfúrico, a cultivar do grupo não ceroso
EXCEL BERMUDAS 986 apresentou o maior índice de injúrias foliares, e diferiu
estatisticamente das demais cultivares de cebola avaliadas. Nesta mesma concentração, o
híbrido BAIA x BARREIRO apresentou o menor índice de injúrias foliares, apesar de
não diferir estatisticamente das cultivares do grupo ceroso BARREIRO SMP – IV e
BAIA DO CEDO SMP – V e das cultivares do grupo não ceroso GRANEX e TEXAS
GRANO.
Na concentração de 1,0% de ácido sulfúrico, a cultivar do grupo não ceroso
EXCEL BERMUDAS 986 apresentou o maior índice de injúrias foliares, e diferiu
estatisticamente das demais cultivares de cebola avaliadas. Nesta mesma concentração, a
cultivar do grupo ceroso BAIA DO CEDO SMP – V apresentou o menor índice de
injúrias foliares, apesar de não diferir das outras cultivares do grupo ceroso. Ainda, a
cultivar GRANEX, pertence ao grupo não ceroso, apresentou o segundo maior índice de
injúrias foliares, apesar de não diferir estatisticamente da cultivar TEXAS GRANO e
BARREIRO SMP – IV, que se encontram numa posição intermediária entre as cultivares
de cebola avaliadas.
Na concentração de 2,0% de ácido sulfúrico, as cultivares de cebola do grupo
ceroso apresentaram os menores índice de injúrias foliares, e diferiram estatisticamente
das cultivares do grupo não ceroso.
Na concentração de 5,0% de ácido sulfúrico, a cultivar BARREIRO SMP – IV
apresentou o menor índice de injúrias foliares, apesar de não diferir estatisticamente da
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 343
344
cultivar BAIA DO CEDO SMP – V, enquanto que a cultivar EXCEL BERMUDAS 986
apresentou o maior índice de injúrias foliares, apesar de não diferir estatisticamente das
cultivares GRANEX e TEXAS GRANO. Nesta mesma concentração, a cultivar BAIA x
BARREIRO (F1), pertencente ao grupo ceroso, apresentou um índice de injúrias foliares
intermediário entre as cultivares de cebola do grupo ceroso.
Na concentração de 10,0% de ácido sulfúrico, a cultivar BAIA DO CEDO SMP
– V apresentou o menor índice de injurias foliares, enquanto que as cultivares EXCEL
BERMUDAS 986 e GRANEX apresentaram os maiores índices. As demais cultivares se
situaram numa posição intermediária, quanto ao índice de injúrias foliares, e não
diferiram estatisticamente das cultivares que apresentaram os maiores e menores índices
de injúrias foliares.

10.5 Técnica do Confundimento

Já foi visto que a técnica do confundimento é a alternativa mais usada nos


experimentos fatoriais para se contornar a desvantagem do grande número de
tratamentos, em função do aumento do número de fatores e/ou níveis.
Esta técnica consiste em subdividir o bloco (repetição) em dois ou mais sub-
blocos visando com isso obter áreas homogêneas para os tratamentos, o que, geralmente,
não ocorre em áreas maiores.
A distribuição dos tratamentos pelos sub-blocos é feita de forma orientada e, em
geral, confundem-se as interações de maior ordem (tripla, quádrupla, etc.) com o efeito
de blocos. Nunca se devem confundir os efeitos principais dos fatores, nem também,
sempre que possível, as interações duplas, que são as mais importantes, com o efeito de
blocos.
COCHRAN e COX (1957) apresentam com detalhe a composição dos blocos em
numerosos casos de experimentos fatoriais com confundimento. Deve-se ressaltar,
contudo, que a utilização desta técnica proporciona uma redução do número de graus de
liberdade do resíduo e, em conseqüência, um aumento da variância do erro experimental.
Em função disso, não é aconselhável utilizá-la quando o número de tratamentos avaliados
for pequeno.
A fim de ilustrar esta técnica, veja-se o caso mais comum e mais importante de
confundimento, que é o do fatorial de 33, introduzido por YATES (1937). Nele são
confundidos dois graus de modos distintos de se fazer o confundimento, designados por
W, X, Y e Z, para repartir os 27 tratamentos em três blocos de nove tratamentos, como
vê-se no quadro a seguir:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 344


345

GRUPO W GRUPO X

1º Bloco 2º Bloco 3º Bloco 1º Bloco 2º Bloco 3º Bloco

000 001 002 000 001 002

012 010 011 011 012 010

021 022 020 022 020 021

101 102 100 102 100 101

110 111 112 110 111 112

122 120 121 121 122 120

202 200 201 201 202 200

211 212 210 212 210 211

220 221 222 220 221 222

GRUPO Y GRUPO Z

1º Bloco 2º Bloco 3º Bloco 1º Bloco 2º Bloco 3º Bloco

000 001 002 000 001 002

011 012 010 012 010 011

022 020 021 021 022 020

101 102 100 102 100 101

112 110 111 111 112 110

120 121 122 120 121 122

202 200 201 201 202 200

210 211 212 210 211 212

221 222 220 222 220 221

Qualquer um dos grupos pode ser usado, indiferentemente. Contudo,


independentemente do grupo escolhido, deve-se fazer o sorteio desses tratamentos dentro
de cada bloco (sub-bloco) e em cada repetição.
A análise da variância é feita do modo usual, com algumas pequenas alterações.
Então, veja-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 345


346
Considere-se, para fins de estabelecimento de esquema de análise, um ensaio
fatorial 33, de adubação: N, P, K, com duas repetições.
O quadro auxiliar da análise de variância e as tabelas de dupla entrada ficam da
seguinte maneira:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 346


345

Quadro Auxiliar da Análise da Variância (Grupo W)

Trata- I II Totais de Trata- I II Totais de Trata- I II Totais de


mentos Tratamentos Mentos Tratamentos mentos Tratamentos

N0 P0 K0 X (N0 P0 K0 ) X(N0 P0 K0) TN0 P0 K0 N0 P0 K1 X (N0 P0 K1 ) X (N0 P0 K1 ) TN0 P0 K1 N0 P0 K2 X (N0 P0 K2 ) X (N0 P0 K2 ) TN0 P0 K2

N0 P1 K2 X (N0 P1 K2) X (N0 P1 K2) TN0 P1 K2 N0 P1 K0 X (N0 P1 K0) X (N0 P1 K0) TN0 P1 K0 N0 P1 K1 X (N0 P1 K1) X (N0 P1 K1) TN0 P1 K1

N0 P2 K1 X (N0 P2 K1) X (N0 P2 K1) TN0 P2 K1 N0 P2 K2 X (N0 P2 K2) X (N0 P2 K2) TN0 P2 K2 N0 P2 K0 X (N0 P2 K0) X (N0 P2 K0) TN0 P2 K0

N1 P0 K1 X (N1 P0 K1) X (N1 P0 K1) TN1 P0 K1 N1 P0 K2 X (N1 P0 K2) X (N1 P0 K2) TN1 P0 K2 N1 P0 K0 X (N1 P0 K0) X (N1 P0 K0) TN1 P0 K0

N1 P1 K0 X (N1 P1 K0) X (N1 P1 K0) TN1 P1 K0 N1 P1 K1 X (N1 P1 K1) X (N1 P1 K1) TN1 P1 K1 N1 P1 K2 X (N1 P1 K2) X (N1 P1 K2) TN1 P1 K2

N1 P2 K2 X (N1 P2 K2) X (N1 P2 K2) TN1 P2 K2 N1 P2 K0 X (N1 P2 K0) X (N1 P2 K0) TN1 P2 K0 N1 P2 K1 X (N1 P2 K1) X (N1 P2 K1) TN1 P2 K1

N2 P0 K2 X (N2 P0 K2) X (N2 P0 K2) TN2 P0 K2 N2 P0 K0 X (N2 P0 K0) X (N2 P0 K0) TN2 P0 K0 N2 P0 K1 X (N2 P0 K1) X (N2 P0 K1) TN2 P0 K1

N2 P1 K1 X (N2 P1 K1) X (N2 P1 K1) TN2 P1 K1 N2 P1 K2 X (N2 P1 K2) X (N2 P1 K2) TN2 P1 K2 N2 P1 K0 X (N2 P1 K0) X (N2 P1 K0) TN2 P1 K0

N2 P2 K0 X (N2 P2 K0) X (N2 P2 K0) TN2 P2 K0 N2 P2 K1 X (N2 P2 K1) X (N2 P2 K1) TN2 P2 K1 N2 P2 K2 X (N2 P2 K2) X (N2 P2 K2) TN2 P2 K2

Totais de BI BII TG Totais de BI BII TG Totais de BI BII TG


Blocos (1) (1) (1) Blocos (2) (2) (2) Blocos (3) (3) (3)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 345


346
Tabela de Dupla Entrada para a Interação N x P

Tratamentos P0 P1 P2 Totais de N

N0 TN0 P0 TN0P1 TN0 P2 TN0

N1 TN1P0 TN1P1 TN1 P2 TN1

N2 TN2P0 TN2 P1 TN2 P 2 TN2

Totais de P TP0 TP1 TP2

Tabela de Dupla Entrada para a Interação N x K

Tratamentos K0 K1 K2 Totais de N

N0 TN0 K0 TN0K1 TN0 K2 TN0

N1 TN1K0 TN1K1 TN1 K2 TN1

N2 TN2K0 TN2 K1 TN2 K 2 TN2

Totais de K TK0 TK1 TK2

Tabela de Dupla Entrada para a Interação P x K

Tratamentos K0 K1 K2 Totais de P

P0 TP0 K0 TP0K1 TP0 K2 TP0

P1 TP1K0 TP1K1 TP1 K2 TP1

P2 TP2K0 TP2 K1 TP2 K 2 TP2

Totais de K TK0 TK1 TK2

O esquema da análise da variância é dado por:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 346


347

Quadro da Análise da Variância

Causa de Variação GL SQ QM F

Efeito de Nitrogênio (N) tN – 1 SQN QMN QMN


QM Re síduo
Efeito de Fósforo (P) tP – 1 SQP QMP QMP
QM Re síduo
Efeito de Potássio (K) tK – 1 SQK QMK QMK
QM Re síduo
Interação N x P (tN – 1) (tP – 1) SQ Interação N x P QM Interação N x P QM Interação N x P
QM Re síduo
Interação N x K (tN – 1) (tK – 1) SQ Interação N x K QM Interação N x K QM Interação N x K
QM Re síduo
Interação P x K (tP – 1) (tK – 1) SQ Interação P x K QM Interação P x K QM Interação P x K
QM Re síduo
Interação N x P x K (tN – 1) (tP –1) (tK – 1) SQ Interação N x P x K QM Interação N x P x K QM Interação N x P x K
(parte não confundida) – 2 confundido QM Re síduo
(Tratamentos Não t – 1 – 2 confundido SQ Tratamentos - -
Confundidos)
Blocos Rxb–1 SQ Blocos - -

Resíduo (t – 1)(r – 1) – 2 SQ Resíduo QM Resíduo

Total Txr–1 SQ Total

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 347


348
onde:
GL = número de graus de liberdade;
SQ = soma de quadrados;
QM = quadrado médio;
F = valor calculado do teste F;
t = número de tratamentos (combinações);
r = número de repetições do experimento;
b = número de sub-blocos;
tN = número de tratamentos N;
tP = número de tratamentos P;
tK =número de tratamentos K;

SQ Total =   2 
  2

onde:
X = valor de cada observação;
N = número de observações, que corresponde ao número de tratamentos (t) multiplicado
pelo número de repetições do experimento (r);

SQ Tratamentos Não Confundidos

       G 2    
2 2 2
=    
r   g  

onde:
T(NPK) = total de cada combinação (NPK);
TG = total geral de cada sub-bloco, que corresponde ao somatório do total de cada
combinação (NPK) do sub-bloco;
g = número de tratamentos (combinações) do sub-bloco (t’) multiplicado pelo número
de repetições do experimento (r);

  2   
2
SQ Blocos = 
t' 

onde:
B = total de cada bloco;

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos Não Confundidos + SQ Blocos)

SQ Tratamentos N =
 N 2

   2

r x tP x tK 

onde:
TN = total de cada tratamento N;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 348


349

SQ Tratamentos P =
 P 2

   2

r x tN x tK 

onde:
TP = total de cada tratamento P;

SQ Tratamentos K =
  2

  2

r x tN x tP 

onde:
TK = total de cada tratamento K;

     
2 2
SQ Interação N x P =  –
r x tK 

(SQ Tratamentos N + SQ Tratamentos P)

onde:
T(NP) = total de cada combinação (NP);

    
2 2
SQ Interação N x K =  –
r x tP 

(SQ Tratamentos N + SQ Tratamentos K)

onde:
T(NK) = total de cada combinação (NK);

 P    
2 2
SQ Interação P x K =  –
r xtN 

(SQ Tratamentos P + SQ Tratamentos K)

onde:
T(PK) = total de cada combinação (PK);

SQ Interação N x P x K = SQ Tratamentos Não Confundidos –

[SQ Tratamentos N + SQ Tratamentos P + SQ Tratamentos K +

SQ Interação N x P + SQ Interação N x K + SQ Interação P x K]

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 349


350
SQ ´Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

SQ Tramentos N
QM Tratamentos N =
GLTratamentos N

SQ Tramentos P
QM Tratamentos P =
GLTratamentos P

SQ Tramentos K
QM Tratamentos K =
GLTratamentos K

SQ Interação N x P
QM Interação N x P =
GL Interção N x P

SQ Interação N x K
QM Interação N x K =
GL Interção N x K

SQ Interação P x K
QM Interação P x K =
GL Interção P x K

SQ Interação N x P x K
QM Interação N x P x K =
GL Interção N x P x K

Pode-se, também, realizar um experimento desta natureza com uma só repetição,


utilizando-se a Interação Tripla N x P x K como resíduo. No entanto, é mais conveniente
utilizar mais de uma repetição (em geral, utilizam-se duas repetições) para se obter uma
maior precisão experimental.

10.6 Exemplo de um Experimento Fatorial 33 com Confundimento

Apresentar-se-á a seguir a análise da variância e a interpretação dos resultados de


um experimento fatorial 33 com confundimento.
Exemplo 3: A partir dos dados da TABELA 10.9, pede-se:
a) Fazer a análise da variância no esquema fatorial 33 com confundimento,
inclusive levando-se em conta a regressão polinomial para os efeitos de N, P e K;
b) Obter o coeficiente de variação;
c) Obter as equações de regressão, acompanhadas de tabelas de médias e de
gráficos, e os coeficientes de determinação para os efeitos de N, P e K.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 350


351

TABELA 10.9 – DADOS DE PRODUÇÃO DE ALGODÃO HERBÁCEO (Gossypium hirsutum L.)


(kg/ha) DE UM ENSAIO DE ADUBAÇÃO NPK1/, 33, COM CONFUNDIMENTO
(GRUPO W), COM DUAS REPETIÇÕES

Trat. 1º Rep. 2º Rep. Totais Trat. 1º Rep. 2º Rep. Totais Trat. 1º Rep. 2º Rep. Totais

000 182 78 260 001 273 143 416 002 52 69 121

012 365 208 573 010 78 339 417 001 130 195 325

021 221 469 690 022 182 208 390 020 117 299 416

101 781 286 1.067 102 820 404 1.224 100 169 339 508

110 469 417 886 111 586 417 1.003 112 365 378 743

122 1.016 573 1.589 120 547 260 807 121 260 547 807

202 247 326 573 200 352 130 482 201 195 443 638

211 396 534 930 212 898 690 1.588 210 278 508 786

220 278 443 721 221 768 143 911 222 625 599 1.224

3.955 3.334 7.289 4.504 2.734 7.238 2.191 3.377 5.568

FONTE: CAVALCANTI (1977).


NOTA: (1/) Dosagens usadas (kg/ha): N: 0 – 40 – 80; P205 : 0 – 60 – 120; K20 : 0 – 60 – 120.

Resolução:
a) Análise da Variância no Esquema Fatorial 33 com Confundimento
com Regressão Polinomial para os Efeitos de N, P e K:

 X = 182 + 78 + ... + 599 = 20.095,0

 X2 = (182)2 + (78)2 + ... + (599)2

= 33.124 + 6.084 +...+ 358.801 = 10.130.071,0

t = 27

tN = 3

tP = 3

tK = 3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 351


352
r = 2

b = 3

N = txr
= 27 x 2 = 54

GL Tratamentos Não Confundidos = t – 1 – 2 confundido

= 27 – 1 – 2 = 24

GL Blocos = r x b – 1

= 2x3 – 1

= 6 – 1 = 5

GL Resíduo = (t – 1) (r – 1) – 2

= (27 – 1) (2 – 1) – 2

= (26) (1) – 2

= 26 – 2 = 24

GL Total = t x r – 1

= 27 x 2 – 1

= 54 – 1 = 53

GL Tratamentos N = tN – 1

= 3 –1 = 2

GL Regressão Linear = 1

GL Regressão Quadrática = 1

GL Tratamentos P = tP – 1

= 3 –1 = 2

GL Regressão Linear = 1

GL Regressão Quadrática = 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 352


353
GL Tratamentos K = tK – 1

= 3 –1 = 2

GL Regressão Linear = 1

GL Regressão Quadrática = 1

GL Interação N x P = (tN – 1) (tP – 1)

= (3 – 1) (3 – 1)

= (2) (2) = 4

GL Interação N x K = (tN – 1) (tK – 1)

= (3 – 1) (3 – 1)

= (2) (2) = 4

GL Interação P x K = (tP – 1) (tK – 1)

= (3 – 1) (3 – 1)

= (2) (2) = 4

GL Interação N x P x K = (tN – 1) (tP – 1) (tK – 1) – 2 confundido

= (3 – 1) (3 – 1) (3 – 1) – 2

= (2) (2) (2) – 2

= 8 – 2 = 4

SQ Total =   2

 
2

(20.095,0) 2
= 10.130.071,0 
54

403.809.025,0
= 10.130.071,0 –
54

= 10.130.071,0 – 7.477.944,9 = 2.652.126,1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 353


354

     2 –
2
SQ Tratamentos Não Confundidos = –
r 

  G 2   2 
  
 g  

(260,0) 2  (573,0) 2  ...  (1.224,0) 2 (20.095,0) 2


=  
2 54

 (7.289,0) 2  (7.238,0) 2  (5.568,0) 2 (20.095,0) 2 


  
 9x2 54 

67.000,0  328.329,0  ...  1.498.176,0 403.809.025,0


=  
2 54

 53.129.521,0  52.388.644,0  31.002.624,0 403.809.025,0 


  
 18 54 

18.549.673,0 403.809.025,0 136.520.000,0 403.809.025,0


=   
2 54 18 54

= 9.274.836,5 – 7.477.944,9 – 7.584.444,4 + 7.477.944,9 = 1.690.392,1

  2   
2
SQ Blocos = 
t' 

=
3.955,02  3.334,02  ...  3.377,02  20.095,02
9 54

15.642.025,0  11.115.556,0  ...  11.404.129,0 403.809.025,0


= 
9 54

70.722.963,0 403.809.025,0
= 
9 54

= 7.858.107,0 – 7.477.944,9 = 380.162,1

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos Não Confundidos + SQ Blocos)

= 2.652.126,1 – (1.690.392,1 + 380.162,1)

= 2.652.126,1 – 2.070.554,2 = 581.571,9

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 354


355

Tabelas de Dupla Entrada

Fósforo
Nitrogênio Totais de Nitrogênio
P0 P1 P2

N0 797,0 (6) 1.315,0 1.496,0 3.608,0 (18)

N1 2.799,0 2.632,0 3.203,0 8.634,0

N2 1.693,0 3.304,0 2.856,0 7.853,0

Totais de Fósforo 5.289,0 (18) 7.251,0 7.555,0 20.095,0

Potássio
Fósforo Totais de Fósforo
K0 K1 K2

P0 1.250,0 (6) 2.121,0 1.918,0 5.289,0 (18)

P1 2.089,0 2.258,0 2.904,0 7.251,0

P2 1.944,0 2.408,0 3.203,0 7.555,0

Totais de Potássio 5.283,0 (18) 6.787,0 8.025,0 20.095,0

Potássio
Nitrogênio Totais de Nitrogênio
K0 K1 K2

N0 1.093,0 (6) 1.431,0 1.084,0 3.608,0 (18)

N1 2.201,0 2.877,0 3.556,0 8.634,0

N2 1.989,0 2.479,0 3.385,0 7.853,0

Totais de Potássio 5.283,0 (18) 6.787,0 8.025,0 20.095,0

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 355


356

SQ Tratamentos N =
  2

   2

r x tP x tK 

=
3.608,0  8.634,0  7.853,0
2 2 2

20.095,0
2

2x3x3 54

13.017.664,0  74.545.956,0  61.669.609,0 403.809.025,0


= 
18 54

149.233.229,0 403.809.025,0
= 
18 54

= 8.290.734,9  7.477.944,9 = 812.790,0

Coeficientes
Totais de Tratamentos N (T)
C1 C2

3.608,0 (18) – 1 + 1

8.634,0 0 – 2

7.853,0 +1 + 1

K 2 6

M 1 3

( C1T ) 2
SQ Re gressão Linear 
rK1

=
 (1 x 3.608,0)  (0 x 8.634,0)  ( 1 x 7.853,0) 2
18 x 2

=
( 3.608,0)  (0,00000)  (7.853,0) 2
36

(4.245,0) 2
=
36

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 356


357
18.020.025,0
=  500.556,25
36

( C 2T ) 2
SQ Re gressão Quadrática 
rK 2

=
 (1 x 3.608,0)  ( 2 x 8.634,0)  ( 1 x 7.853,0) 2
18 x 6

=
(3.608,0)  ( 17.268,0)  (7.853,0) 2
108
( 5.807,0) 2
=
108

33.721.249,0
= = 312.233,787
108

SQ Tratamentos P =
 P 2

   2

r x tN x tK 

=
5.289,02  7.251,02  7.555,02  20.095,02
2 x3x3 54

27.973.521  52.577.001,0  57.078.025,0 403.809.025,0


= 
18 54

137.628.547,0 403.809.025,0
= 
18 54

= 7.646.030,4 – 7.477.944,9 = 168.085,5

Coeficientes
Totais de Tratamentos P (T)
C1 C2

5.289,0 (18) – 1 + 1

7.251,0 0 – 2

7.555,0 +1 + 1

K 2 6

M 1 3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 357


358

( C1T ) 2
SQ Re gressão Linear 
rK1

=
 (1 x 5.289,0)  (0 x 7.251,0)  ( 1 x 7.555,0) 2
18 x 2

=
( 5.289,0)  (0,00000)  (7.555,0) 2
36

(2.266,0) 2
=
36
5.134.756,0
= = 142.632,1111
36

( C 2T ) 2
SQ Re gressão Quadrática 
rK 2

=
 (1 x 5.289,0)  ( 2 x 7.251,0)  ( 1 x 7.555,0) 2
18 x 6

=
(5.289,0)  ( 14.502,0)  (7.555,0) 2
108

( 1.658,0) 2
=
108

2.748.964,0
= = 25.453,37037
108

SQ Tratamentos K =
 K 2

   2

r x tN x tP 

=
5.283,02  6.787,02  8.025,02  20.095,02
2 x3x3 54

27.910.089,0  46.063.369  64.400.625,0 403.809.025,0


= 
18 54

138.374.083,0 403.809.025,0
= 
18 54

= 7.687.449,1 – 7.477.944,9 = 209.504,2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 358


359

Coeficientes
Totais de Tratamentos K (T)
C1 C2

5.283,0 (18) – 1 + 1

6.787,0 0 – 2

8.025,0 +1 + 1

K 2 6

M 1 3

( C1T ) 2
SQ Re gressão Linear 
rK1

=
 (1 x 5.283,0)  (0 x 6.787,0)  ( 1 x 8.025,0) 2
18 x 2

=
( 5.283,0)  (0,00000)  (8.025,0) 2
36

(2.742,0) 2
=
36

7.518.564,0
= = 208.849,0
36

( C 2T ) 2
SQ Re gressão Quadrática 
rK 2

=
 (1 x 5.283,0)  ( 2 x 6.787,0)  ( 1 x 8.025,0) 2
18 x 6

=
(5.283,0)  ( 13.574,0)  (8.025,0) 2
108

( 266,0) 2
=
108

70.756,0,0
=  655,14815
108

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 359


360

 ( P) 2   
2
SQ Interação N x P =  –
r x tK 

(SQ Tratamentos N + SQ Tratamentos P)

=
797,02  1.315,02  ...  2.856,02  20.095,0 – 812.790,0 + 168.085,5)
2x3 54

635.209,0  1.729.225,0  ...  8.156.736,0 403.809.025,0


=   980.875,5
6 54

51.562.885,0 403.809.025,0
  – 980.875,5
6 54

= 8.593.814,2 – 7.477.944,9 – 980.875,5 = 134.993,8

 ( K ) 2   
2
SQ Interação N x K =  
r x tP 

(SQ Tratamentos N + SQ Tratamentos K)

=
1.093,02  1.431,02  ...  3.385,02 – 20.095,0 –
2x3 54

(812.790,0 + 209.504,2)

1.194.649,0  2.047.761,0  ...  11.458.225,0 403.809.025,0


=   1.022.294,2
6 54

51.743.919,0 403.809.025,0
 –  1.022.294,2
6 54

= 8.623.986,5 – 7.477.944,9 – 1.022.294,2 = 123.747,4

 (K ) 2   
2
SQ Interação P x K =  
r xtN 

(SQ Tratamentos P + SQ Tratamentos K)

=
1.250,0  2.121,0  ...  3.203,0
2 2 2

20.095,0 
2x3 54

(168.085,5 + 209.504,2)
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 360
361

47.472.375,0 403.809.025,0
 –  377.589,7
6 54

= 7.912.062,5 – 7.477.944,9 – 377.589,7 = 56.527,9

SQ Interação N x P x K = SQ Tratamentos Não Confundidos –

(SQ Tratamentos N + SQ Tratamentos P + SQ Tratamentos K +

SQ Interação N x P + SQ Interação N x K + SQ Interação P x K)

= 1.690.392,1 – (812.790,0 + 168.085,5 + 209.504,2 +

134.993,8 + 123.747,4 + 56.527,9)

= 1.690.392,1 – 1.505.648,8 = 184.743,3


SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

581.571,9
=  24.232,1625
24

SQ Re gressão Linear ( N )
QM Regressão Linear (N) =
GL Re gressão Linear ( N )

500.556,25
= = 500.556,25
1

SQ Re gressão Quadrática ( N )
QM Regressão Quadrática (N) =
GL Re gressão Quadrática ( N )

312.233,787
= = 312.233,787
1

SQ Re gressão Linear ( P)
QM Regressão Linear (P) =
GL Re gressão Linear ( P)

142.632,1111
= = 142.632,1111
1

SQ Re gressão Quadrática ( P)
QM Regressão Quadrática (P) =
GL Re gressão Quadrática ( P)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 361


362
25.453,37037
= = 25.453,37037
1

SQ Re gressão Linear ( K )
QM Regressão Linear (K) =
GL Re gressão Linear ( K )

208.849,0
= = 208.849,0
1

SQ Re gressão Quadrática ( K )
QM Regressão Quadrática (K) =
GL Re gressão Quadrática ( K )

655,14815
= = 655,14815
1

SQ Interação N x P
QM Interação N x P =
GL Interação N x P

134.993,8
=  33.748,45
4

SQ Interação N x K
QM Interação N x K =
GL Interação N x K

123.747,4
=  30.936,85
4

SQ Interação P x K
QM Interação P x K =
GL Interação P x K

56.527,9
=  14.131,975
4

SQ Interação N x P x K
QM Interação N x P x K =
GL Interação N x P x K

184.743,3
= = 30.790,55
6

QM Re gressão Linear ( N )
F Calculado para Regressão Linear (N) =
QM Re síduo

500.556,25
=  20,66
24.232,1625

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 362


363

QM Re gressão Quadrática ( N )
F Calculado para Regressão Quadrática (N) =
QM Re síduo

312.233,787
=  12,89
24.232,1625

QM Re gressão Linear ( P)
F Calculado para Regressão Linear (P) =
QM Re síduo

142.632,1111
=  5,89
24.232,1625

QM Re gressão Quadrática ( P)
F Calculado para Regressão Quadrática (P) =
QM Re síduo

25.453,37037
=  1,05
24.232,1625

QM Re gressão Linear ( K )
F Calculado para Regressão Linear (K) =
QM Re síduo

208.849,0
=  8,62
24.232,1625

QM Re gressão Quadrática ( K )
F Calculado para Regressão Quadrática (K) =
QM Re síduo

655,14815
=  0,027
24.232,1625

QM Interação N x P
F Calculado para Interação N x P =
QM Re síduo

33.748,45
=  1,39
24.232,1625

QM Interação N x K
F Calculado para Interação N x K =
QM Re síduo

30.936,85
=  1,28
24.232,1625

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 363


364
QM Interação P x K
F Calculado para Interação P x K =
QM Re síduo

14.131,975
=  0,583
24.232,1625

QM Interação N x P x K
F Calculado para Interação N x P x K =
QM Re síduo

30.790,55
=  1,27
24.232,1625

F Tabelado (1%) para a Regressão Linear de N, P e K = 7,82

F Tabelado (5%) para a Regressão Linear de N, P e K = 4,26

F Tabelado (1%) para a Regressão Quadrática de N e P = 7,82

F Tabelado (5%) para a Regressão Quadrática de N e P = 4,26

F Tabelado (1%) para a Regressão Quadrática de K = 0,000040


F Tabelado (5%) para a Regressão Quadrática de K = 0,0010

F Tabelado (1%) para as Interações N x P e N x K = 4,22

F Tabelado (5%) para as Interações N x P e N x K = 2,78

F Tabelado (1%) para a Interação P x K = 0,050

F Tabelado (5%) para a Interação P x K = 0,118

F Tabelado (1%) para a Interação N x P x K = 3,67

F Tabelado (5%) para a Interação N x P x K = 2,51

TABELA 10.10 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO EFEITO DA ADUBAÇÃO NPK, 3 3, COM


CONFUNDIMENTO (GRUPO W) NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO HERBÁCEO
(em kg/ha). PIRACICABA – SP, 1977

Causa de Variação GL SQ QM F

Nitrogênio (N) (2) (812.790,00000) - -


Regressão Linear 1 500.556,25000 500.556,25000 20,66 **
Regressão Quadrática 1 312.233,78700 312.233,78700 12,89 **

Fósforo (P) (2) (168.085,50000) - -

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 364


365
Regressão Linear 1 142.632,11110 142.632,11110 5,89 *
Regressão Quadrática 1 25.453,37037 25.453,37037 1,05 ns

Potássio (K) (2) (209.504,20000) - -


Regressão Linear 1 208.849,00000 208.849,00000 8,62 **
Regressão Quadrática 1 655,14815 655,37037 0,027 ns

Interação N x P 4 134.993,80000 33.748,45000 1,39 ns

Interação N x K 4 123.747,40000 30.936,85000 1,28 ns

Interação P x K 4 56.527,90000 14.131,97500 0,583 ns

Interação N x P x K 6 184.743,30000 30.790,55000 1,27 ns

(Tratamentos Não Confundidos) (24) (1.690.392,1000) - -

Blocos 5 380.162,10000 - -

Resíduo 24 581.571,90000 24.232,16250

Total 53 2.652.126,10000

NOTAS: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.


(* e **) Significativo nos níveis de 5 e 1% de probabilidade, respectivamente.
De acordo com o teste F, tem-se:
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, para as
Regressões Linear e Quadrática, indicando que a equação de 2º grau explica o
comportamento da produção de algodão herbáceo em função do aumento dos níveis de
nitrogênio.
Houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, apenas para a
Regressão Linear, indicando que a equação de 1º grau explica o comportamento da
produção de algodão herbáceo em função do aumento dos níveis de fósforo.
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, apenas para a
Regressão Linear, indicando que a equação de 1º grau explica o comportamento da
produção de algodão herbáceo em função do aumento dos níveis de potássio.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a
Interação N x P, indicando que o efeito de N na produção de algodão herbáceo independe
da presença ou ausência de P2 05 ou vice-versa.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a
Interação N x K, indicando que o efeito de N na produção de algodão herbáceo
independe da presença ou ausência de K2 0 ou vice-versa.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a
Interação P x K, indicando que o efeito de P2 O5 na produção de algodão herbáceo
independe da presença ou ausência de K2 0 ou vice-versa.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a
Interação N x P x K, indicando que o efeito de N na produção de algodão herbáceo
independe da presença ou ausência de P2 O5 e de K2 0 ou vice-versa.
b) Coeficiente de Variação:
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 365
366

m̂ 
  

20.095,0
=  372,12963
54

s = QM Re síduo

= 24.232,1625  155,66683

100 x s
CV =

100 x 155,66683
=
372,12963

15.566,683
=  41,83%
372,12963

O coeficiente de variação foi 41,83%, indicando que a precisão do experimento


foi muito péssima.
c) Equações de Regressão, acompanhadas de Tabelas de Médias e de Gráficos, e
Coeficientes de Determinação para os Efeitos de N, P e K:
c.1) Equação de Regressão para o Efeito de N, acompanhada de Tabela de
Médias e de Gráfico:

Y 
Y
N

20.095,0
=  372,1296296
54

B1 
C T 1

rK1

(1 x 3.608,0)  (0 x 8.634,0)  ( 1 x 7.853,0)


=
18 x 2

( 3.608,0)  (0,00000)  (7.853,0)


=
36

4.245,0
= = 117,9166667
36

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 366


367

B2 
C T 2

rK 2

(1 x 3.608,0)  ( 2 x 8.634,0)  ( 1 x 7.853,0)


=
18 x 6

(3.608,0)  ( 17.268,0)  (7.853,0)


=
108

 5.807,0
=   53,76851852
108

M1 = 1

M2 = 3

P1 = x

n2 1
P2  x 2 
12

(3) 2  1
= x2 
12
9 1
= x2 
12

8
= x2 
12

= x2 – 0,666666667

Y = Y + B1M1P1 + B2M2P2

= 372,1296296 + [117,9166667 x 1 (x)] +

[– 53,76851852 x 3 (x2 – 0,666666667)]

= 372,1296296 + 117,9166667 x – 161,3055556 x2 + 107,5370371

= 479,6666667 + 117,9166667 x – 161,3055556 x2

A variável auxiliar x é dada pela equação:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 367


368
XX
x
q

onde, neste caso, tem-se:

X 
X
N

=
(0 x 18)  (40 x 18)  (80 x 18)
54

=
0  720  1.440
54

2.160
= = 40
54

q = 40

XX
x
q

X  40
=
40

= 0,025 X – 1

Substituindo a variável auxiliar x na equação de regressão, tem-se:

Y = 479,6666667 + 117,9166667(0,025 X – 1) – 161,3055556 (0,025 X – 1)2

= 479,6666667 + 2,947916668 X – 117,9166667 –

161,3055556 (0,000625 X2 – 0,050 X + 1)

= 479,6666667 + 2,947916668 X – 117,9166667 – 0,100815972 X2 +

8,06527778 X – 161,3055556

= 200,4444444 + 11,01319445 X – 0,100815972 X2

Médias Esperadas:

m̂0 = 200,4444444 + 11,01319445 (0) – 0,100815972 (0)2

= 200,4444444 + 0,000000000 – 0,000000000 = 200,4444444


Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 368
369

2
m̂40 = 200,4444444 + 11,01319445 (40) – 0,100815972 (40)

= 200,4444444 + 440,527778 – 0,100815972 (1.600)

= 200,4444444 + 440,527778 – 161,3055552 = 479,6666672


2
m̂80 = 200,4444444 + 11,01319445 (80) – 0,100815972 (80)

= 200,4444444 + 881,055556 – 0,100815972 (6.400)

= 200,4444444 + 881,055556 – 645,2222208 = 436,2777796

Médias Observadas:

mˆ 0 
Y 0

3.608,0
= = 200,4444444
18

mˆ 40 
Y 40

8.634,0
=  479,6666667
18

mˆ 80 
Y 80

7.853,0
=  436,2777778
18

TABELA 10.11 – EFEITO DO NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO HERBÁCEO


(kg/ha)

Médias ( nota. ) Desvios de Regressão


Níveis de Nitrogênio Esperada (A) Observada (B) (A – B)

0 200,4444444 200,4444444 0,0000000


40 479,6666672 479,6666667 + 0,0000005
80 436,2777796 436,2777778 + 0,0000018

FIGURA 10.2 – EFEITO DO NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO HERBÁCEO (kg/ha)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 369


370

Verifica-se que houve um aumento acentuado na produção de algodão herbáceo


com o nível de 40 kg/ha de nitrogênio em relação à ausência deste elemento; porém, com
a utilização de 80 kg/ha de nitrogênio, houve uma ligeira queda na produção de algodão
herbáceo, conforme TABELA 10.11 e FIGURA 10.2.
c.2) Coeficiente de Determinação para o Efeito de N:

SQ Re gressão x 100
R2 
SQ Tratamentos N

812.790,037 x 100
=
812.790,0

81.279.003,7
= = 100,00%
812.790,0
O valor de R 2 explica 100,00% do comportamento da produção de algodão
herbáceo em função dos níveis de nitrogênio determinado pela equação de 2º grau.
c.3) Equação de Regressão para o Efeito de P2 O5, acompanhada de Tabela de
Médias e de Gráfico:

Y 
Y
N

20.095,0
=  372,1296296
54

B1 
C T 1

rK1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 370


371
(1 x 5.289,0)  (0 x 7.251,0)  ( 1 x 7.555,0)
=
18 x 2

( 5.289,0)  (0,00000)  (7.555,0)


=
36

2.266,0
= = 62,94444444
36

M1 = 1

P1 = x

Y = Y + B1M1P1

= 372,1296296 + [62,94444444 x 1 (x)]

= 372,1296296 + 62,94444444 x

A variável auxiliar x é dada pela equação:

XX
x
q

onde, neste caso, tem-se:

X 
X
N

=
(0 x 18)  (60 x 18)  (120 x 18)
54

=
0  1.080  2.160
54

3.240
= = 60
54

q = 60

XX
x
q

X  60
=
60

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 371


372

= 0,016666666 X – 1

Substituindo a variável auxiliar x na equação de regressão, tem-se:

Y = 372,1296296 + 62,94444444 (0,016666666 X – 1)

= 372,1296296 + 1,049074032 X – 62,94444444

= 309,1851852 + 1,049074032 X

Médias Esperadas:

m̂0 = 309,1851852 + 1,049074032 (0)

= 309,1851852 + 0,000000000 = 309,1851852

m̂60 = 309,1851852 + 1,049074032 (60)

= 309,1851852 + 62,9444419 = 372,1296271

m̂120 = 309,1851852 + 1,049074032 (120)

= 309,1851852 + 125,8888838 = 435,0740690

Médias Observadas:

mˆ 0 
Y 0

5.289,0
= = 293,8333333
18

mˆ 60 
Y 60

7.251,0
=  402,8333333
18

mˆ 120 
Y 120

7.555,0
=  419,7222222
18

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 372


373
TABELA 10.12 – EFEITO DO FÓSFORO NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO HERBÁCEO (kg/ha)

Níveis de Fósforo Médias ( nota. ) Desvios de Regressão


Esperada (A) Observada (B) (A – B)

0 309,1851852 293,8333333 + 15,3518519

60 372,1296271 402,8333333 – 30,7037062

120 435,0740690 419,7222222 + 15,3518468

FIGURA 10.3 – EFEITO DO NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO HERBÁCEO (kg/ha)

Verifica-se que houve um aumento na produção de algodão herbáceo com o


aumento do nível de fósforo, conforme TABELA 10.12 e FIGURA 10.3.
c.4) Coeficiente de Determinação para o Efeito de Fósforo:

SQ Re gressão x 100
R2 
SQ Tratamentos P
142.632,1111 x 100
=
168.085,5

14.263.211,11
=  84,86%
168.085,5

O valor de R 2 explica 84,86% do comportamento da produção de algodão


herbáceo em função dos níveis de fósforo determinado pela equação de 1º grau.
c.5) Equação de Regressão para o Efeito de K2 O, acompanhada de Tabela de
Médias e de Gráfico:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 373


374

Y 
Y
N

20.095,0
=  372,1296296
54

B1 
C T 1

rK1

(1 x 5.283,0)  (0 x 6.787,0)  ( 1 x 8.025,0)


=
18 x 2

( 5.283,0)  (0,00000)  (8.025,0)


=
36

2.742,0
= = 76,16666667
36

M1 = 1

P1 = x

Y = Y + B1M1P1

= 372,1296296 + [76,16666667 x 1 (x)]

= 372,1296296 + 76,16666667 x

A variável auxiliar x é dada pela equação:

XX
x
q

onde, neste caso, tem-se:

X 
X
N

=
(0 x 18)  (60 x 18)  (120 x 18)
54

=
0  1.080  2.160
54

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 374


375
3.240
= = 60
54

q = 60

XX
x
q

X  60
=
60

= 0,016666666 X – 1

Substituindo a variável auxiliar x na equação de regressão, tem-se:

Y = 372,1296296 + 76,16666667 (0,016666666 X – 1)

= 372,1296296 + 1,269444394 X – 76,16666667

= 295,9629629 + 1,269444394 X

Médias Esperadas:

m̂0 = 295,9629629 + 1,269444394 (0)

= 295,9629629 + 0,000000000 = 295,9629629

m̂60 = 295,9629629 + 1,269444394 (60)

= 295,9629629 + 76,1666636 = 372,1296265

m̂120 = 295,9629629 + 1,269444394 (120)

= 295,9629629 + 152,3333272 = 448,2962901

Médias Observadas:

mˆ 0 
Y 0

5.283,0
= = 293,5000000
18

mˆ 60 
Y 60

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 375


376

6.787,0
=  377,0555556
18

mˆ 120 
Y 120

8.025,0
=  445,8333333
18

TABELA 10.13 – EFEITO DO POTÁSSIO NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO HERBÁCEO (kg/ha)

Níveis de Potássio Médias ( nota. ) Desvios de Regressão


Esperada (A) Observada (B) (A – B)

0 295,9629629 293,5000000 + 2,4629629

60 372,1296265 377,0555556 – 4,9259291

120 448,2962901 445,8333333 + 2,4629568

FIGURA 10.4 – EFEITO DO NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO HERBÁCEO (kg/ha)

Verifica-se que houve um aumento na produção de algodão herbáceo com o


aumento do nível de potássio, conforme TABELA 10.13 e FIGURA 10.4.
c.6) Coeficiente de Determinação para o Efeito de Potássio:

SQ Re gressão x 100
R2 
SQ Tratamentos K

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 376


377
208.849,0 x 100
=
209.504,2

20.884.900,0
=  99,69%
209.504,2

O valor de R 2 explica 99,69% do comportamento da produção de algodão


herbáceo em função dos níveis de potássio determinado pela equação de 1º grau.

