Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Malkowski
O EGITO ANTES
DOS FARAÓS E
SUAS
MISTERIOSAS
ORIGENS PRÉ-
HISTÓRICAS
Tradução JACQUELINE VALPASSOS
EDITOR
A
CULTRIX
2006
SUMÁRIO
Agradecimentos
Prefácio
Introdução
Capítulo 1
Os dias chuvosos da Esfinge egípcia
Evidências antigas, observações novas
Capítulo 2
O peso da evidência geológica
Erosão e a idade da Esfinge
Capítulo 3
O Saara verde
Um contexto climático para a Esfinge
Capítulo 4
Qual cultura e quando?
A solução de um enorme problema contextual
Capítulo 5
Medindo o tempo
Relembrando a esquecida ciência da Astrologia
Capítulo 6
A tecnologia das pirâmides
A evidência fala por si
Capítulo 7
Quem eram os primeiros egípcios?
Um século de teorias
Capítulo 8
Evidência toxicológica para uma antiga teoria
Contrabando na Antigüidade: truque ou comércio?
Capítulo 9
Raízes pré-históricas do Egito
O legado do Cro-Magnon
Capítulo 10
O Egito dos simbolistas
Um legado de conhecimento
Capítulo 11
Bu Wizzer
A terra dos neteru
Capítulo 12
Embarcando em uma nova história
A civilização mediterrânea
AGRADECIMENTOS
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
A Grande Esfinge
Testes Sísmicos
Enchentes ou chuva?
Conclusão de Schoch
As conclusões de Coxill
2Vale por onde passa um rio que normalmente encontra-se seco, a não
ser quando chove, muito comum no norte da África e no sudoeste da
Ásia. (N. da T.)
FIGURA 2.2. TOPOGRAFIA DE GIZÉ SEGUNDO READER. (1) A
ESFINGE, (2) UÁDI PRINCIPAL, (3) UÁDI MENOR, (4)
PEDREIRA CENTRAL, (5) PEDREIRA DE QUÉFREN, (6)
PEDREIRA DE QUÉOPS, (7) CAMPO DE MASTABAS LESTE, (8)
CAMPO DE MASTABAS OESTE. AS SETAS INDICAM A LINHA
DOS PENHASCOS.
O templo da Esfinge
A conclusão de Reader
CAPÍTULO 3
O SAARA VERDE
Um Contexto Climático para a Esfinge
Playas
Lagos
Rios
Atravessando 6.695 km, o rio Nilo é o mais longo do
mundo. Na realidade, ele é constituído por dois rios,
o Nilo Azul e o Nilo Branco. O Nilo Azul é o principal
rio que contribui para a nascente do Nilo e corre do
noroeste da Etiópia para o Sudão. O Nilo Branco
nasce no Lago Vitória, e de lá corre para o norte e
para o oeste passando por Uganda, pelo lago Kioga
e pelo lago Alberto. Ambos os rios se encontram no
Sudão para formar o que é comumente conhecido
como o rio Nilo.
Altas linhas de costa (descoloração no local por
onde antes a água passava) ao longo do Nilo
Branco indicam que entre 6.500 e 6.000 AEC
ocorriam inundações três metros acima da linha de
inundação atual. Vários uádis corriam para o Nilo,
inclusive o uádi Howar, através do centro-norte do
Sudão, e o uádi Melik, que correu de 5.700 a 4.000
AEC. Condições úmidas ao longo do vale do Nilo
resultaram em depósitos de silte, lama e cascalho
antes de 3.000 AEC. Cheias do Nilo entre 6.200 e
4.600 AEC provocaram elevação nos níveis de lagos
em El Faiyüm, uma província do Alto Egito, e
despejaram uma quantidade considerável de água
doce no Mar Mediterrâneo.
Resumo do clima
O deserto de Arba'in, no Egito, e região
circunvizinha, tem sido árido, recebendo menos do
que 1,25 centímetros de chuva por ano pelos
últimos 15 ou 20 mil anos. Entretanto, como foi
descrito anteriormente, condições mais úmidas
prevaleceram entre 7.000 e 4.000 AEC, com média
de chuva anual superior a 30 centímetros e
chegando, possivelmente, a 60 centímetros. Ainda
assim, a região era propensa à seca, devido à
natureza sazonal das chuvas. Escassas plantas do
deserto, do tipo estepe, forneceram vegetação
suficiente para sustentar a vida de homens e
animais entre 6.500 e 1.000 AEC. A medida que a
área se tornou cada vez mais árida e isolada das
chuvas de monção, a disponibilidade de água de
superfície transformou-se em um problema crônico.
