Você está na página 1de 45

IMERSÃO MÁGICA NA CLT

Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza


Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

INSTRUÇÕES INICIAIS:

- Nesse material você encontrará as principais teses das principais peças que caem na 2°
fase em Direito do Trabalho na OAB, são essas teses que eu sempre costumo dizer que se
repetem com frequência, modificando algumas coisas no caso concreto. Como bônus,
adicionei algumas teses de peças que nunca caíram: Agravo de petição e Recurso de Revista.

- Importante salientar que as teses não se restringem a esse material, repetir muita tese
antiga não significará que a FGV não criará novas, ao contrário, a banca é discricionária para
esse tipo de situação, então esteja sempre atento (a);

- Todas as informações do enunciado da peça devem ser lidas com minúcia, pelo menos 2x
antes do início da escrita e pelo menos mais 1x até finalizar a peça (antes de escrever os
pedidos). No dia da minha prova, eu reli a prova mais uma vez e percebi que tinha deixado
escapar uma tese escondida, identifiquei, acertei a tese e garanti a nota máxima;

- Nem sempre as teses terão os mesmos caminhos. Às vezes a banca quer que você escreva
uma coisa que é exatamente aquilo que estará no espelho, mas pode ser que o índice
remissivo da sua CLT te leve pra um outro caminho também correto, mas não exatamente
o que a banca espera. Costumo dizer que aos poucos você adquirirá a “malícia” para lidar
com a FGV e responder da forma como ela pontua;

- Aprenda a estrutura “feijão com arroz” que funciona, mas não seja medíocre em sua escrita.
A estrutura correta para pontuar em uma tese é: fato, fundamento e pedido. Se você
encadear essas três partes e saber fazer as correlações entre elas, pontuará
completamente, caso contrário, a FGV não pontua teses pela metade, apenas se você só
errar o fundamento legal (artigo, súmula, OJ...);

- Dito isso, não apenas jogue/copie as informações, a banca NÃO pontua assim, entenda o
porquê da construção e do pedido de determinada tese. Ex.: em situações de dispensa
ilegal de empregado que goza de estabilidade a tese é construída em cima da própria
estabilidade/garantia de emprego que o empregado goza, seja ele dirigente sindical,
membro da CIPA ou outra situação, sempre com o fundamento legal que rege a situação
específica dele, nada de fundamentos genéricos. Nesse caso de dispensa o pedido é sempre
pela reintegração do empregado em sede de tutela provisória, devendo ser mencionado
também o pedido alternativo de indenização substitutiva;

- Por fim, preciso dizer que a parte de “demais teses” não são menos importantes que as
demais, ao contrário, caem de maneira demasiada na prova. Só estão assinaladas assim
porque não consegui incluí-las em uma categoria específica como fiz com as demais.

1
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

SUMÁRIO

1. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

a) Preliminares

Da gratuidade da justiça (desempregado) .......................................................... 7


Da gratuidade da justiça (limite de 40% do RGPS) .........................................................7
Da distribuição por dependência ou prevenção ...........................................................7
Da tramitação preferencial do feito (idoso) .................................................................. 7

Mérito

b) Jornada de Trabalho

Das horas extras (trabalhador “comum”) ...................................................................................8


Das horas extras (empregado doméstico)........................................................... 8
Do intervalo intrajornada ................................................................................... 8
Do intervalo interjornada ................................................................................... 8
Do intervalo especial (trabalhador em câmara fria) ......................................................8
Do adicional noturno ......................................................................................... 9
Do trabalho aos domingos e feriados...........................................................................9
Da descaracterização do trabalho externo ..................................................................9
Das horas de sobreaviso. ................................................................................... 9

c) Remuneração e Salário

Da integração das gratificações e comissões .............................................................10


Da integração das gorjetas ............................................................................... 10
Do salário família ............................................................................................. 10
Da devolução dos descontos de FGTS ............................................................... 10
Da devolução do desconto de EPI...................................................................... 11
Da devolução do desconto da contribuição sindical ...................................................11
Do adicional de periculosidade........................................................................ 11
Do adicional de insalubridade (técnico em radiologia) ...............................................11
Do adicional de transferência ........................................................................... 11
Da equiparação salarial .................................................................................... 12
Da substituição não eventual ........................................................................... 12
Do FGTS relativo ao período de afastamento por acidente de trabalho. .....................12

d) Contrato de Trabalho

Da reintegração em sede de tutela provisória ............................................................13


Da reintegração em razão de estabilidade de acidente de trabalho............................13
Da descaracterização do contrato de experiência .....................................................13
Do contrato por prazo indeterminado (empregado doméstico) .................................14
Da falta justificada (casamento)........................................................................ 14
Do acúmulo de função – plus salarial ................................................................. 14

2
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.
e) Danos

Do acidente de trabalho – responsabilização do empregador....................................14


Da doença ocupacional – responsabilização do empregador .....................................15
Do dano moral (acidente de trabalho) ........................................................................15
Do dano moral (revista íntima).......................................................................... 15
Do dano moral (uso da imagem). ...................................................................... 16
Do dano material (emergente) .......................................................................... 16
Do dano material (lucros cessantes) ..........................................................................16
Da perda da capacidade laborativa – pensão mensal vitalícia.....................................16
Do dano estético .............................................................................................. 16
Do dano existencial (supressão de férias) ..................................................................17
Do dano moral (anotação desabonadora) ..................................................................17

f) Férias

Da não concessão das férias – pagamento em dobro..................................................17


Do pagamento de 1/3 sobre as férias indenizadas .....................................................18
Do direito a férias – concessão de licença ...................................................................18

g) Empregador

Do grupo econômico (responsabilidade solidária) ............................................ 18


Da terceirização (responsabilidade subsidiária) .........................................................18
Da sucessão de empregadores ......................................................................... 19

h) Demais teses

Da rescisão indireta (ato lesivo/dano moral) ..............................................................19


Da rescisão indireta – depósitos de FGTS .................................................................. 19
Da anulação da dispensa por justa causa ........................................................... 20
Das verbas rescisórias na dispensa sem justa causa ..................................................20
Do reconhecimento de vínculo – anotação na CTPS ....................................................20
Da anotação na CTPS – verdadeira função ..................................................................20
Da projeção do aviso prévio .............................................................................. 20
Da manutenção do plano de saúde – acidente de trabalho.........................................21
Da multa do art. 477 da CLT. ............................................................................ 21

2. CONTESTAÇÃO

a) Preliminares

Da prescrição parcial ........................................................................................ 21


Da incompetência absoluta da justiça do trabalho (contribuições sociais) .................22
Da incompetência absoluta da justiça do trabalho (crimes) ........................................22
Da inépcia da inicial (pedido indeterminado) ..............................................................22
Da não quantificação de pedidos ...............................................................................22
Da inépcia da inicial (ausência de pedido) ..................................................................23

3
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.
Da inépcia da inicial (ausência de causa de pedir) ..................................................... 23
Da coisa julgada (acordo homologado em juízo) ........................................................23
Da perempção .................................................................................................. 23
Do não pagamento de custas ............................................................................ 24

Mérito

b) Jornada de Trabalho

Das horas extras .............................................................................................. 24


Das horas extras (cargo de confiança – bancário) ......................................................24
Das horas extras – ônus da prova (controle de ponto) ................................................25
Das horas extras – ônus da prova (controle de ponto com horários invariáveis).........25
Das horas extras – vendedor externo. ....................................................................... 25
Do intervalo intrajornada ................................................................................. 26
Do intervalo interjornada ................................................................................. 26
Do adicional noturno ....................................................................................... 26
Do adicional noturno (empregado doméstico sem vínculo) ...................................... 26

c) Remuneração e Salário

Da integração do vale cultura ........................................................................... 27


Da integração do plano odontológico................................................................ 27
Da integração da mensalidade da faculdade ..............................................................27
Da integração do plano de assistência médica e seguro de vida .................................27
Da integração da ajuda de custo ............................................................................... 28
Do salário utilidade (da integração do vestuário/uniforme) .......................................28
Do salário utilidade (da integração do veículo) .......................................................... 28
Da equiparação salarial .................................................................................... 28
Do adicional de periculosidade (tempo extremamente reduzido) ..............................29
Do adicional de periculosidade (motocicleta) ........................................................... 29
Do adicional de insalubridade (limpeza de banheiro público) ................................... 29
Do adicional de penosidade .............................................................................. 30
Da devolução dos descontos salariais autorizados ........................................... 30

d) Contrato de Trabalho

Do tempo à disposição (atividade religiosa) ...............................................................30


Do acúmulo de função ...................................................................................... 30
Do adicional de transferência ........................................................................... 31
Da reintegração (dirigente sindical – candidatura no curso do aviso prévio) ..............31
Da redução de jornada no curso do aviso prévio ........................................................ 31
Da inexistência de vínculo de emprego (diarista) ...................................................... 31
Das férias, depósitos de FGTS e verbas rescisórias (empregado sem vínculo) ............32

e) Demais teses

Da categoria diferenciada (bancários) ............................................................... 32


Da multa do art. 477 da CLT – pagamento tempestivo ............................................... 32

4
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.
Da multa do art. 477 da CLT – pagamento das verbas rescisórias – aviso prévio ........33
Da indenização por dano moral (doença degenerativa) ..............................................33
Da ultratividade da norma coletiva (cesta básica) .......................................................33
Da norma coletiva (ticket alimentação) .............................................................. 34
Do pedido de demissão – vício de consentimento.......................................................34
Das férias acrescidas de 1/3 – licença ................................................................ 34
Do plano de demissão voluntária – PDV .....................................................................34
Da nulidade da alteração contratual da data do pagamento de salário .......................35
Do dano moral (uso do uniforme) ............................................................................. 35
Do dano moral (inexistência de ato ilícito) ................................................................. 35
Do dano material (lavagem do uniforme) .................................................................. 35
Da devolução de desconto (falecimento de amigo) .................................................... 36
Da devolução de desconto (vedação à devolução em dobro) ......................................36
Das férias - ato do empregador ................................................................................ 36

3. RECURSO ORDINÁRIO

a) Preliminares

Da incompetência absoluta da justiça do trabalho .....................................................37


Da litispendência ............................................................................................. 37
Da prescrição parcial em razões finais............................................................... 37
Do cerceamento de defesa (prova testemunhal e pericial) .........................................38
Da coisa julgada ............................................................................................... 38
Da quitação – acordo na comissão de conciliação prévia ............................................38

Mérito

Dos honorários advocatícios de sucumbência. ..........................................................39


Da anotação de dispensa na CTPS ..................................................................... 39
Do triênio e cesta básica. .................................................................................. 39
Recomendações ............................................................................................... 39

4. CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO

a) Preliminares

Da
intempestividade ............................................................................................. 40
Da deserção ...............................................................................................................40
Do cerceamento de defesa (testemunha em audiência) ............................................ 40

Mérito

Recomendações ............................................................................................... 41

5. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Mérito

5
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.
Consignação das verbas rescisórias .................................................................. 41
Consignação dos objetos pessoais.................................................................... 41

6. EMBARGOS À EXECUÇÃO

a) Preliminares

Da prescrição intercorrente .............................................................................. 41

Mérito

Da multa do art. 523, §1º do CPC....................................................................... 42


Da responsabilidade do sócio retirante ..................................................................... 42
Do bem de família ............................................................................................ 42
Da correção monetária ..................................................................................... 42

7. AGRAVO DE PETIÇÃO

a) Preliminares

Da nulidade (instauração do incidente de ofício) .....................................................43


Da nulidade (ausência de citação dos sócios) ...........................................................43

Mérito

Da multa do art. 523, §1º do CPC....................................................................... 43


Da responsabilidade do sócio retirante ..................................................................... 43

8. RECURSO DE REVISTA

a) Preliminares

Da negativa de prestação jurisdicional.......................................................................43

Mérito

Da prova testemunhal (contrariedade à Súmula 357 do TST) .................................... 44


Das horas extras – ônus da prova (contrariedade à Súmula 338 do TST).....................44
Da dispensa discriminatória (contrariedade à Súmula 443 do TST).............................44

6
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

1. Reclamação Trabalhista

A) Preliminares

a.1) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA (DESEMPREGADO)

O reclamante não tem condições de arcar com as despesas processuais sem trazer

risco ao seu sustento e de sua família, uma vez que se encontra desempregado e é

considerado pobre na forma da lei. Sendo assim, requer a concessão dos benefícios da

gratuidade da justiça com fundamento no art. 790, §4º da CLT.

a.2) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA (LIMITE DE 40% DO RGPS)

O reclamante não tem condições de arcar com as despesas processuais, uma vez

que percebe menos de 40% do teto do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de

Previdência Social, não podendo arcar com as despesas processuais sem trazer risco ao seu

sustento e de sua família pois é considerado pobre na forma da lei. Sendo assim, requer a

concessão dos benefícios da gratuidade da justiça com fundamento no art. 790, §3º da CLT.

a.3) DA DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA OU PREVENÇÃO

A reclamante informa que tinha ajuizado uma ação anteriormente e que, como

perdera a confiança no antigo advogado, não compareceu à audiência para a qual fora

intimada. Essa ação havia sido distribuída à 250ª Vara do Trabalho de São Paulo e, em

consulta pela Internet, foi verificado o seu arquivamento. Assim, em razão do que dispõe o

art. 286, II do CPC, a ação deve ser distribuída com dependência para a 250º Vara do Trabalho

de São Paulo, já que nestes autos o pedido está sendo reiterado

a.4) DA TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO (IDOSO)

O reclamante é idoso na forma da lei pois hoje conta com 69 anos, e, nos termos

do art. 71 da Lei n° 10.741/2003 e art. 1048 do CPC tem direito à tramitação preferencial do

feito, o que requer.

