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A 111/
EMPRES Tenha paciência, mas esta senhora não pode continuar na «corda bamba»
0
-
Já está á venda

ÁLBUM SÚ PÁRA HOMENS 2? S e r i e


A 2a serie desse álbum, onde se encontram
bellos typos de mulheres apetitosas e scenas intimas.
CUSTA S I M P L E S M E N T E 1 $ 0 0 0 RÉIS

BARALHO DE CARTA, para a bísca em gabinete reservado.


Preço... 2$<)00 - ) ( - , Pelo Correio 2$600

Aventuras de Procopio
Leitura a m e a com g r a v u r a s e s c a l d a n t e s
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Bibliottieca d'0 Riso


Acham-se á venda nesta casa
todos r s romances da nossa estante

3t=3C
i f f i i a M _ w É M à -m I k M M i W i
Rio de Janeiro, 16 de Novembro de 1911

NUM. 26
RISO
Propriedade: Rebello Braga ANNO I

CHRONIQUETA De quebra, vêem a s e r . . .para alfinetes.»


Ao modo meu de ver, a explicação
Mais verdadeira, ahi fica:
Em primo lóquo, bom leitor amigo, — E' p'ra fazer.. .minuéltes,
Gentil e mui benevola leitora : E dar prazer, de quando em vez, á . . -rica.
Benevolência peço, p'ra commigo, Habitual salada;
Mais minha velha musa inspiradora. Que, embora com azeites e vinagres,
Não tenho as pretenções de um sabe-liido, Em penca, send > em casa temperada,
Nem de um rabiscador intelligente... Não faz jamais milagres...
— Pqi» si eu, lá no Collegio, francamente,
Fui.sempre assáz morrudo.
Emfim, dada a desculpa, que é de sobra,
Agora : Mãos a obra: O incêndio do Theatro Gaflõs^Qsmesr;. *
Um nome, aliás, bastardo,
A' moda, assim, d e . . .cobra, Como ha, por mundo afora, tantos nomes
Meu bom leitor amigo, não te enrósque3,- Pesar causou-me, immenso.. ~
Qual sapo, ao vêr de longe um jacaré, — O' Leonardo,
For não tomares mais, de p é . . . no kiosque,- Não fiques triste, ou fiques jurará.
Emquanto um pobre diabo o ôlhô esfrega, Bem dizem—De hora em hora Deus melhora.
Vem Dá-me o b r a ç o . . .
E á f r e s c a - o teu café.
E vamos, mundo afora,
— Pois qae o Prefeito nega
Cantar, dansar.. .0 teu Fandanguassâ.
A- Joio cidadão—tomar de p é . . .
Bebida quente Õu fna, en gé éral\... Escaravelho.
— Nem nesmo o tal café
D o . . .seu da mamãesinha.. .ispucial!
Nem mesmo o D . Quixote de Ia Mancha,
P'ra bravaturas taes, mostrou talento, Rapadura fui passeiar com um amigo que
MáJ grado, ingéniosõ ser, sem par, levava um filho pequeno. Quando passaram
Limitou se a atacar, pelo cães da Lapa, o pequeno perguntou ao
A' laoca e espada, s ó . . .moinhos de vento.. pae :
Um bravo altisonante, ao general, — Papae; porque os peixes nadam ?
Atacador.. .de kiósques. ..sem rival I . . . O pae ficou atrapalhado, mas Rapadura
respondeu logo:
— E' porque estão dentro d'agua.

A mui bem feita folha vespertina,


A trêfega *A Noticia», W-
Outr'ora rosea, agora ficou b r a n c a . . .
Talvez; p o r . . . pudicicia,.. O pleito em Pernambuco correu na
Mas, nem porisso, é -menos-mais' ladina, maior liberdade possivvel.
E, nem porisso, é cada vez mais franca. Onde não intsrvinham os soldados do
Fatiando «obre o áugmento Exercito, intervieram os da policia. Não ha
Dos membros do...«impagável Parlamento duvida que tanto o Rosa como o Dantas são
Diz q u e : - « O » vínie e cincão, extraordinariamente populares I

do Pharmac«utlco Silveira
-3 ELIXIR DE MOQUEIRA — a u r a a syprtlMs, r
fr
tf . O .RISO

EXPEDIENTE E estava mais bella.


'Menos grossa, mais
i/..•••/cá', tinha adqui-
Toda a correspondência para rido um aspecto de
grande dama, dama
" 0 RISO " de recepções e altas
festas.
deverá ser reniettida á sun redacção A Sabendo um dia que
Lourenço estava muito
RUfl Pfl.flLFflNPEGfl, 182 doente, fui visitai o. Devia-lhe essa attençaV,
não só em respeito á nossa antiga arnisade,
Telephone 3.S03. mas* também mais particularmente pelo», fa-
vores de dinheiro que elle me tinha.pres-
Tiragem 1.5.000 exemplares* tado.
Numero avulsa.. 200 réis Elle morava lá pelas bandffs da Fabrica
das Chitas e eu lá fui uma tarde macia e ve-
Numero atrazado 300 réis ludosa, quando a verdura dos morros ainda
conservavam a humidade-das ultimas chuvas.
ASSIGNATURAS Cheguei, subi e fui até á sala onde estava.
Estava abatido e falou pouco; mas, assim .
ANNO 'mesmo, demorei-me alguma'cousa.
Reparei, durante a visita, que, de um
Capital. 10$000 quarto visinho, chegava até aos'meus ouvidos
Exterior 12$000 uma bulha de cama, aquelle ranger especial,
aquelles ruídos que acompanham, o amÔr .
em acção.
Ouvi e não pude deixar de" manifestar, na
physionomia extranheza, Lourenço,flotou o
MODOS DE VER meu espanto e me disse com indiffeKença:
— São travessuras 3e minha mulher com
Tomo.estas notas um pouco depois de o Macedo.
ter tido a noticia do suicídio do Lourenço. Soube mais tarde ser este Macedo um •
Como são as cousas ? Verifico que Lourenço caixeiro de' Lourenço.
tinha uma singular maneira de conceber a' Como são as cousas ! O homem que me
honra. Matou-se por uma questão de honesti- falou com indifferença nas travessuras, da mu-
dade. Era negociant», não pôde pagar uma lher, matou-se hoje por uma questão de .di-
letra um dia e' lá se foi. Entretanto'... nheiro.
v
Contemos o casO; Dei-me com Lourenço, Ha varias espécies de honra.
desde o.collegio primário. Era pouco intelli- OI*. '*'
gente.tinha pouco gosto pelo estudo, mas
uína. força de "attenção para os números e
uma singular habilidade para negócios. Vendia
x pennas, canetas, Japis, comprava livros, con-
*certava-os e revendia-qs. Não sei se empres-
tara" dinheiro a juros; mas, naquella mi-
íluatuia do mundo que é ura internato, elle era
o único que tinha a boca do negocio,, Deixou
o anno: .d& preparatórios era ..meio, empre- Casa especial em bebidas finas,
goü-se numa casa importadora, foi subindo "è
^rstahir-lecpii-se. . '_
sandwíches e comidas irias.
CãsW-s"e~po~uco depois e eu fui "ao Casa-
mento. A noiva era uma bella mooa, um -tanto ABERTO ATÍ A 1 HORA DÁ NOITE
.curta. de:buslo, mas com um rosto regular,
umas bellas mãos e. a pelle. que as vestes dei-
-.-xavaiA.ver,. prometíia offerecer um contacto
delicioso a quem tivesse a ventura de iocaf>a
Alipio Duarte & €.
. completamente i
Chama-sef creio, Ireaee Vtíes em começo RUA DO PASSEIO. 106
Tiveram beriijjnas. n?.j sei sê devido á áridejç
de coração dejnarido ou se a fatalidades de ( Largo da Lapa )
ternperam"entoT-o céiío; é.qõe, ao fim deralguns
annos, ella veio a prevaricar. • « RIO D E J A N E I R O #'•
O RISO ^_
O SIGNAL Rimas a esmo
Uma multidão de curiosos estava ao redor Áureos frisos solares dar decantes,
de algo, que chamava sua attenção e excitava Doiram a pátria, o solo »benç*oado.
sua laáti a*. Tudo pareceitim hymno e nos.semblantes...
'—•Que será ? disse eu, que sou pouco • • . . . - . - . • : . . • • _ . . . . • • > . • •

