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Política Nacional para as Mulheres e

Política Nacional de Enfrentamento à


Violência Contra as Mulheres

Profª Priscila Vargas Mello


Política Nacional para as Mulheres e Política Nacional de
Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres

Professora Priscila Vargas Mello

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Edital

POLÍTICA NACIONAL PARA AS MULHERES E POLÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À


VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES: (Lei Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 – "Lei
Maria da Penha").

BANCA: Fundatec
CARGO: Agente Administrativo

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Lei Maria da Penha

POLÍTICA NACIONAL PARA AS MULHERES E POLÍTICA NACIONAL PARA


ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
(LEI 11.340/06, “LEI MARIA DA PENHA”)

MARIA DA PENHA É UMA PESSOA REAL E QUASE FOI ASSASSINADA


A história da farmacêutica bioquímica Maria da Penha Maia Fernandes deu nome para a Lei nº
11.340/2006 porque ela foi vítima de violência doméstica durante 23 anos.
Em 1983, o marido tentou assassiná-la por duas vezes. Na primeira vez, com um tiro de arma de
fogo, deixando Maria da Penha paraplégica. Na segunda, ele tentou matá-la por eletrocussão e
afogamento.
Após essa tentativa de homicídio, a farmacêutica tomou coragem e o denunciou. O marido de
Maria da Penha foi punido somente após 19 anos.
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/10/9-fatos-que-voce-precisa-saber-sobre-a-lei-maria-da-penha

VIOLÊNCIA DE GÊNERO

A LMP não trata de toda e qualquer violência contra a mulher, mas sim da violência de gênero
praticada no âmbito doméstico, familiar ou numa relação íntima de afeto.
Para Maria Amélia Teles e Mônica de Melo violência de gênero representa ―uma relação de
poder de dominação do homem e de submissão da mulher. Demonstra que os papéis impostos
às mulheres e aos homens, consolidados ao longo da história e reforçados pelo patriarcado e
sua ideologia, induzem relações violentas entre os sexos‖
Para Rogerio Sanches Cunha e Ronaldo Batista Pinto violência de gênero ―é a violência
preconceito, tendo com motivação a opressão à mulher, fundamento de aplicação da Lei Maria
da Penha. Trata-se da violência que se vale da hipossuficiência da vítima mulher, discriminação
quanto ao sexo feminino.‖
Ou seja, é o menosprezo quanto ao sexo feminino. Esse pressuposto é fundamental, pois, se
não estiver presente, não aplicamos a lei Maria da Penha.
Enunciado 5, STJ: Para a aplicação da Lei n. 11.340/2006, há necessidade de demonstração da
situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência da mulher, numa perspectiva de gênero.

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO CONTEXTO DA LMP

Violência doméstica trata-se da ―agressão contra a mulher num determinado ambiente


(doméstico, familiar ou de intimidade), com finalidade específica de objetá-la, isto é, dela
retirar direitos, aproveitando da sua hipossuficiência.‖ (Rogério Sanches Cunha).
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das
formas de violação dos direitos humanos.

A LMP é uma lei que implementa políticas de ações afirmativas, com o objetivo de acelerar o
processo de obtenção da igualdade entre homens e mulheres. Trata-se de medidas especiais
temporárias adotadas pelo Estado com o objetivo de acelerar o processo de igualização entre
homens e mulheres.

CONSTITUCIONALIDADE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – LEI Nº 11.340/06 – GÊNEROS MASCULINO E FEMININO – TRATAMENTO


DIFERENCIADO. O artigo 1º da Lei nº 11.340/06 surge, sob o ângulo do tratamento diferenciado
entre os gêneros – mulher e homem –, harmônica com a Constituição Federal, no que necessária
a proteção ante as peculiaridades física e moral da mulher e a cultura brasileira. COMPETÊNCIA
– VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – LEI Nº 11.340/06 – JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR CONTRA A MULHER. O artigo 33 da Lei nº 11.340/06, no que revela a conveniência de
criação dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher, não implica usurpação
da competência normativa dos estados quanto à própria organização judiciária. VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER – REGÊNCIA – LEI Nº 9.099/95 – AFASTAMENTO.
O artigo 41 da Lei nº 11.340/06, a afastar, nos crimes de violência doméstica contra a mulher,
a Lei nº 9.099/95, mostra-se em consonância com o disposto no § 8º do artigo 226 da Carta da
República, a prever a obrigatoriedade de o Estado adotar mecanismos que coíbam a violência
no âmbito das relações familiares. (ADC 19, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno,
julgado em 09/02/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 28-04-2014 PUBLIC 29-04-
2014)

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação
de violência doméstica e familiar.
•• A LMP é uma lei multidisciplinar;
•• Não tem um viés eminentemente penal;

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•• Atuação conjunta de diferentes ramos do direito;


•• Compromisso internacional assumido pelo Brasil;
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura,
nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida,
à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das
mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o
efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e,
especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e
familiar.