- Mérito

B) Jornada de Trabalho

7
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

b.1) DAS HORAS EXTRAS (TRABALHADOR “COMUM”)

O reclamante laborava de segunda a sábado, das 08h às 18h, com intervalo de 1h

para refeição. Logo, laborava 9h diárias e ultrapassava o módulo constitucional de 8h

previsto no art. 7º, XIII da CF e art. 58 da CLT. Em razão disso, requer o pagamento de 1h

extraordinária, a ser paga com adicional de 50%, nos termos do art. 59-A, §1º da CLT.

b.2) DAS HORAS EXTRAS (EMPREGADO DOMÉSTICO)

Rayza realizava todas as atividades do lar, iniciando o trabalho às 7h e saindo às

16h, de segunda à sexta, com 30 minutos de intervalo. Assim, laborava 8h30 diariamente,

sendo que o art. 2° da LC 150/2015, estabelece que a duração normal do trabalho doméstico

não excederá 8h diárias, logo, faz jus a 30 min diários de hora extra, pois não há acordo

escrito para compensação, situação que dispensaria o pagamento, conforme exigido pelo

art. 2º, §4º da LC 150/2015. Bem por isso, requer o pagamento de 30 min de horas extras

pelo excesso de jornada, bem como seus reflexos em verbas rescisórias.

b.3) DO INTERVALO INTRAJORNADA

O reclamante laborava de segunda à sexta das 08h às 19h gozando apenas de 30

min de intervalo para alimentação. Ocorre que o mínimo de intervalo para o reclamante

deveria ser de 1h, pois a sua jornada é superior a seis horas, nos termos do art. 71, caput da

CLT. Dessa forma, faz jus o autor a 30 minutos suprimidos acrescidos de 50% nos moldes do

art. 71, §4º da CLT.

b.4) DO INTERVALO INTERJORNADA

A reclamante trabalhava de segunda à sexta das 13h30min às 22h30min, com

intervalo de 1h, e, aos sábados, das 8h às 12h, sem intervalo. Sucede, Excelência, que a

reclamante não tinha respeitado seu intervalo entre jornadas da sexta para o sábado, pois

não tinha 11 horas de intervalo entre uma jornada e outra, o que é assegurado pelo art. 66

e 382, ambos da CLT e OJ 355 da SDI-1 do TST. Dessa forma, por analogia ao art. 71, §4º da

CLT, requer seja pago o período suprimido com o respectivo adicional de 50%.

b.5) DO INTERVALO ESPECIAL (TRABALHADOR EM CÂMARA FRIA)

8
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

A Reclamante laborava no setor de câmara fria do frigorifico, contudo não recebia

o intervalo especial de 20 minutos para cada 1 hora e 40 minutos trabalhados. Logo, requer

o pagamento do intervalo de 20 minutos para cada 1 hora e 40 minutos trabalhados, com

adicional de 50%, nos termos do art. 253 da CLT.

b.6) DO ADICIONAL NOTURNO

A parte autora trabalhava como motoboy entregando pizzas aos finais de semana,

laborando sexta, sábado e domingo no horário de 21h às 3 da manhã, período

compreendido como noturno nos termos do art. 73, §2° da CLT. Sobremaneira, pleiteia o

pagamento do respectivo adicional noturno das horas laboradas após as 22h, adicionadas
de, no mínimo, 20%, com fulcro no art. 73, caput da CLT.

b.7) DO TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS

O autor chegou a laborar em domingos e feriados pelo menos 4x no último ano do

contrato de trabalho sem receber nada a mais por isso e nem ser compensado para tanto.

Ocorre que, nos ditames da Súmula 146 do TST o trabalho prestado em domingos e feriados

deve ser remunerado em dobro. Por assim dizer, requer o pagamento dobrado dos 4 dias

trabalhados aos domingos e feriados.

b.8) DA DESCARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO EXTERNO

O autor foi contratado em 16/11/2017 como vendedor externo, laborando de

segunda a sexta das 08h às 19h com 30 min de intervalo para alimentação, sendo obrigatório

seu comparecimento na empresa reclamada no início e ao término da jornada para controle

e preenchimento de relatórios de entregas e visitação a clientes. Ora, Douto Magistrado, a

atividade do reclamante é totalmente compatível com controle de jornada, desta feita, não

há como caracterizar o trabalho externo elencado no art. 62, I da CLT. Sendo assim, requer

a descaracterização do trabalho externo do reclamante e as consequências daí advindas,

dentre elas, a percepção de possível adicional de horas extraordinárias.

b.9) DAS HORAS EM SOBREAVISO

A reclamante trabalhou de sobreaviso por 3h quando precisou ficar “de reserva”

de seu colega em uma reunião, não recebendo nenhuma remuneração para tanto. Todavia,

9
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

o art. 244, §2° da CLT expõe que o empregado em sobreaviso deve ter a hora remunerada

1/3 a mais do que a hora normal. Assim, requesta a autora pagamento das 3h horas que
ficou em sobreaviso no labor.

C) Remuneração e Salário

c.1) DA INTEGRAÇÃO DAS GRATIFICAÇÕES E COMISSÕES

O empregado trabalhava como garçom e, além de seu salário base recebia

gratificações e comissões que variavam de porcentagem mensalmente, a depender de como

iam as vendas na hamburgueria reclamada. Entretanto, tais gratificações e comissões nunca

integraram o salário do reclamante para todos os fins, em atendimento ao art. 457, §1° da

CLT. Destarte, pleiteia a integração das referidas verbas à sua remuneração, juntamente

com os devidos reflexos.

c.2) DA INTEGRAÇÃO DE GORJETAS

Arthur exercia a função de garçom na lanchonete reclamada e sempre percebia

gorjetas espontâneas dos clientes, o que lhe eram repassadas, no entanto em seus

contracheques Arthur notava que as gorjetas não integravam o seu salário para os demais
fins de reflexos. Preleciona o art. 457, caput da CLT e Súmula 354 do TST que as gorjetas

devem integrar o salário para todos os fins, requestando a integração das mesmas em seu

salário.

c.3) DO SALÁRIO FAMÍLIA

Marina tem três filhos saudáveis, com idades de 12, 10 e 8 anos, conforme

certidões de nascimento que apresentou aos autos. Nos seus contracheques, em todos os

meses desde a admissão, havia o lançamento de crédito de um salário mínimo e de duas

cotas de salário-família. Ou seja, é devida mais uma cota de salário família, conforme

determinada os arts. 66, 67 e 68 da Lei 8.213/1991, pois os três filhos da reclamante são

menores de 14 anos de idade. Assim, requer o pagamento de uma cota de salário -família

que não lhe foi paga durante a contratação.

c.4) DA DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS DO FGTS

10
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

O reclamante sofria desconto do FGTS, porém tal pagamento é de


responsabilidade do empregador, conforme art. 15, caput, da Lei 8.036/1990. Assim, requer

a devolução dos descontos efetuados a título de FGTS.

c.5) DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO DO EPI

A reclamante sofria desconto do valor do equipamento de proteção individual que

utilizava diariamente no labor. Porém, conforme o art. 166 da CLT o fornecimento do EPI é

de responsabilidade do empregador, não podendo realizar desconto salarial da empregada

nesse sentido. Bem por isso, pleiteia a reclamante a devolução dos descontos do valor do

EPI efetuados em seus contracheques.

c.6) DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

O reclamante sofria desconto da contribuição sindical realizado em folha de

pagamento, porém nunca autorizou os referidos descontos. O desconto à título de

contribuição sindical apenas pode ser realizado se tiver autorização expressa e prévia dos

membros da categoria, com fundamento nos arts. 578, 579, 582 e 583 da CLT, o que não

ocorrera no caso em tela. Isto posto, requer a devolução dos descontos efetuados a título

de contribuição sindical.

c.7) DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O trabalhador exercia a função de motoboy pois entregava buquês de flores na

empresa reclamada e não percebia o adicional de periculosidade previsto no art. 193, §4°

da CLT. Por isso, pleiteia o pagamento do adicional de periculosidade na monta de 30%

sobre o salário, de acordo com o art. 193, § 1° da CLT.

c.8) DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (TÉCNICO DE RADIOLOGIA)

A obreira exercia a função de técnica de radiologia e percebia adicional de

insalubridade na monta de 20% em razão da exposição do corpo e risco à sua saúde.

Todavia, nos termos do art. 16 da Lei n° 7.394/1985 ao técnico de radiologia é devido a

insalubridade em grau máximo, ou seja, 40%. Isso posto, requer o pagamento das diferenças

à título de adicional de insalubridade pagas à menor.

c.9) DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

11
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

Em 03/05/2019 o reclamante foi transferido provisoriamente de localidade de

trabalho em razão de seu empregador ter aberto uma filial em Macapá/AP sem ter

percebido nenhum adicional para tanto. Nesses casos, de acordo com o art. 469, §3° da CLT

o empregador é obrigado a realizar um pagamento suplementar nunca inferior a 25% dos

salários que o empregado percebia na localidade pretérita. Portanto, reclama o pagamento

do adicional devido.

c.10) DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

A reclamante, que foi admitida em janeiro de 2021 exercia a função de digitadora

no escritório reclamado e percebia remuneração de R$ 1.300,00 mensais, no entanto

reclama que sua colega da mesma empresa Clara Rodrigues da Cunha, que exercia a mesma

função e que foi admitida em novembro do mesmo ano (2021), percebia R$ 1.600,00

mensais, sendo que notoriamente a digitação de ambas era realizada com a mesma
produtividade e perfeição técnica. Excelência, nos termos do art. 461, caput e §1° da CLT,

restaram cumpridos todos os requisitos da equiparação salarial da empregada reclamante

com a empregada paradigma indicada, requerendo, por assim dizer, as diferenças salariais

correspondentes.

c.11) DA SUBSTITUIÇÃO NÃO EVENTUAL

Em agosto de 2018, em razão de doença, o colega de trabalho Hugo Menezes da

Costa ficou afastado do serviço por 90 dias e a reclamante o substituiu até o seu retorno.