curioso. Algum - cachorro pisado por um Ora bolas,.. .não estou nada inspirado.
carro. E ia atravessar a rua para seguir um
»caminho, livremente, quando obedecendo a não Quando a musa nos falha é purgante
sei'que impulso, me misturei entre o povo e, Tudo que vae em 'stylo descarnado.
a força de empurrões, colloquei me á irente. Mas, que fazer?... e fico vacillante,
' ' Perguntei. Se prosigo o soneto começado.
•"'— Não é nada, me respondeu um ga-
roto. Uma senhora que se ha deixado pisar Emfim, vamos / r a frente. Tudo é goso,
por um automóvel. Quando cantb e sorri a riaturesa
— Uma senhora ! . . . coitada !.. .e não- Nas orgias d'um mundo venturoso.
era nada!. ...o diabo são esses meninos !
Ao mesmo tempo, ante a porta d'uma A vida então seria doce, amada .
pharmacia, onde se havia formado o grupo, Doce ?! .. Não continuo. E' sqbremesa,
descobri um senhor baixo, chorando como. E o soneto me acaba em marmelada. '
uma Magdalena arrependida. Com tom com- l)«m Perni lias
pássivo, pergunte :
— QueJheaconteceu, querido senhor? w r i m'n'~i—"•IIW^M'». • ", —. n r n ~ • , - ! • . " i i M i ' i" " " " ' ' *

Ah ! meu amigo, respondeu-me todo


compungido e soluçando, o que me aconte-
ceu. ..' é que... é minha mulh. r que, leva-
ROMANCES ÜÂ NOSSA E1TANTE
ram para* dentro.. .tomprehende? ... Eu não Estão á venda:
me atrevo a entrar,-a emoção me mataria I
Meu-amigo Novaes ha Ido por mim... elle Flores de Larangeira 8 ! 0 réis
não tardará a sahir'afim de me dar noticias Álbum d'e Cuspidos 1? Serie... 600 % »*
delia. Álbum de Cuspidos 2? Serie.... . 1&000 »•
Tratei então de parecer commovido. Como ellas nos enganam ' 600
— Ah 1 senhor, continuou o cavalheiro A Rainha do Prazer •* 600
baixo e'gtírdo; minha pobre mulher... a Prazeres de Cupido l$OQ0
quem,tanto queria... a quem tanto amava... Dlccionano Moderno ' 50Ô- ••
tão amante... tão fiel!... Barrado.'... ".. 600 »
Por fim, o amigo, Novaes sahiu da Uma Victoria d'Amor 600
botica. - Horas Alegres 600
— Bem vindo sejast exclamou o Jere- Bocage - 7o vol í 2$500
mias ao velo. Posso entrarí Sim ou não? Os Amores de Faublas 2 vol.. 3$500 »
Que ha?
— Oh ! não, não, eu t'o supplico, não
entres. • NO PRELO
Tua senhora está completamente des-
figurada, que tu mesmo não n'a reconheces 1 yt jFatvilia ]$elirãó* ,
—- E' possível ?' Bellissimos episódios passados no seio 'de
— Sim. , uma família, que reparte essa felicidade com
— Então, como a reconheceste tuí os rapazes que freqüentam a casa.
O* amigo Novaes contestou ingenua- Soberbas gravuras adequadas as scenas.
mente:
—. Como a reconheci ? E' bôa !... Por um
signaí que ella tem na coxa esquerda. VARIAÇÕES D'AMOR
Interessantíssimo conjunjto ;e aventuras
Dom Verninhas, passadas em família.
Ornam esse éstimplante liyrinho, Capri-
chosas gravuras tiradas do natural.

— Então, o senhor faz festa á cozinheira : Todos esses romances são


e depois vem, dormir commigo i , o r n a d o s á e nítidas g r a v u r a s *
Que tem isso, filhinha? Eu tomo ba-
sto antes de vir. Pedidos á Rua da Alfândega, 182
tf O RISO