Lagos e rios secaram e a erosão eólica prevaleceu.
Esse cenário climático também é apoiado por um
histórico geológico das cheias do Nilo. Segundo
Robert J. Wenke, em "Egypt: Origins of Complex
Societies" ["Egito: Origens das Sociedades
Complexas"], os níveis das cheias do Nilo eram
altos de 6.800 AEC até 3.800 AEC. Depois disso,
porém, os níveis baixaram, exceto por breves
períodos úmidos por volta de 3.400 AEC e 2.500 AEC.
Com a existência de um Saara "verde" entre 7.000
e 4.000 AEC e de chuvas chegando a alcançar até
60 centímetros por ano, pode-se argumentar que a
Esfinge do Egito tenha sido originalmente esculpida
um pouco depois de 7.000 AEC. O que, embora
contrarie a opinião tradicional, daria tempo
suficiente para que a rocha na parede oeste fosse
erodida pela água da chuva. E também estaria de
acordo com os achados de Schoch. Entretanto, as
taxas de erosão são, na melhor das hipóteses,
estimativas sobre as quais os cientistas com
freqüência discordam. Isso levanta a questão de
quão rápido as rochas erodem.
Erosão e a Esfinge
Erosão em foco
Precipitação
pluvial anual (cm)
CAPÍTULO 4
Brocas tubulares
Serras de pedra
Teoria e evidência
Buraco negro com massa milhões ou até bilhões de vezes maior que a
10
CAPÍTULO 5
MEDINDO O TEMPO
Relembrando a esquecida ciência da
Astrologia
Medindo as horas
Medindo as eras
O calendário juliano
* Dionysius Exiguus (ou seja, Dionísio, o Menor, significando o Humilde). (N. da T.)
14
4.713 AEC? Por que não começar do zero e escolher
para ano 0, digamos, o aniversário de Júlio César, a
data em que se tornou imperador, ou a fundação
de Roma?
Por causa de sua riqueza e proeminência, Júlio
César provavelmente estudou na Escola Pitagórica
da Geometria Sagrada, como parte de sua forma-
ção. Pitágoras defendia uma realidade ideal
baseada em "sólidos perfeitos", que também podia
explicar o movimento das estrelas e planetas. Com
isso em mente, faz sentido que César estivesse
demonstrando seus conhecimentos pitagóricos e
honrando a astrologia do Egito se, do ponto de vista
egípcio, aquele ano fosse cosmologicamente
significativo. E era: na verdade, um ano muito
especial. Eis por quê.
O nascer e o ocaso das estrelas Aldebaran
(constelação de Touro) e Antares (constelação de
Escorpião) eram situados no horizonte em primeiro
de janeiro de 4713 AEC. Naquela época, Antares
estava a 14 minutos do horizonte. Também naquela
época, o Sol estava na longitude celestial de 14
graus (13 graus, 43 minutos) na constelação de
Aquário. E a velocidade da Lua, que não é
constante e varia entre 11 e 15 graus, era de 14
graus (13 graus, 59 minutos) por dia. No dia 0, ano
0, esses importantes corpos celestes convergiam
para o número quatorze. Coincidentemente,
quatorze é o número sagrado de Osíris - um
importante deus na cosmologia egípcia.
Além de Aldebaran e Antares, Saturno
desempenhou um papel crucial na escolha dessa
data. O planeta estava em conjunção com a estrela
mais sagrada no Egito, Sirius, a 19 minutos e 19
graus do seu próprio signo. O Sol, cujo nascimento
era o que se comemorava nesse dia, estava no
signo de Aquário de Saturno. Júlio César escolheu 1o
de janeiro, 4.713 AEC como o início do seu
calendário, para honrar o nascimento do Sol no
planalto de Gizé. Mas, ao mesmo tempo, ele
honrava o festival romano da Saturnália. Para
César, esse ano, tão remoto (até em relação aos
próprios romanos), parece ter sido uma escolha
óbvia e lógica.