Em razão disso, lhe é devido o pagamento do período de substituição, com a remuneração

do substituído, conforme Súmula 159, I do TST.

c.12) DO FGTS RELATIVO AO PERÍODO DE AFASTAMENTO POR ACIDENTE DE TRABALHO

Heitor sofreu acidente de trabalho e ficou afastado em benefício previdenciário por

acidente do trabalho (auxílio por incapacidade temporária acidentária, antigo auxílio doença

acidentário, código B-91), teve alta médica após 3 meses e quando retornou à empresa

descobriu que, em tal período, o empregador não recolheu os depósitos do seu FGTS sob o

pretexto de que o empregado estaria afastado, e, portanto, não teria direito aos depósitos.

Sucede, pois, que o art. 15, § 5º da Lei nº 8.036/90 menciona ser obrigatório o depósito de

FGTS nos casos de afastamento por licença de acidente do trabalho. Sobremaneira, pleiteia

12
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

o reclamante o depósito de FGTS dos referidos 3 meses, por ser maneira de mais correta

justiça.

D) Contrato de Trabalho

d.1) DA REINTEGRAÇÃO EM SEDE DE TUTELA PROVISÓRIA

Em 04/03/2020 o reclamante fora eleito dirigente sindical, no entanto, em

20/07/2020 o reclamado o despediu imotivadamente, o que não poderia ter ocorrido. O

dirigente sindical possui estabilidade provisória do registro da candidatura até um ano após

o final do mandato, conforme art. 543, § 3º da CLT e Súmula 369, I do TST, restando

clarividente que o autor não poderia ter sido despedido no curso da sua estabilidade. Assim,

em virtude de cumprimento dos requisitos da probabilidade do direito e do perigo da

demora elencados no art. 300 do CPC e art. 659, X da CLT requer a concessão da tutela

provisória de urgência para que o reclamante seja reintegrado no emprego com todas as

vantagens pecuniárias do período em que esteve afastado.

d.2) DA REINTEGRAÇÃO EM RAZÃO DE ESTABILIDADE DE ACIDENTE DE TRABALHO

No mês de agosto de 2019 o reclamante sofreu acidente de trabalho e precisou se

afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do

INSS, sucede que, em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, o reclamante

retornou à empresa e foi dispensado. Excelência, é sabido que o reclamante não poderia ter

sido dispensado pois gozava de estabilidade em razão do acidente do trabalho, c onforme o

art. 118 e o art. 21, II, alínea “a”, ambos da Lei nº 8.213/91 e Súmula 378, I e II do TST. Assim,

requer a reintegração do empregado dispensado ilegalmente.

d.3) DA DESCARACTERIZAÇÃO DO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA (EMPREGADO “COMUM”)

Rosimeire foi contratada inicialmente à título de experiência, tendo sido tal

contrato prorrogado 1x, totalizando 90 dias. No entanto, findo os 90 dias a empresa quedou-

se em dispensar Rosimeire, mantendo-a trabalhando normalmente. Tal hipótese

descaracteriza o contrato de experiência e, via de consequência, o contrato deve

transmutar-se em contrato por prazo indeterminado, de acordo com o art. 445, parágrafo

único da CLT e Súmula 188 do TST. Assim, requer o reconhecimento do contrato por prazo

indeterminado e as consequências advindas de tal situação.

13
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

d.4) DO CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO (EMPREGADO DOMÉSTICO)

Suzana trabalhou na residência da família Moraes de 15/06/2018 a 15/09/2018,

data na qual teve baixa em sua CTPS. Suzana foi contratada a título de experiência por 45

dias, findos os quais nada foi tratado e Suzana continuou trabalhando normalmente. Diante

disso, o contrato deve ser tido como contrato por prazo indeterminado, devendo ser

desconstituído o contrato de experiência, pois não houve prorrogação expressa do contrato

de experiência, de maneira que o contrato se transmutou-se em contrato por prazo

indeterminado, na forma do art. 5º, § 2º, da LC 150/2015. Diante do exposto, requer o

reconhecimento de contrato por prazo indeterminado entre as partes.

d.5) DA FALTA JUSTIFICADA (CASAMENTO)

A reclamante precisou ausentar-se por 4 dias consecutivos em virtude de seu

casamento, tendo inclusive viajado para a lua de mel e comunicado previamente ao

reclamado, mas mesmo assim o demandado descontou os 4 dias de salário pela ausência

da obreira. Tal situação encontra-se em dissonância com a legislação, pois o art. 473, II da

CLT expõe que ao empregado é autorizado faltar até 3 dias consecutivos em virtude de

casamento, não sofrendo com desconto salarial. Portanto, a autora requer a devolução dos

3 dias descontados ilicitamente do seu salário.

d.6) DO ACÚMULO DE FUNÇÃO

Andréa foi contratada originalmente como digitadora no escritório de advocacia

reclamado, no entanto, todos os dias precisa paralisar suas atividades no computador para

ir à copa preparar o café dos advogados e servir na mesa de cada um. Tal situação configura

acúmulo de função, vez que desvirtuada a função para a qual fora anteriormente
contratada. Assim, pleiteia a reclamante um plus salarial de, no mínimo 10%, e no máximo

40%, com aplicação analógica do art. 13 da Lei n° 6.615/78, o que requer.

E) Danos

e.1) DO ACIDENTE DE TRABALHO – RESPONSABILIZAÇÃO DO EMPREGADOR

O reclamante sofreu uma queda da escada da cozinha do restaurante quando

buscava os pratos atrasados de uma mesa do salão, tendo sofrido uma séria luxação no pé

14
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

esquerdo. Tal fato ocorrido caracteriza-se como acidente do trabalho, nos termos do art. 19,
caput da Lei 8.213/1991 atraindo a responsabilização do empregador em razão de que é sua

obrigação adotar medidas a fim de mitigar acidentes no labor bem como é responsável pela

higidez dos trabalhadores que lhe prestam serviços. Dessa maneira, existindo o nexo causal

entre o acidente sofrido e o ambiente de trabalho, necessária se faz a responsabilização do

empregador para tanto.

e.2) DA DOENÇA OCUPACIONAL - RESPONSABILIZAÇÃO DO EMPREGADOR

Marina exercia a função de urgidora de fios na empresa têxtil reclamada e, em

razão de anos de labor teve sua audição diminuída em virtude do barulho do maquinário,

de acordo com os laudos médicos anexados. Tal situação de Marina encontra-se prevista no

art. 20, I e II da Lei n° 8.213/1991, considerando-se como doença ocupacional, pois adquirida

pelo trabalho prestado. Dessa maneira, existindo o nexo causal entre o acometimento da

enfermidade e o ambiente de trabalho, necessária se faz a responsabilização do

empregador para tanto.

e.3) DO DANO MORAL (ACIDENTE DE TRABALHO)

O reclamante sofreu uma queda da escada da cozinha do restaurante quando

buscava os pratos atrasados de uma mesa do salão, tendo sofrido uma séria luxação no pé

esquerdo. Tal fato ocorrido caracteriza-se como acidente do trabalho, nos termos do art. 19,
caput da Lei 8.213/91 e lhe gerou um dano extrapatrimonial (moral) na medida em que

atingiu seriamente a sua esfera moral e direitos da personalidade, conforme arts. 186 e 927

do CC, bem como arts. 223-B e 223-C da CLT, art. 114, VI da CF e Súmula 392 do TST. Assim,

com a ocorrência do ato ilícito, pleiteia o autor a devida indenização pelo dano moral sofrido.

e.4) DO DANO MORAL (REVISTA ÍNTIMA)

A reclamante sofria revista íntima todos os dias em que chegava no seu trabalho,

oportunidade na qual o seu gestor também enfileirava apenas as empregadas mulheres,

revistando-as e dando um beijo no rosto de cada uma. Deveras, a situação narrada afetou a

honra e a intimidade da reclamante, que se via envergonhada e constrangida pela absurda

situação, atingindo a sua esfera moral e direitos da personalidade, conforme arts. 186 e 927

do CC, bem como arts. 223-B e 223-C da CLT. Assim, com a ocorrência do ato ilícito, pleiteia

a autora a devida indenização pelo dano moral sofrido.

15
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

e.5) DO DANO MORAL (USO DA IMAGEM)

Considerando que houve utilização indevida de imagem da reclamante, e que tal

atitude ofende ao direito de imagem da trabalhadora, há dever de indenizar pelo dano

sofrido, conforme o art. 186 e art. 927 do CC, art. 223-B e art. 223-C da CLT e art. 5, X da CF.

Diante do exposto, com a ocorrência do ato ilícito, pleiteia a autora a devida indenização

pelo dano moral sofrido.

e.5) DO DANO MATERIAL (EMERGENTE)

O reclamante sofreu uma queda da escada da cozinha do restaurante quando

buscava os pratos atrasados de uma mesa do salão, tendo sofrido uma séria luxação no pé

esquerdo. Após o fato precisou ir ao médico no qual desembolsou o valor da consulta com

o ortopedista no valor de R$ 320,00 e também 2 medicamentos para dor, pagando R$

110,00. Portanto, em razão do acidente de trabalho, pleiteia a devolução do valor

efetivamente gasto à título de indenização por dano material no valor total de R$ 430,00,

tudo nos termos dos arts. 186 e 927 do CC, art. 114, VI da CF e Súmula 392 do TST.

e.6) DO DANO MATERIAL (LUCROS CESSANTES)

O reclamante sofreu uma queda da escada da cozinha do restaurante quando

buscava os pratos atrasados de uma mesa do salão, tendo sofrido uma séria luxação no pé

esquerdo, ficando de repouso em casa por cerca de 15 dias para recuperar-se. Ocorre que,

durante esse tempo o reclamante ficou impossibilitado de exercer o “bico” de jardineiro que

realizava na casa de um amigo, deixando de ganhar R$ 30 reais por dia não trabalhado.

Portanto, pleiteia a indenização do dano material à título de lucro cessante no valor de R$

450,00 porque efetivamente deixou de ganhar, tudo nos termos dos arts. 186, 927 e 402 do

CC.

e.7) DA PERDA DA CAPACIDADE LABORATIVA – PENSÃO MENSAL VITALÍCIA

O reclamante sofreu uma queda da escada da cozinha do restaurante quando

buscava os pratos atrasados de uma mesa do salão, tendo sofrido uma séria luxação no pé

esquerdo, tendo sido comprovada a perda da capacidade laborativa do membro, segundo

laudos médicos anexados. Assim, em consonância com o art. 950 do CC, requesta o

pagamento de pensão mensal vitalícia.

16
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

e.8) DO DANO ESTÉTICO

O reclamante sofreu uma queda da escada da cozinha do restaurante quando

buscava os pratos atrasados de uma mesa do salão, tendo sofrido uma séria luxação no pé

esquerdo, tendo também batido o rosto no chão que causou uma lesão aparente na

sobrancelha esquerda, sendo notada diariamente pelos colegas de profissão. Notoriamente,

temos que na presente situação o empregado sofreu com o dano estético em seu rosto, na

medida em que houve alteração da sua forma de origem, nos ditames do art. 5° V e X da CF

e arts. 186 e 927 do CC. Por isso, pleiteia a indenização em decorrência do dano estético

sofrido.

e.9) DANO EXISTENCIAL (SUPRESSÃO DE FÉRIAS)

O reclamante, em todos os anos de contrato de trabalho, nunca foi autorizado a

desfrutar e gozar do seu período de férias previsto no art. 129 da CLT. Tal fato gera obrigação

de reparação de danos morais pelo empregador pois o empregado sofreu com o dano

existencial de não poder desfrutar de seu período de desconexão do trabalho,

importantíssimo para a sua saúde como homem e ser humano em sociedade. Por isso, com

a ocorrência do ato ilícito conforme arts. 186 e 927 do CC, pleiteia o reclamante a devida

indenização pelo dano existencial sofrido.

e.10) DO DANO MORAL (ANOTAÇÃO DESABONADORA)

Na parte de anotações gerais da CTPS do reclamante há anotação de que o

empregado foi dispensado por justa causa em razão de conduta inadequada. Porém, tal

anotação não poderia ser feita, conforme art. 29, §4º da CLT, gerando, pois, dever de

indenizar pelo dano moral sofrido, conforme art. 223-B e 223-C da CLT, e arts. 186 e 927 do

CC.