FINALIDADES DA LMP

1) Coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. (art. 1, L.11 340)
2) Criação dos Juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher. (art. 1, L 11.340)
Cuidado: não se confunde com os juizados criminais criados pela lei 9099/95.
3) Estabelece medidas de assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
(medidas extrapenais). (art. 8 e 9 L 11.340)
4) Estabelece medidas de proteção à mulher em situação de violência doméstica e familiar.
(art. 22, 23 e 24, L 11.340)
5) Apresenta diretrizes para atuação dos órgãos de polícia no acolhimento, atendimento e
inquirição da mulher vítima de violência doméstica e familiar (art. 10 ao 12, L 11.340/06)

ESPÉCIES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial:

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I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente
de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que
são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação
sexual.

""Deixe seu preconceito no caminho, que eu quero passar com o meu amor".

FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde
corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que
vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez,
ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que
limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
suas necessidades;
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou
injúria.

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SUJEITO ATIVO

Qualquer pessoa pode praticar o crime de violência contra a mulher. Portanto, quem pratica a
violência não será necessariamente pessoa do sexo masculino. Mulheres podem figurar como
agente ativo da violência doméstica. Exemplo: relação homoafetiva entre mulheres, onde uma
das parceiras exerce alguma das espécies de violência tuteladas pela lei; violência de filha em
face da mãe e vice-versa, etc.
Prepondera o entendimento de que o sujeito ativo de qualquer das condutas criminosas
praticadas no contexto de violência de gênero é qualquer pessoa.
Enunciado 3, STJ: O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é
a mulher, já o sujeito ativo pode ser tanto o homem quanto a mulher, desde que fique
caracterizado o vínculo de relação doméstica, familiar ou de afetividade, além da convivência,
com ou sem coabitação.

SUJEITO PASSIVO

O sujeito passivo é a mulher.


E o homem vítima de violência doméstica? O homem vítima de violência doméstica de acordo
com doutrina e jurisprudência majoritárias não está protegido pela Lei Maria da Penha. Haverá
incidência do artigo 129, §9ª, CP e, no que for cabível, a Lei 9099/95.
Art. 129, § 9º, CP (redação conferida pela L 11320/2006): Se a lesão for praticada contra
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006). Pena – detenção, de 3 (três) meses a
3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006).

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO


DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma
articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no
Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas
públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência
doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e
municipal.
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar
sua integridade física e psicológica:

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I – acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta
ou indireta;
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho,
por até seis meses.
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o
acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os
serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis
(DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos
necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial
e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores – preferencialmente do sexo
feminino – previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha
de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes
diretrizes:(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
I – salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a sua
condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
II – garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e
familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e
pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
III – não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos
âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada.
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha
de delitos de que trata esta Lei, adotar- se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
I – a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os
equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e
familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº 13.505,
de 2017)
II – quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em
violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial; (Incluído pela
Lei nº 13.505, de 2017)
III – o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a degravação e
a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

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Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade


policial deverá, entre outras providências:
I – garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério
Público e ao Poder Judiciário;
II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida;
IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do
local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem
prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se
apresentada;
II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido
da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros
exames periciais necessários;
V – ouvir o agressor e as testemunhas; (obs: direito ao contraditório; direito ao silêncio; direito
de ser ouvido)
VI – ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências
policiais contra ele;
VII – remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:
I – qualificação da ofendida e do agressor;
II – nome e idade dos dependentes;
III – descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
IV – informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da violência
sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexistente. (Incluído pela Lei nº
13.836, de 2019)
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o boletim de ocorrência
e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.

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§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por
hospitais e postos de saúde.
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e planos de atendimento
à mulher em situação de violência doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia
Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos
Investigativos de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investigação das
violências graves contra a mulher.
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da
mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será
imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Incluído pela
Lei nº 13.827, de 2019)
I – pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou (Incluído pela
Lei nº 13.827, de 2019)
III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado
disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo
máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a
revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva
de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019)

DOS PROCEDIMENTOS: DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de
Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao
idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária
com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos
Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme
dispuserem as normas de organização judiciária.

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FORO COMPETENTE

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o
Juizado:
I – do seu domicílio ou de sua residência;
II – do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III – do domicílio do agressor.
*Essa regra de competência concorrente é exclusiva para processos cíveis.
*Para os processos penais devemos observar as regras gerais de competência.

RENÚNCIA À REPRESENTAÇÃO

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei,
só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada
com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
ADI 4424/DF: O STF conferiu interpretação conforme a constituição ao artigo 41 da L
11.340/06, assentando a natureza pública incondicionada da ação nos casos de lesões
corporais praticados mediante violência doméstica e familiar. Assim, ainda que a vítima tenha
manifestado em sede policial o seu desinteresse no prosseguimento do feito, o certo é que sua
concordância ou não com a instauração de ação penal mostra-se irrelevante.
*Crime de ameaça: continua a depender de representação da vítima, por exigência expressa
do artigo 147, p. único, CP.