CAPÍTULO 6
A Grande Pirâmide
Espírito científico
CAPÍTULO 7
Pastoralismo pré-histórico
CAPÍTULO 8
24Na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, há uma inscrição gravada na rocha, escrita
supostamente em fenício, uma linguagem semita que os estudiosos só conhecem de
inscrições. A transcrição da inscrição é "LAABHTEJBARRIZDABNAISINEOFRUZT". Como
o fenício, assim como o hebraico (linguagem existente mais próxima), é escrito da
direita para a esquerda, pode-se ler "TZUR FOENISIAN BADZIR RAB JETHBAAL", cuja
tradução seria "Tiro, Fenícia, Badezir, primogênito de Jetbaal". Badezir governou a
Fenícia por volta de 850 AEC. A Fenícia ocupava a planície costeira do que é hoje o
Líbano. (N. da T.)
viajantes transoceânicos? As opiniões se dividem.
Alguns estão totalmente convencidos de que povos
exploradores cruzaram os oceanos. Outros acham
essa idéia absurda. Entretanto, a ciência tem um
histórico de rotular teorias como absurdas e
descobrir, um belo dia, que elas eram verdadeiras.
Chegando em Iucatã
Príncipe Cay
As migrações maias
Terra do escorpião
A Esfinge maia
O reino do Escorpião
CAPÍTULO 9
Estudos dentais
Cro-Magnon
A descoberta
Arte e expressão
CAPÍTULO 10
O monoteísmo egípcio
Dois
Com o Absoluto tomando consciência de si, a
dualidade, ou polaridade, é criada e, em resultado,
o número dois passa a existir. Expressa a oposição
que é fundamental a todos os fenômenos naturais.
Schwaller se refere a essa separação como "cissão
primordial". Dois não é a soma de um mais um,
mas um estado de tensão primordial. É o conceito
metafísico de opostos para sempre irreconciliáveis.
Um mundo de dois, e nada mais, é estático, de
modo que nada pode acontecer. Por natureza, é
divisível, e se deixado livre, é o caos. Dois é "a
queda do homem", representando tensão
espiritual; não a queda da perfeição para um
estado de pecado, mas a criação de uma
consciência humana do divino, ou consciência
suprema.
A unidade é a consciência eterna, indiferenciada.
Quando ela se torna consciente e cria
diferenciação, então existe polaridade. Polaridade,
ou dualidade, assim, é a expressão dual da
unidade.
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
O simbolismo da serpente
Um Legado de Conhecimento
No cerne da filosofia holística dos egípcios
encontra-se o papel do homem no universo, suas
origens e a natureza da consciência - um tema
sofisticado e complexo mesmo para os padrões de
hoje, e ainda o maior mistério de todos. A teoria
geralmente aceita para a formação do universo
físico diz que toda matéria resultou de uma grande
explosão [o big-bang] cósmica. De modo ine-
quívoco, isso constitui um paradoxo, no qual algo é
criado do nada. Todos os físicos entendem que a
matéria nada mais é do que a energia configurada
ou "moldada", ainda que a energia permaneça sem
definição. É simplesmente movimento, mas
movimento do "quê"? Por ora, essa questão não
pode ser respondida - e talvez jamais seja.
Os antigos egípcios aparentemente entendiam as
implicações dessa adivinhação e percebiam o papel
da humanidade em tal nível de sofisticação que
rivaliza com a moderna mistura do que há de
melhor em termos de ciência, filosofia e teologia.
Eles encaravam tanto a humanidade quanto a
natureza como o último ato de uma consciência
suprema, sua manifestação de metafísica para
física. Enquanto os modernos físicos se esforçam
para explicar o universo físico por meio da
matemática, os antigos egípcios misturavam nú-
meros e filosofia para fazer o mesmo. De acordo
com John Anthony West, "é possível dizer que o
Egito encarava todo o universo como um
gigantesco passe de mágica, a transformação da
consciência num mundo material". Mesmo hoje em
dia, cientistas notáveis, como o astronauta da
Apollo e físico Edgar Mitchell, o físico Stuart
Hameroff e o biólogo evolucionário Bruce Lipton,
dão duro para tentar desvendar os mistérios da
consciência humana.