F) Férias

f.1) DA NÃO CONCESSÃO DAS FÉRIAS – PAGAMENTO EM DOBRO

O reclamante, em todos os anos de contrato de trabalho nunca foi autorizado a

desfrutar e gozar do seu período de férias previsto no art. 129 da CLT. Além da situação

gerar dano existencial a ser tratado em tópico específico, o empregado tem direito ao

17
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

pagamento em dobro de todos os períodos de férias que deixou de gozar fora do período
concessivo de 1 anos após o aquisitivo, conforme art. 137, caput da CLT. Assim, requesta o

pagamento das férias em dobro.

f.2) DO PAGAMENTO DE 1/3 SOBRE AS FÉRIAS INDENIZADAS

No período concessivo de 2019/2020 as férias do reclamante foram indenizadas,

no entanto o empregador não realizou o pagamento de 1/3 previsto no art. 7°, XVII da CF.

Tal comportamento é ilegal e encontra-se em dissonância com a Súmula 328 do TST. Bem

por isso, reclama o pagamento de 1/3 constitucional sobre as férias indicadas.

f.3) DO DIREITO À FÉRIAS – CONCESSÃO DE LICENÇA

Durante o período aquisitivo de 2019/2020 o empregado esteve afastado em gozo

de licença com percepção de salários por 20 dias, e o empregador não concedeu as referidas

férias do período sob o pretexto do tempo em que o reclamante passou afastado pela dita

licença. Ocorre que, de acordo com o art. 133, II da CLT, o empregado apenas perderá o

direito de férias se permanecer em gozo de licença afastado por mais de 30 dias, o que

deveras não ocorreu. Isto pois, requesta o pagamento das férias que lhe foram suprimidas,

devendo as mesmas serem pagas em dobro pois já ultrapassado o período concessivo, com
fulcro também no art. art. 137, caput da CLT.

G) Empregador

g.1) DO GRUPO ECONÔMICO (RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA)

A empresa reclamada Tubos S.A em que trabalhava a reclamante faz parte do

mesmo grupo econômico da empresa Encanamentos S.A, na medida em que estão sob a

mesma direção e demonstram interesse integrado em seus negócios bem como completa

atuação conjunta. Dessa maneira, restando caracterizado o grupo econômico com os

requisitos do art. 2°, §3º da CLT, as empresas devem ser responsáveis solidariamente, de

acordo com o art. 2°, §2° da CLT.

g.2) DA TERCEIRIZAÇÃO (RESPONSABILIDADE SUBSIÁRIA)

18
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

A reclamante era contratada da empresa Tudo Limpo que prestava serviços à

tomadora de serviços, a empresa Silva e Moraes Advogados Associados, em uma clara

situação de terceirização. Dito isso, com fundamento na Súmula 331, IV e VI do TST e art. 5°-

A, §5° da Lei n° 6.019/1974, a responsabilização da empresa contratante é subsidiária com

relação às obrigações trabalhistas referentes ao período de prestação de serviços, devendo

a contratante ser acionada caso a empresa Tudo Limpo não arque inicialmente com o

pagamento obrigacional em questão.

g.3) DA SUCESSÃO DE EMPREGADORES

A empresa em que o reclamante laborou durante 7 anos foi adquirida por outra do

mesmo ramo e, em razão de tal situação o novo empregador afirmou que todos os contratos

de trabalho estariam extintos em razão disso. Ora, Excelência, os arts. 10 e 448 da CLT

expõem que qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa bem como sucessão de

empregadores em nada pode afetar os contratos de trabalho vigentes em cumprimento ao

princípio da continuidade da relação de emprego, não tendo respaldo na lei para o fim do

contrato em questão. Assim, requesta pela nulidade da dispensa em análise.

H) Demais Teses

h.1) DA RESCISÃO INDIRETA (ATO LESIVO/DANO MORAL)

A empregada sofria com as condutas do seu supervisor Carlos, pois o mesmo tinha

o estranho e constrangedor hábito de enfileirar as empregadas no início do expediente e

exigir que cada trabalhadora lhe desse um beijo no rosto e a reclamante, por medo de

demissão, sempre se submetia a tais absurdos. A situação em tela é justificadora para a

rescisão indireta do contrato de trabalho em razão da justa causa do empregador, em

consonância com o art. 483, alínea “e” da CLT. Com razão a reclamante, pleiteia a mesma a

rescisão indireta do contrato de trabalho e as consequências advindas de tal situação.

h.2) DA RESCISÃO INDIRETA (DEPÓSITOS DE FGTS)

Restou constatado que o empregador, no último ano do contrato de trabalho, havia

deixado de depositar os valores a título de FGTS na conta vinculada do reclamante, vindo a

descumprir com as obrigações do contrato. A situação em tela é justificadora para a rescisão

indireta do contrato de trabalho em razão da justa causa do empregador, em consonância

19
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

com o art. 483, alínea “d” da CLT. Com razão a reclamante, pleiteia a mesma a rescisão

indireta do contrato de trabalho e as consequências advindas de tal situação.

h.2) DA ANULAÇÃO DA DISPENSA POR JUSTA CAUSA

Nelson informa que foi despedido por justa causa, apesar de não ter feito nada de

errado. Logo, não havendo motivo para a justa causa, a dispensa deve ser anulada, pois

ausente qualquer causa prevista no art. 482 da CLT. Ademais, o ônus da prova sobre o

cometimento de justa causa é do empregador, conforme art. 818, II da CLT. Diante do

exposto, requer seja anulada a justa causa.

h.3) DAS VERBAS RESCISÓRIAS NA DISPENSA SEM JUSTA CAUSA

Em razão da dispensa sem justa causa, o empregado tem direito a todo o completo

rescisório de: saldo de salário, aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais +

1/3, saque/levantamento do FGTS, indenização de 40% sobre o FGTS e acesso às guias para

levantamento do valor de seguro-desemprego, o que requer.

h.4) DO RECONHECIMENTO DE VÍNCULO – ANOTAÇÃO NA CTPS

Gustavo trabalhou de 06/01/2021 a 10/11/2021 sem a CTPS assinada sob o

pretexto de que estaria sob a égide de contrato de prestação de serviços de informática e

assistência técnica nos computadores da empresa reclamada. No entanto, durante todo

esse período restaram cumpridos todos os requisitos do vínculo de emprego, quais sejam:

subordinação, pessoalidade, onerosidade e habitualidade, nos termos do art. 3° da CLT.

Portanto, busca o reconhecimento do vínculo de emprego do período exposto, com a

consequente anotação e baixa na CTPS para fins previdenciários.

h.5) DA ANOTAÇÃO NA CTPS – VERDADEIRA FUNÇÃO

Conforme cópia da CTPS em anexo, constou admissão de Joana em 17/12/2017 e

saída em 28/04/2018, na função de auxiliar de serviços gerais, mas, na prática, a função da

empregada era de técnica de informática. Assim, deve ser retificada a CTPS para constar a

verdadeira função exercida, qual seja, a de técnica de informática, conforme art. 29 da CLT.

h.6) DA PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO

20
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

Na demissão da reclamante a empresa reclamada não considerou o tempo de

serviço cumprido à título de aviso prévio indenizado, sob o pretexto de que apenas seria

contabilizado se fosse indenizado. Razão não assiste ao reclamado. A OJ 82 da SDI 01 do TST

afirma que a data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo

do aviso prévio, ainda que indenizado. Assim, requer a retificação na CTPS nesse sentido.

h.7) DA MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE – ACIDENTE DE TRABALHO

Heitor sofreu acidente de trabalho e ficou afastado em benefício previdenciário por

acidente do trabalho (auxílio por incapacidade temporária acidentária, antigo auxílio doença

acidentário, código B-91), teve alta médica após 3 meses e quando retornou à empresa

descobriu que seu plano de saúde tinha sido cancelado por ato do empregador. Todavia,

nos termos da Súmula 440 do TST, é assegurado o direito à manutenção de plano de saúde,

não obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio -doença acidentário ou

de aposentadoria por invalidez. Assim, requesta pelo reestabelecimento do plano de saúde,

de acordo com o entendimento acima sumulado.

h.8) DA MULTA DO ART. 477 DA CLT

A reclamante recebeu suas verbas rescisórias 60 dias após a rescisão do contrato

já com a projeção do aviso prévio. Logo, como não foi observado o prazo para pagamento

das verbas rescisórias, que é de 10 dias após a extinção do contrato, conforme estabelecido

no § 6º do art. 477 da CLT, requer a aplicação da multa do § 8º do art. 477 da CLT.

2. Contestação

A) Preliminares

a.1) DA PRESCRIÇÃO PARCIAL

A reclamante pleiteia as verbas de todo o contrato de trabalho que se deu de

19/05/2009 a 28/10/2021, tendo ajuizado ação somente em 01/12/2021. Desta maneira, de


acordo com o art. 11, caput da CLT e art. 7°, XXIX da CF, o pleito só pode retroagir até 5 anos

antes do ajuizamento da ação, ou seja, os pedidos anteriores a 01/12/2016 estão prescritos,

de modo que não pode a reclamante pleiteá-los em juízo. Assim, requer seja decretada a

21
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

prescrição no presente caso, com o consequente julgamento com resolução de mérito, nos

ditames do art. 487, II do CPC.

a.2) DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (CONTRIBUIÇÕES

SOCIAIS)

A parte autora pugna pelo pagamento das contribuições sociais porquanto afirma

que as mesmas não foram adimplidas no curso do contrato de trabalho. Ocorre, Excelência,

que tal pedido não é de competência desta justiça especializada, pois a justiça do trabalho

apenas pode executar as contribuições sociais de ofício, tendo estas sido objeto das suas

sentenças e dos acordos homologados em juízo, de acordo com a determinação do art. 114,

VIII da CF, Súmula 368, I do TST e Súmula Vinculante 53 do STF. Dessa forma, requer seja

decretada a incompetência da justiça do trabalho no presente caso, com o consequente

julgamento sem resolução de mérito, nos ditames do art. 485, IV do CPC.

a.3) DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (CRIMES)

A Reclamante requer a aplicação da penalidade criminal cominada no art. 49 da

CLT contra os sócios da ré, uma vez que eles haviam cometido a infração prevista no referido

diploma legal. Porém, a Justiça do Trabalho não tem competência criminal, conforme art.

114 da CF, sendo que o art. 114, IX da CF apenas possibilita a discussão de outros assuntos

quando relacionados com o trabalho. Ademais, a Súmula 62 do STJ refere que a competência

nesse caso será da Justiça Estadual. Diante do exposto, requer seja acolhida a presente

preliminar para declarar a incompetência da justiça do trabalho para a análise de questão

criminal, extinguindo-se o feito sem resolução de mérito, conforme art. 485, IV do CPC.

a.4) DA INÉPCIA DA INICIAL (PEDIDO INDETERMINADO)

Na inicial o reclamante refere pedido de horas extras pelos feriados trabalhados,

vez que, segundo ela, laborou em “todo e qualquer feriado brasileiro”. Excelência, tal pedido

encontra-se indeterminado e muito genérico, o que impede o reclamado de exercer sua

defesa de maneira especificada, configurando-se como verdadeira inépcia da inicial, de

acordo com o art. 330, I, e art. 330, §1º II, ambos do CPC e art. 840, § 1º da CLT. Assim, com

relação a tal pedido, requesta a extinção sem resolução de mérito, conforme art. 485, I e IV

do CPC.