Lm algoz — ?•••
— E' verda.de ' O estupor da velha ín-
commoaa-me dia e noite. Faz-me inquirições,
Desde o casamento, Lisboa nunca' mais desobre-me amores que- nunca existiram e
soube que fosse um dia de alegria. Poucas hontem, por cumulo de audácia, cxaminou-itie
vezes seu rosto illuminava-se por um sorrisq. as fraldas da camisa e a ceroula'. Com fran-
Dir-se-ia que uma intensa magua lhe domi- queza, vou divorciar-me da sogra I..-.
nava o coração. Não era o mesmo homem dos
tempos de solteiro. Pát
Seus amigos suppunham que o consórcio
lhe tivesse occasionado alguma desillusão. E,
cm torno da tristeza de Lisboa, faziam se mil
®
considerações/ Seu aspecto estava inteira- E...pis.,.tóla..
mente mudado. Sahia de casa para o trabalho Aos Senhores Spingardi -e Editar,
e d'ahi seguia directamente para a casa. Es- do Catholica, dignos ministros*- da.
tava um chefe de família exemplar. Marinha e-da Guerra, italianas.
Não se podia dizer que tivesse arcada o
peso dos parentes da mulher, pois que a sogra S-iudar eu desejo, aqui.
possuía a'guns cobres e concorria com um Em rima simples, bucólica :
bocado para as despezas. A esposa, por sua — Ali Signori Spingardi
vez era uma bôa creatura. Bem educada, ho- E' Eduardo Catholica
nesta, meiga e sobretudo dedicava-lhe grande
amizade. Não devem sentir, allí,
Os mezes iam. se passando e Lisboa, L!m leve ataque de eólica .".
cada vez mais taciturno, mostrando umi enor- — CiH Signori Spingardi
me preoctupação de espirito.
IV Eduardo Catholka.'
O patrão, querendo arrancal-o da tris-
teza em que vivia, fel-o interessado da casa,
agradecendo-lhe os serviços prestados c pro- Serão da raça tvpy í . . , ... 5
metteodo-lhe sociedade ao cabo de quatro Serão da raça mongolica ? . , .
annos. — Gli Signon Spingardi .
Lisboa ficou-muito satisfeito, e em troca E' Eduardo Catholica....
do que acabava de receber convidou o patrão
para padrinho do prirreiro filho, que devia As partes, lêem, de um 'sery ?:-.
nascer por aquelles dias. Ou terão arte diabólica ? . . .
Mas, nada d'isso influiu no animo do ra — Üli Signori Spingardi
paz; continuou aca!>runhado da m.sma ma- E' Eduardo Catholica.
neira, -
Uma das manhãs, quando sahiu para o Não levariam, d'aqui, • • *
almoço, encontrou um amigo e convidou o Sementes da '<raça alcyóllcâ»,- 7
para almoçar, Foram almoçar. -m- Gli Signori Spingardi
Durante a refeição, nosso heróe fez al- E' Eduardo Catholica'(...'
gumas revelações aoamigo,qut»ixando-se amar-
gamente da sorte Não estava arrependido de Saudando-os, o dó, ré, mi,
ter casado, a esposa era o modelo daí espo- Eu toco, em minh'liarpa eólica ; •
sas, porém não se considerava feliz, O casa- j - ^ Em honra de Spingardi -.
mento só IVé tinha trazido aborrecimentos. Mais de' Eduardo.Catho.lica.
: O amigo procurou reanimal-o,- julgando
tratar de algum caso serio. Lisboa, por/m, V. bebofum bom paraty-, : .*'
notando que seus queixumes não eram bem .: ^Bebida, a menos. alcoolica)r -
interpretados, disppz-ss a falar franca- Brindeosando : A' Spingardi !..•;
mente, pondo de lado.todas as reservas. — A' F.duardo catholica P r
— Pois é o que- lhe digo, meu amigo. Rio,.26do.«Riso..>^'011.' •
Casei com a sogra e não com a Nênê. Escaravelho.

ÁLBUM DE CUSPIDOS

f SCENAS INTIMAS
la-5erre.í P r e ç o 6 0 0 r e l e -
ga " 1 0 0 0 " "*'" ' • - :;
qp o RISO tf <f

ELLA-— Examine bem e veja si a minha carne é ou não é dura.


I:LLL — Tão dura que até chega a endurecer a minha.
m!Kmm.mU%.-'\r-mé~---r*mVm*,iim.-im\-*t

a P H A R M A C E U T , G O

M /f A A T A / 1 1 A 1 I * 1

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° SILVEIRA

Unlco q u e c u r a a ayphllls e suas •


. ' . . •
o
terrível* conseqüenslss
o RISO •
VINGANÇA Que o primeiro oecupava,*
E côtmVapenas um não lhe checava
Deu «corda» a mais d>is outros p'ra variar;
O Juquinha adorava E assim, dentro de um mez
Irrmensameme a loira Margarida, Ou talvez quinze dias só passados;
Uma.peqi^n linda e sacudida, Em logar d'i m, tinha a pequena três
Um bello «pancadão».,, Coiós, três namorados.
A quem o rapazio disputava "
Creio,-o Coração... Pondo em execução
Os planos de vingança que formara,
Estando certa disso, Começou o. Juquinha a propalar
E sabendo que em toda a redondeza Que a Margarida em certa'oceasião
A causa rrincipa' do reboliço Umas coisinhas lhe proporcionara...
Em que vivia sempre a rapaziada Estando os dois a s ó s . . .
Era a sua belleza, E assim .já não podia figurar
Fntendeu. « tontinha No numero daquellas
•Pregtr.urra partida bem pregada A quem o vulgo chama*pof donzellas...
Ao pcbre dô Juquinha.
Aquillo era questão E' claro, os.três coiós
De haver oceasião. Da pobre rapariga
Acreditando mesmo ser verdade
O rapaz costumava O que o° Jucá dizia, incontinenti,
Ir toda a noite dar á sua diva PVa se livrarem de levar e s p i g a . . .
Uns -dois ded^s de prosa, e lhe levava O «fora» foram dando na beldade
Também um lindo ramo de violetas. Que se viu de repente
Quiz um dia o azar Alli sem ter um-simples namorado
Que sempre surge dé uma fôrma esquiva Para gáudio do Jucá, que, contente,
E torna «' coisas pretas. . ) Exclamou afinal: *
Que o Jurj"inha deixasse de levar — «Estou vingadol
O ramo costumeiro Ella amarrou^me p'<lata> mas também'•
A' sua namorada, Vinguei-me muito bem
Que aquelle dia atravessara inteiro Fazendo com que logo de uma vez
A procura*de um plano, um pé qualquer, Ella perdesse os três 1»
A maneira mehor, nvis adequada
Ao caso. KO s> u capricho de mulher Deiró J ú n i o r .
P'ra despachar o Jucá;
E corro não o achasse
Esperou nue o acaso preparasse
•-
Ao rapaz a «arapuca».
Cá temos agora o famigerado architecto
Berna, a metter o guarda chuva nas alumnas
E o acaso aiudou-a realmente : da Escola de Bellas artes, onde elle despro-
A' ncite, qi-ando o Jucá foi á casa fessa qualquer cousa. O Bernardelli nunca
Pa linda Margarida foi tão longe.
Desprovido des flores, mas, contente,
Ella, a pequena, aproveitou a vssa
E ao vel-o serh o' ramo de violetas
Darrnru da sua vida
E alli, .sem muitas tretas,
Depois de lhe dizer uns desaforos
A ""lata- lhe amarrou
Jforaj de Recreio
Dizendp-We que tinha outros namoros. Acha-se a venda,"
Ao ver-se desprezado em elegante brochura, este
v O Juquinha chorou
Tal qual uma criança
explendido livro des-
Ou, qual umjbezefrinho deumamado... contos brejeiros ornado de
E depois de pensar maduramente excitantes gravuras.
Entendeu ser melhor, naturalmente,
Tirar de sua ex-diva uma vingança'.* •
PREÇO 6QQ.RÉIS
Livre do Jucá. emfim, a Margarida
Foi tratando da yida... -
N o c, íoí pondo 'jm outro no logar Rua da Alfândega, 182
O RISO

