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Resumo
Universidade Licungo
Quelimane
2021
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Belmira Ualique
Resumo
Universidade Licungo
Quelimane
2021
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Índice
1.0. Introdução .................................................................................................................3
2.2. A Leitura...................................................................................................................9
2.3. O Esquema..............................................................................................................10
1.0. Introdução
Neste trabalho, pretende-se falar sobre o resumo, descrevendo todos os seus procedimentos. O
estudo apresenta resultados da pesquisa bibliográfica, na consulta de artigos científicos,
manuais e revistas, com o intuito de encontrar diferentes abordagens que se encontram a luz
do tema em análise. Sendo assim, propõe-se, neste trabalho, discutir o conceito, classificação
e apresentação do resumo a partir do que é posto em várias normas, nas quais conceituam-no e
classificam-no em várias formas.
O trabalho está estruturado, basicamente em três partes. Na primeira, está presente a nota
introdutória, que contém a apresentação do tema em debate, a metodologia e a
contextualização. Na segunda, vem o corpo do texto, iniciando com os conceitos de resumo,
seguindo com os seus respectivos procedimentos, detalhadamente e em diferentes
perspectivas. Finalmente, na terceira e última parte, contém as considerações finais e a
referência bibliográfica.
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Além dessa definição, a presente norma classifica o resumo em três tipos, a saber: crítico
(também chamado de resenha por ela), indicativo e informativo. O resumo crítico é aquele
elaborado por um escritor especialista que apresenta conhecimento significativo de um
documento a fim de que possa realizar uma análise crítica. Para os autores, esse tipo de
resumo também pode ser chamado de resenha; ou ainda, de recensão, quando é elaborado com
o propósito de analisar apenas uma determinada edição dentre várias.
O resumo indicativo é aquele texto que apresenta a descrição das partes mais relevantes
encontradas em um dado documento e, por esse motivo, não dispensa, de modo geral, a
consulta ao texto original. Além disso, neste tipo de resumo não há presente julgamentos
avaliativos (existentes na redacção de um resumo crítico), bem como dados que expressem
aspectos quantitativos, tais como exemplos, ilustrações dentre outros, (ibid).
Assim, como a mencionada norma, há manuais didácticos elaborados para orientar a produção
e apresentação de resumos, a exemplo de metodologia científica mais representativos da área
(Lakatos; Marconi, 1992; Severino, 2007). Para esses autores, o resumo é entendido como a
apresentação concisa e frequentemente selectiva do texto, destacando-se os elementos de
maior interesse e importância, isto é, as principais ideias do autor da obra”. Dessa forma, o
resumo é visto como um texto síntese de outro texto, no qual apresenta em sua estrutura os
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elementos centrais e, por esse motivo, selectivos das ideias essenciais do autor de um
documento (Oliveira e Rodrigues, 2013).
Além dessa definição presente no manual desses pesquisadores, igualmente à norma, há uma
classificação de resumo em três tipos, idêntica ao da primeira: indicativo ou descritivo,
informativo ou analítico e crítico. Sobre o indicativo ou descritivo, no manual anteriormente
mencionado, é aquele texto em que apresenta, na sua composição, a indicação ou descrição
das partes mais relevantes presentes em um documento. E não dispensa a leitura do texto
original por conter, exclusivamente, a descrição da natureza, da forma e do propósito do texto.
O resumo informativo ou analítico contém as informações mais importantes presentes em um
texto, e por isso dispensa a leitura do texto original. Tem por efeito informar os objectivos, os
métodos e as técnicas, os resultados e as conclusões de um dado conteúdo, bem como as
ideias centrais do autor.
O mesmo manual destaca que no resumo não é permitido o uso de comentários avaliativos.
Por sua vez, o resumo crítico é um texto que apresenta o julgamento de valor sobre dado
documento (Lakatos; Marconi apud Oliveira e Rodrigues, 2013, p. 129). Nesse caso, a crítica
é feita do aspecto formal, isto é, voltada para os procedimentos metodológicos, para as
informações presentes e para a técnica de apresentação das ideias centrais.