10.7 Exercícios

a) A partir dos dados da TABELA 10.14, pede-se:


a.1) Fazer a análise da variância no esquema fatorial de 11 x 3;
a.2) Obter o coeficiente de variação;
a.3) Se a interação fitorreguladores X ambientes for significativa, fazer o
desdobramento do número de graus de liberdade de fitorreguladores mais o da interação
fitorreguladores X ambientes;
a.4) Aplicar, se necessário, o teste de Duncan a 5% de probabilidade na
comparação de médias de fitorreguladores dentro de cada ambiente.

TABELA 10.14 – DADOS REFERENTES A NÚMERO DE DIAS NECESSÁRIOS PAR A BROTAÇÃO


DE BULBOS DE LÍRIOS (MÉDIA DE CINCO BULBOS) DE UM ENSAIO
REALIZADO NO DELINEAMENTO INTEIRAMENTE CASUALIZADO, NO
ESQUEMA FATORIAL 3 X 3, EM QUE FORAM ESTUDADOS OS EFEITOS DA
VERNALIZAÇÃO E DE FITORREGULADORES NO DESENVOLVIMENTO DE
Lilium longiflorum Thunb.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 377


378

Tratamentos * I II III IV V VI VII VIII Totais de Tratamentos

A0 B0 54 51 57 71 52 55 55 64 459

A0 B1 52 69 50 79 57 81 81 80 549

A0 B2 69 46 82 48 48 47 54 51 445

A1 B0 49 54 52 49 48 48 47 46 393

A1 B1 44 42 52 44 46 47 52 49 376

A1 B2 59 50 50 49 46 51 53 56 414

A2 B0 53 47 66 49 49 51 51 53 419

A2 B1 69 50 53 54 47 44 47 49 413
A2 B2 50 54 53 57 45 49 56 71 435

FONTE: Adaptado de BARBIN (1982).


NOTA: (*) Fitorreguladores: A0 – Sem Fitorreguladores; A1 – Ácido Giberélico 1000 ppm (12 horas); A2 – Ácido
Indolacético 1000 ppm (12 horas); Ambientes: B 0 – Temperatura de 0 oC por duas semanas; B1 –
Temperatura de 4 oC por duas semanas; B2 – Temperatura de 8 oC por duas semanas.

b) A partir dos dados da TABELA 10.15, pede-se:


b.1) Fazer a análise da variância no esquema fatorial 33 com confundimento,
inclusive levando-se em conta a regressão polinomial para os efeitos de N, P e K;
b.2) Obter o coeficiente de variação;
b.3) Obter as equações de regressão, acompanhadas de tabelas de médias e de
gráficos, e os coeficientes de determinação para os efeitos de N, P e K.

TABELA 10.15 – DADOS DE PRODUÇÃO DE CANA-PLANTA (t/ha) DE CANA-DE-AÇÚCAR


(Saccharum officinarum L.) DE UM ENSAIO DE ADUBAÇÃO NPK, 33, COM
CONFUNDIMENTO (GRUPO Z), COM DUAS REPETIÇÕES

Trat. I II Totais Trat. I II Totais Trat. I II Totais

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 378


379

000 61,21 111,23 172,44 001 59,88 131,70 191,58 002 72,73 120,80 193,53

012 106,43 107,00 213,43 010 70,60 145,03 215,63 011 119,76 142,56 262,32

021 128,80 120,27 249,07 022 105,67 155,41 261,08 020 115,00 128,75 243,75

102 46,00 131,94 177,94 100 66,10 122,65 188,75 101 688,45 123,37 191,82

111 111,20 137,17 248,37 112 114,24 145,27 259,51 110 92,63 128,13 220,76

120 122,14 129,56 251,70 121 130,94 128,98 259,92 122 133,80 108,37 242,17

201 72,02 96,23 168,25 202 73,45 82,27 158,72 220 46,79 102,42 149,21

210 111,43 121,70 233,13 211 137,84 123,84 261,68 212 104,48 104,80 209,28

222 145,18 140,98 286,16 220 142,84 134,08 276,92 221 105,19 121,70 226,86

904,41 1.096,08 2.000,49 901,56 1.172,23 2.073,79 858,83 1.080,90 1.939,73

FONTE: CAMPOS (1984).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 379


379

EXPERIMENTOS EM
11 PARCELAS SUBDIVIDIDAS

Os experimentos em parcelas subdivididas são utilizados na pesquisa


agropecuária quando, geralmente, os pesquisadores desejam estudar simultaneamente
dois grupos de tratamentos, em condições experimentais um pouco diferentes das
utilizadas nos experimentos fatoriais. São usados em pesquisa envolvendo: doses de
adubação mineral e níveis de calagem; sistemas de irrigação e densidades de plantio;
cultivares e espaçamentos; cultivares e tipos de poda; tipos de fungicida e épocas de
plantio; cultivares e períodos de corte; épocas de fenação e técnicas de secagem; raças e
tipos de vermífugo; tipos de ração e raças; doses de vermífugo e doses de vitamina; raças
e níveis de inclusão de um alimento na ração; etc..
Nestes experimentos as parcelas são divididas em partes iguais, denominadas de
subparcelas e podem ser distribuídas em qualquer delineamento estatístico, sendo mais
utilizados os delineamentos inteiramente casualizados e em blocos casualizados.
De acordo com a estruturação das subparcelas, podem-se distinguir dois tipos de
experimentos em parcelas subdivididas:
a) Parcelas subdivididas no espaço – Quando em cada parcela há uma
subdivisão da sua área em subáreas, constituindo, cada uma delas, uma subparcela. Pode-
se ter, por exemplo, nas parcelas, cultivares de milho, e a sua área poderá ser subdividida
em subáreas, cada uma delas com um espaçamento diferente, constituindo as subparcelas.
Num outro exemplo, pode-se ter, nas parcelas (conjunto de baias), raças de suíno, e nas
subparcelas (cada baia individual), tipos de ração.
b) Parcelas subdivididas no tempo – Quando as parcelas não se subdividem em
subáreas, mas, periodicamente, são tomados dados em cada uma delas, constituindo estas
tomadas as subparcelas. Quando as tomadas de dados forem anuais, estas não deverão
ultrapassar mais de quatro anos sucessivos. Pode-se, assim, por exemplo, ter nas parcelas
diferentes cultivares de manga, e a cada ano avaliar a produção de frutos sempre nas
mesmas parcelas. Cada ano constituiria uma subparcela do experimento. Num outro
exemplo, pode-se ter, nas parcelas, diferentes cultivares de capim elefante, e a cada
período de 60 dias avaliarem a produção de matéria seca sempre nas mesmas parcelas.
Cada período de 60 dias constituiria uma subparcela do experimento. Ainda, em um outro
exemplo, pode-se ter, nas parcelas, diferentes raças de caprino, e a cada período do dia
avaliar a freqüência respiratória nos mesmos animais (parcelas). Cada período do dia
constituiria uma subparcela do experimento.
Quanto à natureza dos fatores usados, os experimentos em parcelas subdivididas,
à semelhança dos experimentos fatoriais, podem ser:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 379


380
a) qualitativo – quando os tratamentos dos dois grupos são qualitativos como,
por exemplo, cultivares e tipos de poda; cultivares e tipos de fungicida; tipos de adubo e
tipos de herbicida; raças e tipos de ração; raças e tipos de vermífugo; tipos de vacina e
tipos de ambiente; etc.;
b) quantitativo – quando os tratamentos dos dois grupos são quantitativos como,
por exemplo, doses de herbicida e idades de planta; doses de N e doses de fungicida;
doses de vermífugo e idades de animal; níveis de inclusão de um alimento na ração e
períodos de restrição alimentar; etc.;
c) misto – quando se usa os dois tipos de tratamentos, ou seja, quando um grupo
é qualitativo e o outro grupo é quantitativo, como, por exemplo, cultivares e doses de N;
tipos de poda e doses de fungicida; tipos de ração e doses de vermífugo; raças e níveis de
inclusão de um alimento na ração; etc..
A principal característica dos experimentos em parcelas subdivididas está na
forma como é feita a casualização dos dois grupos de tratamentos ou fatores. Enquanto
que nos experimentos fatoriais, a casualização de todas as combinações possíveis entre os
dois grupos de tratamentos é feita de acordo com os princípios do delineamento
estatístico utilizado, nos experimentos em parcelas subdivididas, a casualização dos
fatores é feita em duas etapas: na primeira etapa, casualizam-se os níveis do fator que
será avaliado nas parcelas, de acordo com os princípios do delineamento estatístico
utilizado; na segunda etapa, casualizam-se, dentro de cada parcela, os níveis do fator que
será avaliado nas subparcelas.
Em função das casualizações efetuadas nestes experimentos, tem-se dois resíduos
distintos: o Resíduo (a), que é a base de comparação dos níveis do fator que será avaliado
nas parcelas; e o Resíduo (b), que é a base de comparação dos níveis do fator que será
avaliado nas subparcelas.
Os experimentos em parcelas subdivididas contém todas as vantagens que os
experimentos fatoriais apresentam em relação aos experimentos simples. Além disso, eles
apresentam a vantagem de serem mais práticos de instalar que os fatoriais, o que os
tornam muitas vezes preferidos pelos pesquisadores.
Vejam-se porque os experimentos em parcelas subdivididas são mais práticos de
instalar que os experimentos fatoriais:
Considere-se uma pesquisa que tenha por objetivo avaliar o efeito de diferentes
espaçamentos em cultivares de milho. Supondo que foram utilizados três espaçamentos
(E1, E2, E3) e três cultivares (C1, C2, C3), então a constituição de um bloco seria a
seguinte, para os experimentos fatorial e em parcelas subdivididas:

E E E E E E E E
E2 E3 E1 E1 E3 E3 E1 E2 E2
FATORIAL

C1 C2 C3 C1 C3 C1 C2 C3 C2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 380


381

E2 E1 E3

C C C C C C C C
C C C C C C C C C
C1 C3 C2 C 3 C2 C1 C3 C 1 C2

PARCELAS
SUBDIVIDIDAS ou

C3 C1 C2

E E E E E E E E E
E E E E E E E E E
E E E E E E E E E
E2 E1 E3 E3 E1 E2 E1 E3 E2

Observa-se que, no experimento fatorial, todas as combinações foram


distribuídas aleatoriamente nas parcelas, sem nenhum critério prático que possibilite
maiores facilidades na implantação do experimento. Em função disso, o pesquisador
deverá ter maior atenção e mais trabalho na sua instalação, pois cada parcela terá um
espaçamento e uma cultivar específicos. Por outro lado, no experimento em parcelas
subdivididas isto não acontece, tendo em vista que a casualização dos fatores é feita em
duas etapas, fazendo-se com que cada parcela, que é formada por três subparcelas, tenha
as três cultivares para um espaçamento específico ou vice-versa, tornando-o muito mais
prático.
Os experimentos em parcelas subdivididas contêm todas as desvantagens que os
experimentos fatoriais apresentam em relação aos experimentos simples. Além disso, eles
apresentam a desvantagem de serem menos eficientes, do ponto de vista estatístico, que
os fatoriais, pois, enquanto nos experimentos fatoriais tem-se um só resíduo para avaliar
todos os efeitos, nos experimentos em parcelas subdivididas há dois resíduos: um para
avaliar o efeito do fator que será colocado nas parcelas e outro para avaliar o efeito do
fator que será colocado nas subparcelas, além do efeito da interação. Com isso, leva-se a
uma diminuição no número de graus de liberdade dos resíduos, pois o GL Resíduo do
fatorial = GL Resíduo (a) + GL Resíduo (b) e, em conseqüência, aumenta o erro
experimental.
Portanto, nos experimentos em parcelas subdivididas, todos os efeitos são
avaliados com menor precisão que nos experimentos fatoriais correspondentes. Por isso,
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 381
382
sempre que for possível, é preferível utilizar os experimentos fatoriais em lugar dos
experimentos em parcelas subdivididas. Contudo, quando os pesquisadores preferirem
utilizá-los, os mesmos deverão colocar o grupo de tratamentos de maior importância nas
subparcelas, tendo em vista que o erro experimental das subparcelas é, geralmente,
menor, pois o GL Resíduo (b)  GL Resíduo (a), bem como aumentar o número de
repetições do experimento. Com esse procedimento, melhora-se a eficiência dos
experimentos em parcelas subdivididas.

11.1 Instalação do Experimento

Tendo em vista que os experimentos em parcelas subdivididas, à semelhança dos


experimentos fatoriais, podem ser instalados em qualquer um dos delineamentos
estatísticos já estudados, deve-se, então, definir, inicialmente, qual o delineamento que
será utilizado; posteriormente, deve-se seguir à risca o que determina tal delineamento,
no que se refere à instalação do experimento, além de levar em conta que a casualização
nos experimentos em parcelas subdivididas é feita em duas etapas, conforme já visto
anteriormente.

11.2 Esquema da Análise da Variância

Como os experimentos em parcelas subdivididas podem ser, também, instalados


em qualquer um dos delineamentos estatísticos já estudados, far-se-á apenas uma
abordagem em torno do delineamento em blocos casualizados, pelo fato de ser o mais
utilizado na pesquisa agropecuária, sendo que toda discussão feita é válida aos outros
delineamentos.
Considerando-se um experimento em parcelas subdivididas com oito
tratamentos, resultantes da combinação de quatro tratamentos A (A0, A1, A2, A3) com
dois tratamentos B (B0, B1), sendo que os tratamentos A foram colocados nas parcelas e
os tratamentos B nas subparcelas, e três repetições, então tem-se o seguinte quadro
auxiliar da análise da variância:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 382


383

Quadro Auxiliar da ANAVA

Blocos
Totais de
Tratamentos A Tratamentos B Tratamentos
I II III

A0 B0 X(A0B0) I X(A0B0) II X(A0B0) III T A0B0


B1 X(A0B1) I X(A0B1) II X(A0B1) III T A0B1

Totais de Parcelas PA0 (I) PA0 (II) PA0 (II)

A1 B0 X(A1B0) I X(A1B0) II X(A1B0) III T A1B0


B1 X(A1B1) I X(A1B1) II X(A1B1) III T A1B1

Totais de Parcelas PA1 (I) PA1 (II) PA1 (III)

A2 B0 X(A2B0) I X(A2B0) II X(A2B0) III T A2B0


B1 X(A2B1) I X(A2B1) II X(A2B1) III T A2B1

Totais de Parcelas PA2 (I) PA2 (II) PA2 (III)

B0 X(A3B0) I X(A3B0) II X(A3B0) III T A3B0


A3
B1 X(A3B1) I X(A3B1) II X(A3B1) III T A3B1

Totais de Parcelas PA3 (I) PA3 (II) PA3 (III)

Totais de Blocos BI BII BIII

O quadro auxiliar da análise da variância acima é utilizado para analisar uma


parte do quadro da análise da variância do experimento em parcelas subdivididas no
delineamento em blocos casualizados. A outra parte é obtida a partir de uma tabela,
proveniente do quadro auxiliar acima, chamada de dupla entrada, conforme se verifica a
seguir:

Tabela de Dupla Entrada

Tratamentos B
Tratamentos A Totais de Tratamentos A
B0 B1
A0 T A0B0 T A0B1 T A0
A1 T A1B0 T A1B1 T A1
A2 T A2B0 T A2B1 T A2
A3 T A3B0 T A3B1 T A3

Totais de Tratamentos B T B0 T B1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 383


384

O esquema da análise da variância é dado por:

Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL SQ QM F

Blocos r–1 SQ Blocos -


QM Tratamentos A
Tratamentos A tA – 1 SQ Tratamentos A QM Tratamento A
QM Re síduo (a)

Resíduo (a) (tA – 1) (r – 1) SQ Resíduo (a) QM Resíduo (a)

Parcelas tA x r – 1 SQ Parcelas -

QM Tratamentos B
Tratamentos B tB – 1 SQ Tratamentos B QM Tratamentos B
QM Re síduo (b)

QM Interação A x B
Interação A x B (tA – 1) (tB – 1) SQ Interação A x B QM Interação A x B
QM Re síduo (b)

Resíduo (b) tA (tB – 1) (r – 1) SQ Resíduo (b) QM Resíduo (b)

Total t A x tB x r – 1 SQ Total

onde:
GL = número de graus de liberdade;
SQ = soma de quadrados;
QM = quadrado médio;
F = valor calculado do teste F;
r = número de repetições do experimento;
tA = número de tratamentos A;
tB = número de tratamentos B;

SQ Total =   2

 
2

onde:
X = valor de cada observação;
N = número de observações, que corresponde ao número de tratamentos A (tA)
multiplicado pelo número de tratamentos B (tB) multiplicado pelo número de
repetições do experimento (r);

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 384


385

SQ Parcelas =
 PA

  
2 2

tB 

onde:
PA = total de cada parcela;

SQ Blocos =
 2

  2
t A x tB 
onde:
B = total de cada bloco;

SQ Tratamentos A =
 A

  2
2

r x tB 

onde:
TA = total de cada tratamento A;

SQ Resíduo (a) = SQ Parcelas – (SQ Tratamentos A + SQ Blocos)

SQ Tratamentos B =
 B

 
2 2

r x tA 

onde:
TB = total de cada tratamento B;

SQ Interação A x B =
 T( AB
2
)

  2 – (SQ Tratamentos A + SQ Tratamentos B)
r 

onde:
T ( AB ) = total de cada combinação (AB);

SQ Resíduo (b) = SQ Total – (SQ Parcelas + SQ Tratamentos B + SQ Interação A x B)

SQ Tratamentos A
QM Tratamentos A =
GL Tratamentos A

SQ Re síduo(a)
QM Resíduo (a) =
GL Re síduo(a)

SQ Tratamentos B
QM Tratamentos B =
GL Tratamentos B

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 385


386
SQ Interação  x 
QM Interação A x B =
GL Interação  x 

SQ Re síduo(b)
QM Resíduo (b) =
GL Re síduo(b)

Vejam-se, a seguir, algumas considerações importantes a respeito do teste F nos


experimentos em parcelas subdivididas:
a) O teste F para Tratamentos A irá dizer se eles diferem entre si, sem levar em
conta os Tratamentos B;
b) O teste F para Tratamentos B irá dizer se eles diferem entre si, sem levar em
conta os Tratamentos A;
c) O teste F para a Interação A x B irá dizer se o comportamento dos
Tratamentos A é influenciado pelo tipo de Tratamento B ou, de modo análogo, se os
Tratamentos B apresentam resultados diferentes conforme o Tratamento A utilizado;
d) A Interação A x B apresentando F não significativo, indica que o
comportamento dos Tratamentos A independe dos Tratamentos B e vice-versa. Neste
caso, quando os dois grupos de tratamentos forem qualitativos, deve-se aplicar um teste
de comparação de médias adequado para cada um dos efeitos principais (fator A e B),
desde que o teste F seja significativo e se tenha mais de dois níveis. Quando os dois
grupos de tratamentos forem quantitativos, deve-se usar, para cada um dos efeitos
principais (fator A e B), a regressão polinomial na análise de variância e, em seguida,
para cada fator, calcula-se a equação de regressão, a partir da regressão de maior grau que
apresentou significância estatística pelo teste F, acompanhada de um gráfico. E quando
um grupo de tratamentos for qualitativo e o outro grupo de tratamentos for quantitativo,
deve-se aplicar, para o efeito principal qualitativo (fator A ou B), um teste de comparação
de médias adequado, desde que o teste F seja significativo e se tenha mais de dois níveis,
e para o efeito principal quantitativo (fator B ou A), a regressão polinomial na análise de
variância e, em seguida, calcula-se a equação de regressão, a partir da regressão de maior
grau que apresentou significância estatística pelo teste F, acompanhada de um gráfico;
e) A Interação A x B apresentando F significativo, indica que há influência dos
Tratamentos A sobre os Tratamentos B e vice-versa. Neste caso, não há necessidade de
se aplicar um teste de comparação de médias para os efeitos principais (fator A e B) se os
dois grupos de tratamentos forem qualitativos ou a regressão polinomial na análise de
variância se os dois grupos de tratamentos forem quantitativos e nem os dois
procedimentos se um dos grupos de tratamentos for qualitativo e o outro grupo de
tratamentos for quantitativo, mas deve-se efetuar o desdobramento dos graus de liberdade
da Interação A x B sob uma das duas formas:
e.1) Entre Níveis de Tratamentos A Dentro de um Mesmo Nível de Tratamento
B:

Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 386


387

Blocos r–1
Tratamentos B tB – 1
Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0 tA – 1
Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1 tA – 1
Resíduo Composto n (SATTERTHWAITE, 1946)

onde n é o número de graus de liberdade do resíduo composto, que deve ser sempre
maior que o número de graus de liberdade do resíduo (a) e menor que a soma dos
números de graus de liberdade dos resíduos (a) e (b), cujo valor, que é aproximado, mas
fornece bons resultados, é obtido pela fórmula:

n =
QM Re síduo(a)  ( K  1)QM Re síduo(b)2
QM Re síduo(a)2  ( K  1) 2 QM Re síduo(b)2
GL Re síduo(a) GL Re síduo(b)

onde:
K = número de subparcelas, que corresponde ao número de Tratamentos B (tB);

SQ Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0

  Dentro de  02  0 
2

= 
r r x t

SQ Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1

  Dentro de 12 1 


2

= 
r r x t

QM Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0

SQ Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0


=
t 1

QM Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1

SQ Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1


=
t 1

Como nesta forma de desdobramento estão envolvidos os dois quadrados médios


dos resíduos [QM Resíduo (a) e QM Resíduo (b)], deve-se compor, então, um novo
quadrado médio do resíduo chamado de quadrado médio do resíduo composto, para se
efetuar o teste F, bem como usá-lo na comparação de médias entre níveis de tratamentos
A dentro de um mesmo nível de tratamento B.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 387


388

1
QM Resíduo Composto = [QM Resíduo (a) + (K – 1) QM Resíduo (b)]
K

F Calculado Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0

QM Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B0


=
QM Re síduo Composto

F Calculado Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1

QM Entre Tratamentos A Dentro do Tratamento B1


=
QM Re síduo Composto
e.2) Entre Níveis de Tratamentos B Dentro de um Mesmo Nível de Tratamento
A:

Quadro da ANAVA

Causa de Variação GL

Blocos r–1
Tratamentos A tA – 1
Resíduo (a) (tA – 1) (r – 1)

Parcelas tA x r – 1

Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0 tB – 1


Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1 tB – 1
Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2 tB – 1
Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A3 tB – 1
Resíduo (b) tA (tB – 1) (r – 1)

Total tA x tB x r – 1

onde:

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0

  Dentro de  02  0 
2

= 
r r x t

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1

  Dentro de 12 1 


2

= 
r r x t

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 388


389

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2

  Dentro de  22  2 
2

= 
r r x t

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A3

  Dentro de  32  3 
2

= 
r r x t

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0


=
tB 1

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1


=
tB 1

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2


=
tB 1

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A3

SQ Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A3


=
tB 1

F Calculado Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A0


=
QM Re síduo(b)

F Calculado Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A1


=
QM Re síduo (b)

F Calculado Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 389


390
QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A2
=
QM Re síduo (b)

F Calculado Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A3

QM Entre Tratamentos B Dentro do Tratamento A3


=
QM Re síduo(b)

Das duas formas de desdobramento apresentadas, a segunda forma (Entre Níveis


de Tratamentos B Dentro de um Mesmo Nível de Tratamento A) é a mais indicada,
porque é recomendado que o grupo de tratamentos de maior importância seja colocado
nas subparcelas, visto que quase sempre ele será avaliado com maior precisão, além de
não modificar muito a estrutura da análise de variância.
f) Também, quando a Interação A x B apresenta F significativo, deve-se proceder
da seguinte maneira: se os dois grupos de tratamentos forem qualitativos, deve-se aplicar
um teste de comparação de médias adequado para comparar apenas um dos efeitos
principais (fator A ou B) dentro de cada nível do outro, sob uma das formas de
desdobramento dos graus de liberdade da Interação A x B, desde que o teste F seja
significativo e se tenha mais de dois níveis. Se os dois grupos de tratamentos forem
quantitativos, deve-se usar apenas para um dos efeitos principais (fator A ou B) dentro de
cada nível do outro, sob uma das formas de desdobramento dos graus de liberdade da
Interação A x B, a regressão polinomial na análise de variância e, em seguida, calcula-se
a equação de regressão, para cada nível do outro fator, a partir da regressão de maior grau
que apresentou significância estatística pelo teste F, acompanhada de um gráfico. Neste
caso, recomenda-se, também, o uso de superfície de resposta. E se um grupo de
tratamentos for qualitativo e o outro grupo de tratamentos for quantitativo, deve-se
aplicar, apenas para o efeito principal qualitativo (fator A ou B) dentro de cada nível do
outro (fator quantitativo), um teste de comparação de médias adequado, desde que o teste
F seja significativo e se tenha mais de dois níveis, ou apenas para o efeito principal
quantitativo (fator B ou A) dentro de cada nível do outro (fator qualitativo), a regressão
polinomial na análise de variância e, em seguida, calcula-se a equação de regressão para
cada nível do outro, a partir da regressão de maior grau que apresentou significância
estatística pelo teste F, acompanhada de um gráfico.
g) Ainda, algumas observações importantes:
g.1) No caso de compararem-se médias gerais de Tratamentos A, através dos
testes de médias, ou se for usado a regressão polinomial na análise de variância, usam-se
o QM Resíduo (a).
g.2) No caso de compararem-se médias gerais de Tratamentos B, através dos
testes de médias, ou se for usado a regressão polinomial na análise de variância, usam-se
o QM Resíduo (b).
g.3) Em função de terem-se dois resíduos distintos, podem-se determinar dois
coeficientes de variação: um a nível de parcelas:

100 QM Re síduo(a)
CV(a) = 
m

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 390


391
e outro a nível de subparcelas:

100 QM Re síduo(b)
CV(b) = 
m

g.4) Em casos mais complexos, as subparcelas podem, por sua vez, ser repartidas
em subsubparcelas. Tem-se, então, três resíduos distintos: Resíduo (a), referente às
parcelas, Resíduo (b), às subparcelas, e Resíduo (c), correspondente às subsubparcelas.
Os processos de subdivisão pode ser levado mais além, se for conveniente. Mais detalhes
sobre análise de variância, desdobramentos das interações e comparações de médias,
inclusive um exemplo ilustrativo, são obtidos em CAMPOS (1984).

11.3 Exemplo com Interação não Significativa

A fim de apresentar-se a análise da variância e a interpretação dos resultados de


um experimento em parcelas subdivididas, será discutido, a seguir, um exemplo com
interação não significativa.
Exemplo 1: A partir dos dados da TABELA 11.1, pede-se:
a) Fazer a análise da variância com regressão polinomial para doses de adubação
fosfatada;
b) Obter os coeficientes de variação;
c) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na comparação
de médias de tipos de aplicação.
d) Obter a equação de regressão, acompanhada de tabela de médias e de gráfico,
e o coeficiente de determinação para doses de adubação fosfatada.

TABELA 11.1 – EFEITOS DE DOSES DE ADUBAÇÃO FOSFATADA (kg de P2O5/ha) E DE TIPOS


DE APLICAÇÃO NA PRODUÇÃO (kg/ha) DE MILHO (Zea mays L.)

Doses de Adubação Tipos de Blocos Totais de Tratamentos


Fosfatada Aplicação
I II III IV

Cova 3.778 3.618 2.164 3.996 13.556


0 Sulco 3.467 4.284 3.733 3.280 14.764
Lanço 3.422 3.760 2.747 2.853 12.782

Totais de Parcelas 10.667 11.662 8.644 10.129

Cova 3.302 2.671 2.782 2.502 11.257


40 Sulco 3.653 3.653 3.529 2.258 13.093
Lanço 3.711 3.284 2.556 3.284 12.835

Totais de Parcelas 10.666 9.608 8.867 8.044

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 391


392

Cova 2.938 2.813 2.560 3.049 11.360


80 Sulco 3.800 4.356 3.560 4.013 15.729
Lanço 2.702 3.520 3.382 3.524 13.128

Totais de Parcelas 9.440 10.689 9.502 10.586

Cova 3.013 3.787 3.142 3.604 13.546


120 Sulco 3.338 3.369 2.507 4.200 13.414
Lanço 3.156 4.369 2.831 4.222 14.578

Totais de Parcelas 9.507 11.525 8.480 12.026

Totais de Blocos 40.280 43.484 35.493 40.785 160.042

FONTE: BARBIN (1982).

