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RESUMO
O texto relata o trabalho de ação cultural desenvolvido na Biblioteca Central da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE). Define previamente o termo segundo alguns autores da
área diferenciando-o de atividades afins como por exemplo animação cultural. Discorre
sobre as atividades realizadas até então e os objetivos do serviço oferecido. Mostra como o
grupo tem realizado o trabalho, expõe as necessidades e competências exigidas para com
os profissionais envolvidos na promoção de ação cultural; também relaciona os serviços até
então ofertados assim como as dificuldades encontradas pela equipe.
Palavras-chave
Ação Cultural; Ação Cultural - Conceito; Biblioteca Universitária - Ação Cultural;
Universidade Federal de Pernambuco.
ABSTRACT
The text describes the work of cultural action developed at the Central Library at Federal
University of Pernambuco. Defines the term previously by some authors in the area
differentiating it from related activities such as cultural entertainment. Considering the
activities undertaken so far and the goals of the service offered. Shows how the team has
done the work, explains the needs and skills required for the professionals involved in the
promotion of cultural action, it also lists the services previously offered well as the difficulties
encountered by the team.
Keywords
Cultural Action – Concept; Library University – Cultural Action; Federal University
Pernambuco.
1 Introdução
Ação cultural e animação cultural têm conceitos distintos, mas quase sempre
confundidos. A dificuldade em diferenciá-los reside na diversidade de entendimento
que tem os profissionais envolvidos no processo, o que muitas vezes faz com que as
unidades de informação apresentem serviços pouco satisfatórios para sua
comunidade ou desvinculado de seus objetivos. O bibliotecário precisa atentar para
o fato de o conhecimento poder ser transmitido em outros suportes além do
bibliográfico. Segundo Milanesi (2002), ação cultural compreende atividades
culturais e de lazer ofertadas pelas bibliotecas como teatro, cinema, cursos, música.
São informações que se apoiam em suportes diferentes do convencional, mas que
igualmente colaboram para a formação dos usuários de unidades de informação. A
ação cultural pode ser educativa, informativa, complementar e lúdica, pois a
biblioteca tem compromisso pedagógico, científico e também cultural. O profissional
de biblioteca deve perceber as diferenças, conhecer seu público e
consequentemente suas necessidades e se colocar como mediador desse
processo. Partindo desses aspectos a equipe de bibliotecários da Divisão de
Assistência ao Usuário (DAU) da Biblioteca Central (BC) da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), percebeu a importância de promover atividades culturais, com
o cuidado de não se afastar de sua missão, nem de confundir os elementos acima
citados.
As ações culturais ofertadas na Biblioteca Central tem por objetivo promover a
informação, aumentar a frequência dos usuários reais para a Biblioteca Central e
conquistar também outros usuários (potenciais), como por exemplo os servidores da
instituição, cuja frequência é baixa, os alunos de escolas circunvizinhas e assim
dinamizar o uso do acervo, bem como utilizar melhor o espaço físico da biblioteca.
2 Revisão de Literatura
Dissertar sobre ação cultural nas bibliotecas não é tarefa das mais fáceis,
embora, até pareça o contrário. A razão primeira dessa dificuldade reside no
entendimento por parte dos bibliotecários e usuários de bibliotecas no que realmente
consiste a ação cultural, muitas vezes confundida com animação cultural. São
processos distintos. Em primeiro lugar há que pensar/conceituar o que é cultura. Na
verdade há muitos significados para o termo. O foco deve se concentrar nos
sinônimos abaixo relacionados:
Cultura: características humanas que não são inatas, e que se criam e se
preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre
indivíduos em sociedade. Parte ou o aspecto da vida coletiva relacionada à
produção e transmissão de conhecimentos, à criação intelectual e artística,
etc. (FERREIRA, 2004, p. 587).