22
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

a.5) DA NÃO QUANTIFICAÇÃO DE PEDIDOS

A reclamante postula vários pedidos em sua exordial, no entanto a referida petição

atribui valor a nenhum desses pedidos. Ora, insigne Magistrado, o art. 840, §3º da CLT expõe

que os pedidos devem ser certos, determinados e com a indicação do seu valor, sendo

requisitos imprescindíveis da petição inicial trabalhista, não podendo a autora escusar-se de

tal obrigação legal. Por isso, requer a extinção da ação sem resolução de mérito, nos termos

da fundamentação.

a.6) DA INÉPCIA DA INICIAL (AUSÊNCIA DE PEDIDO)

A reclamante afirmou que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde,

tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração

mensal. Porém, em momento algum apresenta pedido correspondente a tal alegação, razão
pela qual deve ser reconhecida a inépcia da petição inicial, nos termos do art. 330, caput, §1º,

I do CPC. Assim, requer seja acolhida a preliminar, com extinção do feito sem resolução de

mérito, quanto ao tema dos descontos, com fundamento no art. 485, I do CPC.

a.7) DA INÉPCIA DA INICIAL (AUSÊNCIA DE CAUSA DE PEDIR)

A reclamante postulou adicional de periculosidade, porém não o fundamentou na

causa de pedir, ou seja, ausentes os fatos e fundamentos jurídicos que levaram o

empregado a postular tal situação. Logo, tal situação caracteriza a inépcia da inicial, nos

termos do art. 330, §1º, I do CPC, pois ausente causa de pedir. Assim, requer a extinção sem

resolução do mérito em relação ao pedido de adicional de periculosidade, conforme art. 485,I

do CPC.

a.8) DA COISA JULGADA (ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO)

Em ação pretérita com os mesmos pedidos a reclamante firmou acordo em


audiência com o reclamado, tendo sido este homologado em juízo, mas mesmo assim

ajuizou nova ação com os mesmos pleitos da anterior. Ora, o acordo homologado em juízo

tem força de decisão irrecorrível e faz coisa julgada, transitando em julgado na data de sua

homologação, de acordo com a Súmula 100, V do TST e art. 831, parágrafo único da CLT, não

sendo permitido à reclamante ajuizar nova ação, porquanto ocorrida a coisa julgada.

23
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

Portanto, pede o acolhimento da prescrição de coisa julgada, extinguindo a ação sem

resolução de mérito, nos ditames do art. 485, V do CPC.

a.9) DA PEREMPÇÃO

Conforme relata, o empregado ajuizou ação pretérita e não esteve presente na

audiência inaugural, não tendo apresentado nenhum motivo ponderoso para tanto, tendo

a ação sido arquivada. Ainda, o empregado também teria ajuizado uma segunda ação

trabalhista, tendo faltado novamente a audiência inaugural porque perdera a confiança em

seu advogado. Nota-se, Excelência, que o presente reclamante deu causa a 2 arquivamentos

pretéritos em razão de ausência na audiência, tendo sido as ações arquivadas nos termos
do art. 844, caput e §§ 2° e 3° da CLT, sendo causa de perempção, não podendo o autor

reclamar na justiça do trabalho até o transcurso de 6 (seis) meses, de acordo com os arts.

731 e 732 da CLT. Bem por isso, a ação deve ser extinta sem julgamento de mérito, com

fundamento no art. 485, V do CPC.

a.10) DO NÃO PAGAMENTO DE CUSTAS

Conforme relata, o empregado ajuizou ação pretérita e não esteve presente na

audiência inaugural, não tendo apresentado nenhum motivo ponderoso para tanto, tendo

a ação sido arquivada. Assim, sem arcar com nenhum pagamento, o autor ajuizou nova ação.

Ocorre, Magistrado, que o art. 844, §2° e §3° da CLT menciona que o pagamento de custas

da ação arquivada é requisito obrigatório para o ajuizamento de nova ação. Dessa maneira,

não tendo arcado com o pagamento das custas, a ação deve ser extinta sem julgamento de

mérito, com fundamento no art. 485, V do CPC.

- Mérito

B) Jornada de Trabalho

b.1) DAS HORAS EXTRAS

A reclamante requer o pagamento de horas extras com adição de 50%, explicando

que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta, das 10h às 20h, com intervalo de 2h para

refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem intervalo. Porém, a jornada da reclamante não

ultrapassa o limite estabelecido no art. 7º, XIII da CF e art. 58 da CLT, pois não labora além

24
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

de 8 diárias ou 44 semanais. Diante do exposto, requer seja julgado improcedente o pedido

da reclamante.

b.2) DAS HORAS EXTRAS (CARGO DE CONFIANÇA – BANCÁRIO)

A reclamante afirma que trabalhava das 8h às 20h, de segunda a sexta, com

intervalo de 20 min, e por essa razão requer horas extras e reflexos. Ocorre que, o pedido

não deve prosperar, já que a reclamante ocupava cargo de confiança, sendo gerente geral

de agência, e recebendo gratificação de função de 50%, conforme art. 62, II da CLT e art. 62

§ único da CLT, já que trabalhadores nessa condição não tem direito a horas extras pois não

estão inclusos no capítulo geral de duração de trabalho da CLT. Diante do exposto, requer

a improcedência do pedido.

b.3) DAS HORAS EXTRAS – ÔNUS DA PROVA (CONTROLE DE PONTO)

Jasmine solicitou o pagamento de horas extras em razão de suposta jornada

extraordinária trabalhada, sem juntar prova para corroborar com suas alegações. Ora,

compete à reclamante fazer prova de suas alegações, pois é fato constitutivo do seu direito,

nos termos do art. 818, I da CLT e art. 373, I do CPC. Subsidiariamente, argumenta-se ainda

que na oportunidade a reclamada junta aos autos os controles de ponto, denunciando que

a reclamante não cumpriu nenhuma jornada excedente da sua hora normal, fazendo prova

quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante,

de acordo com o art. 818, II da CLT e art. 373, II do CPC. Assim, não tendo feito prova de suas

alegações, o pedido da reclamante deve ser julgado improcedente.

b.4) DAS HORAS EXTRAS – ÔNUS DA PROVA (CONTROLE DE PONTO COM HORÁRIOS

INVARIÁVEIS)

Yuri requereu o pagamento de 2 horas extras por dia e, para comprovar o pleito,

juntou aos autos cartões de controle de ponto com horários invariáveis. Ora, a Súmula 338,

III do TST expõe que os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída

uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova ao

empregador, na medida em que esta reclamada fará prova de suas alegações sob forma de

prova testemunhal em momento oportuno. Assim, não tendo feito prova de suas alegações,

o pedido da reclamante deve ser julgado improcedente.

25
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

b.5) DAS HORAS EXTRAS (VENDEDOR EXTERNO)

A Reclamante requer o pagamento de horas extras, explicando que realizava uma

hora a mais em sua jornada todos os dias. Porém, a reclamante era vendedora externa com

condição que a impossibilitava o controle de sua jornada, com devida anotação desta

condição em sua CTPS, estando excluída do direito ao pagamento de horas extras, conforme

art. 62, I da CLT. Diante do exposto, requer seja julgado improcedente o pedido da

reclamante.

b.6) DO INTERVALO INTRAJORNADA

A reclamante laborava de segunda a sexta, das 10h às 20h, com intervalo de 2h

para refeição e afirma que o seu intervalo de refeição se encontra incompleto, motivo pelo

qual pleiteia mais 30 min de intervalo intrajornada. No entanto o tempo de intervalo


intrajornada da empregada está correto, nos ditames do art. 71, caput da CLT, devendo este

ser de, no mínimo, 1h, o que fora amplamente respeitado. Assim, requer seja julgado

improcedente o pedido da reclamante.

b.7) DO INTERVALO INTERJORNADA

O reclamante alega que o intervalo interjornada não era observado, daí porque

deseja que isso seja remunerado como hora extra. Porém, entre as jornadas o reclamante

tinha eram de 14 horas, ou seja, era respeitado o intervalo mínimo estabelecido pelo art. 66

da CLT quando o mesmo refere que esse intervalo deve ser de no mínimo 11 horas. Assim,

requer seja julgado improcedente o pedido do reclamante, pois devidamente respeitado o

intervalo interjornada.

b.8) DO ADICIONAL NOTURNO

O Reclamante alega que trabalhava de segunda a sexta das 5h às 15h, com


intervalo de 2 h para refeição, jamais recebendo horas extras nem adicional noturno, o que

postula na demanda. Porém, o reclamante não laborava em honorário noturno, razão pela

qual não lhe era devido adicional noturno, pois o art. 73, §2º da CLT estabelece que apenas

será considerado noturno o trabalho realizado entre as 22h de um dia e as 5h do dia

seguinte, o que não é o caso pois o reclamante iniciava as 5h e terminava sua jornada as

26
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

15h. Diante do exposto, requer seja julgado improcedente o pedido do reclamante, pois não

trabalhava em horário noturno.

b.9) DO ADICIONAL NOTURNO (EMPREGADO DOMÉSTICO SEM VÍNCULO)

Marcela requer o pagamento de adicional noturno pois informa que laborou 1x por

semana até as 20h como diarista na casa da família Dutra. Sucede que o adicional não é

devido, pois não há vínculo empregatício nos termos do art. 3° da CLT. Subsidiariamente,

lembre-se que Marcela sequer laborou em período noturno, pois o labor noturno é do
período entre 22h e 5h da manhã, conforme art. 73, caput e §2° da CLT. Portanto, deve ser

julgado improcedente o pleito em análise.

C) Remuneração e Salário

c.1) DA INTEGRAÇÃO DO VALE CULTURA

O reclamante recebia vale-cultura do empregador no valor de R$ 30,00 mensais, e

requer sua integração ao salário. Porém, conforme art. 458, §2º, VIII da CLT, o vale cultura

não integra o salário, razão pela qual o pedido deve ser julgado improcedente.

c.2) DA INTEGRAÇÃO DO PLANO ODONTOLÓGICO

A reclamante alega que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente,

razão pela qual requer a integração do seu valor ao salário, como salário utilidade. Todavia,

o plano odontológico não é caracterizado como salário utilidade, conforme expressamente

estabelece o art. 458, §2º, inciso IV e § 5º da CLT. Assim, requer a improcedência do pedido.

c.3) DA INTEGRAÇÃO DA MENSALIDADE DA FACULDADE

A reclamante alega que a empresa pagava mensalmente o seu curso de Direito em

faculdade privada e, por isso, requesta a integração do seu valor ao salário. Sucede que

mensalidades em instituições de ensino não podem incorporar-se ao salário da empregada

para os demais fins por força da disposição do art. 458, §2º II da CLT, razão pela qual o pedido

deve ser julgado improcedente.

c.4) DA INTEGRAÇÃO DO PLANO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA E SEGURO DE VIDA

27
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

O reclamante refere que além do salário, tinha sido concedido pelo empregador

plano de saúde e seguro de vida, mas que tais valores, não eram integrados ao seu salário,

o que foi requerido. Porém, o plano de assistência média e seguro de vida não integram o

salário por expressa determinação legal, conforme art. 458, § 2°, inciso IV e V da CLT. Assim,

os pedidos devem ser julgados improcedentes.

c.5) DA INTEGRAÇÃO DA AJUDA DE CUSTO

A Reclamante menciona que recebida ajuda de custo, quando precisa viajar para

outras cidades, mas que tais valores não eram integrados ao salário, o que requer. Porém,

a ajuda de custo não integra o salário por expressa disposição legal, conforme art. 457, §2º

da CLT. Assim, requer seja julgado improcedente o pedido.

c.5) DO SALÁRIO UTILIDADE (DA INTEGRAÇÃO DO VESTUÁRIO/UNIFORME)

Alega a autora que seu empregador fornecia vestuário para todos os empregados,

sendo estes utilizados no local de trabalho para prestação dos serviços, mas que referida

utilidade não integrava os valores referentes ao seu salário e, por fim, pleiteia a integração

da parcela referente ao fornecimento de vestuário em seu salário como forma de utilidade.