Resolução:
a) Análise de Variância com Regressão Polinomial para Doses de Adubação
Fosfatada:

X = 3.778,0 + 3.618,0 + ... + 4.222,0 = 160.042,0

X 2 = (3.778,0) 2 + (3.618,0) 2 + ... + (4.222,0) 2

= 14.273.284,0 + 13.089.924,0 +...+ 17.825.284,0 = 548.487.358,0

tA = 4

tB = 3

r = 4

N = txr

= 12 x 4 = 48

GL Blocos = r – 1

= 4–1 = 3

GL Doses de Adubação Fosfatada = tA – 1

= 4–1 = 3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 392


393

GL Regressão Linear = 1

GL Regressão Quadrática = 1

GL Regressão Cúbica = 1

GL Parcelas = tA x r – 1

= 4x4–1

= 16 – 1 = 15

GL Resíduo (a) = (tA – 1) (r – 1)

= (4 – 1) (4 – 1)

= (3) (3) = 9

GL Tipos de Aplicação = tB – 1

= 3 –1 = 2

GL Interação DAF x TA = (tA – 1) (tB – 1)

= (4 – 1) (3 – 1)

= (3) (2) = 6

GL Resíduo (b) = tA (tB – 1) (r – 1)

= 4 (3 – 1) (4 – 1)

= 4 (2) (3) = 24

GL Total = tA x tB x r – 1

= 4x3x4–1

= 48 – 1 = 47

SQ Total =   2 
  2

= 548.487.358,0 
160.042,0
2

48

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 393


394

25.613.441.000,0
= 548.487.358,0 
48

= 548.487.358,0 – 533.613.370,1 = 14.873.987,9

SQ Blocos =
 2

 
2

t A x tB 

(40.280,0) 2  (43.484,0) 2  (35.493,0) 2  (40.785,0) 2 160.042,0


2
= 
4 x 3 48

6.436.505.930,0 25.613.441.000,0
= 
12 48

= 536.375.494,2 – 533.613.370,1 = 2.762.124,1

SQ Parcelas =
 PA

  
2 2

tB 

(10.667,0) 2  (11.662,0) 2  ...  (12.026,0) 2 160.042,0


2
= 
3 48

1.621.972.826,0 25.613.441.000,0
= 
3 48

= 540.657.608,7 – 533.613.370,1 = 7.044.238,567

Tabela de Dupla Entrada

Doses de Adubação Tipos de Aplicação Totais de Doses de


Fosfatada B1 = Cova B2 = Sulco B3 = Lanço Adubação Fosfatada

A1 = 0 13.556 (4) 14.764 12.782 41.102 (12)


A2 = 40 11.257 13.093 12.835 37.185
A3 = 80 11.360 15.729 13.128 40.217
A4 = 120 13.546 13.414 14.578 41.538
Totais de Tipos de
49.719 (16) 57.000 53.323 160.042
Aplicação

SQ Doses de Adubação Fosfatada =


 A

 
2 2

r x tB 

(41.102,0) 2  (37.185,0) 2  (40.217,0) 2  (41.538,0) 2 160.042,0


2
= 
4 x 3 48

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 394


395

6.414.911.162,0 25.613.441.000,0
= 
12 48

= 534.575.930,2 – 533.613.370,1 = 962.560,067

Totais de Doses de Adubação Coeficientes


Fosfatada (T)
C1 C2 C3

41.102,0 –3 +1 –1

37.185,0 –1 –1 +3

40.217,0 +1 –1 –3

41.538,0 +3 +1 +1

K 20 4 20

( C1T ) 2
SQ Re gressão Linear 
rK1

=
 (3 x 41.102,0)  (1 x 37.185,0)  ( 1 x 40.217,0)  (3 x 41.538,0) 2
12 x 20

=
( 123.306,0)  ( 37.185,0)  (40.217,0)  (124.614,0) 2
240

(4.340,0) 2
=
240

18.835.600,0
= = 78.481,66667
240

( C 2T ) 2
SQ Re gressão Quadrática 
rK 2

=
 ( 1 x 41.102,0)  (1 x 37.185,0)  ( 1 x 40.217,0)  (1 x 41.538,0) 2
12 x 4

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 395


396

=
(41.102,0)  ( 37.185,0)  ( 40.217,0)  (41.538,0) 2
48

(5.238,0) 2
=
48

27.436.644,0
= = 571.596,75
48

( C3T ) 2
SQ Re gressão Cúbica 
rK 3

=
 ( 1 x 41.102,0)  (3 x 37.185,0)  ( 3 x 40.217,0)  (1 x 41.538,0) 2
12 x 20

=
( 41.102,0)  (111.555,0)  ( 120.651,0)  (41.538,0) 2
240

( 8.660,0) 2
=
240

74.995.600,0
= = 312.481,6667
240
SQ Resíduo (a) = SQ Parcelas –

(SQ Doses de Adubação Fosfatada + SQ Blocos)

= 7.044.238,567 – (962.560,067 + 2.762.124,1)

= 7.044.238,567 – 3.724.684,167 = 3.319.554,4

SQ Tipos de Aplicação =
 B
2


  2
r x tA 

(49.719,0) 2  (57.000,0) 2  (53.323,0) 2 160.042,0


2
= 
4 x 4 48

8.564.321.290,0 25.613.441.000,0
= 
16 48

= 535.270.080,6 – 533.613.370,1 = 1.656.710,5

SQ Interação DAF x TA = SQ Tratamentos =


 T( AB
2
)

 
2

r 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 396


397

(SQ Doses de Adubação Fosfatada + SQ Tipos de Aplicação)

(13.556,0) 2  (14.764,0) 2  ...  (14.578,0) 2 160.042,0


2
=  –
4 48

(962.560,067 + 1.656.710,5)

2.152.747.300,0 25.613.441.000,0
=  – 2.619.270,567
4 48

= 538.186.825,0 – 533.613.370,1 – 2.619.270,567 = 1.954.184,333

SQ Resíduo (b) = SQ Total – (SQ Parcelas +

SQ Tipos de Aplicação + SQ Interação DAF x TA)

= 14.873.987,9 – (7.044.238,567 + 1.656.710,5 + 1.954.184,333)

= 14.873.987,9 – 10.655.133,4 = 4.218.854,5

SQ Re gressão Linear
QM Re gressão Linear 
GL Re gressão Linear

78.481,66667
= = 78.481,66667
1

SQ Re gressão Quadrática
QM Re gressão Quadrática 
GL Re gressão Quadrática

571.596,75
= = 571.596,75
1

SQ Re gressão Cúbica
QM Re gressão Cúbica 
GL Re gressão Cúbica

312.481,6667
= = 312.481,6667
1

SQ Re síduo (a)
QM Resíduo (a) =
GL Re síduo (a)

3.319.554,4
= = 368.839,3778
9

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 397


398
SQ Tipos de Aplicação
QM Tipos de Aplicação =
GL Tipos de Aplicação

1.656.710,5
= = 828.355,25
2

SQ Interação DAF x TA
QM Interação DAF x TA =
GL Interação DAF x TA

1.954.184,333
= = 325.697,3888
6

SQ Re síduo(b)
QM Resíduo (b) =
GL Re síduo(b)

4.218.854,5
= = 175.785,6042
24

QM Re gressão Linear
F Calculado para Regressão Linear =
QM Re síduo (a)

78.481,66667
=  0,213
368.839,3778

QM Re gressão Quadrática
F Calculado para Regressão Quadrática =
QM Re síduo (a)

571.596,75
=  1,55
368.839,3778

QM Re gressão Cúbica
F Calculado para a Regressão Cúbica =
QM Re síduo (a)

312.481,6667
=  0,847
368.839,3778

QM Tipos de Aplicação
F Calculado para Tipos de Aplicação =
QM Re síduo (b)

828.355,25
=  4,71
175.785,6042

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 398


399
QM Interação DAF x TA
F Calculado para Interação DAF x TA =
QM Re síduo (b)

325.697,3888
=  1,85
175.785,6042

F Tabelado (1%) para Regressões Linear e Cúbica = 0,000042

F Tabelado (5%) para Regressões Linear e Cúbica = 0,0010

F Tabelado (1%) para Regressão Quadrática = 10,56

F Tabelado (5%) para Regressão Quadrática = 5,12

F Tabelado (1%) para Tipos de Aplicação = 5,61

F Tabelado (5%) para Tipos de Aplicação = 3,40

F Tabelado (1%) para Interação DAF x TA = 3,67

F Tabelado (5%) para Interação DAF x TA = 2,51

TABELA 11.2 - ANÁLISE DA VARIÂNCIA DOS EFEITOS DE DOSES DE ADUBAÇÃO


FOSFATADA (kg de P2 O5/ha) E DE TIPOS DE APLICAÇÃO NA PRODUÇÃO
(kg/ha) DE MILHO (Zea mays L.). PIRACICABA - SP, 1982

Causa de Variação GL SQ QM F

Blocos 3 2.762.124,10000 - -
Doses de Adubação Fosfatada (3) (962.560,06700) - -
Regressão Linear 1 78.481,66667 78.481,66667 0,213 ns
Regressão Quadrática 1 571.596,75000 571.596,75000 1,55 ns
Regressão Cúbica 1 312.481,66670 312.481,66670 0,847 ns
Resíduo (a) 9 3.319.554,40000 368.839,37780

Parcelas 15 7.044.238,56700 -

Tipos de Aplicação 2 1.656.710,50000 828.355,25000 4,71 *


Interação DAF x TA 6 1.954.184,33333 325.697,38888 1,85 ns
Resíduo (b) 24 4.218.854,50000 175.785,60420

Total 47 14.873.987,90000

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 399


400

NOTAS: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.


(*) Significativo no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para as
Regressões Linear, Quadrática e Cúbica, indicando que não existe uma relação entre as
doses de adubação fosfatada e a produção de milho.
Houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, entre os tipos de
aplicação de adubação fosfatada em relação à produção de milho.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a
Interação DAF x TA, indicando que o efeito das doses de adubação fosfatada na
produção de milho independe do tipo de aplicação.
b) Coeficientes de Variação:

 ( X )
m 
N

160.042,0
 = 3.334,208333
48

s( a )  QM Re síduo(a)

= 368.839,3778 = 607,3214781

s(b )  QM Re síduo(b)

= 175.785,6042 = 419,2679384

100 x s ( a )
CV(a) = 
m

100 x 607,3214781
=
3.334,208333

60.732,14781
=  18,21%
3.334,208333

100 x s (b )
CV(b) = 
m

100 x 419,2679384
=
3.334,208333

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 400


401

41.926,79384
=  12,57%
3.334,208333

O coeficiente de variação das parcelas foi de 18,21%, indicando uma precisão


experimental regular.
O coeficiente de variação das subparcelas foi de 12,57%, indicando uma boa
precisão experimental.
c) Teste de Tukey:
Tipos de Aplicação de Adubação Fosfatada:

m̂ 1 = 3.107,4375 m̂ 3 = 3.332,6875

m̂ 2 = 3.562,5000

 5%  q
s
r

3,53 x 419,2679384
=
16

1.480,015823
=  370,0040
4

TABELA 11.3 – EFEITO DE TIPOS DE APLICAÇÃO DE ADUBAÇÃO FOSFATADA NA


PRODUÇÃO (kg/ha) DE MILHO (Zea mays L.). PIRACICABA - SP, 1982

Tipos de Aplicação de Adubação Fosfatada Médias de Produção (kg/ha)1/

Cova 3.107,4375 a

Sulco 3.562,5000 b

Lanço 3.332,6875 ab

NOTAS: (1/) As médias de tipos de aplicação de adubação fosfatada seguidas de pelo menos uma mesma
letra não diferem entre si pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


A aplicação de adubação fosfatada no sulco, apesar de não diferir
estatisticamente da aplicação de adubação fosfatada a lanço, proporcionou a maior
produção de milho.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 401


402
A aplicação de adubação fosfatada na cova, apesar de não diferir estatisticamente
da aplicação de adubação fosfatada a lanço, proporcionou a menor produção de milho.
A aplicação de adubação fosfatada a lanço apresentou uma produção de milho
intermediária entre os outros tipos de aplicação de adubação fosfatada avaliados.
d) Equação de Regressão, acompanhada de Tabela de Médias e de Gráfico, e
Coeficiente de Determinação para Doses de Adubação Fosfatada:
Como não houve efeito significativo para as regressões em relação às doses de
adubação fosfatada e a produção de milho, não se estima a equação de regressão, bem
como o coeficiente de determinação. Neste caso, basta apenas apresentar as médias de
doses de adubação fosfatada ou gráfico.

TABELA 11.4 – EFEITO DE DOSES DE ADUBAÇÃO FOSFATADA (kg de P2 O5/ha) NA


PRODUÇÃO (kg/ha) DE MILHO (Zea mays L.). PIRACICABA - SP, 1982

Doses de Adubação Fosfatada (kg de P2 O5/ha) Médias de Produção (kg/ha)

0 3.425,1667

40 3.098,7500

80 3.351,4167

120 3.461,5000

Verifica-se que não houve resposta da cultura do milho à adubação fosfatada em


relação à produção de grãos, conforme TABELA 11.4. Por outro lado, as conclusões
tiradas pelo teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, ficam comprometidas (sem
aplicabilidade) em função desta.

11.4 Exemplo com Interação Significativa

Apresentar-se-á, para discussão, a análise da variância e a interpretação dos


resultados de um experimento em parcelas subdivididas com interação significativa.
Exemplo 2: A partir dos dados da TABELA 11.5, pede-se:
a) Fazer a análise da variância;
b) Obter os coeficientes de variação;
c) Fazer o desdobramento do número de graus de liberdade de cultivares mais o
da interação estádios de desenvolvimento x cultivares;
d) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na comparação
de médias de cultivares dentro de cada estádio de desenvolvimento.

TABELA 11.5 - ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO QUE PERMITE DISCRIMINAR PLANTAS DE


CEBOLA (Allium cepa L.) DOS FENÓTIPOS CEROSO E NÃO CEROSO, ATRAVÉS DE
SOLUÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO (2%) COMO AGENTE SELETIVO. DADOS
REFERENTES A NOTAS, VARIANDO DE 0 (AUSÊNCIA DE INJÚRIAS
FOLIARES) A 5 (QUEIMA DAS FOLHAS, TOTALIZANDO 90 – 100% DA
FOLHAGEM, CAUSANDO, NA MAIORIA DOS CASOS, A MORTE DA PLANTA)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 402


403
Estádios de Cultivares ** Totais de Parcelas
Desenvolvimento * ______________________________________
B1 B2 B3 B4 B5

3,1 3,2 3,2 3,4 3,0 15,9


A1 = 18 3,3 3,1 3,0 3,6 3,1 16,1
3,3 3,3 3,2 3,2 3,1 16,1
3,9 3,6 3,5 3,8 3,2 18,0

3,8 3,8 3,6 4,7 4,4 20,3


A2 = 25 3,0 4,3 3,1 4,0 4,1 18,5
3,9 3,9 3,5 4,4 3,9 19,6
3,6 3,6 2,9 4,4 4,0 18,5

2,4 2,6 2,4 3,6 3,1 14,1


A3 = 32 2,6 2,9 2,3 4,2 2,9 14,9
2,5 2,4 2,3 3,6 3,3 14,1
2,9 2,8 2,6 3,5 3,6 15,4

2,1 2,5 2,1 4,3 3,3 14,3


A4 = 39 2,5 3,2 2,5 4,0 3,9 16,1
2,6 2,9 2,9 3,6 3,4 15,4
2,8 3,1 2,6 4,2 3,7 16,4

1,2 1,8 1,9 3,5 3,3 11,7


A5 = 46 1,5 2,4 1,6 3,2 2,9 11,6
1,6 1,7 2,0 3,7 3,1 12,1
1,7 2,4 2,2 3,3 3,0 12,6

1,2 1,3 1,4 2,9 2,5 9,3


A6 = 53 1,7 1,9 1,9 2,8 2,9 11,2
1,1 1,5 1,4 3,1 2,2 9,3
1,3 2,1 1,5 2,4 2,9 10,2

FONTE: FERREIRA (1983).


NOTAS: (*) Número de dias após a semeadura.
(**) B1 Barreiro SPV-IV (Fenótipo ceroso); B2 – Baia do Cedo SMP-IV (Fenótipo ceroso); B3 – Baia
Periforme (Fenótipo ceroso); B4 – Texas Grano (Fenótipo não ceroso); B5 – Excel Bermudas 986
(Fenótipo não ceroso).
Resolução:
a) Análise de Variância:

X = 3,1 + 3,2 + ... + 2,9 = 351,7

X 2 = (3,1) 2 + (3,2) 2 + ... + (2,9)

= 9,61 + 10,24 +...+ 8,41 = 1.113,87

tA = 6

tB = 5

r = 4

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 403


404

N = tA x tB x r

= 6 x 5 x 4 = 120

GL Estádio de Desenvolvimento = tA – 1

= 6–1 = 5

GL Parcelas = tA x r – 1

= 6x4–1

= 24 – 1 = 23

GL Resíduo (a) = tA (r – 1)

= 6 (4 – 1)

= (6) 3 = 18

GL Cultivares = tB – 1

= 5–1 = 4

GL Interação ED x C = (tA – 1) (tB – 1)

= (6 – 1) (5 – 1)

= (5) (4) = 20

GL Resíduo (b) = tA (tB – 1) (r – 1)

= 6 (5 – 1) (4 – 1)
= 6 (4) (3) = 72

GL Total = tA x tB x r – 1

= 6x5x4 – 1

= 120 – 1 = 119

SQ Total =   2 
  2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 404


405

= 1.113,87 
351,7 2
120

123.692,89
= 1.113,87 
120

= 1.113,87 – 1.030,7741 = 83,0959

SQ Parcelas =
 PA

  
2 2

tB 

(15,9) 2  (16,1) 2  ...  (10,2) 2 351,7 


2
= 
5 120

252,81  259,21  ...  104,04 123.692,89


= 
5 120

5.381,67 123.692,89
= 
5 120

= 1.076,334 – 1.030,7741 = 45,5599

Tabela de Dupla Entrada

Cultivares
Estádios de Totais de Estádios de
Desenvolvimento Desenvolvimento
B1 B2 B3 B4 B5

18 13,6 (4) 13,2 12,9 14,0 12,4 66,1 (20)


25 14,3 15,6 13,1 17,5 16,4 76,9
32 10,4 10,7 9,6 14,9 12,9 58,5
39 10,0 11,7 10,1 16,1 14,3 62,2
46 6,0 8,3 7,7 13,7 12,3 48,0
53 5,3 6,8 6,2 11,2 10,5 40,0

Totais de Cultivares 59,6 (24) 66,3 59,6 87,4 78,8 351,7

SQ Estádios de Desenvolvimento =
 A
2


  2
r x tB 

(66,1) 2  (76,9) 2  ...  (40,0) 2 351,7 


2
= 
4 x 5 120

4.369,21  5.913,61  ...  1.600,00 123.692,89


= 
20 120

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 405


406
21.477,91 123.692,89
= 
20 120

= 1.073,8955 – 1.030,7741 = 43,1214

SQ Resíduo (a) = SQ Parcelas – SQ Estádios de Desenvolvimento

= 45,5599 – 43,1214 = 2,4385

SQ Cultivares =
 B
2


  2
r x tA 

(59,6) 2  (66,3) 2  ...  (78,8) 2 351,7 


2
= 
4 x 6 120

3.552,16  4.395,69  ...  6.209,44


=
24

25.348,21 123.692,89
= 
24 120

= 1.056,1754 – 1.030,7741 = 25,40132

SQ Interação ED x C =
 AB
2

 
2

r 

(SQ Estádios de Desenvolvimento + SQ Cultivares)

(13,6) 2  (13,2) 2  ...  (10,5) 2 351,7 


2
=  – (43,1214 + 25,40132)
4 120

184,96  174,24  ...  110,25 123.692,89


=  – 68,52272
4 120

4.427,49 123.692,89
=  – 68,52272
4 120

= 1.106,8725 – 1.030,7741 – 68,52272 = 7,57568

SQ Resíduo (b) = SQ Total –

(SQ Parcelas + SQ Cultivares + SQ Interação ED x C)

= 83,0959 – (45,5599 + 25,40132 + 7,57568)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 406


407
= 83,0959 – 78,5369 = 4,559

SQ Estádios de De sen volvimento


QM Estádios de Desenvolvimento =
GL Estádios de De sen volvimento

43,1214
= = 8,62428
5

SQ Re síduo (a)
QM Resíduo (a) =
GL Re síduo (a)

2,4385
= = 0,13547
18

SQ Culti var es
QM Cultivares =
GL Culti var es

25,40132
= = 6,35033
4

SQ Interação ED x C
QM Interação ED x C =
GL Interação ED x C

7,57568
= = 0,378784
20

SQ Re síduo (b)
QM Resíduo (b) =
GL Re síduo (b)

4,559
= = 0,063319
72

F Calculado para Estádios de Desenvolvimento

QM Estádios de De sen volvimento


=
QM Re síduo (a)

8,62482
=  63,67
0,13547

QM Culti var es
F Calculado para Cultivares =
QM Re síduo (b)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 407


408
6,35033
=  100,29
0,063319

QM Interação ED x C
F Calculado para Interação ED x C =
QM Re síduo (b)

0,378784
=  5,98
0,063319

F Tabelado (1%) para Estádios de Desenvolvimento = 4,25

F Tabelado (5%) para Estádios de Desenvolvimento = 2,77

F Tabelado (1%) para Cultivares = 3,616

F Tabelado (5%) para Cultivares = 2,514

F Tabelado (1%) para Interação ED x C = 2,166

F Tabelado (5%) para Interação ED x C = 1,732

TABELA 11.6 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO QUE


PERMITE DISCRIMINAR PLANTAS DE CEBOLA DOS FENÓTIPOS CEROSO E
NÃO CEROSO, ATRAVÉS DE SOLUÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO (2%) COMO
AGENTE SELETIVO. PIRACICABA – SP, 1983.

Causa de Variação GL SQ QM F

Estádios de Desenvolvimento (ED) 5 43,12140 8,624280 63,67 **


Resíduo (a) 18 2,43850 0,135470

Parcelas 23 45,55990 -

Cultivares (C) 4 25,40132 6,350330 100,29 **


Interação ED x C 20 7,57568 0,378784 5,98 **
Resíduo (b) 72 4,55900 0,063319

Total 119 83,09590

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre os estádios
de desenvolvimento de plantas de cebola em relação à porcentagem de queima das folhas
causada pelo ácido sulfúrico (2%).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 408


409
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre as
cultivares de cebola em relação à porcentagem de queima das folhas causada pelo ácido
sulfúrico (2%).
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, para a interação
(ED x C), indicando que a porcentagem de queima das folhas das cultivares de cebola
causada pelo ácido sulfúrico (2%) depende do estádio de desenvolvimento das plantas.
b) Coeficientes de Variação:

 ( X )
m 
N

351,7
 = 2,93083
120

s( a )  QM Re síduo(a)

 0,135470 = 0,36806

s(b )  QM Re síduo(b)

 0,063319 = 0,25163

100 x s ( a )
CV(a) = 
m

100 x 0,36806
=
2,93083

36,806
=  12,56%
2,93083

100 x s (b )
CV(b) = 
m

100 x 0,25163
=
2,93083

25,163
=  8,59%
2,93083

O coeficiente de variação das parcelas foi de 12,56%, indicando uma boa


precisão experimental.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 409


410
O coeficiente de variação das subparcelas foi 8,59%, indicando uma ótima
precisão experimental.
c) Desdobramento do Número de Graus de Liberdade de Cultivares Mais o da
Interação Estádios de Desenvolvimento x Cultivares:

SQ Cultivares Dentro de Estádio de 18 Dias =


 B Dentro de A12

A1 
2
r r x tB

=
13,6  13,2  ...  12,4
2 2 2

66,1
2

4 4x5

184,96  174,24  ...  153,76 4.369,21


= 
4 20

875,37 4.369,21
 
4 20

= 218,8425 – 218,4605 = 0,382

SQ Cultivares Dentro de Estádio de 25 Dias =


 B Dentro de A22

A2 
2
r r x tB

=
14,3  15,6  ...  16,4
2 2 2

76,9 
2

4 4x5

204,49  243,36  ...  268,96 5.913,61


= 
4 20

1.194,67 5.913,61
= 
4 20

= 298,6675 – 295,6805 = 2,987

 B Dentro de A32 A3 2


SQ Cultivares Dentro de Estádio de 32 Dias = 
r r x tB

=
10,4  10,7   ...  12,9
2 2 2

58,52
4 4x5

108,16  114,49  ...  166,41 3.422,25


= 
4 20

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 410


411
703,23 3.422,25
 
4 20

= 175,8075 – 171,1125 = 4,695

SQ Cultivares Dentro de Estádio de 39 Dias =


 B Dentro de A42

A4 
2
r r x tB

=
10,0  11,7   ...  14,3
2 2 2

62,2 
2

4 4x5

100,00  136,89  ...  204,49 3.868,84


= 
4 20

802,6 3.868,84
 
4 20

= 200,65 – 193,442 = 7,208

 B Dentro de A52 A5 2


SQ Cultivares Dentro de Estádio de 46 Dias = 
r r x tB

=
6,02  8,32  ...  12,32 – 48,02
4 4x5

36,00  68,89  ...  151,29 2.304,00



4 20

503,16 2.304,00
 
4 20

125,79 – 115,20 = 10,59

 B Dentro de A62 A6 2


SQ Cultivares Dentro de Estádio de 53 Dias = 
r r x tB

=
5,32  6,82  ...  10,52 – 40,0 2
4 4x5

28,09  46,24  ...  110,25 1.600,00


= 
4 20

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 411


412
348,46 1.600,00
= 
4 20
= 87,115 – 80,00 = 7,115

QM Cultivares Dentro de Estádio de 18 Dias

SQ Culti var es Dentro de Estádio de 18 Dias


=
tB 1

0,382
=
5 1

0,382
= = 0,0955
4

QM Cultivares Dentro de Estádio de 25 Dias

SQ Culti var es Dentro de Estádio de 25 Dias


=
tB 1

2,987
=
5 1

2,987
= = 0,74675
4

QM Cultivares Dentro de Estádio de 32 Dias

SQ Culti var es Dentro de Estádio de 32 Dias


=
tB 1

4,695
=
5 1

4,695
= = 1,17375
4

QM Cultivares Dentro de Estádio de 39 Dias

SQ Culti var es Dentro de Estádio de 39 Dias


=
tB 1

7,208
=
5 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 412


413
7,208
= = 1,802
4

QM Cultivares Dentro de Estádio de 46 Dias

SQ Culti var es Dentro de Estádio de 46 Dias


=
tB 1

10,59
=
5 1

10,59
= = 2,6475
4

QM Cultivares Dentro de Estádio de 53 Dias

SQ Culti var es Dentro de Estádio de 53 Dias


=
tB 1

7,115
=
5 1

7,115
= = 1,77875
4

F Calculado para Cultivares Dentro de Estádio de 18 Dias

QM Culti var es Dentro de Estádio de 18 Dias


=
QM Re síduo (b)

0,0955
=  1,51
0,063319

F Calculado para Cultivares Dentro de Estádio de 25 Dias

QM Culti var es Dentro de Estádio de 25 Dias


=
QM Re síduo (b)

0,74675
=  11,79
0,063319

F Calculado para Cultivares Dentro de Estádio de 32 Dias

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 413


414
QM Culti var es Dentro de Estádio de 32 Dias
=
QM Re síduo (b)

1,17375
=  18,54
0,063319
F Calculado para Cultivares Dentro de Estádio de 39 Dias

QM Culti var es Dentro de Estádio de 39 Dias


=
QM Re síduo (b)

1,802
=  28,46
0,063319

F Calculado para Cultivares Dentro de Estádio de 46 Dias

QM Culti var es Dentro de Estádio de 46 Dias


=
QM Re síduo (b)

2,6475
=  41,81
0,063319

F Calculado para Cultivares Dentro de Estádio de 53 Dias

QM Culti var es Dentro de Estádio de 53 Dias


=
QM Re síduo (b)

1,77875
=  28,09
0,063319

F Tabelado (1%) para Cultivares Dentro dos Estádios de Desenvolvimento

= 3,616

F Tabelado (5%) para Cultivares Dentro dos Estádios de Desenvolvimento

= 2,514

A TABELA 11.6 fica, agora, da seguinte maneira:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 414


415

TABELA 11.6 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DO ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO QUE


PERMITE DISCRIMINAR PLANTAS DE CEBOLA DOS FENÓTIPOS CEROSO
E NÃO CEROSO, ATRAVÉS DE SOLUÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO (2%)
COMO AGENTE SELETIVO. PIRACICABA – SP, 1983

Causa de Variação GL SQ QM F

Estádios de Desenvolvimento 5 43,12140 - -


Resíduo (a) 18 2,43850 0,135470

Parcelas 23 45,55990

Cultivares dentro do estádio de 18 dias 4 0,38200 0,095500 1,51 ns


Cultivares dentro do estádio de 25 dias 4 2,98700 0,746750 11,79 **
Cultivares dentro do estádio de 32 dias 4 4,69500 1,173750 18,54 **
Cultivares dentro do estádio de 39 dias 4 7,20800 1,802000 28,46 **
Cultivares dentro do estádio de 46 dias 4 10,59000 2,647500 41,81 **
Cultivares dentro do estádio de 53 dias 4 7,11500 1,778750 28,09 **
Resíduo (b) 72 4,55900 0,063319

Total 119 83,09590

NOTAS: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.


(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, entre as
cultivares de cebola dentro do estádio de 18 dias após a semeadura em relação à
porcentagem de queima das folhas causada pelo ácido sulfúrico (2%).
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre as
cultivares de cebola dentro dos estádios de 25, 32, 39, 46 e 53 dias após a semeadura em
relação à porcentagem de queima das folhas causada pelo ácido sulfúrico (2%).
d) Teste de Tukey:
Cultivares Dentro do Estádio de 18 Dias:

m̂ 1 = 3,40 m̂ 4 = 3,50

m̂ 2 = 3,30 m̂ 5 = 3,10

m̂ 3 = 3,23

Cultivares Dentro do Estádio de 25 Dias:


Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 415
416

m̂ 1 = 3,58 m̂ 4 = 4,38

m̂ 2 = 3,90 m̂ 5 = 4,10

m̂ 3 = 3,28

Cultivares Dentro do Estádio de 32 Dias:

m̂ 1 = 2,60 m̂ 4 = 3,73

m̂ 2 = 2,68 m̂ 5 = 3,23

m̂ 3 = 2,40

Cultivares Dentro do Estádio de 39 Dias:

m̂ 1 = 2,50 m̂ 4 = 4,03

m̂ 2 = 2,93 m̂ 5 = 3,58

m̂ 3 = 2,53

Cultivares Dentro do Estádio de 46 Dias:

m̂ 1 = 1,50 m̂ 4 = 3,43

m̂ 2 = 2,08 m̂ 5 = 3,08

m̂ 3 = 1,93

Cultivares Dentro do Estádio de 53 Dias:

m̂ 1 = 1,33 m̂ 4 = 2,08

m̂ 2 = 1,70 m̂ 5 = 2,63
m̂ 3 = 1,55

s( b)
 (5%) = q
r

3,968 x 0,25163
=
4

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 416


417
0,99846
=  0,499
2,0

TABELA 10.8 – ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO QUE PERMITE DISCRIMINAR PLANTAS


DE CEBOLA DOS FENÓTIPOS CEROSO E NÃO CEROSO, ATRAVÉS DE
SOLUÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO (2%) COMO AGENTE SELETIVO. DADOS
MÉDIOS DE NOTAS, VARIANDO DE 0 (AUSÊNCIA DE INJÚRIAS FOLIARES) A
5 (90 – 100% DE QUEIMA DAS FOLHAS). PIRACICABA – SP, 1983

Cultivares **
Estádios de
Desenvolvimento * B1 1/ B2 B3 B4 B5

18 3,40 a 3,30 a 3,23 a 3,50 a 3,10 a


25 3,58 ab 3,90 bc 3,28 a 4,38 c 4,10 c
32 2,60 a 2,68 a 2,40 a 3,73 c 3,23 b
39 2,50 a 2,93 a 2,53 a 4,03 b 3,58 b
46 1,50 a 2,08 b 1,93 ab 3,43 c 3,08 c
53 1,33 a 1,70 a 1,55 a 2,80 b 2,63 b

NOTAS: (*) Número de dias após a semeadura.


(**) B1 – BARREIRO SMP – IV (Fenótipo Ceroso); B2 – BAIA DO CEDO SMP –V (Fenótipo
Ceroso); B3 – BAIA PERIFORME (Fenótipo Ceroso); B4 – TEXAS GRANO (Fenótipo
Não Ceroso); B5 – EXCEL BERMUDAS 986 (Fenótipo Não Ceroso).
1/: Nas linhas, as médias de cultivares seguidas de pelo menos uma mesma letra não diferem
entre si pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

Com relação às cultivares dentro de estádios de desenvolvimento, de acordo com


o teste Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:
No estádio de 18 dias após a semeadura, não houve diferença significativa entre
as cultivares de cebola em relação às injúrias causadas pelo ácido sulfúrico (2%).
No estádio de 25 dias após a semeadura, a cultivar BAIA PERIFORME,
pertencente ao fenótipo ceroso, apresentou o menor índice de injúrias foliares, e diferiu
estatisticamente das cultivares BAIA DO CEDO SMP-V, do fenótipo ceroso, e TEXAS
GRANO e EXCEL BERMUDAS 986, do fenótipo não ceroso. Neste mesmo estádio de
desenvolvimento, a cultivar BARREIRO SMP-IV, pertencente ao fenótipo ceroso,
apresentou um índice de injúrias foliares intermediário entre a cultivar BAIA
PERIFORME, do fenótipo ceroso, e as demais cultivares de cebola avaliadas.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 417


418
Nos estádios de 32, 39, 46 e 53 dias após a semeadura, as cultivares BARREIRO
SMP-IV, BAIA DO CEDO SMP-V e BAIA PERIFORME, pertencentes ao fenótipo
ceroso, apresentaram os menores índices de injúrias foliares, e diferiram estatisticamente
das cultivares do fenótipo não ceroso TEXAS GRANO e EXCEL BERMUDAS 986.
A discriminação entre cultivares de cebola dos fenótipos ceroso e não ceroso
pelo ácido sulfúrico, na concentração de 2%, foi evidente a partir dos 32 dias após a
semeadura.

11.5 Perdas de Subparcelas

Quando se utilizam os delineamentos em blocos casualizados e em quadrado


latino na condução de experimentos em parcelas subdivididas e ocorrerem perdas de
subparcelas, é necessário estimar o valor das subparcelas perdidas, através de fórmulas
apropriadas, para poder-se efetuar a análise da variância. Contudo, far-se-á apenas uma
abordagem em torno do delineamento em blocos casualizados, por ser o delineamento
mais usado na pesquisa agropecuária, sendo que toda discussão feita é válida ao
delineamento em quadrado latino, desde que sejam usadas as fórmulas correspondentes.
No caso de ocorrer a perda de uma subparcela, pode-se estimá-la através da
fórmula:

r x TS  t B TAB   TA
Y
r  1t B  1

onde:
r = número de repetições do experimento;
TS = total das subparcelas restantes na parcela onde ocorreu a perda;
tB = número de tratamentos B;
TAB = total das demais subparcelas da combinação (AB) correspondentes à subparcela
perdida;
TA = total de subparcelas restantes do tratamento A correspondente à subparcela perdida .

Uma vez estimada a subparcela, procede-se à análise da variância da maneira


usual, tomando-se o cuidado, porém, de se diminuir 1 GL do Resíduo (b), correspondente
à subparcela perdida.
No caso de ocorrerem duas ou mais subparcelas perdidas, deve-se considerar
dois casos distintos:
a) Se ocorrer a perda de duas ou mais subparcelas em tratamentos A distintos,
elas são estimadas independentemente, pelo emprego da fórmula anteriormente
apresentada para estimar uma subparcela perdida;
b) Se duas ou mais subparcelas são perdidas no mesmo tratamento A, pode-se
estimá-las pelo método iterativo, com a aplicação também da fórmula apropriada ao
cálculo de uma subparcela perdida. Distingue-se, neste caso, três situações, ou sejam:
b.1) Duas subparcelas perdidas, por exemplo em A1B1 e A1B2, mas em parcelas
distintas, denominando-se, respectivamente, de X e Y as subparcelas perdidas e
arbitrando um valor Y0 para Y, tem-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 418


419

X1 
  
r .x TS1  t B TA 1 B 1  TA 1  y 0 
r  1t B  1

e, conforme já visto no método iterativo, com o valor X1 calcula-se Y1, completando o 1º


ciclo, ou seja:

Y1 
  
r x TS 2  t B TA 1 B 2  TA 1  x1 
r  1t B  1

Prossegue-se assim, alternadamente, nos cálculos de X e de Y, até que haja


convergência das estimativas, nos ciclos sucessivos.
b.2) Duas subparcelas perdidas, por exemplo em A1B1 e A1B2 respectivamente,
numa mesma parcela. Arbitra-se um valor Y0 para Y e calcula-se:

X1 
  
r TS  y 0   t B TA 1 B 1  TA 1  y 0 
r  1t B  1

Y1 
  
r TS  x1   t B TA 1 B 2  TA 1  x1 
r  1t B  1

Analogamente, prossegue-se com outros ciclos, até obter a convergência para X e


Y.
b.3) Duas subparcelas perdidas no mesmo tratamento B1 em parcelas distintas de
A1. Uma vez arbitrando-se Y0, calcula-se:

X1 
  
r x TS1  t B TA 1 B 1  y 0  TA 1  y 0 
r  1t B  1

Y1 
  
r x TS 2  t B TA 1 B 2  x1  TA 1  x1 
r  1t B  1

Como nos casos anteriores, prossegue-se com outros ciclos, até obter-se
convergência de X e de Y.
Uma vez estimada as subparcelas, procede-se à análise da variância da maneira
usual, tomando-se o cuidado, porém, de se diminuir 1 GL do Resíduo (b) para cada
subparcela perdida.
Quando o que mais se interessa é a primeira parte da análise, isto é, as
comparações entre os tratamentos A, pode-se, com maior rigor, considerar perdida toda a

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 419


420
parcela em que se perdeu uma subparcela e calcular o valor a ser utilizado na análise
pela fórmula já vista para o caso de delineamento em blocos casualizados:

r x B  tA x T  G
Y
r  1t A  1

Uma vez estimada a parcela, procede-se à análise da variância da maneira usual,


tomando-se o cuidado, porém, de se diminuir 1GL do Resíduo (a).
Na comparação de médias de tratamentos, deve-se levar em conta que a perda de
dados de uma ou mais subparcelas afeta diretamente as variâncias de contrastes entre
médias. COCHRAN e COX (1957) apresentam, para os quatro tipos de comparações
entre médias, as seguintes expressões de variância de contrastes, admitindo-se tA
tratamentos A, tB tratamentos B e r repetições:
1º tipo: Entre duas médias de tratamentos A:
  
Y1  m A 1  m A 2


 2 QM Re síduo a   f x QM Re síduo b 

s2 Y 

r x tB

Para aplicação dos testes de comparação de médias, calcula-se o número de graus


de liberdade, pela fórmula de Satterthwaite, ou seja:

QM Re síduo (a)  f x QM Re síduo (b) 2

QM Re síduo (a)   f x QM Re síduo (b)


n1 = 2 2

GL Re síduo (a) GL Re síduo (b)

2º tipo: Entre duas médias de tratamentos B:


  
Y2  mB 1  mB 2


 2 QM Re síduo b  1  f t B / t A

s2 Y 

r x tA

n 2 = GL Resíduo (b)

3º tipo: Entre duas médias de tratamentos B num mesmo tratamento A:


 
Y3  m A 1 B 1  m A 1 B 2


 2 QM Re síduo b  1  f tB / t A

s2 Y 

r

n 3 = GL Resíduo (b)
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 420
421

4º tipo: Entre duas médias de tratamentos A num mesmo tratamento B:


 
Y4  m A 1 B 1  m A 2 B 1

 2 QM Re síduo a   2 QM Re síduo b  t B  1  f t B
s Y 
2
  2

r x tB

Também neste caso calcula-se o número de graus de liberdade pela fórmula de


Satterthwaite:

 
2
QM Re síduo (a)  t  1  f t B 2 QM Re síduo (b)
 
 
B
n4 =
  QM Re síduo (b)
2
 t  1 f t B 2
QM Re síduo (a) 2  B

GL Re síduo (a) GL Re síduo (b)

Os autores afirmam que, se apenas uma subparcela é perdida, o fator f é dado


por:

1
f 
2 r  1t B  1

Se duas ou mais subparcelas são perdidas, o fator f dependerá da localização


dessas subparcelas. Sugerem, neste caso, a seguinte aproximação:

T
f 
2 r  M t B  T  R  1

onde, M, R e T estão associados apenas as observações perdidas nas duas médias em


confronto, e:

T = número de subparcelas perdidas, envolvidas no contraste;


M = número de observações perdidas na combinação AB mais afetada;
R = número de repetições que contêm uma ou mais observações perdidas.