PENA NA LMP

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas
de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique
o pagamento isolado de multa.
Súmula 588, STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência
doméstica ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

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MEDIDAS PROTETIVAS

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do
Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independente-
mente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser
prontamente comunicado.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão
ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder
novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário
à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

MEDIDAS PROTETIVAS E PRISÃO PREVENTIVA

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva
do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a
falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

NOTIFICAÇÃO DA VÍTIMA

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente
dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído
ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor .

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MEDIDAS PROTETIVAS QUE OBRIGAM AO AGRESSOR

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta
Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes
medidas protetivas de urgência, entre outras: *rol exemplificativo.
I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente,
nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;
II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III – proibição de DETERMINADAS condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo
de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de DETERMINADOS lugares a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida;
IV – restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de
atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V – prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na
legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,
devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas
no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará
ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e
determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável
pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação
ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a
qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§
5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

MEDIDAS PROTETIVAS À VÍTIMA

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I – encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção
ou de atendimento;

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II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio,
após afastamento do agressor;
III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos;
IV – determinar a separação de corpos.

MEDIDAS PROTETIVAS DE CARÁTER PATRIMONIAL

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de
propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV – prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos
II e III deste artigo.

DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta
Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu
as medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis. (Incluído pela
Lei nº 13.641, de 2018)

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais
decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

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PGE-RS – Lei Maria da Penha – Profª Priscila Vargas Mello

Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I – requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de
segurança, entre outros;
II – fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação
de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais
cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;
III – cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19
desta Lei.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso aos
serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede
policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado.

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados
poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à
Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de
orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e
os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá
determinar a manifestação de profissional especializado, mediante a indicação da equipe de
atendimento multidisciplinar.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever recursos
para a criação e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de
Diretrizes Orçamentárias.

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DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,
as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as causas
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões
do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o processo e
o julgamento das causas referidas no caput.

JURISPRUDÊNCIA

Súmula 536, STJ: A suspensão condicional do processo e a transação pena não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Súmula 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência
doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Súmula 589, STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes e contravenções penais
praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Súmula 588, STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência
doméstica ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Súmula 600, STJ: Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5ª da
Lei 11.340 de 2006 não se exige a coabitação entre autor e vítima.

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Questões

1. (QUADRIX – CRESS-SC – Agente fiscal – 2019)


No Brasil, mulheres de todas as idades, classes e raças e vários níveis de escolaridade são
atingidas pela violência de gênero. A Lei Maria da Penha constitui um importante instrumento
para enfrentar e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. No que concerne à Lei
Maria da Penha, julgue o item.
Nas ações penais públicas incondicionadas à representação da ofendida, será admitida a
renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada para tal
finalidade.
( ) Certo   ( ) Errado

ERRADA.
Artigo 16 da Lei 11.340 dispõe: Nas ações penais públicas condicionadas à representação
da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante
o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento
da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Obs: Nos crimes regidos pelo CPP a representação se torna irretratável após
oferecimento da denúncia, conforme dispõe artigo 25, CPP.

2. (NUCEPE – Prefeitura de Teresina-PI – Guarda Municipal – 2019)


Relativamente à Lei Maria da Penha (11.340/2006), marque a alternativa CORRETA.
a) Serão asseguradas aos homens e às mulheres as condições para o exercício efetivo dos
direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao
acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
respeito e à convivência familiar e comunitária.
b) O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das
mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
c) Cabe apenas ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos
direitos enunciados no caput.
d) A violência doméstica e familiar contra a mulher não se constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos, mas de violência psicológica, e algumas vezes, física.
e) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de
forma articulada, emergencialmente quando a violência tiver sido realizada contra mulher
servidora pública.

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B) O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das
mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-
las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.
Correta, artigo 3, §1ª, LMP.

3. (QUADRIX – CRESS-SC – Agente fiscal – 2019)


No Brasil, mulheres de todas as idades, classes e raças e vários níveis de escolaridade são
atingidas pela violência de gênero. A Lei Maria da Penha constitui um importante instrumento
para enfrentar e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. No que concerne à Lei
Maria da Penha, julgue o item:
O juiz poderá determinar o afastamento da mulher em situação de violência doméstica do seu
lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos.
( ) Certo   ( ) Errado

Correta, trata-se de uma das medidas protetivas de urgência prevista no artigo 23,
inciso III, Lei 11.340.

4. (IADES – SEASTER-PA – Técnico de Enfermagem – 2019)


A Lei nº 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, cria mecanismos para coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher, bem como estabelece medidas de assistência
e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Para efeitos de proteção
da lei, a criação das condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos compete:
a) ao companheiro e à família.
b) à família e ao Poder Judiciário.
c) à família, à sociedade e ao poder público.
d) à sociedade e ao companheiro.
e) aos filhos e ao Estado.

C) à família, à sociedade e ao poder público.


Correta, conforme artigo 3, §2ª, LMP.

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5. (FUNDATEC – SULGÁS – Assistente de Serviços Administrativos – 2018)


De acordo com o art. 5º da Lei Federal nº 11.340/2006, configura violência doméstica e familiar
contra a mulher qualquer ação ou omissão, baseada no gênero, que lhe cause:
I. Morte ou lesão.
II. Sofrimento físico, sexual ou psicológico.
III. Dano moral ou patrimonial. Quais estão corretas?a
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

E) I, II e III.
Correta, conforme artigo, 7ª, LMP.