Não assiste razão a reclamante, uma vez que o vestuário fornecido para a prestação dos

serviços não tem natureza salarial, por determinação do art. 458, § 2º, I da CLT, porquanto

fornecido para a prestação do serviço. Assim sendo, requer a improcedência do pleito em

questão.

c.6) DO SALÁRIO UTILIDADE (DA INTEGRAÇÃO DO VEÍCULO)

A Reclamante alega que durante a semana ficava com um carro da empresa para

a realização das visitas aos clientes, e requer a integração ao salário de tal parcela. Ocorre

que, o veículo era fornecido para o trabalho, não se caracterizando como parcela salarial,

conforme art. 458, 2º, III da CLT e Súmula 367, I do TST. Assim, requer seja julgado

improcedente o pedido.

c.7) DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

O reclamante refere que foi gerente geral de agência de pequeno porte por 4 anos,

período total em que trabalhou para o banco. Sua agência atendia apenas a clientes pessoa

28
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

física. Alega que era responsável por controlar o desempenho profissional e a jornada de

trabalho dos funcionários da agência, além do desempenho comercial desta. Na ação, a

reclamante aduziu que ganhava R$ 8.000,00 mensais, além da gratificação de função no

percentual de 50% a mais que o cargo efetivo. Porém, seu salário era menor que o de João

Petrônio, que percebia R$ 10.000,00, sendo gerente de agência de grande porte atendendo

contas de pessoas físicas e jurídicas. E, por essa razão, postula a diferença salarial. Porém, o

reclamante e o paradigma não exerciam a mesma função, já que o reclamante era gerente

de agência de pequeno porte e atendia apenas clientes pessoa física, e João Petrônio,

atendia pessoas físicas e jurídicas, sendo gerente de agência de grande porte. Razão pela
qual não preenche os requisitos do art. 461, caput e § 1º da CLT. Diante disso, o pedido da

reclamante deve ser indeferido já que as funções não eram idênticas.

c.8) DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE (TEMPO EXTREMANENTE REDUZIDO)

O reclamante confirma que, dentre os clientes do empregador, estava uma

companhia de energia elétrica da cidade, daí porque, uma vez por semana, tinha que ir até

essa empresa para pegar, de uma só vez, as apostas de todos os seus empregados, o que

fidelizava esses clientes; contudo, nesse dia, ele permanecia em área de risco (subestação

de energia) por 10 minutos. Em razão disso requer adicional de periculosidade. Porém, é

indevido o referido adicional, pois o contato era por tempo extremamente reduzido, por

apenas 10 minutos por semana, conforme Súmula 364, I do TST. Diante disso, o pedido deve

ser julgado improcedente, pelas razões apresentadas.

c.9) DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE (MOTOCICLETA)

A empregada requer pagamento de adicional de periculosidade pois percorria o

caminho casa-trabalho em sua motocicleta particular, utilizando apenas para tal fim. Porém,

o adicional apenas é devido quando a utilização da motocicleta se dá para a realização do

trabalho, durante a sua jornada diária, conforme art. 193, §4º da CLT. Assim, infundado o

pleito da reclamante, razão pela qual deve ser julgado improcedente.

c.10) DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (LIMPEZA DE BANHEIRO PÚBLICO)

A reclamante fazia a limpeza de 4 banheiros, além de fazer o recolhimento do lixo,

tudo em âmbito residencial, razão pela qual pleiteia o pagamento de insalubridade em grau

máximo. Mas, não é o caso, pois conforme a Súmula 448, II do TST o adicional de

29
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

insalubridade é devido apenas quando há higienização de instalações sanitárias de uso

público ou coletivo de grande circulação, o que não ocorre no caso, já que é em âmbito

residencial. Assim, infundado o pleito da reclamante, razão pela qual deve ser julgado

improcedente.

c.11) DO ADICIONAL DE PENOSIDADE

A reclamante alega que o no exercício da sua atividade, era constantemente furada

pelos espinhos das flores que manipulava, e em razão disso requer o pagamento de

adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o salário-base. Ocorre que, o adicional de

penosidade não foi regulamentado, embora previsto no art. 7, XXIII da CF. Assim, deve ser

julgado improcedente o pedido da reclamante.

c.12) DA DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS SALARIAIS AUTORIZADOS

A reclamante requer a devolução dos descontos relativos ao plano de saúde, que

assinou no ato da admissão, tendo indicado dependentes. Contudo, não há razão para tal

devolução, já que o desconto se deu em razão de autorização expressa e prévia da

reclamante, que inclusive indicou dependentes, logo, não há qualquer vício de

consentimento, e, o desconto é autorizado nesse caso, conforme art. 462 da CLT, OJ 160 da

SDI-1 do TST e Súmula 342 do TST. Diante do exposto, requer seja julgado improcedente o

pedido da reclamante.

D) Contrato de Trabalho

d.1) DO TEMPO À DISPOSIÇÃO (ATIVIDADE RELIGIOSA)

A reclamante refere que no ano de 2018 permanecia na empresa, duas vezes na

semana, por mais uma hora, para participar de culto ecumênico, e que isso caracterizaria

tempo à disposição do empregador, gerando direito ao pagamento das referidas horas

como hora extra. Porém, tal tempo dedicado a prática religiosa não é tempo à disposição do

empregador, conforme estabelece o art. 4º, §2º, I da CLT. Diante do exposto o pedido deve

ser julgado improcedente.

d.2) DO ACÚMULO DE FUNÇÃO

30
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

A reclamante foi contratada como cozinheira, mas alega que era obrigada a, desde

o início do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los numa bandeja e levar a


refeição para 5 empregados do setor. Requer, então o pagamento de um plus salarial de

30% sobre o valor do seu salário. Porém, não é devido o plus salarial, pois a atividade

desempenhada era compatível com a sua condição pessoal e profissional, nos termos do

art. 456, parágrafo único da CLT. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido.

d.3) DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

A reclamante foi transferida de São Paulo para Belém, após um ano de serviço,

tendo lá fixado residência com sua família. Por isso, ela requer o pagamento de adicional de

transferência. Entretanto, o adicional de transferência somente é devido no caso de

transferência provisória, o que não é o caso de Paula, já que essa foi transferida de forma

definitiva, tanto que fixou residência com sua família em Belém. Assim, o adicional é

indevido, conforme art. 469, §3º da CLT e OJ 113 da SDI-1 do TST, já que a transferência era

definitiva.

d.4) DA REINTEGRAÇÃO (DIRIGENTE SINDICAL – CANDIDATURA NO CURSO DO AVISO

PRÉVIO)

O reclamante relata que, duas semanas após receber o aviso prévio, decidiu

inscrever-se numa chapa como candidato a presidente do sindicato dos empregados em

lotéricas, para lutar por melhorias para a sua categoria. Em razão disso postula a sua

reintegração. Ocorre que, o reclamante não tem garantia de emprego, pois sua candidatura

se deu no prazo do aviso prévio, conforme determina a Súmula 369, V do TST. Em razão

disso, o pedido deve ser julgado improcedente.

d.5) DA REDUÇÃO DE JORNADA NO CURSO DO AVISO PRÉVIO

A reclamante requer pagamento de novo aviso prévio e sua integração para todos

os fins, em razão de não ter tido a redução da sua jornada em duas horas diárias ou de ter

tido dispensa de sete dias corridos, informando que a lei é clara sobre o direito a redução

da sua jornada em duas horas diárias ou de faltar a sete dias corridos quando do aviso

prévio. Todavia, conforme previsão legal, a trabalhadora não tem direito a tal redução pois

pediu demissão, sendo tal direito apenas reservado quando a rescisão tiver sido promovida

31
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

pelo empregador, conforme art. 488, caput e parágrafo único da CLT. Bem por isso, o pedido

da trabalhadora deve ser julgado totalmente improcedente.

d.6) DA INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO DE EMPREGO (DIARISTA)

Marcela trabalhava na casa da Família Dutra duas vezes por semana, realizando a

limpeza da residência, razão pela qual requer reconhecimento de vínculo como empregada
doméstica. Entretanto, de acordo com o art. 1°, caput da LC 150/2015, é considerado

empregado doméstico o trabalhador que frequente o labor por mais de 2 (dois) dias da

semana, o que não ocorria no caso em comento, na medida em que Marcela era apenas

uma trabalhadora eventual, diarista sem vínculo, pois lhe faltava o requisito da não

eventualidade. Assim, deve ser julgado improcedente o pedido de vínculo da reclamante.

d.7) DAS FÉRIAS, DEPÓSITOS DE FGTS E VERBAS RECISÓRIAS (EMPREGADO SEM VÍNCULO)

Marcela trabalhava na casa da Família Dutra duas vezes por semana, realizando a

limpeza da residência, razão pela qual requer reconhecimento de vínculo como empregada

doméstica bem como o pagamento das verbas rescisórias. Mas, o caso dos autos não é uma

situação que gera vínculo empregatício, e, por consequência não são devidas férias e verbas

rescisórias, e tampouco o recolhimento de FGTS, pois tratam-se de direitos garantidos aos

empregados, conforme art. 7º da CF e art. 1º da LC 150/2015, devendo o pedido ser julgado

totalmente improcedente.

E) Demais Teses

e.1) DA CATEGORIA DIFERENCIADA (BANCÁRIOS)

Fernando afirma que, além de processor os jogos feitos pelos clientes, também

realizava atividade bancária referente a saques de até R$ 100,00 e o pagamento de contas

de serviços públicos (água, luz, gás e telefone) bem como de boletos bancários de até R$

200,00. Em razão disso requer a aplicação das vantagens previstas para os bancários.

Entretanto, não podem ser aplicadas tais vantagens, pois Fernando não é bancário, e por
não ser pertencente a mesma categoria, não faz jus aos benefícios daquela categoria

profissional, conforme art. 511 da CLT, inclusive seu empregador não explora a atividade

bancária. Diante disso, o pedido deve ser julgado improcedente.

32
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

e.2) DA MULTA DO ART. 477 DA CLT – PAGAMENTO TEMPESTIVO

A reclamante, requer, ainda, multa prevista no art. 477 da CLT, pois foi notificada

da dispensa em 02/03/2015, uma segunda-feira, e a empresa só pagou as verbas rescisórias

e efetuou a homologação da dispensa em 12/03/2015, um dia após o prazo, segundo sua

alegação. Porém, o pagamento foi tempestivo, pois deve-se excluir na contagem o dia do

começo, conforme determina a OJ 162 da SDI-1 do TST ou art. 132 do CC. Diante disso,

excluindo-se do computo o dia 02, o dia 12 seria o último dia do prazo, e o pagamento ainda

era possível de ser feito neste dia. Diante do exposto requer seja julgado improcedente o

pedido

e.3) DA MULTA DO ART. 477 DA CLT – PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS – AVISO

PRÉVIO

A reclamante requer o pagamento da multa do art. 477, § 8º, da CLT, porque o valor

das verbas resilitórias somente foi creditado na sua conta 20 dias após a comunicação do

aviso prévio, concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo legal. Contudo, o

pagamento foi feito 20 dias após o aviso prévio, e por essa razão, dentro do prazo legal,

estabelecido no art. 477, §6º da CLT, pois o prazo de 10 dias para pagamento é contado

apenas do término do contrato, e isso somente acontece após o fim do aviso prévio, pois o

tempo do mesmo é computado no contrato de trabalho, conforme OJ 82 da SDI-1 do TST.

Assim, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante.

e.4) DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL (DOENÇA DEGENERATIVA)

A Reclamante postula indenização por dano moral da reclamada alegando que foi

vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa não respeitava as normas de

ergonomia. Porém, os laudos juntados – ressonância magnética da coluna vertebral,

apontam o diagnóstico de doença degenerativa. Então, por se tratar de doença

degenerativa, a indenização é indevida, pois não é considerada doença profissional ou do

trabalho, conforme art. 20, §1º, alínea a, da Lei 8.213/91. Diante do exposto, o pedido deve

ser julgado improcedente.

e.5) DA ULTRATIVIDADE DA NORMA COLETIVA (CESTA BÁSICA)

33
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

O autor alega que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos

os funcionários, cesta básica mensal, que foi suprimida em 1º de agosto de 2018, sendo que,

no seu entender, isso violaria o seu direito adquirido. Porém, conforme convenção coletiva

juntada aos autos, temos que ela vigorou de julho de 2016 a julho de 2018, período no qual

constava a obrigação de fornecimento da cesta básica, mas ela não tem ultratividade, de

maneira que não se mantem tal direito após sua vigência, conforme art. 614, §3º da CLT,

pois com a novidade inclusa pela Reforma Trabalhista só podem vigorar por até 2 anos.