11.6 Exercícios

a) A partir dos dados da TABELA 11.9, pede-se:


a.1) Fazer a análise da variância;
a.2) Obter os coeficientes de variação;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 421


422

TABELA 11.9 – DADOS DE PRODUÇÃO (t/ha) DE CANA-DE-AÇÚCAR, VARIEDADE CB-43-5,


OBTIDOS DE DOIS SISTEMAS DE PLANTIO NOS DOIS PRIMEIROS CORTES
(CANA PLANTA E CANA SOCA)

Sistemas Cortes Totais de


de Plantio Parcelas
Cana Planta Cana Soca

92,9 84,5 177,4


128,6 86,5 215,1
121,7 84,5 206,2
122,8 77,0 199,8
Sulcos
118,1 88,1 206,2
Simples 115,7 82,4 198,1
121,4 84,0 205,4
126,9 88,8 215,7
118,1 85,7 203,8
122,4 78,8 201,2

Totais 1.188,6 840,3 2.028,9

122,5 84,5 207,0


110,0 85,0 195,0
115,0 85,5 200,5
125,0 88,0 213,0
Sulcos 105,0 86,7 191,7
Duplos 110,0 80,7 190,7
115,0 88,3 203,3
105,0 89,3 194,3
108,5 94,3 202,8
118,3 90,0 208,3

Totais 1.134,3 872,3 2.006,6


FONTE: BARBIN (1982).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 422


423

b) A partir dos dados da TABELA 11.10, pede-se:


b.1) Fazer a análise da variância;
b.2) Obter os coeficientes de variação;
b.3) Se a interação adubos verdes x anos for significativa, fazer o desdobramento
do número de graus de liberdade de adubos verdes mais o da interação adubos verdes x
anos.
b.4) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade da
comparação de médias de adubos verdes dentro de cada ano;

TABELA 11.10 – PRODUÇÃO DE ADUBOS VERDES E MILHO (kg DE MATÉRIA VERDE POR
PARCELA) EM DOIS ANOS SUCESSIVOS

1º Bloco 2º Bloco 3º Bloco 4º Bloco


Tratamentos
1º ano 2º ano 1º ano 2º ano 1º ano 2º ano 1º ano 2º ano

Mucuna Preta 86,8 90,2 76,8 94,0 88,6 86,4 81,6 82,2
Feijão de Porco 44,0 88,8 56,6 72,2 52,4 88,6 52,2 83,2
Crotalarea juncea 102,4 120,2 90,8 104,6 92,0 112,0 84,8 113,6
Guandu 68,4 91,0 55,2 78,8 49,0 83,4 61,2 91,2
Teph. candida 34,0 57,2 32,4 54,0 24,4 50,8 30,0 46,2
Soja 33,0 33,6 34,8 33,2 32,0 33,4 33,6 42,6
Crotalarea grantiana 25,8 77,0 21,6 62,4 19,2 63,6 21,0 63,6
Milho 138,8 110,2 106,4 80,0 108,2 92,0 81,8 90,6

533,2 668,2 474,6 579,2 465,8 610,2 446,2 613,2

FONTE: GOMES (1985).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 423


424

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 424


423

ANÁLISE CONJUNTA
12 DE EXPERIMENTOS

Em muitas áreas da pesquisa agropecuária, o pesquisador dificilmente teria


condições de conduzir um experimento num determinado ambiente com o objetivo de
aplicar os seus resultados para toda uma região, tendo em vista que as condições
climáticas variam muito de um ambiente para outro, afetando, sobremaneira, o
comportamento dos seres vivos. Tal fato ocorre, por exemplo, nos experimentos com
vegetais, nos quais o solo e as condições climáticas têm influência muito grande. Já em
experimentos com animais a influência do local e do clima é muito menor,
principalmente quando eles recebem rações controladas e dispõem de abrigos
convenientes.
Nestes casos, só uma experimentação apropriada permitiria ao pesquisador dar
uma solução definitiva ao problema de generalização dos resultados de um experimento
para toda uma região. Tem-se, então, a análise conjunta de experimentos. Pode-se citar
como exemplo, o estudo da adubação química da cana-de-açúcar no Estado de Alagoas,
tendo em vista obter resultados gerais para toda área canavieira do Estado. Com esse
objetivo, devem-se instalar experimentos por toda a região que deverão ser o mais
simples possível para que o custo não seja excessivo. Além disso, os experimentos
deverão ser os mesmos por toda a área, isto é, deverão obedecer ao mesmo delineamento
estatístico, bem como incluir os mesmos tratamentos com, se possível, o mesmo número
de repetições. Também, o manejo animal ou vegetal deverá se o mesmo em todos os
experimentos. Este procedimento irá facilitar grandemente a análise da variância
conjunta. De preferência, ainda, esses experimentos deverão se repetir por vários anos.

12.1 Esquema da Análise da Variância Conjunta

Para se efetuar uma análise conjunta de experimentos devem-se seguir os


seguintes passos:
a) Em primeiro lugar, definem-se os ambientes onde a pesquisa será conduzida,
ou seja, diferentes localidades, anos diferentes de uma mesma localidade, anos e
localidades diferentes, etc., instalam-se os experimentos, que geralmente são implantados
no delineamento em blocos casualizados, e após a coleta dos dados, efetuam-se todas as
análises individuais, isto é, análise para cada ambiente de acordo com o delineamento
estatístico utilizado.
b) Examinam-se, a seguir, as grandezas dos QM Resíduos, ou seja, se forem
homogêneos (quando a relação entre o maior e o menor QM Resíduos não for superior a
mais de quatro vezes) todos os ambientes poderão ser incluídos na análise conjunta sem

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 423


424

restrições, e, em caso contrário, devem-se organizar subgrupos com QM Resíduos


homogêneos, sendo que as análises conjuntas serão feitas para cada subgrupo.
c) Elabora-se, posteriormente, a tabela de dupla entrada, conforme se verifica a
seguir:

Tabela de Dupla Entrada

Ambientes
Totais de
Tratamentos
Tratamentos
A1 A2 A3

T1 TT1A1 TT1A2 TT1A3 TT1


T2 TT2A1 TT2A2 TT2A3 TT2
T3 TT3A1 TT3A2 TT3A3 TT3
T4 TT4A1 TT4A2 TT4A3 TT4

Totais de Ambientes TA1 TA2 TA3

d) Agora, efetua-se a análise da variância conjunta, segundo o esquema abaixo:

Quadro da ANAVA Conjunta

Causa de Variação GL SQ QM F

QM Tratamentos
Tratamentos (T) t–1 SQ Tratamentos QM Tratamentos
QM Interação (T x A)

QM Ambientes
Ambientes (A) a–1 SQ Ambientes QM Ambientes
QM Interação (T x A)

QM Interação (T x A)
Interação (T x A) (t – 1) (a – 1) SQ Interação (T x A) QM Interação (T x A)
QM Re síduo Médio
Resíduo Médio N' - QM Resíduo Médio

onde:
GL = número de graus de liberdade;
SQ = soma de quadrados;
QM = quadrado médio;
F = valor calculado do teste F;
t = número de tratamentos;
a = número de ambientes;
N' = soma dos graus de liberdade dos resíduos das análises individuais;

 T
2
 TT 2
SQ Tratamentos = 
r x a 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 424


425

onde:
TT = total de cada tratamento;
r = número de repetições do experimento;
N = número de observações, que corresponde ao número de tratamentos (t)
multiplicado pelo número de repetições do experimento (r) multiplicado pelo
número de ambientes (a);

 A
2
 T A 2
SQ Ambientes = 
r x t 

onde:
TA = total de cada ambiente;

 TA
2
 TTA  2

SQ Interação (T x A) =  – (SQ Tratamentos + SQ Ambientes)


r 

onde:
TTA = total de cada combinação (TA);

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

SQ Ambientes
QM Ambientes =
GL Ambientes

SQ Interação T x A
QM Interação (T x A) =
GL Interação T x A

QM Re síduo ( A1 )  QM Re síduo ( A2 )  QM Re síduo ( A3 )


QM Resíduo Médio =
a

Vejam-se, a seguir, algumas considerações importantes a respeito da


interpretação do teste F na análise conjunta de experimentos:
a) O teste F para tratamentos irá dizer se eles diferem entre si, sem levar em
conta os ambientes;
b) O teste F para ambientes irá dizer se eles diferem entre si, sem levar em conta
os tratamentos;
c) O teste F para a interação (T x A) irá dizer se o comportamento dos
tratamentos é influenciado pelo tipo de ambiente;
d) A interação (T x A) apresentando F não significativo, indica que o
comportamento dos tratamentos independe dos ambientes. Então, neste caso, podem-se
fazer recomendações gerais para toda a região, ou seja, o melhor tratamento é indicado
para todos os ambientes. Contudo, para se chegar ao melhor tratamento é necessário se
proceder da seguinte maneira:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 425


426

d.1) Se os tratamentos forem qualitativos, deve-se aplicar um teste de


comparação de médias adequado, desde que o teste F seja significativo e se tenha mais de
dois níveis;
d.2) Se os tratamentos forem quantitativos, deve-se usar a regressão polinomial
na análise de variância e, em seguida, calcula-se a equação de regressão, a partir da
regressão de maior grau que apresentou significância estatística pelo teste F,
acompanhada de um gráfico;
e) A interação (T x A) apresentando F significativo, indica que o comportamento
dos tratamentos é influenciado pelos ambientes. Neste caso, não há necessidade de se
aplicar um teste de comparação de médias para os tratamentos se eles forem qualitativos
ou a regressão polinomial na análise de variância se eles forem quantitativos. Têm-se,
então, duas alternativas a seguir:
e.1) Consideram-se os resultados obtidos nas análises individuais. Não se podem
fazer, então, recomendações gerais para toda a região, valendo as conclusões ou
indicações para cada ambiente em separado;
e.2) Desdobram-se os graus de liberdade de tratamentos mais o da interação
(T x A), conforme a seguir:

Quadro da ANAVA Conjunta

Causa de Variação GL

Ambientes (A) a–1


Entre Tratamentos Dentro de A1 t–1
Entre Tratamentos Dentro de A2 t–1
Entre Tratamentos Dentro de A3 t–1
Resíduo Médio N'

onde:

SQ Entre Tratamentos dentro de A1

 T dentro de A1
2
 
A 1
2

= 
r r xt

SQ Entre Tratamentos dentro de A2

 T dentro de A2
2
 
A 2
2

= 
r r xt

SQ Entre Tratamentos dentro de A3

 T dentro de A3
2
 
A 3
2

= 
r r xt

QM Entre Tratamentos dentro de A1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 426


427

SQ Tratamentos dentro de A1
=
t 1

QM Entre Tratamentos dentro de A2

SQ Tratamentos dentro de A2
=
t 1

QM Entre Tratamentos dentro de A3

SQ Tratamentos dentro de A3
=
t 1

F Calculado Entre Tratamentos dentro de A1

QM Tratamentos dentro de A1
=
QM Re síduo Médio

F Calculado Entre Tratamentos dentro de A2

QM Tratamentos dentro de A2
=
QM Re síduo Médio

F Calculado Entre Tratamentos dentro de A3

QM Tratamentos dentro de A3
=
QM Re síduo Médio

Esta alternativa tem a vantagem, em relação à primeira, de contar com maior


número de graus de liberdade para o resíduo, portanto, análise mais sensível. Neste caso,
deve-se proceder da seguinte maneira: se os tratamentos forem qualitativos, deve-se
aplicar um teste de comparação de médias adequado para comparar os tratamentos dentro
de cada ambiente, desde que o teste F seja significativo e se tenha mais de dois níveis. Se
os tratamentos forem quantitativos, deve-se usar a regressão polinomial na análise de
variância para os tratamentos dentro de cada ambiente e, em seguida, calcula-se a
equação de regressão a partir da regressão de maior grau que apresentou significância
estatística pelo teste F, acompanhada de um gráfico.

12.2 Exemplo com Interação Não Significativa

A fim de apresentar-se a análise da variância conjunta e a interpretação dos


resultados de um grupo de experimentos, será discutido, a seguir, um exemplo com
interação não significativa.
Exemplo 1: A partir dos dados das TABELAS 12.1 e 12.2, pede-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 427


428

a) Fazer a análise da variância conjunta;


b) Obter os coeficientes de variação das análises da variância individuais;
c) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na comparação
de médias de espécies e de locais.

TABELA 12.1 - VALORES E SIGNIFICÂNCIAS DOS QUADRADOS MÉDIOS DAS ANÁLISES DA


VARIÂNCIA DAS ALTURAS (EM METROS) DE PLANTAS DE ESPÉCIES DE
EUCALIPTO COM TRÊS ANOS DE IDADE

Causa de QM 1/
Variação ____________________________________________________
GL A B C D E

Espécies 3 2,52450 ** 1,77133 ** 2,39600 ** 3,02450 ** 3,17383 **


Resíduo 16 0,07775 0,05050 0,06375 0,03725 0,04675

FONTE: BARBIN (1982).


NOTAS: (1/) A - Araraquara; B - Mogi-Guaçu; C - São Joaquim de Barra; D - São Simão; E - Araras.
(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade pelo teste F.

TABELA 12.2 - TOTAIS DE ALTURA (EM METROS) DE PLANTAS DAS ESPÉCIES DE


EUCALIPTO COM TRÊS ANOS DE IDADE DOS ENSAIOS REALIZADOS EM
SÃO PAULO NO DELINEAMENTO INTEIRAMENTE CASUALIZADO COM
QUATRO TRATAMENTOS (ESPÉCIES) E CINCO REPETIÇÕES

Tratamentos Totais de Altura de Plantas 1


(Espécies) _____________________________________________________
A B C D E

E. saligna 17,9 20,3 17,9 17,7 18,0


E. tereticornes 19,7 19,8 19,4 19,7 20,0
E. alba 19,7 20,3 20,7 20,7 21,0
E. citriodora 12,2 14,2 12,8 12,0 12,1

FONTE: BARBIN (1982).


NOTA: (1/) A - Araraquara; B - Mogi-Guaçu; C - São Joaquim de Barra; D - São Simão; E - Araras.

Resolução:
a) Análise de Variância Conjunta:

 QM Re síduo
R=
 QM Re síduo

0,07775
=  2,09
0,03725

Verifica-se que a relação entre o maior e o menor QM Resíduos das análises


individuais é de aproximadamente 2,09. Logo, os cinco experimentos poderão ser
reunidos numa única análise conjunta, sem restrições.
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 428
429

Tabela de Dupla Entrada

Locais Totais de
Espécies _______________________________________ Espécies
A B C D E

E. saligna 17,9 (5) 20,3 17,9 17,7 18,0 91,8 (25)


E. tereticornes 19,7 19,8 19,4 19,7 20,0 98,6
E. alba 19,7 20,3 20,7 20,7 21,0 102,4
E. citriodora 12,2 14,2 12,8 12,0 12,1 63,3

Totais de Locais 69,5 (20) 74,6 70,8 70,1 71,1 356,1

t= 4

l = 5

r = 5

GL Espécies = t – 1 = 4 – 1 = 3

GL Locais = 1 – 1 = 5 – 1 = 4

GL Interações (E x L) = (t – 1) (l – 1) = (4 – 1) (5 – 1) = (3) (4) = 12

GL Resíduo Médio = N' = 16 x 5 = 80

N = t x r x l = 4 x 5 x 5 = 100

 E
2
 TE 2
SQ Espécies = 
r x l 

(91,8) 2  (98,6) 2  (102,4) 2  (63,3) 2 356,1


2

= 
5 x 5 100

8.427,24  9.721,96  10.485,76  4.006,89 126.807,21


= 
25 100

32.641,85 126.807,21
= 
25 100

= 1.305,674 – 1.268,0721 = 37,6019


Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 429
430

 L
2
 TL 2
SQ Locais = 
r x t 

(69,5) 2  (74,6) 2  (70,8) 2  (70,1) 2  (71,1) 2 356,1


2
= 
5 x 4 100

4.830,25  5.565,16  5.012,64  4.914,01  5.055,21 126.807,21


= 
20 100

25.377,27 126.807,21
= 
20 100

= 1.268,8635 – 1.268,0721 = 0,7914

 EL
2
 TEL  2

SQ Interação (E x L) =  –
r 

(SQ Espécies + SQ Locais)

(17,9) 2  (20,3) 2  ...  (12,1) 2 356,1


2
=  –
5 100

(37,6019 + 0,7914)

320,41  412,09  ...  146,41 126.807,21


=   38,3933
5 100

6.537,67 126.807,21
=  – 38,3933
5 100

= 1.307,534 – 1.268,0721 – 38,3933 = 1,0686

SQ Espécies
QM Espécies =
GL Espécies

37,6019
= = 12,533967
3

SQ Locais
QM Locais =
GL Locais

0,7914
= = 0,197850
4

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 430


431

SQ Interação E x L 
QM Interação (E x L) =
GL Interação E x L 

1,0686
= = 0,089050
12
QM Resíduo Médio

QM Re síduo ( LA1 )  QM Re síduo ( LB )  ...  QM Re síduo ( LE )


=
l

0,07775  0,05050  0,06375  0,03725  0,04675


=
5

0,276
= = 0,0552
5

QM Espécies
F Calculado para Espécies =
QM Interação ( E x L)

12,533967
=  140,75
0,089050

QM Locais
F Calculado para Locais =
QM Interação ( E x L)

0,197850
=  2,22
0,089050

QM Interação ( E x L)
F Calculado para Interação (E x L) =
QM Re síduo Médio

0,089050
=  1,61
0,0552

F Tabelado (1%) para Espécies = 5,95

F Tabelado (5%) para Espécies = 3,49

F Tabelado (1%) para Locais = 5,41

F Tabelado (5%) para Locais = 3,26

F Tabelado (1%) para Interação (E x L)  2,4467

F Tabelado (5%) para Interação (E x L) = 1,89


Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 431
432

TABELA 12.3 - ANÁLISE DA VARIÂNCIA CONJUNTA DAS ALTURAS (EM METROS) DE


PLANTAS DE ESPÉCIES DE EUCALIPTO COM TRÊS ANOS DE IDADE.
PIRACICABA - SP, 1982

Causa de Variação GL SQ QM F

Espécies (E) 3 37,6019 12,533967 140,75 **


Locais (L) 4 0,7914 0,197850 2,22 ns
Interação (E x L) 12 1,0686 0,089050 1,61 ns
Resíduo Médio 80 - 0,055200

NOTAS: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.


(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre as espécies
de eucalipto em relação à altura de plantas com três anos de idade.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, entre os
locais em relação à altura de plantas de eucalipto com três anos de idade.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a
interação (E x L), indicando que a altura das plantas das espécies de eucalipto com três
anos de idade independe dos locais onde as mesmas foram cultivadas.
b) Coeficientes de Variação:
Para Araraquara - SP:

 ( X )
m 
N

69,5
= = 3,475
20

s QM Re síduo

= 0,07775 = 0,27884

100 x s
CV = 
m

100 x 0,27884
=
3,475

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 432


433

27,884
=  8,02%
3,475

O coeficiente de variação em Araraquara - SP foi 8,02%, indicando uma ótima


precisão experimental.
Para Mogi-Guaçu - SP:

 ( X )
m 
N

74,6
= = 3,73
20

s QM Re síduo

= 0,05050 = 0,22472

100 x s
CV = 
m

100 x 0,22472
=
3,73

22,472
=  6,02%
3,73

O coeficiente de variação em Mogi-Guaçu - SP foi 6,02%, indicando uma ótima


precisão experimental.
Para São Joaquim de Barra - SP:

 ( X )
m 
N

70,8
= = 3,54
20

s QM Re síduo

= 0,06375 = 0,25248

100 x s
CV = 
m

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 433


434

100 x 0,25248
=
3,54

25,248
=  7,13%
3,54

O coeficiente de variação em São Joaquim de Barra - SP foi 7,13%, indicando


uma ótima precisão experimental.
Para São Simão - SP:

 ( X )
m 
N

70,1
= = 3,505
20

s QM Re síduo

= 0,03725 = 0,1930

100 x s
CV = 
m

100 x 0,1930
=
3,505

19,30
=  5,51%
3,505

O coeficiente de variação em São Simão - SP foi 5,51%, indicando uma ótima


precisão experimental.
Para Araras - SP:

 ( X )
m 
N

71,1
= = 3,555
20

s QM Re síduo

= 0,04675 = 0,21621

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 434


435

100 x s
CV = 
m

100 x 0,21621
=
3,555

21,621
=  6,08%
3,555

O coeficiente de variação em Araras - SP foi 6,08%, indicando uma ótima


precisão experimental.
c) Teste de Tukey:
Espécies:

m̂ 1 = 3,672 m̂ 3 = 4,096

m̂ 2 = 3,944 m̂ 4 = 2,532

s= QM Interação (E x L)

= 0,089050 = 0,2984124

s
 5%  q
r

0,2984124
= 4,20
25

0,2984124
= 4,20
5

4,20 x 0,0596824 = 0,250666

TABELA 12.4 - ALTURA MÉDIA (EM METROS) DE PLANTAS DE ESPÉCIES DE EUCALIPTO


COM TRÊS ANOS DE IDADE EM CINCO MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SÃO
PAULO. PIRACICABA-SP, 1982

Espécies Médias (em metros) 1/

E. citriodora 2,532 a
E. saligna 3,672 b
E. tereticornes 3,944 c
E. alba 4,096 c

NOTA: (1/) As médias de espécies com a mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey no nível
de 5% de probabilidade.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 435


436

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


A espécie E. citriodora apresentou a menor altura média de plantas com três anos
de idade.
As espécies E. alba e E. tereticornes não diferem estatisticamente entre si e
apresentaram as maiores alturas médias de plantas com três anos de idade, e poderão ser
recomendadas para os cinco municípios do Estado de São Paulo onde as mesmas foram
avaliadas.
A espécie E. saligna apresentou uma altura média de plantas intermediária entre
todas as espécies avaliadas.

12.3 Exemplo com Interação Significativa

Apresentar-se-á, agora, para discussão, a análise da variância conjunta


e a interpretação dos resultados de um grupo de experimentos com interação
significativa.
Exemplo 2: A partir dos dados das TABELAS 12.5 e 12.6, pede-se:
a) Fazer a análise da variância conjunta;
b) Obter os coeficientes de variação das análises da variância individuais;
c) Fazer o desdobramento do número de graus de liberdade de progênies mais o
da interação progênies x locais;
d) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na comparação
de médias de progênies dentro de locais.

TABELA 12.5 - VALORES E SIGNIFICÂNCIAS DOS QUADRADOS MÉDIOS DAS ANÁLISES DA


VARIÂNCIA DAS ALTURAS (EM METROS) DE PLANTAS DAS PROGÊNIES
DE Eucaliptus grandis COM SETE ANOS DE IDADE
QM 1/
Causa de GL _________________________________________________
Variação A B C
Progênies 5 10,7007 ns 10,4324 ns 21,2114 * *
Resíduo 15 3,7831 3,7560 1,4354

FONTE: BARBIN (1982).


NOTAS: (1/) A - Araraquara; B - Bento Quirino; C - Mogi-Guaçu.
(ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade pelo teste F.
(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade pelo teste F.

TABELA 12.6 – TOTAIS DAS ALTURAS (EM METROS) DE PLANTAS DAS PROGÊNIES DE
Eucaliptus grandis COM SETE ANOS DE IDADE DOS ENSAIOS REALIZADOS
EM SÃO PAULO NO DELINEAMENTO EM BLOCOS CASUALIZADOS COM
SEIS TRATAMENTOS (PROGÊNIES) E QUATRO REPETIÇÕES
Totais de Altura de Plantas 1/
Progênies ___________________________________________
A B C
1 – Pretória* 82,5 39,1 89,0
2 – 637** 76,2 48,1 85,5
3 – 2093** 92,1 56,0 85,0
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 436
437

4 – 2094** 90,0 51,9 96,7


5 – 9559*** 87,8 56,5 108,1
6 – 9575*** 78,0 47,9 85,4
FONTE: BARBIN (1982).
NOTAS: (1/) A - Araraquara; B - Bento Quirino; C - Mogi-Guaçu.
(*) Procedente da África do Sul.
(**) Procedente de Rio Claro-SP.
(***) Procedente da Austrália.
Resolução:
a) Análise de variância conjunta:

 QM Re síduo
R=
 QM Re síduo

3,7831
=  2,64
1,4354

Verifica-se que a relação entre o maior e o menor QM Resíduos das análises


individuais é de aproximadamente 2,64. Logo, os três experimentos poderão ser reunidos
numa única análise conjunta, sem restrições.

Tabela de Dupla Entrada

Locais
Totais de
Progênies
Progênies
A B C

1 - Pretória 82,5 (4) 39,1 89,0 210,6 (12)


2 - 637 76,2 48,1 85,5 209,8
3 - 2093 92,1 56,0 85,0 233,1
4 - 2094 90,0 51,9 96,7 238,6
5 - 9559 87,8 56,5 108,1 252,4
6 - 9575 78,0 47,9 85,4 211,3

Totais de Locais 506,6 (24) 299,5 549,7 1.355,8

t = 6

l = 3

r = 4

GL Progênies = t – 1

= 6 –1 = 5

GL Locais = 1 – 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 437


438

= 3–1= 2

GL Interação = (P x L) = (t – 1) (l – 1)

= (6 – 1) (3 – 1)

= (5) (2) = 10

GL Resíduo Médio = N'


= 15 x 3 = 45

 P
2
 TP 2
SQ Progênies = 
r x l 

=
(210,6) 2  (209,8) 2  ...  (211,3) 2

1.355,8
2

4 x 3 72

44.352,36  44.016,04  ...  44.647,69 1.838.193,64


= 
12 72

307.987,42 1.838.193,64
= 
12 72

= 25.665,6183 – 25.530,4672 = 135,1511

 L
2
 TL 2
SQ Locais = 
r x t 

=
(506,6) 2  (299,5) 2  (549,7) 2

1.355,82
4 x 6 72

256.643,56  89.700,25  302.170,09 1.838.193,64



24 72

648.513,90 1.838.193,64
= 
24 72

= 27.021,4125 – 25.530,4672 = 1.490,9453

 AL
2
 T AL  2

SQ Interação (P x L) =  –
r 

(SQ Progênies + SQ Locais)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 438


439

(82,5) 2  (39,1) 2  ...  (85,4) 2 1.355,8


2
=  –
4 72

(135,1511 + 1.490,9453)

6.806,25  1.528,81  ...  7.293,16 1.838.193,64


=   1.626,0964
4 72

108.932,54 1.838.193,64
=  – 1.626,0964
4 72

= 27.233,1350 – 25.530,4672 – 1.626,0964 = 76,5714

SQ Pr ogênies
QM Progênies =
GL Pr ogênies

135,1511
= = 27,03022
5

SQ Locais
QM Locais =
GL Locais

1.490,9453
= = 745,47265
2

SQ Interação P x L 
QM Interação (P x L) =
GL Interação P x L 

76,5714
= = 7,65714
10

QM Re síduo ( LA )  QM Re síduo ( LB )  QM Re síduo ( LC )


=
l

3,7831  3,7560  1,4354


=
3

8,9745
= = 2,9915
3

QM Pr ogênies
F Calculado para Progênies =
QM Interação ( P x L)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 439


440

27,03022
=  3,53
7,65714

QM Locais
F Calculado para Locais =
QM Interação ( P x L)

745,47265
=  97,36
7,65714

QM Interação ( P x L)
F Calculado para Interação (P x L) =
QM Re síduo Médio

7,65714
=  2,56
2,9915

F Tabelado (1%) para Progênies = 5,64

F Tabelado (5%) para Progênies = 3,33

F Tabelado (1%) para Locais = 7,56

F Tabelado (5%) para Locais = 4,10

F Tabelado (1%) para Interação (P x L)  2,7575

F Tabelado (5%) para Interação (P x L) = 2,0575

TABELA 12.7 - ANÁLISE DA VARIÂNCIA CONJUNTA DAS ALTURAS (EM METROS) DE


PLANTAS DE PROGÊNIES DE Eucaliptus grandis COM SETE ANOS DE
IDADE. PIRACICABA-SP, 1982

Causa de Variação GL SQ QM F

Espécies (E) 5 135,1511 27,03022 3,53 *


Locais (L) 2 1.490,9453 745,47265 97,36 **
Interação (P x L) 10 76,5714 7,65714 2,56 *
Resíduo Médio 45 - 2,99150

(*) Significativo no nível de 5% de probabilidade.


(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, entre as
progênies de Eucaliptus grandis em relação à altura de plantas com sete anos de idade.
Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre os locais
em relação à altura de plantas de Eucaliptus grandis com sete anos de idade.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 440


441

Houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a interação


(P x L), indicando que a altura das progênies de Eucaliptus grandis com sete anos de
idade depende dos locais onde as mesmas foram cultivadas.
b) Coeficiente de Variação:
Para Araraquara - SP:

 ( X )
m 
N

506,6
 21,1083
24

s QM Re síduo
= 3,7831 = 1,9450193

100 x s
CV = 
m

100 x 1,9450193
=
21,1083

194,50193
 9,21%
21,1083

O coeficiente de variação em Araraquara - SP foi de 9,21%, indicando uma ótima


precisão experimental.
Para Bento Quirino - SP:

 ( X )
m 
N

299,5
 12,4792
24

s QM Re síduo

= 3,7560 = 1,9380402

100 x s
CV = 
m

100 x 1,9380402
=
12,4792

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 441


442

193,80402
 15,53%
12,4792

O coeficiente de variação em Bento Quirino - SP foi de 15,53%, indicando uma


precisão experimental regular.
Para Mogi-Guaçu - SP:

 ( X )
m 
N

549,7
 22,9042
24

s QM Re síduo

= 1,4354 = 1,1980818

100 x s
CV = 
m

100 x 1,1980818
=
22,9042

119,80818
 5,23%
22,9042

O coeficiente de variação em Mogi-Guaçu foi de 5,23%, indicando uma ótima


precisão experimental.
c) Desdobramento do Número de Graus de Liberdade de Progênies Mais o da
Interação Progênies x Locais:

 P dentro de L1
2
L 1  
2

SQ Progênies dentro do local A = 


r r xt

(82,5) 2  (76,2) 2  ...  (78,0) 2 506,6


2
= 
4 4x6

6.806,25  5.806,44  ...  6.084,00 256.643,56


= 
4 24

42.987,94 256.643,56
= 
4 24

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 442


443

= 10.746,9850 – 10.693,4817 = 53,5033

 P dentro de L2
2
L 2   2

SQ Progênies dentro do local B = 


r r xt

(39,1) 2  (48,1) 2  ...  (47,9) 2 299,5


2
= 
4 4x6

1.528,81  2.313,61  ...  2.294,41 89.700,25


= 
4 24

15.158,69 89.700,25
= 
4 24

= 3.789,6725 – 3.737,5104 = 52,1621

 P dentro de L3
2
L 3  
2

SQ Progênies dentro do local C = 


r r xt

(89,0) 2  (85,5) 2  ...  (85,4) 2 549,7 


2
= 
4 4x6

7.921,00  7.310,25  ... 7.293,16 302.170,09


= 
4 24

50.785,91 302.170,09
= 
4 24

= 12.696,4775 – 12.590,42 = 106,0575

SQ Pr ogênies dentro do local A


QM Progênies dentro do local A =
t 1

53,5033
=
6 1

53,5033
= = 10,70066
5

SQ Pr ogênies dentro do local B


QM Progênies dentro do local B =
t 1

52,1621
=
6 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 443


444

52,1621
= = 10,43242
5

SQ Pr ogênies dentro do local C


QM Progênies dentro do local C =
t 1

106,0575
=
6 1

106,0575
= = 21,2115
5

F Calculado para progênies dentro do local A

QM Pr ogênies dentro do local A


=
QM Re síduo Médio

10,70066
=  3,58
2,9915

F Calculado para progênies dentro do local B

QM Pr ogênies dentro do local B


=
QM Re síduo Médio

10,43242
=  3,49
2,9915

F Calculado para progênies dentro do local C

QM Pr ogênies dentro do local C


=
QM Re síduo Médio

21,2115
=  7,09
2,9915

F Tabelado (1%) para Progênies dentro dos locais = 3,4675

F Tabelado (5%) para Progênies dentro dos locais = 2,43

A TABELA 12.7, agora, fica da seguinte maneira:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 444


445

TABELA 12.7 - ANALISE DA VARIÂNCIA CONJUNTA DAS ALTURAS (EM METROS) DE


PLANTAS DE PROGÊNIES DE Eucaliptus grandis COM SETE ANOS DE IDADE.
PIRACICABA-SP,1982

Causa de Variação GL SQ QM F

Locais (L) 2 1.490,9453 - -


Progênies dentro do local Araraquara 5 53,5033 10,70066 3,58 * *
Progênies dentro do local Bento Quirino 5 52,1621 10,43242 3,49 * *
Progênies dentro do local Mogi-Guaçu 5 106,0575 21,21150 7,09 * *
Resíduo Médio 45 - 2,99150

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre as
progênies de Eucaliptus grandis dentro dos locais Araraquara, Bento Quirino e Mogi-
Guaçu em relação à altura de plantas com sete anos de idade.
e) Teste de Tukey:
Progênies dentro do local Araraquara:

m̂ 1 = 20,625 m̂ 4 = 22,500

m̂ 2 = 19,050 m̂ 5 = 21,950

m̂ 3 = 23,025 m̂ 6 = 19,500

Progênies dentro do local Bento Quirino:

m̂ 1 = 9,775 m̂ 4 = 12,975

m̂ 2 = 12,025 m̂ 5 = 14,125

m̂ 3 = 14,000 m̂ 6 = 11,975

Progênies dentro do local Mogi-Guaçu:

m̂ 1 = 22,250 m̂ 4 = 24,175

m̂ 2 = 21,375 m̂ 5 = 27,025

m̂ 3 = 21,250 m̂ 6 = 21,350

QM Resíduo Médio
 (5%) = q
r

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 445


446

2,9915
= 4,2125
4

= 4,2125 0,747875

= 4,2125 x 0,8647976 = 3,643

TABELA 12.8 – MÉDIAS DE ALTURAS (EM METROS) DE PLANTAS DE PROGÊNIES DE


Eucaliptus grandis COM SETE ANOS DE IDADE EM TRÊS MUNICÍPIOS DO
ESTADO DE SÃO PAULO. PIRACICABA-SP, 1982

Locais
Progênies
Araraquara 1/ Bento Quirino Mogi-Guaçu

1 - Pretória 20,625 ab 9,775 a 22,250 a


2 - 637 19,050 a 12,025 ab 21,375 a
3 - 2093 23,025 b 14,000 b 21,250 a
4 - 2094 22,500 ab 12,975 ab 24,175 ab
5 - 9559 21,950 ab 14,125 b 27,025 b
6 – 9575 19,500 ab 11,975 ab 21,350 a

NOTA: (1/) Nas colunas, as médias de progênies dentro de locais seguidas de pelo menos uma
mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


Em Araraquara, a progênie 2093 de Eucaliptus grandis apresentou a maior altura
de plantas com sete anos de idade, e diferiu estatisticamente da progênie 637, que
apresentou a menor altura de plantas. Neste mesmo local, as progênies Pretória, 2094,
9559 e 9575 de Eucaliptus grandis apresentaram uma altura de plantas intermediária
entre as progênies 2093 e 637.
Em Bento Quirino, as progênies 9559 e 2093 de Eucaliptus grandis apresentaram
as maiores alturas de plantas com sete anos de idade, e diferiram estatisticamente da
progênie Pretória, que apresentou a menor altura de plantas. Neste mesmo local, as

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 446


447

progênies 637, 2094 e 9575 de Eucaliptus grandis apresentaram uma altura de plantas
intermediária entre as progênies 9559 e 2093, e Pretória.
Em Mogi-Guaçu, a progênie 9559 de Eucaliptus grandis apresentou a maior
altura de plantas com sete anos de idade, apesar de não diferir estatisticamente da
progênie 2094, que apresentou uma altura de plantas intermediária entre as progênies
avaliadas. Neste mesmo local, as progênies Pretória, 637, 2093 e 9575 de Eucaliptus
grandis apresentaram as menores alturas de plantas com sete anos de idade, e diferiram
estatisticamente da progênie 9559.

12.4 Exercícios

a) A partir dos dados das TABELAS 12.9 e 12.10, pede-se:


a.1) Fazer a análise da variância conjunta;
a.2) Obter os coeficientes de variação das análises da variância individuais;
a.3) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na
comparação de médias de adubação e de locais;
a.4) Se a interação adubação x locais for significativa, fazer o desdobramento do
número de graus de liberdade de adubação mais o da interação adubação x locais;
a.5) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na
comparação de médias de adubação dentro de locais.

TABELA 12.9 – VALORES E SIGNIFICÂNCIAS DOS QUADRADOS MÉDIOS DAS ANÁLISES DA


VARIÂNCIA DE ADUBAÇÃO DE PLANTAS DE ALGODOEIRO, CUJO
PARÂMETRO FOI A PRODUÇÃO (kg/parcela) EM CINCO LOCAIS (A, B, C, D, E)

QM
Causa de ____________________________________________________
Variação GL A B C D E

Adubação 4 1,2730 ** 7,8940 ** 2,1880 * 17,6350 **


1,3457 **
Resíduo 15 0,2700 0,6580 0,6830 0,6180 0,0115

FONTE: GOMES (1985).


NOTAS: (*) Significativo no nível de 5% de probabilidade pelo teste F.
(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade pelo teste F.