Diante da apresentação do que é indicado nos manuais sobre o resumo, destacamos que a
definição posta na NBR 6028/2003, bem como a sua classificação acerca do resumo de texto,
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certamente influencia a produção desses manuais, isso porque, ao que foi percebido, há mais
proximidade do que distanciamento entre as definições e classificações postas. Isto é, o
resumo, em ambos os casos, refere-se à síntese de um documento, no qual estão contidas as
informações consideradas relevantes.
Desse modo, entendemos que a utilização do termo resumo abriga modalidades textuais e
finalidades de escrita que se particularizam na dinâmica académica. Além disso, para reforçar
essa afirmação, os autores citam Lopes-Rossi (2002), em que acrescenta as condições de
produção e de circulação do género nas sociedades como indispensáveis para a produção
textual. Outras definições, certamente já consideravam essas características para a redacção de
textos académicos, ao se beneficiarem da classificação do resumo em crítico, indicativo e
informativo como apresentado nesta secção.
Para eles, quando se discute a ensinar a produzir textos escritos encontramos na Linguística
Aplicada o emprego do termo estratégias para se referir ao processamento textual (Koch,
2003; Elias, 2010); aos procedimentos de textualização (Marcuschi, 2008); a retextualização
de textos académicos a resumos (Matêncio, 2002; Dell’isola, 2007); aos processos de
produção e organização da arquitectura textual (Bronckart, 2012). Contudo, encontra-se
também nesta área o emprego do termo estratégias para se referir à compreensão e
interpretação de textos a partir da leitura, como, por exemplo, as autoras Solé (1998) e
Kleiman (2012) que têm utilizado o termo estratégias para se referir a mecanismos/operações
realizadas por um sujeito, a fim de se executar um objectivo (iden).
Dito isto, reconhecemos que nas definições não há, de modo explícito, o emprego de
estratégias. No entanto, entendemos que as orientações apresentadas configuram-se como
encaminhamentos para a elaboração de resumo, como por exemplo: i) necessidade de
referência do documento com excepção do resumo inserido no próprio documento; ii) uso
de frases concisas e afirmativas, e não enumeração de tópicos; iii) uso de frases significativas;
iv) redacção em parágrafo único e na terceira pessoa do singular.
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Já para a terceira, o texto de resumo inicialmente deve conter uma apresentação, na qual
indique a natureza do que será resumido e a categoria do tratamento, ou seja, se é um capítulo
de uma obra, um livro, um artigo etc. Ainda faz parte da recomendação que a escrita seja na
terceira pessoa do singular, a fim de que haja a impessoalização no texto, e que a redacção do
texto seja em parágrafo único. Quanto a esta última, entendemos que exista uma negociação
entre aquele que solicita e aquele que escreve, isto é, acreditamos que a redacção do resumo
figuramente pode apresentar-se tanto em mais parágrafos quanto em parágrafo único, a
escolha ficará a cargo do professor.
A respeito do emprego de frases curtas e concisas, essas autoras orientam que deve
corresponder a cada elemento relevante de um documento resumido, isto é, cada frase
presente em um texto de resumo deverá corresponder as ideias centrais do texto-base, feita em
uma sequência corrente, tal como presente no texto original.
O autor ainda frisa que as estratégias cognitivas são vistas como comportamentos, operações,
procedimentos ou até, escolhas activadas pelos produtores antes, durante e depois do processo
de escrita. Estão relacionadas a uma série de outras estratégias denominadas de leitura, de
compreensão e de escrita. Além disso, esse tipo de estratégias envolve a análise da situação de
produção e o planeamento de algumas acções básicas, tais como: o que vai ser escrito? Para
quem será escrito? Como será escrito? Por que será escrito?). Essas acções estão associadas às
de leitura e de escrita realizadas em prol do objectivo de produção.
Portanto, para a produção do género resumo, bem como de outros géneros textuais da esfera
académica (resenha e artigo científico), a estratégia mobilizada pelos produtores se
caracteriza, principalmente, pela manipulação do discurso teórico. Esse tipo de discurso é, em
princípio, monologado e escrito, e esse carácter se expressa essencialmente por meio da
ausência de frases não declarativas, da exploração de um mesmo conjunto de tempos verbais,
da ausência de unidades que remetam directamente aos interactantes, ou ao espaço-tempo da
produção, da ausência de nomes próprios e de pronomes e adjectivos de primeira e de segunda
pessoa do singular com valor claramente exofórico, ou ainda de verbos na primeira pessoa do
singular.