Assim, requer seja julgado improcedente o pedido.

e.6) DA NORMA COLETIVA (TICKET ALIMENTAÇÃO)

O reclamante afirma que existe o benefício de ticket-alimentação, previsto em

acordo coletivo assinado pela sociedade empresária Beta Ltda., mas que jamais recebeu

esse benefício durante todo o contrato. Porém, o acordo coletivo em questão não foi

assinado pela reclamada, razão pela qual não se obriga com o referido ticket, conforme art.

611, §1º da CLT. Assim, o pedido deve ser julgado inteiramente improcedente.

e.7) DO PEDIDO DE DEMISSÃO – VÍCIO DE CONSENTIMENTO

Aduz a parte autora que foi coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não

fizesse, a reclamada alegaria dispensa por justa causa, apesar de nada ter feito de errado.

Entretanto, como trata-se de alegação de fato constitutivo do seu direito, cabe a reclamante

a prova das suas alegações, já que há documento escrito a próprio punho pela autora com

o pedido de demissão aprova de eventual vício a ela cabe, nos termos do art. 818, I da CLT.

Diante do retroexposto, requer seja julgado improcedente o pedido.

e.8) DAS FÉRIAS DOBRADAS ACRESCIDAS DE 1/3 – LICENÇA

Pleiteia a autora em sua peça inicial o pagamento em dobro das férias referentes

ao período 2015/2016 acrescidas do terço constitucional. Ora, douto magistrado, a

reclamante admite que no período aquisitivo de 2015/2016 se retirou em licença

remunerada por 36 dias, portanto, segundo o art. 133, II da CLT perdeu o direito as férias

relativas a esse período. Desta forma, impugna o pleito de férias dobradas de 2015/2016

acrescidas do terço constitucional requerendo sua completa improcedência, por ser

maneira de mais correta justiça.

34
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

e.9) DO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA – PDV

A autora aderiu ao Plano de Demissão Voluntária proposto pelo reclamado dando

quitação geral aos direitos referentes ao seu contrato de trabalho, no entanto mesmo assim

manejou ação judicial para discutir o mencionado contrato de trabalho. Sucede que, em

consonância com o art. 477-B da CLT o PDV assinado pelo empregado enseja quitação plena

e irrevogável dos direitos decorrentes da relação de emprego em tela, não podendo o

empregado após a assinatura do documento utilizar-se de ação judicial como fez. Dessa

forma, requer seja julgado improcedente o pleito autoral.

e.10) DA NULIDADE DA ALTERAÇÃO CONTRATUAL DA DATA DE PAGAMENTO DE

SALÁRIO

Aduz a reclamante que a reclamada sempre efetuou o pagamento dos salários no

dia 02 do mês seguinte ao vencido, mas a partir de janeiro de 2015, de forma unilateral,

passou a quitá-los no dia 05 do mês seguinte, fato que supostamente causou prejuízo aos

empregados, e por isso pleiteou a nulidade da alteração contratual relativa à data de

pagamento dos salários, com o consequente pagamento de juros e correção monetária

entre os dias 02 e 05 de cada mês, no interregno de janeiro de 2015 em diante. Ora,

Excelência, não merece guarida as alegações da autora, pois a empresa reclamada obedeceu

ao que determina o art. 459, § 1º da CLT, ou seja, o salário deve ser pago até o quinto dia útil

do mês subsequente ao trabalhado. Desta forma, impugna o pleito em testilha requerendo

sua improcedência.

e.11) DO DANO MORAL (USO DO UNIFORME)

A reclamante menciona que deveria ser indenizada, em razão de ter que utilizar

uniforme com logomarca de empresas parceiras. Ocorre que, a indenização pela utilização

de uniforme com logomarcas é indevida, pois autorizado pela legislação, conforme art. 456-
A, caput, da CLT. Diante disso, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante.

e.12) DO DANO MORAL (INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO)

Marcela requesta indeniação por dano moral argumentando que certa feita foi

surpreendida dormindo na casa da reclamada enquanto prestava seus serviços de diarista,

tendo a reclamada lhe advertido que isso não poderia acontecer, sendo que tal fato lhe

35
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

causou trauma, e não mais está conseguindo ter uma noite tranquila de sono, depois

daquele dia. Excelência, não houve nenhum ato ilícito cometido pela reclamada, não sendo

hipótese de caracterização de dano moral, conforme arts. 186 e 927 do CC e art. 223-C da

CLT. Diante disso, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante.

e.13) DO DANO MATERIAL (LAVAGEM DO UNIFORME)

Celina laborava na função de secretária desta empresa reclamada e informa que

semanalmente tinha que realizar a lavagem de seu uniforme social de trabalho, requerendo,

por isso, indenização de R$ 350,00 à título de dano material em razão do gasto com sabão

para roupa e lavanderia. Todavia, com base no art. 456-A, parágrafo único da CLT, a

higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, na medida em que o

uniforme de Celina não precisava de nenhum tipo de lavagem especial ou produtos

específicos que autorizassem o pagamento pelo empregador de tal despesa. Assim, não há

motivo para a solitação haja vista a inocorrência de qualquer dano material nos termos dos

arts. 186 e 927 do CC, devendo, assim, o pedido ser julgado completamente improcedente.

e.14) DA DEVOLUÇÃO DE DESCONTO (FALECIMENTO DE AMIGO)

A autora pleiteou devolução de desconto pelas faltas ao serviço no ano de 2019,

pois teria se ausentado para comparecer em velório de amigo sendo tal falta supostamente

amparada pela lei. No entanto, jamais pode persistir o entendimento, pois não há previsão

no art. 473 da CLT no caso de ausência para comparecimento ao falecimento de amigo,

sendo, portanto, o desconto lícito. Diante disso, requer seja julgado improcedente o pedido

da reclamante.

e.15) DA DEVOLUÇÃO DE DESCONTO (VEDAÇÃO À DEVOLUÇÃO EM DOBRO)

A reclamante solicitou devolução em dobro do desconto realizado de contribuição

sindical, informando que nunca havia autorizado tal desconto, e que portanto deveria ser

ressarcida em dobro. Não assiste razão a reclamante pois inexiste previsão legal acerca da

devolução em dobro do referido desconto, nos termos do art. 5°, II da CF, devendo ser

realizada apenas a devolução simples. Assim, requer seja julgado improcedente o pedido da

reclamante.

e.16) DAS FÉRIAS – ATO DO EMPREGADOR

36
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

O reclamante refere que havia feito solicitação de gozo de férias, em março de

2018, para que fossem usufruídas em julho daquele ano, pois havia comprado pacote de

viagem para a Europa no mês de julho, tendo tal pedido sido negado pela reclamada. Diante

disso, pleiteou pagamento de férias em dobro, mesmo tendo gozado das mesmas dentro

do respectivo período concessivo. Isto pois, as férias não foram concedidas na época de

escolha do empregado, mas na época determinada pelo empregador e no período que

melhor atenda aos seus interesses, de acordo com o art. 134 da CLT, razão pela qual também

não é devido nenhum pagamento em dobro das férias, haja visto a fruição no período

correto. Diante disso, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante.

3. Recurso Ordinário

A) Preliminares

a.1) DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

O Magistrado rejeitou a preliminar suscitada pela empresa e determinou o


recolhimento do INSS relativo ao período trabalhado mês a mês, para fins de aposentadoria,

já que restou comprovado que a empresa descontava a cota previdenciária, mas não a

repassava ao INSS. Porém, a justiça do trabalho não tem competência para a cobrança das

referidas contribuições, conforme art. 114, VIII da CF e Súmula 368, I do TST, pois sua

competência neste aspecto é limitada a execução quando de sentenças condenatórias em

pecúnia e de acordos homologados. Diante disso, requer seja acolhida a presente preliminar

para reconhecer a incompetência absoluta da justiça do trabalho para a cobrança de

contribuições sociais, e consequente extinção do processo sem resolução de mérito quanto

a esse pedido.

a.2) DA LITISPENDÊNCIA

Restou comprovado que o autor tinha outra ação em curso com o mesmo tema,

que se encontrava em grau de recurso. Com isso, resta caracterizada a litispendência entre

as duas ações, conforme art. 337, VI, §1º e §3º do CPC. Em razão disso, requer seja acolhida

a presente preliminar para extinguir o feito com relação às diárias, pois caracterizada a

litispendência, conforme art. 485, V do CPC.

a.3) DA PRESCRIÇÃO PARCIAL EM RAZÕES FINAIS

37
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

O D. Magistrado não acolheu a prescrição parcial porque ela foi suscitada pelo

advogado em razões finais, afirmando que deveria sê-lo apenas na contestação, tendo

ocorrido preclusão. Porém, não há preclusão, pois a prescrição poderia ser alegada em

alegações finais, conforme Súmula 153 do TST, que garante a possibilidade de alegação na

via ordinária. Diante disso, requer seja acolhida a prejudicial para que seja reconhecida a

prescrição, extinguindo-se o feito com resolução de mérito quanto aos pedidos anteriores a

cinco anos contados do ajuizamento, ou seja, 30/10/2012.

a.4) DO CERCEAMENTO DE DEFESA (PROVA TESTEMUNHAL E PERICIAL)

Nos autos do processo, superada a possibilidade de acordo, o juiz indeferiu os

requerimentos da segunda ré, ora recorrente, para a produção de provas testemunhal e

pericial, consignando em ata os protestos, pois visava, com isso, comprovar que o EPI

eliminava a insalubridade. Essa atitude do magistrado viola o direito constitucional de

contraditório e ampla defesa, caracterizando cerceamento de defesa, conforme art. 5º, LV

da CF, pois a parte tinha o direito de produzir prova das suas alegações, ocorrendo, portanto,

uma nulidade processual. Diante disso requer seja declarada a nulidade da sentença, de

forma que o processo retorne ao 1° grau para a realização de oitiva testemunhal e prova

pericial.

a.5) DA COISA JULGADA

Na sentença foi rejeitada a preliminar suscitada e desconsiderado que a empresa

havia feito um acordo em outro processo movido pelo mesmo empregado, homologado em

juízo, no qual pagou o prêmio de assiduidade, condenando-a novamente ao pagamento

dessa parcela. Contudo, com o acordo celebrado houve coisa julgada sobre o assunto, já

que se trata de situação, inclusive, irrecorrível para as partes, conforme art. 831, parágrafo

único da CLT. Assim, requer seja acolhida a preliminar para extinguir o processo sem a

análise do mérito quanto ao prêmio assiduidade, conforme art. 485, V do CPC.

a.6) DA QUITAÇÃO – ACORDO NA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

O Juiz reconheceu que, após o pagamento das verbas resilitórias, houve acordo e

outro pagamento de R$ 2.000,00 perante uma Comissão de Conciliação Prévia (CCP) criada

na empresa, sem ressalva, mas rejeitou a preliminar suscitada pela ré, compreendendo que

a realização do acordo na CCP geraria como efeito único a dedução do valor pago ao

38
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

trabalhador. Porém, conforme art. 625-E, parágrafo único da CLT, o acordo sem ressalvas,

tem eficácia liberatória geral, de maneira que nada mais poderia ser cobrado no caso dos

autos, já que todas as verbas estão quitadas. Assim, requer o acolhimento da preliminar

para reconhecer a quitação geral em razão do acordo firmado perante a CCP.