TABELA 12.10 – TOTAIS DE PRODUÇÃO (kg/parcela) DOS ENSAIOS DE ADUBAÇÃO DE


PLANTAS DE ALGODOEIRO CONDUZIDOS EM CINCO LOCAIS (A, B, C, D,
E) NO DELINEAMENTO INTEIRAMENTE CASUALIZADO COM CINCO
TRATAMENTOS (ADUBAÇÃO) E QUATRO REPETIÇÕES

Totais
Tratamentos ________________________________________________________
(Adubação) A B C D E

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 447


448

N1PK1 14,6 45,0 27,5 33,4 6,88


N1PK2 11,8 39,0 32,0 30,0 9,85
N2PK1 12,8 42,0 26,5 33,2 10,70
N2PK2 11,8 42,5 33,5 31,0 11,41
Testemunha 8,4 30,5 30,5 13,4 6,24

FONTE: GOMES (1985).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 448


449

EXPERIMENTOS EM BLOCOS
13 CASUALIZADOS COM ALGUNS
TRATAMENTOS COMUNS

Na pesquisa agropecuária ocorre de se ter, em determinadas situações, um grande


número de tratamentos a serem avaliados, principalmente quando se avaliam progênies,
clones, híbridos, etc., de qualquer espécie vegetal, durante a condução do programa de
melhoramento. Se fosse utilizado o delineamento em blocos casualizados tradicional,
com todos os tratamentos, acarretaria um tamanho excessivo de cada bloco,
comprometendo a aplicação do princípio do controle local.
Dentre as alternativas para se contornar o problema, destacam-se os
experimentos em blocos casualizados com alguns tratamentos comuns, que não é difícil,
e corresponde ao uso de um delineamento em blocos incompletos, de grande
flexibilidade, eficiência, simplicidade e robustez, pois são pouco afetados por perdas de
parcelas, de tratamentos ou de blocos, sendo mais vantajosos do que os reticulados
quadrados e cúbicos.

13.1 Esquema da Análise da Variância

O procedimento de análise, em síntese, é o seguinte:


a) Os tratamentos são subdivididos em grupos;
b) Cada grupo de tratamentos constituirá um experimento em blocos
casualizados;
c) São tomados alguns tratamentos que integrarão todos os grupos, os quais são
denominados de tratamentos comuns (cultivares de elite, híbridos comerciais, etc.), e os
demais são denominados regulares (cultivares introduzidas numa determinada região,
genótipos promissores, etc.);
d) Procede-se à análise de variância da maneira usual, independentemente para
cada experimento;
e) Tendo como elo os tratamentos comuns, é feita a análise conjunta de todos os
experimentos.
A análise conjunta, por sua vez, teria o seguinte esquema:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 449


450

Quadro da ANAVA Conjunta

Causa de Variação GL SQ QM F

Experimentos e–1 SQ Experimentos - -


Blocos Dentro de Exp. e (r – 1) SQ Blocos Dentro de Exp. - -
QM Tratamentos Ajustados
Tratamentos Ajustados e x tr + tc – 1 SQ Tratamentos Ajustados QM Tratamentos Ajustados
QM Re síduo
QM Int. Trat.Comuns x Exp.'
Int. Trat. Comuns x Exp.’ (tc – 1)(e – 1) SQ Int. Trat. Comuns x Exp.’ QM Int. Trat. Comuns x Exp.’
QM Re síduo

Resíduo e (r – 1)(tr + tc – 1) SQ Resíduo QM Resíduo

Total (tr + tc) e x r – 1 SQ Total

onde :
GL = número de graus de liberdade;
SQ = soma de quadrados;
QM = quadrado médio;
F = valor calculado do teste F;
e = número de experimentos;
r = número de repetições do experimento;
tr = número de tratamentos regulares por experimento;
tc = número de tratamentos comuns por experimento;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 450


451

 X 2
SQ Total = X2  

onde:
X = valor de cada observação;
N = número de observações, que corresponde ao número de tratamentos regulares
(tr) mais o número de tratamentos comuns (tc) multiplicado pelo número de
repetições do experimento (r) multiplicado pelo número de experimentos (e);

SQ Experimentos =
 E2

 X  2

r (tc  tr ) 

onde:
E = total de cada experimento (inclui os tratamentos comuns e regulares);

SQ Blocos Dentro de Experimentos

= SQ Blocos (E1) + SQ Blocos (E2) +...+ SQ Blocos (EN)

onde:
SQ Bloco (E) = soma de quadrados de blocos do experimento respectivo, ou seja,

SQ Blocos (E) =
 B2

 X  2

tr  tc (tr  tc ) r

onde:
B = total de cada bloco do experimento respectivo;

SQ Resíduo = SQ Resíduo (E1) + SQ Resíduo (E2) +... + SQ Resíduo (EN)

onde:
SQ Resíduo (E) = soma de quadrados do resíduo do experimento respectivo.

Resta, agora, obter as outras somas de quadrados, o que se consegue através da


tabela de dupla entrada a seguir:

Tabela de Dupla Entrada

Tratamentos Comuns 1º Experimento 2º Experimento 3º Experimento Totais de Tratamentos


(E1) (E2) (E3) Comuns

(r) (e x r)
C1 TC1E1 TC1E2 TC1E3 TC1
C2 TC2E1 TC2E2 TC2E3 TC2
C3 TC3E1 TC3E2 TC3E3 TC3

(tc x r) (tc x e x r)
Totais de Experimentos TE1 TE2 TE3 TG

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 451


452

SQ Tratamentos Comuns =
 TC 2

TG 2

e x r tc x e x r

onde:
TC = total de cada tratamento comum;
TG = total geral;

SQ Experimentos’ =
 TE 2

TG 2

tc x r tc x e x r

onde:
TE = total de cada experimento, incluindo apenas os tratamentos comuns;

SQ Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’)

=
 TCE 2

TG 2

– (SQ Tratamentos Comuns + SQ Experimentos’)


r tc x e x r

onde:
TCE = total de cada combinação (CE) entre tratamentos comuns e experimentos’;

SQ Tratamentos (ajustados) = SQ Total –

[SQ Experimentos + SQ Blocos Dentro de Experimentos +

SQ Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’) + SQ Resíduo]

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

QM Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’)

SQ Interação (Tratamentos Comuns x Experiment os' )


=
GL Interação (Tratamentos Comuns x Experiment os' )

SQ Tratamentos (ajustados )
QM Tratamentos (ajustados) =
GL Tratamentos (ajustados )

As comparações entre tratamentos seguem as regras seguintes:


a) Contraste entre dois tratamentos regulares do mesmo experimento:

2 2
s2 ( Yˆ ) = s
r

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 452


453

onde:
s2 = estimativa da variância do erro experimental, que corresponde ao quadrado médio do
resíduo.

b) Contraste entre dois tratamentos regulares de experimentos diferentes:

2  1  2
s2 ( Yˆ ) = 1   s
r  tc 

c) Contraste entre dois tratamentos comuns:

2
s2 ( Yˆ ) = s2
e x r

d) Contraste entre um tratamento regular e um comum:

1  1 1 1  2
s2 ( Yˆ ) = 1    s
r  tc e tc x e 

As estimativas das médias de tratamentos se obtêm da seguinte maneira:


a) Para os tratamentos comuns: média aritmética dos dados respectivos, sem
nenhum ajuste;
b) Para os tratamentos regulares: média aritmética dos dados respectivos menos
uma correção K,

onde:
K = média dos tratamentos comuns no experimento respectivo menos a média geral dos
tratamentos comuns.

Algumas observações:
a) Quando se tem apenas um tratamento comum, não há possibilidade de estimar-
se a interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’);
b) É conveniente ter-se pelo menos dois tratamentos comuns, pois no caso de se
ter um tratamento comum e ocorrer a sua perda, não há possibilidade de se efetuar a
análise conjunta;
c) Os experimentos poderão apresentar número de tratamentos regulares
diferentes, sem dificultar a análise da variância conjunta. Contudo, é conveniente que
esse número não seja excessivamente discrepante para que todos os blocos tenham
tamanhos similares;
d) A perda de blocos traz alguma dificuldade, mas existe método apropriado para
este caso (ver GOMES, 1985);
e) A perda de parcelas, que não implique a perda total de um tratamento ou
bloco, resolve-se facilmente; basta aplicar no experimento respectivo o método relativo
aos blocos casualizados (Capítulo 7);
f) Quando a Interação Tratamentos Comuns x Experimentos’ for não
significativa, indica que os tratamentos comuns se comportam mais ou menos do mesmo
modo em todos os ensaios, o que sugere que ocorra o mesmo com os tratamentos
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 453
454

regulares. Tal fato deverá ocorrer quando todos os experimentos são conduzidos lado a
lado, numa mesma área, ou em condições mais ou menos semelhantes, embora em
localidades distintas;
g) Quando a Interação Tratamentos Comuns x Experimentos’ for significativa,
indica que os tratamentos comuns se comportam distintamente nos diversos locais, o que
sugere que ocorra o mesmo com os tratamentos regulares. Tal fato deverá ocorrer quando
os experimentos forem conduzidos em condições ecológicas diferentes. Neste caso, a
situação se torna um tanto complexa, mas um procedimento indicado será, sem dúvida, o
de tornar para resíduo o quadrado médio da Interação Tratamentos Comuns x
Experimentos’ para a comparação de tratamentos regulares de experimentos diferentes.

13.2 Exemplo de Experimentos em Blocos Casualizados com Alguns Tratamentos


Comuns

A fim de apresentar-se a análise da variância e a interpretação dos resultados,


será discutido, a seguir, um exemplo de experimentos em blocos casualizados com alguns
tratamentos comuns.
Exemplo 1: A partir dos dados das TABELAS 13.1 e 13.2, pede-se:
a) Fazer a análise da variância conjunta;
b) Obter os coeficientes de variação das análises da variância individuais;
c) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na comparação
de médias de variedades em relação a cada testemunha e na comparação de médias das
testemunhas.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 454


455

TABELA 13.1 – DADOS DE PRODUÇÃO (t/ha) DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR


Ensaio 1 Ensaio 2
Variedades B1 B2 Totais de Variedades B1 B2 Totais de
Variedades Variedades

T1 157,3 139,9 297,2 T1 141,0 145,7 286,7


T2 132,1 134,6 266,7 T2 109,6 124,8 234,4
V1 135,9 128,7 264,6 V9 118,2 123,0 241,2
V2 111,8 115,4 227,2 V10 86,0 89,4 175,6
V3 122,7 118,3 241,0 V11 123,6 118,6 242,2
V4 135,5 132,5 268,0 V12 151,4 146,2 297,6
V5 123,0 128,5 251,5 V13 95,0 108,3 203,3
V6 152,0 138,6 290,6 V14 131,6 126,2 257,8
V7 83,4 95,8 179,6 V15 120,2 135,1 255,3
V8 111,2 120,7 231,9 V16 142,5 139,8 282,3

Totais de Totais de
Blocos 1.264,9 1.253,0 2.517,9 Blocos 1.219,3 1.257,1 2.476,4

Ensaio 3 Ensaio 4
Variedades B1 B2 Totais de Variedades B1 B2 Totais de
Variedades Variedades

T1 140,7 145,9 286,6 T1 134,9 136,0 270,9


T2 119,8 125,3 245,1 T2 129,6 114,6 244,2
V17 120,4 113,2 233,6 V25 131,6 130,4 262,0
V18 130,7 118,9 249,6 V26 117,8 123,7 241,5
V19 113,7 122,0 235,7 V27 117,6 122,3 239,9
V20 112,3 132,5 244,8 V28 103,9 109,8 213,7
V21 129,8 123,4 253,2 V29 115,9 114,6 230,5
V22 104,6 113,7 218,3 V30 108,4 103,4 211,8
V23 123,4 133,2 256,6 V31 106,1 111,8 217,9
V24 121,8 122,2 244,0 V32 145,2 140,7 285,9

Totais de Totais de
Blocos 1.217,2 1.250,3 2.467,5 Blocos 1.211,0 1.207,3 2.418,3
FONTE: CAMPOS (1984).

TABELA 13.2 – VALORES E SIGNIFICÂNCIA DOS QUADRADOS MÉDIOS DAS ANÁLISES DA


VARIÂNCIA DAS PRODUÇÕES (t/ha) DE VARIEDADES DE CANA-DE-
AÇÚCAR

QM
Causa de ____________________________________________________
Variação GL Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4

Blocos 1 - - - -
Variedades 9 589,09 * * 710,39 * * 158,52 * 310,98 * *
Resíduo 9 46,77 35,06 46,43 22,08

FONTE: CAMPOS (1984).


NOTAS: (*) Significativo no nível de 5% de probabilidade pelo teste F.
(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade pelo teste F.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 455


456

Resolução:
a) Análise de Variância Conjunta:
 QM Re síduo
R=
 QM Re síduo

46,77
=  2,12
22,08

Verifica-se que a relação entre o maior e o menor QM Resíduos das análises


individuais é de aproximadamente 2,12. Logo, os quatro ensaios poderão ser reunidos
numa única análise conjunta, sem restrições.
Procede-se à análise conjunta, conforme se segue:

e =4

r = 2

tr = 8

tc = 2

N = (tr + tc) e x r

= (8 + 2) 4 x 2

= (10) 8 = 80

GL Experimentos = e – 1

= 4–1 = 3

GL Blocos Dentro de Experimentos = e (r – 1)

= 4 (2 – 1)

= 4 (1) = 4

GL Variedades (ajustados) = e x tr + tc – 1

= 4x8 + 2–1

= 32 + 2 – 1 = 33

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 456


457

GL Interação Tratamentos Comuns x Experimentos’ = (tc – 1) (e – 1)

= (2 – 1) (4 – 1)

= (1) (3) = 3

GL Resíduo = e (r – 1) (tr + tc – 1)

= 4 (2 – 1) (8 + 2 – 1)

= 4 (1) (9) = 36

GL Total = (tr + tc) e x r – 1

= (8 + 2) 4 x 2 – 1

= (10) 8 – 1

= 80 – 1 = 79

X = (157,3) + (139,9) + ... + (120,7) + (141,0) + (145,7) + ... +

(139,8) + (140,7) + (145,9) + ... + (122,2) + (134,9) +

(136,0) + ... + (140,7) = 9.880,1

X2 = (157,3)2 + (139,9)2 + ... + (120,7)2 + (141,0)2 +

(145,7)2 + ... + (139,8)2 + (140,7)2 + (145,9)2 + ... + (122,2)2 +

(134,9) 2 + (136,0)2 + ... + (140,7) 2

= 24.743,29 + 19.572,01 + ...+ 14.568,49 + 19.881,00 + 21.228,49 +...+

19.544,04 + 19.796,49 + 21.286,81 +...+ 14.932,84 + 18.198,01 +

18.496,00 +...+ 19.796,49 = 1.237.863,13

X
2
SQ Total = X 2

2
(9.880,1)
= 1.237.863,13 
80

97.616.376,01
= 1.237.863,13 
80

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 457


458

= 1.237.863,13 – 1.220.204,700125 = 17.658,429875

SQ Experimentos =
 E2

 X 
2

r (tc  tr ) 

(2.517,9) 2  (2.476,4) 2  (2.467,5) 2  (2.418,3) 3 9.880,1


2
= 
2 (2  8) 80
6.339.820,41  6.132.556,96  6.088.556,25  5.848.174,89 97.616.376,01
= 
2 (10) 80

24.409.108,51 97.616.376,01
= 
20 80

= 1.220.455,4255 – 1.220.204,700125 = 250,725375

SQ Blocos Dentro de Experimentos = SQ Blocos (E1) +

SQ Blocos (E2) + SQ Blocos (E3) + SQ Blocos (E4)

 (1.264,9) 2  (1.253,0) 2 (2.517,9) 2   (1.219,3) 2  (1.257,1) 2 (2.476,4) 2 


=   +  +
 82 (8  2) 2  
 82 (8  2) 2 

 (1.217,2) 2  (1.250,3) 2 (2.467,5) 2   (1.211,0) 2  (1.207,3) 2 (2.418,3) 2 


   +  
 8 2 (8  2) 2   82 (8  2) 2 

 3.169.981,01 6.339.820,41   3.066.992,9 6.132.556,96 


=    +    +
 10 20   10 20 

 3.044.825,93 6.088.556,25   2.924.094,29 5.848.174,89 


   +   
 10 20   10 20 

= (316.998,101 – 316.991,0205) + (306.699,29 – 306.627,848) +

(304.482,593 – 304.427,8125) + (292.409,429 – 292.408,7445)

= 7,0805 + 71,442 + 54,7805 + 0,6845 = 133,9875

SQ Resíduo = SQ Resíduo (E1) + SQ Resíduo (E2) +

SQ Resíduo (E3) + SQ Resíduo (E4)

= [GL Resíduo (E1) x QM Resíduo (E1)] +

[GL Resíduo (E2) x QM Resíduo (E2)] +

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 458


459

[GL Resíduo (E3) x QM Resíduo (E3)] +

[GL Resíduo (E4) x QM Resíduo (E4)]

= (9 x 46,77) + (9 x 35,06) + (9 x 46,43) + (9 x 22,08)

= 420,93 + 315,54 + 417,87 + 198,72 = 1.353,06

Tabela de Dupla Entrada

Experimentos
Tratamentos Totais de
Comuns Tratamentos Comuns
E1 E2 E3 E4

(2) (8)
V1 297,2 286,7 286,6 270,9 1.141,4
V2 266,7 234,4 245,1 244,2 990,4

Totais de (4)
Experimentos 563,9 521,1 531,7 515,1 2.131,8

SQ Tratamentos Comuns =
 TC 2

TG 2

e x r tc x e x r

(1.141,4) 2  (990,4) 2 2.131,82


= 
4 x 2 2 x 4 x 2

1.302.793,96  980.892,16 4.544.571,24


= 
8 16

2.283.686,12 4.544.571,24
= 
8 16

= 285.460,765 – 284.035,7025 = 1.425,0625

SQ Experimentos’ =
 TE 2

TG 2

tc x r tc x e x r

=
(563,9) 2  (521,1) 2  (531,7) 2  (515,1) 2

2.131,82

2 x 2 2 x 4 x 2

317.983,21  271.545,21  282.704,89  265.328,01 4.544.571,24


= 
4 16

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 459


460

1.137.561,32 4.544.571,24
= 
4 16

= 284.390,33 – 284.035,7025 = 354,6275

SQ Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’)

=
 TCE 2

TG 2

– (SQ Tratamentos Comuns + SQ Experimentos’)


r tc x e x r

(297,2) 2  (286,7) 2  ...  (244,2) 2 2.131,8


2
=  – (1.425,0625 + 354,6275)
2 2 x 4 x 2

88.327,84  82.196,89  ...  59.633,64 4.544.571,24


=   1.779,69
2 16

571.831,00 4.544.571,24
=  – 1.779,69
2 16

= 285.915,5 – 284.035,7025 – 1.779,69 = 100,1075

SQ Variedades (ajustadas) = SQ Total –

[SQ Experimentos + SQ Blocos Dentro de Experimentos +

SQ Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’) + SQ Resíduo]

= 17.658,429875 – (250,725375 + 133,9875 + 100,1075 + 1.353,06)

= 17.658,429875 – 1.837,880375 = 15.820,5495

SQ Variedades (ajustadas )
QM Variedades (ajustadas) =
GL Variedades (ajustadas )

15.820,5495
= = 479,410591
33

QM Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’)

SQ Interação (Tratamentos Comuns x Experiment os' )


=
GL Interação (Tratamentos Comuns x Experiment os' )

100,1075
= = 33,369167
3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 460


461

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

1.353,06
= = 37,585
36

F Calculado para Variedades (ajustadas)

QM Variedades (ajustadas )
=
QM Re síduo

479,410591
=  12,76
37,585

F Calculado para Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’)

QM Interação (Tratamentos Comuns x Experiment os' )


=
QM Re síduo

33,369167
=  0,888
37,585

F Tabelado (1%) para variedades (ajustadas) = 2,249

F Tabelado (5%) para variedades (ajustadas) = 1,765

F Tabelado (1%) para Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’) = 0,024

F Tabelado (5%) para Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’) = 0,071


TABELA 13.3 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA CONJUNTA DAS PRODUÇÕES (t/ha) DE
VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR. PIRACICABA-SP,1984

Causa de Variação GL SQ QM F

Experimentos 3 250,725375 - -
Blocos Dentro de Experimentos 4 133,987500 - -
Variedades (ajustadas) 33 15.820,549500 479,410591 12,76 **
ns
Interação (Trat. Comuns x Experimentos’) 3 100,107500 33,369167 0,888
Resíduo 36 1.353,060000 37,585000

Total 79 17.658,429875

NOTAS: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.


(**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 461


462

De acordo com o teste F, tem-se:


Houve diferença significativa, no nível de 1% de probabilidade, entre as
variedades de cana-de-açúcar em relação à produção.
Não houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, para a
Interação (Tratamentos Comuns x Experimentos’), indicando que os tratamentos comuns
se comportaram mais ou menos do mesmo modo em todos os ensaios em relação à
produção de cana-de-açúcar.
b) Coeficiente de Variação:
Para o Ensaio 1:

 ( X )
m 
N

2.517,9
= = 125,895
20

s QM Re síduo ( E1 )

= 46,77  6,838856

100 x s
CV = 
m

100 x 6,838856
=
125,895

683,8856
=  5,43%
125,895

O coeficiente de variação do ensaio 1 foi de 5,43%, indicando uma ótima


precisão experimental.
Para o Ensaio 2:

 ( X )
m 
N

2.476,4
= = 123,82
20

s QM Re síduo ( E1 )

= 35,06  5,921149

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 462


463

100 x s
CV = 
m

100 x 5,921149
=
123,82

592,1149
=  4,78%
123,82

O coeficiente de variação do ensaio 2 foi de 4,78%, indicando uma ótima


precisão experimental.
Para o Ensaio 3:

 ( X )
m 
N

2.467,5
= = 123,375
20

s QM Re síduo ( E1 )

= 46,43  6,813956

100 x s
CV = 
m

100 x 6,813956
=
123,375

681,3956
=  5,52%
123,375

O coeficiente de variação do ensaio 3 foi de 5,52%, indicando uma ótima


precisão experimental.
Para o Ensaio 4:

 ( X )
m 
N

2.418,3
= = 120,915
20

s QM Re síduo ( E1 )

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 463


464

= 22,08  4,698936

100 x s
CV = 
m

100 x 4,698936
=
120,915

469,8936
=  3,89%
120,915

O coeficiente de variação do ensaio 4 foi de 3,89%, indicando uma ótima


precisão experimental.
c) Teste de Tukey:

m̂ T1 = 142,68 m̂ 11 = 121,10 m̂ 23 = 128,30

m̂ T2 = 123,80 m̂ 12 = 148,80 m̂ 24 = 122,00

m̂ 1 = 132,30 m̂ 13 = 101,65 m̂ 25 = 131,00

m̂ 2 = 113,60 m̂ 14 = 128,90 m̂ 26 = 120,75

m̂ 3 = 120,50 m̂ 15 = 127,65 m̂ 27 = 119,95

m̂ 4 = 134,00 m̂ 16 = 141,15 m̂ 28 = 106,85

m̂ 5 = 125,75 m̂ 17 = 116,80 m̂ 29 = 115,25

m̂ 6 = 145,30 m̂ 18 = 124,80 m̂ 30 = 105,90

m̂ 7 = 89,60 m̂ 19 = 117,85 m̂ 31 = 108,95

m̂ 8 = 115,95 m̂ 20 = 122,40 m̂ 32 = 142,95

m̂ 9 = 120,60 m̂ 21 = 126,60

m̂ 10 = 87,80 m̂ 22 = 109,15

Os ajustes das médias dos tratamentos são feitos da seguinte maneira:


As médias das variedades padrões (T1 e T2) não precisam ser ajustadas;
As médias das variedades novas (tratamentos regulares) são ajustadas conforme
se segue:

Média de variedade nova = média aritmética – K

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 464


465

Os ajustes, neste caso, são:

Média das variedades padrões no ensaio 1 = 140,98

Média das variedades padrões no ensaio 2 = 130,28

Média das variedades padrões no ensaio 3 = 132,93

Média das variedades padrões no ensaio 4 = 128,78

Média Geral das variedades padrões = 133,24

Então:

K1 = 140,98 – 133,24 = 7,74

K2 = 130,28 – 133,24 = – 2,96

K3 = 132,93 – 133,24 = – 0,31

K4 = 128,78 – 133,24 = – 4,46

Assim, tem-se:

m̂ T1 = 142,68 m̂ 11 = 124,06 m̂ 23 = 128,61

m̂ T2 = 123,80 m̂ 12 = 151,76 m̂ 24 = 122,31

m̂ 1 = 124,56 m̂ 13 = 104,61 m̂ 25 = 135,46

m̂ 2 = 105,86 m̂ 14 = 131,86 m̂ 26 = 125,21

m̂ 3 = 112,76 m̂ 15 = 130,61 m̂ 27 = 124,41

m̂ 4 = 126,26 m̂ 16 = 144,11 m̂ 28 = 111,31

m̂ 5 = 118,01 m̂ 17 = 117,11 m̂ 29 = 119,71

m̂ 6 = 137,56 m̂ 18 = 125,11 m̂ 30 = 110,36

m̂ 7 = 81,86 m̂ 19 = 118,16 m̂ 31 = 113,41

m̂ 8 = 108,21 m̂ 20 = 122,71 m̂ 32 = 147,41

m̂ 9 = 123,56 m̂ 21 = 126,91

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 465


466

m̂ 10 = 90,76 m̂ 22 = 109,46

s 2 (Ŷ)
 1 (5%) = q
2

1  1 1 1  2
s 2 ( Yˆ ) = 1    s
r  tc e tc x e 

1  1 1 1 
= 1     37,585
2  2 4 2 x 4

1  1 1 1
= 1     37,585
2  2 4 8

= 0,5 (1 + 0,5 + 0,25 – 0,125) 37,585

= 0,5 (1,625) 37,585 = 30,537812

30,537812
 1 (5%) = 5,856
2

= 5,856 15,268906
1
= 5,856 x 3,9075447  22,88

s 2 (Ŷ)
 2 (5%) = q
2

 2 
s 2 ( Yˆ ) =   s 2
e x r

 2 
=   37,585
 4 x 2 

2
=   37,585
8

= 0,25 x 37,585 = 9,39625

9,39625
 2 (5%) = 5,856
2

= 5,856 4,698125
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 466
467

= 5,856 x 2,16751586  12,69

O valor de  1 é usado para comparar contrastes entre uma variedade nova e uma
padrão (testemunha); e o valor de  2 é usado para comparar o contraste entre as duas
variedades padrões (testemunhas).

TABELA 13.4 – PRODUÇÃO MÉDIA (t/ha) DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR.


PIRACICABA-SP, 1984

Variedades Média (em t/ha) 1/ Variedades Média (em t/ha)

T1 142,68 A V22 122,71 Aa


T2 123,80 a V11 123,56 Aa
V9 81,86 Bb V13 124,06 Aa
V12 90,76 Bb V29 124,41 Aa
V15 104,61 Ba V3 124,56 Aa
V4 105,86 Ba V20 125,11 Aa
V10 108,21 Ba V28 125,21 Aa
V24 109,46 Ba V6 126,26 Aa
V32 110,36 Ba V23 126,91 Aa
V30 111,31 Ba V25 128,61 Aa
V5 112,76 Ba V17 130,61 Aa
V33 113,41 Ba V16 131,86 Aa
V19 117,11 Ba V27 135,46 Aa
V7 118,01 Ba V8 137,56 Aa
V21 118,16 Ba V18 144,11 Aa
V31 119,71 Ba V34 147,41 Ab
V26 122,31 Aa V14 151,76 Ab

NOTA: (1/) As médias de variedades com a mesma letra maiúscula da testemunha T1 e com a mesma
letra minúscula da testemunha T2 não diferem entre si pelo teste de Tukey no nível de 5 % de
probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


Dezoito variedades de cana-de-açúcar (V26, V22, V11, V13, V29, V3, V20, V28, V6,
V23, V25, V17, V16, V27, V8, V18,V34 e V14) foram semelhantes a testemunha T1 em relação
à produção.
Quatro variedades de cana-de-açúcar diferiram da testemunha T2 em relação à
produção, sendo duas inferiores (V9 e V12) e duas superiores (V34 e V14).
A testemunha T1 foi superior à testemunha T2 em relação à produção de cana-de-
açúcar.

13.3 Exercícios

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 467


468

a) A partir dos dados da TABELA 13.5, pede-se:


a.1) Fazer as análises da variância individuais;
a.2) Obter os coeficientes de variação das análises da variância individuais;
a.3) Fazer a análise da variância conjunta;
a.4) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey a 5% de probabilidade na
comparação de médias de variedades de cana-de-açúcar.

TABELA 13.5 – EXPERIMENTOS DE COMPETIÇÃO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR

1º Experimento

Blocos
Totais de Variedades
Variedades
I II III

CP 34 – 120 46,6 45,7 49,6 141,9


NA 56 – 30 61,1 72,1 51,3 184,5
NA 56 – 79 74,2 74,3 100,7 249,2
TUC 5619 50,2 37,3 66,1 153,6
CP 44 – 101 40,3 38,7 35,1 114,1
NA 56 – 35 37,5 40,1 36,9 114,5
NA 56 – 68 69,6 61,0 59,3 189,9

Totais de Blocos 379,5 369,2 399,0 1.147,7

2º Experimento

Blocos
Variedades
Totais de Variedades
I II III

CP 34 – 120 55,2 51,2 48,0 154,4


NA 56 – 30 62,7 83,0 75,1 220,8
NA 56 – 79 63,4 81,7 110,3 255,4
TUC 5619 62,0 69,1 77,9 209,0
NA 56 – 62 71,0 72,9 81,6 225,5
NA 59 – 17 59,5 83,0 82,9 225,4
NA 59 – 44 73,2 98,6 81,0 252,8
NA 59 – 60 47,6 37,7 42,3 127,6

Totais de Blocos 494,6 577,2 599,1 1.670,9

FONTE: GOMES (1985).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 468


469

ANÁLISE DE
14 COVARIÂNCIA

A análise de covariância é um método estatístico que combina os conceitos da


análise de variância e da regressão, de maneira a fornecer uma análise mais
discriminatória do que qualquer um desses métodos isoladamente. Ela envolve duas
variáveis concorrentes e correlacionadas, onde se avalia o grau de associação entre elas.
Nos fenômenos biológicos são raras as variáveis completamente independentes,
pois quase sempre ocorre alguma relação entre elas. Quando esta relação não existe ou é
muito pequena, a covariância tende a ser nula, isto é, igual à zero. Quando os grandes
valores de uma variável estão associados a pequenos valores de outra variável, a
covariância será negativa. Por outro lado, se grandes valores de uma variável estão
associados a grandes valores de outra variável, a covariância será positiva.
Na pesquisa agropecuária, a análise de covariância têm várias aplicações, entre
elas a principal é controlar o erro experimental e ajustar as médias de tratamentos.
É um desafio para qualquer pesquisador, quando da condução de seus
experimentos, obter estimativas das médias dos tratamentos avaliados com a maior
precisão possível. Para isso, é preciso que o erro experimental seja o menor possível.
Como o erro experimental depende de uma série de fatores, os quais já foram vistos no
Capítulo 1, e alguns deles são provocados pela variação externa, que promove uma
variabilidade entre as parcelas, como, por exemplo, a heterogeneidade do solo, as
condições de temperatura, umidade e insolação dentro de uma casa-de-vegetação, para o
caso dos vegetais, as condições de temperatura e luminosidade dentro de um estábulo,
para o caso dos animais, cabe ao pesquisador promover o controle local, através do uso
de um delineamento estatístico adequado, para reduzir a variabilidade entre as parcelas.
Contudo, sabe-se que mesmo agindo dessa maneira, não é possível eliminar
certos tipos de variabilidade entre parcelas, tais como: diferença no número de plantas
nas parcelas (quando o estande não é afetado pelos tratamentos, ou seja, quando os
tratamentos são aplicados após a cultura ter sido estabelecida, ou as plantas são perdidas
devido a erro mecânico na semeadura ou dano durante o cultivo, ou as plantas foram
danificadas aleatoriamente), pequenas manchas na fertilidade do solo, pequenas variações
de temperatura, umidade e insolação dentro de uma casa-de-vegetação, e diferenças na
ocorrência de insetos-praga e doenças (desde que os tratamentos não afetem a ocorrência
dos mesmos), para o caso dos vegetais; diferença no número de animais nas parcelas
(quando o estande não é afetado pelos tratamentos, ou seja, quando os tratamentos são
aplicados após a cultura animal ter sido estabelecida, ou os animais são mortos devido a
erro no manejo, ou os animais foram mortos aleatoriamente), pequenas diferenças de
temperatura e luminosidade dentro de um estábulo, e diferenças na ocorrência de
carrapatos, verminoses, etc. (desde que os tratamentos não afetem a ocorrência dos
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 469
470

mesmos), para o caso dos animais. Nessa situação, essa variabilidade entre parcelas
contribui para aumentar o erro experimental e, consequentemente, reduzir a precisão do
experimento.
Numa situação como essa, a análise de covariância pode ser utilizada para
reduzir o erro experimental, ajustando as médias dos tratamentos em função dessas
pequenas diferenças que ocorrem no experimento. Portanto, a análise de covariância
complementa o controle local.

14.1 Esquema da Análise de Covariância

Para se efetuar uma análise de covariância devem-se seguir os seguintes passos:


a) Em primeiro lugar, considere um experimento com cinco tratamentos (A, B,
C, D, E) e quatro repetições, então se têm o seguinte quadro auxiliar da análise da
covariância:

Quadro Auxiliar da ANCOVA

Blocos
Tratamentos Totais de Tratamentos
I II III IV

A XAI (YAI) XAII (YAII) XAIII (YAIII) XAIV (YAIV) TXA (TYA)

B XBI (YBI) XBII (YBII) XBIII (YBIII) XBIV (YBIV) TXB (TYB)

C XCI (YCI) XCII (YCII) XCIII (YCIII) XCIV (YCIV) TXC (TYC)

D XDI (XDI) XDII (XDII) XDIII (XDIII) XDIV (XDIV) TXD (TYD)

E XEI (XEI) XEII (XEII) XEIII (XEIII) XEIV (XEIV) TXE (TYE)

Totais de Blocos BXI (BYI) BXII (BYII) BXIII (BYIII) BXIV (BYIV)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 470


471

O esquema da análise da covariância é dado por:

Quadro da ANCOVA

Causa de Soma de Quadrados e de Produtos


GL QM Y F
Variação X 2
XY Y 2

Tratamentos t–1 SQTX SPTXY SQTY - -

Blocos r –1 SQBX SPBXY SQBY - -

Resíduo (t – 1) (r – 1) SQRX SPRXY SQRY

Total txr –1 SQTotalX SPTotalXY SQTotalY -

Trat. + Resíduo r (t – 1) SQSX SPSXY SQSY - -


Trat. + Resíduo* r (t – 1) – 1 SQSY* -
QM Tratamentos *Y
Tratamentos * t–1 SQTY* QMTY*
QM Re síduo *Y
Resíduo * (t – 1) (r – 1) – 1 SQRY* QMRY*

onde:
GL = número de graus de liberdade;
SQ = soma de quadrados;
QM = quadrado médio;
F = valor calculado do teste F;
t = número de tratamento;
r = número de repetições do experimento;
* = ajuste feito para a regressão.

 X  2

SQ Total (X) = X 2

onde:
X = valor de cada observação da variável X;
N = número de observações, que corresponde ao número de tratamento (t) multiplicado
pelo número de repetições do experimento (r);

 Y  2

SQ Total (Y) =  Y  2

onde:
Y = valor de cada observação da variável Y;

( X ) ( Y )
SP Total (XY) =  XY  

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 471


472

T  X 
2 2


(X )
SQ Tratamentos (X) =
r 

onde:
T = total de cada tratamento da variável X;

T  Y 
2 2


(Y )
SQ Tratamentos (Y) =
r 

onde:
T = total de cada tratamento da variável Y;

SP Tratamentos (XY) =
T ( XY )

( X ) ( Y )
r 

B  X 
2 2


(X )
SQ Blocos (X) =
t 

onde:
B = total de cada bloco da variável X;

B  Y 
2 2


(Y )
SQ Blocos (Y) =
t 

onde:
B = total de cada bloco da variável Y;

SP Blocos (XY) =
B ( XY )

( X ) ( Y )
t 

SQ Resíduo (X) = SQ Total (X) – (SQ Tratamentos (X) + SQ Blocos (X))

SQ Resíduo (Y) = SQ Total (Y) – (SQ Tratamentos (Y) + SQ Blocos (Y))

SP Resíduo (XY) = SP Total (XY) – (SP Tratamentos (XY) + SP Blocos (XY))

SQ Tratamentos + Residuo (X) = SQ Tratamentos (X) + SQ Resíduo (X)

SQ Tratamentos + Residuo (Y) = SQ Tratamentos (Y) + SQ Resíduo (Y)

SP Tratamentos + Residuo (XY) = SP Tratamentos (XY) + SP Resíduo (XY)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 472


473

SQ Resíduo (Y)* = SQ Resíduo (Y) –


SP Re síduo 
( XY )
2

SQ Re síduo( X )
SQ Tratamentos + Residuo (Y)*

= SQ Tratamentos + Residuo (Y) 


SP Tratamentos  Re síduo ( XY )  2

SQ Tratamentos  Re síduo ( X )

SQ Tratamentos (Y)*

= SQ Tratamentos + Residuo (Y)* – SQ Resíduo (Y)*

SQ Tratamentos(Y ) *
QM Tratamentos (Y)* =
GL Tratamentos *

SQ Re síduo (Y )*
QM Resíduo (Y)* =
GL Re síduo (Y )*

b) Em segundo lugar, verifica-se se as diferenças de estande não foram devidas


aos próprios tratamentos, ou seja, se o teste F para a variável X foi não significativo. Para
isto, basta apenas calcular os quadrados médios de tratamentos e do resíduo, a partir das
somas de quadrados e dos graus de liberdade respectivos do quadro da ANCOVA, para
obter-se o valor de F calculado.
c) Em terceiro lugar, obtêm-se as estimativas dos coeficientes de variação da
variável Y antes e após a análise de covariância, para verificar se a análise de covariância
melhorou a precisão experimental.
d) Em quarto lugar, faz-se o ajustamento das médias dos tratamentos ( Yˆi ), em
geral, se o teste F para a variável X foi não significativo, através da fórmula:

Yˆi  Yi  bˆ ( X i  X )

onde:
Yi = média da variável Y do tratamento em questão;
X i = média da variável X do tratamento em questão;
X = média geral da variável X.
b̂ = coeficiente de regressão linear do resíduo entre X e Y, obtido através da fórmula:

SP Re síduo( XY )
b̂ =
SQ Re síduo( X )

e) Por fim, calcula-se a estimativa média da variância aplicável a qualquer


 
contraste entre dois tratamentos s 2 (Yˆ ) , para uso nos testes de comparação de médias de
tratamentos ajustados da variável Y, através da fórmula:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 473


474

2 QMRY *  SQTX 
s 2 (Yˆ ) = 1  
r  (t - 1) SQR X 

onde:
r = número de repetições do experimento;
t = número de tratamentos;
QMRY* = quadrado médio do resíduo da variável Y ajustado para a regressão;
SQTX = soma de quadrados de tratamentos da variável X;
SQRX = soma de quadrados do resíduo da variável X.