6. (FUNDATEC – SULGÁS – Assistente de Serviços Administrativos)


De acordo com as disposições do art. 24-A da Lei Federal nº 11.340/2006, independentemente
de outras sanções cabíveis, quem descumprir decisão judicial que deferiu medidas protetivas
de urgência para os casos de prática de violência doméstica e familiar contra a mulher está
sujeito a pena de detenção de meses a anos.
a) três – dois
b) três – três
c) quatro – três
d) quatro – quatro
e) cinco – quatro

A) três – dois.
Correta, conforme artigo 24-A, L 11.340.

7. (FUNDATEC – GHGV – Assistente Administrativo – 2017)


A Lei nº 11.340/2006, ao tratar das formas de violência contra a mulher, entre outras, determina
que a violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda:
a) A moral da cidadã.
b) Sua integridade ou saúde corporal
c) Psicologicamente.
d) De forma verbal.
e) De forma direta ou indireta.

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B) Sua integridade ou saúde corporal
Correta, conforme artigo 7, I, L 11.340.

8. (IBADE – PC-AC – Agente de Polícia Civil – 2017)


Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, atraindo, portanto, a competência
do juízo especializado na matéria, qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando:
a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas.
b) baseada no gênero, em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação ou da orientação
sexual.
c) ocorra no âmbito da família, como por exemplo o caso do filho agride o pai.
d) baseada no sexo, salvo nas relações homoafetivas.
e) a ocorrência se dê no âmbito da unidade doméstica envolvendo qualquer familiar
independente do sexo da vítima.

B) baseada no gênero, em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor


conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação ou da
orientação sexual.
Correta, conforme leitura do artigo 5, caput e inciso III, LMP.

9. (FUNDATEC – FHGV – Assistente Administrativo – 2017)


Na interpretação da Lei nº 11.340/2006, serão considerados os fins sociais a que ela se destina
e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de:
a) Vulnerabilidade.
b) Incapacidade.
c) Violência doméstica e familiar.
d) Abandono.
e) Risco e perigo.

C) Violência doméstica e familiar.


Correta, conforme artigo 4ª, LMP.

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10. (IBFC – AGERBA – Técnico em Regulação – 2017)


Assinale a alternativa correta sobre a espécie de violência que a Lei Federal nº 11.340, de 7 de
agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) indica, em termos expressos e precisos, como qualquer
conduta contra a mulher que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima, que lhe
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça.
a) Violência psicológica
b) Violência moral
c) Violência imaterial
d) Violência uxória
e) Violência extra corporal

A) Violência psicológica
Correta, conforme artigo 7, inciso II, LMP.

11. (IBFC – AGERBA – Técnico em Regulação – 2017)


Assinale a alternativa INCORRETA considerando as disposições da Lei Federal nº 11.340, de 7
de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), sobre a assistência à mulher em situação de violência
doméstica e familiar.
a) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma
articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência
Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras
normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
b) O juiz determinará, por prazo incerto, a inclusão da mulher em situação de violência
doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e
municipal.
c) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar
sua integridade física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando servidora pública,
integrante da administração direta ou indireta.
d) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar
sua integridade física e psicológica manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário
o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.
e) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o
acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científco e tecnológico, incluindo
os serviços de contracepção de emergência, a proflaxia das Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros
procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

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B) O juiz determinará, por prazo incerto, a inclusão da mulher em situação de violência
doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal,
estadual e municipal.
Assertiva incorreta, pois viola o disposto no artigo 9, §1ª, LMP.

12. (CESPE – SEFAZ-RS – 2019 – Auditor Fiscal da Receita Estadual)


Uma mulher sofreu diversas formas de violência doméstica provocadas pelo marido. Muito
abalada, ela conseguiu ir a uma delegacia especializada e foi recebida por uma autoridade
policial que, após ouvir suas queixas, adotou imediatamente as providências cabíveis. O
expediente foi recebido pelo juiz com pedido de medidas protetivas de urgência. De acordo
com a Lei nº 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —, o juiz poderá conceder medida protetiva
a) somente após a audiência das partes.
b) isoladamente, sendo vedada a cumulação.
c) apenas se houver pedido expresso da ofendida nesse sentido.
d) de imediato, ainda que sem a oitiva das partes e sem a manifestação do Ministério Público.
e) somente após a manifestação do Ministério Público.

D) de imediato, ainda que sem a oitiva das partes e sem a


manifestação do Ministério Público. Correta, conforme artigo 19, §1ª, LMP.

13. (CESPE – SLU-DF – Analista de Gestão de Resíduos Sólidos – Serviço Social – 2019)
À luz das disposições da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), julgue o próximo item.
O juiz deve assegurar a manutenção do vínculo trabalhista, por até seis meses, à mulher que,
por estar em situação de violência doméstica, necessite se afastar de seu local de trabalho.
( ) Certo   ( ) Errado

Correta, nos termos do artigo 9, §2ª, II, L 11.340.