A ^República Sonetisatido.e.
Nem um clarão d'esp'rança mais me resta,
Este numero vai apparecer quasi com o A'illuminar-me a Vida. ingrata, amara,
famoso Quinze de Novembro. Como um clarão'd"e Sol, por uma fresta
"No momento em qüe escrevemos estas De humilde cela entrando, a alegra, aclara...
.notas ainda não estava marcado o programma
das .festas.
Ao vêl-a assim, tão linda e modesta,
De uns tempos a esta parte, ficamos ha- •Essa —a mulher de formosura rara ;
bituados, pela Sr. Boato, a metter nellas uma Ousei amar.. .Louca paixão funesta,
bernarda. Sem mesmo o abysmo olhar, que nos separa.
Cremos que este anno nada transpirou a
respeito e esperamos que não haja nada. E, agora, em torno á seu palácio e m ndo,
i O Riso não gosta de revoluções, nem A noite inteira, em vão aguardo, quando
mesmo nas pensions des artistes, embora ahi Seu lindo rosto & gelosia assoma... 1
sejam só de lingua; mas assim mesmo é em-
pregar a lingua em cousa que lhe é desvao- E só, do peito accalmo a dôrtremenda,
tajosa, quando, na alcova, ella po'de* ter tão De^ manhã cedo, em solitária venda,
variados e utefs serviços. Com.. .dois vinteas de paraty. com gomiffa...
Não queremos revoluções,, mas quere- Escaravelho.
mos a passeiata da Sra. D. Deolinda.
A'Republica merece essa home'nagem ri-
sonha; e, se parece um tanto carnavalesca, é
que não levamos em linha de conta o Deus a
que a passeiata é consagrada. Consta que o Ministro da Agricultura
Estamos, certos de que p regimen vi- usou de um grande artificio para conseguir o
gente nem sempre foi ridículo; mas, um re- aügmento da .população. S. Exa. depois de
gimen não tem sempre o mesmo. .aspecto. empregar todos os recursos em prol do po-
Depende dos Imperadores, depende dos voamento do solo, resolveu conferenciar com
Reis, depende- emfim dos actos públicos. o- Qeneral Menna Barreto, ministro da
guerra. ;*
De resto as homenagens não dizem coisa Da conferência ficou estabelecida a ex-
alguma do regimen. A' magestade severa da pulsão de todas as praças de pret .que forem
Morte, um doido pôde offerecer truanices casadas.
como'tributo de respeito; e não vai dahi jul- Assim todo o cidadão que não quizer
gar-se que a Morte é grotesca. servir nas fileiras tem de contrahir matrimô-
A passeiata da preceptorá dos indios nio, augmentando o numero de habitaates.
chegaria a terppq e viria a calhar.
A vida está cara. devido a varias causas,
entre as quaes a subtil economia politica d'0 £
Riso encontrou òs barulhos em Portugal. O A' vista das constantes declarações da
governo estuda os motivos; e, se não manda, pessoa do Presidente, é bem possível que elle
como nos tempos dos romanos, fazer distri- venha a ser denominado - o ambulante. •.»•"•
buição gratuita de trigo, ao povo, trat» entre-
tanto de mais barato lhe fornecer o famige-
rado panem. •' * '

Sendo.«s*sim, é justo qüe fambem lhe .dê Uma do Rapadura : , '.


divertimentos, pois é velho o pedido dos po- — Como é. que dizem ahi que 5 e 5 são.,
vos : panem êt circensis. Pão e divertimento*, dez ? Acho que não. Um 5 com outro 5 dá
teremos offerecidos pelo governo, sentindo 55.
que, como no tempo de Roma, não possamos
também exclamar no circo, minutos antes de
sermos estraçalhados pelas feras. Salve
Cesao os que vão morrer, te saud»m. ;' „• O Armindo Lápin anda calado. Que ma-
A cousa iria bem lio «5atellite».„. _nifestação andará arranjando'! •
. , ***

Elixir de Nogueira do PHÂRMACEUTICO SILVEIRA


Grande depuratívo do sangue.
O RISO

Das oue choram houve meio Ella chorava sempre. A' vista
disto, levantei-me, enfiei a roupa e dispu^me
a sair.
O professor srbm é cadeira e deu co- Quando-ella me viu nessa disposição,
meço * aula. Era cathedratieo do Amor pra- suspendeu um pouco o choro e me disse :
tico e tinha por discípulos alguns jovens entre — Já vaes? e entãc?
os dezoito e os vinte e cinco que desejavam — Pois se estás chorando...
entrar nos domínios venusinos com garbo, se- — Tolo ! Eu sou das que choram e ficam
gurança e saber. maisgostosas.
Tendo sessenta annos, tinha uma expe- Voltei á primitiva resolução e tive ocea-
riência profunda e as suas lições se revestiam sião de verificar que ella falava a verdade.
de um cunho pratico excepcii nal. de um geifo Os meus amigos devem tomar hotá desse
de lição de cousas muito útil ás juvenis intellí- caso elucidativo, para se guiarem na sua vida
gencias que se vão metter erri ccusas amo- amoiosa. Contarei outros; mas,= por hoje,,
rosas basta.»
Elle começou: Xim.
« Meus amigos. E' conveniente que as
recusas ou outras qoaesquer resistências da
mulher não amedrontem ou apiedem o cava-
lheiro.
Para o sexo feminino, o amor é uma
questão de teima.
Ha necessidade de- pôr nos olhos da
mulher constantemente a nossa imagem, para
que ella nos ame : ha também necessidade de
npo lhe respeitar as resistências para que" ella
nos «me mais e melhor.
Eu poderia explicar isto scientificamente
com auxilio da psychologia elletrá contempo-
rânea : mas, evitando tão desgraciosa e árida
digressão, vou dar-lhes um exemplo pitto-
resco e eloqüente. Yersos... sem... fim
Começara eu, por aquelles annos, a mi-
nha vida sentimental e conquistadora de co- Sempre araras, e sempre súpinamente,
rações. Em casa da baroneza de X., vim a co- animaes perversos, os «soluçadòres» d'esta
nhecer a mulher do Capitão K. innocentissíma secção !..
Ella me agradru e fiz-lhe logo a corte.
Res'stiu e fiquei admirado, porquanto a pe-
quena Atala (era o nome delia' me pareceu A palavra a completar, nos versos do
logo uma rapariga de bastantes nervos, so- numero anterior, era,.ou antes é e ha de sef :
nhadora, portento, amorosa. — baralho. Si alguns soluçadòres preferem
Eu já tinha, porém, como aphorismo amo- outra.. .menos parecida, venha aqui- se en-
roso que se não devia respeitar as resistên- tender com o nosso companheiro Dèiró Ju-'
cias activas da mulher, e insisti. A toda a parte nior; que, talvez,, lhes satisfaóa as.'. .vbnV
onde ella ia, fosse no theatro, nos bailes nas tades...
lojas de modas, nos passeios, eu lá estava e
dava-lhe a entender que estava por causa Para o proaimo numero! vão estes. verV
delia. Aofimde algum tempo, já a sua resis- sinhos; verdadeiros filhos da.. .Pureza :. ""
tência era menor ; dentro de um mez e pouco, — Sempre o feijão, todo o dia,'
ella me dava uma entrevista. Até ja raiva me mette;
Chegou nervosa e mais provoca nte por Até me causa arreJia I . . .
isso. Fizemos a toilette do amor e quando jâ Um dia, ao menos, varia...
nos dispunhamos ao sacrifício, Atala come- Ao menos, faz-me um...(?...)
çou a chorar, a chorar.desesperadamente.
Quiz acalental-a, quiz socegal-a; não S. F i n g e .