4 Materiais e Métodos
Para a promoção desse serviço a equipe buscou aporte em pesquisas
bibliográficas e também em outros canais de informação. O ambiente é bem
democrático e qualquer membro da equipe ou de outro setor pode sugerir uma
atividade. A sugestão é discutida e se todos concordarem quanto a necessidade e
importância do tema para a comunidade o evento é viabilizado, ou seja, é elaborado
um planejamento no qual se define o que será realizado, como, por quem, quando e
que instrumentos/ferramentas serão utilizados para a realização da ação cultural.
Nessa fase de planejamento os canais e instrumentos de divulgação são definidos.
A mesma é feita quase em sua totalidade no ambiente acadêmico, utilizando
para isso os canais dispostos pela Universidade: assessoria de comunicação
da UFPE, comunidade no Orkut, cartazes distribuídos nas Bibliotecas
Setoriais da Universidade, lanchonetes, Diretórios Acadêmicos, Agenda
Cultural da cidade de Recife (único canal fora da UFPE), página inicial do
Pergamum e sitio da Biblioteca. O espaço de que se dispõe é o hall da
Biblioteca Central, localizado no térreo da biblioteca, no entanto, outros
espaços, tanto na biblioteca como fora de seus limites prediais, podem ser
usados, especialmente se houver a compreensão de que os mesmos
facilitarão a visitação e/ou o trâmite da informação. Finalizada a atividade o
grupo se reúne com a administração para discussão dos resultados obtidos, falhas
detectadas, dificuldades encontradas, ameaças e oportunidades. O objetivo dessa
reunião de avaliação é acertar cada vez mais e evitar cometer os mesmos erros no
futuro.
5 Resultados Finais
a) criação de uma equipe para promoção de eventos e ação cultural, composta por
03 bibliotecários, que não têm a promoção de eventos culturais como única
atribuição, possuem outras responsabilidades, por isso, bibliotecários não
pertencentes ao grupo são convidados a contribuir nos projetos, com isso, minimiza-
se a sobrecarga de trabalho;
b) reativação do CINE BC, apesar de ser este um serviço oferecido há algum tempo,
o mesmo não estava devidamente formado, havia falhas na divulgação e a média de
público era muito baixa, melhorou, mas ainda não é o desejável;
c) realização de 05 exposições temáticas;
d) realização de 02 palestras voltadas para o público bibliotecário: profissionais e
estudantes dos cursos de Biblioteconomia, Gestão da Informação e Museologia;
e) elaboração de agenda de eventos, incluindo ações voltadas para a comunidade
externa (acadêmica) e interna (bibliotecários e auxiliares).
6 Considerações Finais
As atividades de ação cultural quase sempre aparecem como forma
alternativa de promoção de informação e são relacionadas às bibliotecas públicas,
porém é um serviço que pode ser ofertado em qualquer unidade de informação e
deve ser vista como um canal a mais na promoção de conhecimento. Diante dessa
assertiva entende-se que os profissionais envolvidos nas atividades de ação cultural
devem receber da instituição o apoio necessário para a realização destas ações,
planejar mais sistematicamente tais serviços e voltar-se sempre para as
necessidades de sua comunidade o que pressupõe realização de estudo de usuário
para conhecer suas carências informacionais, assim como desenvolver habilidades e
competências específicas. Engajamento e coesão de equipe é outro ponto
necessário na realização de tais projetos. É preciso pensar com muita
responsabilidade no usuário e considerá-lo sujeito principal desse processo e não
como coadjuvante. É necessário também mais estudo no que diz respeito à ação
cultural, para compreender melhor esse processo, pois a falta de informação sobre o
tema quase sempre gera expectativas equivocadas. É recomendável que haja
intercâmbio com outras instituições que promovam estes serviços para troca de
experiências, o que pode enriquecer muito a promoção do serviço. Por fim será de
grande valia que os profissionais envolvidos se capacitem nas áreas em que
demonstram imaturidade ou carência informacional.
Referências
FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 12. ed. São Paulo: Paz e
Terra, 2007. 176 p.
____. A casa da invenção: biblioteca centro de cultura. 3. ed. rev. e ampl. São Caetano do
Sul: Ateliê Editorial, 1977. 271 p.