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14. (VUNESP – TJ-AC – Juiz de Direito – 2019)


Em relação à violência doméstica e ao quanto previsto na Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha),
assinale a alternativa correta.
a) O crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência é inafiançável.
b) A violência patrimonial também pode ser considerada forma de violência doméstica e
familiar contra a mulher.
c) A prisão preventiva do agressor poderá ser decretada pelo juiz de ofício somente durante a
instrução, mas não durante o inquérito policial.
d) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão
baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico
e dano moral ou patrimonial em qualquer relação íntima de afeto, desde que o agressor
conviva ou tenha convivido sob o mesmo teto com a ofendida.

B) A violência patrimonial também pode ser considerada forma de violência doméstica


e familiar contra a mulher. Correta, conforme artigo 7, inciso IV, LMP.
Súmula 600, STJ: Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo
5ª da Lei 11.340 de 2006 não se exige a coabitação entre autor e vítima.

15. (CESPE – TJ-BA – Juiz de Direito – 2019)


De acordo com a jurisprudência do STJ acerca da Lei Maria da Penha — Lei nº 11.340/2006 —,
o delito de descumprimento de medida protetiva de urgência constitui crime
a) cujo sujeito ativo deve ser sempre um homem.
b) que não admite a concessão de fiança.
c) cuja caracterização será afastada se tiver sido prevista a aplicação de multa na decisão que
tiver determinado a medida protetiva.
d) mesmo que a determinação da medida protetiva tenha partido do juízo cível.
e) cuja caracterização admite a modalidade culposa.

D) mesmo que a determinação da medida protetiva tenha partido do juízo cível.


Correta, conforme artigo 24-A,§1ª, LMP.

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16. (INSTITUTO – AOCP – PC-ES – Instituto AOCP – 2019 – Escrivão de Polícia)
Assinale a alternativa que está de acordo com os preceitos da Lei nº 11.340/2006.
a) As medidas protetivas de urgência devem ser adotadas pelo juiz no prazo de 24 horas.
b) A violência moral é entendida como qualquer conduta do agressor que constitua calúnia
ou difamação, excetuando-se a injúria.
c) Em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e familiar estará
desacompanhada de advogado.
d) A Lei nº 11.340/2006 veda a aplicação dos institutos da Lei nº 9.099/95, exceto o sursis
processual.
e) É possível obrigar o agressor a prestar alimentos provisionais ou provisórios.

E) É possível obrigar o agressor a prestar alimentos provisionais ou provisórios.


Correta, conforme artigo 22, V, LMP.

17. (FCC – DPEAM – Analista Jurídico da Defensoria – 2018)


Sobre as medidas protetivas de urgência em favor da mulher vítima de violência doméstica e
familiar,
a) é permitido ao juiz, exclusivamente a requerimento do Ministério Público, rever as medidas
já concedidas, se entender necessário à proteção da vítima.
b) ou a vítima, ou seu advogado ou Defensor Público, deverão ser informados sobre a saída do
agressor da prisão.
c) não abrangerá a suspensão da visita do agressor aos dependentes menores, sob nenhuma
hipótese, tendo em vista a importância da convivência familiar.
d) poderá ensejar a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra e
venda, locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial.
e) não inclui a possibilidade de o juiz decidir pela separação de corpos.

B) Incorreta, a teor do artigo 21, caput, L 11.340.


D) poderá ensejar a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de
compra e venda, locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização
judicial.
Correta, conforme art. 24, II, LMP.

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PGE-RS – Lei Maria da Penha – Profª Priscila Vargas Mello

18. FAURGS, BANRISUL, Administração de Bancos de Dados, 2018.


Com base nas normas da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, Lei Maria da Penha, nos casos
de violência doméstica e familiar contra a mulher, considere as afirmações abaixo.
I – A prisão preventiva do agressor é incabível em qualquer hipótese.
II – O agressor e a ofendida devem estar unidos por vínculo familiar.
III – É vedada a aplicação de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

C) Apenas III.
Conforme artigos 17, caput; art. 5, III; e 17 da LMP.

19. (FCC – MPE-PB – Promotor de Justiça – 2018)


Conforme entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) Para a configuração da violência doméstica e familiar, prevista na Lei Maria da Penha (Lei nº
11.340/2006), não se exige a coabitação entre autor e vítima.
b) A suspensão condicional do processo, prevista na Lei nº 9.099/1995, é aplicável na hipótese
de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).
c) É possível a aplicação de prestação de serviços a entidades públicas, bem como a limitação
temporária de direitos ao autor de crime, com violência ou grave ameaça no ambiente
doméstico, contra a mulher.
d) Permanece pública condicionada à representação a ação penal para o crime de lesão
corporal leve, praticado contra a mulher no ambiente doméstico.
e) A transação penal, prevista na Lei dos Juizados Especiais Criminais, é aplicável na hipótese
de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).