TOSSE
Jucá
OURA
Bronchites, Asthma, Escarrou
•angnineos, Tuberculose, HemoptyseseDiabetes
VIDRO 2*00O
L A B O R A T Ó R I O - Avenida M e m d e Sa, 1 1 5
4H0C

Supplemento d' 0 Riso D


10 O RISO

tu apreciares : não incluo as phrasts referen-


A AVENTURA tes a mim ; "Fui amado por uma mulher su-
blime, não tão bonita como 'a senhora,» ou:
:.Tinha as mãos finíssimas, 'não tanto como
as suas». Retiro lambem o que diz respeito a
Pierre Veber elle : «Sou valente» ou «sou irresistível, ele-
IV gante, e t c . . . - .
Segundo o que percebi, elle é filho natu-
Uma entrevista ral de um francez, caixeiro-viajante, com uma
criada de algum hotel do Rio de Janeiro. O
— Ainda não. pae abandonou-o ; elle nunca mais o viu. Disse
— Bem. Tenho 32 annos. também que a mãe o abandonara, porém me-
— Só? zes depois de nascido.
— Oh ! mostro ter mais, não é assim ? Foi criado na rua. Um medico, por com-
— E' estrangeiro ? Hespanhol ? paixão, collocou-o em um collegio, onde
— Não ; filho de Francez e Brazileir*>. O havia c> ianças de todas as nações e que dispu-
sol que me deu est» côr trigueira ; mas tenho tavam o alimento que lhes era distribuído.
bonitos dentes, bonitos o l h o s . . . N'esse collegio foi que aprendeu o que era a
Textual; esse homem julga-se irresistí- vida
vel e o declara sem a menor rmdestia, sim- Mais tarde foi expulso da casa de seu
plesmente para i restar homenagtm a ver- protector por lhe ter feito mal á sobrinha.
dade ; elle argumenta do seguinte modo : . J á «Eu não deveria ter feito isso, disse elle, não
fui muito amado ; em Itália uma mulher enve- era próprio, nem decente; porém ella foi, á
nenou se por minha causa; si quizer posso noite, expressamente a meu quarto e como
citar-lhe o nome ; salvaram-n'a, está b o a . . . suas intenções fossem precisas, não pude evi-
t\ i a informação que tive. tar. Os gritos que traduziam a vivacidade de
— E u senhor 1 Algum dia suicidou-se suas impressões, fizeram com que seu tio
por an.or ? despertasse e nos apanhasse em flagrante.
— Oh ! eu não faço estas coisas. Tenho grande pezar d'elle guardar uma im-
Toda a conversa foi sobre este assumpto; pressão tão desagradável de meu caracter.»
po-jco a pouco rreu heróe tornava-se mais Partiu para o México onde se collocou
animado, contou me toda a sua existência; como feitor de uma fazenda ; tinha a inspec-
uma vida de Pelle-Yermelha. Vou resun il-a para cionar uma cultura de muitas léguas quadra-
fJ O RISO 11

das; durante o dia percorria a cavallo toda a vre. Viagei pela Turquia por conta de uma casa
fazenda; á noite, vigiava as regiões mais afas- de tapetes de Londres ; depois occupei-me
tadas e menos seguras. (E' um romance a mo- com curiosidades; emfim, hoj^- compro qua-
cidade d'esse homem). As mulheres força- dros, objectos de arte e os expeço para New-
ram-no afastar se ; estabeleceu-se em Ma- York.
náos. Um cavalheiro aconselhou-o seguir a Sou um eterno forasteiro"; minha pro-
engenharia; inventou um systema de irri- fissão exige que eu esteja constantemente via-
gação que lhe poderia ter enriquecido. jando para Vienna, Bucarest, Londres, São
Em seguida partiu para lugares onde Petersburgo, etc.; gosto muito de mudar de
, udesse explorar minas de ouro. Não prose- lugar. Deveria tornar a partir, mas, desde que
guiu por falta de recursos. A profissão mais a encontrei no Louvre, não tive coragem de
durável que exerceu foi guia de emigrantes; ausentar-me.»
repatriava os infelizes que iam á Amrrica i ro- — Uma declaração!
cnrar fortuna, e que, por falta de meios, vol- — E' verdade; amo-a e preciso que me
tavam á miséria nacioual: amei
«Eu embarcava-os, reconduziam s ao na- — Como 1 Mais nada ?
12 O RISO tf

* \

— Oh! esperarei um pouco I Quando ter tido aventuras banaes, porque emprega
me não amam logo da primeira vez, espero palavras muito distinctas. Não se tem dentes
que me amem. alvos e ponteagudos quando se tem a cons-
— E é bem succedido 1 ciência tranquilla.
— Sempre. As vezes aborrece-me narrando sem a
Os comboios, passando de espaço em mínima emoção factos que se passaram com
espaço, envolviam-nos em fumaça; um co- suas desventuradas amantes. Pelo que me diz
cheiro disse-nos: pensp que o coração está em férias.
«Tomai meu carro, ser-vos-ha melhor!... Não sei porque os homens acham glo-
Uma volta no Parque?... isso não se recusa.» rioso dizer que já tiveram em seus braços
Afastou-se dirigindo-nos alguns desaforos. centenas de mulheres. D. Juan deu um pés-
Estava muito longe da rua Brémontier; a simo exemplo; não seria mais honroso para
historia que meu companheiro me contava dis- um homem fazer a felicidade de uma só
trahia-me como um livro de Mayne-Reid; es- amante, durante toda a sua vida, que a des-
tou certa que me contou tudo quanto era pos- graça de mil ? E' uma idéa muito burgueza.
sível contar. Este «Pelle Vermelha» não deve (Continua).
O RISO tf tf 13