- Mérito

b.1) DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA

O Juiz deferiu honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão

de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% em relação aos

pedidos julgados improcedentes. No entanto, o percentual deferido em favor do advogado

da autora suplanta o limite legal, que é de 15%, conforme o art. 791-A da CLT, pelo que deve

ser reduzido. Por isso, a sentença deve ser reformada, de forma a minorar a parcela

honorária em comento.

b.2) DA ANOTAÇÃO DE DISPENSA NA CTPS

O Magistrado indeferiu o pedido do reclamante de retificação da data de dispensa

da CTPS para incluir o período do aviso prévio, tendo este sido indenizado. Porém, o

interregno do aviso prévio é computado para todos os fins, inclusive anotação de dispensa

na CTPS, pois onde o legislador não faz distinção não compete ao intérprete fazê-lo,

conforme a OJ 82 TST e art. 487, parágrafo 1º, da CLT. Assim, a sentença deve ser reformada,

de forma a deferir a retificação em análise.

b.3) DO TRIÊNIO E DA CESTA BÁSICA

O pedido de pagamento do adicional de triênio, e de cesta básica mensal para os

meses que não tenham havido faltas injustificadas, foi julgado improcedente, pois tinham

por suporte a previsão na convenção coletiva da categoria, mas tais parcelas não teriam

previsão legal. Mas, a convenção pode licitamente estabelecer sobre o adicional de triênio e

sobre a cesta básica, pois estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das

respectivas representações, às relações individuais de trabalho, conforme art. 611 da CLT e

art. 611-A da CLT. Diante do exposto, requer a reforma da sentença para que o pedido seja

julgado procedente.

39
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

Para além, todas as teses de mérito da Reclamação Trabalhista e da Contestação podem ser

usadas também no mérito do RO, razão pela qual não há necessidade de repeti-las aqui.

4. Contrarrazões ao Recurso Ordinário

A) Preliminares

a.1) DA INTEMPESTIVIDADE

Inicialmente, inconformado o recorrente, 15 dias após haver sido notificado da

decisão de improcedência dos pedidos, apresentou a medida jurídica cabível para tentar

revertê-la. Ocorre que, o prazo para a interposição de recurso ordinário é de 08 dias, nos

termos do art. 895, I, da CLT. Assim, não deve sequer ser conhecido o recurso da parte, pela

patente intempestividade.

a.2) DA DESERÇÃO

O Juiz prolatou sentença de improcedência total dos pedidos, com custas fixadas

em R$ 500,00. Inconformado, Renato recorreu sem juntar qualquer documento de

comprovação do r. depósito e custas recursais. Assim, restou deserto o recurso, pois deveria

comprovar o recolhimento no prazo do recurso, nos termos do art. 789, II da CLT e art. 789,
§1º da CLT. Assim, não deve sequer ser conhecido o presente recurso.

a.3) DO CERCEAMENTO DE DEFESA (TESTEMUNHA EM AUDIÊNCIA)

Na audiência, após a apresentação de defesa com documentos, foram dispensados

os depoimentos pessoais. A parte autora declarou não ter outras provas. A parte ré

requereu a oitiva de uma testemunha, a qual foi indeferida pelo juiz, gerando o

inconformismo da parte ré, registrado em ata de audiência. Diante disso, em sendo

conhecido o recurso de recorrente, deve ser reconhecido, o cerceamento de defesa, pelo

indeferimento da prova testemunhal, em violação aos princípios constitucionais do

contraditório e ampla defesa, previstos no art. 5º, LV da CF, ocorrendo nulidade. Assim, deve

ser anulada a decisão prolatada, com o retorno dos autos a origem, para que se proceda a

oitiva da testemunha.

- Mérito

40
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

Todas as teses de mérito da Reclamação Trabalhista e da Contestação podem ser usadas também

no mérito das contrarrazões ao RO, razão pela qual não há necessidade de repeti-las aqui.

5. Ação de consignação em pagamento

- Mérito

a.1) DA CONSIGNAÇÃO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Juliana foi demitida na modalidade sem justa causa e deve receber as seguintes

verbas deste tipo de dispensa, consignadas na presente ação:

a) Saldo de salário do mês de no valor de R$ ;

b) Aviso prévio proporcional de dias no valor de R$ ;

c) 13° proporcional no valor de R$ ;

d) Férias simples do período no valor de R$ , e férias proporcionais do período

no valor de R$ , todas com acréscimo de 1/3;

e) Guias para saque do seguro-desemprego e recolhimento do FGTS depositado;

f) Multa de 40% do FGTS no valor de R$ ;

g) TRCT.

Obs.1: Atenção, essas verbas variam a depender do caso concreto, não faça a tese dos

depósitos antes de ler minuciosamente a peça. Dessa forma, não adianta decorar essas

verbas pois elas podem se modificar, como já expliquei.

Obs.2: Além de valores rescisórios, o empregador também pode consignar outros valores,

tais como: diárias, adicionais, verbas não salariais... como mencionei acima, vai depender

do caso concreto. Assim, esteja atento e não responsabilize o material caso você não tenha

lembrado de consignar alguma quantia, seja verba salarial ou não.

a.2) DA CONSIGNAÇÃO DE OBJETOS PESSOAIS

E, como encontra-se em posse do empregador uma sacola com roupa, calçado e

itens de higiene pessoal, requer também a sua consignação em juízo para entrega para a

empregada.

6. Embargos à execução

41
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

A) Preliminares

a.1) DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

Restou comprovado nos autos que a parte exequente não deu andamento ao

processo por 2 anos, tendo ocorrido a prescrição intercorrente a que se refere o art. 11-A

da CLT. Por assim dizer, requer a extinção da execução sem resolução de mérito.

- Mérito

b.1) DA MULTA DO ART. 523, §1º DO CPC

O exequente requereu a citação dos sócios para pagamento sob pena de multa de

10%, prevista no art. 523, §1º do CPC. Porém, tal multa é inaplicável ao processo do trabalho,

por ausência no próprio texto da CLT, a qual prevê no art. 880, a penalidade de penhora.

b.2) DA RESPONSABILIDADE DO SÓCIO RETIRANTE

A parte exequente tenta responsabilizar sócio que se retirou da sociedade há mais

de 5 anos, não sendo permitida tal responsabilização na execução trabalhista. É que, nos
termos do art. 10-A, caput da CLT, o sócio retirante responde pelas dívidas da sociedade até

o limite de 2 anos, de modo que, no presente caso, não mais responde pelas eventuais

dívidas, não podendo ser responsabilizado pelo pleito em testilha.

b.3) DO BEM DE FAMÍLIA

O exequente tenta penhorar o único bem que o exequente possui, qual seja, a casa

onde mora com sua esposa e 2 filhos, não sendo possível que a penhora recaia sobre bem

de família, nos termos do art. 1° da Lei n° 8.009/90. Assim, não há como prosperar o pedido

de penhora sobre o bem em questão, por vedação legal.

b.4) DA CORREÇÃO MONETÁRIA

Foi verificado que a correção monetária foi calculada considerando o mês da

prestação dos serviços, quando na realidade deveria ser calculada pelo índice do mês

seguinte ao da prestação dos serviços, tudo conforme a Súmula 381 do TST. Bem por isso,

42
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

deve ser corrigido o cálculo de correção monetária para que fique de acordo com o

entendimento sumulado.

7. Agravo de petição

A) Preliminares

a.1) DA NULIDADE (INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE DE OFÍCIO)

O incidente de desconsideração da personalidade jurídica foi instaurado de ofício

pelo magistrado, contudo, tal procedimento dependia de requerimento da parte, conforme

art. 133 do CPC e art. 13 da Instrução Normativa 41 do TST. Diante do exposto, requer seja

reconhecida a nulidade do incidente.

a.2) DA NULIDADE (AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DOS SÓCIOS)

Ademais, há erro de procedimento pela ausência de citação dos sócios para

manifestação e requerimento de provas no prazo de 15 dias, conforme determina o art. 135

do CPC. Diante do exposto, requer seja reconhecida a nulidade, pois tal procedimento violou

brutamente o direito de defesa do recorrente.

- Mérito

b.1) DA MULTA DO ART. 523, §1º DO CPC

O magistrado também determinou a citação dos sócios para pagamento sob pena

da multa de 10%, prevista no art. 523, §1º do CPC. Porém, tal multa é inaplicável ao processo

do trabalho, pois ausente previsão no texto da CLT, a qual prevê no art. 880, a penalidade

de penhora.

b.2) DA RESPONSABILIDADE DO SÓCIO RETIRANTE

Se o sócio tivesse tido oportunidade de manifestação, poderia ter esclarecido que

é sócio retirante, tendo se retirado da sociedade há mais de 5 anos. Logo, conforme art. 10-

A da CLT, o sócio retirante responde pelas dívidas da sociedade até o limite de 2 anos, de

modo que, no presente caso, não mais responde pelas eventuais dívidas.

8. Recurso de revista (modelo de teses de RR com cabimento no art. 896, a da CLT)

43
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

A) Preliminares
a.1) DA NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

Preliminarmente, observe-se que não houve manifestação do TRT sobre a questão

do indeferimento da prova testemunhal ao argumento de que as testemunhas litigavam

contra o mesmo empregador. Mesmo opostos embargos de declaração, mencionando que


“Não tendo a Turma analisado o ponto 1 do Recurso, que refere sobre o cerceamento de defesa
em razão de indeferimento da prova testemunhal pelo juízo a quo, ao argumento de que pelo

fato de litigar contra o mesmo empregador as tornava suspeita, requer seja sanada a omissão,

tendo em vista o posicionamento firmado pelo TST, em sentido contrário”, o Tribunal Regional

se manteve omisso sobre esse ponto, apenas mencionando que: “Não constatada omissão

na decisão, já que afastado o direito a parcela do objeto da prova”.

Suscita, pois a preliminar de negativa de prestação jurisdicional, transcrevendo os

trechos dos embargos de declaração e da decisão, conforme determina o art. 896, §1º-A, IV

da CLT. Diante do exposto, requer seja acolhida a preliminar e considerada como pré-

questionada a matéria.

- Mérito

b.1) DA PROVA TESTEMUNHAL (CONTRARIEDADE À SÚMULA 357 DO TST)

A decisão do Tribunal Regional, ao manter a sentença, contraria a Súmula 357 do

TST, que claramente refere que não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar

litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. Logo, não sendo reformada a

decisão para deferimento dos pedidos da reclamante, requer o reconhecimento da nulidade

por cerceamento de defesa.

b.2) DAS HORAS EXTRAS – ÔNUS DA PROVA (CONTRARIEDADE À SÚMULA 338 DO TST)

Também, a decisão do Tribunal Regional, mantem a sentença e atribui o ônus da

prova a Reclamante, afastando a aplicação do entendimento do TST, por constituir

presunção que fere o princípio da realidade dos fatos. Tal posição contraria o entendimento

do TST consubstanciada na Súmula 338, I do TST, pois tendo a reclamada 38 funcionários e

não tendo apresentado o controle de jornada há presunção relativa de veracidade da

jornada, cabendo a ela a prova em sentido contrário. Diante do exposto, requer a reforma

44
IMERSÃO MÁGICA NA CLT
Elaborado por Rayza Rodrigues @euescolhiserjuiza
Proibido compartilhamento, conforme art. 184 do Código Penal.

da decisão, reconhecendo-se o direito a horas extras da reclamante, por presunção de

veracidade de suas alegações.

b.3) DA DISPENSA DISCRIMINATÓRIA (CONTRARIEDADE À SÚMULA 443 DO TST)

A decisão, ainda, contraria o entendimento do TST, na medida em que mantem a

decisão de 1ª grau, entendendo que não teria a parte reclamante comprovado a dispensa

discriminatória, e que, ao contrário do que entende o TST, o posicionamento do Regional

seria na necessidade de prova robusta da intenção discriminatória. Tal posição é contrária

a consubstanciada na Súmula 443 do TST, segundo o qual estabelece que se presume

discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV, logo, como o contexto

demonstra que a justificativa da reclamada para a demissão – corte de pessoal – não

subsiste já que a prova demonstrou que houve contratação de novo funcionário, o pedido

deve ser julgado procedente. Diante do exposto, requer a reforma para reconhecer a

dispensa discriminatória, e consequente deferimento do pedido de indenização.

A aprovação é logo ali! @euescolhiserjuiza

45

Você também pode gostar