A) Para a configuração da violência doméstica e familiar, prevista na Lei Maria da Penha


(Lei nº 11.340/2006), não se exige a coabitação entre autor e vítima.
Correta conforme artigo 5, III, LMP.
Súmula 600, STJ: Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo
5ª da Lei 11.340 de 2006 não se exige a coabitação entre autor e vítima.

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20. (FGV – AL-RO – Consultor de Assessoramento Legislativo – 2018)
Deputados estaduais agendaram reunião para debater providências que poderiam adotar em
conjunto com o objetivo de esclarecer às mulheres sobre os direitos advindos a partir da Lei
Maria da Penha (Lei 11.340/06). Para que não houvesse equívocos, realizaram consultas sobre
as previsões do diploma legal em questão e do Código de Processo Penal.
Diante disso, deverá ser esclarecido que:
a) mesmo diante de crime de ameaça praticado por agente tecnicamente primário, cuja
pena é inferior a 4 anos, poderá ser decretada a prisão preventiva do agente se houver
descumprimento de medida protetiva anteriormente aplicada;
b) uma vez comparecendo em sede policial para noticiar crime de ameaça, delito esse de ação
penal pública condicionada à representação, não mais poderá a vítima se retratar, ainda
que em audiência especial antes do recebimento da denúncia, na presença do juiz e ouvido
o Ministério Público;
c) a lei será aplicada sempre que o crime for praticado em desfavor de pessoas do sexo
feminino como forma de preconceito, ainda que não exista relação íntima de afeto com o
autor do fato;
d) não será admitida aplicação dos institutos despenalizadores previstos na Lei 9.099 (Lei dos
Juizados Especiais), ainda que a pena máxima do delito seja inferior a 02 anos, mas poderá
haver substituição da pena privativa de liberdade unicamente por prestação pecuniária;
e) as vítimas poderão requerer a aplicação de medidas protetivas de urgência, mas não existe
possibilidade de o juiz conceder acesso prioritário à remoção quando servidora pública.

A) mesmo diante de crime de ameaça praticado por agente tecnicamente primário,


cuja pena é inferior a 4 anos, poderá ser decretada a prisão preventiva do agente se
houver descumprimento de medida protetiva anteriormente aplicada;
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a
prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial. Parágrafo único.
O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
Art. 313, III, CPP – Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação
da prisão preventiva: se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).

21. (Prefeitura de Fortaleza-CE – Diversas Especialidades – 2018)


Para os efeitos da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), configura violência doméstica e
familiar contra a mulher:

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PGE-RS – Lei Maria da Penha – Profª Priscila Vargas Mello

a) qualquer ação ou omissão no âmbito doméstico e familiar, baseada no gênero, que lhe
causa morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral e patrimonial, em
relações pessoais que independem de orientação sexual.
b) no âmbito da unidade doméstica, compreendida como espaço de convívio permanente de
pessoas que necessariamente mantenham entre si vínculo familiar.
c) no âmbito da família, compreendida como a unidade formada por indivíduos aparentados,
unidos por laços naturais, excluindo-se os laços por afinidade ou por vontade expressa.
d) em qualquer relação íntima de afeto na qual o agressor ainda conviva com a ofendida,
pressupondo-se a coabitação.

A) qualquer ação ou omissão no âmbito doméstico e familiar, baseada no gênero,


que lhe causa morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral e
patrimonial, em relações pessoais que independem de orientação sexual.
Correta, conforme artigo 5ª, L 11.340.

22. (FGV – TJ-SP – Analista Jurídico – 2018)


Lauro foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal leve praticada no contexto de
violência doméstica e familiar contra a mulher (art. 129, § 9º, CP – pena: 3 meses a 3 anos de
reclusão). Antes do recebimento da denúncia, veio a ser denunciado em outra ação penal, dessa
vez pelo crime de ameaça, também praticado no contexto da Lei nº 11.340/06, após a vítima
ter comparecido à Delegacia, narrado o ato e afirmado que desejava ver Lauro processado,
nos termos exigidos pelo Código Penal para responsabilização criminal, pleiteando medidas
de urgência. Após o oferecimento das denúncias, mas antes do recebimento, a companheira
de Lauro, Joana, suposta vítima, comparece ao cartório do Juizado de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher, informando não mais ter interesse em ver Lauro responsabilizado
criminalmente pelos fatos.
Diante da informação de Joana, o servidor poderá esclarecer que a vontade da vítima:
a) não poderá ensejar retratação da representação em relação a ambos os delitos, tendo em
vista que, por serem praticados em contexto de violência doméstica e familiar contra a
mulher, a responsabilização penal independe da vontade da ofendida;
b) poderá justificar a retratação da representação em relação a ambos os delitos, mas tal
retratação deverá ocorrer em audiência especial, na presença do magistrado, ouvido o
Ministério Público;
c) não poderá ensejar retratação da representação em relação a ambos os delitos, tendo em
vista que, ainda que a vontade da ofendida possa ser relevante, já houve oferecimento das
denúncias;
d) poderá justificar retratação da representação em relação ao crime de ameaça, observadas
as exigências legais em audiência especial, mas não do crime de lesão corporal;
e) poderá justificar a retratação da representação em relação a ambos os delitos, sendo
válida, para tanto, mera declaração da ofendida nos autos.