Os Kiosques
L8 se foram. Não eram o flagello que
todos dizem. Alegravam e davam uma nota
pittoresca á cidade Erã de vel-os cercados de
•homens trabalhadores, carregadores, carro-
ceiros, cocheiros, a tomai em o café em ca-
neca, o paraiy «confortante, a trocar impres-
sões e troças no seu calão característico.
Muita gente bça já brbeu em kiosques e
nem por isso deixou de subir a altas posi-
ções.
Estamos a soffcer de uma mórbida mania
de derrubar tudo. E' um bota abaixo geral.
Entretanto, quando se levanta qualquer edifí-
cio, P aquella desgraça Sae uma porcaria.
O Theatro Municipal, ou antes, o kiosque
do Dr. Chico Passos, está afazer água-que
nem wn navio furado; è custou doze mil con-
tos.- A Bibliotheca está enterrada no barro ; e
custcu sete.mil contos. O Palácio Moncóe,
aquella lindeza de «manjar», está gretado,
• Estão ahi em qfc* deram os monumentos
architectonicos de nossa nova cidade,.. ; . -— E' o que te digo, minha- amiga. En-
E foram por elles que se puzeram abaixo quanto te enfeitas e te preparas para sahir eu
taata «o.isa piltoresea e interessante! curto dores horrorosas L ..
-Émfim, se os kiosques vão, fica o Theatro
Municipal para nos fornecer, não cousas pit- ; ^_ J* te disse o que has de fazer Toma o
tórescas,-mas burlescas. Mucusan, que ficar s immediatamente livre
- Imaginem que^ amanhã, Mme. Sylvia Re- d'esses males.
gadas, acompanhada de suas gentis filhas, vá
assistir o «Trovador», ne casarão do filho do
ex-prefeito Passos.
Vão a caprisho : toilettes caras, pagas á Um presente
prestações ; jóias falsas e faiscantes e bond
de ceroula Um presente original,
Chegam e recebem os comprimentos do Para dar a namorada,
Visconde d<- Caxangá, do Barão de St? Al- Veio á cidade comprar
berto, do Sr..João do Rio, conde Gizeh, e se Pinto Secco Cabeçada.
'dispõem a assistir a representação da beliis-
sima' opera de Verdi. Foi a diversos negócios, &
A cousa começa e o te- Foi a um grande bazar,
nor, ou lá quem fôr está a Porém nada elle encontrou
berrar «Madre infelicé...» Que lhe pudesse agradar.
quando uma das meninas
grila: Depois de muito gyrar,
—Mamãe, estou com as De tomar uni suador,
pernas molhadas I Foi á casa do Vianna,
— Quem foi que t'as molhou ? pergunta Lá na rua do Ouvidor "
a velha.
*• — Não sei, mamãe, a água sobe I
.A velha quer dar o desespero, mas sente Entra. Falia a um caixeiro,
as suas {ambem molhadas e,£omeça a.berrar: Serio como uma vestal
- 'Vou afogar-me. ' «Quero um presente, senhor,
' O Barão de Santo Alberto tira o paletot Uma coisa original.»
e dispõe-se a salval-a; o Conde de Gizeh pro-
cura um salva vidas; e Caxangá desespera, «Em matéria original»
porque, estando com a camisa rota, nao sabe N'uma v^z de rouxinol,
se deve imitar St0 Alberto. Diz o caixeiro : «Um presente ?
Nesse Ínterim, chega um rebocador e Eil-o aqui; este ourinol!»
salva a família Regada». Bellissimo! Dom Perninko*.
Com os kiosques não havia disso. *"•
14 tf O RISO tf

A poKtica do Lulú dem que você se declare. Bem. Cdrre a elei-


ção': ha mortes ha ferimentos, fia paula-
das ; e você continua em suá casa fumando.
Noutro dia o Lulú estava em momento Quando a geriugonçá acabar,vrcêtfpparèttrao
lúcido e dispensou-me a honra de expor os vencedor e applica-lhe os pistolões. Estás
seus' ideaes politlcos. arranjado e obterás tudo Não é magnífica ?
Por acaso, bebiamos sueco de uva e a — E'. Como chamas esta politica ?
confidencia pôde ser longa. Dizia-me elle : — Eu...' Politica- dos pistolões. Vamos
Esse negocio de politica... Ora !... mudar para cerveja ?
Você.já leu um artigo em que —. Se queres.. Í-
o Major Moreira Guimarães Zèvè.
demonstrava aue. ra campa-
nha" civilista, Ruy Barbosa e
Hermes da Fonseca queriam
a mesma c^usa ? PENSAMENTOS...
— be ccrto,*fiz eu. Gran-
de duvjdn! Queriam a presi- De uma «mula de medico*
dência da Republica.
Lulú sorriu sorveu um Ao homem que é tapado, de nascença,
ninguém consegue-lhe abrir o olho.. .nem a
pouco da perfumaria e re- páo ! . . .
trucou ?
— Não é isso .. Elle queria affirmar que Quem escorrega, também mais tarde ou
ambos desejavam por em pratica os mesmos mais Cedo, menos adiante " ou mais atraz —
princípios. Estou com o Sr. Moreira Guima- vém á çahir.. .de queixo...
rães; commungo nas suas idéás ; e julgo a me-
lhor politica ebsa que elle expoz e consiste.em A' quem torto nasce,. tarde ou nunca se
ultima ana'yse, em estar semf re com todos os lhe endireita a perna, .-.do meio.-
candidate s. porquanto se verifica que elles
sempre querem a mesma cousa. Que acha, A mulher toupeira, embora chore e...
você, a respeito? gema, jamais consegue viver... "ás claras»...
— F.' commoda, segura e pratica.
— .Mas, meu caro, para que a cousa dê Cada qual sabe as linhas com que as
resultado é preciso completal-a conveniente- suas mulheres (lá d'elles) se. . .cosem.
mente.
Como ? De vagar se vae ao longe e se vém.. ce
— E' muito simples. Supponhamos que depressa...
Zebedeu e Fagundes são candidados á presi-
dência ou á governança de qualquer historia. Mula liussa,
As polemicas andam accesas ; os jornaes gri-
tam ; os oradores fazem meetings; e-você
que é condidat > da theoria do Major Guima- — Se não fosse a opposição "que tem o
rães vae calmamente indagando, daqui e dalli, Marechal, elle fazia* um governo maravilhoso.*
quem são os pistolões para um e para • outro.
Feito esse trabalho, você continua a falar — Porque 1
com discreto enthusiasmo aos partidários de — Porque ficava sósinho.
um e de outro, dando a perceber que está
com elles, mas que motivos particulares impe-
— O Rodolpho, como o Dantas,
também appeflará para a historia ro-
mana ?
— Cam certeza, porém mais reser»
vadamente.