Mais de 5 mil anos atrás, o Egito atribuiu ao mítico
Tehuti (Toth) a invenção da escrita e a revelação ao
povo de todos os conhecimentos acerca da
astronomia, da arquitetura, da geometria, da
medicina e da religião. Ele foi venerado como o
deus da sabedoria e como o mensageiro divino que
colocou por escrito a natureza do universo físico.
Embora nunca canonizados pelos egípcios, os
escritos atribuídos a ele se tornaram parte integral
da tradição esotérica que foi descrita pela arte nos
templos e pela arquitetura e ensinada pelos
sacerdotes aos iniciados. Mais tarde, com a Grécia
emergindo como uma potência "mundial", esse
conhecimento foi aceito pela intelligentsia como
sabedoria ancestral, e seu lendário autor recebeu o
nome de Hermes Trimegisto (Hermes três vezes
grande). Já no século III, com a civilização greco-
egípcia de Alexandria, um conjunto de tratados
gregos foi reunido para formar o que é conhecido
como Corpus Hermeticum, ou simplesmente
Hermetismo. Embora os estudiosos discutam sua
origem egípcia, o historiador grego Heródoto (484-
432 AEC) é claro sobre a antigüidade e originalidade
das idéias espirituais egípcias:
CAPÍTULO 11
BU WIZZER
A Terra dos Neteru
A Esfinge
As pirâmides
A egiptologia ortodoxa sustenta que o termo para
pirâmide era MR. Entretanto, antigas fontes
tradicionais afirmam que Mer (MR) significava
"amado/a", e nada tinha a ver com as pirâmides. A
palavra pirâmide é derivada das palavras gregas
pyramis e pyramidos. Embora pyramis seja uma
palavra obscura e possa se referir à forma
piramidal, pyramidos foi traduzida como "fogo no
centro", um significado que remete de modo
assombroso à teoria sobre a usina de força de
Dunn. Segundo Abdel'El Hakim Awyan, os antigos
kemetianos usavam, sem sombra de dúvida, a
palavra per-neter para designar pirâmide.
Per significa simplesmente "casa", e neter,
conforme vimos, significa "princípio ou atributo
divino", que chamamos natureza. Então, à luz da
tradição nativa, per-neter significa "casa da
natureza" ou "casa da energia". Um templo era
referido como per-ba, que significa "casa da alma";
e um túmulo era referido como per-ka, que significa
"casa da projeção física". Com essa tradução em
mente, é fácil perceber por que nenhum vestígio
funerário foi encontrado nas pirâmides. Elas não
foram construídas com esse propósito. Mehler
sustenta isso enfaticamente, e afirma que o
principal objetivo delas era gerar, transformar e
transmitir energia. Segundo Hakim, essa versão é
sustentada pelos egípcios guardiões do
conhecimento indígena.
Saqqara
Como foi discutido anteriormente, acredita-se que a
pirâmide escalonada de Saqqara foi a primeira
pirâmide construída pelos egípcios. Começou como
uma mastaba (um túmulo retangular, com o topo
achatado) e, então, foi remodelada duas vezes e
convertida para uma forma piramidal. Entretanto,
segundo a antiga tradição kemetiana, ela era
originalmente uma per-ka, um túmulo ao qual
foram acrescentados degraus e que foi aumentado
para parecer uma per-neter. Hakim diz que ela é,
na verdade, mais recente, e não mais antiga do que
as verdadeiras pirâmides, ou pe-neters. A tradição
também mantém que ela tem pelo menos 6 mil
anos, 1.300 anos mais antiga do que sua datação
oficial como pertencente ao Antigo Império.
Entretanto, a depressão que a circunda, de acordo
com a tradição, foi construída há mais de 12 mil
anos.
Mehler examinou um elaborado sistema de túneis
em Saqqara, que havia sido exposto por
escavações anteriores. Os egiptólogos comentam
pouco ou nada sobre esses túneis. Mark Lehner se
refere às câmaras subterrâneas ou passagens sob a
pirâmide de degraus como parte do culto funerário
de Djoser, mas não faz menção em parte alguma à
miríade de túneis.
As observações de Mehler em Saqqara parecem
confirmar a antiga tradição de que os túneis foram
escavados como canais para a água corrente:
Abusir
Gizé
Abu Rawash
Bu Wizzer
O Osireu
CAPÍTULO 12
Malta PRÉ-histórica
Os crânios de Malta
Malta e Egito
A misteriosa Baalbek
A Esfinge grega
Revolução científica