Além dessas estratégias, ainda são comuns a presença de múltiplos organizadores com valor
lógico-argumentativos, modalizações lógicas, assim como a omnipresença do auxiliar de
modo poder , a exploração de procedimentos de focalização de certos segmentos de texto,
bem como procedimentos de referência a outras partes do texto, ou ao intertexto científico
(procedimentos metatextuais, procedimentos de referência intratextual, procedimentos de
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De acordo com Luz (1998, p. 2), podemos caracterizar uma redacção como concisa quando as
ideias são bem expressas com um mínimo de palavras. A concisão poderá ser alcançada
mediante a aplicação de técnicas linguísticas. Devem ser eliminadas redundâncias (comuns
em todas as línguas naturais), repetições enfáticas, recomendações, recursos persuasivos e
floreios estilísticos. Além disso, aspectos históricos e conhecimentos básicos da área em
questão, técnicas por demais conhecidas, equipamentos, processos, premissas, axiomas e
resultados de conhecimento comum devem ser omitidos.
A concisão e a objectividade podem ser atingidas sem que, para tal, a precisão seja afectada
ou torne o texto obscuro ou hermético. A precisão é o resultado da selecção das palavras
adequadas para a expressão de cada conceito. A clareza é uma característica relacionada à
compreensão; requer um estilo fácil e transparente, que possibilite ao leitor concentrar-se nas
eventuais dificuldades de conteúdo (ibid).
2.2. A Leitura
Ler, entender, escrever e editar definem o ciclo de preparação de um resumo, devendo ser a
redução do texto original a principal preocupação do resumidor. Uma boa leitura é a primeira
condição na elaboração de um resumo. É através dela que iniciaremos a análise de um
documento e obteremos as informações essenciais do seu conteúdo (Luz, 1996, p. 3).
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Entretanto, para conseguirmos extrair o máximo dessas informações, devemos nos comportar
como um leitor activo, ou seja, mantermo-nos numa atitude crítica e objectiva em relação ao
texto que se apresenta, marcando-o com símbolos de margem, sublinhando-o e procurando
responder àquelas questões básicas sobre o assunto tratado (Onde? Quando? Como? Quem?).
Ora, como regra básica de leitura voltada à elaboração de resumos, a autora cita Cremmins
(1982), que aponta três fases: 1) leitura recuperativa, 2) leitura criativa e 3) leitura crítica.
A primeira consiste na leitura rápida, porém atenta, para identificar os principais aspectos que
deverão ser incluídos no resumo, como objectivos, metodologia, resultados ou conclusões e
recomendações do trabalho. A segunda consiste em aplicar ao texto interpretação própria, dele
extraindo informações essenciais sobre os objectivos, resultados, conclusões e
recomendações, redigindo-as num resumo unificado e conciso. Finalmente, a terceira, na
verdade trata de uma auto-crítica, feita pelo próprio resumidor, consistindo em verificar a
qualidade do texto resumido, quanto ao estilo e ao conteúdo, permitindo aos revisores e
editores maior produtividade.
A decisão sobre a leitura integral ou não do conteúdo do texto dependerá, em geral, dos
propósitos e das necessidades daquele que irá resumi-lo. Por exemplo, se desejamos informar
sobre o seu conteúdo, resumo informativo; fazer uma análise crítica, resumo crítico, ou apenas
indicar o assunto, resumo indicativo. Neste último caso, a leitura apenas do sumário,
apresentação, introdução e conclusão já seria suficiente (iden).
2.3. O Esquema
Segundo aborda Luz (1996, p. 4), nas etapas de elaboração de um resumo, são bastante
práticas as técnicas de esquema. Elas facilitam a captação da ideia principal do documento a
ser resumido, dos detalhes importantes, das definições, classificações e termos técnicos,
auxiliando na assimilação do conteúdo do documento pelo inter-relacionamento de factos e
ideias. Através de um esquema bem formulado, atingem-se a coesão e a lógica necessária à
transmissão de um conteúdo informacional.