O marido— Quantos amantes a


senhora já teve até agora ?
A mullíer—, Creio que oito...
..-.- — E' pouco, á vista de sua mãe..
— Grande duvida ! Se é ella atum
m'os cede. • í - ' - •••- •
O RISO f> 15

O Leiteiro Baladilhas Ambulantes


Aí vaidadés da esposa obrigaram o Ze
ferino a procurar um lugar onde pudesse tra-
balhar durante a noite Depois de correr
De um «Peixeiro»
todas .às ca8 s de diversões, como porteiro,
ou como caixeiro, 'arranjou um lugar de con- Madona d'ell'alma mie,
tinuo em um jornal da manhã. Dexatti dé confuzzion !..."
Zèferino era um tyoo prestativo, honesto, Véddéri a vói notti p die,
«porém tinha o ro«o vicio de ser çonversadrr. Tá tuttí minh'állégrie...
Qualquer pessô-i que por um 'descuido se dei- — Piêêêixi... camarôoon...
xasse ficar a seu lado tinha de ouvir longos
discursos. Falava sobre todos os assumptos ; A' laborar, nóti é die,
sobre politica. sobce modas, sobre o tempo, Cavátti arámi griôusson,
sobre as condições do próprio jornal em que Attendietti á freguêzzie.. .
trabalhava e. quando as relaçõe.s já gosavam Qu'e rruitte tá di airélie. ;
de certa intimidade, terminava a palestra tra- — Piêêêixi... camarôoon...
tando de factos de sua vida privada.
Tôu figgüo bonne famie :
A mulher do Zèferino não era nenhum
Mi pater tá sachriston,
peixe podre, muito ao contrario, era uma bôa
Tí-nétti.jia Lombardie,
íapariga, destas de obrigarem um homem a
Tréi cazzi di amoradie...
esconder-se dentro de uma .cesta de roupa
— Piêêêixi... camarôoon...
suja, ou de algum guarda vertidos. Era exces-
sivamente meiga e essa meiguice levava-o a
Ténétti une êcônômie,
fazer cous*antes elogios a sua cara metade.
Guardátti penn'in caixorí;
Sen anico defeito era gostar de andar bem Pér dil cazzóri, n'i1 diè,
vestida. Sabia agradar quando tinha alguma Mangge^re, tutti, á porfie...
preterição; porém isso não o aborrecia.
— Piêêêixi. camarôoon...
- * Quando, alta madrugada, Zèferino che-
gava á ca * a. sua mulher mimoseavá-o. com Pér mipadrinhè, quérie
um mingíosmho, bem feito, ou uma sôpinha Inviltari á mi patron ;
de leite, que muitíssimo o alegrava Qué, presto é bénní ariderie..,
Uma nojte. Zèferino sentindo se um Có o íl pécchi, nil sachristie...
pouco incommodado pediu licença para reti- — Piêêêixi... camarôoon ..
rar-se mais cedo.
Sua casa ficava um tanto distante do D'il casamentti, mil'die,
poste, deparada, e, quando apeou-se, notou Manggeátti, tu, macarron,
que um índjviduo sahia apressadamente de Compride é grossi é macie:..
sua porfa. Té ti, ácausar diséntiie.,.
Ze/feriooi desconfiado, abriu a porta, — PiéêSixi . . camarôoon..
entrou e com severidade pediu á esposa" que
lhe. explicasse porque razão "um cidadão sahia Pôi, pér 1'Itália, Ia mie
de. sua casa aquella hora. « Grándiozzi é belli.nacioq,
; A esposa notando que elle estava preoc- Nói partirêmu,- á alter die
cupado com a coisa, procurou dissuadil-o di- Dé nossi mutue f ô . . . . l i e . . .
zeffflo que exa 6 homem.que lhe levava o leite — Pjêêêixi... camarôoon...
todas as noíte.s, com que ella fazia os min-
gáus e as sopas. E'. pói sei mezzi... Allégrie !
. Convencido da verdade, Zejerino acceitou É'xtrema satisfaccion ! . . . .
a' explicação, áteendo, porém que daquelle — Un figglio, já si annuncie.
momento em diante dispensava a ceia. Ou ffgglia, d'il c. .uôre mie..
H. r i t o . — Piêêêixi... camarôoon...

Si nó casátti, ó'Marie,-~
Em Pernambuco, «So houve" intervenção Con vói; mé partuó japonr
federal; o que -houve foi a intervenção do Vô bataggliar con Turquie,
• commandante da região. Té qué Vá pr'á cove frie...
— Piêêêixi.. camarôoon.

O Sogra qfliz ser director do Instituto* Pelq! Cinema- copia.


Profissional Feminino! - O qae pensará elle
que seja profissional feminino^ Escaravelho.
16 tf tf O RISO
~ÍF

ELLA — Sei que o senhor actualmente só fala em.grandezas. '.


ELLE-— Engana-sè completamente, minha senhora, sempre fui muitos
modesto. - ... •.-. . ":•' - • •*•
• l'lWlW|i*uwi«W . - "' ' ' " ' '

do pharm3cçutic
-ir- r -..._.
* ^ ^ * — • * - i m - ^ w - y i i ».i _'n'i ii .1 . » I I

Eliiir de No?ncirâ ® ® ® e Cura moléstia* da pelle.


° ^^ã. ®. * ®
Ó ÈÍ^Ò # 1?
.-;-<..«
Talvez o Climaco nos explique essa brin-
cadeira me\\\ot.. r
. . Diz*a Leonor que a - «Pensão dos
Artistas 1 ; parece mais uma oíficina /Tourive-
Disse-nos ó Sr. saria, tal a quantidade de «broches» -que 'dia-
Marquez Gentil da Co- riamente alli são fabricados, muito principal-
tovia que o seu collega mente pelas meninas Irene e Emilia.
• Pedro Cabral anda E digam depois q u e a Leonor não é uma
mesmo doidinho por lingua viperina !
fazer uma violência com Que pena o Pedro Cabral não ter
a menina Violante.;.. •procuração do Ernesto Rodrigues..:
O mtis engraçado, Não é verdade, 6 Violante?
accrescentou o Gentil, . A Honorina e a Adelia é que não
é que o homemzinho quizeram saber de contractos para a Bahia e
já não tem razão pata. tanto ... deixaram se ficar mesmo cá nó Rio.
. *. No andar em que vaê, o acter Joa- Dizem ellas que por aqui se ganha o di- •
quim Ramos acaba dando com os ossos no nheiro mais facilmente, até mesmo de papo
cemitério antes do tempo. para o pt. .
O rapaz anda tão abatido, tão chupado ! . . A Maria Amélia arranjou um rato a
a Emilia que p diga. bordo, isso arranjou!; mas agora anda Um
Apostamos em como o Mario das gato, que lhe offerece umas- flores todas as
Gallinhas não torna a ir dizer coisas da Ivone noites, a ver se lhe papa o . . rato.
ao púpularissimo conde . . Que ratona !
. N a d a ! .que a menina é bem capaz de Apesar da conferência portas a den-
cumprir a promessa que fez, de lhe pespegàr tro do camarim, e apesar "dós padrinhos que
com os «cinco mandamentos» pe\a fachada I arranjou, nada conseguiu da Ermelinda Ca-
Afinal, a Irene contava apanhar beça á Banda o cândido cavalheiro.
mesmo uma meia dúzia de libras ao enge- Nem mesmo as lagrima?, nem ps" beijos
nheiro de bordo, ao fim da viagem, e no resto dados no vestido da menina a demoveram .
' apanhou mas Toi uma formidável borla I.. •
Ao dizer-nos isto, a Sophia jurou, ser O Pedro Machado, a quem tivemos
pura verdade. o prazer de abraçar, diz que vae Seguir o
. . Porque será que o Climaco não pôde nosso conselho e . . . em caso de perigo, - isto
déixãF de cumprimentar o Oliveira Papaina "é, no caso de apanhar ahi ajguma defluxeira...
sempre que o encontra 1 ..-.-..;. trata logo de fazer uso das injecções de" Miu-
Serão ciúmes do Ghira 1 cusan.
A Leonor arreliou por dizermos que E faz muito bem, porque assim, estará
é ã o sea «chollo» Árthur a quem manda tudo livre de ápünhar um esfriamento:
quanto apanhar ao Mario das GalHnhas, e no A Sra. Sophia Guerreiro pediu-nos
entretanto a Maria Fonseca diz que não ? men- unia réctificação á piada-contida em nosso
Ifmos. : ultimo numero e relativa aos mi dos:'diz ella
Então sempre é^verdadè qife o^ gajò lqe que'não chegou a conséguiT-os porque, os
consome a massa toda. óculos da ingleza atrapalharam muito o ne-
t i o dia do embarque da companhia gocio. . .
Antônio de Souza, para a Bahia, o maestro Ahi tem feita a vontade.
Paschoal quiz fazer de Cascard na Zazú . A Irene teve a franqueza de declarar
mas o Cummissario de bordo empatou-lhe que veio ao Brazil unicamente para depennar
a. .-•vasa,--appareçendo nu «bçliche» na me- palas „ E É que tem levado a süa idéa avante,
lhor o c e a s i ã o . . . pegando-os ás porçõeifcfior.dia.'.,
- . E~ por isso ficou transferido • o especta- Mal comparando aquillo até parece uma
culo. :, Alfândega 1
. Depois que se fizeram devotas de
Formi.gão,
S Jorge e S. Manoel, as manas Vírgolinas dei-
xaram de o ser. . • .
Podem agradecer a o " actor Joaquim
Grande
Prata a ajuda que lhes deu nesse bello ne-
gocio...
tVBijoudelaMode-I de t osito
Sempre queríamos que o Ghlra nps de calçados, por atacado e a varejo. Calçado
dissesse porque diabo andou cornos sapatos nacional e estrangeiro para homens, senho»
*t ítiitV-oifla destas niadrugãdáá, nã Peqsão, ras e crianças. Preços baratisáimos, rua da
do seu aposento para um outro'.,-.- '-- "^ 'Çariotfa Ó.^O; Telephone 3.'$68.-
-20 tf O RISO tf.