14.2 Um Exemplo

A fim de apresentar-se a análise da covariância e a interpretação dos resultados,


será discutido, a seguir, um exemplo.
Exemplo 1: A partir dos dados da TABELA 14.1, pede-se:
a) Fazer a análise da covariância;
b) Verificar se o teste F para a variável X foi significativo.
c) Obter os coeficientes de variação;
d) Ajustar as médias dos tratamentos;
e) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, na
comparação de médias de tratamentos.

TABELA 14.1 PRODUÇÃO DE GRÃOS (kg/ha) DE CULTIVARES DE MILHO CONSORCIADAS COM


CULTIVARES DE FEIJÃO E NÚMERO DE PLANTAS DE MILHO POR PARCELA
(DADOS ENTRE PARÊNTESES)

Blocos
Cultivares Totais de Cultivares
I II III
1 - BR 201 – F1 8.268,0 (20) 4.557,0 (16) 6.249,0 (20) 19.074,0 (56)

2 - BR 201 – F2 7.170,0 (20) 7.207,0 (20) 7.663,0 (19) 22.040,0 (59)

3 - BR 201 – F3 10.646,0 (23) 6.469,0 (20) 9.732,0 (23) 26.847,0 (66)

4 - Cruzeta – F1 4.211,0 (18) 5.430,0 (20) 5.166,0 (20) 14.807,0 (58)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 474


475

5 - Cruzeta – F2 5.357,0 (20) 5.703,0 (20) 5.545,0 (19) 16.605,0 (59)

6 - Cruzeta – F3 5.589,0 (18) 5.128,0 (20) 6.027,0 (20) 16.744,0 (58)

7 - C 515 – F1 6.040,0 (21) 7.243,0 (20) 7.561,0 (19) 20.844,0 (60)

8 - C 515 – F2 7.006,0 (19) 7.956,0 (20) 6.826,0 (19) 21.788,0 (58)

9 - C 515 – F3 7.445,0 (20) 8.059,0 (20) 8.690,0 (21) 24.194,0 (61)

10 - C 606 – F1 7.392,0 (20) 6.464,0 (20) 6.063,0 (20) 19.919,0 (60)

11 - C 606 – F2 6.752,0 (20) 5.670,0 (18) 6.410,0 (19) 18.832,0 (57)

12 - C 606 – F3 4.520,0 (20) 7.194,0 (21) 7.336,0 (21) 19.053,0 (62)

Totais de Blocos 80.396,0 (239) 77.083,0 (235) 83.268,0 (240) 240.747,0 (714)

F0NTE: Adaptado de RAMALHO, FERREIRA e OLIVEIRA (2000).


Resolução:
a) Análise da Variância:

   20  16  ...  21  714

  2  (20)2 + (16)2 + ...+ (21)2

= 400 + 256 + ... + 441 = 14.216

 Y  8.268,0  4.557,0  ...  7.336,0  240.747,0

 Y 2  (8.268,0)2 + (4.557,0)2 + ...+ (7.336,0)2

= 68.359.824,0 + 20.766.249,0 + ... + 53.816.896,0 = 1.678.867.776,0

 Y  (20 x 8.268,0)  (16 x 4.557,0  ...  (21 x 7.336,0)  4.815.095,0

t = 12

r = 3

N = txr

= 12 x 3 = 36

GL Cultivares = t – 1

= 12 – 1 = 11

GL Blocos = r – 1

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 475


476

=3–1=2

GL Resíduo = (t – 1) (r – 1)

= (12 – 1) (3 – 1)

= (11) (2) = 22

GL Total = N – 1

= 36 – 1 = 35

GL Cultivares + Resíduo = r (t – 1)

= 3 (12 – 1)

= 3 (11) = 33
GL Cultivares + Resíduo * = r (t – 1) – 1

= 3 (12 – 1) – 1

= 3 (11) – 1

= 33 – 1 = 32

GL Cultivares * = t – 1

= 12 – 1 = 11

GL Resíduo * = (t – 1) (r – 1) – 1

= (12 – 1) (3 – 1) – 1

= (11) (2) – 1

= 22 – 1 = 21

 X 2

SQ Total (X) = X 2

(714) 2
= 14.216 
36

509.796
= 14.216 
36

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 476


477

= 14.216 – 14.161 = 55

 Y  2

SQ Total (Y) =  Y  2

(240.747,0) 2
= 1.678.867.776,0 
36

57.959.118.009,0
= 1.678.867.776,0 
36

= 1.678.867.776,0 – 1.609.975.500,25 = 68.892.275,75

( X ) ( Y )
SP Total (XY) =  XY  

(714) (240.747,0)
= 4.815.095,0 
36

171.893.358,0
= 4.815.095,0 
36

= 4.815.095,0 – 4.774.815,5 = 40.279,5

T  X 
2 2


(X )
SQ Cultivares (X) =
r 

(56) 2  (59) 2  ...  (62) 2 (714) 2


= 
3 36

3.136  3.481  ...  3.844 509.796


= 
3 36

42.560 509.796
= 
3 36

= 14.186,6667 – 14.161 = 25,6667

T  Y 
2 2


(Y )
SQ Cultivares (Y) =
r 

(19.074,0) 2  (22.040,0) 2  ...  (19.053,0) 2 (240.747,0) 2


= 
3 36

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 477


478

363.817.476,0  485.761.600,0  ...  363.016.809,0 57.959.118.009,0


= 
3 36

4.954.641.805,0 57.959.118.009,0
= 
3 36

= 1.651.547.268,3333 – 1.609.975.500,25 = 41.571.768,0833

SP Cultivares (XY) =
T ( XY )

( X ) ( Y )
r 

(56) (19.074,0)  (59) (22.040,0)  ...  (62) (19.053,0) (714) (240.747,0)


= 
3 36

1.068.144,0  1.300.360,0  ...  1.181.286,0 171.893.358,0


= 
3 36

14.390.087,0 171.893.358,0
= 
3 36

= 4.796.695,6667 – 4.774.815,5 = 21.880,1667

B  X 
2 2


(X )
SQ Blocos (X) =
t 

(239) 2  (235) 2  (240) 2 (714) 2


= 
12 36

57.121  55.225  57.600 509.796


= 
12 36

169.946 509.796
= 
12 36

= 14.162,1667 – 14.161 = 1,1667

B  Y 
2 2


(Y )
SQ Blocos (Y) =
t 

(80.396,0) 2  (77.083,0) 2  (83.268,0) 2 (240.747,0) 2


= 
12 36

6.463.516.816,0  5.941.788.889,0  6.933.559.824,0 57.959.118.009,0


= 
12 36

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 478


479

19.338.865.529,0 57.959.118.009,0
= 
12 36

= 1.611.572.127,4167 – 1.609.975.500,25 = 1.596.627,1667

SP Blocos (XY) =
B ( XY )

( X ) ( Y )
t 

(239) (80.396,0)  (235) (77.083,0)  (240) (83.268,0) (714) (240.747,0)


= 
12 36

19.214.644,0  18.114.505,0  19.984.320,0 171.893.358,0


= 
12 36

57.313.469,0 171.893.358,0
= 
12 36

= 4.776.122,4167 – 4.774.815,5 = 1.306,9167


SQ Resíduo (X) = SQ Total (X) – (SQ Cultivares (X) + SQ Blocos (X))

= 55 – (25,6667 + 1,1667)

= 55 – 26,8334 = 28,1666

SQ Resíduo (Y) = SQ Total (Y) – (SQ Cultivares (Y) + SQ Blocos (Y))

= 68.892.275,75 – (41.571.768,0833 + 1.596.627,1667

= 68.892.275,75 – 43.168.395,25 = 25.723.880,5

SP Resíduo (XY) = SP Total (XY) – (SP Cultivares (XY) + SP Blocos (XY))

= 40.279,5 – (21.880,1667 + 1.306,9167)

= 40.279,5 – 23.187,0834 = 17.092,4166

SQ Cultivares + Residuo (X) = SQ Cultivares (X) + SQ Resíduo (X)

= 25,6667 + 28,1666 = 53,8333

SQ Cultivares + Residuo (Y) = SQ Cultivares (Y) + SQ Resíduo (Y)

= 41.571.768,0833 + 25.723.880,5 = 67.295.648,5833

SP Cultivares + Residuo (XY) = SP Cultivares (XY) + SP Resíduo (XY)

= 21.880,1667 + 17.092,4166 = 38.972,5833

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 479


480

SQ Resíduo (Y)* = SQ Resíduo (Y) –


SP Re síduo ( XY )
2

SQ Re síduo( X )

= 25.723.880,5 
17.092,41162
28,1667

292.150.534,3038
= 25.723.880,5 
28,1667

= 25.723.880,5 – 10.372.196,0437 = 15.351.684,4563

SQ Cultivares + Residuo (Y)*

= SQ Cultivares + Residuo (Y) 


SP Culti var es  Re síduo ( XY )  2

SQ Culti var es  Re síduo ( X )

= 67.295.648,5833 
38.972,5833
2

53,8333

1.518.862.249,0754
= 67.295.648,5833 
53,8333

= 67.295.648,5833 – 28.214.176,8956 = 39.081.471,6877

SQ Cultivares (Y)* = SQ Cultivares + Residuo (Y)* – SQ Resíduo (Y)*

= 39.081.471,6877 – 15.351.684,4563 = 23.729.787,2314

SQ Culti var es (Y ) *
QM Cultivares (Y)* =
GL Culti var es *

23.729.787,2314
= = 2.157.253,3847
11

SQ Re síduo (Y )*
QM Resíduo (Y)* =
GL Re síduo (Y )*

15.351.684,4563
= = 731.032,5932
21

QM Culti var es *
F Calculado (Y)* =
QM Re síduo *

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 480


481

2.157.253,3847
=  2,95
731.032,5932

F Tabelado (1%) = 3,24

F Tabelado (5%) = 2,28

TABELA 14.2 ANÁLISE DE COVARIÂNCIA ENTRE PRODUÇÃO DE GRÃOS (kg/ha) DE


CULTIVARES DE MILHO CONSORCIADAS COM CULTIVARES DE FEIJÃO E
NÚMERO DE PLANTAS DE MILHO POR PARCELA

Causa de Variação Soma de Quadrados e de Produtos


GL QM Y F
X2 XY Y2

Cultivares 11 25,6667 21.880,1667 41.571.768,0833 - -

Blocos 2 1,1667 1.306,9167 1.596.627,1667 - -

Resíduo 22 28,1666 17.092,4166 25.723.880,5000 -

Total 35 55,0000 40.279,5000 68.892.275,7500

Cultivares + Resíduo 33 53,8333 38.972,5833 67.295.648,5833


Cultivares + Resíduo* 32 39.081.471,6877 -
Cultivares * 11 23.729.787,2314 2.157.253,3847 2,95*
Resíduo * 21 15.351.684,4563 731.032,5932

NOTA: (*) Significativo no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste F, houve diferença significativa, no nível de 5% de


probabilidade, entre as cultivares de milho consorciadas com cultivares de feijão quanto à
produção de grãos.
b) Teste F para a Variável X:

QM Culti var es ( X )
F Calculado (X) =
QM Re síduo ( X )

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 481


482

25,6667
= 11
28,1666
22

2,3333
=  1,82 ns
1,2803

F Tabelado (1%) = 3,18

F Tabelado (5%) = 2,26

De acordo com o teste F, não houve diferença significativa, no nível de 5% de


probabilidade, entre as cultivares de milho consorciadas com cultivares de feijão quanto
ao número de plantas de milho, indicando que a variação existente no número de plantas
entre as parcelas foi aleatória e não influenciada pelas cultivares de milho. Portanto, a
covariância deve ser usada para ajustar a produção de grãos de milho às diferenças no
número de plantas que ocorreram nas parcelas.
c) Coeficientes de Variação:

m̂ =
Y 

240.747,0
= = 6.687,4167
36

s = QM Re síduo (Y )

25.723.880,5
=
22

= 1.169.267,2955 = 1.081,3266

100 x s
CV ANTES DA COVARIÂNCIA =

100 x 1.081,3266
=
6.687,4167

108.132,66
=  16,17%
6.687,4167

s* = QM Re síduo (Y )*

= 731.032,5932 = 855,0044
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 482
483

100 x s *
CV APÓS A COVARIÂNCIA =

100 x 855,0044
=
6.687,4167

85.500,44
=  12,79%
6.687,4167

O coeficiente de variação antes da covariância foi 16,17%, indicando uma


precisão experimental regular, enquanto que o coeficiente de variação após a covariância
foi 12,79%, indicando uma boa precisão experimental. Portanto, o uso da covariância
proporcionou uma melhor precisão experimental.
d) Ajuste das Médias das Cultivares de Milho:

SP Re síduo( XY )
b̂ =
SQ Re síduo( X )

17.092,4116
=  606,8305
28,1667

X =
 X 

714
= = 19,8333
36

X1 =
 X 

56
= = 18,6667
3

X2 =
 X 

59
= = 19,6667
3

X3 =
 X 

66
= = 22,0000
3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 483


484

X4 =
 X 

58
= = 19,3333
3

X5 =
 X 

59
= = 19,6667
3

X6 =
 X 

58
= = 19,3333
3
X7 =
 X 

60
= = 20,0000
3

X8 =
 X 

58
= = 19,3333
3

X9 =
 X 

61
= = 20,3333
3

X 10 =
 X 

60
= = 20,0000
3

X 11 =
 X 

57
= = 19,0000
3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 484


485

X 12 =
 X 

62
= = 20,6667
3

Y1 =
Y 

19.074,0
= = 6.358,0000
3

Y2 =
Y 

22.040,0
= = 7.346,6667
3
Y3 =
Y 

26.847,0
= = 8.949,0000
3

Y4 =
Y 

14.807,0
= = 4.935,6667
3

Y5 =
Y 

16.605,0
= = 5.535,0000
3

Y6 =
Y 

16.744
= = 5.581,3333
3

Y7 =
Y 

20.844,0
= = 6.948,0000
3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 485


486

Y8 =
Y 

21.788,0
= = 7.262,6667
3

Y9 =
Y 

24.194,0
= = 8.064,6667
3

Y10 =
Y 

19.919,0
= = 6.639,6667
3
Y11 =
Y 

18.832,0
= = 6.277,3333
3

Y12 =
Y 

19.053,0
= = 6.351,0000
3

Yˆ1  Y1  bˆ ( X 1  X )

= 6.358,0000 – 606,8305 (18,6667 – 19,8333)

= 6.358,0000 – 606,8305 (– 1,1666)

= 6.358,0000 + 707,9285 = 7.065,9285

Yˆ2  Y2  bˆ ( X 2  X )

= 7.346,6667 – 606,8305 (19,6667 – 19,8333)

= 7.346,6667 – 606,8305 (– 0,1666)

= 7.346,6667 + 101,0980 = 7.447,7647

Yˆ3  Y3  bˆ ( X 3  X )

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 486


487

= 8.949,0000 – 606,8305 (22,0000 – 19,8333)

= 8.949,0000 – 606,8305 (2,1667)

= 8.949,0000 – 1.314,8196 = 7.634,1804

Yˆ4  Y4  bˆ ( X 4  X )

= 4.935,6667 – 606,8305 (19,3333 – 19,8333)

= 4.935,6667 – 606,8305 (– 0,5000)

= 4.935,6667 + 303,4153 = 5.239,0820

Yˆ5  Y5  bˆ ( X 5  X )

= 5.535,0000 – 606,8305 (19,6667 – 19,8333)

= 5.535,0000 – 606,8305 (– 0,1666)

= 5.535,0000 + 101,0980 = 5.636,0980

Yˆ6  Y6  bˆ ( X 6  X )

= 5.581,3333 – 606,8305 (19,3333 – 19,8333)

= 5.581,3333 – 606,8305 (– 0,5000)

= 5.581,3333 + 303,4153 = 5.884,7486

Yˆ7  Y7  bˆ ( X 7  X )

= 6.948,0000 – 606,8305 (20,0000 – 19,8333)

= 6.948,0000 – 606,8305 (0,1667)

= 6.948,0000 – 101,1586 = 6.846,8414

Yˆ8  Y8  bˆ ( X 8  X )

= 7.262,6667 – 606,8305 (19,3333 – 19,8333)

= 7.262,6667 – 606,8305 (– 0,5000)

= 7.262,6667 + 303,4153 = 7.566,0820


Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 487
488

Yˆ9  Y9  bˆ ( X 9  X )

= 8.064,6667 – 606,8305 (20,3333 – 19,8333)

= 8.064,6667 – 606,8305 (0,5000)

= 8.064,6667 – 303,4153 = 7.761,2514

Yˆ10  Y10  bˆ ( X 10  X )

= 6.639,6667 – 606,8305 (20,0000 – 19,8333)

= 6.639,6667 – 606,8305 (0,1667)

= 6.639,6667 – 101,1586 = 6.538,5081

Yˆ11  Y11  bˆ ( X 11  X )

= 6.277,3333 – 606,8305 (19,0000 – 19,8333)

= 6.277,3333 – 606,8305 (– 0,8333)

= 6.277,3333 + 505,6719 = 6.783,0052

Yˆ12  Y12  bˆ ( X 12  X )

= 6.351,0000 – 606,8305 (20,6667 – 19,8333)

= 6.351,0000 – 606,8305 (0,8334)

= 6.351,0000 – 505,7325 = 5.845,2675

TABELA 14.3 PRODUÇÃO MÉDIA DE GRÃOS (kg/ha), NÃO AJUSTADA E AJUSTADA PELA
COVARIÂNCIA, DE CULTIVARES DE MILHO CONSORCIADAS COM
CULTIVARES DE FEIJÃO

Produção Média de Grãos Não Produção Média de Grãos Ajustada pela


Cultivares
Ajustada (kg/ha) Covariância(kg/ha)

1 - BR 201 – F1 6.358,0000 7.065,9285


2 - BR 201 – F2 7.346,6667 7.447,7647
3 - BR 201 – F3 8.949,0000 7.634,1804
4 - Cruzeta – F1 4.935,6667 5.239,0820

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 488


489

5 - Cruzeta – F2 5.535,0000 5.636,0980

6 - Cruzeta – F3 5.581,3333 5.884,7486

7 - C 515 – F1 6.948,0000 6.846,8414

8 - C 515 – F2 7.262,6667 7.566,0820

9 - C 515 – F3 8.064,6667 7.761,2514

10 - C 606 – F1 6.639,6667 6.538,5081

11 - C 606 – F2 6.277,3333 6.783,0052

12 - C 606 – F3 6.351,0000 5.845,2675

Verifica-se que houve uma mudança considerável nos valores ajustados pela
covariância quando comparados com os valores não ajustados, inclusive com alteração na
classificação das cultivares de milho.
e) Teste de Tukey:

2 QMRY *  SQTX 
s 2 (Yˆ ) = 1  
r  (t - 1) SQR X 

2 x 731.032,5932  25,6667 
= 1 
3  (12  1) 28,1666 

1.462.065,1864  25,6667 
= 1 
3  (11) 28,1666 

 25,6667 
= 487.355,06211  
 309,8326 

 25,6667 
= 487.355,06211  
 309,8326 

= 487.355,06211  0,0828

= 487.355,06211,0828

= 527.708,0612 = 726,4352

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 489


490

(5%)  q

s 2 Yˆ
2

726,4352
= 5,175
2

= 5,175 363,2176

= 5,175 x 19,0583 = 98,6267

TABELA 14.4 PRODUÇÃO MÉDIA DE GRÃOS (kg/ha), AJUSTADA PELA COVARIÂNCIA, DE


CULTIVARES DE MILHO CONSORCIADAS COM CULTIVARES DE FEIJÃO

Produção Média de Grãos Ajustada pela Covariância(kg/ha)


Cultivares

1 - BR 201 – F1 7.065,9285 f
2 - BR 201 – F2 7.447,7647 g
3 - BR 201 – F3 7.634,1804 h
4 - Cruzeta – F1 5.239,0820 a
5 - Cruzeta – F2 5.636,0980 b

6 - Cruzeta – F3 5.884,7486 c

7 - C 515 – F1 6.846,8414 e

8 - C 515 – F2 7.566,0820 h

9 - C 515 – F3 7.761,2514 i

10 - C 606 – F1 6.538,5081 d

11 - C 606 – F2 6.783,0052 e

12 - C 606 – F3 5.845,2675 c

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 490


491

NOTA: (1/) As médias seguidas de uma mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de
Tukey, no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


A cultivar de milho C 515 consorciada com a cultivar de feijão F3 difere
estatisticamente de todas as outras cultivares avaliadas e proporcionou a maior produção
de grãos.
As cultivares de milho C 515 consorciada com a cultivar de feijão F2 e BR 201
consorciada com a cultivar de feijão F3 não diferem estatisticamente entre si, mas
diferem de todas as outras cultivares avaliadas, e proporcionaram a segunda maior
produção de grãos.
A cultivar de milho BR 201 consorciada com a cultivar de feijão F2 difere
estatisticamente de todas as outras cultivares avaliadas e proporcionou a terceira maior
produção de grãos.
A cultivar de milho BR 201 consorciada com a cultivar de feijão F1 difere
estatisticamente de todas as outras cultivares avaliadas e proporcionou a quarta maior
produção de grãos.
As cultivares de milho C 515 consorciada com a cultivar de feijão F1 e C 606
consorciada com a cultivar de feijão F2 não diferem estatisticamente entre si, mas
diferem de todas as outras cultivares avaliadas, e proporcionaram a quinta maior
produção de grãos.
A cultivar de milho C 606 consorciada com a cultivar de feijão F1 difere
estatisticamente de todas as outras cultivares avaliadas e proporcionou a sexta maior
produção de grãos.
A cultivar de milho Cruzeta consorciada com a cultivar de feijão F1 difere
estatisticamente de todas as outras cultivares avaliadas e proporcionou a menor produção
de grãos.
A cultivar de milho Cruzeta consorciada com a cultivar de feijão F2 difere
estatisticamente de todas as outras cultivares avaliadas e proporcionou a segunda menor
produção de grãos.
As cultivares de milho Cruzeta consorciada com a cultivar de feijão F3 e C 606
consorciada com a cultivar de feijão F3 não diferem estatisticamente entre si, mas
diferem de todas as outras cultivares avaliadas, e proporcionaram a terceira menor
produção de grãos.

14.3 Exercício

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 491


492

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 492


493

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 493


493

EXPERIMENTOS COM
15 CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS

O consórcio é um sistema de cultivo tradicional nos países em desenvolvimento,


e consiste no cultivo simultâneo de duas culturas numa mesma área. Todavia, as culturas
não são necessariamente plantadas ao mesmo tempo e a época da colheita pode ser bem
diferente, mas é imprescindível que elas sejam coincidentes por um determinado período
de crescimento. Enquanto esta prática é mais comum com outras culturas alimentares
anuais em condições áridas e semi-áridas, nos tópicos úmidos ela é feita com culturas
perenes e também com culturas nobres.
Quatro tipos de sistemas de consórcio podem ser classificados com base nos
objetivos para os quais as culturas são plantadas. São eles:
a) Uma cultura principal consorciada com uma cultura secundária – Neste
sistema, uma das culturas é mais importante que a outra. O agricultor não espera
nenhuma redução na produção da cultura principal devido ao consórcio e considera a
produção da cultura secundária como um lucro extra. A cultura principal pode ser uma
cultura alimentícia importante (exemplo: milho x guandu), uma cultura de alto valor
econômico (exemplo: soja x guandu) ou uma cultura de ciclo longo com grande
espaçamento que permita o consórcio sem ser afetada (exemplo: mamona x feijão-de-
corda). O critério de avaliação destas combinações deve calcular quanto à cultura
principal produz em relação ao plantio isolado e qual a produção adicional proporcionada
pela cultura secundária. O mesmo critério pode ser aplicado aos sistemas que têm
culturas perenes como principais.
b) Culturas com produtos semelhantes – As culturas componentes deste
sistema proporcionam produtos semelhantes com igual aceitação, como as misturas de
gramíneas para forragem (exemplo: capim elefante x sorgo forrageiro), de cereais para
alimentação (exemplo: sorgo granífero x milho) ou de culturas para extração de óleo
(exemplo: soja x amendoim). Nestes casos, a produção total é mais importante que a
produção individual de cada componente. Para que o consórcio seja vantajoso é
necessário que sua produção exceda a mais alta produção obtida no plantio isolado.
c) Culturas para propósitos diferentes – Neste sistema, geralmente se incluem
culturas que satisfaçam às diferentes necessidades dos pequenos agricultores, como um
cereal com uma leguminosa (exemplo: milho x feijão-de-corda), uma cultura alimentícia
e uma cultura de alto valor econômico (exemplo: milho x amendoim) ou uma cultura
alimentícia com uma cultura forrageira (exemplo: feijão-de-corda x palma). Nestes casos,
o consórcio será vantajoso se a produção das culturas excederem à soma das produções
de cada componente em plantio isolado. Esta é a situação mais comum e também a mais
difícil de ser comparada com o plantio isolado, devido à dificuldade de se combinarem

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 493


494
produções de diferentes espécies. Além disso, competição entre espécies altera a
produção proporcional em relação à proporção plantada.
d) Combinação com culturas “modificadoras” – Em tal sistema, uma das
culturas componentes do consórcio tem como finalidade melhorar a fertilidade do solo
(exemplo: cana-de-açúcar x leguminosa para incorporar ao solo), diminuir o ataque de
pragas e doenças na cultura principal (exemplo: cana-de-açúcar x crotalária para reduzir o
ataque de nematóide) ou modificar o microclima para melhorar o crescimento da outra
cultura (exemplo: café x planta sombreadoras). Para que este sistema seja mais produtivo
é necessário que as culturas “modificadoras”, além de serem eficientes nos objetivos
específicos, sejam também de valor econômico.
Este sistema de cultivo apresenta uma série de vantagens, tais como:
a) Uso mais eficiente da área de cultivo, pois permite que duas ou mais culturas
se desenvolvam na mesma superfície;
b) Reduz o número de capinas e/ou aplicações de herbicidas no controle das
ervas daninhas, por haver maior cobertura do solo pelas culturas;
c) Reduz os ricos devido a problemas climáticos, de pragas e doenças e de
flutuações do mercado;
d) Auxilia os pequenos e médios agricultores a alcançarem seus objetivos;
e) Distribui a necessidade de mão-de-obra em diferentes épocas do ano agrícola;
f) Reduz a aplicação de adubação nitrogenada quando leguminosas são incluídas
no consórcio;
g) Reduz os custos com capinas, pragas e doenças; etc..
Por outro lado, a consorciação de culturas apresenta as seguintes desvantagens:
a) Dificuldade em utilizar alto nível de tecnologia, principalmente determinadas
operações mecanizadas, tais como: capinas, aplicação de inseticidas, de fungicidas, de
herbicidas, adubação, irrigação, etc.;
b) Em culturas perenes, pode ser difícil regular a quantidade de sombra que a
cultura inferior necessita;
c) Devido ao uso intensivo do terreno, a fertilidade do solo pode esgotar-se
rapidamente.

15.1 Critérios de Avaliação dos Sistemas de Plantio Consorciados

Os sistemas de plantio consorciado podem ser avaliados através de vários


critérios. Abordar-se-á alguns deles a seguir:
a) Produção – A produção, por ser um produto básico de valor econômico, é a
mais importante variável, comumente considerada para avaliar os sistemas de plantio
consorciados. Além da produção de grãos, subprodutos como restolho de cereais e
leguminosas (exemplo: milho e feijão), caule de culturas arbóreas (exemplos: mamona e
guandu) e folhagem verde (exemplo: algodão arbóreo), podem ser considerados na
avaliação de tais sistemas. A produção de cada cultura no consórcio deve ser calculada
com base na área total ocupada pelo sistema e tem que ser expressa em condições de
umidade constante, no caso de produção de sementes, quando forem comparados
diferentes tratamentos.
A produção por hectare corrigida para uma umidade constante, por exemplo
12%, é calculada a partir da produção da parcela como a seguir:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 494


495
Produção por hectare corrigida para 12% de umidade
 Pr odução por parcela (kg)  100 (% de umidade na amostra) 
= 10.000    
 Área da parcela (m ) 
2
 100  12 

As produções das culturas consorciadas podem ser combinadas e os sistemas são


avaliados com base nas produções combinadas se os produtos forem semelhantes: grãos
de cereais, como milho, e sorgo, sementes de oleaginosas e guandu, etc.. Se as culturas
tiverem produtos de diferentes naturezas, como milho x feijão-de-corda e mamona x
milho, as produções não podem ser combinadas diretamente.
Uma solução para os sistemas com produtos diferentes é transformar a produção
de uma cultura em uma unidade equivalente da outra cultura através de um fator de
conservação apropriada (r). Assim, por exemplo, em um experimento de milho e feijão, a
produção equivalente de milho pode ser calculada com o uso da seguinte equação de
transformação:

Ye = Y m + r Y f

onde:
Ye = produção equivalente de milho;
Ym = produção de grãos (kg/ha) de milho;
Yf = produção de grãos (kg/ha) de feijão;
r = relação de preços de feijão para milho, isto é, r = preço vigente do feijão/ preço
vigente do milho.

Uma das vantagens deste sistema é que não há necessidade dos respectivos
monocultivos. A principal dificuldade é que os valores de r têm apresentado variações
em função da oferta dos dois produtos a cada ano, nas diferentes regiões produtoras.
b) Uso Eficiente da Terra (UET) – A vantagem do sistema de plantio
consorciado sobre o plantio isolado das culturas em relação à área plantada é determinada
pelo Uso Eficiente da Terra, o qual expressa a área que seria necessária para se obter com
a cultura isolada, os mesmos rendimentos totais conseguidos com a consorciação,
podendo ser calculado da seguinte maneira:

Pr odução da cultura A no consórcio


UET  +
Pr odução da cultura A no plantio isolado

Pr odução da cultura B no consórcio


Pr odução da cultura B no plantio isolado

Se o valor do UET for maior que 1,0, significa que o consórcio é mais produtivo
que o plantio isolado. Por exemplo, se o valor da UET for igual a 1,30, significa que são
necessários 30% a mais de área para que as culturas no plantio isolado produzam o
equivalente à produção do consórcio. Em outras palavras: o consórcio é 30% mais
produtivo que o plantio isolado das culturas. Isto se refere à vantagem biológica, como o
uso complementar dos recursos naturais disponíveis.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 495


496
c) Uso Eficiente da Terra/Tempo (UET/T) – A comparação dos resultados
obtidos das culturas isoladas com os resultados das culturas consorciadas, através do
UET, não considera o tempo em que as culturas permanecem no campo. Portanto, o UET
não pode calcular o uso eficiente da terra, principalmente onde culturas isoladas
seqüenciadas podem ser plantadas com uma alternativa em vez do consórcio. O índice
UET/T é usado para quantificar a produção das culturas em diferentes sistemas por
unidade de área e por unidade de tempo, o qual é obtido através da seguinte fórmula:

UET / T 
( PRa x t a )  ( PRb x t b )  ...  ( PRn x t n 
T

onde:
PR = produção relativa;
T = duração do sistema de consórcio;
t = duração, em dias, das culturas a, b, ..., n.