Quando iniciamos uma leitura, partimos do pressuposto de que o autor do texto apresentou-o
numa sucessão ordenada de ideias. Caso isso não ocorra, devemos, nós mesmos, estruturá-lo
logicamente. Um bom esquema, entretanto, deve ser caracterizado pela fidelidade ao texto
original, pela organização das ideias a partir das mais importantes para as consequentes, com
destaque para as primeiras, e pela adequação ao nível de detalhamento do assunto estudado.
Independentemente de qualquer das finalidades que pretendamos atingir com um esquema,
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c) Uso de chaves, colchetes, colunas para separar divisões sucessivas; d) utilização do sistema
de numeração progressiva decimal, conforme varias normas; uso de símbolos convencionais e
abreviaturas para poupar tempo e captar de modo rápido as ideias do texto.
2.4. O Conteúdo
A estrutura do resumo, como foi visto, deve ser unificada e desenvolvida logicamente, isto é,
deve ter início, meio e fim. É aconselhável adequá-la à do original, retendo a ordem e a
sequência das ideias, incluindo todas as divisões importantes nas mesmas proporções.
Todavia, a autora ainda frisa que as conclusões contêm a descrição das implicações dos
resultados, especialmente de como se relacionam com os objectivos do trabalho. Podem estar
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2.5. O Estilo
Quanto à brevidade do resumo, Luz (1996, p. 6) recomenda o uso de orações em vez de
períodos e, sempre que possível, de palavras ou expressões, em lugar de orações, sem que com
isso, a clareza do resumo seja afectada. Sugere-se que se convertam as construções frasais
mais longas, por exemplo, em construções gerundiais ( tratando de , indicando-se ). A
primeira sentença de um resumo deve ser "tópica", referindo-se ao assunto tratado, sem repetir
o título do documento original. É controvertida a questão do uso de palavras empregadas pelo
autor no documento a ser resumido. Discute-se até que ponto seu vocabulário pode ser
parafraseado.
Enquanto alguns autores sugerem utilizar no resumo o vocabulário do autor do texto original,
evitando-se distorções e mantendo a exactidão, outros sugerem que apenas as ideias do texto
original devem prevalecer e não as palavras, frases e sentenças.
Portanto, qalquer uma das posições é válida, desde que as palavras que melhor representem a
mensagem do original sejam fruto de um processo intelectual de compreensão e não de uma
simples selecção mecânica de frases e orações extraídas do texto original. Na escolha das
palavras que compõem o resumo, recomenda-se utilizar aquelas mais acessíveis ao leitor,
evitando-se a repetição numa mesma frase. Para termos estrangeiros, deve-se buscar os
equivalentes no idioma nacional. As palavras-chave do texto original deverão ser incluídas, na
medida do possível, no resumo, visando-se a posterior indexação.
3.0. Conclusão
Procurou-se, ao longo deste trabalho, trazer um estudo sistemático acerca do resumo. O seu
conceito, aplicação, estratégias e procedimentos. Portanto, em síntese, infere-se que o resumo
afigura-se como o género textual mais solicitado academicamente, uma vez que,
constantemente, os pesquisadores são submetidos à produzi-lo para as mais diferentes áreas do
saber ou fins de escrita, tais como para registro de leitura, para compor textos mais densos
(artigo, dissertações, teses, etc.), para ser publicado separadamente ao texto original ou até
mesmo para a submissão em eventos académicos. Além da importância, o resumo tem por
finalidade sintetizar um documento; para isso, o produtor tem a sua disposição o
reconhecimento e desenvolvimento de estratégias de aprendizagem adquiridas ao longo da
experiência de escrita que quando agenciadas oferecem àquele que escreve um conjunto de
opções necessárias para a produção desse género.
Assim sendo, a completude de um resumo é a qualidade que o faz ser inteligível por si
próprio, afastando a necessidade de se recorrer ao texto original para sua compreensão.
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BORKO, Harold e CHATMAN, Seymour. Criteria for Acceptable Abstracts: A Survey for
Acceptable Abstracters Instructions. American Documentation: Washington, 1963.