j7s Jlventuras do 7(ei Pauso/o


:R02urA:ixrcE J O V I A L
Livro terceiro — Na terra da nadez feminina
CAPITULO Vil
Revelações sobre a França
— Oh! é indecente 1 exclamou o Rei. lheiro edoso pelo qual não pode ter senão
Como publicaste versos sob uma estampa tão uma veneração filial; ella lhe testemunha por
immoral. Ha pouco eu e M. Lebirbe refe- um gesto original e que consiste em -levantar»
riamo-nos a esse assumpto, excitações exclu- a saia de modo a deixar vêr alguma coisa.
sivas dos velhos. . Não é muito engraçado, m?s o septuagenário
— Em Tryphemia, respondeu Gilles, sente se feliz.
talvez. Mas em Trança, onde os velhos diri- — Não comprehendo...
gem os costumes e tazem as leis, o mesmo não — Nem eu... Nas classes chamadas su-
acontece, servem para ioda a gente. O arre- periores, estes costumes são mais rigorosos.'
. gaçamento ê o costume nacional dos france- Por exemplo: o velho está de pé e a rapariga
zes. E' encontrado em toda a parte, nos bai- sentada, esta põe-se 'de Lrma que o cava-
les públicos, nos cabarets, nos theatros» etc... lheiro veja todo o seio sem que a "menor coisa
Em se tratando de caricaturas estrangeiras, o intercepte a vista. ._- ..:
arregaçamento designa a França entre o leão — Mas que dizem os rapezes dé tuâo
inglez e a águia allemã. Si gravei Subre a issu?
capa de meu livro uma mulher inteiramente — Os rapazes ? a maior parte pensa
vestida de preto excepto na parfe, superior como seus antepassados...
das pernas, foi para que soubessem que eu — E as mulheres ?
falava das parisienses. —rOhl...é habito. E além disso é a
— Que modo singular 1 disse Diana-. grande moda: nada se pode fazer contra
Para que agradar aos velhos e não aos ra- ella... Ha pouco ouvi Mr. LebirtTe dizer ao
pazes ? Rei que em seu-theatro, as artistas, ficam nuas
— As parisienses gostam de agradar a antes de cantar. Mas em Paris o uniforme das
todo o mundo e têm um respeito particular artistas -e resume em um corptte preto e
aos velhos... Exprime-se diferentemente se- meias pretas com ou sem calças ;• outr'ora,
gundo a mulher e a hora do dia.,, assim usavam até na cama, dizem, os -bons
— Oh dizei-nos I São tão curiosos, autores; agora, tão somente se obedece este
esses costumes dos paizes selvagens!.., vestuário nos camarins,
— Nas classes interiores, a mulher ex- Ah ! ah . disse Pausolo, exageras um
prime sua dtfercncia pelo homem velho le- pouco.
vantando o pé até a altura do nariz. Esse — Penso mesmo 'que ha invenção," acudiu
gesto é geralmente acompanhado de uma Diana. Costumes como estes não podem exis-
exclamação irônica ou i.njuriosa; porem o tir em parte alguma.
septuagenário lisonjeia-se. Si a scena se passa ---Perdão, aceriéscentou. Mr. Lebirbe.
ean um baile publico, a policia e a tradição Chegaram até aqui.
querem que a mulher mostre dessous de cores — Em Tryphemia ?•' rn
variadas e rendadas, 'Quanto mais dessous, — Em Tryphemia. . :~^~v
maior e a elegância. Si, ao contrario, é em — Nao em vossa casa, disse' Diana, sor-
um cabaret, ou na rua, ou em uma casa de rindo.
família não precisa trazer o dessous. Os ethno- Philis entrava n'essa oceasião inteiramente
logos constatam, sem explicar, essas extra*, núa. Sentou se perto de sua irmã.
vagandas do gosto francez. Galatéa examinava conv a mão o seu
— Já esuvestes em frança? penteado.
— bou trancez, minha senhora. — Então I exclamou Pausolo, vejamos,
— Ohl perdão. Pensei que fosseis ita- meu rapaz l-Lê teus versos; todo o mundo te
liano. Dizeis !.. .continuai, . .agrada-me im- ouve. Mas escolhe uns. mais decentes que a
mensamente. capa do teu livro. Repara que falas diante de
— Nos meios burguezes, o gesto frsdiffe- duas donzellas.. . .- '
rente. Sobre uma calçada, por exemplo, uma
çenhotãse $_ente acompanha por um cava- {Çpntináql, i






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