Considere-se o sistema de consórcio mandioca x milho x feijão com produções


de 20 t/ha de mandioca, 2,7 t/ha de milho e 0,75 t/ha de feijão, comparado com as
respectivas produções no plantio isolado de 25 t/ha, 3,0 t/ha e 1,0 t/ha. A mandioca
amadurece em 300 dias, milho em 100 dias e feijão em 80 dias. Então, o cálculo do Uso
Eficiente da Terra/Tempo seria:

UET / T 
( PRa x t a )  ( PRb x t b )  ...  ( PRn x t n 
T

 20   2,7   0,75 
 x 300    x 100    x 80 
 25   3,0   1,00 
   1,30
300

Isto significa que o consórcio é somente 30% mais produtivo que o plantio
isolado das culturas. Mas, pelo cálculo da UET simples, o consórcio seria 145% mais
produtivo (UEP = 2,45).
d) Retorno Monetário – As produções de diferentes espécies no consórcio
podem ser combinadas também com base no valor de mercado das culturas, que é uma
consideração importante, porque o agricultor constata realmente a vantagem do consórcio
somente através do lucro monetário. O lucro líquido é mais apropriado do que o cálculo
simples do lucro total, por causa dos custos diferenciados com os insumos nos
tratamentos. Porém, uma estimativa realística do lucro líquido não pode ser feita com
experimentos agronômicos em pequenas parcelas que geralmente têm áreas de 25 a 100
m2, pelas dificuldades nos cálculos dos custos de operações como preparo da área,
capinas, colheita, beneficiamento de sementes. É recomendável, contudo, deduzir do
lucro total pelo menos os custos com sementes, fertilizantes, capinas, aplicações de
inseticidas e fungicidas. Os retornos são grandemente dependentes dos preços dos
produtos das culturas no mercado, que variam de ano para ano e de local para local. É
preferível, portanto, examinar os lucros obtidos com várias combinações no plantio
consorciado, com taxas de preços variáveis entre culturas componentes, de modo que as

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 496


497
combinações ótimas para situações de preços diferentes possam ser conhecidas de
antemão. Às vezes os sistemas economicamente viáveis podem não ser vantajosos pelo
UET e vice-versa. Portanto, deve-se ter cuidado, quando do cálculo da vantagem,
escolhendo o critério apropriado.
15.2 Planejamento de Experimentos com Consorciação de Culturas

No planejamento de experimentos com consorciação de culturas devem-se


considerar os seguintes pontos:
a) Seleção dos tratamentos a serem avaliados – A inclusão ou não de parcelas
isoladas das culturas tem sido freqüentemente objeto de discussão. As culturas isoladas
servem com teste e também com unidades de padronização para a combinação de
produções dos componentes de um sistema consorciado. O plantio das culturas isoladas é
necessário no estágio inicial da experimentação com consórcio para confrontar as
culturas no consórcio com o melhor resultado obtido com o plantio isolado das mesmas.
Assim, somente os sistemas consorciados genuinamente vantajosos serão identificados
para serem usados nos futuros trabalhos. As culturas isoladas não são tão importantes em
um estágio mais avançado de pesquisa, principalmente quando diferentes tratamentos,
dentro de uma determinada combinação, devem ser comparados. As produções obtidas,
em áreas adjacentes ao experimento, com manejo semelhante, ou produções gerais de
estação experimental podem ser usadas como unidades padronizadas.
No caso de estudos com fertilizantes, é aconselhável que se incluam culturas
isoladas para cada nível de fertilizantes que está sendo estudado, para identificar
diferenças nas necessidades de fertilizantes das culturas no consórcio em relação ao
plantio isolado, e calcular a vantagem relativa do consórcio em cada nível de fertilidade
proporcionado. Os estudos com umidade no solo são semelhantes. A relação entre
vantagem relativa do consórcio e água é especificamente importante nas condições semi-
árida onde o consórcio é mais comum. Para avaliar a eficiência do uso de água pelo
consórcio é necessário que se tenham as culturas no plantio isolado, com todos os níveis
da água aplicados no plantio consorciado. O plantio isolado das culturas é essencial
também aos ensaios com controle de pragas e doenças para avaliar os efeitos do
consórcio na incidência destas.
Nos estudos de genótipos a necessidade de parcelas isoladas depende do estágio
da avaliação e do objetivo almejado. Quando se avalia o desempenho de diferentes
genótipos no consórcio, em relação aos tipos de plantas, para identificar os caracteres que
podem ser úteis como critérios de seleção, é necessário o uso de parcelas isoladas para
todos os genótipos avaliados. Nos estudos deste tipo devem-se testar genótipos de uma
espécie que apresente a maior variação possível nos caracteres das plantas, mas com
potencial produtivo semelhante, ou mais preferivelmente com a mesma origem genética,
contra um genótipo padrão ou alguns genótipos de outra cultura com características
típicas. Se o objetivo do estudo for apenas à identificação de genótipos promissores para
o consórcio, as parcelas isoladas podem ser dispensadas. As vantagens relativas das
combinações de diferentes genótipos podem ser avaliadas comparando com o melhor
genótipo existente no plantio isolado.
b) Parcelas experimentais – Assim com ocorre nos experimentos em
monocultivo, a escolha criteriosa das parcelas experimentais, no que se refere
principalmente ao seu tamanho e formato, é de importância fundamental para minimizar
o efeito da variação acidental no experimento, a qual é responsável pelo erro

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 497


498
experimental. A escolha do tamanho e formato ideais de parcelas experimentais depende,
evidentemente, de uma série de fatores, os quais já foram vistos, para o caso de
experimentos em monocultivo, no Capítulo 1. Quanto aos experimentos com
consorciação de culturas, a disponibilidade de estudos sugerindo o tamanho e formato
ideais de parcelas é muito pouca e os princípios gerais de experimentação com culturas
isoladas são aplicáveis com algumas restrições.
Quanto ao tamanho, o consórcio demanda parcelas bem maiores que aquelas em
monocultivo para que se tenha uma área útil de colheita representativa para cada cultura,
porque esta normalmente aumenta a variabilidade. De um modo geral, o tamanho de
parcela no consórcio é determinado pela cultura de maior porte, competitiva, ou que
tenha um espaçamento maior.
Tendo em vista que nos experimentos com consórcio as parcelas geralmente têm
áreas variáveis em função do arranjo usado, é importante ressaltar que, para as análises
estatísticas, os dados de cada parcela devem ser ajustados para uma mesma área padrão.
Com relação à forma, geralmente as parcelas retangulares são preferíveis, em vez
das quadrangulares, porque elas apresentam menor variabilidade e são mais convenientes
para as operações de campo.
c) Delineamento estatístico – Os delineamentos utilizados em experimentos de
consorciação de culturas não diferem daquelas usados para culturas isoladas. Os
princípios que regem, portanto, a escolha de um delineamento estatístico para
experimentos com culturas isoladas são os mesmos para culturas consorciadas.
Nos estudos de consórcio, o delineamento em blocos casualizados também é o
mais usado. Por outro lado, o delineamento em quadrado latino é pouco usado por causa
da restrição no número de tratamentos que podem ser incluídos neste delineamento.
d) Manejo da cultura – A seleção de uma boa área, por si só, não resultará em
um bom experimento: é necessário, também, o manejo apropriado das culturas. Todo
esforço deve ser efeito para reduzir a variação existente no material experimental, para
que a variação que venha a ocorrer seja provavelmente apenas dos efeitos de tratamentos.
Um bom manejo inclui:
d.1) Uso de corretivos de solo (micronutrientes, calcário, controle de nematóides
e insetos das raízes);
d.2) Plantio das culturas na época apropriada, especialmente nos experimentos de
sequeiro;
d.3) Desbaste na época apropriada, principalmente nas culturas que perfilham;
d.4) Replantio imediato das áreas falhadas;
d.5) Controle de pragas e doenças e capinas no momento oportuno;
d.6) Época certa de colheita do componente do consórcio que amadurece mais
cedo, para minimizar a competição para a cultura que amadurece depois.
O plantio de um experimento deverá ser preferivelmente, feito em um dia. Onde
for necessário mais de um dia, é aconselhável que seja programado o plantio de todos os
tratamentos de uma ou mais repetições em um só dia, em vez de plantar partes de uma
repetição em diferentes dias.
As culturas leguminosas deverão ser inoculadas com uma bactéria fixadora de
nitrogênio apropriada, quando for constatado que não ocorre incidência de populações
ótimas de microorganismos do solo.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 498


499
A aplicação de uma pequena dose de nitrogênio mineral ajuda as culturas que
não são leguminosas a ter um bom desenvolvimento, evitando o ataque de pragas e
doenças no estágio inicial de crescimento das plantas.
O estabelecimento de um bom número de plantas da cultura é um pré-requisito
para um bom experimento. O melhor meio para que isto seja conseguido é aumentar em
duas ou três vezes o número de sementes normalmente usado no plantio e desbastar para
a população desejada depois que as plântulas tiverem passado do estágio de
vulnerabilidade a insetos e à seca.
Para se avaliar o efeito do consórcio nas plantas daninhas, nos insetos ou nas
doenças, é necessário que haja uma incidência uniforme e representativa. Se a ocorrência
de plantas daninhas não for uniforme, podem-se plantar sementes destas na área
experimental. No caso das doenças do solo, a melhor avaliação do efeito no consórcio é
feita em parcelas que tenham sido inoculadas com o patógeno específico.
e) Variáveis que devem ser observadas – Para uma interpretação mais
adequada dos resultados dos experimentos com consorciação de culturas, é essencial que
se observe não apenas a variável produção (de grãos, de raízes, de matéria seca final),
mas outras variáveis como: emergência de plântulas, emergência à floração, cobertura
total do solo pela cultura e maturação; incidência de pragas e doenças; precipitação
pluvial durante o experimento.
Nos estudos específicos com consorciação de culturas, além das observações
acima, devem-se incluir as seguintes determinações:
e.1) Estudos com adubação – fertilidade inicial do solo, absorção total de
nutrientes na colheita, condições nutricionais do solo após a colheita das culturas,
principalmente nos estudos de efeito residual e de nodulação da raízes de leguminosas
(fixação biológica de nitrogênio);
e.2) Estudos com Genótipos – mensurações em vários caracteres das plantas,
como altura, arquitetura das folhas e precocidade (floração);
e.3) Estudos com Umidade do Solo – amostragens periódicas do solo para
determinação da umidade e cálculo do uso de água pelas culturas, além de se ter uma
idéia da distribuição de raízes;
e.4) Estudos com Controle de Plantas Daninhas – intensidade de ocorrência e
matéria seca das plantas daninhas;
e.5) Estudos com Doenças e Insetos – número de insetos, índice de infestação e
controle, observações microclimatológicas como velocidade do vento, temperatura e
umidade sob a cobertura vegetal, quando for possível;
e.6) Estudos com Fisiologia Vegetal – determinações periódicas de matéria
seca, área foliar, interceptação de luz, absorção de água e nutrientes.

15.3 Instalação de Experimentos com Consorciação de Culturas

Tendo em vista que a instalação do experimento constitui o início da parte prática


do mesmo e considerando que os delineamentos utilizados em experimentos de
consorciação de culturas não diferem daqueles já estudados para culturas isoladas, o
pesquisador deve, então, seguir à risca o que determina as etapas do delineamento
estatístico escolhido, em termos de instalação de experimento, atendendo o que consta no
croqui do ensaio com consorciação de culturas.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 499


500
15.4 Procedimentos para Análise Estatística de Experimentos Com Consorciação de
Culturas

A análise estatística de experimentos com consorciação de culturas difere da


análise de experimentos de monocultivo em função do caráter multivariado das respostas
na consorciação. Por exemplo, no consórcio algodão x fumo, cada parcela experimental
fornece duas respostas para cada variável que se estuda. Assim, algum critério deve ser
estabelecido “a priori”, no sentido de se determinar quais tratamentos proporcionarão as
melhores combinações das duas respostas. Naturalmente este critério é uma função das
necessidades a que está sujeito o agricultor. Estas necessidades são os limites mínimos de
produção de uma e outra cultura, e dependem, basicamente, do sistema de produção da
propriedade com um todo. Obviamente, há de se considerar também as vantagens
econômicas proporcionadas pelas combinações.
Portanto, o procedimento de análise para estes tipos de experimentos é o
seguinte:
a) Inicialmente é feita a análise de cada cultura separadamente, com ou sem a
respectiva cultura isolada, ignorando a presença da outra cultura, através dos
procedimentos da análise de variância padrão.
b) Posteriormente é feita a análise da variância das produções combinadas pelo
Uso Eficiente da Terra (UET), produção equivalente ou análise multivariada.
O Uso Eficiente da Terra e a produção equivalente já foram abordados
anteriormente.
Com relação à análise multivariada, tal método constitui importante ferramenta
estatística na investigação de sistemas consorciados. Contudo, apesar de alguns
estatísticos famosos defenderem o uso de tal análise em sistemas consorciados, é preciso
ter certa cautela no seu emprego, tendo em vista que só recentemente este método vem
sendo mais ou menos utilizado em experimentos de consorciação. Portanto, sua
recomendação só deve ser feita quando ele for usado mais largamente.
c) Se na análise da variância das produções combinadas o teste F detectar
diferença significativa entre os tratamentos avaliados, as médias dos mesmos podem ser
comparadas através de qualquer um dos testes de comparação de médias de tratamentos
já estudados.
Nos experimentos de consórcio, o coeficiente de variação é geralmente alto,
comparado com os experimentos com culturas isoladas. Portanto, a questão levantada
com freqüência é quanto ao valor limitante em porcentagem do coeficiente de variação
para que os resultados experimentais sejam confiáveis. Experimentos com coeficientes de
variação de até 20% podem ser considerados como bem conduzidos e seus resultados são
de boa qualidade. Coeficientes de variação de 20 a 30% são racionais e aceitáveis. Entre
30 e 35% deve-se ter muito cuidado quando da interpretação dos resultados, mas se o
valor exceder a 35%, não é aconselhável a divulgação dos resultados de tais ensaios.

15.5 Um Exemplo

A partir dos dados das TABELAS 15.1 e 15.2, pede-se:


a) Fazer as análises da variância das culturas do abacaxi e do feijão;
b) Obter os coeficientes de variação das culturas do abacaxi e do feijão;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 500


501
c) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias dos tratamentos envolvendo as culturas do abacaxi e do feijão
isoladamente;
d) Fazer a análise da variância das produções combinadas pela produção
equivalente;
e) Obter o coeficiente de variação das produções combinadas;
f) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias das produções combinadas.

TABELA 15.1 – PRODUÇÃO DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) EM kg/42,0 m2, CULTIVAR
CARIOCA, SOLTEIRO E CONSORCIADO COM ABACAXI (Ananas comosus L.)

Tratamentos * I II III IV V VI Totais de Tratamentos

1 4,58 5,28 3,13 5,07 4,32 5,22 27,60

4 2,90 3,10 3,51 3,60 3,77 3,80 20,68

5 3,99 3,99 3,90 4,24 1,64 4,43 22,19

6 2,50 2,45 3,07 2,63 4,15 2,88 17,68

7 2,73 2,48 3,42 3,10 3,72 3,02 18,47

Totais de Blocos 16,70 17,30 17,03 18,64 17,60 19,35 106,62

FONTE: FERREIRA e MARTINS (1985).


NOTA: (*) 1 - Feijão solteiro no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2; 4 - Abacaxi com fileiras simples
no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com
duas fileiras; 5 - Abacaxi com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m mais
feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com três fileiras; 6 - Abacaxi com fileiras
duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x
0,20 m x 2 com duas fileiras; 7 - Abacaxi com fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x
0,40 m x 0,40 m mais feijão de 0,30 m x 0,20 m x 2 com três fileiras.

TABELA 15.2 – PRODUÇÃO DE ABACAXI (Ananas comosus L.), EM kg/42,0 m2, CULTIVAR
PÉROLA, SOLTEIRO E CONSORCIADO COM FEIJÃO (Phaseolus vulgares L.)

Tratamentos * I II III IV V VI Totais de Tratamentos

2 48,0 60,3 80,9 62,7 43,2 36,0 331,1

3 46,8 39,5 87,4 47,9 28,1 18,4 268,1

4 51,7 70,2 56,7 35,1 35,2 23,0 271,9

5 40,5 62,4 80,9 53,5 38,3 14,5 290,1

6 18,6 64,6 51,8 56,6 45,5 20,0 257,1

7 35,4 74,3 50,7 15,3 21,6 19,0 216,3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 501


502

Totais de Blocos 241,0 371,3 408,4 271,1 211,9 130,9 1.634,6

FONTE: FERREIRA e MARTINS (1985).


NOTA: (*) 2 - Abacaxi solteiro com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m; 3 - Abacaxi
solteiro com fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m; 4 -Abacaxi com
fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x
0,20 m x 2 com duas fileiras; 5 - Abacaxi com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x
0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com três fileiras; 6 - Abacaxi
com fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no
espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com duas fileiras; 7 - Abacaxi com fileiras duplas no
espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x
2 com três fileiras.
Resolução:
a) Análise da Variância:
Cultura do Feijão:

t = 5

r = 6

N = txr

= 5 x 6 = 30

GL Tratamentos = t – 1

= 5 – 1 = 4

GL Blocos = r – 1

= 6 – 1 = 5

GL Resíduo = (t – 1)(r – 1 )

= (5 – 1)(6 – 1)

= (4)(5) = 20

GL Total = t x r – 1

= 5x6 –1

= 30 – 1 = 29

X = 4,58 + 5,28 + ... + 3,02 = 106,62

X2 = (4,58)2 + (5,28)2 + ... + (3,02)2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 502


503
= 20,9764 + 27,8784 +…+ 9,1204 = 401,5424

( X )
2

SQ Total   X  2

(106,62)
= 401,5424 
30

11.367,8244
= 401,5424 
30

= 401,5424 – 378,92748 = 22,61492

T
2
 X  2

SQ Tratamentos  
r N

(27,60) 2  (20,68) 2  ...  (18,47) 2 (106,62) 2


= 
6 30

761,7600  427,6624  ...  341,1409 11.367,8244


= 
6 30

2.335,5418 11.367,8244
= 
6 30

= 389,25697 – 378,92748 = 10,32949

SQ Blocos 
B
2


 X  2

t N

(16,70) 2  (17,30) 2  ...  (19,35) 2 (106,62) 2


= 
5 30

278,8900  299,2900  ...  374,4225 11.367,8244


= 
5 30

1.899,8330 11.367,8244
= 
5 30

= 379,9666 – 378,92748 = 1,03912

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

= 22,61492 – (10,32949 + 1,03912)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 503


504
= 22,61492 – 11,36861 = 11,24631

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

10,32949
=  2,582373
4

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

11,24631
=  0,562316
20

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

2,582373
=  4,59
0,562316

F Tabelado (1%) = 4,43

F Tabelado (5%) = 2,87

TABELA 14.3 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DA PRODUÇÃO DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.)


CULTIVAR CARIOCA, EM kg/42,0 m2, SOLTEIRO E CONSORCIADO COM
ABACAXI (Ananas comosus L.). ARAPIRACA – AL, 1985

Causa de Variação GL SQ QM F

Tratamentos 4 10,32949 2,582373 4,59 **

Blocos 5 1,03912 -

Resíduo 20 11,24631 0,562316

Total 29 22,61492

NOTA: (**) Significativo no nível de 1% de probabilidade.

De acordo com o teste F, houve diferença significativa, no nível de 1% de


probabilidade, entre os tratamentos em relação à produção de feijão.
Cultura do Abacaxi:

t=6

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 504


505
r=6

N = t x r

= 6 x 6 = 36

GL Tratamentos = t – 1

= 6 – 1 = 5

GL Blocos = r – 1

= 6 – 1 = 5
GL Resíduo = (t – 1)(r – 1 )

= (6 – 1)(6 – 1)

= (5)(5) = 25

GL Total = t x r – 1

= 6x6 –1

= 36 – 1 = 35

X = 48,0 + 60,3 + ... + 19,0 = 1.634,6

X2 = (48,0)2 + (60,3)2 + ... + (19,0)2

= 2.304,00 + 3.636,09 +...+ 361,00 = 88.106,3

( X )
2

SQ Total   X  2

(1.634,6) 2
= 88.106,30 
36

2.671.917,16
= 88.106,30 
36

= 88.106,30 – 74.219,921 = 13.886,379

SQ Tratamentos 
T
2


 X  2

r N

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 505


506
(331,1) 2  (268,1) 2  ...  (216,3) 2 (1.634,6) 2
= 
6 36

109.627,21  71.877,61  ...  46.785,69 2.671.917,16


= 
6 36

452.478,54 2.671.917,16
= 
6 36

= 75.413,09 – 74.219,921 = 1.193,169

SQ Blocos 
B
2


 X 2

t N

(241,0) 2  (371,3) 2  ...  (130,9) 2 (1.634,6) 2


= 
6 36

58.081,00  137.863,69  ...  17.134,81 2.671.917,16


= 
6 36

498.266,88 2.671.917,16
= 
6 36

= 83.044,48 – 74.219,921 = 8.824,559

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

= 13.886,379 – (1.193,169 + 8.824,559)

= 13.886,379 – 10.017,728 = 3.868,651

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

1.193,169
=  238,6338
5

SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

3.868,651
=  154,74604
25

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 506


507

238,6338
=  1,54
154,74604

F Tabelado (1%) = 3,85

F Tabelado (5%) = 2,60

TABELA 15.4 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DA PRODUÇÃO DE ABACAXI (Ananas comosus L.)


CULTIVAR PÉROLA, EM kg/42,0 m2, SOLTEIRO E CONSORCIADO COM
FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.). ARAPIRACA –AL, 1985

Causa de Variação GL SQ QM F

Tratamentos 5 1.193,169 238,63380 1,54 ns

Blocos 5 8.824,559 -

Resíduo 25 3.868,651 154,74604

Total 35 13.886,379

NOTA: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste F, não houve diferença significativa, no nível de 5% de


probabilidade, entre os tratamentos em relação à produção de abacaxi.
b) Coeficiente de Variação:
Cultura do Feijão:

mˆ 
X
N

106,62
=  3,554
30

s  QM Re síduo

= 0,562316 = 0,7498773

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 507


508
100 x s
CV 

100 x 0,7498773
=
3,554

74,98773
=  21,10%
3,554

O coeficiente de variação para a produção de feijão foi 21,10%, indicando que os


resultados do ensaio são aceitáveis.
Cultura do Abacaxi:

mˆ 
X
N

1.634,6
=  45,4056
36

s  QM Re síduo

= 154,74604 = 12,439696

100 x s
CV 

100 x 12,439696
=
45,4056

1.243,9696
=  27,40%
45,4056

O coeficiente de variação para a produção de abacaxi foi 27,40%, indicando que


os resultados do ensaio são aceitáveis.
c) Teste de Tukey:
Cultura do Feijão:

m̂1  4,60 m̂6  2,95

m̂4  3,45 m̂7  3,08

m̂5  3,70

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 508


509
s
 5%  q
r

0,7498773
= 4,23 x
6

0,7498773
= 4,23 x
2,4494897

= 4,23 x 0,3061361  1,29

TABELA 15.5 – PRODUÇÃO MÉDIA (kg/42,0 m2) DE FEIJÃO (Phaseolus vulgares L.) CULTIVAR
CARIOCA, SOLTEIRO E CONSORCIADO COM ABACAXI (Ananas comosus L.)
CULTIVAR PÉROLA. ARAPIRACA – AL, 1985

Tratamentos 1/ Produção (kg/42,0 m2) 2/

1 4,60 b

4 3,45 ab

5 3,70 ab

6 2,95 a

7 3,08 a

NOTAS: (1/) 1 - Feijão solteiro no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2; 4 - Abacaxi com fileiras simples
no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2
com duas fileiras; 5 - Abacaxi com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m
mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com três fileiras; 6 - Abacaxi com
fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no espaçamento de
0,30 m x 0,20 m x 2 com duas fileiras; 7 - Abacaxi com fileiras duplas no espaçamento de
1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com três
fileiras.
(2/) As médias com pelo menos uma mesma letra não diferem estatisticamente
entre si pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


O tratamento 1, apesar de não diferir estatisticamente dos tratamentos 4 e 5,
apresentou a maior produção de feijão.
Os tratamentos 6 e 7 diferiram estatisticamente do tratamento 1 e apresentaram
as menores produções de feijão.
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 509
510
Cultura do Abacaxi:

m̂2  55,18 m̂5  48,35

m̂3  44,68 m̂6  42,85

m̂4  45,32 m̂7  36,05

TABELA 15.6 – PRODUÇÃO MÉDIA (kg/42,0 m2) DE ABACAXI (Ananas comosus L.) CULTIVAR
PÉROLA, SOLTEIRO E CONSORCIADO COM FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.)
CULTIVAR CARIOCA. ARAPIRACA – AL, 1985

Tratamentos 1/ Produção (kg/42,0 m 2)

2 55,18

3 44,68

4 45,32

5 48,35

6 42,85

7 36,05

NOTA: (1/) 2 - Abacaxi com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m; 3 - Abacaxi solteiro
com fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m; 4 -Abacaxi com fileiras
simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20
m x 2 com duas fileiras; 5 - Abacaxi com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x
0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com três fileiras; 6 - Abacaxi
com fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no
espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com duas fileiras; 7 - Abacaxi com fileiras duplas no
espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m
x 2 com três fileiras.

Apesar de não haver diferença significativa entre os tratamentos em relação à


produção de abacaxi, houve uma variação de 36,05 kg por parcela, para abacaxi com
fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no espaçamento
de 0,30 m x 0,20 m com três fileiras, até 55,18 kg por parcela, para abacaxi com fileiras
simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m.
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 510
511
d) Análise da Variância das Produções Combinadas pela Produção Equivalente:

preço vigente do feijão


r
preço vigente do abacaxi

R$ 5,65
kg
= = 5,65
R$ 1,00
kg

Ye  Ya  rY f

Os valores da produção equivalente de abacaxi encontram-se na TABELA 15.7.

TABELA 15.7 – PRODUÇÃO EQUIVALENTE DE ABACAXI (Ananas comosus L.) EM kg/42,0 m2 ,


CULTIVAR PÉROLA

Tratamentos * I II III IV V VI Totais de Tratamentos

2 48,0 60,3 80,9 62,7 43,2 36,0 331,1


3 46,8 39,5 87,4 47,9 28,1 18,4 268,1
4 68,1 87,7 76,5 55,4 56,5 44,5 388,7
5 63,0 84,9 102,9 77,5 47,6 39,5 415,4
6 32,7 78,4 69,1 71,5 68,9 36,3 356,9
7 50,8 88,3 70,0 32,8 42,6 36,1 320,6

Totais de Blocos 309,4 439,1 486,8 347,8 286,9 210,8 2.080,8

FONTE: FERREIRA e MARTINS (1985).


NOTA: (*) 2 – Abacaxi solteiro com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m; 3 - Abacaxi
solteiro com fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m; 4 - Abacaxi com
fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x
0,20 m x 2 com duas fileiras; 5 - Abacaxi com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x
0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com três fileiras; 6 - Abacaxi com
fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no espaçamento de
0,30 m x 0,20 m x 2 com duas fileiras; 7 - Abacaxi com fileiras duplas no espaçamento de
1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com três
fileiras.

t = 6

r = 6

N = txr

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 511


512

= 6 x 6 = 36

GL Tratamentos = t – 1

= 6 – 1 = 5

GL Blocos = r – 1

= 6 – 1 = 5

GL Resíduo = (t – 1)(r – 1 )

= (6 – 1)(6 – 1)

= (5)(5) = 25

GL Total = t x r – 1
= 6x6 –1

= 36 – 1 = 35

X = 48,0 + 60,3 + ... + 36,1 = 2.080,8

X2 = (48,0)2 + (60,3)2 + ... + (36,1)2

= 2.304,00 + 3.636,09 +…+ 1.303,21 = 135.049,90

( X )
2

SQ Total   X  2

(2.080,8) 2
= 135.049,90 
36

4.329.728,64
= 135.049,90 
36

= 135.049,90 – 120.270,24 = 14.779,66

SQ Tratamentos  
T
2


 X  2

r N

(331,1) 2  (268,1) 2  ...  (320,6) 2 (2.080,8) 2


= 
6 36

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 512


513
109.627,21  71.877,61  ...  102.784,36 4.329.728,64
= 
6 36

735.311,64 4.329.728,64
= 
6 36

= 122.551,94 – 120.270,24 = 2.281,70

SQ Blocos 
B
2


 X 2

t N

(309,4) 2  (439,1) 2  ...  (210,8) 2 (2.080,8) 2


= 
6 36

95.728,36  192.808,81  ...  44.436,64 4.329.728,64


= 
6 36

773.224,50 4.329.728,64
= 
6 36
= 128.870,75 – 120.270,24 = 8.600,51

SQ Resíduo = SQ Total – (SQ Tratamentos + SQ Blocos)

= 14.779,66 – (2.281,70 + 8.600,51)

= 14.779,66 – 10.882,21 = 3.897,45

SQ Tratamentos
QM Tratamentos =
GL Tratamentos

2.281,70
=  456,34
5
SQ Re síduo
QM Resíduo =
GL Re síduo

3.897,45
=  155,898
25

QM Tratamentos
F Calculado =
QM Re síduo

456,34
=  2,93
155,898

F Tabelado (1%) = 3,85

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 513


514

F Tabelado (5%) = 2,60

TABELA 15.8 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA DA PRODUÇÃO EQUIVALENTE DE ABACAXI


(Ananas comosus L.) EM kg/42,0 m 2, CULTIVAR PÉROLA

Causa de Variação GL SQ QM F

Tratamentos 5 2.281,70 456,340 2,93 *

Blocos 5 8.600,51 -

Resíduo 25 3.897,45 155,898

Total 35 14.779,66

FONTE: FERREIRA e MARTINS (1985).


NOTA: (ns) Não significativo no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste F, houve diferença significativa, no nível de 5% de


probabilidade, entre os tratamentos em relação à produção equivalente de abacaxi.
e) Coeficiente de Variação:
 X 
mˆ 
N

2.080,8
= = 57,8
36

s  QM Re síduo

= 155,898 = 12,485912

100 x s
CV 

100 x 12,485912
=
57,8

1.248,5912
= = 21,60%
57,8

O coeficiente de variação para a produção equivalente de abacaxi foi 21,60%,


indicando que os resultados do ensaio são aceitáveis.
f) Teste de Tukey:
Cultura do Abacaxi:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 514


515
m̂2  55,183 m̂5  69,233

m̂3  44,683 m̂6  59,483

m̂4  64,383 m̂7  53,433

s
 5%  q
r

12,485912
= 4,23 x
6

12,485912
= 4,23 x
2,4494897

= 4,23 x 5,0973523  21,562

TABELA 15.9 – PRODUÇÃO EQUIVALENTE MÉDIA DE ABACAXI (Ananas comosus L.) EM


kg/42,0 m 2, CULTIVAR PÉROLA

Tratamentos 1/ Produção equivalente média (kg/42,0 m2)

2 55,183 ab

3 44,683 a

4 64,383 ab

5 69,233 b

6 59,483 ab

7 53,433 ab

FONTE: FERREIRA e MARTINS (1985).


NOTAS: (1/) 2 - Abacaxi solteiro com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m; 3 - Abacaxi
solteiro com fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m; 4 - Abacaxi com
fileiras simples no espaçamento de 1,00 m x 0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m
x 0,20 m x 2 com duas fileiras; 5 - Abacaxi com fileiras simples no espaçamento de 1,00 m
x 0,30 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com três fileiras; 6 - Abacaxi
com fileiras duplas no espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no
espaçamento de 0,30 m x 0,20 m x 2 com duas fileiras; 7 - Abacaxi com fileiras duplas no
espaçamento de 1,00 m x 0,40 m x 0,40 m mais feijão no espaçamento de 0,30 m x 0,20 m
x 2 com três fileiras.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 515


516
(2/) As médias com pelo menos uma mesma letra não diferem estatisticamente
entre si pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade, tem-se:


O tratamento 5 difere estatisticamente do tratamento 3, e apresentou a maior
produção equivalente de abacaxi.
Os demais tratamentos se situaram numa faixa intermediária em termos de
produção equivalente de abacaxi.
Diante de tais resultados, conclui-se que o consórcio abacaxi x feijão é mais
vantajoso que o monocultivo de abacaxi.

15.5 Exercícios

a) A partir dos dados das TABELAS 15.10 e 15.11, pede-se:


a.1) Fazer as análises da variação das culturas do milho e do feijão;
a.2) Obter os coeficientes de variação das culturas do milho e do feijão;
a.3) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias dos tratamentos envolvendo as culturas do milho e do feijão
isoladamente;
a.4) Fazer a análise da variância das produções combinadas pelo Uso Eficiente da
Terra;
a.5) Obter o coeficiente de variação das produções combinadas;
a.6) Aplicar, se necessário, o teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade na
comparação de médias das produções combinadas.
TABELA 15.10 – PRODUÇÃO DE DUAS CULTIVARES DE MILHO (Zea mays L.) EM kg de
grãos/ha, NOS SISTEMAS MONOCULTIVO E CONSORCIADO COM FEIJÃO
(Phaseolus vulgaris L.), EM DIFERENTES ARRANJOS DE PLANTIO

Cultivar de Arranjo Bloco I Bloco II Bloco III


Milho de
Plantio M C M C M C

A 8.520 4.047 6.353 5.893 6.553 7.193

B 6.342 6.625 7.142 6.545 5.193 7.787

CARGIL C 3.856 6.768 6.640 5.432 6.224 6.712


111
D 6.515 9.360 7.550 6.530 9.087 6.600

E 8.786 6.067 7.467 7.840 8.553 8.453

A 7.560 5.753 5.560 3.720 6.013 4.860

B 6.975 5.113 4.675 2.625 5.593 5.382

BR 105 C 4.864 4.400 5.544 4.480 5.712 5.184

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 516


517

D 7.375 5.930 5.255 6.190 5.670 5.625

E 7.587 8.140 9.060 6.740 6.700 7.653

FONTE: RAMALHO, OLIVEIRA e GARCIA (1983).


NOTA: M: Monocultivo, C: Consorciação

TABELA 15.11 – PRODUÇÃO DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) EM kg de grãos/ha, EM


MONOCULTIVO E CONSORCIADO, EM DIFERENTES ARRANJOS DE
PLANTIO COM DUAS CULTIVARES DE MILHO (Zea mays L.)

Cultivar de Arranjo de Consorciação


Milho Plantio
Bloco I Bloco II Bloco III

A 333 307 233

B 378 349 495


CARGIL 111
C 464 440 576

D 147 233 233

E 250 200 267

A 520 453 507

B 393 496 422

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 517


518
BR 105
C 600 544 512

D 187 320 353

E 316 316 208

FONTE: RAMALHO, OLIVEIRA e GARCIA (1983).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 518


519

TESTES
16 NÃO-PARAMÉTRICOS

A análise de variância, método estatístico amplamente usado na experimentação


agropecuária, para ter validade, conforme visto no Capítulo 4, é preciso que o
pesquisador atenda às seguintes suposições:
a) Os efeitos principais devem ser aditivos;
b) Os erros de observação devem ser independentes;
c) Os erros de observação devem ser normalmente distribuídos;
d) As variâncias das diferentes amostras devem ser homogêneas.
Estas condições são exigidas para que os testes paramétricos, mais conhecidos
como testes de hipóteses (teste F, teste t, teste LSD, teste de Dunnett, teste de Tukey,
teste de Duncan, etc.), os quais são usados para tomar decisões, das quais são tiradas as
conclusões acerca dos tratamentos, sejam válidos. Contudo, como tais condições
raramente são verificadas na prática, vários procedimentos são utilizados com o fim de
reparar (pelo menos aproximadamente) a falta de verificação dessas condições. Dentre os
procedimentos, geralmente utilizam-se transformações de dados. No entanto, há certos
casos que não existe nenhuma transformação que possibilite o uso da análise de
variância. Isto ocorre quando:
a) As médias são aproximadamente iguais e as variâncias heterogêneas;
b) As variâncias são homogêneas, porém os níveis dos tratamentos são
heterogêneos em forma;
c) As médias variam independentemente das variâncias.
Também há situações que a análise de variância não pode ser usada, devido as
suas limitações, como por exemplo, o número N de parcelas muito abaixo de 20, ou
quando se trata de dados não numéricos, como os que surgem quando consumidores
classificam, em ordem de preferência, produtos agropecuários (tipos de leite, de queijo,
de carne, etc.).
Se alguns destes casos ocorrem, a análise dos dados é feita através de testes não-
paramétricos.
Os testes não-paramétricos são aqueles cujos modelos não especificam
condições sobre os parâmetros da população da qual a amostra foi obtida. Mesmo quando
existem certas suposições, estas são mais brandas do que aquelas associadas aos testes
paramétricos.
Tais testes seguem o mesmo procedimento geral que os testes de hipóteses vistos
no Capítulo 5, porém são menos precisos que estes. Contudo, desde que seu emprego não
seja abusivo, são úteis aos pesquisadores em determinadas situações, devido a sua grande
simplicidade e versatilidade.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 519


520
16.1 Teste do Qui-Quadrado

Entre os testes não-paramétricos, o teste do qui-quadrado (  2 ) é o mais


amplamente usado na pesquisa agropecuária, principalmente em trabalhos experimentais
cujos dados colhidos representam ocorrências de certos fenômenos (como plantas
atacadas e não atacadas por pulgão em variedades de pimentão ou acasalamentos
fecundos e infecundos em raças bovinas de leite) que se podem classificar numa tabela
chamada de contingência. Além disso, pode ser usado no estudo do ajustamento de
distribuições teóricas (como a curva normal) a dados observados ou no ajustamento de
freqüências observadas a proporções previstas por leis (como as leis da genética).
Ao aplicar o teste do qui-quadrado a tabelas de contingência de 2 x n, com n >
2, é preciso considerar o seguinte:
1) O referido teste não deve ser usado se a freqüência esperada mínima for
inferior a 1,0;
2) Só é permitido o seu uso em poucos casos, para freqüência esperada mínima
menor que 5,0.
Por outro lado, com n = 2, é preciso considerar o seguinte:
1) Não deve ser usado se a freqüência total N for menor que 20;
2) Também não deve ser usado se a freqüência total N estiver entre 20 e 40 e a
freqüência esperada mínima for menor que 5,0;
3) Em todos os casos a freqüência esperada mínima não deve ser inferior a 1,0.
Sua fórmula é a seguinte:

( f0  fe )2
 =
2

fe

onde:
f0 = freqüência observada;
fe = freqüência esperada.

O valor de  2 calculado é comparado com o valor de  2 tabelado, com n1 =


nível de significância (o nível de 5% de probabilidade é o mais utilizado na prática) e n 2
= graus de liberdade [nas tabelas de contingência os graus de liberdade são obtidos assim:
(número de linhas – 1) (número de colunas – 1) e nas leis da genética é igual ao número
de classes fenotípicas – 1] (TABELA A.15).
Logo, tem-se:
 2 calculado >  2 tabelado (5%) - * (existe diferença significativa entre as
freqüências observadas e esperadas no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com mais
de 95% de probabilidade rejeita-se H0);
 2 calculado <  2 tabelado (5%) - ns (não existe diferença significativa entre as
freqüências observadas e esperadas no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95%
de probabilidade aceita-se H0).
Quando se aplica o teste do qui-quadrado está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : f0 = fe (freqüências semelhantes);
b) H1 : f0  fe (freqüências diferentes).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 520


521
Exemplo 1: Verificar pelo teste do qui-quadrado se existe ou não diferença
significativa entre os tratamentos a partir dos dados da TABELA 16.1.
TABELA 16.1 – Efeito de fungicidas na incidência de plantas doentes de feijão (Phaseolus vulgaris L.)
(dados fictícios)

Plantas Doentes Plantas Sadias

Fungicida A 6 54 60
Fungicida B 12 48 60
Sem Fungicida 36 24 60

54 126 180

Então, começam-se calculando as freqüências esperadas, admitindo-se a hipótese


de que todos os tratamentos se comportam igualmente. Para isto, fazem-se as regras de
três. No caso do Fungicida A, o número x de plantas doentes será:

Para o total de 180 plantas - têm-se 54 plantas doentes;


Para 60 plantas submetidas ao Fungicida A - têm-se x plantas doentes.

Logo, tem-se:

60 x 54
x=
180

3.240
= = 18,0
180

O número correspondente de plantas sadias submetidas ao Fungicida A obtém-se


por subtração, ou seja:

60 – 18,0 = 42,0

No caso do Fungicida B, o número x de plantas doentes será:

Para o total de 180 plantas - têm-se 54 plantas doentes;


Para 60 plantas submetidas ao Fungicida B - têm-se x plantas doentes.

Logo, tem-se:

60 x 54
x=
180

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 521


522
3.240
= = 18,0
180

O número correspondente de plantas sadias submetidas ao Fungicida B obtém-se


por subtração, ou seja:

60 – 18,0 = 42,0

No caso do Sem Fungicida, o número x de plantas doentes será:

Para o total de 180 plantas - têm-se 54 plantas doentes;


Para 60 plantas Sem Fungicida - têm-se x plantas doentes.

Logo, tem-se:

60 x 54
x=
180

3.240
= = 18,0
180

O número correspondente de plantas sadias Sem Fungicida obtém-se por


subtração, ou seja:

60 – 18,0 = 42,0

Com as freqüências esperadas, calcula-se o valor do qui-quadrado pela fórmula:

( f0  fe )2
2 =  f
e

(6  18,0) 2 (54  42,0) 2 (12  18,0) 2 (48  42,0) 2 (36  18,0) 2 (24  42,0) 2
     
18,0 42,0 18,0 42,0 18,0 42,0

(12,0) 2 (12,0) 2 ( 6,0) 2 (6,0) 2 (18,0) 2 ( 18,0) 2


     
18,0 42,0 18,0 42,0 18,0 42,0

144 144 36 36 324 324


     
18,0 42,0 18,0 42,0 18,0 42,0

= 8,0 + 3,4286 + 2,0 + 0,8571 + 18,0 + 7,7143 = 40,0

A TABELA A.15 com n1 = 5% e n 2 = 2 fornece o seguinte valor: 5,99.


Logo,  2 calculado (40,0) >  2 tabelado (5,99) - *. Assim, chega-se à conclusão
que existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo teste do Qui-
quadrado, no efeito de fungicidas em relação à incidência de plantas doentes de feijão.

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 522


523
Dando prosseguimento, já que não se sabe qual foi o tratamento que
proporcionou uma menor incidência de plantas doentes e diferiu estatísticamente dos
demais, a tabela de contingência 3 X 2 pode ser desdobrada em duas tabelas de
contingência 2 X 2, conforme se verificam a seguir:
Plantas Doentes Plantas Sadias

Fungicida A ou B 18 102 120


Sem Fungicida 36 24 60

54 126 180

Também, começam-se calculando as freqüências esperadas para esta tabela de


contingência 2 X 2, admitindo-se a hipótese de que todos os tratamentos se comportam
igualmente. Para isto, fazem-se as regras de três. No caso do Fungicida A ou B, o número
x de plantas doentes será:

Para o total de 180 plantas - têm-se 54 plantas doentes;


Para 120 plantas submetidas ao Fungicida A ou B - têm-se x plantas doentes.