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D) poderá justificar retratação da representação em relação ao crime de ameaça,
observadas as exigências legais em audiência especial, mas não do crime de lesão
corporal;
Art. 16, L 11.340.
Súmula 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Ameaça: Art. 147 – Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena – detenção, de um a seis
meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

23. (VUNESP – PC-SP – Escrivão de polícia – 2018)


Nos termos da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), é correto afirmar que
a) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas
de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que
implique o pagamento isolado de multa.
b) em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão temporária
do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou
mediante representação da autoridade policial.
c) a ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente
dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sendo desnecessária a intimação do
advogado constituído ou do defensor público.
d) é direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial
e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores – exclusivamente do sexo
feminino.
e) as medidas protetivas de urgência somente poderão ser concedidas pelo juiz, após
representação do Delegado de Polícia ou a requerimento do Ministério Público, desde que
com anuência da ofendida.

A) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher,


de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição
de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Correta, artigo 17, LMP.
Súmula 588, STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com
violência doméstica ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

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PGE-RS – Lei Maria da Penha – Profª Priscila Vargas Mello

24. (CESPE – PC-BA – Escrivão de Polícia – 2014)


Julgue o próximo item, que versa sobre discriminação étnica e violência doméstica e familiar
contra a mulher.
Um indivíduo que calunia a própria esposa comete contra ela violência doméstica e familiar.
( ) Certo   ( ) Errado

Certo, é uma forma de violência moral, nos termos do artigo 7, V LMP.


Calúnia: imputar a alguém a prática de fato criminoso sabidamente falso.

25. (CESPE – PC-AL – Escrivão de Polícia – 2012)


Julgue os itens a seguir, com base a Lei Maria da Penha, que dispõe sobre violência doméstica e
familiar contra a mulher.
A Lei Maria da Penha incide apenas nos casos em que a violência doméstica e familiar contra
a mulher, que consiste em ação ou omissão, baseada no gênero, que resulte em morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, é praticada no âmbito da
unidade doméstica.
( ) Certo   ( ) Errado

INCORRETO, pois a violência doméstica pode ser praticada no âmbito da unidade


doméstica, no âmbito da família e no contexto de uma relação íntima de afeto.
Ver artigo 5, LMP.

26. (CEC – Prefeitura de Pinhais-PR – Guarda Municipal – 2012)


Pedro e Ana tiveram um filho comum, possuíam conta bancária conjunta e apresentavam-se
perante a sociedade como uma família. Entretanto, eles nunca habitaram a mesma residência.
Decorridos seis meses desde o término da relação afetiva havida entre eles, que foi motivado
por constantes agressões e ameaças feitas por Pedro, em um local público, motivado por
ciúmes, Pedro agrediu Ana, causando- -lhe lesões corporais de natureza leve.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a alternativa INCORRETA:
a) O juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação.
b) As medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) não serão
aplicáveis ao caso, pois a agressão foi em local público, o casal nunca habitou a mesma
residência e eles já tinham encerrado o seu relacionamento afetivo.

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c) O juiz poderá determinar a Pedro que não mantenha contato com a ofendida, seus
familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação.
d) Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas, encaminhar a ofendida
e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento.
e) O juiz poderá determinar restrição ou suspensão de visitas ao filho menor, ouvida a equipe
de atendimento multidisciplinar ou serviço similar.

B) As medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) não


serão aplicáveis ao caso, pois a agressão foi em local público, o casal nunca habitou a
mesma residência e eles já tinham encerrado o seu relacionamento afetivo.

27. (CESPE – PC-AL – 2012 – Escrivão de Polícia)


É expressamente previsto na lei o dever de a autoridade policial acompanhar a ofendida, de
forma a assegurar-lhe, se houver necessidade, o direito de retirar seus pertences do local da
ocorrência ou do domicílio familiar.
( ) Certo   ( ) Errado

Certo, conforme artigo 11, IV, L 11430.

28. (FGV – PC-MA – 2012 – Escrivão de Polícia)


Criada com o objetivo de coibir de forma mais rigorosa a violência cometida contra a mulher
em seu ambiente doméstico, familiar e afetivo, a Lei Maria da Penha foi amplamente aceita
pela sociedade, tendo o Supremo Tribunal Federal reconhecido a sua constitucionalidade. Com
relação ao tema, assinale a afirmativa incorreta.
a) A violência física e o comportamento violento do agente que cause dando emocional e
diminuição da autoestima da vítima são formas de violência doméstica e familiar.
b) As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do
Ministério Público ou a pedido da ofendida.
c) Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, o juiz poderá
determinar que o agressor seja afastado do lar, bem como fixar alimentos provisionais ou
provisórios.
d) Segundo a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, tratando-se de agressão
entre cunhadas que residem na mesma casa, a competência para o julgamento respectivo
é da Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a mulher.
e) Segundo a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, não é cabível a suspensão
do processo quando incidente a Lei n. 11.340/2006.