Logo, tem-se:

120 x 54
x=
180

6.480
= = 36,0
180

O número correspondente de plantas sadias submetidas ao Fungicida A ou B


obtém-se por subtração, ou seja:

120 – 36,0 = 84,0

No caso do Sem Fungicida, o número x de plantas doentes será:

Para o total de 180 plantas - têm-se 54 plantas doentes;


Para 60 plantas Sem Fungicida - têm-se x plantas doentes.

Logo, tem-se:

60 x 54
x=
180

3.240
= = 18,0
180

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 523


524

O número correspondente de plantas sadias Sem Fungicida obtém-se por


subtração, ou seja:

60 – 18,0 = 42,0
Com as freqüências esperadas, calcula-se o valor do qui-quadrado pela fórmula:

( f0  fe )2
2 =  f
e

(18  36,0) 2 (102  84,0) 2 (36  18,0) 2 (24  42,0) 2


   
36,0 84,0 18,0 42,0

(18,0) 2 (18,0) 2 (18,0) 2 ( 18,0) 2


   
36,0 84,0 18,0 42,0

324 324 324 324


   
36,0 84,0 18,0 42,0

= 9,0 + 3,8571 + 18,0 + 7,7143 = 38,5714

A TABELA A.15 com n1 = 5% e n 2 = 1 fornece o seguinte valor: 3,84.


Logo,  2 calculado (38,5714) >  2 tabelado (3,84) - *. Assim, chega-se à
conclusão que existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo teste
do qui-quadrado, no efeito de fungicida em relação à incidência de plantas doentes de
feijão.
Desse modo, tem-se:

Para 120 plantas submetidas ao Fungicida A ou B - têm-se 100%;


Para 18 plantas doentes submetidas ao Fungicida A ou B - têm-se x.

Logo, tem-se:

18 x 100
x=
120

1.800
= = 15,0%
120

Para 60 plantas não submetida a Fungicida - têm-se 100%;


Para 36 plantas doentes não submetida a Fungicida - têm-se x.

Logo, tem-se:

36 x 100
x=
60

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 524


525

3.600
= = 60,0%
60

Portanto, o uso de fungicida (A ou B) proporcionou uma menor incidência de


plantas doentes (15,0%) do que a ausência de fungicida (60%) em feijão.
Plantas Doentes Plantas Sadias

Fungicida A 6 54 60
Fungicida B 12 48 60

18 102 120

Ainda, começam-se calculando as freqüências esperadas para esta outra tabela de


contingência 2 X 2, admitindo-se a hipótese de que todos os tratamentos se comportam
igualmente. Para isto, fazem-se as regras de três. No caso do Fungicida A, o número x de
plantas doentes será:

Para o total de 120 plantas - têm-se 18 plantas doentes;


Para 60 plantas submetidas ao Fungicida A - têm-se x plantas doentes.

Logo, tem-se:

60 x 18
x=
120

1.080
= = 9,0
120

O número correspondente de plantas sadias submetidas ao Fungicida A obtém-se


por subtração, ou seja:

60 – 9,0 = 51,0

No caso do Fungicida B, o número x de plantas doentes será:

Para o total de 120 plantas - têm-se 18 plantas doentes;


Para 60 plantas submetidas ao Fungicida B - têm-se x plantas doentes.

Logo, tem-se:

60 x 18
x=
120

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 525


526
1.080
= = 9,0
120

O número correspondente de plantas sadias submetidas ao Fungicida B obtém-se


por subtração, ou seja:

60 – 9,0 = 51,0
Com as freqüências esperadas, calcula-se o valor do qui-quadrado pela fórmula:

( f0  fe )2
2 =  f
e

(6  9,0) 2 (54  51,0) 2 (12  9,0) 2 (48  51,0) 2


   
9,0 51,0 9,0 51,0

( 3,0) 2 (3,0) 2 (3,0) 2 ( 3,0) 2


   
9,0 51,0 9,0 51,0

9 9 9 9
   
9,0 51,0 9,0 51,0

= 1,0 + 0,1765 + 1,0 + 0,1765 = 2,353

A TABELA A.15 com n1 = 5% e n 2 = 1 fornece o seguinte valor: 3,84.


Logo,  2 calculado (2,353) <  2 tabelado (3,84) - ns. Assim, chega-se à
conclusão que não existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo
teste do qui-quadrado, no efeito dos Fungicidas A e B em relação à incidência de plantas
doentes, ou seja, os dois fungicida (A e B) são eficientes e proporcionam a mesma
incidência de plantas doentes ( m̂ =15,0%) em feijão.
Exemplo 2: Verificar pelo teste do qui-quadrado se existe ou não diferença
significativa entre os tratamentos a partir dos dados da TABELA 16.2.

TABELA 16.2 – Efeito de raças na freqüência de acasalamentos fecundos em bovinos

Natureza das Acasalamentos Acasalamentos Totais de


Vacas Fecundos Infecundos Acasalamentos

Charolesa 515 1.287 1.802


Indubrasil 506 665 1.171

1.021 1.952 2.973

FONTE: Adaptado de GOMES (1985).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 526


527
Então, começam-se calculando as freqüências esperadas, admitindo-se a hipótese
de que todos os tratamentos se comportam igualmente. Para isto, fazem-se as regras de
três. No caso da raça Charolesa, o número x de acasalamentos fecundos será:

Para o total de 2.973 vacas - têm-se 1.021 acasalamentos fecundos;


Para 1.802 vacas Charolesa - têm-se x acasalamentos fecundos.

Logo, tem-se:
1.802 x 1.021
x=
2.973

1.839.842
= = 618,85
2.973

O número correspondente de acasalamentos infecundos da raça Charolesa


obtém-se por subtração, ou seja:

1.802 – 618,85 = 1.183,15

No caso da raça Indubrasil, o número x de acasalamentos fecundos será:

Para o total de 2.973 vacas - têm-se 1.021 acasalamentos fecundos;


Para 1.171 vacas Indubrasil - têm-se x acasalamentos fecundos.

Logo, tem-se:

1.171 x 1.021
x=
2.973

1.195.591
= = 402,15
2.973

O número correspondente de acasalamentos infecundos da raça Indubrasil


obtém-se por subtração, ou seja:

1.171 – 402,15 = 768,85

Com as freqüências esperadas, calcula-se o valor do qui-quadrado pela fórmula:

( f0  fe )2
 =
2

fe

(515  618,85) 2 (1.287  1.183,15) 2 (506  402,15) 2 (665  768,85) 2


   
618,85 1.183,15 402,15 768,85

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 527


528
(103,85) 2 (103,85) 2 (103,85) 2 ( 103,85) 2
   
618,85 1.183,15 402,15 768,85

10.784,822 10.784,822 10.784,822 10.784,822


   
618,85 1.183,15 402,15 768,85

= 17,4272 + 9,1153 + 26,8179 + 14,0272 = 67,3876

A TABELA A.15 com n1 = 5% e n 2 = 1 fornece o seguinte valor: 3,84.


Logo,  2 calculado (67,3876) >  2 tabelado (3,84) - *. Assim, chega-se à
conclusão que existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo teste
do qui-quadrado, no efeito de raças em relação a acasalamentos fecundos.
Desse modo, tem-se:

Para 1.802 acasalamentos da raça Charolesa - têm-se 100%;


Para 515 acasalamentos fecundos da raça Charolesa - têm-se x.

Logo, tem-se:

515 x 100
x=
1.802

51.500
= = 28,58%
1.802

Para 1.171 acasalamentos da raça Indubrasil - têm-se 100%;


Para 506 acasalamentos fecundos da raça Indubrasil - têm-se x.

Logo, tem-se:

506 x 100
x=
1.171

50.600
= = 43,21%
1.171

Portanto, a raça Indubrasil proporcionou uma maior porcentagem de


acasalamentos fecundos (43,21%) do que a raça Charolesa (28,58%%) em bovinos.
Exemplo 3: Verificar pelo teste do Qui-quadrado se existe ou não diferença
significativa entre as freqüências observadas e as esperadas pela lei da segregação
independente (Segunda Lei de Mendel) a partir dos dados da TABELA 16.3.

TABELA 16.3 – Freqüências observadas de tipos de sementes da geração F2 do cruzamento entre plantas
de ervilha (Pisum sativum L.) com sementes amarelas lisas e sementes verdes rugosas

Tipos de Ervilhas Freqüências Observadas de Tipos de Sementes

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 528


529

Amarelas Lisas 315


Verdes Lisas 108
Amarelas Rugosas 101
Verdes Rugosas 32

Total 556

FONTE: GOMES (1985).

Então, começam-se calculando as freqüências esperadas, admitindo-se que a lei


da segregação independente prevê que as proporções esperadas para esses tipos de
ervilha são: 9/16, 3/16, 3/16, 1/16, respectivamente. Para isto, fazem-se as regras de três.
No caso das ervilhas Amarelas Lisas, o número x de sementes será:

Para a proporção total de 16 sementes - têm-se 556 sementes;


Para a proporção de 9 sementes amarelas lisas - têm-se x sementes esperadas.

Logo, tem-se:

9 x 556
x=
16

5.004
= = 312,75
16

Para a proporção total de 16 sementes - têm-se 556 sementes;


Para a proporção de 3 sementes verdes lisas - têm-se x sementes esperadas.

Logo, tem-se:

3 x 556
x=
16

1.668
= = 104,25
16

Para a proporção total de 16 sementes - têm-se 556 sementes;


Para a proporção de 3 sementes amarelas rugosas - têm-se x sementes esperadas.

Logo, tem-se:

3 x 556
x=
16

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 529


530
1.668
= = 104,25
16

Para a proporção total de 16 sementes - têm-se 556 sementes;


Para a proporção de 1 semente verde rugosa - têm-se x sementes esperadas.

Logo, tem-se:
1 x 556
x=
16

556
= = 34,75
16

Com as freqüências esperadas, calcula-se o valor do qui-quadrado pela fórmula:

( f0  fe )2
2 =  f
e

(315  312,75) 2 (108  104,25) 2 (101  104,25) 2 (32  34,75) 2


   
312,75 104,25 104,25 34,75

(2,25) 2 (3,75) 2 ( 3,25) 2 ( 2,75) 2


   
312,75 104,25 104,25 34,75

5,0625 14,0625 10,5625 7,5625


   
312,75 104,25 104,25 34,75

= 0,0162 + 0,1349 + 0,1013 + 0,2176 = 0,47

A TABELA A.15 com n1 = 5% e n 2 = 3 fornece o seguinte valor: 7,82.


Logo,  2 calculado (0,47) <  2 tabelado (7,82) - ns. Assim, chega-se à
conclusão que não existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo
teste do qui-quadrado, entre as freqüências observadas e as esperadas pela lei da
segregação independente (Segunda Lei de Mendel), ou seja, os caracteres cor e textura da
semente em ervilha segregam independentemente, pois os seus genes estão localizados
em cromossomos homólogos diferentes.

16.2 Teste do Sinal

O teste do sinal é um teste não-paramétrico que pode ser usado na pesquisa


agropecuária quando, em ensaios em blocos casualizados, se têm apenas dois tratamentos
e geralmente os dados experimentais não são numéricos, ou seja, dados que surgem
quando consumidores classificam, em ordem de preferência, produtos agropecuários
(tipos de leite, de queijo, de manteiga, de ovos, de carne, de mortadela, de presunto, de
bebida láctea, de uva, de maçã, de laranja, de manga, de café, de suco, etc.). Em alguns
casos, também pode ser usado o teste do sinal, quando são testados produtos

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 530


531
agropecuários nas mesmas condições do caso anterior (aditivo na ração, no solo, no
substrato, etc.), porém os dados experimentais são numéricos.
Ao aplicar o teste do sinal é preciso considerar o seguinte:
1) Para N > 20, aplica-se o referido teste a 5% de probabilidade com infinitos
graus de liberdade (TABELA A.7);
2) Para N < 20, faz-se necessário o uso de tabelas especiais (usa o valor de B
menor) para achar o nível de probabilidade com infinitos graus de liberdade (TABELA
A.16), a fim de verificar se a hipótese da nulidade será ou não rejeitada em função da
probabilidade de se ter freqüência n de ocorrência menor ou igual ao valor observado B,
ou seja, P (n < B).
Sua fórmula é a seguinte:

2xBN
t =
N

onde:
B = número de sinais mais ou de sinais menos, tanto faz;
N = número de blocos ou de pessoas ou de animais, o que é equivalente.

O valor de t calculado é comparado com o valor de t tabelado, com n1 = nível de


significância (o nível de 5% de probabilidade é o mais utilizado na prática) e n2 =
infinitos graus de liberdade (TABELAS A.7 ou A.16).
Logo, tem-se:
t calculado > t tabelado (5%) - * (existe diferença significativa entre as
preferências dos produtos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com mais de 95% de
probabilidade rejeita-se H0);
t calculado < t tabelado (5%) - ns (não existe diferença significativa entre as
preferências dos produtos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de
probabilidade aceita-se H0).
Quando se aplica o teste do sinal está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : A = B (produtos com a mesma preferência);
b) H1 : A  B (produtos com preferências diferentes).
Exemplo 4: Verificar pelo teste do sinal se existe ou não diferença significativa
entre as preferências dos produtos a partir dos dados da TABELA 16.4.

TABELA 16.4 – Preferência de pessoas do sexo masculino com faixa etária de 30 a 40 anos de idade
pelos queijos coalhos de cabra e de búfala (dados fictícios)

Queijo Coalho de Cabra (Sinal +) Queijo Coalho de Búfala (Sinal –) Total

58 22 80

Logo, tem-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 531


532
2xBN
t =
N

2 x 58  80
=
80

116  80
=
8,9442719

36
= = 4,025
8,9442719

Logo, t calculado (4,025) > t tabelado (1,96) - *. Assim, chega-se à conclusão


que existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo teste do sinal,
entre as preferências dos dois tipos de queijo coalho.
Desse modo, tem-se:

Para 80 pessoas pesquisadas - têm-se 100%;


Para 58 pessoas que preferiram o queijo coalho de cabra - têm-se x.

Logo, tem-se:

58 x 100
x=
80

5.800
= = 72,5%
80

O número correspondente de pessoas que preferiram o queijo coalho de búfala


obtém-se por subtração, ou seja:
100 – 72,5 = 27,5%

Portanto, o queijo coalho de cabra tem uma maior preferência dos homens entre
30 e 40 anos de idade (72,5%) do que o queijo coalho de búfala (27,5%).
Exemplo 5: Verificar pelo teste do sinal se existe ou não diferença significativa
devido ao uso do produto na ração a partir dos dados da TABELA 18.5.

TABELA 18.5 – Efeito do uso de aditivo vitamínico na ração em relação à produção de leite (litros/dia)
em cabras da raça Murciana no Semi-árido Nordestino (dados fictícios)

Com Aditivo 1,7 1,9 1,6 1,9 1,5 1,9 2,1 1,4 1,8 2,2 1,8 1,9

Sem Aditivo 1,4 1,6 1,4 1,7 1,8 1,5 1,8 1,7 1,7 1,8 1,6 1,7

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 532


533
Então, começam-se calculando quantas vezes (Sinal +) o uso de aditivo superou a
ausência de aditivo (Sinal –) na ração em relação à produção de leite em cabras da raça
Murciana. No caso do uso de aditivo na ração, foi de 10 vezes; e no caso da ausência de
aditivo na ração, foi de 2 vezes.
Logo, tem-se:

2xBN
t =
N

2 x 10  12
=
12

20  12
=
3,4641

8
= = 2,309
3,4641

Considerando-se o número menor de observações (B = 2), na TABELA A.16, a


probabilidade de se ter um número de ocorrências n < 2, em N = 12 tentativas, é P =
0,0193, isto é, 1,93%. Tal resultado seria, pois, significativo ao nível de 5% de
probabilidade, uma vez que P < 5%.
Desse modo, t calculado (2,309) > t tabelado (5%) - *. Assim, chega-se à
conclusão que existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo teste
do sinal, entre a presença e ausência de aditivo vitamínico na ração, ou seja, o uso de
aditivo vitamínico na ração proporcionou uma maior produção de leite ( m̂ =1,81
litros/dia) do que o não uso do aditivo vitamínico ( m̂ =1,64 litros/dia) em cabras da raça
Murciana no Semi-árido Nordestino.

16.3 Teste H de Kruskal-Wallis

O teste H de Kruskal-Wallis é um teste não-paramétrico que usa estatísticas de


ordem, podendo ser aplicado na pesquisa agropecuária em ensaios inteiramente
casualizados, quando há três ou mais tratamentos. No campo não-paramétrico, ele
substitui o teste F para verificar se existe ou não diferença significativa entre os
tratamentos avaliados.
O referido teste se baseia exclusivamente nos valores da ordem dos tratamentos,
sem levar em conta se as diferenças entre os dados originais são de pequena ou grande
monta. Por outro lado, avaliando diferenças apenas de ordem, sem nenhum critério
quantitativo mais preciso, a análise estatística deste tipo dificulta muito a interpretação
econômica dos resultados. Assim sendo, este teste e os demais testes não-paramétricos
que usam estatísticas de ordem não devem ser a primeira opção para uso.
Sua fórmula é a seguinte:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 533


534
12 Ri2
H=
N ( N  1)
 ri
 3 ( N  1)

onde:
r = número de repetições de cada tratamento i;
R = soma das ordens de cada tratamento i (a parcela de menor valor recebe o valor 1, a
segunda o valor 2 e assim por diante);
N = número total de parcelas do experimento.

Quando dois ou mais valores forem iguais, ou seja, quando ocorrer empate entre
duas ou mais observações, a sua fórmula passa a ser a seguinte:

12 Ri2
N ( N  1)
 r  3 ( N  1)
i
H=
1
 i t i2  1)
t (
N ( N 2  1)

onde:
r = número de repetições de cada tratamento i;
R = soma das ordens de cada tratamento i (a parcela de menor valor recebe o valor 1, a
segunda o valor 2 e assim por diante, sendo que quando dois ou mais valores forem
iguais utilizam-se o valor médio para todos eles);
ti = número de observações empatadas em cada grupo de empates;
N = número total de parcelas do experimento.

O valor de H calculado é comparado com o valor de H tabelado, obtido na tabela


de limites de distribuição de H, com k = 3 tratamentos, r1 ≤ r2 ≤ r3 ≤ 6 (número de
repetições dos três tratamentos), e α = nível de significância (o nível de 5% de
probabilidade é o mais utilizado na prática) (TABELA A.17). Quando, porém, k > 3
tratamentos ou o número de repetições de um ou mais dos 3 tratamentos for > 6, o valor
de H tabelado é obtido na tabela de limites unilaterais de Qui-quadrado, com k – 1 graus
de liberdade (TABELA A.15).
Logo, tem-se:
H calculado > H tabelado (5%) - * (existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com mais de 95% de probabilidade
deve existir pelo menos um contraste entre médias de tratamentos que difere de zero);
H calculado < H tabelado (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade não
existe nenhum contraste entre médias de tratamentos que difere de zero).

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 534


535
Quando se aplica o teste H de Kruskal-Wallis está-se testando as seguintes
hipóteses:
a) H0 : os tratamentos não diferem entre si;
b) H1: pelo menos dois deles diferem entre si.
Se H calculado > H tabelado (5%), ou seja, se estiver de acordo com a hipótese
alternativa (H1), há necessidade de comparar as médias de tratamentos duas a duas, para
se chegar ao melhor tratamento. Neste caso, há duas situações a considerar:
a) O experimento tem k = 3 tratamentos e no máximo 6 repetições para cada
tratamento (r1 ≤ r2 ≤ r3 ≤ 6);
b) O experimento tem k > 3 tratamentos ou mais de 6 repetições para alguns
deles ou todos.
Na primeira situação, começa-se por calcular as médias das ordens, cuja fórmula
é a seguinte:

R
Rˆ i  i
ri

onde:
R = soma das ordens de cada tratamento i;
r = número de repetições de cada tratamento i.

A seguir, calculam-se as diferenças mínimas significativas para cada contraste


simples ( Yˆi = Rˆ i  Rˆ j ), através da fórmula:

N ( N  1) 1 1
∆ij (5%) =   H
12 r r 
 i j 

onde:
N = número total de parcelas do experimento;
ri = número de repetições do tratamento i;
rj = número de repetições do tratamento j;
H = valor tabelado da distribuição de H do teste de Kruskal-Wallis, no nível de 5% de
probabilidade, com k = 3 tratamentos, r1 ≤ r2 ≤ r3 ≤ 6.

Na segunda situação, começa-se por calcular as médias das ordens da mesma


forma do caso anterior.
A seguir, calculam-se as diferenças mínimas significativas para cada contraste
simples ( Yˆi = Rˆ i  Rˆ j ), no nível de probabilidade β = (1/2)k (k – 1)α, através da fórmula:

N ( N  1) 1 1
∆ij (β %) = t   
12 r r 
 i j 

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 535


536

onde:
t = valor de t tabelado, com n1 = nível de significância β e n2 = infinitos graus de
liberdade do resíduo (TABELA A.7).
N = número total de parcelas do experimento;
ri = número de repetições do tratamento i;
rj = número de repetições do tratamento j.

Em qualquer situação, o valor de cada contraste simples ( Yˆi = Rˆ i  Rˆ j ) é


comparado com o valor de ∆ij. Logo, tem-se:
Ŷ   (5% ou β) - * (existe diferença significativa entre os tratamentos no nível
de 5% ou β de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 95% ou β de que o
contraste seja diferente de zero);
Ŷ <  (5% ou β) - ns (não existe diferença significativa entre os tratamentos no
nível de 5% ou β de probabilidade, ou seja, com 95% ou β de probabilidade o contraste
não difere de zero).
Quando o H calculado > H tabelado (5% ou β) e está-se comparando as médias
de tratamentos duas a duas, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Ŷ  0 (tratamentos diferentes).
Exemplo 6: Verificar pelo teste H de Kruskal-Wallis se existe ou não diferença
significativa entre os tratamentos a partir dos dados da TABELA 16.6.

Tabela 16.6 – Influência do tamanho do disco em relação ao esforço da tração (em kgf) na aração do solo

D1 – 26 cm D2 – 28 cm D3 – 30 cm

2.212,8 (13)* 2.195,2 (12) 1.770,3 (4)


2.025,3 (9) 2.031,5 (11) 1.800,0 (5)
1,989,0 (8) 1.876,5 (7) 1.852,8 (6)
2.232,8 (14) 1.750,3 (2) 1.769,0 (3)
2.027,8 (10) 1.060,3 (1)

R1 = 54 R2 = 33 R3 = 18

NOTA: (*) Os números entre parênteses representam as ordens das observações na classificação
conjunta.
FONTE: CAMPOS (1983).

Logo, tem-se:

12 Ri2
H=
N ( N  1)
 ri
 3 ( N  1)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 536


537

12  (54) 2 (33) 2 (18) 2 


=      3 (14  1)
14 (14  1)  5 5 4 

12  2.916,0 1.089,0 324,0 


=      3 (15)
14 (15)  5 5 4 

=
12
583,2  217,8  81,0  45
210

=
12
882,0  45
210

10.584,0
=  45
210
= 50,4  45 = 5,4

Logo, H calculado (5,4) < H tabelado (5,643) - ns. Assim, chega-se à conclusão
que não existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo teste de H
de Kruskal-Wallis, entre os tamanhos dos discos, ou seja, os três tipos de discos
proporcionam o mesmo esforço da tração (em kgf) na aração do solo.
Exemplo 7: Verificar pelo teste H de Kruskal-Wallis se existe ou não diferença
significativa entre os tratamentos a partir dos dados da TABELA 16.7.

Tabela 16.7 – Efeito de inseticidas no feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) em relação à produção (em kg/ha)

T1 (Testemunha) T2 (Ekatin) T3 (EPN)

1.012,0 (4)* 1.451,0 (6) 1.534,0 (9,5)


925,0 (2) 1.575,0 (11) 1.658,0 (13)
989,0 (3) 1.534,0 (9,5) 1.700,0 (14,5)
1.132,0 (5) 1.493,0 (7) 1.700,0 (14,5)
827,0 (1) 1.513,0 (8) 1.648,0 (12)

R1 = 15 R2 = 41,5 R3 = 63,5

NOTA: (*) Os números entre parênteses representam as ordens das observações na classificação
conjunta.
FONTE: Adaptado de CAMPOS (1983).

Logo, tem-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 537


538

12 Ri2
N ( N  1)
 r  3 ( N  1)
i
H=
1
 t i (t i2  1)
N ( N 2  1)

12  (15) 2 (41,5) 2 (63,5) 2 


     3 (15  1)
15 (15  1)  5 5 5 
=
1

2 (2 2  1)  2 (2 2  1) 
15 (15 2  1)

12  225,00 1.722,25 4.032,25 


     3 (16)
15 (16)  5 5 5 
=
1
2 (4  1)  2 (4  1)
15 (225  1)

12
45,00  344,45  806,45  48
= 240
1
2 (3)  2 (3)
15 (224)

12
1.195,90  48
= 240
1
6  6
3.360

14.350,8
 48
= 240
12
1
3.360

59,795  48
=
1  0,00357

11,795
=  11,837
0,99643

Logo, H calculado (11,837) > H tabelado (5,72) - *. Assim, chega-se à conclusão


que existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo teste de H de
Kruskal-Wallis, no efeito de inseticidas no feijoeiro em relação à produção (em kg/ha).
Como houve diferença significativa entre os tratamentos, há necessidade de
comparar as médias de tratamentos duas a duas, para se chegar ao melhor tratamento.
Logo, tem-se:

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 538


539
R
Rˆ1  1
r1

15
= = 3,0
5

R
Rˆ 2  2
r2

41,5
= = 8,3
5

R
Rˆ 3  3
r3

63,5
= = 12,7
5

Como os tratamentos têm o mesmo número de repetições, o valor de ∆ij é o


mesmo para todos os contrastes. Desse modo, tem-se:

N ( N  1) 1 1
∆ij (5%) =   H
12 r r 
 i j 

15 (15  1) 1 1
=    5,72
12 5 5

15 (16) 2
=   5,72
12 5

=
240
0,4 5,72
12

549,12
=
12

= 45,76  6,765

Yˆ1 = Rˆ1  Rˆ 2

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 539


540
= 3,0 – 8,3 = 5,3 ns

Yˆ2 = Rˆ1  Rˆ 3

= 3,0 – 12,7 = 9,7 *

Yˆ3 = Rˆ 2  Rˆ 3

= 8,3 – 12,7 = 4,4 ns

De acordo com os resultados do teste H de Kruskal-Wallis, pode-se concluir:


a) Apenas um contraste foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou
seja, o inseticida EPN proporcionou uma maior produção no feijoeiro do que a
testemunha.
b) Os demais contrastes foram não significativos no nível de 5% de
probabilidade, ou seja, os tratamentos Ekatin e testemunha, e Ekatin e EPN foram
semelhantes quanto à produção de feijão.

16.4 Teste de Friedman

O teste de Friedman é um teste não-paramétrico que também usa estatísticas de


ordem, cuja ordenação é feita por bloco, podendo ser aplicado na pesquisa agropecuária
em ensaios em blocos casualizados, quando há três ou mais tratamentos. No campo não-
paramétrico, ele também substitui o teste F para verificar se existe ou não diferença
significativa entre os tratamentos avaliados.
O referido teste também se baseia exclusivamente nos valores da ordem dos
tratamentos, sem levar em conta se as diferenças entre os dados originais são de pequena
ou grande monta. Por outro lado, avaliando diferenças apenas de ordem, sem nenhum
critério quantitativo mais preciso, a análise estatística deste tipo dificulta muito a
interpretação econômica dos resultados. Assim sendo, este teste também não deve ser a
primeira opção para uso.
Sua fórmula é a seguinte:

12
K=
bk (k  1)
 Ri2  3 b (k  1)

onde:
R = soma das ordens de cada tratamento i (a parcela de menor valor recebe o valor 1, a
segunda o valor 2 e assim por diante, em cada bloco);
b = número de blocos do experimento;

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 540


541
k = tamanho do bloco, ou seja, número de parcelas e/ou de tratamentos que formam o
bloco.

Quando dois ou mais valores forem iguais, ou seja, quando ocorrer empate entre
duas ou mais observações de um mesmo bloco, a sua fórmula passa a ser a seguinte:

12
bk (k  1)
R i
2
 3 b (k  1)

 t 
K= 3
k
1
ij

bk (k 2  1)

onde:
R = soma das ordens de cada tratamento i (a parcela de menor valor recebe o valor 1, a
segunda o valor 2 e assim por diante, sendo que quando dois ou mais valores forem
iguais utilizam-se o valor médio para todos eles, em cada bloco);
b = número de blocos do experimento;
k = tamanho do bloco, ou seja, número de parcelas e/ou de tratamentos que formam o
bloco;
tij = número de observações empatadas mais as individuais (não empatadas) em cada
bloco.

O valor de K calculado é comparado com o valor de K tabelado, obtido na tabela


de limites de distribuição de K, com k = 3 tratamentos e b = 2 ≤ 15 blocos; k = 4
tratamentos e b = 2 ≤ 8 blocos; k = 5 tratamentos e b = 3 ≤ 5 blocos; e α = nível de
significância (o nível de 5% de probabilidade é o mais utilizado na prática) (TABELA
A.18). Quando, porém, k > 5 tratamentos ou o número de blocos está acima do previsto
na Tabela A.18, o valor de K tabelado é obtido na tabela de limites unilaterais de Qui-
quadrado, com k – 1 graus de liberdade (TABELA A.15).
Logo, tem-se:
K calculado > K tabelado (5%) - * (existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com mais de 95% de probabilidade
deve existir pelo menos um contraste entre médias de tratamentos que difere de zero);
K calculado < K tabelado (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os
tratamentos no nível de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade não
existe nenhum contraste entre médias de tratamentos que difere de zero).
Quando se aplica o teste de Friedman está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : os tratamentos não diferem entre si;
b) H1: pelo menos dois deles diferem entre si.
Se K calculado > K tabelado (5%), ou seja, se estiver de acordo com a hipótese
alternativa (H1), há necessidade de comparar as médias de tratamentos duas a duas, para
se chegar ao melhor tratamento. Neste caso, o valor de cada contraste simples ( Yˆi = Ri –
Rj) é comparado com o valor de ∆1, obtido na Tabela A.19, com k = 2 ≤ 15 tratamentos, b

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 541


542
= 2 ≤ 15 blocos e α = nível de significância (o nível de 5% de probabilidade é o mais
utilizado na prática).
Logo, tem-se:
Ŷ   1 (5%) - * (existe diferença significativa entre os tratamentos no nível de
5% de probabilidade, ou seja, há uma probabilidade acima de 95% de que o contraste seja
diferente de zero);
Ŷ <  1 (5%) - ns (não existe diferença significativa entre os tratamentos no nível
de 5% de probabilidade, ou seja, com 95% de probabilidade o contraste não difere de
zero).
Quando o K calculado > K tabelado (5%) e está-se comparando as médias de
tratamentos duas a duas, está-se testando as seguintes hipóteses:
a) H0 : Ŷ = 0 (tratamentos semelhantes);
b) H1 : Ŷ  0 (tratamentos diferentes).
Exemplo 8: Verificar pelo teste de Friedman se existe ou não diferença
significativa entre os tratamentos a partir dos dados da TABELA 16.8.

Tabela 16.8 – Efeito de variedades na incidência de plantas doentes (em %) de tomateiro


(Lycopersicum esculentum Mill.)

Blocos V1 V2 V3

Bloco I 20 (1)* 27 (2) 40 (3)


Bloco II 28 (2) 15 (1) 60 (3)
Bloco III 5 (1) 20 (3) 15 (2)
Bloco IV 40 (2) 35 (1) 60 (3)
Bloco V 18 (1) 20 (2) 25 (3)

R1 = 7 R2 = 9 R3 = 14

NOTA: (*) Nas linhas, os números entre parênteses representam as ordens das observações dentro de
cada bloco.
FONTE: Adaptado de GOMES (1985).

Logo, tem-se:

12
K=
bk (k  1)
 Ri2  3 b (k  1)

=
12
5 x 3 (3  1)
 
(7) 2  (9) 2  (14) 2  3 x 5 (3  1)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 542


543

=
12
49  81  196  15 (4)
15 (4)

=
12
326  60
60

3.912,0
=  60
60

= 65,2  60 = 5,2

Logo, K calculado (5,4) < K tabelado (6,16) - ns. Assim, chega-se à conclusão
que não existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo teste de
Friedman, entre as variedades de tomateiro, ou seja, as três variedades proporcionaram a
mesma porcentagem de plantas doentes em tomateiro.
Exemplo 9: Verificar pelo teste de Friedman se existe ou não diferença
significativa entre os tratamentos a partir dos dados da TABELA 16.9.

Tabela 16.9 – Efeito de rações no ganho de peso (em kg) de ovinos (dados fictícios)

Ração A Ração B Ração C Ração D

Bloco I 6 (1)* 10 (2) 20 (3) 30 (4)


Bloco II 8 (1,5) 8 (1,5) 22 (3) 30 (4)
Bloco III 5 (1) 11 (2) 25 (3,5) 25 (3,5)

R1 = 3,5 R2 = 5,5 R3 = 9,5 R4 = 11,5

NOTA: (*) Nas linhas, os números entre parênteses representam as ordens das observações dentro de
cada bloco.

Logo, tem-se:

12
bk (k  1)
R i
2
 3 b (k  1)

 t 
K= 3
k
1
ij

bk (k 2  1)

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 543


544
12
3 x 4 (4  1)
 
(3,5) 2  (5,5) 2  (9,5) 2  (11,5) 2  3 x 3 (4  1)
=
1
  
(1) 3  (1) 3  (1) 3  (1) 3  4  (2) 3  (1) 3  (1) 3  4  (1) 3  (1) 3  (2) 3  4 
3 x 4 (4 2  1)

12
12,25  30,25  90,25  132,25  9 (5)
12 (5)
=
1
1  1  1  1 4  8  1  1  4  1  1  8  4
12 (16  1)

12
265,0  45
= 60
1
0  6  6
12 (15)

3.180,0
 45
= 60
12
1
180

53  45
=
1  0,067

8
=  8,574
0,933

Logo, K calculado (8,574) > H tabelado (6,936) - *. Assim, chega-se à conclusão


que existe diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, pelo teste de
Friedman, no efeito de rações em relação ao ganho de peso (em kg) de ovinos.
Como houve diferença significativa entre os tratamentos, há necessidade de
comparar as médias de tratamentos duas a duas, para se chegar ao melhor tratamento.
Logo, tem-se:

∆1  8,0

Como os tratamentos têm o mesmo número de repetições, o valor de ∆1 é o


mesmo para todos os contrastes. Desse modo, tem-se:

Yˆ1 = R1 – R2

= 3,5 – 5,5 = 2,0 ns

Yˆ2 = R1 – R3

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 544


545
= 3,5 – 9,5 = 6,0 ns

Yˆ3 = R1 – R4

= 3,5 – 11,5 = 8,0 *

Yˆ4 = R2 – R3

= 5,5 – 9,5 = 4,0 ns

Yˆ5 = R2 – R4

= 5,5 – 11,5 = 6,0 ns

Yˆ6 = R3 – R4

= 9,5 – 11,5 = 2,0 ns

De acordo com os resultados do teste de Friedman, pode-se concluir:


a) Apenas um contraste foi significativo no nível de 5% de probabilidade, ou
seja, a ração D proporcionou um maior ganho de peso em ovinos do que a ração A.
b) Os demais contrastes foram não significativos no nível de 5% de
probabilidade, ou seja, as rações A e B, A e C, B e C, B e D, e C e D foram semelhantes
quanto ao ganho de peso em ovinos.
16.5 Exercícios

a) Através do teste do qui-quadrado, pede-se para avaliar a efetividade da


vitamina C na resistência à gripe de frangos de corte durante um período de 45 dias, a
partir de uma amostra de 260 pintos de um dia da mesma linhagem, do mesmo sexo e
mesmo peso corporal, dos quais 130 pintos foram submetidos a uma dieta rica em
vitamina C, onde 18 ficaram gripados e 112 não ficaram gripados, e 130 pintos a uma
dieta com níveis normais de vitamina C, onde 80 ficaram gripados e 50 não ficaram
gripados.

b) Através do teste do sinal, pede-se para comparar o leite de vaca com o leite de
búfula, a partir de uma amostra de 80 crianças do mesmo sexo e idade, onde foi oferecido
os dois tipos de leite para cada criança, pedindo-lhe que diga qual o melhor, cujo
resultado foi o seguinte: 44 crianças preferiram o leite de vaca (sinal +) e 36 crianças
preferiram o leite de búfula (sinal -).

c) Através do teste do sinal, pede-se para comparar o pão francês normal com o
pão francês especial (massa normal mais inclusão de multimistura), a partir de uma
amostra de 60 crianças do mesmo sexo e idade, onde foi oferecido os dois tipos de pães
para cada criança, pedindo-lhe que diga qual o melhor, cujo resultado foi o seguinte: 33
crianças preferiram o pão francês normal (sinal +) e 27 crianças preferiram o pão francês
especial (sinal -).
Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 545
546

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 546


547

Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA – CECA-UFAL, 2011. Página 547

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