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PGE-RS – Lei Maria da Penha – Profª Priscila Vargas Mello

D) Segundo a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, tratando-se


de agressão entre cunhadas que residem na mesma casa, a competência para o
julgamento respectivo é da Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a mulher.
A assertiva deve ser marcada, pois está incorreta. A violência entre cunhadas não deve
ser encaminhada à vara da violência doméstica, salvo se identificada conotação de
gênero.

29. (IPAD – PC-AC – Agente de Polícia Civil – 2012)


Todas as alternativas abaixo são medidas de proteção à mulher previstas na Lei nº 11.340/2006,
EXCETO:
a) a prestação de alimentos provisionais.
b) a proibição do agressor à prática de determinadas condutas.
c) o afastamento compulsório do lar, por parte do agressor.
d) a restrição do porte de arma do agressor.
e) o banimento do agressor para outro país.

E) o banimento do agressor para outro país.

30. (FAURGS – TJ-RS – Oficial Escrevente – 2010)


Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro de
ocorrência, deverá a autoridade policial
a) ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e decretar as medidas protetivas cabíveis
ao caso.
b) ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência, tomar por termo sua representação,
quando necessária, e, se requerida a concessão de alguma medida protetiva urgente,
encaminhar o expediente a juízo, em autos apartados, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas.
c) ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência, tomar por termo sua representação,
quando necessária, e, se requerida a concessão de alguma medida protetiva de urgência,
ouvir as testemunhas e encaminhar a ofendida para realização de exame de corpo de delito
para, posteriormente, formar o expediente a ser remetido a juízo.
d) ouvir a ofendida, encaminhá-la para realização de exame de corpo de delito, ouvir a parte
acusada e testemunhas, colher as demais provas e, findo o inquérito policial, encaminhá-lo
a juízo, independentemente de pedido de concessão de alguma medida protetiva.
e) ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência, tomar por termo sua representação,
independentemente do delito, e, se requerida a concessão de alguma medida protetiva de
urgência, encaminhar imediatamente o expediente a juízo.

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B) ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência, tomar por termo sua representação,
quando necessária, e, se requerida a concessão de alguma medida protetiva urgente,
encaminhar o expediente a juízo, em autos apartados, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas.
Correta, conforme artigo 12 LMP.

31. (FAURGS – TJ-RS – Oficial Escrevente – 2010)


Acerca da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), considere as assertivas a seguir.
I – Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei,
o Juiz poderá aplicar, de imediato, medidas protetivas de urgência que obrigam o agressor,
taxativamente previstas na Lei nº 11.340/2006.
II – A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente
dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado
constituído ou do defensor público.
III – Formulado pedido liminar de concessão de medida protetiva de urgência, o Magistrado
deverá apreciá-lo em 48 (quarenta e oito) horas, podendo deferi-lo ou indeferi-lo de plano.
IV – O Juiz poderá, antes de decidir acerca do pedido liminar de concessão de medida protetiva,
designar audiência de justificação.
Quais estão corretas?
a) Apenas I e III.
b) Apenas I e IV.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV.

D) Apenas II, III e IV.


I) A primeira assertiva está equivocada, pois as medidas protetivas são exemplificativas
e não taxativas como aponta o examinador.
II) Correta, conforme artigo 21, caput, L 11.340.
III) Correta, conforme artigo 18 caput e inciso I, L 11.340.
IV) Correta, análise casuística; espécie de tutela de urgência antecipada (art. 300, §2ª
NCPC).
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

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PGE-RS – Lei Maria da Penha – Profª Priscila Vargas Mello

32. (FCC – SJCDH-BA – Agente Penitenciário – 2010)


Dentre as formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, expressamente previstas
na Lei nº 11.340/06, NÃO figura a violência
a) psicológica.
b) patrimonial.
c) moral.
d) endêmica.
e) sexual.

D) endêmica.

33. (COPESE – UFPI – Prefeitura Municipal de Teresina PI – Guarda Municipal – 2015)


No que tange à violência contra a mulher, considerando o estatuído na Lei Maria da Penha, é
CORRETO afirmar, EXCETO:
a) Não configura violação aos direitos humanos a violência doméstica e familiar contra a
mulher.
b) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, qualquer ação ou omissão
baseada no gênero que lhe cause lesão, praticada por agressor com o qual conviva, em
relação íntima de afeto, independentemente de coabitação.
c) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada
no gênero que lhe cause sofrimento físico verificada no âmbito da família, compreendida
esta como comunidade de indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por
laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa.
d) Cabe à autoridade policial garantir proteção à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, quando necessário, comunicando imediatamente ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário.
e) Cabe à autoridade policial fornecer transporte para a mulher em situação de violência
doméstica e familiar e a seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
risco de vida.

A) Não configura violação aos direitos humanos a violência doméstica e familiar contra
a mulher.
Incorreta, nos termos do artigo 6ª, LMP: A violência doméstica e familiar contra a
mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

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Muito obrigada!

Nunca desista de seus sonhos, pois “o impossível é só questão de


opinião...”

Estamos junt@s nesse caminho.

Abraços.

Priscila Vargas Mello


Advogada, Mestre em Direitos Humanos
priscilavargasm@gmail.com

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